Buscar

INTRODUÇÃO À PARASITOLOGIA HUMANA - Prof Vítor - P1 - Leonardo Muzzy

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 9 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 9 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 9 páginas

Prévia do material em texto

MUZZY, L. A. – Parasitologia 
 
1 
 
Introdução à Parasitologia Humana
Parasita 
Indivíduo que viva à custa de outro, ou da sociedade a que 
pertence, incluindo nesse conceito uma censura ou 
condenação por oportunismo, abuso ou mau caráter. 
Parasito 
Os parasitos dependem de outros seres vivos, 
eventualmente dos seres humanos, que, por uma razão ou 
por outra, tomaram-se seus hospedeiros, muito 
involuntariamente. 
Cadeia Alimentar 
Uma cadeia alimentar, que se inicia com microrganismos e 
vegetais sintetizadores e se continua através dos 
herbívoros, granívoros, etc. até chegar aos carnívoros e 
onívoros (entre os quais está o homem), transfere 
sucessivamente a matéria e a energia contidas em seus 
carboidratos, lipídios e proteínas, através dos sistemas 
ecológicos, permitindo que a vida continue a se desenvolver 
sobre a face da Terra. 
 
 
Os ecologistas chamam os grandes sintetizadores de 
matéria orgânica (os vegetais, fundamentalmente) de 
organismos produtores. Os demais são os organismos 
consumidores: 
 Consumidores primários são aqueles que se alimentam 
dos produtores, herbívoros por exemplo. 
 Consumidores secundários são os carnívoros que se 
alimentam de herbívoros etc.; 
 Consumidores terciários são os carnívoros que se 
alimentam de outros carnívoros. 
 
Onde ficam os parasitos? 
Os parasitos são organismos consumidores que, segundo a 
natureza de seus hospedeiros (plantas, animais herbívoros 
ou carnívoros), podem situar-se em níveis de consumidores 
primários, secundários, terciários ou quaternários. 
Metabolicamente, comportam-se como os demais 
consumidores. Por serem eles de porte muito menor que 
seus hospedeiros e às vezes microscópicos, as populações 
de parasitos podem ser muito maiores que as das espécies 
parasitadas. Um único paciente pode abrigar vários áscaris, 
dezenas de ancilostomídeos e centenas ou milhares de 
esquistossomos, no intestino, ou um milhão de plasmódios 
da malária por mililitro de sangue. Mas, evidentemente, a 
biomassa dos parasitos é sempre muito menor que a de 
seus hospedeiros. 
Sistemas Ecológicos 
Na natureza, todos os organismos vivos e o meio físico em 
que se encontram formam um todo inter-relacionado - o 
sistema ecológico ou ecossistema - em cujo seio há intensa 
circulação de materiais e de energia, transferidos dos 
organismos produtores para os consumidores e retomando 
ao meio ambiente não-vivo quando as plantas, suas folhas, 
ou os animais morrem e seus corpos são destruídos por 
microrganismos decomponentes. Estes asseguram a 
recirculação dos compostos orgânicos e inorgânicos mais 
simples, como o fechamento dos ciclos do carbono, do 
oxigênio, do nitrogênio etc. Sem a morte e a decomposição, 
o meio acabaria por esgotar-se de materiais essenciais à 
 MUZZY, L. A. – Parasitologia 
 
2 
 
continuidade dos processos metabólicos e da reprodução 
dos seres vivos e conduziria ao colapso do ecossistema. A 
biomassa dos organismos presentes em cada região deve 
permanecer dentro dos limites permitidos pela capacidade 
do meio ambiente, isto é, da capacidade biótica do meio. 
Relações entre os Seres Vivos 
Nos ambientes naturais observa-se que os organismos 
presentes formam comunidades biológicas complexas 
(compreendendo geralmente vegetais, fungos, bactérias, 
vírus, protozoários e metazoários), onde o equilíbrio entre 
as populações de diferentes espécies depende das relações 
que estas mantenham entre si. Essas relações podem ser 
de indiferença, de antagonismo (quando competem pelas 
mesmas fontes alimentares, por espaço etc., ou quando 
uma é predadora da outra), mas também de apoio e 
cooperação. 
Competição Associação 
 
