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Anatomia Sistema respiratório superior Cavidade nasal○ Faringe○ Laringe○ - Sistema respiratório inferior Traqueia > pode ser dividida em duas porções dependendo da literatura > a principal manifestação clínica que acomete a traqueia é a tosse, e não tem diferença de intensidade das porções > afecções na traqueia são mais comuns em cães que gatos > gatos têm maior predisposição de ter distúrbios na árvore brônquica (asma) Cervical > depois do pescoço até a entrada do tórax (parte do superior)▪ Torácica > começa na entrada do tórax até a bifurcação da carina em brônquios principais▪ ○ Brônquios > gatos apresentam mais distúrbios na árvore brônquica○ Pulmão > cães apresentam mais distúrbios em parênquima pulmonar○ - A principal função da cavidade nasal está relacionada ao componente imune IgA > sua função é inalar esse ar do meio externo para o meio interno e fazer a umidificação desse ar > trocas gasosas acontecem somente a nível alveolar > Até a parte de alvéolos, o sistema respiratório tem como função a condução do ar do meio externo para o meio interno e vice e versa. As coanas têm uma reação imune que são esperada dependendo da situação do animal A unidade morfofuncional do sistema respiratório são os alvéolos respiratórios > captam oxigênio e eliminam co2 O sistema respiratório tem outras funções > ajudar no metabolismo ácido básico > mecanismo para controlar pH é aumentando ou diminuindo a concentração de dióxido de carbono no sangue > alcalose ou acidose metabólica Função neuroendócrina > cardiopatias > a maior parte de enzima conversora de angiotensina estão no sistema respiratório Manifestações clínicas do sistema respiratório Vamos dividir as doenças de acordo com o sistema acometido. Cavidade nasal > mais comuns em gatos (na nossa região) Corrimento nasal ou secreção nasal- Espirros > ato de reflexo de expulsão de algum material que entra na cavidade nasal- Deformidade nasal > de seio nasal ou própria narina > ligado a abscessos, corpos estranhos ou neoplasias- Dispneia inspiratória > ligada a algum distúrbio na cavidade nasal > vai ser maior durante a inspiração > animal vai ter maios angústia respiratória durante a inspiração - **Esses sintomas não são patognomônicos > secreção nasal por exemplo > muitas vezes pode ser secundárias a Caroline Vieira Afecções do sistema respiratório terça-feira, 30 de março de 2021 09:51 Página 1 de Clínica II **Esses sintomas não são patognomônicos > secreção nasal por exemplo > muitas vezes pode ser secundárias a outros problemas ou ter origem relacionada a outro sistema Laringe > mais comuns em cães do que em gatos Dispneia inspiratória > ligada a uma obstrução- Mudanças no latido > cartilagens da laringe estão ligadas na tonalidade de latido ou miado- Traqueia brônquios e pulmões Tosse > alvéolo não apresenta receptor de tosse > nasofaringe (poucos), traqueia e brônquios possuem receptor de tosse > as vezes o paciente tem um quadro de pneumonia que se restringe a parênquima pulmonar, e esse paciente não vai apresentar tosse > só vai apresentar cansaço - Dispneia expiratória ou mista > sintoma de pacientes com distúrbios pulmonares Mista é quando tem esforço na inspiração e na expiração, mas vai ter predominância em uma das fases respiratórias ○ - Cavidade pleural Efusão pleural > acúmulo de líquido no espaço pleural > pode resultar de insuficiência cardíaca congestiva, neoplasias, trauma, hipoproteinemia - Pneumotórax > o ar está no espaço pleural > ar saiu da parte de parênquima pulmonar e de alvéolos > teve ruptura traqueal ou brônquica por exemplo - Enfermidades do sistema respiratório Cavidade nasal Infecção do trato respiratório superior dos felinos (rinotraqueíte felina ou complexo respiratório felino)- Laringe Paralisia de laringe > ocorre principalmente em cães- Traqueia Colapso traqueal > mais comuns em cães de pequeno porte- Complexo respiratório canino > tosse dos canis- Brônquios Bronquite crônica > pode afetar cães e gatos- Asma felina- Pulmão Pneumonias- ______________________________________ Cavidade nasal e laringe Corrimento nasal Etiologia: Distúrbios localizados > doença localizada em cavidade nasal, seios nasais ou frontais Cavidade nasais ou seios nasais > famosas sinusites > menos comum em cão e gato - Página 2 de Clínica II Cavidade nasais ou seios nasais > famosas sinusites > menos comum em cão e gato○ Ligados principalmente às narinas ○ Aspecto > dependendo das características do corrimento podemos relacionar com a causa > avaliar principalmente a cor do corrimento Seroso > translucido e transparente- Mucupurulento - Hemorrágico puro > corrimento nasal sanguinolento > epistaxe é o corrimento vermelho- Localização Unilateral > sai só de uma narina Neoplásico > geralmente começa localizado em uma narina, causa deformidade nasal nessa narina, mas como o tumor é muito infiltrativo ele vai passando pra outra narina e começa a ter secreção nas duas > tem algumas neoplasias que não têm presença de corrimento e a deformidade nasal fica mais evidente > assimetria no tamanho das narinas > a narina desobstruída fica mais expandida que a obstruída no momento de puxar o ar ○ Trauma○ Corpo estranho○ - Bilateral Distúrbios sistêmicos > rinite infecciosa ou alérgica > algo que afeta o sistema○ - **Embora na maioria das vezes o corrimento é devido a algum distúrbio em cavidade nasal primário, se o animal tiver uma pneumonia muito exsudativa, o animal ao tossir ou espirrar, pode ter secreção Quando formos avaliar a cavidade, vamos começar com a inspeção externa > olhar se não tem deformidade de narinas > olhar fluxo nasal > colocar um espelho de maquiagem na frente do nariz do animal > vamos ver o reflexo de duas narinas (embaçado) > se estiver obstruído não vamos ver o fluxo das duas no espelho Quando tivermos secreção, nem sempre será de origem em cavidade nasal > muitas vezes o animal expira e a secreção vem do tórax. O mesmo vale para a epistaxe > traumas, distúrbios coagulativos desencadeados por outras doenças como erliquiose Tipos de corrimento nasal Seroso > translucido Normal do cão ou gato que pode ter um pouco de secreção bilateral - Infecção viral > inicio da infecção viral > rinites por ex- Antecede o purulento > conforme vai tendo morte celular e reação neutrofílica no local, essa secreção se torna mucupurulenta - Mucopurulenta Infecção viral- Infecção bacteriana > geralmente infecções secundárias às virais > não é um processo primário > ou está ligada a um estado imunológico deprimido ou ele tem uma doença primária (neoplasia em cavidade nasal) ou corpo estranho em cavidade e fica mais susceptível que permite maior chance de bacteriana - Neoplasia > a maioria das vezes purulento hemorrágico > esverdeado com rajas de sangue > pode estar Página 3 de Clínica II Neoplasia > a maioria das vezes purulento hemorrágico > esverdeado com rajas de sangue > pode estar ligado a neoplasia e infecção fúngica - Rinite crônica- Hemorrágico Trauma - Neoplasia - Coagulopatia > insuficiência hepática grave ou erliquia > principalmente- Infecção fúngica- Prevalência de doenças na cavidade nasal em cães Neoplasias- Rinite inflamatória de origem idiopática (linfoplasmocitária) - É muito comum cães terem problemas periodontais > forma abscesso > esse abscesso pode infiltrar na cavidade nasal > vai ter uma deformidade no dente acometido e a infecção que estava no alvéolo dentário > pode ir para a cavidade nasal Infecção do trato respiratório superior dos felinos Etiologia > a maior parte é causada por agentes virias (herpes e calicivírus) > a maior parte dos animais vão ter acometimento apenas na cavidade nasal, em alguns casos pode ter acometimento da traqueia e em casos raros do pulmão > animal apresenta secreção inicial translúcida e depois purulenta > muitas vezes essa doença evolui para conjuntivite Herpesvírus felino- Calicivírus felino-Bordetella bronchiseptica > acomete cães e gatos, mas nos cães são outros sintomas- Chlamydophila felis- Transmissão Contato com gatos infectados ou portadores > por aerossóis > como o vírus fica na cavidade nasal e na secreção > caem secreção e gotículas no espirro ou alimentação - Predisposição Jovens > não tem o sistema imunológico desenvolvido- Imunossuprimidos (felv) > podem ter rinotraqueites recorrentes > gatos de rua que não tem alimentação equilibrada tem maior susceptibilidade > sistema imune fraco - Manifestações clínicas Agudas (mais comum) ou crônicas Tá normal e em 2 /3 dias começa apresentar secreção○ Pode ser de forma crônica > pode ter períodos paroscísticos○ - Febre > se apresentar viremia > microrganismos no sangue > manifestações agudas- Espirros > manifestação clínica característica de distúrbio em cavidade nasal Página 4 de Clínica II Espirros > manifestação clínica característica de distúrbio em cavidade nasal - Secreção nasal serosa ou mucupurulenta > principal manifestação clínica > placas de secreção ácida formam feridas na região da cavidade nasal Infecção bacteriana secundária > uso de antibiótico não é muito comum > viral tem curso rápido > se passou 5/7 dias e não melhorou, usar antibiótico pois pode ser bacteriana ○ - Conjuntivite e secreção ocular- Hipersalivação- Anorexia > animal diminui a ingestão de alimento- Desidratação > animal tem dificuldade em ingerir água- HVF (herpesvírus) > além dos sintomas respiratórios pode ter úlcera de córnea, aborto ou morte neonatal- CVF (calicivírus) > úlcera na cavidade oral, pneumonia intersticial leve, poliartrite (forma bastante imunocomplexo que se deposita principalmente em articulações) - Bordetella > pode sair da cavidade nasal, ir para traqueia > causa tosse e pneumonia se chegar nos pulmões- Chlamydophila > conjuntivite- ***Na maioria dos casos leves > animal apresenta somente secreção nasal de forma aguda e em casos mais graves terá anorexia, febre e desidratação Diagnóstico Histório e achados clínicos Gato filhote com febre, úlcera○ A maioria são animais que vivem em gatis < aglomerações > ou ficou em hotelzinho (fica imunodeprimido por estresse > mudança de ambiente) > deixar os gatos em quarentena ○ - Isolamento patógeno Swap○ PCR○ - Tratamento Maioria dos gatos Auto limitante > curso de 3 a 7 dias○ - Tratamento de suporte Manter hidratação e nutrição ○ Remover exsudatos > limpar as narinas com gaze e com soro com solução fisiológica > dependendo da quantidade de secreção fazemos a lavagem da cavidade nasal > anestesiando o animal Dentro da cavidade nasal forma placa de pus que obstrui a cavidade > fazer nebulização somente com sono > se não aceitar a máscara, colocar o animal em incubadora ou tapar a caixinha de transporte e colocar a nebulização ▪ ○ Vaporização > 15 a 20min > depois desse tempo a secreção começa a ficar mais fluida > limpar novamente com gaze umedecida > se continuar dispneico, continuar com a lavagem ○ Descongestionantes tópicos pediátricos Fenilefrina 0,25% (alfa agonista) > 1 gota em cada narina por 3 dias (SID ou BID)▪ Se ficar muito tempo vasoconstrito, vai ter relaxamento da cavidade nasal > aumenta o nível de ○ - Página 5 de Clínica II Se ficar muito tempo vasoconstrito, vai ter relaxamento da cavidade nasal > aumenta o nível de secreção depois > efeito rebote ▪ Antibioticoterapia > só fazer se o paciente não tiver melhora depois de três dias > bordetella em torno de 14 dias > se não for, 7 dias de antibiótico Bordetella é própria da micriobiota nasal > aparece quando o animal está com sistema imune deprimido > se melhorar o estado imune do animal, a infecção tende a melhorar em 3 dias, se não melhorar, pode ser infecções secundárias ▪ ○ Doxiciclina 5 (BID) ou 10 mg (SID) Bolus de água > comprimidos orais para gatos podem ficar em região esofágica > pode ter esofagite crônica, regurgitação ou até estenose esofágica > dar duas seringas de 5 mL após o comprimido (principalmente doxi) ▪ Doxi é o de escolha para bordetella ou clamydua▪ ○ Ampicilina 22mg/kg/8-8h > injetável > de forma oral não tem boa biodisponibilidade (absorção)○ Axocilicina com clavulanato > 22mg/kg/8-8h > segundo fármaco de escolha para trato resp○ Azitromicina > 5/10mg/kg/24-24h por 3 dias e depois a cada 72h > usada em casos + graves○ ***Tratamento empírico > usar doxiciclina > se não tiver resposta, fazer cultura e antibiograma e tratar com o antibiótico ideal para o agente Prevenção Evitar aglomeração desses gatos em ambientes fechados- Separar em grupos de susceptibilidade > animais FIV/FELV positivos- Limpeza e desinfecção > não tem muita resistência > vive 3 dias no ambiente- Ventilação e umidade adequadas- Evitar situações que induzem imunossupressão- Vacinação: Filhotes > 8-10 semanas de idade com reforço a cada 3-4 semanas○ - Quarentena quando chegar em ambientes de abrigo- Deformidade nasal Acontece principalmente a neoplasia Tumores malignos > carcinoma de céls escamosas (gatos) > principalmente em gatos de pelagem branca e adenocarcinomas > não é muito metastático, porém é muito infiltrativo Pólipos : benignos , nasofaríngeos Sinais clínicos Secreção nasal uni ou bilateral, obstrução nasal, deformação facial, aumento do volume da face, ulcerações e erosões nas narinas , orelhas , face Carcinoma geralmente não dá secreção > veremos aumento de volume e lesão ulcerativa▪ ○ Diferencial > gato com nariz de palhaço > esporotricose > zoonose○ - TVT > principalmente em cães errantes > foco primário em genitálias > cão que cheira a genitália de outros > Página 6 de Clínica II TVT > principalmente em cães errantes > foco primário em genitálias > cão que cheira a genitália de outros > pode ter TVT em cavidade oral ou nasal e em olhos também > dá deformidade nasal > são lesões exsudativas > sai bastantes secreção com aspecto sanguinolento Diagnóstico Radiografias > pode dar um sugestivo, mas para tecidos moles não é o teste de escolha○ Rinoscopia > é possível visualizar a massa e com a pinça pegar uma amostra da massa○ Biópsia○ - Tratamento Excisão cirúrgica e depois eletroquimioterapia ○ Radioterapia○ Quimioterapia○ - ***Tumor pode infiltrar em calota craniana e o animal começa a apresentar sintomas neurológicos, principalmente sintomatologia ligada a síndrome cortical > déficit de consciência, andar em círculos e não responder a comandos vocais > não é apresentação comum **Adenocarcinoma > pode chegar a 1 ano com tratamento e 6 meses sem Síndrome das vias aéreas dos braquicefálicos Conjunto de deformidades anatômicas que acomete principalmente animais braquicefálicos > pug e buldog francês Teremos 4 defeitos associados ou pelo menos um deles mais evidente/mais grave Narinas estenóticas > quase não se observa o orifício de narina- Prolongamento de palato mole > ele atinge até a região de laringe podendo até ultrapassar > causa colapso de laringe > a laringe tende a ser mais estenosada - Colapso de laringe- Hipoplasia traqueal > traqueia mal formada- ***No pug > estenose de narina e prolongamento de palato são mais comuns Sinais clínicos Esforços respiratórios > dispneia de origem inspiratória > maior dificuldade de puxar o ar- Estertores > roncos > ligado a obstrução de vias aéreas superiores- Sons respiratórios altos > quando relaxa > cai os tecidos moles e obstrui ainda mais > pode levar a cianose- Cianose- Síncope > dependendo do grau de hipóxia- ***Em dias quentes agravas > cão troca calor pela respiração > quanto maior o esforço, maior a estenose Diagnóstico Raças > braquicefálicos > principalmente pug e bulldog- Exames físicos > narina estenosada, palato prolongado, traqueia estenosada- Tratamento Reduzir esforços > molhar onde ele deita- Correção cirúrgica > abertura das narinas e redução do palato mole Página 7 de Clínica II Correção cirúrgica > abertura das narinas e redução do palatomole- Controle de peso > esses animais tendem a obesidade > excesso de tecido adiposo faz maior compressão da região cervical e agrava a obstrução - Glicocorticóides > usar dexa ou predi em momentos de crise para evitar edema local > durante a crise, sedar o paciente com burtofanol para evitar o esforço respiratório > ele vai respirar mais tranquilo e aumenta a amplitude de movimento - Paralisia de laringe Definição > defeito nas aritenoides > durante a inspiração a cartilagem tem que abrir (abdusir) para permitir a entrada do ar > nos casos de paralisia não vai abrir > pode ser unilateral ou bilateral > pode estar ligada a alguma doença neurológica de base Etiologia Idiopática > não sabemos o que levou a paralisia- Traumatismo crônico > coleira enforcadeira- Neoplásica > mais raro de acontecer- Neuropatia periférica > primeiro sintoma é o distúrbio em laringe- Aspectos clínicos Cães idosos e de grande porte > mais predispostos > Labrador- Manifestações clínicas Estertores > respiração ruidosa > mais frequente > muda a tonalidade do latido- Dispneia inspiratória- Tosse > mais raro de acontecer- Engasgo > quando bebe água ou come- Diagnóstico Laringoscopia > observar se as aritenoides estão abrindo ou fechando- Tratamento e prognóstico Emergencial Sedação Butorfanol 0,25mg/kg/IM▪ ○ Oxigenioterapia○ Controle da temperatura○ Glicocorticoides Prednisona 0,5mg/kg/VO/BID ou dexa (IV) que age mais rápido▪ ○ Intubação > vai ventilar melhor○ - Tratamento de escolha Laringoplastia > passar fio cirúrgico e tracionar a laringe Pneumonia por aspiração > complicação se as laringes não fecharem e o animal fazer falsa via▪ ○ - Prognóstico Página 8 de Clínica II Prognóstico Reservado○ - Tosse Definição > é um reflexo de defesa onde vai ocorrer a expectoração para tentar retirar os corpos estranhos que desencadeiam a tosse para o meio externo > esses corpos estranhos vão sair com alta pressão pela boca (somente pela boca) > é o que diferencia a tosse do espirro > espirro sai tanto pela boca quanto pelo nariz Constituído por cinco componentes: Receptores da tosse > são estimulados por agentes externos (origem infecciosa, viral ou corpo estranho) > são localizados em região de