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INTRODUÇÃO A ECONOMIA

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INTRODUÇÃO À 
ECONOMIA
Autoria: Nelson Chalfun Homsy
Dados Pessoais
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Turma:____________ Matrícula:__________ Curso: __________________
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Programa de Pós-Graduação EAD
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Reitor: Prof. Hermínio Kloch
Diretor UNIASSELVI-PÓS: Prof. Carlos Fabiano Fistarol
Coordenador da Pós-Graduação EAD: Prof. Ivan Tesck
Equipe Multidisciplinar da 
Pós-Graduação EAD: Prof.ª Bárbara Pricila Franz
 Prof.ª Tathyane Lucas Simão
 Prof.ª Kelly Luana Molinari Corrêa
 Prof. Ivan Tesck
Revisão Gramatical: Equipe de Produção de Materiais
Revisão Pedagógica: Bárbara Pricila Franz
Equipe Pedagógica do IBAM: Prof. Heraldo da Costa Reis
 Profª. Márcia Costa Alves da Silva
 Profª. Tereza Cristina Baratta
Diagramação e Capa: 
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Copyright © UNIASSELVI 2017
Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri
 UNIASSELVI – Indaial.
330
H763i Homsy, Nelson Chalfun 
Introdução à economia / Nelson Chalfun Homsy. 
Indaial : UNIASSELVI, 2017.
 
126 p. : il.
ISBN 978-85-69910-42-8
1. Economia.
 I. Centro Universitário Leonardo da Vinci
PARCERIA ENTRE
IBAM E UNIASSELVI
No momento atual, em todos os países, em qualquer instância de governo, 
observa-se um movimento de revisão do papel do Estado, somado à exigência 
das populações por atuação governamental de qualidade. Esta tendência conduz 
à demanda expressiva para que se consolide a existência e o funcionamento de 
um sistema qualificado de Gestão para a implementação de políticas públicas. 
A institucionalização dos processos de gestão e a profissionalização dos 
servidores públicos passam a ser instrumentos estratégicos para alavancar 
condições de melhor execução de atividades e projetos, bem como dos meios de 
controle necessários para avaliação de resultados da atuação governamental. 
Inúmeras iniciativas são implementadas para dar consistência a este modelo de 
gestão governamental que se apoia na valorização da transparência, da participação 
e do controle social, que não podem existir sem instrumentos adequados e pessoas 
qualificadas. É neste contexto que se forma a parceria do IBAM com a UNIASSELVI. 
Aprimorar o sistema de gestão pública, apoiar a formação de profissionais que 
queiram ser ou já são do quadro do setor público e ampliar a informação para o 
cidadão sobre como deve funcionar o governo são os propósitos iniciais do MBA em 
Gestão Pública que passa a integrar o programa de pós-graduação da UNIASSELVI. 
A equipe de Professores Autores que o compõe se destaca pelo desempenho 
profissional em projetos da Administração Pública e como docentes universitários. 
A experiência da UNIASSELVI em processos educacionais em nível superior, 
aliada à do IBAM, que há 60 anos atua, em nível nacional e internacional, para 
o aprimoramento da administração pública, é composição de excelência para 
enriquecer o cenário que se quer alcançar. 
O IBAM e a UNIASSELVI desejam a todos os participantes uma boa jornada 
de estudos. Aos que se dirigem ao setor público, que consolidem sua formação; 
e, aos demais, que ampliem o nível de informação sobre governo e aprendam a 
articular-se com ele como cidadãos.
Paulo Timm
Superintendente Geral do Instituto 
Brasileiro de Administração Municipal – IBAM
Prof. Carlos Fabiano Fistarol
Pró-Reitor de Pós-Graduação a Distância
Grupo UNIASSELVI
Me. Nelson Chalfun Homsy
Doutor em Políticas Públicas, Estratégias 
e Desenvolvimento (IE/UFRJ), Mestre em 
Planejamento Urbano e Regional (UCLA) e Graduado 
em Economia (I E/UFRJ). Sua carreira profi ssional 
inclui importantes posições de administração, gerência e 
supervisão em departamentos de planejamento, mercado 
de capitais, pesquisa, sistemas de informação e fi nanças, 
nas áreas de habitação e infraestrutura. Como consultor 
atua nas áreas de políticas tributária e fi scal, provisão e 
distribuição de serviços públicos, gestão do crescimento 
econômico, política habitacional e análise e avaliação de 
projetos. É professor de Economia do Setor Público e de 
Matemática Financeira no Instituto de Economia da UFRJ. 
Seus principais temas de pesquisa, além das questões 
acadêmicas, são Economia Urbana e Regional e 
Finanças Públicas e Empresariais.
Sumário
APRESENTAÇÃO ......................................................................7
CAPÍTULO 1
Introdução à Economia ...........................................................9
CAPÍTULO 2
Microeconomia .......................................................................31
CAPÍTULO 3
Macroeconomia ......................................................................43
CAPÍTULO 4
A Evolução do Pensamento Econômico no
Enfrentamento dos Problemas Sociais .............................79
CAPÍTULO 5
Os Problemas Econômicos Básicos ................................. 111
APRESENTAÇÃO
Caro pós-graduando!
O conhecimento dos assuntos econômicos é fundamental para que possamos 
entender as razões da escassez ou da abundância de alguns produtos e serviços; 
a existência das desigualdades de renda entre pessoas, entre regiões e países, ou 
por que as populações de muitos países possuidores de grandes riquezas naturais 
permanecem em situação de extrema pobreza e privação de acesso aos mínimos 
níveis de saúde, ensino e nutrição.
Por este prisma a economia pode ser considerada como uma ciência que visa 
identificar e estabelecer a utilidade dos bens em relação ao ser humano e não uma 
ferramenta apenas de cálculo e precificação de bens e cálculos de índices.
Entretanto, ao nos aprofundarmos no estudo destas questões, nos deparamos 
com aspectos referentes à organização dos mercados de consumo, de produção e 
distribuição de mercadorias e serviços. São estudadas as características da demanda 
ou procura, do comportamento dos produtores de bens e serviços concorrentes, 
assim como os mercados de insumos utilizados na produção, os equipamentos e a 
tecnologia a serem utilizados, além das condições de financiamento necessário para 
a sua aquisição.
Assim, o estudo de economia nos possibilita verificar a adequação dos recursos 
financeiros, observar as restrições orçamentárias, planejar a produção e definir 
as políticas governamentais capazes de propiciar o maior nível de crescimento, 
considerando-se cenários econômicos futuros.
Sua aplicação é feita, principalmente, entre profissionais que estudam os 
fenômenos relacionados à produção e ao consumo de bens e serviços, além de 
desenvolverem projetos para a solução de questões financeiras e econômicas em 
diferentes setores de atividade, seja no comércio, em serviços, na indústria, em ONGs 
ou em órgãos públicos.
Para tanto, este caderno de estudos trata da disciplina Introdução à Economia e 
se divide em quatro capítulos. O Capítulo 1 apresenta os Princípios Gerais, onde são 
apresentados o objetivo da economia, os setores da atividade econômica, os bens de 
capital, de consumo intermediário e de consumo final e as questões relacionadas à 
produção e distribuição de bens e serviços. 
O Capítulo 2 trata da microeconomia, em que são apresentados os conceitos de 
mercado, procura e oferta e as estruturas de mercado. 
O Capítulo 3 versa sobre a macroeconomia, expõe os conceitos de fluxo e 
estoque e detalha as políticas econômicas implementadas pelo governo.
No Capítulo 4 é exposta a síntese da evolução dopensamento econômico, 
abrangendo as fases pré-moderna; moderna e contemporânea.
No Capítulo 5 são discutidos os problemas econômicos básicos que atualmente 
afetam as economias dos países.
Esperamos que este caderno de estudos faça com que você goste do assunto e 
se interesse cada vez mais por ele, seja por curiosidade ou por necessidade. Quanto 
mais você aprende e ganha segurança sobre um determinado assunto, mais aumenta 
o seu grau de “amizade” com esse tema e maior é a sua curiosidade em aprender o 
assunto mais detalhadamente e possa desempenhar suas atividades profissionais 
de maneira mais eficiente. Esperamos, pois, que, ao ler este caderno, você inicie ou 
fortaleça a sua amizade com a economia.
Bom trabalho! Bons estudos!
CAPÍTULO 1
Introdução à Economia
A partir da perspectiva do saber fazer, neste capítulo você terá os seguintes 
objetivos de aprendizagem:
 Conhecer o campo de estudo da Ciência Econômica.
 Conhecer os principais conceitos e instrumentos utilizados pela Ciência 
Econômica e saber aplicá-los nas situações que envolvem o planejamento, a 
coordenação e a avaliação da utilização de recursos produtivos pelos agentes 
privados e pelo governo.
10
 Introdução à Economia
11
INTRODUÇÃO À ECONOMIA Capítulo 1 
ConteXtualiZação
A Economia ou Ciências Econômicas é uma ciência social que lida com 
desejos humanos e sua satisfação. É principalmente preocupada com a maneira 
que uma sociedade escolhe empregar seus recursos escassos e que possuem 
usos alternativos para a produção de bens para o consumo presente e futuro.
Economia Política é outro nome para a Economia. “Polis” em grego signifi ca 
Estado. Os primeiros escritores usaram o termo “Economia política” para a gestão 
do Estado. Espera-se que a pessoa chefe de uma família faça o melhor uso dos 
rendimentos do conjunto familiar. Da mesma forma, espera-se que o Estado 
obtenha o máximo benefício para a sociedade.
Podemos dizer que a economia é a ciência de desejos. Mas no mundo real, 
os meios que satisfazem nossos desejos são limitados, ou seja, há escassez 
de meios que satisfaçam nossos desejos. Tempo e dinheiro são limitados. 