Competição por Predatismo 
Há predatismo quando uma espécie destrói os membros de 
outra para prover sua alimentação, sendo ambas de porte 
não muito diferente. Todos os carnívoros são predadores. 
Tal é o caso, por exemplo, dos felinos que caçam roedores 
e aves; ou as aranhas, em relação a moscas e outros insetos 
de que sugam a hemolinfa até matar. Mas quando a 
predação é desenvolvida por pequenos animais em relação 
a outros muito maiores, como quando carrapatos e insetos 
hematófagos sugam o homem ou outros mamíferos, 
falamos de micropredadores. 
Associação 
Entre as relações de cooperação, encontramos modalidades 
bastante diferentes. Umas são intraespecíficas, outras 
interespecíficas. 
 Nas associações intraespecíficas são os indivíduos de 
uma mesma espécie que se reúnem em grupos ora mais 
frouxos, como nas colônias, enxames, cardumes, rebanhos 
e manadas, ora mais cerrados e organizados, inclusive com 
divisão do trabalho ou especialização fisiológica, como nos 
formigueiros, nos cupinzeiros, nas colmeias e nas sociedades 
humanas. 
 Nas associações interespecíficas, as relações de 
coabitação entre os indivíduos de espécies diferentes 
podem ser também complexas e diversificadas. 
Associação por Forésia 
Este nome descreve a situação em que uma espécie utiliza 
outra como suporte, abrigo ou meio de transporte. Nas 
Américas, a mosca do berne (Dermatobia hominis), que é 
um inseto robusto, apanha em voo moscas ou mosquitos 
hematófagos sobre o abdome dos quais deposita seus ovos, 
colando-os com suas secreções. As larvas que aí completam 
seu desenvolvimento, ao fim de algum tempo, aproveitam-
se das ocasiões em que o inseto hematófago vai picar o 
gado ou o homem para levantarem o opérculo dos ovos, 
agarrarem-se à pele e nela se implantarem, passando a 
comportar-se aí como parasitos. 
Associação por Comensalismo 
Indica a relação, entre duas espécies, pela qual uma partilha dos 
nutrientes que a outra consegue. Etimologicamente, comensais 
são os que comem à mesma mesa. Exemplo clássico é o da 
associação entre actíneas (anêmonas-do-mar) e o paguro 
(crustáceo de abdome mole que se protege ocupando as 
conchas vazias de moluscos gastrópodes). Instalando-se sobre a 
concha habitada pelo paguro, uma ou mais actíneas aproveitam-
se dos restos alimentares que o crustáceo rejeita ou dispersa, 
bem como de seus deslocamentos. Tanto no comensalismo 
como na forésia, a associação costuma ser temporária e 
geralmente não é obrigatória para nenhum dos parceiros. Cada 
qual mantém sua independência orgânica, ingere, digere e 
metaboliza seus alimentos, que a convivência permitiu obter mais 
facilmente. 
Associação por Parasitismo 
Representa a forma de associação mais estreita e profunda, pois 
estabelece entre os indivíduos de duas espécies diferentes um 
contato íntimo e duradouro, em nível histológico. Na maioria dos 
casos um organismo (o hospedeiro) passa a constituir o meio 
ecológico onde vive o outro (o parasito). Além disso, criam-se 
entre eles laços de dependência metabólica, ficando o 
metabolismo do parasito vinculado ao de seu hospedeiro. Essa 
vinculação é primordialmente de natureza nutritiva: o parasito 
retira do animal parasitado todos, ou grande parte dos materiais 
de que necessita. 
 Os parasitos externos - ectoparasitos - podem obter o 
oxigênio diretamente do meio exterior, como fazem o "berne" 
(larva da Dermatobia hominis) ou o "bicho-do-pé" (fêmea parasita 
de Tunga penetrans, uma pulga do porco). 
X 
 MUZZY, L. A. – Parasitologia 
 
3 
 
 Os parasitos internos - ou endoparasitos – dependem 
totalmente de seus hospedeiros como fonte nutritiva. A 
vinculação metabólica não se limita à obtenção de alimentos. No 
processo de adaptação do parasito às novas condições de vida 
ele pode ter perdido a função de alguns genes importantes para 
seu metabolismo; genes que codificavam a síntese de enzimas, 
por exemplo. A sobrevivência da espécie parasita passou a 
depender do funcionamento das enzimas correspondentes do 
hospedeiro, que fabricarão os materiais que ele não pode 
produzir. 
O grau de dependência metabólica aumenta com o número de 
substâncias que o parasito necessita encontrar pré-formadas no 
meio (seu hospedeiro). Chamamos essas substâncias, 
indispensáveisao parasito, de fatores de crescimento. Os 
tripanossomos, protozoários que vivem no sangue e nos tecidos 
de muitos vertebrados, perderam a capacidade de sintetizar as 
moléculas de porfirinas, indispensáveis para a construção de seu 
próprio sistema respiratório. Como parasitos do sangue, 
encontram na estrutura da hemoglobina a fração protoporfirina 
já formada. 
 
