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Manejo alimentar, sanitário e reprodutivo de coelhos ANATOMIA A cecotrofia é um mecanismo fisiológico típico do coelho Durante o dia, as fezes expelidas pelos coelhos são duras e grandes, neste caso não ocorre a coprofagia. Cecotrofia 1º ciclo: denominado cecotrofismo, caracteriza-se pela ingestão dos alimentos, nos quais passam obrigatoriamente pelo ceco, onde serão selecionados e submetidos a digestão microbiana. 2º período em que ocorre cecotrofagia, caracterizada pela ingestão dos cecotrofos diretamente do ânus por sucção oral, propiciando a segunda passagem da digesta pelo trato digestivo; completando-se no estômago, a digestão microbiana, e no intestino delgado, sofre digestão enzimática, e absorção de seus nutrientes. Na segunda passagem pelos intestinos, a digesta não passa necesariamente pelo ceco · As fezes noturnas são moles, menores e contém um revestimento mucoso, e os coelhos as comem logo após serem expelidas · O processo digestivo do coelho se efetua em uma segunda ingestão, a dos alimentos cecotrofos, o excremento mole que o animal consome diretamente do ânus, nos momentos de máxima quietude durante a noite. · Os cecotrofos contém alguns aminoácidos e vitaminas do complexo B, sintetizados no intestino ceco, que são essenciais para a saúde e desenvolvimento do animal · Função: reter no ceco produtos da digestão gástrica e entérica a fim de que as bactérias cecais atuem sintetizando as proteínas, aminoácidos essenciais e vitaminas, que graças a funcionalidade do cólon podem ser ingeridas e aproveitadas pelo animal ALIMENTAÇÃO · Faltam estudos no Brasil · Necessidade de ração peletizada · Quantidade de “pó” deve ser máxima de 3% · Recomenda o peneiramento antes do fornecimento · Energia necessária fornecida por carboidratos, lipídeos e proteínas · Aproximadamente 2% do p.v. em ração (2.100 a 2.500 Kcal) · Fornecer feno de gramínea ou leguminosas e folhas (verduras) escuras · Nunca fornecer alface ou verduras com folhas claras = diarreia!!!! · As verduras mais recomendadas são: couve, almeirão, folhas de repolho, folhas de uva, de mostarda, de brócolis, rama de batata doce · As frutas podem incluir maçã, mamão e caqui · Os tubérculos, a batata doce, beterraba, cenoura CONCENTRADO · Peletizados! · Não devemos fornecer alimentos farelados, pois o coelho pode inalar algum fragmento, causando um quadro de pneumonia por aspiração · Quantidades a serem fornecidas: MINERAIS E VITAMINAS · Minerais: altas para láparos e coelhas em lactação · Vitaminas: coelhos adultos sintetizam vit. C e do complexo B = cecotrofia · Fornecer: vitaminas lipossolúveis: A, D e E independente da idade ÁGUA · Bebedouros automáticos · Água limpa e de boa qualidade · Necessidade: 2 L / kg de matéria seca · Falta de água: pouca chance de sobrevivência MANEJO REPRODUTIVO Reprodução · Maturidade sexual: Raças médias: fêmeas alcançam a idade de reprodução aos 4 ½ meses e os machos aos 5 meses · Raças pesadas: fêmeas aos 6 meses e machos aos 7 meses · A proporção é de 1 macho para cada 10 fêmeas (1:10), sendo que cada macho só pode cobrir uma fêmea por dia, pois várias coberturas influenciará na qualidade do ejaculado • Sinais de cio: inquietação, vulva edemaciada e arroxeada · Mudanças de comportamento similares aos machos: marcação com urina, inquietação, agressividade ou tentativa de montar · Logo que o macho e a fêmea se vêem, ele iniciará a aproximação. · Ele vai cheirá-la, especialmente na região anogenital. A fêmea pode fazer o mesmo. · O farejamento se realiza com os animais quietos ou se movimentando em círculos. · O macho correrá em repetidas ocasiões ao seu redor, emitindo um barulho. Logo que puder, marcará a fêmea passando o queixo sobre ela. Também pode urinar · Se a coelha está receptiva, se deitará para favorecer a monta. Caso contrário, pode se mostrar agressiva e escapar. · O coelho a montará durante alguns segundos com rápidos movimentos de pélvis. · Para isso, segura os lados da fêmea com sua patas dianteiras e a morde na região do pescoço. · Em um último movimento ejaculará, gritará e se deixará cair ao lado da fêmea. · A cópula estimula a ovulação e em algumas horas se produzirá a fecundação. · Se os coelhos são deixados juntos, podem repetir a monta. · Manter machos e fêmeas separados desde pequenos, senão não cruzam na idade reprodutiva · Colocar fêmea na baia/gaiola do macho (no território dela, a fêmea tende a ser agressiva e ataca o macho) · Não deixar eles juntos mais de 30 min · Gestação de aproximadamente 30 dias · O macho é capaz de copular a cada poucos minutos sempre que