A terra, o trabalho e o capital, utilizados na produção são limitados. Embora o 
desenvolvimento científi co e o desenvolvimento tecnológico tenham aumentado 
os nossos recursos, nossas necessidades e vontades também aumentaram. 
Podemos então dizer que a economia é a ciência da escassez.
Desejos ilimitados e meios limitados nos levam a fazer escolhas. Mas tudo 
que queremos não é de igual importância. Então satisfazemos os desejos mais 
importantes e as necessidades mais urgentes. A escolha é a essência da atividade 
econômica. Podemos também dizer que a economia é a ciência da escolha.
Muitas coisas que queremos são escassas e temos que pagar um preço por 
elas. Então, em economia, estudamos como os preços de coisas diferentes são 
determinados. Podemos também dizer que a economia é uma ciência que lida 
com preços.
A economia moderna é uma economia monetária. Os preços são 
pagos em dinheiro. O dinheiro desempenha um papel importante na 
vida econômica das sociedades modernas. É usado para a compra e 
venda de mercadorias, para pagamento de aluguéis, de salários, de 
juros e assim por diante. Podemos então também dizer que a economia 
é a ciência do dinheiro.
A economia estuda a produção, a troca, a distribuição e o consumo dos 
produtos e serviços, produzidos para promover o bem-estar da sociedade, a 
economia é também chamada da ciência do bem-estar social.
A economia moderna 
é uma economia 
monetária.
12
 Introdução à Economia
Os Setores da Atividade Econômica 
Como ObJeto de Estudo da Economia
Após contextualizar o campo de estudo da economia veremos agora como 
esta ciência aborda os problemas da escassez, da escolha, dos preços, do 
dinheiro e do bem-estar.
A economia estuda como se processa a coordenação da produção e da 
distribuição dos bens e serviços destinados ao atendimento das necessidades 
ilimitadas da sociedade. 
A produção e a distribuição de bens e serviços ocorrem por meio de três 
setores – denominados primário, secundário e terciário – que operam no contexto 
de uma cadeia produtiva, em que cada setor transfere a sua produção para o 
seguinte.
Os Setores da Atividade Econômica
• Setor primário: engloba as atividades ligadas à extração de 
recursos naturais e à agricultura (mineração e plantação de trigo, por 
exemplo).
• Setor secundário: é constituído pelas atividades de transformação 
dos recursos do setor primário em equipamentos (fornos de panifi cação, 
por exemplo) e outros produtos empregados na produção de bens 
(denominados insumos – massa folhada, por exemplo) que serão utilizados 
na fabricação de produtos de consumo fi nal (pão, por exemplo).
• Setor terciário: é integrado pelos serviços em geral (capacitação 
de padeiros, transporte de sal e farinha, fi scalização governamental das 
condições sanitárias das panifi cadoras, por exemplo).
A ImPortÂncia da Distinção Entre 
os TrÊs Setores Produtivos Para a 
Análise Econômica
O reconhecimento das diferenças entre os principais setores da economia, 
agricultura, comércio, indústria e serviços, tem uma tradição considerável 
13
INTRODUÇÃO À ECONOMIA Capítulo 1 
no pensamento econômico. As transformações observadas na evolução das 
sociedades estão intimamente relacionadas com a evolução estrutural destes 
setores. 
A ascensão do setor de serviços no século XX e sua crescente 
participação no total da atividade econômica é tão importante para o 
desenvolvimento econômico como a Revolução Industrial que ocorreu 
na segunda metade do século XIX. 
A transição de sociedades preponderantemente agrícolas para 
economias industriais provocou profundas transformações econômicas, 
sociais e culturais, internamente e entre as nações. As mesmas 
transformações foram observadas na transição de uma economia 
preponderantemente industrial para uma economia de serviços ao 
longo do século XX. E são os efeitos desta mudança estrutural que 
caracterizam os diversos problemas econômicos que afetam as 
economias modernas.
Os três principais setores diferem signifi cativamente entre si no uso dos 
recursos naturais, na escala de operação das unidades produtivas comuns a 
cada um, no processo de produção em que eles se envolvem, em produtos fi nais 
que eles contribuem e nas tendências em suas ações na produção total e dos 
recursos utilizados.
A transição do emprego do fator trabalho em setores primários – nas 
atividades tradicionais da agricultura, mineração etc. para os setores modernos, 
se constitui em elemento primordial para aumentar a taxa de poupança e de 
investimento da economia e à promoção do crescimento econômico, 
em função da maior produtividade observada no setor industrial 
em relação ao setor primário (ver a seção Custo de Produção, mais 
adiante).
Assim, quanto mais rápida a taxa em que o fator trabalho 
transita da agricultura tradicional e das atividades informais de baixa 
produtividade para o setor moderno, mais rapidamente aumenta a taxa 
de crescimento econômico.
O crescimento industrial continua a ser uma prioridade alta 
na política dos governos dos países em desenvolvimento. Embora 
menos vital para a manutenção de elevados rendimentos nos países 
desenvolvidos, a indústria continua uma importante fonte de empregos bem 
remunerados, especialmente para os trabalhadores que ainda não possuem 
educação universitária.
A ascensão do 
setor de serviços 
no século XX e 
sua crescente 
participação no 
total da atividade 
econômica é tão 
importante para o 
desenvolvimento 
econômico como a 
Revolução Industrial 
que ocorreu na 
segunda metade do 
século XIX.
Quanto mais rápida 
a taxa em que o fator 
trabalho transita da 
agricultura tradicional 
e das atividades 
informais de baixa 
produtividade para 
o setor moderno, 
mais rapidamente 
aumenta a taxa 
de crescimento 
econômico.
14Introdução à Economia
As últimas décadas testemunharam uma reestruturação importante da 
economia global, em que cada vez mais a produção e o emprego industrial estão 
localizados em países emergentes e em desenvolvimento, enquanto países 
desenvolvidos tornaram-se cada vez mais em economias orientadas para o 
setor de serviços. A globalização através dos fl uxos de investimento e aumento 
das trocas comerciais, está dirigindo esta reestruturação, junto com a mudança 
organizacional tecnológica associada.
Outro conjunto de oportunidades está sendo criado, alterando padrões de 
consumo e produção em países desenvolvidos. Por exemplo, como eles lutam 
para reduzir suas emissões de gases de efeito estufa visando atender aos 
compromissos assumidos em âmbito internacional. Os biocombustíveis são um 
exemplo de um setor com signifi cativo potencial associado e o Brasil está bem 
posicionado estrategicamente para obter vantagens em relação à produção de 
açúcar, e de óleo de soja e óleo de palma.
Cafeicultores, por exemplo, na África, América Latina e Ásia compartilham 
os ganhos decorrentes das oportunidades surgidas com a adoção de novas 
tecnologias destinadas a reduzir os custos de transporte. Por exemplo, a produção 
de frutas e fl ores em climas tropicais e em climas temperados do hemisfério sul, 
para abastecer mercados de países desenvolvidos no hemisfério norte, é um 
exemplo onde reduzir os custos de transporte é tarefa de caráter decisivo. Também 
crucial tem sido a capacidade desenvolvida por alguns países nos trópicos e no 
hemisfério sul para fornecer a infraestrutura de suporte e serviços em contêineres 
equipados com sistemas de controle de temperatura.
No caso dos serviços, a redução dos custos de comunicação está 
revolucionando a maneira com que diferentes tipos de indústrias e de 
serviços, com muitas funções que dependem da “interação face a face”, atuam 
remotamente, e onde os custos são competitivos. A Índia, por exemplo, tem 
sido o principal país benefi ciário do crescente “‘comércio de tarefas”, mas outros 
países também têm compartilhado ganhos, como as Filipinas. A redução dos 
custos de viagens criou o turismo de massa numa escala sem precedentes e 
abriu oportunidades signifi cativas para os países capacitados – incluindo para o 
ecoturismo. Países africanos, por exemplo, apresentam potencial de benefícios 
signifi cativos decorrentes do turismo baseado na natureza, mas necessitam 
também da capacidade de construir e manter a infraestrutura e os serviços 
adequados ao turismo.
15
INTRODUÇÃO À ECONOMIA Capítulo 1 
Os Bens de CaPital, de Consumo 
Intermediário e de Consumo Final
Como os setores primário, secundário e terciário operam no 
contexto de uma cadeia produtiva, onde cada setor transfere a sua 
produção para o seguinte, as oportunidades de crescimento de uma 
economia decorrem da mais adequada combinação entre estes 
setores, de acordo com a abundância dos recursos associados a cada 
um deles. 
O crescimento mundial pode apresentar altas taxas de 
crescimento com a descoberta de recursos novos ou melhores, tal 
como aconteceu com a descoberta de poços de petróleo na década 
de 1850. Mais pessoas puderam ingressar na força de trabalho. Outra 
onda de crescimento global se associa com a descoberta de novas tecnologias, 
tal como aconteceu com a invenção da internet. Tais eventos são de extrema 
importância para explicar a revolução que aconteceu na produção e no consumo 
de mercadorias e serviços. O petróleo, um bem associado ao setor primário, 
que transformado, serviu como combustível (um bem industrial de consumo 
intermediário) e a internet, um serviço associado ao setor terciário, representam 
novas e signifi cativas mudanças estruturais que induzem novos investimentos nos 
chamados bens de capital. 
Como os setores 
primário, secundário 
e terciário operam 
no contexto de uma 
cadeia produtiva, as 
oportunidades de 
crescimento de uma 
economia decorrem 
da mais adequada 
combinação entre 
estes setores.
Bens de capital: destinam-se a produzir bens e serviços a serem 
consumidos. Exemplo: plataforma de petróleo, forno de padaria, 
máquina empacotadora de café.