Podemos adotar uma definição para caracterizar o que 
entendemos por parasitismo, atualmente, e distingui-lo de outros 
tipos de relações entre organismos vivos: Parasitismo é toda 
relação ecológica desenvolvida entre indivíduos de espécies 
diferentes, em que se observa, além de associação íntima e 
duradoura, uma dependência metabólica. 
O grau de parasitismo permite imaginar uma escala, para a qual 
não faltam exemplos, que vai desde a dependência metabólica 
igual a zero (comensais), passando pelos que requerem um ou 
mais fatores de crescimento de seu hospedeiro, até a 
dependência total, quando os parasitos vivem inteira e 
permanentemente no meio interno de outra espécie. 
O parasitismo pode ser uma condição temporária ou 
permanente. 
1. No caso da mosca do berne (Dermatobia), o parasitismo (que 
é obrigatório) só ocorre na fase larvária. 
2. O "bicho-de-pé" (Tunga), somente a fêmea grávida toma-se 
obrigatoriamente parasita. 
Ciclo Biológico dos Parasitos 
Cada espécie de parasito tem seus próprios hospedeiros. Alguns 
só podem infectar uma ou poucas espécies muito próximas: são 
os parasitos estenoxenos. Outros podem viver em uma grande 
variedade delas, que infectam indistintamente: são os parasitos 
eurixenos. 
 
 Monoxenos: Há parasitos que necessitam de um só 
hospedeiro para completar seu ciclo vital. Ao passar de um 
hospedeiro a outro (da mesma espécie ou de espécies 
diferentes), repetem sempre exatamente a mesma história de 
eventos fisiológicos. Esse tipo de ciclo é monoxeno. 
 
 Heteroxenos: O ciclo heteroxeno é mais complicado, pois o 
parasito só completa seu desenvolvimento passando 
sucessivamente e sempre na mesma ordem por dois ou mais 
hospedeiros. Os primeiros hospedeiros, onde crescem e se 
diferenciam as fases larvárias do parasito, são considerados 
hospedeiros intermediários; O último, onde se desenvolvem e 
vivem as formas adultas do parasito, é chamado de hospedeiro 
definitivo. Muitas vezes nos referimos aos hospedeiros 
intermediários (normalmente quando são artrópodes ou 
moluscos) como sendo os vetores da infecção. Muitos parasitos 
se localizam no aparelho digestivo ou na pele de seu hospedeiro, 
mas alguns só podem viver em lugares muito especiais, como o 
fígado, o pulmão, o sistema nervoso etc. Para propagar-se, cada 
parasito deve contar com dispositivos que lhe permitam deixar o 
organismo de um hospedeiro para ir alcançar outro, igualmente 
adequado, e chegar ao seu hábitat normal. 
 MUZZY, L. A. – Parasitologia 
 
