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COMUNICAÇÃO ORGANIZACIONAL AULA 4 Profª Cláudia Osna Geber 2 CONVERSA INICIAL Olá! Chegamos a mais uma aula de nossa disciplina. Agora que você já entende melhor os cinco tipos de comunicação organizacional, e a quem essas comunicações se destinam, vamos abordar as ferramentas pertinentes, com exceção da comunicação integrada, cujas ferramentas são a união de todas as demais – e os diferentes tipos de linguagem. Falaremos, portanto, sobre: 1. Ferramentas comunicação interna; 2. Ferramentas da comunicação institucional; 3. Ferramentas da comunicação administrativa; 4. Ferramentas da comunicação mercadológica; 5. Linguagens utilizadas na comunicação organizacional. CONTEXTUALIZANDO Acredito que você tenha clareza do quanto a comunicação é fundamental no mundo empresarial – na verdade em todos os mundos, não é mesmo? Então pense que em todos os níveis da atividade organizacional as pessoas estão, frequentemente, adquirindo e disseminando informações; portanto, a comunicação parte da dinâmica organizacional. Além disso, todas as funções administrativas (como planejar, por exemplo) acontecem por meio da comunicação (Chiavenato, 2014). Uma das maneiras de entender a comunicação é indo além dos conceitos disponíveis, como já falamos em aulas anteriores, e considerar suas dimensões humana, instrumental e estratégica; ela se efetiva por seres humanos e, portanto, por pessoas que se comunicam entre si (Kunsch, 2016) Porém, apesar de todos os processos da tecnologia, a comunicação entre pessoas ainda deixa muito a desejar (Chiavenato, 2014). Está pronto para aprender as ferramentas dos diferentes tipos de comunicação, que certamente auxiliam muito na melhoria da comunicação entre as pessoas, e consequentemente nas organizações? Saiba mais Mas antes, assista ao vídeo para relembrar como a Comunicação Organizacional evoluiu até os dias atuais e assim já começar a imaginar quais são as ferramentas desta comunicação, tema desta aula. 3 COMUNICAÇÃO organizacional histórico. Patricia Lass Weisheimer, 1 jul. 2017. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=bvNBeulz1Cc&featur e=youtu.be>. Acesso em: 14 fev. 2019. TEMA 1 – FERRAMENTAS DA COMUNICAÇÃO INTERNA Vamos começar relembrando o que é comunicação interna, tópico aprendido anteriormente. A comunicação interna é a comunicação voltada para funcionários e colaboradores vinculados à empresa (Matos, 2014), envolvendo os diferentes setores da organização na busca por integrar todas as áreas (Pimentel, 2017). Essa forma de comunicação deve ser planejada em torno de propósitos claros, para que a interação entre as áreas seja possível, visando o compartilhamento de informações – não mais a informação como ferramenta de poder – e o engajamento dos envolvidos (Reis, 2016). É nítida a evolução da comunicação interna, porém as ferramentas e técnicas utilizadas nesse tipo de comunicação nem sempre acompanham essa evolução. Se não há ferramentas, meios e tecnologias necessários, a comunicação interna não consegue entregar os resultados esperados e condizentes com os objetivos da empresa (Vilvert, 2017). Nesse contexto, as ferramentas tradicionais, como mural, continuam presentes nas empresas, porém vêm dando cada vez mais espaço para novas ferramentas tecnológicas, mais dinâmicas, atrativas e de fácil mensuração, auxiliando a empresa e os profissionais de comunicação (Vilvert, 2017). Em uma pesquisa realizada com mais de 200 empresas no Brasil, buscando traçar as perspectivas, ainda atuais, da área de comunicação interna, destacam-se os resultados (Albuquerque, 2017): Muitas empresas, em especial de grande e médio porte, afirmam que pretendem seguir utilizando as ferramentas tradicionais, enquanto as pequenas empresas tendem a ir na direção oposta, aderindo a canais que permitem uma maior interação e agilidade entre os envolvidos, como newsletters/revistas digitais (27%) e redes sociais corporativas (22%). 