EXPlicando o Investimento em Bens 
de CaPital
Investimento em bens de capital é o gasto efetuado em ativos tais como 
fábricas, máquinas, computadores, veículos, ferramentas, tecnologias, destinados 
à produção de bens e serviços.
O termo "bem de capital" se distingue de capital quando aplicado ao “capital 
fi nanceiro” ou “capital humano”. Capital fi nanceiro inclui os fundos necessários 
16
 Introdução à Economia
para manter e crescer um negócio (dívida e capital próprio), e capital humano 
representa o trabalho humano real. É preciso capital fi nanceiro para investir em 
bens de capital, e é preciso capital humano para projetar, construir e operar os 
bens de capital.
Investimento de CaPital, Bens de 
CaPital e Crescimento Econômico
A melhoria do estoque de bens de capital aumenta a produtividade do 
trabalho. Um exemplo simples pode ser visto quando um desenhista substitui 
lápis e borracha por um computador.
Bens intermediários: bens utilizados na produção, isto é, que 
sofrem transformação antes de se tornarem bens fi nais. Exemplo: 
petróleo como um estágio anterior à gasolina, farinha transformada 
em pão.
Existem muitos bens intermediários que podem ser usados para vários 
propósitos. Exemplos incluem o aço, que pode ser usado na construção de 
equipamentos; madeira, usada em pisos e mobiliário; vidro, usado na produção 
de janelas e óculos; e ouro e prata, utilizados na produção de joias.
Considere um agricultor que cultiva trigo. Neste exemplo, o trigo é o bem 
intermediário. O agricultor vende sua colheita de trigo a um moleiro por R$100. O 
moleiro usa o trigo para fazer farinha, que é um bem intermediário secundário. O 
moleiro vende a farinha para um padeiro por R$200 e cria R$100 no valor (venda 
de farinha R$200 – compra de R$100 = R$100). O produto fi nal, que é o bem 
vendido diretamente ao consumidor, é o pão que o padeiro faz usando a farinha. 
O padeiro vende todos os seus pães num total de R$ 300, adicionando R$100 de 
valor (R$300 - R$200 = R$100). É importante notar que o preço fi nal, pelo qual o 
pão é vendido é igual ao valor que é adicionado em cada estágio do processo de 
produção (R$100 + R$100 + R$100).
17
INTRODUÇÃO À ECONOMIA Capítulo 1 
Como os Bens Intermediários São 
UtiliZados
Geralmente, existem três opções para a utilização de bens intermediários.
a) Uma empresa pode produzir e usar seus próprios bens intermediários. 
Nesse caso diz-se que a empresa “verticaliza a produção” (como se fosse em um 
edifício). 
b) Uma empresa pode também produzir os bens e depois vendê-los a outras 
empresas para serem transformados em outros produtos intermediários ou em 
produtos para consumo fi nal (nesse caso diz-se que a produção é horizontalizada). 
As empresas efetuam gastos ao consumir bens intermediários para uso 
específi co (serviços de eletricidade e água para alimentar e resfriar equipamentos, 
por exemplo) destinados à produção de outros bens intermediários ou bens de 
consumo fi nal. Exemplo: uma fábrica de tubos de borracha – bens intermediários 
utilizados na montagem de automóveis – adquire “pellets” de borracha, que são 
bens intermediários para a fabricação dos tubos produzidos. Já a 
montadora de automóveis utiliza os tubos de borracha para a produção 
de automóveis, que são bens de consumo fi nal.
Os bens intermediários são geralmente comprados por uma 
unidade de produção de outra empresa. No entanto, nem todas as 
compras efetuadas por uma unidade de produção são compras de 
bens intermediários.
Por exemplo, compras de prédios, maquinaria etc. não são 
compras intermediárias (se eles não são destinados para a revenda). 
Na verdade, essas compras são consideradas bens de capital, 
conforme visto anteriormente.
Bens intermediários fornecem ligações entre setores que criamum 
multiplicador de produtividade. Embalagens são conhecidos exemplos de bens 
intermediários. Baixa produtividade na oferta de embalagens reduz as vendas de 
televisores e liquidifi cadores. Baixa produtividade na geração de energia elétrica, 
por exemplo, reduz a produção dos serviços do setor bancário e do setor de 
produção de alumínio.
Em razão da complementaridade existente entre as cadeias de produção, 
a alta produtividade de uma empresa de confecção de vestuário, por exemplo, 
requer um alto nível de desempenho ao longo de um grande número de etapas 
Os bens 
intermediários 
são geralmente 
comprados por uma 
unidade de produção 
de outra empresa. 
No entanto, nem 
todas as compras 
efetuadas por uma 
unidade de produção 
são compras de 
bens intermediários.
18
 Introdução à Economia
da cadeia produtiva. Exige efi ciência na produção de matérias-primas têxteis, da 
indústria de máquinas de tecelagem, uma força de trabalho saudável e capacitada, 
o conhecimento de como produzir, redes de transporte efi cientes, oferta adequada 
de eletricidade etc. Estas características são complementares, no sentido de que 
problemas com qualquer uma dessas dimensões podem substancialmente reduzir 
a produção global. Sem eletricidade ou conhecimento técnico de produção ou 
matérias-primas ou segurança ou licenças de negócios, a produção é suscetível 
de ser severamente prejudicada.
Bens de consumo fi nal: destinam-se a satisfazer as 
necessidades dos consumidores. Exemplo: pão.
Bens de consumo fi nal são os produtos comprados pelo consumidor comum. 
Alternativamente chamados de bens fi nais, representam o último estágio de um 
processo produtivo. São o resultado fi nal de produção do que um consumidor vai 
ver na prateleira da farmácia, do supermercado etc. Roupas, alimentos e joias são 
exemplos de bens de consumo. 
Existem três tipos principais de bens de consumo: bens duráveis, bens não 
duráveis e serviços. 
Bens duráveis são bens de consumo que possuem uma vida 
longa e são usados ao longo do tempo. Sua duração esperada 
é normalmente igual ou superior a três anos. Exemplos incluem 
bicicletas e frigorífi cos. 
Bens não duráveis são consumidos em menos de três anos 
e têm expectativa de vida curta. Exemplos incluem alimentos e 
bebidas. 
Serviços incluem os hotéis, os barbeiros etc. São serviços ao 
consumidor. E também os serviços da polícia, dos tribunais, dos 
parques e de iluminação das vias públicas, consumidos coletivamente 
pelas pessoas. 
19
INTRODUÇÃO À ECONOMIA Capítulo 1 
Bens de consumo imediato: um dos maiores grupos de 
bens de consumo é chamado de bens de consumo imediato. Este 
segmento inclui os bens não duráveis, como alimentos e bebidas. 
Empresas e varejistas preferem este segmento, pois os bens são 
vendidos mais rapidamente nas lojas, oferecendo a oportunidade de 
alta rotatividade no estoque e rápida recuperação do capital de giro.
Capital de giro é o valor que a empresa precisa, de forma 
regular, para realizar a sua atividade. Ele é necessário mesmo antes 
da fi rma entrar em funcionamento. No caso de uma lanchonete, por 
exemplo, é necessário um estoque inicial de pães, queijos, massa 
de tomate e outros itens que compõem o cardápio, como bebidas, 
refrigerantes etc.
Empresas investem em estoques, em antecipação a vendas futuras. As 
empresas também estocam matérias-primas e bens intermediários utilizados no 
processo de produção. 
Embora os estoques sejam uma parte relativamente pequena do setor de 
investimento global, são um componente essencial das mudanças ao longo do 
ciclo de negócios. Se a economia está operando em ritmo lento, e possivelmente, 
irá entrar em uma recessão, um provável indicador, muitas vezes, será um 
acúmulo indesejado de estoques. Como os consumidores reduzem suas compras, 
as vendas de bens e serviços de estoques de baixa rotatividade, acumulam, 
fazendo com que as empresas reduzam a produção (demitindo funcionários) para 
reduzir estoques indesejados (e caros).
ProduZir e Distribuir o Que, Como e 
Para Quem
Fatores de produção são insumos (ver a seção que trata dos setores da 
atividade econômica, deste capítulo) utilizados para a produção de bens e 
serviços. Eles são os recursos de que necessita uma empresa para gerar um 
lucro econômico através da produção de bens e serviços. Os fatores de produção 
são divididos em quatro categorias: terra, trabalho, capital e empreendedorismo.
Terra é o recurso natural que uma empresa utiliza para produzir bens e 
serviços para gerar um lucro. A terra não é restrita apenas à propriedade física ou 
20
 Introdução à Economia
imóvel. Inclui todos os recursos naturais que a terra produz, tais como petróleo, 
carvão, água, ouro e gás natural. Os recursos são materiais naturais que estão 
incluídos na produção de bens e serviços.
Trabalho é a quantidade de trabalho de trabalhadores que contribui para o 
processo de produção.
Capital é qualquer ferramenta, o edifício e a máquina utilizados para produzir 
bens e serviços. O capital varia dependendo de cada indústria. Por exemplo, um 
cientista da computação usa um computador para criar um programa; seu capital 
é o computador utilizado. Por outro lado, um cozinheiro usa panelas e frigideiras 
para elaborar uma refeição. Panelas e frigideiras são o capital do cozinheiro.
Empreendedorismo representa o espírito das pessoas em assumir o 
risco de se dedicar a produzir com o objetivo de obter lucro. Por exemplo, um 
empreendedor reúne ouro, trabalho de ourivesaria e uma máquina para produzir 
joias. O empreendedor assume todos os riscos e recompensas que vêm com a 
produção de um bem ou serviço.