encontre uma fêmea receptiva. Esta, por sua vez, pode aceitar o macho também continuamente, inclusive recém parida e enquanto amamenta. Portanto, não se pode falar de um número concreto de cópulas diárias. · Porém o macho não vai emitir sêmen em todas as montas, e quanto mais cópulas efetue menor a probabilidade de emissão. · Este tipo de cópula pode desencadear na coelha uma pseudogestação, ou seja, seu corpo vai reagir como se tivesse acontecido a fecundação para gerar coelhos filhotes. · Anotar o dia da cobertura para previsão do parto ou programar descartes (a fêmea que repetir o cio 4 vezes consecutivas deve ser descartada) · Após 10 dias realizar a palpação para verificar se a coelha está prenhe, caso contrário colocá -la novamente em linha de cobertura · Colocar um ninho na gaiola do 23° ao 25° dia de gestação · Ninho = caixote de madeira deve possuir uma abertura e estar cheio maravalha, capim ou material semelhante, sempre limpo e seco e sem odor forte. É completado com pelos da coelha, que ela retira do ventre na véspera do parto. INSEMINAÇÃO ARTIFICIAL · A IA permitiu multiplicar, de forma quase geométrica, genótipos superiores identificados, contribuindo para, de certa forma, "democratizar" o acesso à genética superior · Também possibilita que um menor número de machos seja selecionado para reprodução, proporcionado aumento da intensidade de seleção de machos · Aumenta as taxas de fertilidade em épocas estacionais desfavoráveis, particularmente com altas temperaturas, onde normalmente observa-se redução da qualidade do sêmen de reprodutores e melhor controle sanitário · A coleta do sêmen é feita utilizando-se vagina artificial · A fertilidade da coelha é influenciada por vários fatores, como temperatura, luminosidade e alimentação · O aumento da exposição diária à luz pode levar a um aumento do tamanho da prole em coelhas púberes · A inseminação artificial pode ser utilizado dois hormônios para indução da ovulação,como GnRH e hCG, depois faz-se todo o procedimento para inseminar a coelha utilizando uma pipeta PARTO · Dura em média 15 a 30 minutos · 1 a 20 animais, normal 7 a 10 animais · Normalmente na madrugada · Dia do parto, consome pouca ração, pouca água · Após o parto o consumo de água é elevado → ausência pode causar canibalismo · Normalmente 4 pares de tetos · Láparos - Animais com até 12 dias de vida · Eles nascem sem pelos, com os olhos e ouvidos fechados. Com 4 dias o pelo começa a crescer e a abertura dos olhos e ouvidos ocorrem por volta dos 12 dias de idade · 15 a 20 dias já saem do ninho e começam a comer mesma comida que a coelha, embora ainda estejam sendo amamentados, essa é uma fase muito importante pois introduz uma nova dieta aos láparos · Retirar o ninho com 20 dias DESMAME · Desmama com 30 dias - embora com 18 de dias de vida os láparos já comecem a ingerir sólidos · Após o desmame as crias devem separadas por sexo e em número correspondente ao sistema de criação adotado MANEJO SANITÁRIO Biosseguridade · Interna: medidas que evitam a propagação e a difusão de agentes patógenos dentro de uma granja · Externa: medidas de biosseguridade desenvolvidas a prevenir a entrada de novas enfermidades · Isolamento do criatório · Controle da introdução de outros animais na criação · Aplicação de um plano sanitário preventivo · Controle de pragas (ratos e insetos) · Medidas de higiene Desinfecção: · Desinfecçãofinal: é aquela que se realiza a cada final de um ciclo produtivo, quando os animais se destinam ao abate · Limpeza a seco: para eliminar restos de matéria orgânica · Limpeza e saneamento: lava-se com água e detergente · Desinfecção contínua: se realiza como proteção dos animais que se encontram na criação: pedilúvios, isolamento de animais doentes e higienização de gaiolas e ninhos. · As criações que utilizam um correto plano de desinfecção, alcançam um melhor estado sanitário. · Limpeza das gaiolas: cada vez que se desocupe uma gaiola por troca ou principalmente morte de um animal, a mesma deve ser lavada e desinfetada · • Usar a vassoura de fogo (lança-chamas) nas gaiolas de arame a fim de eliminar-se: pelos, ácaros e materiais que possam desenvolver doenças. · • Lavar as gaiolas, comedouros, bebedouros, eliminando restos de matéria fecal, de alimentos, e outros com uso de algum tipo de desinfetante · É importante a limpeza prévia dos materiais para que os desinfetantes possam agir de maneira mais eficaz, não tendo diminuída sua eficiência pela presença de algum tipo de matéria orgânica · Pintar com cal periodicamente as instalações · Retirar periodicamente os dejetos do criatório evitando que fique