orofaringe, próximo a laringe (poucos receptores) a maior parte dos receptores de tosse se encontra em região de traqueia e brônquios > bronquiolos e alvéolos não apresentam receptores de tosse - Nervos aferentes > cadeia nervosa leva o estímulo até o centro da tosse que se localiza no bulbo, próximo ao centro do vômito - Centro da tosse > se tem tosse recorrente pode ter mímica de vômito > vias que comunicam tanto o centro da tosse quanto o centro do vômito - Nervos eferentes > levam o impulso para os músculos efetores- Músculos efetores > m. intercostal, diafragma e abdome- Classificação da tosse Natureza Produtiva > quando tem a presença de secreção (muco, pus ou sangue)○ Improdutiva > ausência de secreção (tosse seca)○ - Distribuição Noturna○ Diurna○ - **Tem doença que causa mais tosse em um determinado período do dia > cardiopatas tossem mais durante a noite pois quando ele se deita tem facilidade do retorno venoso > aumenta o tamanho atrial e faz com que o animal tussa mais durante a noite > tem compressão da traqueia também **Animais que têm bronquite crônica tossem mais durante o período da manhã > talvez por ter um acúmulo de secreção durante a noite por ficar em repouso Sonoridade Sonora > estridente > ligada a grandes vias aéreas > colapso de traqueia ou bronquite crônica > origem improdutiva > tosse seca ○ Discreta > pequenas vias aéreas > transição de brônquios/bronquíolos > tende a ser mais produtiva○ - ***West higland terrier > tem tendência a ter colapso traqueal e mais comum ter fibrose pulmonar de origem idiopática > o tecido pulmonar vai sendo substituído por tecido fibroso Diagnóstico; Edema > pode ser decorrente de IC > quando o paciente está em edema pulmonar, raramente ele tosse > em Página 9 de Clínica II Edema > pode ser decorrente de IC > quando o paciente está em edema pulmonar, raramente ele tosse > em casos graves ele vai tossir acompanhado de sangue > a tosse pode ser um evento pré-edema pulmonar - Tosse com muco ou exsudato: Traqueobronquite infecciosa canina > tosse mais mucoide com exsudato○ Bronquites crônicas que acometes tanto cães como gatos○ Asma felina > particular do felino○ Bronquite alérgica○ Broncopneumonia > infecção tanto do parênquima quanto da árvore brônquica > maioria das vezes causadas por agentes bacterianos ○ Doenças parasitárias > principalmente filhotes > parasitas nas fezes ou tosse com parasitas sendo expectorados ○ Pneumonia fúngica > rara no Brasil○ - Tosse com sangue (hemoptise): Neoplasia > geralmente já tem metástase pulmonar ou neoplasia primária de parênquima pulmonar e brônquio ○ Dirofilariose > comum em regiões litorâneas○ Endocardiose○ - **Associamos tosse a problemas cardíacos em cães > raramente associamos em gatos **As principais diferenciais > causas de tosse no cão > colapso de traqueia, bronquite e endocardiose Fluxograma do paciente com tosse: Ver se é tosse mesmo ou vômito - Se é tosse ver se tá dispneico > se tiver, fazer tratamento suporte- Se não tiver dispneico > classificar a tosse como aguda (menos 3 semanas de duração) ou crônica (mais de 2 meses de duração) > quadros de tosse crônica tendem a ser progressivos > animal tosse 1 ou 2x ao dia e vai piorando com o tempo - Causa de tosse aguda > traqueítes agudas ou bronquites alérgicas e dependendo do comprometimento da qualidade de vida do paciente, ou trata ou só monitora se não tiver comprometendo a vida. Na maioria das vezes ela resolve sozinha ou não melhora e evolui para causa crônica - Causas de tosse crônica > bronquiopatias ou cardiopatias- ______________________________________ Afecções da traqueia Colapso de traqueia Mais comuns em cães > yorkshire muito acometido Enfraquecimento dos anéis traqueais > a traqueia é formada por aneis cartilaginosos, na parte dorsal do anel temos músculo e temos também ligamentos ligando um anel ao outro > a traqueia normal tem que ter uma rigidez para manter ela aberta durante todo o ciclo respiratório para permitir entrada e saída de ar - Redução glicosaminoglicanos e sulfato de condroitina nos anéis > isso faz com que aconteça a fraqueza dos anéis traqueais > dependendo da pressão sobre esses anéis, teremos um estreitamento ou estenose de - Página 10 de Clínica II anéis traqueais > dependendo da pressão sobre esses anéis, teremos um estreitamento ou estenose de traqueia Raças de pequeno porte possuem esse distúrbio > yorkshire○ Pode afetar os brônquios > enfraquecimento de brônquios e pode ter associação dos dois colapsos > traqueia e brônquios > a doença é progressiva > os anéis acabam necrosando Traqueobronqueomalácea○ - ***A traqueia toda pode ser afetada, porém alguns anéis podem ser mais afetados > colapso mais acentuado na região cervical ou mais intratorácico (colapso de traqueia torácica) Aspectos clínicos Pode ser extratorácica e/ou intratorácica > extra pode ter acometimento de brônquio principal também- Comum em raças miniatura e de meia-idade > lulu da pomerânea, york e pug e bulldog- Primária > origem congênita > conforme vai crescendo, a sintomatologia clínica vai piorando > tosse vai aparecer em torno de 6 meses de idade > vai exacerbar na vida adulta Hereditária > herdabilidade alta○ - Secundária à obstrução da traqueia > trauma constante na região de traqueia ou exposição crônica a agentes poluentes - ***Na maioria das vezes o tutor leva o animal ao vet pelo agravamento da tosse > tosse seca improdutiva (sem muco) que se exacerba e momentos de agitação ou esforço físico > esses animais são mais predispostos a ter infecção crônica de traqueia Sinais Clínicos: Estertor inspiratório > som audível sem estetoscópio principalmentedurante a inspiração - Dispneia expiratória (intratorácico) e inspiratória (extratorácico)- Tosse- Dispneia ao exercício- Infecções crônicas- Tosse- Obesidade > pode agravar - Dependendo da fase do ciclo respiratório, determinada porção da traqueia vai ser mais acometida pelo aumento de pressão. Durante a inspiração, a pressão na traqueia vai ser maior