Vimos que as atividades dedicadas à produção de bens e serviços, 
utilizam bens de capital e bens intermediários chamados, genericamente, 
de fatores de produção. Portanto, os fatores de produção são: o capital 
humano, o capital fi nanceiro, o capital físico (máquinas e equipamentos) 
e o capital tecnológico (a capacidade do empresário de escolher a 
combinação de fatores de produção, além dos softwares, e de outros 
métodos produtivos).
O nível de efi ciência na produção é medido pelo grau de utilização e pela 
qualidade observada na combinação dos fatores de produção. Há combinações de 
fatores que produzem bens e serviços de melhor qualidade, embora apresentem 
custo de produção igual ou menor.
Há, porém, restrições de caráter quantitativo e qualitativo que determinam 
o limite máximo da efi ciência produtiva. Este limite ocorre quando não há mais 
ociosidade na utilização dos fatores e quando se esgotam as possibilidades de 
produção por meio das combinações no uso dos fatores. Este é o ponto em que 
qualquer acréscimo na produção de um setor produtivo implica a redução da 
produção dos demais.
As decisões quanto à produção se baseiam na escolha de prioridades que 
implicam a renúncia da produção de outros produtos e serviços. Tal situação 
representa um “custo de oportunidade”. Isto é, para se ter mais serviços de saúde 
pode ser necessário reduzir a oferta de serviços de educação; para se ter mais 
automóveis pode ser necessário reduzir a produção de comidas congeladas.
Os fatores de 
produção são: o 
capital humano, o 
capital fi nanceiro, 
o capital físico e o 
capital tecnológico.
21
INTRODUÇÃO À ECONOMIA Capítulo 1 
Como o acréscimo na produção só pode ocorrer com o aumento dos fatores 
de produção ou com a introdução de tecnologias que possibilitem produzir mais 
com os mesmos recursos, as possíveis combinações sobre o que produzir e como 
produzir resultam de decisões dos agentes governamentais (oferta de serviços de 
saúde e ensino público) e privados (produção de refrigerantes, de telefones etc.).
Nas economias liberais de mercado, as decisões são mais infl uenciadas pela 
iniciativa privada, a ela competindo a maior parte da mobilização dos recursos, 
tendo no mecanismo de mercado o seu eixo básico de regulação.
Nas economias centralmente planificadas, o governo concentra as decisões 
sobre alocação dos recursos e a produção.
Nas economias mistas a gestão empresarial se submete à regulação estatal 
na mobilização dos recursos e na produção.
A Produção de Bens e Serviços
Produção é a transformação dos fatores de produção adquiridos pelas 
empresas com objetivo de venda no mercado.
No processo de produção, diferentes fatores são utilizados para a obtenção 
de produtos de consumo fi nal e de consumo intermediário. As formas como esses 
fatores são combinados denominam-se métodos de produção. 
Os métodos de produção são caracterizados de duas formas: trabalho 
intensivo e capital intensivo. No primeiro caso utiliza-se uma quantidade maior de 
trabalhadores do que de capital. O inverso se aplica ao segundo caso.
Função de produção: expressa a relação entre diferentes 
combinações de fatores de produção, defi nidas pelo tipo de 
tecnologia empregada, e a obtenção de diferentes quantidades de 
produto. Por exemplo, a quantidade de calçados que poderá ser 
produzida a partir de determinada quantidade de couro, pregos, fi os, 
energia elétrica, mão de obra, máquinas, equipamentos e instalações 
em uma jornada de trabalho.
22
 Introdução à Economia
Fatores de Produção FiXos e 
Variáveis
• Fatores de produção fi xos: são aqueles cuja quantidade utilizada não 
varia quando o volume da produção se altera. Exemplo: câmeras de vigilância 
externas ao prédio de uma fábrica.
• Fatores de produção variáveis: são aqueles cuja quantidade varia quando 
o volume de produção se altera. Exemplo: quantidade de farinha necessária para 
produzir maiores quantidades de pão.
A Lei dos Rendimentos Decrescentes
Elevando-se a quantidade de um fator variável e permanecendo fi xa a 
quantidade dos demais fatores, a produção inicialmente aumentará a taxas 
crescentes. Mas a partir de certa quantidade utilizada do fator variável, a 
produção crescerá com acréscimos cada vez menores até decrescer. Tal 
decréscimo signifi ca “deseconomias” de escala. Suponha, por exemplo, que se 
aumenta gradativamente a quantidade de empregados em um galpão destinado 
à montagem de brinquedos. A movimentação no espaço de produção se torna 
cada vez mais difícil, até o ponto em que ocorre a superlotação, inviabilizando a 
montagem.
Quadro 1 - Exemplo numérico de rendimentos decrescentes na produção
Galpão
1000 m2
(fator fi xo)
Qt. de Mão de 
obra
(fator variável)
A
Qt. Total de 
Produto
B
Produtividade 
média
C = B/A
Produtividade 
marginal da
Mão de obra (*)
10 1 6 6.0 6
10 2 14 7.0 8
10 3 24 8.0 10
10 4 32 8.0 8
10 5 38 7.6 6
10 6 42 7.0 4
10 7 44 6.2 2
10 8 44 5.4 0
10 9 42 4.6 -2
(*) Acréscimo na quantidade de mão de obra necessário para a obtenção de maior 
quantidade de produto.
Fonte: O autor.
23
INTRODUÇÃO À ECONOMIA Capítulo 1 
Custo de Produção
Representa a soma das despesas da atividade de produção de uma empresa, 
relacionadas com o capital fi xo e com o capital variável.
• Custos fi xos totais (custos indiretos): correspondem aos recursos de 
produção que não variam em função das alterações nas quantidades produzidas. 
Ex.: edifícios, máquinas, equipamentos etc.
• Custos totais variáveis (custos diretos): referem-se aos recursos variáveis 
utilizados no processo produtivo. Estes custos dependem da quantidade a ser 
produzida. Ex.: matérias-primas, mão de obra, energia etc.
• O custo fi xo total médio: é obtido mediante a divisão do custo fi xo total 
pela quantidade produzida.
• O Custo marginal: é o custo de se produzir uma unidade adicional de um 
produto ou serviço. Portanto, se o custo de produzir uma unidade adicional de 
um produto for superior ao preço pelo qual ele será vendido, o produtor não o 
produzirá, pois terá prejuízo.
• A receita da empresa: é obtida por meio da multiplicação da quantidade 
de bens e serviços vendidos pelo respectivo preço unitário de venda.
O Emprego do Cálculo Marginal (ou Cálculo segundo a abordagem 
Marginalista)
Suponha, por exemplo, que você produza um produto a ser vendido por 
$120 e que custa $100, por unidade, se você produzir 50 unidades. Isso resultará 
em um custo total de “$100 x 50” ou $5.000 e um faturamento total de “$120 x 
50” ou $6.000. Suponha agora que você examine a possibilidade de produzir a 
51ª unidade deste produto. Sua receita total será de “$ 120 x 51” ou $ 6.120. 
Entretanto, tendo em vista a necessidade de contratar mais um empregado para 
produzir esta unidade adicional, o custo será acrescido em $ 150, passando a 
ser de $ 5.150. Neste caso, a decisão de produzir a unidade de número 51 seria 
um mau negócio porque o custo de produção unitário aumenta para $100,98 por 
unidade. Seu benefício líquido sobe em $120, enquanto o custo total aumenta em 
$150, signifi cando que o custo supera o benefício e que a produção da unidade 
adicional não compensa o custo extra.
De maneira análoga podemos aplicar a abordagem marginalista ao “paradoxo 
da utilidade entre diamantes e água”. De acordo com a formulação da abordagem 
marginal, o elemento signifi cativo na determinação do preço não é utilidade 
24
 Introdução à Economia
total ou média, mas a utilidade marginal. Diamantes têm preços elevados, mas 
são de pouca utilidade em relação à água, enquanto que a água tem um baixo 
preço, mas alta utilidade. Os teóricos clássicos foram incapazes de elucidar este 
paradoxo, pois pensavam em termos da utilidade total de diamantes e da água 
para os consumidores e não entendiam a importância da sua relativa utilidade 
marginal. A água tem grande utilidade total, mas baixa utilidade marginal (pois, 
por ser abundante, unidades adicionais vão perdendo a sua utilidade), enquanto 
o diamante, por ser escasso, tem grande utilidade marginal (unidades adicionais 
mantêm seu valor).
Produtividade
A empresa é uma organização econômica que transforma os fatores de 
produção em bens de consumo ou em outros fatores de produção, tais como 
componentes, máquinas e equipamentos.
Produtividade é uma medida da efi ciência com que as empresas ou as 
economias dos países podem transformar recursos em produtos. Elas serão mais 
ou menos efi cientes (mais ou menos produtivas) dependendo da relação entre 
a quantidade de recursos utilizados para gerar uma determinada quantidade de 
produto. Serão mais produtivas (efi cientes) se “produzirem mais com a mesma 
quantidade ou com menos recursos”.
A efi ciência produtiva é a utilização do método de produção 
mais efi ciente tecnologicamente entre os métodos disponíveis, com 
o objetivo de alcançar uma determinada quantidade de produto 
utilizando uma quantidade mínima de fatores de produção.
Já a efi ciência econômica é expressa pela adoção de métodos 
de produção que permitem a obtenção de maior quantidade de 
produto com o menor custo.
Aumentar a produtividade signifi ca maior produção (saída) com a mesma 
(ou inferior) quantidade de fatores de produção (entrada). Signifi ca um processo 
de produção em que o valor agregado aos produtos pode efetivamente elevar 
os padrões de vida da sociedade em função da diminuição do investimento 
25
INTRODUÇÃO À ECONOMIA Capítulo 1 
monetário exigido, tornando os consumidores mais ricos (em um sentido relativo) 
e as empresas mais rentáveis.