19% dos funcionários das grandes empresas consideram que existem ferramentas em excesso que prejudicam a comunicação. Já entre as pequenas e médias, destaca-se a ausência de ferramentas eficientes. 4 As empresas no geral consideram fundamental mensurar os resultados da comunicação interna, principalmente nas grandes empresas (83%), que costumam ter uma verba significada destinada para essa área. Mesmo reconhecendo a importância da mensuração, são poucas as empresas que utilizam ferramentas adequadas. Vamos, então, falar sobre essas ferramentas? Aas principais ferramentas apresentadas em diferentes artigos sobre o tema, com destaque para Oliveira (2018), são: Intranet: É considerada uma ferramenta moderna. É um canal de uso exclusivo dos funcionários da empresa, que permite a divulgação de informações como treinamentos e novidades. Se for utilizada da forma certa, permite uma comunicação padronizada e centralizada entre toda a equipe, lembrando que é fundamental que os funcionários estejam preparados e que criem o hábito de utilizar essa plataforma. E-mail: Apesar ser uma ferramenta tradicional, o e-mail ainda é muito utilizado, inclusive uma pesquisa apresenta que 92% das empresas utilizam e-mail como ferramenta interna. É barato e rápida e pode ser útil para comunicar imprevistos, porém as pessoas podem “se perder” em caixas de e-mails lotadas. Mural: Pode ser considerada a ferramenta mais antiga; só funciona bem se colocado em um local de fácil visualização para todos os funcionários, e se for atrativo. É mais utilizado em empresas pequenas. Manual do colaborador: É praticamente um “Manual de boas vindas”, bastante útil principalmente para novos colaboradores, por conter as principais informações da empresa, como as normas internas. Ao invés de um denso manual, pode ser substituído por um “guia prático”. Rede social colaborativa: Assim como as redes sociais que utilizamos, as redes sociais corporativas são uma comunicação mais horizontal, que aproxima diferentes áreas da empresa, geralmente já sendo familiar para os funcionários, e permitindo que sejam realizados chats (bate-papo). É como se fosse uma intranet mais avançada, com um custo baixo. Difere das redes sociais por seu uso interno; portanto, não devem ter o mesmo tom informal das redes sociais externas. 5 Drive de compartilhamento: Útil para as empresas compartilharem arquivos e documentos com mais agilidade, permitindo inclusive sua edição de forma colaborativa e em tempo real. Jornais ou Newsletter: Pode ser impresso ou físico, dependendo da verba e do público; o formato virtual tende a ser mais fácil e atrativo. Para ser um material relevante, a equipe deve participar da sua criação. Deve ser um material inovador e atrativo. Caixa de sugestões: Funciona bem para os funcionários que têm boas ideias, mas têm receio, ou timidez. Assim, podem comunicar-se de forma anônima. TV Corporativa: É como se fosse um mural mais tecnológico. Necessita estar em um local de fácil visualização para todos e comunicar a mensagem de forma clara, atrativa e atual. Apesar de ser uma ferramenta mais cara, o seu apelo visual faz bastante diferença. Reuniões: Mesmo com a tecnologia, ainda existem assuntos que precisam ser tratados presencialmente com um fórum específico. Videoconferência: É semelhante às reuniões, porém se aplica a situações em que nem todos os membros necessários estão disponíveis no mesmo espaço físico. É importante destacar, por fim, que a ferramenta ideal para uma organizaçãonem sempre é a ferramenta ideal para outra, já que isso depende das caraterísticas do público da empresa e também do seu funcionamento (Vilvert, 2017). Um exemplo são as empresas de alta tecnologia, que utilizam mural no chão de fábrica para divulgar as informações, pois é a única forma de a comunicação ser eficaz nesse cenário (Oliveira, 2018). Saiba mais Entenda mais sobre as ferramentas de comunicação interna e as principais tendências desta área com o seguinte artigo. Após a leitura, reflita sobre quais ferramentas você utilizaria para aplicar as novas tendências ROCHA, I. M. G da. Sobre as tendências da Comunicação Interna. LinkedIn, 9 jan. 2019. Disponível em: <https://www.linkedin.com/pulse/sobre-tendências-da- comunicação-interna-isabella-m-gomes-da-rocha/>. Acesso em: 14 fev. 2019. 