do que a pressão no interior do tórax > o ar sempre vai de onde tem mais pressão, para onde tem menos pressão > colapso em região cervical durante a Página 11 de Clínica II sempre vai de onde tem mais pressão, para onde tem menos pressão > colapso em região cervical durante a inspiração. Durante a expiração, a pressão no tórax é maior que a pressão cervical, então o colapso vai ser em região torácica durante a expiração. Fazer o raio x nas duas fazes da respiração > para pegar o colapso torácico ou cervical Diagnóstico Radiografia cervical e torácica Identificar doenças concomitantes:- Aumento do átrio esquerdo > cardiopatia > valvulopatia da mitral- Infecção bacteriana- Bronquite alérgica- Bronquite crônica ou intubação recente- Palato mole alongado- Estenose narina, paralisia de laringe- Obesidade- Hiperadrenocorticismo- Broncoscopia > padrão ouro para diagnóstico > vê tudo certinho (brônquio, traqueia, região de carina) ***20 a 25% das vezes pegamos um animal > raça predisposta a ter colapso traqueal > tem tosse, dispneia, tem reflexo de tosse (palpação de traqueia) e o exame radiográfico dá normal > fazemos o tratamento clínico pois a sensibilidade do raio x não é muito boa Grau 1 e 2 na maioria das vezes dá pra manejar de forma clínica Tratamento: Redução do estresse Butorfanol > sedar o paciente se ele está em crise respiratória > maior o grau de colapso e maior a crise respiratória > butorfanol tem efeito antitussígeno e ajuda na diminuição do estresse respiratório ○ Não temos via oral no Brasil > aplicar uma dose via subcutânea > não tem efeito cumulativo > em torno de 3 a 5 dias já reduz > 0,1 a 0,2mg/kg SC para efeito antitussígeno ○ - Oxigenioterapia- Controle temperatura ambiente > ambiente mais fresco para evitar a perda de calor respiratória- Redução do Peso- Antitussígenos Codeina 0,5mg/kg/VO/TID > fármaco de escolha > se o animal sedar com essa dose, pode reduzir - Página 12 de Clínica II Codeina 0,5mg/kg/VO/TID > fármaco de escolha > se o animal sedar com essa dose, pode reduzir a dosagem > com 0,3mg/kg a maioria dos pacientes a maior parte dos pacientes já estabiliza TID ou BID ○ Broncodiladores (suspeita de bronquiomalácea) > dilata o brônquio e diminui a pressão que o animal precisa fazer para inspirar Aminofilina 10mg/kg/TID○ - Antibióticos Doxiciclina 5 – 10 mg/kg/VO/BID○ - Glicocorticóides Prednisona 0,5 mg/kg/BID○ - Cirúrgico > em casos mais graves > vai depender se é intra ou extratorácico > usar stand intraluminal > pode ser usado para colapso cervical ou torácico > pode ser via oral Se tiver só o colapso cervical, tem o stand extraluminal > parece uma mola que coloca fora da traqueia para mantê-la aberta > coloca por cirurgia aberta ○ Animal fica mais predisposto a ter infecção ou migração desse stand ○ - **90% dos casos só com manejo clínico o animal tem melhora Complexo respiratório infeccioso canino (Tosse dos canis) Etiologia > doença aguda altamente contagiosa > animal começa a tossir do dia pra noite, pode durar de 5 a 7 dias essa crise de tosse Os agentes envolvidos são > adenovírus canino tipo II, vírus da parainfluenza, Bordetella bronchiseptica Causam infecção primária > a maior parte das infecções são de origem viral○ - Patógenos secundários > podem estar envolvidos- Aspectos clínicos Início súbito de tosse Produtiva ou não > a maior parte é não produtiva (tosse seca)○ Exacerba com exercício ou excitação ou pressão da coleira○ Reflexo positivo à palpação da traqueia○ - Engasgos, ânsias de vômito ou corrimento nasal Sem envolvimento sistêmico!!!! > fica restrito ao sintoma de tosse aguda○ - Pneumonia secundária em filhotes, cães imunossuprimidos > o agente pode sair da traqueia e migrar para trato respiratório inferior - **Diferenciar do colapso de traqueia pelo histórico > animal frequentou hotelzinho, petshop, viajou ou ficou estressado (pode ter a bordetella e teve uma imunosupressão que a fez ativar) Diagnóstico História e sinais clínicos - Tosse aguda (duração < 7 dias) > sem manifestações sistêmicas- Exposição a aglomerados Pet shop - Página 13 de Clínica II Pet shop○ Hotel○ Hemograma, RX → quando tem comprometimento sistêmico- **Na maioria das vezes o diagnóstico é clínico > se o paciente tiver colapso de traqueia e teve decompensação ou tem alguma outra doença respiratória (brônquio) pode ter infecção secundária > pacientes que têm doença mecânica (colapso traqueal) têm redução do clerance e redução da imunidade local > vai causar tosse Tratamento Doença autolimitante- Evitar exercício → repouso de 7 dias > se não melhorar nesse período, usar antibiótico- Supressores tosse > (Butorfanol 0,05 – 0,1mg/kg/6-12h/SC; codeína 0,5 mg/kg/VO 8 -8 horas)) Mesmo dando a doxi, se ainda tiver tossindo muito, pode usar um supressor de tosse○ Não usar só o supressor sem antibiótico > não vai expectorar esse agente para o meio externo e pode levar a uma pneumonia ○ - Antibióticoterapia > (Doxiciclina 5-10mg/kg/12-12hs, amoxicilina + clavulanato potássio 20- 25mg/kg/8-8hs) por 5 dias após a resolução dos sinais. - Corticosteróides → não utilizar em alta dose > pode usar em dose pequena 0,5mg/kg SID por 3 dias no máximo > mais de 3/5 dias pode ter imunomodulação e agravar o quadro clínico - Prevenção Evitar imunossupressão > evitar deixar o filhote em ambientes com aglomeração- Vacinação > adeno e parainfluenza > V8 tem a proteção contra as duas doenças > nem todo animal vai ser vacinado com a bordetella pois a vacina não é tão eficaz > vacinar animais com histórico de ir em hotelzinho ou pet shop > ela geralmente é autolimitante - Cuidados sanitários > idem infecção do trato respiratório dos felinos- Principais agentes: Bordetella- Mycoplasma e streptococcus > não têm vacina- Adeno tipo 2, herpes e parainfluenza > tem vacina V8- Cinomose (distemper vírus) > sinal respiratório inicial- ______________________________________ Afecções brônquicas Bronquite crônica em cães Etiologia Tosse crônica > inflamação dos brônquios sem causa