Numa perspectiva mais ampla, o crescimento da produtividade dos diversos 
setores produtivos afeta positivamente o crescimento econômico e satisfaz as 
necessidades humanas com menos recursos. Como resultado, as economias 
irão se benefi ciar de maior volume de receitas tributárias destinadas a fi nanciar 
serviços sociais tais como saúde, educação, assistência social, transporte público, 
entre outros.
Beneficiários da Produtividade
Existem três grupos de potenciais benefi ciários dos frutos decorrentes da 
melhoria da produtividade do ponto de vista econômico:
1. Consumidores/trabalhadores: no nível micro máximo temos melhorias do 
padrão de vida para os consumidores e trabalhadores como resultado do aumentoda produtividade. Quanto maior a efi ciência econômica, menor a quantidade 
de insumos necessários (trabalho, terra e capital) para gerar bens e serviços. 
Potencialmente, isso pode reduzir os preços e diminuir as horas de trabalho 
necessárias para os participantes numa economia manterem elevados níveis de 
consumo.
2. As empresas também se benefi ciam com a obtenção de maiores margens 
de lucro, em função de custos de produção mais baixos. Isto permite melhor 
remuneração para os empregados, volume mais elevado de capital de giro e 
maior capacidade competitiva.
3. Governos: maior crescimento econômico também irá gerar maior arrecadação 
de tributos pelos governos. Isso permite aos governos investirem mais no sentido 
de infraestrutura e serviços sociais (como mencionado acima).
Fatores Que Afetam a Produtividade
A consideração fi nal importante na avaliação do potencial de produtividade 
é a fronteira de possibilidades de produção, que descreve essencialmente a 
quantidade máxima de produção dos dois bens, no âmbito da nossa capacidade 
de oferta tecnológica atual. 
26
 Introdução à Economia
Figura 1 - Curva da fronteira de possibilidades de produção de dois bens
O diagrama a seguir nos ajuda a entender esse raciocínio. Ele é baseado em 
trabalhos do economista Paul Samuelson, prêmio Nobel de Economia de 1952, 
que desenvolveu estudos relativos à alocação e distribuição de bens públicos e 
privados.
Esse diagrama se refere às possibilidades da produção de bens e serviços 
públicos e privados. O eixo vertical (OA) representa a situação na qual TODOS 
os bens e serviços produzidos na sociedade são PRIVADOS. Já o eixo horizontal 
(OB) representa a situação na qual TODOS os bens e serviços produzidos na 
sociedade são PÚBLICOS. 
Fonte: O autor.
Examine os pontos X e Y do diagrama. Eles representam as diferentes 
combinações da produção de bens privados e bens públicos em uma sociedade. 
No ponto X, o montante dos recursos alocados para a produção de bens privados 
é superior à de bens públicos (OC > OE). Já o ponto Y representa uma situação 
na qual o montante dos recursos destinados à produção de bens públicos supera 
a de bens privados (OF > OD). 
Deve fi car claro, porém, que estas são “situações-limite”, que não encontram 
respaldo na realidade, pois sabemos que nossa cesta de consumo é composta 
27
INTRODUÇÃO À ECONOMIA Capítulo 1 
de uma variedade de bens pelos quais pagamos diretamente a quem nos vende 
(refrigerantes, sapatos etc.) e também de serviços que consumimos sem pagar 
diretamente a quem os presta, tais como os serviços de segurança pública, por 
exemplo.
Portanto, o que devemos ter em mente é que quanto maior a produção de 
bens públicos menor será a parcela de recursos destinada à produção de bens 
privados. E vice-versa.
Economia de Escala
Ocorre quando a empresa aumenta a quantidade produzida e obtém ganhos 
de produtividade, pois o custo fi xo dividido pela quantidade produzida decresce. 
Exemplo: o custo do aluguel de um galpão é o mesmo para produzir mil ou duas 
mil unidades de um produto. Se o aluguel é igual a $ 10.000,00 por mês, o custo 
do aluguel ao se produzir mil unidades é $ 10,00 por unidade; se a produção for 
duas mil unidades o custo é $ 5,00 por unidade, isto é, a metade em relação à 
produção de mil unidades.
Economia de EscoPo
Ocorre quando a empresa obtém maior efi ciência ao passar a operar em mais 
de um segmento de negócio, especialmente de natureza complementar. Exemplo: 
uma siderúrgica instala uma empresa metalúrgica, em um mesmo galpão, 
utilizando sobras da produção de perfi s de aço. Com isso, a empresa incorre 
em menores custos para transportar as sobras da área de produtos siderúrgicos 
para o local de produção de produtos metalúrgicos; pode utilizar mão de obra por 
ventura ociosa em uma determinada etapa da produção de aço na produção de 
produtos metalúrgicos; pode promover programas de capacitação conjunta para 
empregados das distintas divisões da empresa etc.
Atividades de Estudos:
1) Conceitue o que são bens intermediários.
 ____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
28
 Introdução à Economia
____________________________________________________
____________________________________________________
2) Preencha os espaços em branco:
 Defi ne-se como trabalho-intensivo o método de produção que 
utiliza maior quantidade de _____________ em relação à 
utilização de ______________.
3) Explique a diferença entre efi ciência produtiva e efi ciência 
econômica.
 ____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
4) Explique a diferença entre economia de escala e economia de 
escopo.
 ____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
5) Explique o que é custo de oportunidade. 
 _______________________________________________
_______________________________________________
_______________________________________________
_______________________________________________
_______________________________________________
AlGumas ConsideraçÕes 
Vimos neste capítulo que a Economia é uma ciência social que trata dos 
desejos humanos e sua satisfação. Como as vontades humanas são ilimitadas, 
a escassez de produtos e serviços é um aspecto relevante da vida. Como tudo 
o que queremos não é de igual importância, isto nos leva à escolha. Como há 
escassez de mercadorias e serviços, temos que pagar um preço por elas. E, como 
os preços são pagos em dinheiro, a economia estuda o papel desempenhado 
pelo dinheiro na vida econômica de uma sociedade. Ela estuda como as pessoas 
29
INTRODUÇÃO À ECONOMIA Capítulo 1 
ganham e gastam dinheiro e como isso afeta o seu modo de vida do ponto de 
vista individual e social.
Vimos também que a produção de bens e serviços se baseia na combinação 
dos fatores de produção – o capital humano, o capital fi nanceiro, o capital físico 
e o capital tecnológico (a capacidade empresarial, os softwares etc.). Ocorre que 
existem restrições quantitativas e qualitativas quanto ao máximo da efi ciência 
produtiva. Este limite ocorre quando não há mais ociosidade na utilização dos 
fatores e quando se esgotam as possibilidades de produção por meio das 
combinações no uso dos fatores. Este é o ponto em que qualquer acréscimo na 
produção de um setor produtivo implica a redução da produção dos demais, o 
que obriga as empresas se basearem em dados microeconômicos para fazer uma 
variedade de escolhas, assunto a ser apresentado no próximo capítulo.
ReferÊncias
MANKIW, N. G. Introdução à economia. 3. ed. São Paulo: Pioneira Thomson 
Learning, 2005.
PINDYCK, R. S.; RUBINFELD, D. L. Microeconomia. 6. ed. São Paulo: 
Pearson 2006.
30
 Introdução à Economia
CAPÍTULO 2
Microeconomia
A partir da perspectiva do saber fazer, neste capítulo você terá os seguintes 
objetivos de aprendizagem:
 Conhecer o campo de estudo da microeconomia.
 Conhecer os principais conceitos e fenômenos associados aos processos 
decisórios de consumo e produção que ocorrem no mercado de bens e 
serviços, a fi m de defi nir estratégias de alocação de ativos físicos, fi nanceiros, 
tecnológicos e gerenciais.
32
 Introdução à Economia
33
MICROECONOMIA Capítulo 2 
ConteXtualiZação
As empresas se baseiam em dados microeconômicos para fazer 
uma variedade de escolhas. A qualidade das informações e dados sobre o 
comportamento do setor em que atua, sobre os consumidores,fornecedores, 
competidores e processos produtivos podem signifi car o sucesso ou fracasso de 
uma empresa.
A LÓGica Microeconômica e o 
ComPortamento da EmPresa
Dados microeconômicos são geralmente utilizados para compor estudos 
matemáticos, a partir dos quais decisões lógicas podem ser feitas. 
Vejamos o exemplo de uma empresa A que fabrica e vende roupas e possui a 
informação de que seus clientes têm uma preferência para camisas azul-marinho, 
com gola em V e se dispõem a pagar um determinado preço.
No ano anterior, a empresa vendeu 50.000 camisas ao preço unitário de $70. 
Neste ano a economia não mudou: o Produto Interno Bruto (PIB), as taxas de 
desemprego, as taxas de juros e o estoque de mercadorias são basicamente os 
mesmos do ano anterior. A lógica ditaria que 50.000 camisas azul-marinho, com 
gola em V devem ser fabricadas e colocadas à venda por $ 70 pela empresa A.
Entretanto a empresa B, que concorre com a empresa A, está vendendo 
uma camisa nesta temporada que é similar em estilo e qualidade às camisas da 
empresa A. Mas a camisa da empresa B está sendo oferecida para venda por 
menos $7 ou 10% de desconto em relação ao preço da camisa da empresa A. 
O que a empresa A deve fazer? A teoria microeconômica sustenta que uma 
redução de preço deve aumentar a demanda. Se o preço das camisas da empresa 
A for inferior ao das camisas da empresa B, então, teoricamente, a empresa A irá 
vender mais camisas do que a empresa B.
Mas como seria o impacto da redução do preço na margem de lucro de 
uma empresa? Reduziria o lucro e a capacidade da empresa A pagar os juros e 
principal de sua dívida? Haveria dinheiro sufi ciente para marketing e publicidade? 