4 
 
Checklist do Ciclo Biológico dos Parasitos 
A passagem de um hospedeiro a outro é fenômeno complexo, 
pois envolve eventualmente certos mecanismos necessários 
para: 
✓ que os parasitos possam deixar o organismo de seu 
hospedeiro atual; 
✓ transporte ou deslocamento até o novo hospedeiro; 
✓ identificação do novo hospedeiro, mediante sistemas de 
reconhecimento (de natureza bioquímica, em geral) situados 
no tegumento, nas mucosas ou nas membranas celulares 
(receptores de membrana) do hospedeiro; como também 
deve contar com os recursos correspondentes destinados à 
penetração através dessas estruturas ou a um processo de 
endocitose; 
✓ migrações por vezes muito complicadas das formas 
infectantes ou dos parasitos adultos, já no interior do novo 
hospedeiro, até que finalmente alcancem e reconheçam sua 
localização definitiva e aí completem seu desenvolvimento. 
Foco natural de uma Parasitose 
Os parasitos não se encontram em qualquer parte. Como os 
outros organismos da biosfera, cada um deles ocupa 
determinados territórios e nichos ecológicos bem precisos. 
Condições essenciais para que existam os focos naturais de uma 
parasitose: 
1. A presença simultânea, no espaço e no tempo (ainda que 
por períodos limitados), dos membros da cadeia 
epidemiológica que asseguram a circulação do parasito 
(hospedeiros e vetores); 
2. A densidade populacional dos hospedeiros (e dos vetores, se 
estes fizerem parte da transmissão) de tal ordem que possa 
assegurar boa probabilidade da passagem do parasito de um 
hospedeiro a outro (ou entre vetores e hospedeiros 
definitivos); 
3. A existência de condições do meio ambiente compatíveis 
com as necessidades que os cistos, ovos ou larvas dos 
parasitas têm, para que possam sobreviver até encontrar um 
novo hospedeiro. 
4. Se houver insetos ou outros vetores do parasitismo, a 
longevidade desses animais deverá estar assegurada, pelas 
condições ambientais, por um tempo suficiente para que a 
transmissão se efetue; 
5. A presença do parasito ou sua introdução, em dado 
momento, no ecossistema adequado à sua manutenção. 
Exemplo: todas as condições para a existência da 
esquistossomose devida ao Schistosoma mansoni já existiam nas 
Américas antes da chegada dos europeus; no entanto, só depois 
que estes organizaram o tráfico de escravos para cá, os parasitas 
originários da África se implantaram no Novo Mundo. 
Checklist do foco natural de uma 
Parasitose 
Portanto, no foco natural de uma parasitose há uma relação direta 
do relevo, solo, clima, água, flora e fauna, de tal modo que 
tenhamos: 
✓ Coincidência de hábitats dos hospedeiros e vetores; 
✓ Número suficiente de hospedeiros e vetores para que o 
parasito possa circular entre eles; 
✓ O parasito em número suficiente para atingir o hospedeiro 
e/ou vetor; 
✓ Condições propícias para a transmissão (clima úmido, 
temperatura e altitude adequadas etc.). 
Relações entre o parasito e seu hospedeiro 
Quando um parasito tem a capacidade de desenvolver-se no 
organismo do homem ou de determinado animal, dizemos que 
eles são suscetíveis a tal parasito. Essa condição por vezes é 
apenas teórica, pois na realidade nunca se verifica tal infecção. As 
razões podem estar na existência de barreiras geográficas, 
ecológicas, comportamentais ou outras que impeçam o contato 
ou a penetração do parasito no organismo suscetível. O 
camundongo (Mus musculus), por exemplo, que é muito usado 
no laboratório para estudos sobre a esquistossomose, nunca se 
encontra infectado na natureza pelo Schistosoma, pois não 
frequenta os lugares onde poderia contaminar-se: as coleções de 
água doce onde vivem os moluscos vetores. Sabe-se que a 
Taenia saginata é rara entre os hindus, que não comem carne 
bovina, e a Taenia solium não se encontra entre os muçulmanos 
e os judeus, que proíbem a carne de porco. 
Parasito/Hospedeiro 
Resistência Natural 
Em geral, os organismos oferecem resistência à penetração ou 
à sobrevivência dos parasitas. Essa resistência é absoluta quando 
determinado parasito não dispõe de mecanismos que lhe 
permitam invadir o organismo de determinada espécie, ou 
quando não encontram nesta as condições exigidas por seu 
metabolismo e desenvolvimento. Assim, todos os membros da 
espécie são igualmente resistentes a tal parasito. Outras vezes a 
resistência é relativa e varia quanto ao seu grau de eficiência, 
havendo então indivíduos mais e outros menos resistentes. Em 
geral, estamos diante de mecanismos biológicos, inerentes ao 
organismo do hospedeiro, que foram preservados ou favorecidos 
pela seleção natural por assegurarem maiores probabilidades de 
sobrevivência e multiplicação das espécies parasitadas. Fala-se de 
resistência natural quando as barreiras que se opõem ao 
parasitismo existem independentemente de qualquer contato 
anterior com o parasito e são comuns a todos os indivíduos da 
 MUZZY, L. A. – Parasitologia 
 
5 
 
mesma espécie. Entre os vários mecanismos que protegem o 
hospedeiro contra este ou aquele parasito, deve-se contar a 
natureza do tegumento cutâneo e a das mucosas,com suas 
secreções e movimentos ciliares (drenando a árvore respiratória, 
por exemplo), várias substâncias do sangue e dos tecidos com 
poder antimicrobiano, mas principalmente as células com 
capacidade fagocitária. 
 
Fagocitose: Esta função é encontrada em grande variedade de 
células e em toda a escala biológica, desde as amebas até os 
animais superiores. Ela compreende mecanismos de aderência, 
de ingestão e digestão de corpos estranhos encontrados no meio 
interno dos organismos por células como os polimorfonucleares 
e monócitos do sangue, pelos macrófagos e demais elementos 
do sistema fagocítico mononuclear (SFM), e constitui um dos 
mais importantes dispositivos protetores antiparasitários. O SFM 
encontra-se distribuído por todo o organismo. Seus elementos 
fazem parte do tecido conjuntivo, mas predominam ao longo dos 
capilares e concentram-se em órgãos como o baço, o fígado, os 
linfonodos e outros tecidos linfoides (amígdalas, folículos linfoides 
dos intestinos etc.). Se um microrganismo entra na circulação 
sanguínea, qualquer que tenha sido o ponto de penetração, será 
levado a passar por um dos leitos capilares de circulação lenta 
(fígado, pulmões, baço etc.), onde os macrófagos vão agarrá-lo e, 
eventualmente, fagocitá-lo. 
 