amontoado dentro do mesmo. · Combater exaustivamente as moscas e ratos uma vez que estes sujam e contaminam os comedouros. Além do que os ratos transmitem enfermidades, se introduzem nos ninhos, matam os filhotes e assustam as coelhas podendo provocar inclusive casos de canibalismo · Eliminação de vazamentos e poças de água para evitar a proliferação de moscas e mosquitos · Moscas e mosquitos podem atuar como transmissores de enfermidades infectocontagiosas como a mixomatose, para a qual praticamente não existe tratamento · Para controlar moscas e mosquitos se deve pulverizar com produtos a base de piretroide, dentro, debaixo das gaiolas e em toda a área do galpão · Retirar o esterco e os animais mortos · Todo animal que apresente sinais de enfermidade será isolado e medicado · Incinerar e/ou enterrar coberto com cal os animais mortos · Os coelhos novos, que sejam adquiridos de outras criações devem ser isolados e mantidos em observação, devendo ser desparasitados · Manter limpos e em boas condições, os depósitos de alimentos · Limpar e desinfetar periodicamente as instalações para água e bebedouros · Restringir a entrada de visitas na criação MIXOMATOSE A face pode tornar-se muito inchado Pus espesso é libertado pelo nariz e o coelho pode ter dificuldade em respirar A maioria dos coelhos com estes sintomas pode morrer dentro de 14 dias Doença viral, transmissão por pulgas e mosquitos Conjuntivite (vermelho, olhos lacrimejantes) Febre alta, Perda de apetite e letargia Membranas mucosas e outros tecidos ficam edemaciados, incluindo os olhos, nariz, boca, orelhas (que se tornam caídos) e áreas genitais e anais DOENÇA HEMORRÁGICA VIRAL Causada por um calicivírus, é altamente contagiosa Transmissão: contato direto ou indireto (através de objetos contaminados, roedores e insetos). Os sintomas podem manifestar-se cerca de 48 horas após a infecção e a mortalidade pode variar entre os 50 e 100% Perda de apetite, Letargia, Febre alta, Espasmos, Incoordenação, excitação, Sangramento do nariz ou outros orifícios naturais e Morte súbita VACINAÇÃO Devem ser: contra pasteurelose (necessária) e mixomatoe (só lugares ou zonas infectadas) SARNA Sarna auricular (sarna da orelha) · A sarna auricular é uma doença de rápido contágio, ocasionada por dois parasitas, Psoroptes communis e Chorioptes cuniculis , que se localizam dentro do ouvido do animal, na parte profunda da pele . · A primeira manifestação de sarna auricular começa pelo aparecimento de forte irritação no interior de um dos ouvidos do coelho seguida de inflamação e formação de uma secreção espessa, que em poucos dias torna - se serosa e amarelada . · Como prevenção, deve -se manter a limpeza das instalações, não permitir a entrada de animais doentes no rebanho e realizar o exame periodicamente dos animais . Manifestações Clínicas · Os animais atacados pela sarna auricular: ficam inapetentes; mostram-se fracos; emagrecem rapidamente. • Tratamento • Realizar a limpeza do ouvido para aplicação de sarnicida. · A profilaxia contra as sarnas é obtida através da higiene C OCCIDIOSE · A coccidiose é uma infecção causada por protozoários intracelulares que é altamente contagiosa entre coelhos. · É causada por espécies de protozoários do gênero Eimeria, parasitas microscópicos e unicelulares. · Má absorção de nutrientes, desequilíbrio eletrolítico, anemia e desidratação. As manifestações são muito inespecíficas: apetite reduzido, depressão, dor abdominal, crescimento retardo, diarreia e anemia. As fezes podem conter sangue ou muco · Infelizmente o diagnóstico de coccidiose em coelhos vivos é muito difícil de ser feito. Um exame de fezes pode indicar a dos oocistos, no entanto, os oocistos de coccidiose são frequentemente difíceis de distinguir da levedura específica de coelho (Cyniclomyces guttulatus) · O tratamento envolve a administração de antibióticos. O tratamento com anticoccidianos geralmente só é bem-sucedido para coelhos que foram infectados por menos de cinco ou seis dias. Mesmo se o tratamento for bem-sucedido, a diarreia e a mortalidade podem ainda ser observadas durante alguns dias após o início do tratamento. A recidiva também pode ocorrer e é observada regularmente após uma ou duas semanas. O papel dos antibióticos é de controlar as infecções secundarias e protozoários até que a imunidade do coelho se desenvolva. O coelho pode se tornar imune a doença, porem isso só ocorre após o animal passar por infecções leves. No entanto, a imunidade é específica da espécie e, portanto, a kexposição a uma espécie não protege contra outras espécies
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