Como a diminuição da rentabilidade afetaria o preço de suas ações no 
mercado? E se o preço da ação cair, haverá futuras vendas de estoque, baixando 
ainda mais o seu preço? 
34
 Introdução à Economia
Uma vez que os 
consumidores 
apresentam 
comportamento 
dinâmico importante 
para as empresas 
entender o seu 
comportamento, a 
fi m de desenvolver 
estratégias para 
tomar decisões 
efi cazes.
É razoável supor que estes são os tópicos de discussão nos níveis mais altos 
de gestão da empresa, quando os executivos se reúnem para tomar uma decisão 
sobre os passos futuros da empresa. 
Imagine ainda que outro fator seja apresentado antes que uma decisão fi nal 
seja feita sobre o número de camisas a serem produzidas e a que preço elas serão 
vendidas no mercado. O vice-presidente de marketing e propaganda faz uma 
pergunta pertinente: E se a fi rma A aumentar sua comercialização e publicidade 
em 5% do orçamento ao invés de reduzir sua margem de lucro em 10%? Poderia o 
aumento dos gastos em marketing e publicidade incrementar a venda de camisas 
azuis e, portanto, vencer a concorrência? Dados microeconômicos demonstram 
que em alguns casos uma campanha vigorosa pode vir a ser uma ferramenta de 
sucesso para vencer a concorrência.
O atual mercado global de cadeias de hambúrguer é caracterizado por 
vários competidores, tentando atrair a atenção de segmentos diversifi cados de 
consumidores. A diversidade em vigor determina seu comportamento e atitude 
em relação a diferentes produtos e serviços oferecidos pelas empresas do setor. 
A teoria microeconômica defi ne o comportamento do consumidor na compra, no 
consumo, na avaliação e no abandono do consumo de produtos e serviços. Ou 
seja, a ótica microeconômica analisa como os indivíduos tomam decisões de 
gastar seus recursos disponíveis (tempo, dinheiro, esforço) em itens relacionados 
ao consumo.
Uma vez que os consumidores apresentam comportamento 
dinâmico, especialmente no que diz respeito a seu gosto e preferências 
alimentares, é importante para as empresas do setor de hambúrguer 
entender o seu comportamento, a fi m de desenvolver estratégias 
para tomar decisões efi cazes. O comportamento do consumidor 
é um processo complexo que envolve as atividades de pessoas 
que procuram, escolhem, compram, consomem, avaliam e deixam 
de consumir produtos e serviços baseados na satisfação de suas 
necessidades e desejos.
Vários fatores podem ser encontrados para infl uenciar o comportamento dos 
consumidores, tais como preocupações emocionais, restrições quanto à renda, 
percepções diferenciadas sobre o futuro etc. Compreender o processo de como 
é tomada uma decisão de compra é fundamental uma vez que constitui a base 
a ser usada para analisar o impacto de qualquer dado produto em mercados 
específi cos. Decisões de compra do consumidor também são essenciais para o 
desenvolvimento de estratégias de marketing das empresas. Isso ocorre porque 
o comportamento do consumidor para produtos e serviços específi cos tende a 
afetar o custo, a receita e o lucro da empresa.
35
MICROECONOMIA Capítulo 2 
O estudo e o conhecimento do comportamento de compra dos consumidores 
permitem aos comerciantes saber por que os consumidores compram produtos 
específi cos, quando, onde, como eles os compram, quantas vezes eles os 
compram, como eles os consomem, bem como deixam de consumi-los. Com base 
nessas informações e dados os comerciantes estarão melhor preparados para que 
possam efetivamente desenvolver estratégias que irão prever o comportamento 
de compra do consumidor no mercado e melhor planejar sua produção.
O exemplo acima torna explícita a importância das ferramentas conceituais e 
teóricas em microeconomia (estruturas de comportamento e mercado consumidor) 
que irão melhorar as práticas das empresas que exploram os diversos segmentos 
comerciais, industriais e de serviços.
A microeconomia é o ramo da economia dedicado ao estudo do 
comportamento das unidades de consumo (famílias e/ou indivíduos) 
ao estudo da produção e dos respectivos custos incorridos pelas 
fi rmas, e dos preços dos diversos bens e serviços.
O Conceito de Mercado
Mercado é o local (físico ou não) onde vendedores e compradores se 
relacionam para realizar a troca de mercadorias e serviços, com a observância 
de regras específi cas previamente defi nidas sob as quais são efetuadas as 
transações. Exemplos de mercado são: a feira de frutas, legumes e verduras 
(espaço físico onde ocorrem as transações) e as bolsas de valores e títulos de 
dívida (espaço não físico onde ocorrem as transações, como a internet).
O Conceito de Procura
Uma das regras observadas pelos agentes que participam dos mercados 
de transações é a revelação do preço da mercadoria pelo vendedor (etiqueta 
ou tabuleta de preço, por exemplo) e a manifestação expressa pelo comprador 
do preço pelo qual deseja comprar a mercadoria. As quantidades ofertadas pelo 
vendedor e as demandadas pelo comprador estão associadas à revelação dos 
preços por eles manifestada. Quanto mais baixo o preço do produto maior a 
36
 Introdução à Economia
quantidade desejada de ser adquirida pelo comprador; quanto mais alto o preço 
do produto maior a quantidade desejada de ser ofertada pelo vendedor.
Entretanto, à medida que a quantidade desejada do produto aumenta, dadas 
as limitações físicas e de tempo necessárias ao seu consumo, decresce o valor 
atribuído pelo consumidor, isto é, a utilidade que obtemos com cada unidade 
adicional. Diz-se, assim, que a utilidade de cada unidade marginal é decrescente.
Como indivíduos racionais desejamos “pagar pelo que consumimos”. 
Assim, se atribuímos valores decrescentes à satisfação adicional que obtemos 
ao consumir “mais uma unidade” do produto ou serviço, o preço que estaremos 
dispostos a pagar por essa unidade adicional também decresce.
O mercado expressa os interesses de produtores e consumidores: os 
produtores querem ganhar o máximo possível; enquanto os consumidores 
querem pagar o mínimo possível. O resultado desse processo é o chamado preço 
de equilíbrio de mercado, situação em que consumidores e produtores satisfazem 
seus interesses com o máximo de vantagem e o mínimo de perda individual 
possível. O preço de mercado é a referência por meio da qual o consumidorexpressa, na prática, de maneira aproximada o valor subjetivo que atribui à 
mercadoria ou ao serviço, levando em conta a renda disponível para o seu 
consumo e de sua família. De maneira análoga, o preço de mercado é a forma 
pela qual o empresário busca recuperar o custo de produção e obter a margem de 
ganho pretendida com a produção.
Para qualquer preço superior ao preço de equilíbrio, a quantidade ofertada 
pelo vendedor é maior do que a que o comprador deseja comprar. Nesse caso 
ocorre um excesso de oferta. De maneira análoga, para qualquer preço inferior ao 
preço de equilíbrio, surgirá um excesso de demanda.
Assim, para que a transação se efetue, quando há excesso de oferta em 
relação à procura de um bem ou serviço, o seu preço tende a baixar. Quando 
ocorre um excesso de demanda, o preço tende a subir.
A quantidade vendida diminui quanto, se o preço aumentar em um 
determinado valor? Se, por exemplo, uma mudança de 5% no preço provoca uma 
variação de 5% na quantidade vendida, dizemos que a elasticidade (a medida de 
sensibilidade de resposta) é igual a 1 (um). 
Já, se, por exemplo, uma mudança de 5% no preço provoca uma variação de 
2% na quantidade vendida, dizemos que a elasticidade (a medida de sensibilidade 
de resposta) é igual a 0,4 (2%:5%). Como o resultado é inferior a 1, dizemos que 
“a demanda é inelástica”
37
MICROECONOMIA Capítulo 2 
Se, por exemplo, uma mudança de 5% no preço provoca uma variação de 
7% na quantidade vendida, dizemos que a elasticidade (a medida de sensibilidade 
de resposta) é igual a 1,4 (7%:5%). Como o resultado é superior a 1, dizemos que 
“a demanda é elástica”
E ainda, se, por exemplo, uma mudança de 5% no preço não provoca 
qualquer variação na quantidade vendida, dizemos que a elasticidade (a medida 
de sensibilidade de resposta) é igual a ZERO (5%:0%).
Efeitos Substituição e Renda
A ocorrência de variação de preço de um determinado bem substituto pode 
provocar o chamado efeito substituição, situação em que os consumidores 
tendem a substituí-lo por outro muito semelhante (substituição de manteiga por 
margarina, por exemplo).
Pode também ocorrer o efeito-renda, quando a variação do preço de um 
bem ou serviço acarreta variação na renda do consumidor, sem que a mesma 
tenha nominalmente variado. Por exemplo, um consumidor regular de um quilo de 
manteiga por mês, tem sua renda disponível indiretamente aumentada devido à 
queda do preço do quilo da manteiga. Isto é, consumirá a mesma quantidade, mas 
pagará menos, economizando uma parte de sua renda. O caso inverso (aumento 
do preço da manteiga e redução da renda disponível) também se aplica a esta 
situação.
Há casos em que ocorrem os efeitos substituição e renda ao mesmo tempo. 
Se um consumidor regular de um quilo de manteiga por mês observa a queda 
conjunta nos preços do quilo da manteiga e da margarina, ele poderá substituir 
manteiga por margarina, cujo preço é tradicionalmente inferior ao da manteiga.
Bens complementares são aqueles que apresentam 
comportamento homogêneo da oferta e da procura. Exemplos são 
as indústrias da construção civil e da produção de móveis, quando os 
movimentos de variação da oferta e da procura ocorrem no mesmo 
sentido. Pode também ocorrer efeito cruzado em relação aos preços 
de bens complementares: uma diminuição do preço dos imóveis (com 
aumento de sua procura) pode ocasionar aumento do preço dos 
móveis, caso sua oferta não tenha sido aumentada.