6 TEMA 2 – FERRAMENTAS DA COMUNICAÇÃO INSTITUCIONAL Retomando o que aprendemos anteriormente, a comunicação institucional é a responsável pela construção e manutenção da identidade corporativa da organização, indo além de divulgar a marca, pois cria engajamento entre a marca e o público a quem se destina (Pimentel, 2017). A comunicação institucional faz parte da gestão corporativa. Busca criar uma atmosfera positiva da organização para a imprensa e a sociedade, gerenciando dessa forma as diretrizes da comunicação organizacional e envolvendo a elaboração de planos estratégicos criados por profissionais aptos para tal ponto, que possam tornar-se porta-vozes da empresa na mídia (Pereira, 2012). Quando a comunicação institucional não é bem-feita, o público não entende, e acaba sobrando para e empresa, o que impacta o valor de seus produtos. As pessoas passam a entender que a empresa é menos valiosa menos do que realmente é. Um exemplo disso são empresas com sites abandonados – quando o consumidor faz a busca, acaba tendo uma péssima imagem. Isso pode impactar diretamente no sucesso da empresa e no alcance de suas metas (Rosa, 2019), e por isso as organizações devem buscar ferramentas que garantem um “meio caminho” para o sucesso da comunicação institucional. As principais ferramentas destacadas são (Lago, 2009; Vereda Academia, 2009): Relações públicas: Administra, de forma estratégia e em conjunto com as demais ferramentas, a comunicação das organizações com seus públicos. Auxilia na credibilidade da empresa ao propor um posicionamento coerente e duradouro, além de ajudar a formar um diferencial para os públicos, motivar o diálogo e ouvir as necessidades da opinião pública, assim provavelmente alcançando a aceitação e a adesão dos públicos. Jornalismo empresarial: Aplica as técnicas e paradigmas do jornalismo tradicional na organização. Atua junto com os departamentos de Relações Públicas e de Publicidade e Propaganda, sendo uma subárea especializada na atividade jornalística. 7 Assessoria de imprensa: Faz a mediação entre as organizações e o seu público, por meio de veículos impressos ou eletrônicos. É essencial para que a organização se comunique com a opinião pública e a mídia. Editoração multimídia: É o cuidado necessário em todos os produtos comunicacionais, como impressos, eletrônicos e digitais, buscando atender necessidades da comunicação, tornando-a mais rápida e atrativa para o público. Imagem corporativa: É a imagem que os públicos têm sobre a organização, o que pensam sobre a empresa. É o resultado das ideias e impressões sobre a organização. Identidade corporativa: É o retrato real da organização, o que ela realmente é e diz, aliado ao perfil técnico e cultural da empresa. Propaganda institucional: É uma propaganda informativa, que busca divulgar as conquistas das organizações, comunicar sua personalidade e transmitir conceitos relacionados à sua imagem, de forma criativa, para que se fixem na mente do público. Marketing social: Tem como alvo a sociedade, não o mercado, e se relaciona com causas sociais ou ambientas. Acontece por meio de campanhas públicas e busca conscientizar a sociedade. Marketing cultural: Se relaciona com a produção e o patrocínio cultural, como obras de arte; como consequência da lei de incentivo fiscal, está em ascensão. Importante apresentar, ainda, que no mundo em que vivemos, o uso das mídias é cada vez mais importante, porque aproxima as organizações de seus públicos. Assim, tais ferramentas devem ser bem utilizadas pelas organizações, sendo uma forma também de mostrar transparência com a sociedade em relação à postura da organização (Menezes, 2016). Finalizo, então, já abordando o próximo tópico, pois no mundo competitivo em que vivemos, recomenda-se que as ferramentas da comunicação institucional atuem em conjunto com as ferramentas da comunicação mercadológica, para, ao mesmo tempo, comunicar o comprometimento institucional, ganhando confiança e promovendo a o produto ou serviço, para que o consumidor busque a empresa (Pereira, 2012). 