Inflamação Aguda: Por outro lado, o parasito ou seus produtos, 
ao lesarem os tecidos do hospedeiro, provocam a liberação de 
substâncias biologicamente muito ativas (mediadores químicos do 
tipo histamina, etc.) que desencadeiam uma reação inflamatória 
focal. A reação inflamatória é outro mecanismo importante que 
tende a destruir os parasitos ou, quando menos, a isolá-los e 
limitar-lhes o desenvolvimento 
Granuloma Ovo S. mansoni. 
 
Parasito/Hospedeiro 
Resistência Adquirida 
Os especialistas definem essa resistência ou imunidade como a 
resposta fisiológica desenvolvida pelo hospedeiro, em função de 
um contato atual ou anterior com os antígenos parasitários, sendo 
de tal ordem que tende a impedir ou limitar a implantação dos 
parasitos, ou sua sobrevivência, ou então sua multiplicação no 
organismo do hospedeiro. A resistência adquirida, por outro lado, 
é uma propriedade individual, não herdada, propriedade esta 
surgida em função de uma experiência pessoal do hospedeiro 
em contato com o parasito ou seus produtos. Os mecanismos da 
resistência adquirida estão ligados fundamentalmente à atividade 
dos linfócitos e plasmócitos. Há duas classes de linfócitos: B e T 
 
Células B: A combinação de antígenos e anticorpos forma 
complexos antígeno-anticorpo que podem provocar diversos 
tipos de respostas fisiológicas da parte do hospedeiro, tais como: 
 Estimulação da fagocitose, através da ativação de 
macrófagos; 
 Estimulação da reação inflamatória, através de diferentes 
mecanismos que envolvem ativação de linfócitos T, 
macrófagos, eosinófilos, mastócitos etc. e liberação de 
substâncias biologicamente ativas, das quais algumas são 
tóxicas para os parasitos; 
 Ativação do sistema complemento; 
 Destruição (lise) dos parasitos portadores do antígeno 
específico; e, até mesmo, de células do hospedeiro que 
contenham tais parasitos. 
 
Células T: Os linfócitos T também possuem receptores de 
membrana. Há várias classes de células T, dentre as quais se 
destacam: 
 As células T auxiliares, que, quando ativadas pelos antígenos 
específicos, multiplicam-se e passam a excretar pequenas 
quantidades de substâncias fisiologicamente muito potentes, 
mas de ação local e transitória: são as linfocinas, cuja 
participação no processo inflamatório e no ataque aos 
parasitos é muito importante. Entre as linfocinas encontram-
se fatores citotóxicos, ativador de macrófagos e 
quimiotáticos, que atraem outras células inflamatórias para o 
local; 
 As células T supressoras, que exercem ação controladora 
sobre outros elementos do sistema imunológico; 
 As células T citotóxicas, com capacidade de destruir 
diretamente as células-alvo do processo imunológico, desde 
que ativadas. 
 
 MUZZY, L. A. – Parasitologia 
 
6 
 
 
 
Ação dos parasitos sobre o hospedeiro 
Nem sempre a presença de um parasito em um hospedeiro 
indica que está havendo ação patogênica do mesmo. Entretanto, 
essa ausência de patogenicidade (seria comensal e não um 
parasito) é rara, de curta duração e, muitas vezes, depende da 
fase evolutiva do parasito. Em geral, os distúrbios que ocorrem 
são de pequena relevância, pois há uma tendência de haver um 
equilíbrio entre a ação do parasito e a capacidade de resistência 
do hospedeiro. A doença parasitária é um acidente que ocorre 
em consequência de um desequilíbrio entre hospedeiro e o 
parasito. O grau de intensidade da doença parasitária depende de 
vários fatores: o número de formas infectantes presentes, a 
virulência da cepa, a idade e o estado nutricional do hospedeiro, 
os órgãos atingidos, a associação de um parasito com outras 
espécies e o grau da resposta imune ou inflamatória 
desencadeada. Em verdade, a morte do hospedeiro representa 
também a morte do parasito, o que, para este, não é bom.. 
 