definida > inflamação crônica e progressiva Duração maior que 2 meses○ Sem causa identificada○ - Fisiopatologia > suspeita-se que é devido a irritação crônica de agentes poluentes ambientais Hipersecreção mucoide > formação excessiva de muco no brônquio que vai obstruir a árvore brônquica causando dispneia - Página 14 de Clínica II causando dispneia Espessamento da parede brônquica- Obstrução via área > pode ter sibilo e creptação no momento da respiração- Cães idosos de pequeno porte Cocker Spaniel- Poodle- *** Bronquite é irreversível dependendo do tanto que lesionou os brônquios Diagnóstico Feito pelas manifestações clínicas > pode ser uma tosse seca no início da inflamação quando só tem o espessamento da parede brônquica > conforme vai produzindo muco em excesso vai passando para produtiva Na auscultação tem crepitação, sibilo expiratório e em casos que o animal tosse muito, pode ter síncope tussigena Exclusão outras causas de tosse Colapso traqueal○ Pneumonias○ Cardiomegalia○ Compressão bronquial○ - Radiografia torácica Broncoscopia > padrão bronquial bem evidente > vamos ver bem a árvore brônquica > descarta as primeiras causas e se não achar nada diagnostica como bronquite Cães idosos podem ter esse padrão sem ter clínica > comum na senilidade > tem que ter padrão bronquial associado a crise de tosse ou tosse superior a 2 meses ▪ Vamos ver eritema de árvore brônquica, presença de muco e no lavado traqueal vamos ter infiltrado neutrofílico e vai ser asséptico(não tem bactéria) ▪ ○ - Tratamento Controle da inflamação > tratamento de forma crônica > usar corticoide Prednisona 1mg/kg/VO/BID (5 dias) > iniciar com predi Redução gradual > 0,5mg/kg e depois tentar tirar▪ Pode causar hiperadreno iatrogênico▪ ○ Fluticasona 10 – 20 μg/kg/BID > inalável > bombinha não é por tempo e sim por movimentos respiratórios > fazer de 5 a 10 movimentos ○ - Broncodilatadores > sem corticoide não é ideal > é bom associar Aminofilina 6 – 10 mg/kg/VO/TID○ - Antitussígeno > se tosse muito e não tem presença de infecção Codeína 0,3 – 0,5 mg/kg/VO/TID○ - Mucolítico > em momentos de crises com muito muco pode usar > deixa o muco mais líquido e facilita a expectoração > no início faz uso de broncodilatador, mucolítico e o corticoide, depois mantém com corticoide inalável 1 ou 2x por semana Acetilcisteína 3mg/kg/VO/TID - Página 15 de Clínica II Acetilcisteína 3mg/kg/VO/TID○ Antibióticos Infecções secundárias○ - Controle ambiental Redução alérgenos○ Controle do peso○ Umidificação vias aéreas○ Tutor fumante agrava o quadro do paciente○ - ***Parar 100% de tossir não vai > mas até 90/95% de melhora teremos > se não responde a terapia com glicocorticoide é interessante buscar outra causa para essa tosse > pois bronquites respondem bem aos glicocorticoides Asma felina Etiologia Obstrução reversível das vias aéreas inferiores > acomete apenas felinos > bronquite é irreversível dependendo do tanto que lesionou os brônquios Processo alérgico○ - Fatores marcantes Inflamação das vias aéreas inferiores > processo que desencadeia essa inflamação○ Hiperresponsividade brônquica > o brônquio do asmático contrai mais○ Produção excessiva de muco○ - Fisiopatologia Reação hipersensibilidade tipo I > reação alérgica Linfócitos T helper 2 > vão estimular a degranulação de eosinófilos e mastócitos ○ Citocinas inflamatórias○ - Degranulação > vai causar a broncoconstrição e produção de muco Eosinófilo○ Mastócitos○ - Hiperinsuflação alveolar > broncoconstringe e o ar que está nele não consegue sair > dispneia expiratória Broncoespasmo○ - Manifestações clínicas Gatos de jovens a meia idade Sem predisposição racial e gênero○ - Exame físico Tosse○ Esforço respiratório principalmente na expiração○ Sibilos pulmonares○ Abafamento dos sons cardíacos○ - Crise Asmática Página 16 de Clínica II Crise Asmática Dispneia > chega com crise dispneica pela asma○ Cianose○ - Diagnóstico Histórico clínico- Radiografia torácica Padrão bronquial > árvore bronquial bem delimitada○ Hiperinsuflação pulmonar > áreas enegrecidas no pulmão○ - Lavado bronquial Eosinófilos > na bronquite é neutrófilo○ Mostra que tem um componente alérgico associado○ - Hemograma Eosinofilia periférica○ - Diagnóstico diferencial Pneumonias○ Doenças bronquiais infecciosas > parasitárias○ - **Doença progressiva > não tem cura, mas tem controle Tratamento Crise asmática – EMERGENCIAL Oxigenioterapia > antes de iniciar, seda e faz corticoide > colocar na incubadora ou caixinha e deixar ele quietinho - Minimizar estresse Sedação > butorfanol 0,2 mg/kg/IM○ - Mínima manipulação- Corticoide Dexametasona 0,25 a 0,5 mg/kg/IV ou IM > faz ela e deixa na caixinha com nebulização com salbutamol ○ - Broncodilatadores Aminofilina 5 mg/kg/IV a cada 6 horas○ Albuterol (Salbutamol) nebulização○ - Tratamento crônico Glicocorticoide Prednisolona 1mg/kg/VO a cada 12 horas por 1 – 2 semanas○ Redução gradual da dose META > 0,5 mg/kg/VO dias alternados▪ ○ Fluticasona inalado○ - Casos discretos a moderados: 110 μg/gato a cada 12 horas- Casos graves: 220 μg/gato a cada 12 horas Página 17 de Clínica II Casos graves: 220 μg/gato a cada 12 horas- Broncodilatadores Aminofilina 5 mg/kg/VO a cada 12 horas○ Albuterol (Salbutamol) inalado nas crises ou quando necessário○ - **Não borrifar direto na narina do gato < primeiro borrifar e depois colocar na narina do gato Importante diferenciar asma de bronquite Asma é inflamação eosinofílica e bronquite neutrofílica- Asma é reversível e bronquite não dependendo do grau acometido- Ambas trata com corticoide e broncodilatadores- ______________________________________ Afecções Pulmonares Pneumonias Etiologia > várias etiologias podem levar a pneumonia Pneumonia viral Cinomose , Influenza canina, Adenovírus canino tipo I○ Em gatos > rinotraqueite ○ - Pneumonia bacteriana > mais comuns em cães como doença primária > gatos geralmente tem de origem secundária ou o animal tem estado de imunodeficiência muito grande B. brochiseptica (natural do trato