8 Saiba mais Acesse a página da agência Convictiva (<http://www.convictiva.com.br/artigos/o-papel-da-comunicacao-institucional- nas-organizacoes/<), que, entre outros serviços oferece um “pacote de comunicação institucional” para os seus clientes, e entenda melhor como funciona esse canal. TEMA 3 – FERRAMENTAS DA COMUNICAÇÃO ADMINISTRATIVA A comunicação administrativa envolve os procedimentos comunicacionais que acontecem nas empresas, sendo responsável, por exemplo, pelos papéis e memorandos. Essa comunicação refere-se à tomada de decisão quanto aos diversos assuntos que dizem respeito à organização (Felizola et al., 2008), por meio da qual as ações dos processos empresarias convergem e transformam os recursos em produtos e resultados (Azevedo, 2011). Fundamental para uma completa compreensão das informações relacionadas às funções administrativas internas e externas para os diferentes públicos da organização, a comunicação administrativa deve estar focada em se adaptar às novas tecnologias, tornar os processos mais racionais, segmentar as temáticas de acordo com os públicos e regiões (entre outros), preparar quem irá receber a comunicação, ter uma equipe apta para realizar a comunicação, produzir uma comunicação atrativa, rápida e com uma identidade comum, e estabelecer interação com a empresa (Gessi, 2009). Diferentemente da comunicação interna, por ter objetivos unicamente informativos, a comunicação administrativa utiliza as mesmas ferramentas, já que se destina ao mesmo público. Entre elas, destacamos os murais e mídias impressas. Além disso, tendo como base um estudo de caso realizado sobre essa temática, é proposto como uma ferramenta o levantamento frequente das insatisfações e sugestões dos funcionários nos aspectos que se relacionam aos processos de trabalho e à própria comunicação administrativa (Muniz, 2009). A ideia é formalizar esses processos, que geralmente ocorrem de modo informal nas empresas. Assim, podem ser aprimorados, melhorando a comunicação administrativa, valorizando-se mais o funcionário e criando uma cultura de humanização do trabalho (Muniz, 2009). 9 Saiba mais Essa proposta é corroborada em um artigo nacional, apresentado em 2017, que propõe o uso de feedbacks constantes como uma ferramenta da comunicação administrativa, assim valorizando os colaboradores, o que garante um bom clima organizacional. GUIRRO, I. TORRES, D. A Comunicação Administrativa no processo de humanização das organizações. In: ENCONTRO NACIONAL DE HISTÓRIA DA MÍDIA, 11., 2017. Anais... Disponível em: <http://www.ufrgs.br/alcar/encontros- nacionais-1/encontros-nacionais/11o-encontro-2017/gt-2013-historia-da-publicidade-e-da-comunicacao-institucional/a-comunicacao-administrativa-no- processo-de-humanizacao-das-organizacoes/view>. Acesso em: 14 fev. 2019. Outra ferramenta simples que também é proposta são políticas que estabeleçam a qualidade do relacionamento entre funcionário e gestor, por exemplo na forma de acompanhamento constante dos prazos, para evitar o aborrecimento de constantes cobranças. Nesse sentido, existe uma relação clara entre a comunicação administrativa e a comunicação interpessoal nas empresas, já que a comunicação administrativa auxilia a promover e manter a comunicação interpessoal, enquanto a comunicação interpessoal promove oportunidades de melhoria dos processos da comunicação administrativa (Guirro; Torres, 2007). Essas ferramentas destacam-se em um contexto em que, comparada com a comunicação interna, este tipo de comunicação tende a não dar abertura para o lado pessoas dos colaboradores e para o que eles pensam, por exemplo, a respeito de novas regras e normas da empresa. Isso impacta diretamente no sucesso empresarial – afinal, se dentro da organização estas pessoas são funcionários, fora elas podem ser consumidores (Muniz, 2009). Esse ponto é reforçado por autores que apresentam que a percepção do aspecto humano é praticamente forma nula na comunicação administrativa (Guirro; Torres, 2007). Apesar de considerado bastante importante para as organizações, o processo da comunicação administrativa tem apresentado pouca evolução; deve, portanto, ser reavaliado e adaptado, considerando as novas tecnologias de informação e de comunicação no ambiente organizacional (Rodrigues; Velloso; Yanaza, 2016). Nesse sentido, questiona-se por que razão as tecnologias conseguem se desenvolver e se adaptar a mudanças e novas 10 realidades, enquanto a comunicação administrativa não segue o mesmo ritmo, esquecendo-se da humanização das organizações, em um contexto em que é recorrente a busca pela realização pessoal na vida e também no trabalho (Guirro; Torres, 2007). Saiba mais Assista ao vídeo sobre os serviços prestados por uma empresa de comunicação organizacional e entenda mais sobre o tema EMPRESA comunicação mercadológia. Agencia Viva Total, 28 jan. 2008. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=HJkRftR4KuE>. Acesso em: 14 fev. 2019. TEMA 4 – FERRAMENTAS DA COMUNICAÇÃO MERCADOLÓGICA A comunicação mercadológica difere da institucional pelo fato de seu foco ser as vendas, tendo como objetivo final a sustentabilidade e a lucratividade da empresa (Pereira, 2012), estando diretamente ligada à área de marketing (Pimentel, 2017). A comunicação mercadológica tende a ter metas estabelecidas. Trata-se, geralmente, de um setor considerado como um investimento pela empresa, sendo que os profissionais da área tendem a utilizar esse tipo de comunicação em busca de um aumento de vendas e lucro para a organização. Para tanto, a comunicação mercadológica informa, convence e reforça para o público-alvo vantagens, diferenciais, benefícios e custos desejados dos produtos e serviços da empresa. Anteriormente, já abordamos, de forma breve, algumas das principais ferramentas da comunicação mercadológica. Tradicionalmente, as ferramentas que compõem a comunicação organizacional são categorizadas em: propaganda, venda pessoal, promoções, materiais de ponto de venda, publicidade e relações públicas: Propaganda é uma maneira de promover uma ideia buscando atingir um público alvo previamente estabelecido, tendo como principal objetivo despertar emoções e sentimentos nas pessoas, para estimular uma venda, ou visando agregar valor para a marca. A propaganda busca a comunicação de campanhas no âmbito ideológico, ressaltando tudo que 11 agrega valor para a marca. Essa ferramenta engloba desde a comunicação em marcas, como por exemplo a televisão, até a panfletagem nas ruas (Saiba..., 2019). A venda pessoal é o processo pelo qual o vendedor identifica, aproxima, comercializa e satisfaz as necessidades e os desejos dos clientes, tendo sempre em mente a satisfação dos envolvidos. Ocorre por meio da apresentação direta a um cliente, em geral por um representante de vendas de forma presencial, pelo telefone ou pela internet (Venda pessoal, 2018). As promoções englobam um conjunto de métodos e recursos que buscam aumentar as vendas de um determinado produto ou serviço durante um período de tempo definido. Destacam-se como principais objetivos dessa ferramenta: apresentar novos produtos, aumentar a frequência de comprar, retomar antigos clientes, construir um relacionamento com consumidores atuais, gerar compras múltiplas e manter (e recompensar) consumidores fiéis (Sebrae, 