Bens 
complementares 
são aqueles 
que apresentam 
comportamento 
homogêneo da 
oferta e da procura.
38
 Introdução à Economia
O Conceito de Oferta
O conceito de oferta se refere à quantidade de um bem ou serviço que os 
produtores desejam vender em um determinado mercado em um determinado 
período de tempo. A oferta de um bem depende do preço pelo qual o bem é 
transacionado no mercado.
Quanto maior for a variação para cima do preço de mercado de um bem, 
maior a intenção dos ofertantes em aumentar a produção, levando em conta os 
preços dos fatores de produção, os quais determinam o custo de produzir o bem 
ou serviço.
De maneira inversa, quanto maior for a variação para baixo do preço de 
mercado de um bem, maior a intenção dos ofertantes em reduzir a produção, 
levando em conta os preços dos fatores de produção, os quais determinam o 
custo de produzir o bem ou serviço.
Estruturas de Mercado
O mercado apresenta três estruturas básicas: concorrência perfeita; 
monopólio e oligopólio.
a) Estrutura de concorrência perfeita
• O número de agentes compradores e vendedores é de tal ordem que 
nenhum deles, individualmente, possui condições para infl uir decisivamente no 
mercado.
• Os produtos são homogêneos podendo ser fabricados por qualquer dos 
produtores.
• Produtores e consumidores têm mobilidade e não há acordo de preço 
entre os que participam do mercado. 
• O preço é defi nido de maneira impessoal, ninguém individualmente o 
estabelece. 
• Deve haver transparência no mercado. Não há informações privilegiadas 
para qualquer agente econômico. 
39
MICROECONOMIA Capítulo 2 
b) Estrutura de monopólio
• Quando há no mercado apenas um vendedor, que domina inteiramente o 
mercado.
• O produto da empresa monopolista não tem substituto próximo. Não há 
alternativas para os consumidores.
• A entrada de concorrentes no mercado é praticamente impossível.
• O monopolista possui poder total sobre a formação dos preços.
• Os monopólios não agem de forma transparente. Suas operações e 
transações são uma espécie de caixa preta.
Há situações, entretanto, em que a ocorrência de monopólio é inevitável, 
como no caso de serviços de distribuição de energia elétrica e de saneamento, em 
âmbito regional, pois é necessária a existência de economias de escala, elevado 
volume de investimento e uniformidade na prestação dos serviços. Esses casos 
caracterizam-se como estruturas de monopólio natural.
c) Estrutura de oligopólio
• É formada por um pequeno grupo de grandes empresas que dominam um 
ou vários ramos de produção e dividem entre si o mercado.
• Há fortes barreiras para a entrada de concorrentes
• Quando há acordo de preços entre os oligopólios, a concorrência é 
residual.
Atividades de Estudos:
1) Conceitue “efeito-renda” e ‘efeito-substituição”. Dê um exemplo 
para cada um dos efeitos.
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2) Quais são os três tipos de estruturas de mercado?
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40
 Introdução à Economia
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3) Dê duas características da estrutura de mercado caracterizada 
como “concorrência perfeita”.
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4) Por que a elasticidade da demanda de sal é zero?
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AlGumas ConsideraçÕes 
Neste capítulo foram apresentados os conceitos efeito-renda e efeito-
substituição, estruturas de mercado, comportamento do consumidor e preço 
de equilíbrio, dentre outros, que se inserem na análise microeconômica, com 
o objetivo de permitir às fi rmas, em seus respectivos segmentos comerciais, 
industriais e de serviços, desenvolverestratégias e melhor planejar as suas ações 
e operações.
Entretanto, não podemos generalizar sobre o comportamento do sistema 
econômico como um todo ou sobre o comportamento dos grandes agregados, 
tais como o consumo e o investimento a partir das leis econômicas que regem 
os padrões de comportamento das unidades individuais estudados pela 
microeconomia.
Por essa razão, no Capítulo 3, veremos como as informações e análises sobre 
o conjunto dos agentes que operam no ambiente macro podem complementar o 
conhecimento oferecido pela análise dos microfundamentos da economia.
41
MICROECONOMIA Capítulo 2 
ReferÊncias
PINDYCK, R. S.; RUBINFELD, D. L. Microeconomia. 6. ed. São Paulo: Pearson 
2006.
42
 Introdução à Economia
CAPÍTULO 3
Macroeconomia
A partir da perspectiva do saber fazer, neste capítulo você terá os seguintes 
objetivos de aprendizagem:
 Conhecer o campo de estudo da macroeconomia.
 Conhecer os principais conceitos e fenômenos por ela estudados, a fi m de 
tomar decisões associadas aos efeitos de política econômica decorrentes das 
suas ações sobre o nível do emprego, a estabilidade de preços dos produtos 
e dos fatores de produção, a distribuição justa da renda e o crescimento 
econômico.
44
 Introdução à Economia
45
MACROECONOMIA Capítulo 3 
ConteXtualiZação
A macroeconomia é o campo das ciências econômicas responsável pela 
formulação de políticas econômicas. A ideia de que as nações possuem livre 
e igual oportunidade de acesso aos mercados de bens e serviços é vinculada 
ao ‘laissez faire’, ideologia fortalecida ao fi nal do século XVIII. A intervenção do 
governo em matéria econômica é atualmente uma constatação. Os governos 
lidam não com indivíduos, mas com grupos e massas de indivíduos, validando 
assim a importância e a necessidade de estudos macroeconômicos. Por exemplo, 
durante a Grande Depressão de 1920, quando centenas de milhares de cidadãos 
estavam em busca de emprego, a macroeconomia ajudou a analisar a causa e 
propor medidas de combate à queda do nível de atividade econômica, levando à 
adoção de políticas apropriadas para lidar com tal situação.
O estudo da macroeconomia é essencial para a compreensão apropriada 
da microeconomia. Nenhuma lei microeconômica poderia ser enquadrada sem 
um estudo prévio dos agregados, por exemplo, pois a teoria da fi rma individual 
não poderia ser formulada tendo como referência o padrão de comportamento 
de uma única empresa. A teoria foi possível ser validada somente depois que 
o padrão de comportamento de várias empresas foi examinado. Uma fl oresta, 
embora seja uma agregação de árvores (não uma soma de árvores), não exibe 
o comportamento e as características de árvores individuais. Ela é representada 
pelo sistema de árvores que lá existem. 
As fl utuações econômicas são uma característica da forma capitalista 
de sociedade. A teoria das fl utuações econômicas pode ser compreendida e 
construída somente com a ajuda da macroeconomia, pois temos que levar em 
consideração o consumo, a poupança e o investimento na economia em termos 
agregados. Assim, somos levados a analisar as causas das fl utuações na renda, 
de produção e do emprego e fazer tentativas de controlá-los ou pelo menos 
reduzir sua gravidade.
A abordagem macroeconômica é de grande importância para analisar e 
compreender os efeitos da infl ação e da defl ação. Diferentes setores da sociedade 
são afetados de forma diferente como resultado de alterações no valor do dinheiro. 
A análise macroeconômica nos permite tomar certas medidas para neutralizar as 
infl uências negativas da infl ação e defl ação.
A macroeconomia nos ajuda a compreender e analisar o desempenho de 
uma economia. Implica o estudo orientado para o resultado de uma economia 
como um todo. Estimativas do Produto Interno Bruto (PIB) (ver a seção que trata 
de conceitos de fl uxo e estoque) são usadas para medir o desempenho de uma 
46
 Introdução à Economia
economia ao longo do tempo, comparando a produção de bens e serviços num 
período com outros períodos, pois a composição do PIB nos oferece informações 
sobre o quantum da contribuição de cada setor da economia para o país.
Por que devemos estudar macroeconomia e microeconomia 
separadamente?
Uma importante questão que se coloca é sobre a necessidade do estudo em 
separado do sistema econômico como um todo e de seus grandes agregados.
Qual é a razão pela qual não podemos determinar as leis que regem as 
variáveis macroeconômicas, tais como PIB, emprego e renda, nível geral de 
preços etc., simplesmente somando, multiplicando, ou calculando uma média 
dos resultados obtidos a partir do comportamento das indústrias e empresas 
individuais, conforme estudado pela microeconomia?
Tal difi culdade decorre do fato de que o comportamento do sistema 
econômico como um todo, ou os agregados macroeconômicos, não pode ser 
obtido a partir da simples operação de adição ou multiplicação, ou uma média do 
que acontece em suas várias partes individuais, pois o que é verdade em relação 
às partes não é necessariamente verdade com relação ao todo.
A macroeconomia é o ramo da economia dedicado ao estudo 
da atividade econômica como um todo, isto é, de maneira agregada, 
diferentemente da abordagem microeconômica, que trata do 
comportamento dos consumidores e dos produtores de maneira 
individual. Dessa forma, são agrupados os recursos, as atividades 
produtivas, as transações entre consumidores, produtores e o 
governo, tanto interna como externamente ao país.
Os setores e respectivos indicadores agregados são: 
Setor Famílias e Empresas: consumo, investimento e poupança. 
Setor Externo: exportações e importações.
47
MACROECONOMIA Capítulo 3 
Setor Governo: tributos e gastos do governo.
O conceito de agregado em macroeconomia leva em consideração a soma 
de tudo que é produzido, transacionado, tributado, importado, exportado etc., sem 
a dupla contagem que ocorre quando um produto é vendido/comprado, um salário 
ou um tributo é pago/recebido etc.
Exemplos de agregado são: o Produto Interno Bruto (PIB), a Renda Nacional, 
o Investimento e a Poupança (todos com inicial em maiúsculo para diferenciá-
los da produção e da renda das empresas, do investimento e da poupança 
individuais).