respiratório de cães) , Streptococcus zooepidermicus , E. coli, Pasteurella , Staphylococcus , Pseudomonas ○ - Toxoplasmose > pode se ter em cães e gatos > zoonose > o tutor tem que passar por triagem- Pneumonia fúngica > mais raro no Brasil histoplasmose , blastomicose , criptococose , aspergilose○ - Parasitas pulmonares > mais comum em filhotes por menor imunidade Paragonimus kellicotti , Aelurostrongylus abstrusus , Capillaria aerophila○ - Pneumonia por aspiração > pode ser por várias causas > animais submetidos a anestesia dependendo do anestésico e duração do procedimento pode ter refluxo gástrico > quando ele deglute essa secreção ela pode fazer falsa via > ingerir esse refluxo e ir no trato respiratório Animal que vomita também pode fazer falsa via○ Animais com doença periodontal grave > placas podem desprender fragmentos e atingir o trato respiratório ○ - **O desenvolvimento da pneumonia está ligado a virulência do patógeno e o estado imunológico do paciente Manifestações clínicas Variam conforme a gravidade Tosse produtiva > o animal vai tossir quando a secreção que estiver em alvéolo adentrar em brônquios > pode ter pneumonia sem quadro de tosse ○ - **Quando temos comprometimento de alveólos e brônquios temos uma broncopneumonia, mas é difícil diferenciar Corrimento nasal mucopurulento Página 18 de Clínica II Corrimento nasal mucopurulento○ Dispneia > pneumonia diminui a troca gasosa > vai reter mais CO2 e absorver menos oxigênio○ Febre > é comum se o agente chegar na circulação sanguínea○ Prostração○ Hiporexia○ Exame Físico Campos pulmonares crânio ventrais > são os mais atingidos > por gravidade, as primeiras ramificações brônquicas vão fazer a ventilação dos lobos pulmonares craniais e isso faz com que as creptações são mais evidentes em lobos craniais Crepitações > indica que tem líquido ou secreção dentro dos brônquios▪ Sibilos > diminui o lúmen do brônquio e o ar passa com dificuldade fazendo som de assobio▪ Sons pulmonares colaterais aos carregados de secreção aumentados > hiperventilam▪ ○ - ***Conforme a pneumonia vai avançando, o pulmão vai consolidar > hepatização pulmonar> o lobo pulmonar acometido fica consolidado > vai ter área surda > não ausculta som nenhum > quadro grave Diagnóstico Manifestações clínicas > sibilo e creptações- Lavado broncoalveolar > lâmina citológica > origem bacteriana > infiltrado neutrofílico grande > com neutrófilos degenerados e tóxicos Cultura microbiológica e antibiograma > saber qual agente e qual antibiótico ele é sensível○ - Hematologia Leucograma inflamatório > principalmente em casos de doença bacteriana > leucocitose com desvio a esquerda podendo ser regenerativa ou degenerativa > depende do grau da pneumonia ○ Se for viral, pode apresentar linfopenia○ - Exames de Imagem Radiografia torácica > vamos ver se tem presença de secreção ou não > não dá pra saber se é edema ou secreção de pneumonia Padrão alveolar em lobos craniais e ventrais, principalmente quando tem pneumonia por aspiração > consolidação pulmonar também é visível ▪ ○ Ultrassonografia○ Broncoscopia > dá pouca informação sobre pneumonia > mas pode ser útil fazer o lavado guiado pelo broncoscópio > para coletar amostrar para o lavado > amostra com menos contaminação e melhor para avaliar a amostra ideal ○ Tomografia> padrão ouro ○ - ***Na maioria das vezes, quando temos pneumonia simples de primeira ocorrência que não foi adquirida em ambiente hospitalar, tratamos essa pneumonia de forma empírica baseado em agentes que já conhecemos que causam pneumonia com antibióticos ***Pneumonias que não respondem bem, ou que foram adquiridas em âmbito hospitalar precisa fazer antibiograma > coleta o lavado pra fazer a cultura já dá o antibiótico > quando sair o resultado, se o agente não for sensível ao antibiótico que vc está dando, troca, se for, mantém Página 19 de Clínica II sensível ao antibiótico que vc está dando, troca, se for, mantém Tratamento Paciente estável - Pneumonia discreta > chega com tosse e um pouco de febre, mas não tá dispneico e não tem comprometimento grande da capacidade respiratória Monoterapia com antibiótico oral > dependendo do local que ele se infectou Amoxi + clavulanato ou doxi (primeira escolha)○ A pneumonia pode ser secundária a hemoparasitoses (erliquia) Bordetella é mais sensível a doxi que amoxi▪ ○ - Antibiograma / Empírico- Pneumonia moderada a grave Antibioticoterapia empírica inicial > por via intravenosa > precisa de internação > na maioria dos casos, quando ela responde bem, em torno de 48h já tem uma melhora clínica Deixar animal internado 24h > fazer aporte de oxigênio, mucolítico e fisioterapia pulmonar > se não melhorar o prognóstico é pior ○ - Resultado microbiológico- Beta lactâmicos > boa concentração em campos pulmonares > amoxi + clavulanato > amoxi simples não tem bom efeito > maioria das bactérias tem beta lactamase e são resistentes - Doxiciclina > de escolha para trato respiratório em cães e gatos > boa concentração em campo pulmonar e tem ação antiinflamatório e tem boa concentração dentro de neutrófilo > ajuda no tratamento da pneumonia de origem bacteriana - Sulfa + trimetropim > quase não é utilizado mais- Ampicilina > beta lactâmico que pega mais gram positivo > associa com enrofloxacina que pega mais gram negativo > pode associar junto o metronidazol que tem ação contra bactérias anaeróbicas Em volta do brônquio vai formando secreção > vai formando várias camadas de secreção > forma filme bacteriano e entre essas camadas fica um espaço que favorece o crescimento de bactérias anaeróbicas ○ - Não melhorou > suspende ampicilina e enro > faz cultura > e faz associação de clendamicina e vancomicina > meropenem e imipenem são antibióticos de última geração e de amplo espectro > não usar para evitar a seleção de bactérias superesistentes > só entrar com esses dois últimos após resultado na cultura - Pneumonia grave Hospitalização, hidratação > o paciente chega desidratado e essa desidratação