2019). Materiais de Ponto de Venda ou Merchandising são todas as operações realizadas dentro do Ponto de Vendas com o objetivo de colocar o produto certo, no local certo, na quantidade, no preço e no tempo certo, tudo isso com um visual atrativo e impecável e uma exposição assertiva (Silva, 2018). Publicidade, apesar de semelhante, difere da propaganda pelo objetivo de divulgar ideias que influenciam no comportamento de grupos. A publicidade é um dos 4 Ps do marketing, sendo a ferramenta responsável por difundir ideias e tornar a estratégia da empresa pública (Aprenda..., 2019). Relações Públicas é o processo estratégico de comunicação que constrói relações benéficas tanto para as organizações quanto para os seus públicos; ou seja, essa ferramenta é uma forma de organizar as relações e processos de troca entre as organizações e os públicos de forma a gerar valor para ambos. É também uma ferramenta da comunicação mercadológica, conforme abordamos anteriormente, o endomarketing. Em síntese, a comunicação mercadológica utiliza um mix integrado de ferramentas, ou instrumentos da comunicação, para transmitir mensagens, 12 buscando garantir que o público-alvo receba este conteúdo, auxiliando assim na construção simbólica, processo que envolve as organizações e suas marcas, produtos e serviços, conquistando, dessa forma, o consumidor e o público-alvo definidos pela área de marketing. Para viabilizar esse recebimento de forma eficaz, é necessário o uso de ferramentas que resolvam os problemas existentes no processo de criação, transmissão e recebimento da mensagem, já que a comunicação mercadológica só atinge seu objetivo se as informações sobre os produtos e serviços forem compreendidas e se auxiliarem o consumidor a decidir sobre o produto. Sempre haverá, em maior ou menor grau, fontes que atrapalham a mensagem, como problemas de linguagem, mas a comunicação só será considerada eficaz quando for recebida de forma compreensível e atraente pelo público a quem se destina. Portanto, tão importante quanto saber quais são as ferramentas, é descobrir quais são aquelas que melhor se adequam e que sejam melhor compreendidas pelo público a quem se destinam, para que esse público interprete corretamente o conteúdo das mensagens. Nesse contexto, para uma comunicação mercadológica eficiente, a organização deve analisar diversos fatores, como os hábitos dos consumidores, sua localização, o tipo de serviço ou produto, os objetivos da empresa e o mercado (Pereira, 2012). Avaliando qual ferramenta será melhor utilizada, conforme explicamos, a empresa consegue utilizá-las para (SMC Comunicação, 2014): mensurar melhor os resultados das ações de marketing que realizou; estruturar uma equipe comercial com foco nas estratégias da empresa; ter maior agilidade nas iniciativas de marketing, quando necessário; intensificar a integraçãoe a motivação entre funcionários e empresa. Saiba mais Considerando a comunicação mercadológica um “braço” da área do marketing, leia a reportagem e avalie como essas tendências podem ser aplicadas na área da comunicação. DINO. 4 grandes tendências do marketing para 2019. Exame, 18 dez. 2018. Disponível em: <https://exame.abril.com.br/negocios/dino/4-grandes- tendencias-do-marketing-para-2019/>. Acesso em: 14 fev. 2019. 13 TEMA 5 – LINGUAGENS Nas organizações empresariais, é fundamental que a comunicação, por ser feita entre indivíduos, conforme falamos previamente, leve em conta diversos fatores, dentre eles a linguagem, já que os seres humanos se diferenciam das máquinas, entre outros aspectos, por conta da linguagem (Guirro; Torres, 2017). O processo comunicacional é formado por quatro principais componentes (Marques, 2018): Emissor: É quem transmite a mensagem, responsável por repassar todas as informações necessárias para que o conteúdo seja corretamente compreendido. Receptor: É quem recebe e interpreta a mensagem. Linguagem: Envolve, basicamente, os