Tipos de ação patogênica dos parasitos: 
1. Ação ESPOLIATIVA: Quando o parasito absorve nutrientes 
ou mesmo sangue do hospedeiro. É o caso dos 
Ancylostomatidae, que ingerem sangue da mucosa intestinal 
(utilizam esse sangue para obtenção de Fe e O2, e não para 
se nutrirem dele diretamente) e deixam pontos 
hemorrágicos na mucosa, quando abandonam o local da 
sucção. Outro exemplo é o hematofagismo dos triatomíneos 
ou de mosquitos. 
2. Ação TÓXICA: Algumas espécies produzem enzimas ou 
metabólitos que podem lesar o hospedeiro. Exemplos: as 
reações alérgicas provocadas pelos metabólitos do A. 
lumbricoides, as reações teciduais (intestino, figado, pulmões) 
produzidas pelas secreções no miracídio dentro do ovo do 
S. mansoni etc. 
3. Ação MECÂNICA: Algumas espécies podem impedir o fluxo 
de alimento, bile ou absorção alimentar. Assim, o 
enovelamento de A. lumbricoides dentro de uma alça 
intestinal, obstruindoa; a G. lamblia, "atapetando" o duodeno 
etc. 
4. Ação TRAUMÁTICA: É provocada, principalmente, por 
formas larvárias de helmintos, embora vermes adultos e 
protozoários também sejam capazes de fazê-lo. Assim, a 
migração cutânea e pulmonar pelas larvas de 
Ancylostomatidae; as lesões hepáticas pela migração da F. 
hepatica jovem; as úlceras intestinais provocadas pelos 
Ancylostomatidae e T. trichiura; o rompimento das hemácias 
pelos Plasmodium etc. 
5. Ação IRRITATIVA: Deve-se a presença constante do parasito 
que, sem produzir lesões traumáticas, irrita o local parasitado. 
Como exemplo, temos a ação das ventosas dos Cestoda ou 
dos lábios dos A. lumbricoides na mucosa intestinal. 
6. Ação ENZIMÁTICA: É o que ocorre na penetração da pele 
por cercárias de S. mansoni; a ação da E. histolytica ou dos 
Ancylostomatidae para lesar o epitélio intestinal e, assim, 
obter alimentos assimiláveis etc. Qualquer parasito que 
consuma o Oxigênio, da hemoglobina, ou produza anemia, é 
capaz de provocar uma anóxia generalizada. É o que 
acontece com os Plasmodium ou, em infecções maciças, 
pelos Ancylostomatidae. 
Epidemiologia 
Epidemiologia é a ciência que estuda a distribuição de doenças 
ou enfermidades, assim como a de seus determinantes na 
população humana. Estes determinantes são conhecidos em 
epidemiologia como fatores de risco. O objetivo principal da 
epidemiologia é a promoção da saúde através da prevenção de 
doenças, em grupos populacionais. Estes grupos populacionais 
podem ser os habitantes de uma área geográfica definida 
(município, estado, país), os indivíduos de uma determinada faixa 
etária, os trabalhadores de uma determinada profissão, ou seja, 
as pessoas que foram ou estão expostas a um ou mais fatores 
de risco específicos. Diferentemente da clínica, que tem como 
objeto de atenção o indivíduo doente, a epidemiologia estuda o 
estado de saúde de uma população. 
 
As principais perguntas que a epidemiologia procura respondercom relação a distribuição de doenças em uma população são: 
1. Por que certas pessoas adoecem e outras não? 
2. Por que algumas doenças só ocorrem em determinadas 
áreas geográficas? 
3. Por que a ocorrência de determinada doença varia com 
o tempo? 
 MUZZY, L. A. – Parasitologia 
 
7 
 
A distribuição da malária no Brasil fornece um bom 
exemplo: Esta doença é frequente na Região Norte, ocorre 
principalmente entre operários empregados na construção 
de estradas, entre garimpeiros, entre migrantes e pessoas 
que ocasionalmente ali vão pescar ou caçar. Os prováveis 
fatores de risco associados a maior frequência da malária 
nesta região estão relacionados, entre outros, com a maior 
facilidade para o contato entre o indivíduo suscetível e o 
vetor infectado e a maior suscetibilidade de algumas pessoas 
a infecção (migrantes sem contato prévio com o parasita). 
Tríade Epidemiológica 
A transmissão e a manutenção de uma doença na 
população humana são resultantes do processo interativo 
entre o agente, o meio ambiente e o hospedeiro humano. 
As doenças têm sido classicamente descritas como 
resultantes da tríade epidemiológica. 
 
