Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
ENEM – FILOSOFIA A ÉTICA NA FILOSOFIA – Fenomenologia e Existencialismo1 No século 20, filósofos desta corrente tematizaram a questão da liberdade visando superar justamente a antinomia determinismo-liberdade. Para eles, a liberdade não se efetivaria pela privilegiada atividade da consciência ou da razão, mas a partir de um sujeito situado no espaço e no tempo e capaz de se relacionar com o mundo e consigo mesmo. Por isso, ao invés de os filósofos desta teoria falarem em determinismo e liberdade, referem-se à facticidade (o fato de o sujeito estar no mundo, na forma de um corpo, com determinadas características psicológicas, pertencente a uma família, a um grupo social, situado no tempo e no espaço que não escolheu) e à transcendência (o fato de o sujeito não estar no mundo apenas como as coisas estão, por isso seria capaz de superar tais determinações, não para negá-las, mas para lhes dar sentido). Neste caso, a dimensão da liberdade estaria justamente ligada a esta capacidade humana de transcendência. O filósofo francês Maurice Merleau-Ponty (1908-1961) relaciona a liberdade à compreensão do corpo. Para ele, esta seria a condição de nossa existência no mundo, no sentido de que o corpo não seria um mero objeto no mundo, mas aquilo pelo qual o mundo existe para mim (“sou um corpo e não tenho corpo”). Não haveria, portanto, um mundo de objetos (facticidade) de um lado, e um mundo da consciência (transcendência) de outro, posto que o mundo apareceria para cada um segundo a sua percepção, sua vivência, seu modo de existir e de dar sentido ao mundo. Como um dos mais importantes desta corrente [o existencialismo], o filósofo Jean-Paul Sartre (1905-1980) destaca uma questão fundamental do existencialismo, expressa na famosa frase “A existência precede a essência”. Em oposição às correntes tradicionais que defendem uma essência humana, uma natureza humana universal, para Sartre o homem, além de não ter uma natureza, é aquilo que se concebe e faz de si mesmo após existir, porque, diferentemente dos animais, é o único capaz de se colocar fora-de-si e se autoexaminar. E mais: por não haver destino, uma essência ou um modelo que o oriente seu futuro encontra-se aberto, razão pela qual, para Sartre, o homem está irremediavelmente condenado a ser livre. Feitas essas duas exceções que consistem em transcrever um texto direto do livro citado na nota de rodapé, coloco-me ao teu dispor, estudante, para resolver por e-mail alguma dúvida que tu tenha sobre o assunto, dado ser um texto um pouco mais complicado que os meus textos habituais. 1 Texto extraído integralmente do livro didático Filosofia e Ética (Unijuí, 2014), o que constitui uma exceção quanto à publicação de textos originais, mas que se faz necessário para o desenvolvimento do tema.
Compartilhar