códigos de linguagem utilizados para a transmissão correta das informações; Mensagem: É o conjunto de informações que são transmitidas. Este código sobre o qual falamos ao tratar da linguagem nada mais é do que o modo que dá forma à mensagem, que depende da linguagem utilizada. Esta linguagem pode ser classificada em (Vaz, 2016): Linguagem escrita: O código, neste caso, é a palavra escrita; Linguagem falada: Neste caso o código é a oralização, ou fala, da palavra; Linguagem não verbal: São os sinais não linguísticos, como por exemplo imagens e gráficos; Linguagem corporal: Também é uma comunicação não verbal, porém engloba gestos, posturas e expressões dos envolvidos. É importante destacar que, mesmo que a comunicação geralmente não esteja oficializada em um manual, ela deve considerar o nível de instrução dos diferentes colaboradores e do público-alvo com quem se deseja falar, do “chão de fábrica” ao setor administrativo, buscando, assim, uma linguagem padronizada que torne a mensagem clara, curta, atrativa, relevante e de fácil entendimento para todos os envolvidos (Albuquerque; Fernandes; Santos, 2018). Nos casos de a mensagem ter como foco um determinado público, isso deve estar claro; nessa situação, a linguagem poderá ser adequada aos fins 14 (Albuquerque; Fernandes; Santos, 2018). Quando a comunicação é feita em uma linguagem não comumente utilizada pelos públicos envolvidos (o que pode ocorrer quando o receptor não tem clareza do tipo de público com o qual está lidando), acontece o que chamamos de barreira semântica. Por exemplo, uma empresa de tecnologia manda um comunicado para os operadores de máquina na fábrica utilizando de uma linguagem técnica familiar somente à equipe envolvida no desenvolvimento dos produtos. Além disso, por mais básico que pareça, uma das situações ainda presentes no dia a dia das empresas é o uso incorreto da língua portuguesa, tanto na forma falada quanto na escrita – o que, evidentemente, prejudica muito a comunicação organizacional (Marques, 2018). É fundamental, portanto, uma atenção redobrada à linguagem propriamente dita; ou seja, antes de comunicar algo, o responsável, ou o emissor, deve se certificar de que está comunicando corretamente com o sentido que deseja transmitir, o que blinda contra possíveis erros de interpretação (Marques, 2018). Finalizo destacando que a adequação ao público e o uso apropriado da linguagem fazem toda a diferença na garantia de uma comunicação eficaz, ou seja, garantem que o receptor, seja ele quem for, entenda a mensagem transmitida. Saiba mais Leia o artigo e entenda as formas cabíveis para que os executivos minimizem conflitos nas empresas, utilizando, entre outras ferramentas, de linguagem apropriada. MARQUES, J. A importância da comunicação eficaz nas organizações. Ibccoaching, 14 dez. 2018. Disponível em: <http://www.ibccoaching.com.br/portal/rh-gestao-pessoas/importancia- comunicacao-eficaz-organizacoes/>. Acesso em: 14 fev. 2019. TROCANDO IDEIAS Abordamos nesta aula as principais ferramentas dos diferentes tipos de comunicação – interna, institucional, administrativa e mercadológica –, sua importância e aplicações e também a função da linguagem. Agora, pensando em um cenário competitivo no mundo globalizado em que vivemos, se você tivesse 15 que escolher apenas uma ferramenta de cada tipo de comunicação, e um tipo de linguagem, qual você acredita que seria mais eficaz? Pense também nos motivos e detalhes para a sua escolha. NA PRÁTICA Leia o artigo e, tendo como base os aprendizados dessa aula, faça a seguinte relação: Qual a melhor ferramenta, dentro todas as indicadas, para colocar em prática cada uma das dicas? Em qual das dicas você entende que mais se aplica a importância de uma linguagem adequada? Explique os motivos da sua escolha. COMUNICAÇÃO corporativa: 4 dicas para ter credibilidade e transparência. Partners, 18 out. 2018. Disponível em: <http://www.partnerscom.com.br/blog/2 