 
 
 
 
O meio ambiente, conjunto de fatores que mantêm relações 
interativas entre o homem e o agente etiológico, pode ser 
classificado em biológico, social e físico: 
 Meio ambiente biológico: inclui reservatórios de infecção, 
vetores que transmitem as doenças (moscas, mosquitos, 
triatomíneos), plantas e animais. 
 Meio ambiente social: é definido em termos da organização 
política e econômica e da inserção do indivíduo dentro da 
sociedade. 
 Meio ambiente físico: inclui situação geográfica, recursos 
hídricos, poluentes químicos, agentes físicos e ambientais, que 
são os seus componentes. Temperatura, umidade e pluviosidade 
são variáveis climáticas que mais de perto se relacionam com as 
doenças. 
Formas de Disseminação 
Veículo Comum: O agente etiológico pode ser transferido por 
fonte única, como a água, os alimentos, o ar. Pode ser resultante 
de exposição simples ao agente ou exposições continuadas por 
um determinado período de tempo. As infecções alimentares e 
a cólera (transmissão pela água) são exemplos de doenças 
transmitidas por veículo comum. 
Propagação de Pessoa a Pessoa: O agente é disseminado através 
de contato entre indivíduos infectados e suscetíveis, por via 
respiratória (sarampo), sexual (HIV) ou por vetores (leishmaniose, 
malária, doença de Chagas). 
Período de Incubação 
Uma importante característica epidemiológica de doença é o 
período de incubação, que é definido como o intervalo entre a 
exposição ao agente (contato) e o aparecimento da enfermidade. 
As doenças infecciosas apresentam período de incubação 
específico, que depende diretamente da taxa de crescimento do 
agente infeccioso no organismo do hospedeiro e também de 
outros fatores, como a dose do agente infeccioso, a porta de 
entrada do agente e o grau de resposta imune do hospedeiro. 
Este mesmo conceito é aplicável às doenças não-infecciosas. 
Como exemplos de períodos de incubação para algumas 
doenças, podemos citar: 
1. para a malária por Plasmodium falciparum é de 12 dias; 
2. para a amebíase é entre duas e quatro semanas; 
3. para a esquistossomose entre duas e seis semanas. 
Doenças clínicas e subclínicas 
Em muitas doenças, a proporção de indivíduos infectados sem 
sinais ou sintomas clínicos (doença subclínica) pode ser bem maior 
do que a proporção de indivíduos que apresentam sintomas 
clínicos (doença clínica). Por não apresentarem manifestações 
definidas, estas infecções não são de início clinicamente 
diagnosticáveis. Entretanto, as infecções sem sintomas clínicos 
 MUZZY, L. A. – Parasitologia 
 
8 
 
são importantes do ponto de vista epidemiológico e, dependendo 
da doença, esta fase pode ser de alta transmissibilidade. 
A metáfora do iceberg, ou seja, para determinadas doenças, igual 
ao iceberg, grande parte da história natural fica submersa. 
 
Este modelo apresenta a relação existente entre o número de 
indivíduos infectados, sem e com sintomas clínicos. A doença 
subclínica ou inaparente pode incluir: 
1) doença pré-clínica: inicialmente não é detectável através de 
sintomas clínicos, no entanto, progride para a forma clínica; 
2) doença subclínica: permanece em forma subclínica, sendo 
detectável através de exames sorológicos (anticorpos); 
3) doença latente: infecções em que o agente permanece em 
forma latente, não se multiplica. 
Medidas Preventivas 
Prevenção primária: Medidas que procuram impedir que o 
indivíduo adoeça, controlando os fatores de risco; agem, 
portanto, na fase pré-patogênica ou na fase em que o 
indivíduo se encontra sadio ou suscetível. Podem ser 
primordiais (moradia adequada, saneamento ambiental, 
incluindo tratamento de água, esgoto e coleta de lixo, 
educação, alimentação adequada, áreas de lazer) e 
específicas (imunização, equipamento de segurança, uso de 
camisinha, proteção contra acidentes). As ações de controle 
de vetores, por interromperem os ciclos biológicos dos 
agentes infecciosos na natureza, são medidas de prevenção 
primária específica (exemplo: uso de inseticida para controle 
de triatomíneos que são os vetores do Trypanosoma cruzi, 
agente etiológico da doença de Chagas). A prevenção 
primária pode envolver duas estratégias, ser direcionada 
para grupos populacionais com o objetivo de uma redução 
média do risco de adoecer ou dirigida para indivíduos que 
estejam sujeitos a maior exposição a um fator de risco. 
Prevenção secundária: Medidas aplicáveis aos indivíduos que 
se encontram sob a ação do agente patogênico (fase 
subclínica ou clínica). Estas medidas procuram impedir que a 
doença se desenvolva para estágios mais graves, que deixe 
sequelas ou provoque morte. Entre estas medidas, estão o 
diagnóstico da infecção ou da doença e o tratamento 
precoce. 
Prevenção terciária: Consiste na prevenção da incapacidade 
através de medidas destinadas a reabilitação, aplicadas na 
fase em que esteja ocorrendo ou que já tenha ocorrido a 
doença. Entende-se como o processo de reeducação e 
readaptação de pessoas acometidas por acidentes ou que 
estejam com sequelas em decorrência de alguma doença. 
Inclui a reabilitação (impedir a incapacidade total), a 
fisioterapia, a terapia ocupacional, as cirurgias de reparo e a 
colocação de próteses. O implante de marcapasso em 
pacientes com doença de Chagas é um exemplo de 
prevenção terciária. Muitas vezes a prevenção secundária 
e a terciária são aplicadas em conjunto. 
 
