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Parasitologia do Coelho A coccidiose Intestinal A coccidiose intestinal em coelhos é a principal doença parasitária, é a principal causadora de mortes em criações ornamentais e principalmente traz como consequência a perda de crescimento em criações industriais. Nesse último tipo de criação, a incidência de coccidiose é um indicador de péssimas condições de manejo; acometendo principalmente coelhos jovens, pós desmama (entre 5 semanas e 3 meses) e ganho médio diário reduzido. Os animais apresentam um quadro de diarreia e um ventre aumentado. Etiologia Ciclo Evolutivo da Eimeria do coelho O parasita tem localização preferencial pelo intestino delgado e ocasionalmente no ceco. Possui ciclo coccidiano clássico: Desenvolvimento interno (período pré patente de 4,5 dias à 9 dias) → 1 -4 etapas de esquizontes (Schizogonie → formação de merozoítos). Gametogônia; O desenvolvimento externo → esporogonia (1 – 4 dias). *** Caso particular da E. stiedai → coccidiose hepática O parasita se localiza no fígado (canais biliares), porém o período pré patente é de 14 a 18 dias. EPIDEMIOLOGIA Espécies suscetíveis → somente o coelho Meios de transmissão: → Fonte de parasitas: As coelhas são uma fonte importante de contaminação aos animais jovens, uma vez que são portadores assintomáticos. O ambiente também pode contribuir, as caixas com ninho (cama – litière) são mais propicias que as cages grillagées (gaiolas teladas). Uma vez no ambiente, os oocistos são muito resistentes (como todos os coccídeos). → Via de contaminação : oral Criações industriais: As espécies de eimerias encontradas são pouco patogênicas. O sistema de chão telado reduz o risco. Quando acomete a criação está ligada principalmente aos coelhos estressados (desmame). Profilaxia bem aplicada no manejo. Criações domésticas ou ornamentais As espécies envolvidas são mais patogênicas. O risco é mais elevado devido a presença das camas na criação. A principal espécie é a E.stiedai (nos canais biliares, causando a coccidiose hepática). CLÍNICA SUB-AGUDA → doença do “grande ventre”, pós desmame; Caracterizada por uma diarreia serosa, às vezes hemorrágica. Há um aumento do volume do abdômen, anorexia, aumento da sede. Morte possível em 1-3 semanas: hipocalemia (perda de K pelo cólon, para economizar água e sódio: particularidade do coelho). Forte queda do ganho de peso diário. SUB-CLINICA → Queda do ganho de peso diário. LESÕES Intestino delgado → macro: conteúdo líquido, parede em papel mâché (edema, proliferação de nódulos brancos de 1 – 3 mm), presença de ulcerações. Micro → todos os estados parasitários dentro dos nódulos Ceco → dilatação, mesmo sem relação direta : pertubação da flora → grande ventre E.stiedai → no fígado há presença de dilatação, nódulos esbranquiçados de 1-3mm na superfície e nos canais biliares. DIAGNÓSTICO ** Nem sempre simples. Necrópsia → coloca em evidência os estágios intracelulares → pouco prático, pouco utilizado na França. Útil para a coccidiose hepática (descoberta de abate) → lesões nodulares hepáticas → observação oocistos. Coproscopia → contagem pouco informativa; identificação das espécies indispensável. MEIOS DE LUTA Objetivo → diminuir o número de oocistos no meio ambiente (erradicação impossível). Profilaxia sanitária → Fácil em propriedades industriais: grelhas desfavoráveis à reciclagem *limpeza a seco); conduta em banda única com vazio sanitário; atenção as caixas ninho (cama); atenção aos poços de lama Aproveitar dos vazios sanitários: desinfecção com água quente sob pressão (140ºC). Limpeza deve ser precisa. Profilaxia médica → 1 molécula coccidiotástica antigamente autorizada (até 2014) → Robenidine → porém induziu resistência devido ao seu amplo uso. Terapêutica Lista positiva de medicamentos → Sulfadimérazine; Sulfadiméthoxine (a mais eficaz, menos tóxica) e Sulfaquinoxaline. Toltrazuril → eficaz, porém sem lista positiva para coelhos. Raramente necessário o tratamento em criações industriais → somente se há ocorrência de espécies patogênicas e oocistos acima de 5000 OPG. LA GALE D’OREILLES (A SARNA DAS ORELHAS) Trata-se de uma doença muito comum em criações industriais, como também em criações ornamentais. A mortalidade é rara, porém os animais apresentam problemas comportamentais (agressividade) e como consequência seu enfraquecimento. O objetivo de combate é a erradicação do parasita. Etiologia → ácaro Psoroptes cuniculi ; é um parasita presente no conduto auditivo e no pavilhão da orelha. Epidemiologia → Fontes → fraca resistência no meio externo (<3 semanas); coelhos portadores +++ e pode ocorrer contaminação indireta pelo produtor +/-. → Fatores favorisantes → animais jovens são mais predispostos. Algumas raças possuem predisposição (raças gigantes e anãs domésticas); Um alimentação defeituosa e a concentração animal favorece o surgimento da doença. Sinais Clínicos → Início discreto: multiplicação de ácaros no fundo do conduto auditivo externo. Eritema na base do pavilhão, cabeça inclinada, orelhas caídas. → Fase exsudativa: Eritema elevado, exsudação com crostas amarelas, obstrução do conduto auditivo. → Fim de evolução : Prurido intenso, invasão do pavilhão por crostas (croûtes), extensão possível sobre o corpo, estato geral muito afetado, complicações possíveis (surinfection, perforation tympan → torticolis, troubles locomoteurs, epilepsie). Diagnóstico → Clínico sobre as lesões características; Laboratorial → raclage do cerúmen, o produto da raclage devem ser colocado no lactophénol, e depois observado no microscópio → ovos, larvas, ninfas e adultos do parasita. Profilaxia → efetivo sadio → quarentena na introdução de novos animais; Efetivo contaminado → isolar os doentes, desinfetar as caixas e tratar todos os animais presença de portadores assintomáticos). Tratamento → acaricida insitillé dentro das orelhas (3x com 1 semana de intervalo); Avermectinas → Ivermectina ou eprinomectina. OXYURIDOSE Problema comum em criações industriais como também ornamentais.. O parasita possui papel patogênico mínimo → irritação anal, +/- problemas de fecundidade ou aleitamento; *modelo de estudo para a oxyuridose do homem. Passalurus ambiguus Ciclo → ingestão de ovo embrionado (L3) → estados pré- imaginaux na mucosa do intestino groso → adultos na luz o cecum e do cólon → fêmeas migram e colocam os ovos na margem do ânus → evolução de 18 -24 horas do ovo → ovo embrionado. Ppp = 2 meses. Clínica → irritação anal com coceira e infecções secundárias; Outros sinais podem surgir como diarreia, paresia cecal, emagrecimento e uma queda da fecundidade e lactação das coelhas. Diagnóstico → Scotch test → ruban adhésif nas margens do ânus → exame microscópio para localizar ovos → autópsia Profilaxia → Levamisole em 1ª intenção todos as 2 bandas.
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