018/comunicacao-corporativa-4-dicas-para-ter-credibilidade-e-transparencia>. Acesso em: 14 fev. 2019. FINALIZANDO Partindo dos conhecimentos aprendidos anteriormente, abordamos nessa aula as ferramentas dos quatro principais tipos de comunicação organizacional – a interna, a institucional, a administrativa e a mercadológica –, e também as diferentes linguagens da comunicação. Começamos pelas ferramentas da comunicação interna, abordando o uso de ferramentas como e-mail, mural e TV Colaborativa, seus diferenciais, vantagens e desvantagens, além de apresentar alguns dados do uso das ferramentas para empresas de diferentes portes. Seguimos, então, para as ferramentas da comunicação institucional, explicando ferramentas como assessoria de imprensa e relações públicas, entre outras, e detalhando o quão fundamental é essa comunicação para a empresa garantir uma imagem positiva com o cliente e, com isso, levá-lo a comprar e se tornar fiel. Falamos então das ferramentas da comunicação administrativa, que são muito semelhantes às ferramentas da comunicação interna; porém, nesse tópico, foi dado um maior destaque para a questão da humanização da 16 comunicação, tema muito importante, mas ainda não suficientemente aplicado nas empresas. As últimas ferramentas abordadas foram a comunicação mercadológica, também com foco no cliente, ainda que mais fortemente nas vendas propriamente ditas, e não na imagem da empresa – detalhando, entre outros aspectos, o uso da propaganda e da publicidade. Finalizamos com a importância dos diferentes tipos de linguagem, como a oral e a escrita, ressaltando que as empresas devem entender com quem estão falando para utilizar uma linguagem correta, evitando assim a criação de barreiras semânticas. 17 REFERÊNCIAS ALBUQUERQUE, A.; FERNANDES, J.; SANTOS, H. Gestão de Comunicação Organizacional: Estudo de Caso da Empresa Indaiá. In: INTERCOM, 20, 2018, Juazeiro. Anais... Disponível em: <http://portalintercom.org.br/anais/nordeste20 18/resumos/R62-1204-1.pdf>. Acesso em: 14 fev. 2019. ALBUQUERQUE, K. Comunicação interna: o gestor é o canal da vez nas empresas. Medium.com, 20 jul. 2017. Disponível em: <https://medium.com/@conversacoletivo/comunicação-interna-o-gestor-é-o- canal-da-vez-nas-empresas-5f3c92452899>. Acesso em: 14 fev. 2019. APRENDA de vez o que é publicidade e aplique em seu negócio. Ideal marketing, 2019. Disponível em: <https://www.idealmarketing.com.br/blog/o-que-e-publicidade/>. Acesso em: 14 fev. 2019. AZEVEDO, M. Comunicação Administrativa e Interna. CIE, 27 dez. 2011. Disponível em: <http://comunicacaointerpessoalempresarial.blogspot.com/2011 /12/comunicacao-administrativa-e-interna.html/>. Acesso em: 14 fev. 2019. CHIAVENATO, I. Comportamento organizacional: a dinâmica do sucesso das organizações. 3. ed. São Paulo: Manole, 2014. COMUNICAÇÃO mercadológica. SMC Comunicação, 2014. Disponível em: <https://smc-comunicacao-humana.webnode.com/comunicação- mercadologica//>. Acesso em: 14 fev. 2019. FELIZOLA, M. et al. A Comunicação Institucional como Agente Criador da Imagem e Identidade Corporativa: O Caso Vale. In: INTERCOM, 31, 2008, Natal. Anais... Disponível em: <http://www.intercom.org.br/papers/nacionais/20 08/resumos/r3-0730-1.pdf>. Acesso em: 14 fev. 2019. GESSI, S. Comunicação administrativa, como assim? ComOrg, 23 maio 2009. Disponível em: <http://comorg-meto.blogspot.com/2009/05/comunicacao- administrativa-como-assim.html>. Acesso em: 14 fev. 2019. GUIRRO, I.; TORRES, D. A Comunicação Administrativa no processo de humanização das organizações. In: ENCONTRO NACIONAL DE HISTÓRIA DA MÍDIA, 11., 2017. Anais... Disponível em: <http://www.ufrgs.br/alcar/encontros- nacionais-1/encontros-nacionais/11o-encontro-2017/gt-2013-historia-da- 18 publicidade-e-da-comunicacao-institucional/a-comunicacao-administrativa-no- processo-de-humanizacao-das-organizacoes/view>. 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