Conceitos de FluXo e EstoQue
Compreender a diferença entre variáveis de fl uxo e estoque é essencial para 
o entendimento e análise de dados fi nanceiros e econômicos. Matematicamente 
falando, uma variável de fl uxo é um vetor, uma medida bidimensional. Uma 
dessas dimensões é o tempo. O outro é a quantidade da variável em questão que 
foi obtida no período especifi cado. Um exemplo é o pagamento mensal do aluguel 
de um apartamento. Por outro lado, uma variável de estoque é uma medida 
unidimensional. É uma medida instantânea, obtida em um momento no tempo. 
Um exemplo é o valor de um apartamento posto à venda.
O Elemento TemPo
As demonstrações fi nanceiras normalmente auditadas são produzidas em 
períodos trimestral e anual, e estas são as dimensões de tempo comum à maioria 
das estatísticas das variáveis de fl uxo em fi nanças. Para o gerenciamento interno 
de relatórios, no entanto, os relatórios fi nanceiros, muitas vezes, são produzidos 
em uma base mensal, semanal e até mesmo diária. Com efeito, em grande parte 
das empresas fi nanceiras, especialmente em empresas de valores mobiliários, o 
fechamento diário dos livros é habitual.
A dimensão de tempo associada a uma variável de fl uxo 
determinado é fundamental para a correta interpretação dos mesmos, 
incluindo o uso de dados históricos para desenvolver previsões 
fi nanceiras e projeções para períodos futuros.
As variáveis econômicas podem ser denominadas de "variáveis de 
fl uxo" ou de "variáveis de estoque".
A dimensão de 
tempo associada 
a uma variável de 
fl uxo determinado é 
fundamental para a 
correta interpretação 
dos mesmos.
48
 Introdução àEconomia
a) Variáveis de fl uxo
As variáveis de fl uxo (ou simplesmente variáveis fl uxo) são mensuradas em 
um período de tempo; enquanto que as de estoque são medidas em certo instante 
no tempo. No Brasil, por exemplo, são feitas avaliações trimestrais, principalmente 
do PIB, o que denota o seu caráter de "fl uxo". Já a dívida pública e a quantidade 
de capital são medidas em um determinado ponto do tempo, portanto, são 
variáveis tipo "estoque".
Os fl uxos podem ser representados pela circulação dos bens e 
serviços (fl uxo real) que fl uem das famílias para as empresas, isto é, a 
oferta de mão de obra e a aplicação de suas poupanças; um segundo, 
constituindo o fl uxo de renda (fl uxo monetário) – correspondendo aos 
pagamentos pelas empresas às famílias detentoras dos fatores de 
produção utilizados, e que são traduzidos nos salários, aluguéis, juros e royalties.
Exemplos de agregados que representam o conceito de fl uxo são: o produto 
interno bruto, a renda nacional, a exportação, a importação, a arrecadação de 
tributos e o consumo.
Com isto a Renda agregada é representada pela soma das rendas pagas 
aos detentores dos fatores de produção, conforme o esquema a seguir: 
Os fl uxos podem ser 
representados pela 
circulação dos bens 
e serviços.
Figura 2 - Composição da renda agregada
Fonte: O autor
49
MACROECONOMIA Capítulo 3 
Para cômputo da Despesa agregada e do Produto agregado (ou Produto 
Interno Bruto – PIB), considera-se o mesmo somatório da Renda agregada.
b) Variáveis de estoque
Os resultados investidos e acumulados em máquinas, equipamentos, 
infraestrutura física (fábricas, portos, barragens, hidrelétricas, rodovias, ferrovias 
etc.), em infraestrutura social (escolas, hospitais, centros de atendimento etc.), na 
criação de softwares e no desenvolvimento de novas tecnologias, por exemplo, e 
na educação formal de crianças, adolescentes e adultos, confi guram o estoque de 
capital físico, fi nanceiro, tecnológico e humano de um país. Dos exemplos citados, 
o capital humano é praticamente impossível de ser quantifi cado em moeda, o que 
não permite avaliar o estoque total de um país, mas sabe-se que sua infl uência é 
relevante na geração de fl uxos reais e monetários, cuja parte de seus resultados 
será adicionada ao estoque existente, acumulado nos períodos anteriores. 
O investimento e a dívida pública são exemplos de agregados caracterizados 
como estoque.
A abordagem macroeconômica tem a vantagem de permitir uma melhor 
compreensão dos fatos mais relevantes da economia, representando assim um 
importante instrumento para a formulação e a execução da Política Econômica.
A PolÍtica Econômica Como uma 
PolÍtica PÚblica
O envolvimento das empresas e da sociedade civil – consumidores, 
empresários privados, trabalhadores, cidadãos e grupos comunitários – 
na concepção de políticas públicas é de fundamental relevância para 
que os países em desenvolvimento possam melhorar a transparência, 
a qualidade e a efi cácia das suas políticas, bem como estabelecer a 
legitimidade das políticas públicas.
As condições socioeconômicas e políticas de um país moldam 
a rede de agentes envolvidos em uma determinada política. A fraca 
capacidade institucional, a falta de responsabilização dos agentes 
governamentais e o baixo nível de participação dos cidadãos no 
processo de formulação de políticas nos países em desenvolvimento 
determinam as relações entre os níveis de desenvolvimento econômico 
e os respectivos regimes de bem-estar social.
O envolvimento 
das empresas e 
da sociedade civil 
na concepção de 
políticas públicas 
é de fundamental 
relevância para 
que os países em 
desenvolvimento 
possam melhorar 
a transparência, 
a qualidade e a 
efi cácia das suas 
políticas, bem 
como estabelecer 
a legitimidade das 
políticas públicas.
50
 Introdução à Economia
O desenvolvimento econômico de um país depende da qualidade de seu 
quadro de políticas públicas. No contexto das políticas públicas, a formulação 
da política inclui a identifi cação de alternativas para tratar os problemas 
socioeconômicos. O processo de seleção inclui a defi nição de metas e prioridades, 
opções de solução para a realização dos objetivos, a análise dos custos e 
benefícios, os efeitos positivos associados a cada política alternativa etc.
As escolhas das políticas econômicas apresentam signifi cativa complexidade 
em países que enfrentam as fragilidades acima apontadas. Em alguns contextos, 
a política econômica pode ser considerada um espaço de confl itos. Este é o caso 
das sociedades onde a distribuição da renda e de recursos naturais é contestada 
e fi gura na raiz do confl ito. Em alguns casos, os formuladores de políticas 
econômicas estão trabalhando para atingir as metas de crescimento, a redução da 
pobreza e a prosperidade partilhada num ambiente caracterizado pelo confl ito. As 
escolhas de política econômica irão variar dependendo dos níveis de renda dos 
países, das dotações de capital humano, dos recursos naturais e da capacidade 
institucional do Estado.
Com efeito, a política econômica tem como foco os seguintes temas:
a) o nível do emprego;
b) a estabilidade de preços dos produtos e dos fatores de produção;
c) a distribuição justa da renda;
d) o crescimento econômico.
Nível de emprego: a preocupação com o emprego visa garantir o nível de 
demanda agregada e, através do gasto público, manter o equilíbrio econômico.
Estabilidade dos preços: a busca da estabilidade dos preços dos produtos 
e serviços de consumo fi nal e de consumo intermediário (salários, taxa de 
juros, pagamento de royalties e aluguéis) é expressa pelo combate à infl ação, 
representada pelo aumento generalizado e contínuo do preço das mercadorias. 
O aumento do preço dos produtos e serviços de bens de consumo fi nal pode ser 
resultante de um aumento da demanda maior do que o aumento da oferta (“infl ação 
de demanda”) e/ou do aumento dos preços dos bens e serviços intermediários e 
de produção (“infl ação de oferta” ou “infl ação de custos de produção”).
A infl ação pode afetar qualquer economia. Entretanto, nas economias 
dos países que não apresentam altos níveis de industrialização e capacidade 
de adquirir capital para o seu desenvolvimento, a infl ação ocorre com maior 
intensidade. Dessa forma, a estabilidade dos preços passa a ser uma meta de 
governo, uma vez que a infl ação, a partir de um determinado patamar, aumenta 
a incerteza com relação às expectativas de consumo, de produção e de 
51
MACROECONOMIA Capítulo 3 
investimento.
Distribuição de renda: os princípios de igualdade e equidade na distribuição 
de renda se associam ao conceito de justiça social. Além disso, nas economias 
capitalistas como no Brasil, o poder aquisitivo de grande parcela da população 
é um fator importante para o crescimento do consumo e, consequentemente, da 
produção e do emprego. 
Crescimento econômico: o crescimento do consumo, da produção e do 
emprego, entretanto, requer o aumento do investimento privado e público. O 
primeiro diz respeito ao acréscimo do estoque de capital das empresas (novas 
fábricas, novos equipamentos, novas tecnologias etc.) enquanto que o segundo se 
refere ao aumento do estoque de capital de uso coletivo, tal como a infraestrutura 
física (portos, rodovias, ferrovias etc.) e social (hospitais, escolas públicas etc.) 
como forma de dar sustentabilidade ao processo de crescimento.
A(s) PolÍtica(s) Econômica(s): 
PolÍticas Monetária, Cambial, 
Tributária e Fiscal
A política macroeconômica se preocupa com o funcionamento 
da economia como um todo. Em termos gerais, o objetivo da política 
macroeconômica é fornecer um ambiente econômico estável propício 
para fomentar o crescimento econômico sustentável, do qual depende 
a criação de postos de trabalho, a riqueza e a melhoria das condições 
de vida. São os pilares fundamentais de política macroeconômica: 
política fi scal, política monetária e política cambial. Esta

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