Nomenclatura científica dos parasitos 
Regras precisas e capazes de assegurar distinção clara entre 
uma espécie e outra. Por espécie entende-se uma coleção 
de indivíduos atuais ou que viveram no passado (fósseis) que 
se assemelham tanto entre si como os seus ascendentes e 
descendentes. Tal semelhança decorre de possuírem esses 
indivíduos o mesmo patrimônio genético. Os membros de 
uma mesma espécie têm a capacidade de se 
interfecundarem (quando os fenômenos de sexualidade 
estão presentes nessa espécie) e produzirem descendência 
fértil. As espécies próximas são reunidas em um mesmo 
gênero, como, por exemplo, os vários agentes da malária 
humana no gênero Plasmodium: Plasmodium falciparum, 
Plasmodium vivax, Plasmodium malariae e Plasmodium 
ovalae. Quando escrevemos Plasmodium spp., referimo-nos 
a espécies desse gênero. 
 
Desde o tempo de Linneu adotou-se a norma de designar 
cada espécie de ser vivo com dois nomes (nomenclatura 
binominal): o primeiro indicando o gênero e o segundo a 
 MUZZY, L. A. – Parasitologia 
 
9 
 
espécie. Para isso empregam-se palavras latinas, latinizadas 
ou tratadas como tal. O nome do gênero é sempre escrito 
com inicial maiúscula e o da espécie com inicial minúscula, 
devendo ambos ser grifados ou escritos em itálico, para 
distingui-los dos nomes comuns existentes. Assim, a 
lombriga do homem é denominada Ascaris lumbricoidese a 
do porco, que constitui espécie distinta, Ascaris suum. 
Quando, em um texto, o mesmo nome é mencionado 
várias vezes, pode-se abreviar o nome do gênero, nas 
repetições, escrevendo a inicial maiúscula seguida de ponto; 
exemplo: A. lumbricoides. De maneira genérica podemos 
também falar em sp. e spp., quando nos referimos a uma 
espécie qualquer (sp.) ou a várias espécies (spp.) 
Classificação dos dos parasitos pelos 
modos de transmissão 
1. Parasitos transmitidos entre pessoas devido ao contato 
pessoal ou objetos de uso pessoal (fômites): S. scabiei, 
P. pubis, P humanus, T. vaginalis. 
2. Parasitos transmitidos pela água, alimentos, mãos sujas 
ou poeira: E. histolytica, G. lamblia, T. gondii, H. nana, 
cisticercose (ovos de T. solium), A. lumbricoides, T. 
trichiura, E. vermicularis. 
3. Parasitos transmitidos por solos contaminados por larva 
(geo-helmintoses): A. duodenale, N. americanus, S. 
stercoralis. 
4. Parasitos transmitidos por vetores ou hospedeiros 
intermediários: Leishmania sp., T. cruzi, Plasmodium sp., 
S. mansoni, T. solium, T. saginata, W. bancrofti, O. 
volvulus, M. ozzardi. 
5. Parasitos transmitidos por mecanismos diversos: larvas 
de moscas (miíases), T. penetram (bicho de pé). 
Associação por Parasitismo 
Simbiose: A simbiose (que, etimologicamente, significa vida 
em comum) seria a forma extrema de associação 
interespecífica, na qual a dependência metabólica recíproca 
entre os indivíduos de duas espécies diferentes chegou a 
tal ponto que nenhuma delas pode viver isolada da outra. 
Por exemplo, os cupins (ou térmites), que se alimentam de 
madeira, não podem viver sem as triconinfas (protozoários 
flagelados que habitam o tubo digestivo dos insetos), pois 
são elas que produzem as enzimas para digerir a celulose. 
Se elevarmos a temperatura ambiente a um nível letal para 
os flagelados, os cupins morrem, pois são incapazes de 
elaborar essas enzimas. Para as triconinfas, o aparelho 
digestivo dos cupins é o único hábitat natural possível. No 
mundo vegetal, os liquens são constituídos pela simbiose 
entre um fungo filamentoso e uma alga microscópica verde 
ou azul, o que lhes permite viver em meios muito diversos 
e mesmo muito pobres, como a superfície das rochas.

Continue navegando