solidifica ainda mais a secreção e retarda a recuperação do paciente > o paciente evita beber água - Nebulização (só com soro fisiológico 0,9%) > hidratar vias aéreas inferiores e ajudar no desprendimento da secreção > ajuda no clearance pulmonar > não colocar mucolítico pois favorece bronconstrição e o animal já está com área pulmonar útil, piora o caso > pode fazer por via oral ou intravenosa Gaiola ou caixa transporte ou máscara - Página 20 de Clínica II Gaiola ou caixa transporte ou máscara○ 15 a 20 min por dia, 2 a 4 vezes ao dia○ Tapotagem > coloca a mão em cunha e vai batendo devagar ao longo de tórax durante 5 a 10min > ajuda a desprender a secreção do brônquio > aumenta tosse e eliminação da secreção - Oxigenoterapia > cânula nasal ou gaiola > não fazer ventilação mecânica pois joga secreção pra dentro do alvéolo pulmonar agravando o caso PaO2 menor que 80 mmHg ou○ SpO2 menor que 94% ou○ Esforço respiratório○ - Pneumonia refratária > mesmo tratando a infecção o animal desenvolve SARA (síndrome respiratória aguda) > insuficiência respiratória por colabamento Hipoxemia mesmo em oxigenoterapia- Ventilação mecânica- Mucolítico N acetilcisteína 3 mg/kg/VO 8 a 12 horas > pode ser por via intravenosa também > não usar inalatório para evitar broncoconstrição ▪ ○ - Antitussígenos e diuréticos > são extremamente contraindicados > o primeiro aprisiona secreção dentro da parede brônquica favorecendo o crescimento do agente bacteriano e o diurético faz o paciente eliminar líquido, seca a secreção e diminui o clearance pulmonar Prognóstico Variável- Depende da gravidade, imunocompetência e virulência- 77% a 94% hospitalizados recebem alta- ______________________________________ Dispneia e Afecções Pleurais Dispneia Definição > desconforto respiratório seguido de esforço > não é só a taquipneia, se ela estiver acompanhada de esforço respiratório e dificuldade aí temos uma dispneia > emergência clínica Classificação > de acordo com o predomínio em certa fase respiratória Inspiração > extratorácico > dispneia inspiratória > provavelmente distúrbio de trato respiratório superior Rinotraqueíte felina○ Paralisia de laringe○ Colapso traqueal○ - Expiração > intratorácico > dispneia expiratória > problema em cavidade torácica Padrão obstrutivo grandes vias aéreas Asma e Bronquite (gatos) > vamos ver a árvore bronquial bem evidente▪ ○ Padrão restritivo parênquimas, cavidade pleural - Página 21 de Clínica II Padrão restritivo parênquimas, cavidade pleural Edema Pulmonar > no cão é cardiogênico > primeiro lugar que começa aparecer é em região perilar caudal, diferente da pneumonia que acomete primeiro campos pulmonares craniais ▪ Efusão pleural▪ Ruptura diafragmática▪ Pneumotórax▪ ○ Cervical > fora do tórax Inspiração Tórax > cavidade Expiratória Padrão obstrutivo > quando temos respiração lenta mas profunda > não tem taquipneia junto- Padrão restritivo > respiração rápida e curta - Efusão pleural Definição > acúmulo de líquido no espaço pleural > entra a pleura visceral e a parietal Classificação Transudatos Puro > devido a diminuição de pressão oncótica > água basicamente○ Modificado > quantidade de celularidade e proteína maior que no puro○ - Exudatos > sépticos ou assépticos ou ainda hemorrágicos- Hemorrágicos- Quilosa > em gatos pode ter muito quilo- Sinais Clínicos Sons cardíacos hiperfonéticos e propagados e som pulmonar fica diminuído > animal vai ter dispneia de padrão restritivo e predominante na expiração - Tratamento > para tratar tem que buscar a causa Analgesia- Toracocentese > retirar o líquido e fazer a análise > procedimento diagnóstico e terapêutico- Analise do líquido- Raio x > vai mostrar que tem líquido mas não é muito recomendado pois perde muita informação > não consegue ver a silhueta cardíaca - **Neoplasias metastáticas > neoplasias em tórax > causam efusão > tumor mamário é uma das principais causas Cães dificilmente vão fazer efusão pleural por ICC > geralmente ele faz ascite primeiro > quando vê um cão com só efusão pleural sem ascite, a chance de ser por ICC direita é muito baixa Gato pode fazer efusão pleural por ICC esquerda e direita Página 22 de Clínica II Gato pode fazer efusão pleural por ICC esquerda e direita Drenagem da efusão pleural Usar torneira de 3 vias > evita furar o tórax mais de uma vez e evita que entre ar (pode desenvolver pneumotórax secundário) > drenar a efusão na parte ventral - Pneumotórax Definição > acúmulo de ar dentro do tórax > mas esse ar não tá dentro das vias respiratórias > esse ar extravasa devido a ruptura brônquica ou alveolar > acumula muito ar dentro do tórax aumentando a pressão e dificultando a expansão pulmonar > dificulta as trocas gasosas Classificação Fechado > paciente teve um trauma torácico > rompeu o alvéolo mas não teve comprometimento da musculatura > ela tá fechada ainda, mas tá liberando o ar pelo alvéolo ou brônquio que rompeu - Aberto > quando tem uma perfuração torácica > temos perda da pressão negativa > vai ter entrada e saída de ar do tórax - **Pode ser espontâneo > se formam cistos > alvéolos se rompem ou pode ser adquirido por trauma. Quadros graves de bronquite ou asma,pode fazer o fechamento desses brônquios, aumenta a pressão e eles podem romper, causando o pneumotórax. Sinais Clínicos Dispneia- Hipofonese de bulhas- Percussão timpânica- ***O pulmão fica mais radioluscente (preto) e o ar que está dentro do tórax "ergue" o coração e ele fica flutuando. Tratamento Toracocentese > drena em região dorsal do tórax > 7ºaté o 10º espaço intercostal para drenar o ar > quando puxa o embolo ele vem com facilidade, não tem resistência > quando acaba o ar e reestabelece a pressão negativa do ar, o embolo vai voltar, vai ter resistência na hora de puxar > drenar os dois lados - Cirúrgico > para casos abertos > fechar cirurgicamente e colocar dreno- Analgesia- ________________________________________________________________ Página 23 de Clínica II
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