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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO FACULDADE DE LETRAS DISCIPLINA: VARIAÇÃO LINGUÍSTICA PROFESSOR: LUIZ PALLADINO ALUNA: MARIA EMILIA XAVIER PESSANHA TRABALHO DE VARIAÇÃO LINGUÍSTICA CUNHA E CINTRA (1985/ 2007) • O que é diassistema? Discorra, com exemplos, sobre os níveis de variação da língua apresentados pelos autores. De acordo com Cunha e Cintra, um diassistema é um conjunto de sistemas linguísticos no qual se inter-relacionam diversos sistemas e subsistemas, ou seja, a língua é um sistema de sistemas. E é possível observar isso no cotidiano, já que não falamos exatamente a mesma língua em todos os lugares e situações. Por exemplo, se comparamos o linguajar utilizado numa apresentação de trabalho em um ambiente acadêmica que é caracterizado pela linguagem formal, com uma conversa entre amigos íntimos que normalmente fazemos uso da linguagem informal, podendo até acrescentar gírias. Observamos que nestas duas situações estamos utilizando a mesma língua, o mesmo sistema, que nesse caso é o português, porém, apesar de um falante de português conseguir compreender o que está sendo dito nas duas situações, houve uma variação linguística na fala em cada situação. Então foi utilizado sistemas diferentes nas situações acima, apesar de a língua ser a mesma, não é o mesmo português que está sendo utilizando, o que reafirma que a língua é um sistema de sistemas. A variação é um fenômeno característico da língua, já que ela está sujeita a mudanças dependendo da época, lugar, grupo social ou contexto situacional. E apresenta, pelo menos, 3 tipos de diferenças internas, sendo elas, as variações diatópicas, diafásicas e diastráticas. Dado que a variação é intrínseca a língua, a variação ocorre em todos os níveis: fonético, fonológico morfológico, sintático e etc. Tendo como exemplo, quando falantes de uma região pronunciam a palavra vaca como /baca/, trocando o fonema /v/ por /b/, segue sendo a mesma palavra apesar de ser pronunciada de maneiras diferentes, caracterizando uma variação em nível fonético. PERINI (2010) • Como Perini caracteriza a “aula de gramática típica” nas escolas? Em que consiste “saber gramática” nessa abordagem? Para Perini a “aula de gramática típica” nas escolas é apenas ensinado a memorizar regras gramaticais, mas não ensinam como chegar a conclusão dessas regras gramaticais. Então, pode-se afirmar que o Português não é ensinado como uma matéria científica, já que, como disse Perini: a ciência não é um corpo de conhecimentos e resultados, mas é um método de obter esses conhecimentos resultados. Ou seja, a aula de gramática é tratada meramente como um corpo de conhecimentos e resultados. Logo, somos convidados a aprender e decorar resultados, em vez de ensinarmos o método que levou à obtenção de resultados. E para “saber gramática” é necessário questionar, perguntar como que se obteve aqueles resultados, compreender e ser capaz de chegar neles. Infelizmente, os livros de gramáticas usuais também apenas contém resultados, dizem como a língua deveria ser e declaram todo aquele conteúdo como verdade única, não propõe o aluno a duvidar, indagar, ou pensar como a língua é, e nem demonstram de que modo alcançou àquela regra gramatical. O que consequentemente contribui para a analfabetização científica dos estudantes por fornecer resultados sem focalizar nos métodos de obtê-lo, desencorajar as dúvidas e encorajar a acreditar em fundamentos com receitas prontas, mas sem justificativas. CAMARA Jr. (1970/ 2011) • Segundo Camara Jr., o ensino da língua escrita assegura necessariamente o aprendizado de uma “fala satisfatória”? Justifique, salientando as especificidades dos dois níveis (escrito e falado). Ao analisar os estágios de vida do ser humano, é possível afirmar que falamos a mais tempo do que escrevemos, pois desde crianças nós é ensinado a falar e colocamos essa habilidade em prática ao decorrer da vida. Por isso, a criança, o estudante, vai para a escola sabendo se comunicar de modo satisfatório apesar de ter conhecimento deficiente no registro formal do uso culto, já que, o que ele a linguagem que ele domina é chamada pelo Camara de linguagem familiar. E o que ele vai aprender na escola é a língua escrita, pois ele já tem conhecimento na língua oral, normalmente apenas no registro informal. A partir daí que começa algumas complicações, os professores pensam ilusoriamente que ao mesmo tempo que ensinam a escrever também estão ensinando a falar de modo satisfatório. Porém, há distinções entre a linguagem oral e escrita. Visto que a língua falada é espontânea, desenvolve-se sob estímulo de um ou mais falantes, enquanto a língua escrita é um sistema mais disciplinado e rígido e não sendo apenas uma representação da língua falada. Apesar de ser justo que a gramática normativa dê atenção a língua escrita, sendo a escola ter de ensinar em primeira mão, de acordo com Camara. Mas, a escrita é proveniente da fala, então só se pode aprender a ler e escrever quando dominar a fala. AZEVEDO (2008) • A partir dos conceitos de sistema, norma e uso, porque uma língua é um objeto, ao mesmo tempo, social e histórico? A língua é um sistema utilizado como meio de comunicação entre os membros de uma comunidade. É um sistema abstrato reconhecível nos muitos usos, orais ou escritos que seus falantes fazem dela, sendo o seu uso um ato individual, cada pessoa tem a sua maneira de manejar a língua. Sendo o uso, o ato concreto de falar, ouvir, escrever e ler, cada indivíduo realiza de uma maneira, porém é necessário que todos estejam na mesma sintonia para que todos os membros da comunidade possam compreender-se entre si. E modo coletivo de utilizar a língua é denominado como norma, um conjunto de realizações fonéticas, morfológicas, lexicais e sintáticas produzido e adotado mediante um acordo tácito pelos membros de uma comunidade. Sintetizando, a língua é um sistema apesar de cada sujeito realiza-se de um uso exclusivo desta e todos utilizam-se da mesma norma para que a comunicação seja possível. Então, é possível afirmar que a língua é social, por pertencer a todos, o que inclui seu uso e sistema e histórica por ser transmitida de geração a geração, através do tempo o que engloba a norma. CASTILHO (2010) • Por que uma língua natural, como o PB, é um objeto científico “escondido”? Como explicitá-lo? Castilho utiliza um exemplo que demostra como a língua natural é um objeto científico “escondido” comparando o trabalho científico de linguistas e gramáticos com o de um botânico. Pois, este especialista lida com plantas estudando a anatomia e a fisiologia, o lugar que germinam com mais vigor e as doenças que as atacam. E todos esses fatores estão expostos a eles, o objeto de estudo está no mundo real, ou seja, o objeto está explícito ao pesquisador. Diferente no caso dos linguistas e gramáticos que o objeto científico é a língua que está armazenada na mente de todos os indivíduos de uma comunidade, o que torna um objeto de pesquisa não evidente no mundo real, ou seja, implícito. Contudo para explicitá-lo é necessário que tenhamos um ponto de vista sobre a língua, o objeto de estudo, em outras palavras, criar teorias sobre a língua, um ponto de vista inteiramente racional e com princípios.
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