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Artigo Síndrome de Burnout em professores

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SÍNDROME DE BURNOUT EM PROFESSORES E AS ESTRATÉGIAS DE ENFRENTAMENTO
Eduarda Barrado da Silva[footnoteRef:0] [0: Acadêmico do Curso de Pedagogia da UNESPAR–FECEA-Universidade Estadual do Paraná – Campus Fecea. ] 
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RESUMO: Em um cenário docente marcado por decorrentes desafios e exigências significativas relacionadas ao reflexo de transformações no mundo do trabalho, o professor se associa cada vez mais a problemas como a Síndrome de Burnout, onde os trabalhadores entram em um processo de alienação, desumanização e apatia querendo então abandonar sua profissão. O objetivo do presente estudo foi realizar uma revisão bibliográfica acerca do tema utilizando de bases como Scientific Eletronic Library Online (SCIELO), Google Acadêmico e livros para conhecermos o que é o Burnout, suas causas e sintomas, assim como o impacto causado em sala de aula, com o intuito de assim buscarmos as principais estratégias para o enfrentamento. Como conclusão, pode constatar-se que a Síndrome se trata de um desgaste profissional e que ao modificarmos o ambiente de trabalho junto a um acompanhamento psicológico há então uma melhora significativa da qualidade de vida docente.
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Palavras-Chave: Burnout. Professores. Saúde docente. Condições de trabalho. Enfrentamento.
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1 INTRODUÇÃO 
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As primeiras pesquisas sobre a Síndrome de Burnout (SB) se deram predominantemente em profissionais da saúde e posteriormente em profissionais da educação, justamente pela predisposição verificada nestes grupos para o desenvolvimento da Síndrome. Sabemos que a atividade docente é complexa e exige muito trabalho e responsabilidade no dia a dia dos profissionais marcado por cargas de trabalho excessivas e muitas vezes a desvalorização dos mesmos (BENEVIDES-PEREIRA, 2012).
Dentre os sintomas da Síndrome, observamos a tendência do professor estar fisicamente presente, mas, executando suas atividades de forma mecânica, automática e se sentindo esgotado profissionalmente, assim como ineficaz no seu trabalho (BENEVIDES-PEREIRA, 2012).
Desta forma este é o problema desta pesquisa: “Quais as estratégias de enfrentamento que podem ser utilizadas quando se trata da Síndrome de Burnout em professores?” Para isso, temos como hipótese que por se tratar de um desgaste profissional a modificação no ambiente de trabalho e o acompanhamento psicológico auxiliam na melhora da Síndrome e na qualidade de vida docente.
 Portanto, justificamos a escolha deste tema a partir de participações em eventos acadêmicos que despertaram nosso interesse sobre a temática. Observando a atuação profissional dos trabalhadores podemos ver que a Síndrome de Burnout é de grande interesse para nossa pesquisa por se tratar de um tema pouco conhecido. Buscando solucionar as diversas dúvidas a respeito da Síndrome podemos apresentar estratégias para que os professores enfrentem esta, diminuindo os problemas e com mais conhecimento a mesma poderá ser diagnosticada e tratada com mais precisão melhorando a qualidade de vida dos professores.
Logo, o presente artigo tem como objetivo geral apresentar as estratégias de enfrentamento da Síndrome de Burnout em professores. Os objetivos específicos tem o intuito de descrever a Síndrome e suas principais causas, analisar o impacto dela nos professores em sala de aula e por fim propor estratégias para enfrentá-la.
A pesquisa consiste em uma revisão bibliográfica que foi desenvolvida a partir de materiais já publicados, tratando-se de um estudo de revisão que utiliza da pesquisa bibliográfica para estudos sobre o tema Síndrome de Burnout em professores. “A revisão bibliográfica também é denominada de Revisão de literatura ou Referencial teórico. A Revisão Bibliográfica é parte de um projeto de pesquisa, que revela explicitamente o universo de contribuições científicas de autores sobre um tema específico” (SANTOS; CANDELORO, 2006, p.43).
Para a realização desta pesquisa foram definidos seis artigos científicos e dois livros publicados entre os anos de 2002 a 2018, localizados em publicações disponíveis no Scientific Eletronic Library Online (SCIELO), no Google Acadêmico e em livros. Foi realizada uma leitura minuciosa dos materiais verificando se estes condizem com os objetivos de estudo do trabalho e uma interpretação do que os autores evidenciaram em seus estudos.
Definimos a organização o texto a partir de seis seções: a presente introdução, cuja qual, apresenta os objetivos, justificativa, problema e metodologia adotados para o desenvolvimento da pesquisa. A segunda seção trata-se da descrição da Síndrome de Burnout nos professores, a terceira expõe as causas desta Síndrome, a quarta analisa o impacto dela em sala de aula, a quinta propõe estratégias de enfrentamento e por fim a sexta seção trata das considerações finais da pesquisa. 
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2 SÍNDROME DE BURNOUT EM PROFESSORES	
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Em um cenário docente marcado por decorrentes desafios e exigências significativas relacionadas ao reflexo de transformações no mundo do trabalho, o papel do professor se associa cada vez mais a problemas de saúde física e mental. “A globalização, os avanços tecnológicos, a necessidade de atualizar-se em cursos de capacitação, podem ser promotores da qualidade do processo ensino/aprendizagem, mas ao mesmo tempo podem ser fontes de stress”. (BENEVIDES-PEREIRA et al ., 2008, p.4871).
Diversas mudanças relacionadas ao processo de globalização, novas tecnologias e decadência das relações sociais que são substituídas por competitividade e busca de recompensas levam o trabalhador a se sentir inseguro, ansioso e com a autoestima baixa. Quando esses sentimentos são associados ao desgaste causado por fracassos constantes, são intensos e não melhora, o indivíduo fica vulnerável ao surgimento da Síndrome de Burnout permeada pelo desgaste profissional em seu trabalho. (MORAES CRUZ et al., 2010).
Para Carlotto (2002):
Burnout em professores é um fenômeno complexo e multidimensional resultante da interação entre aspectos individuais e o ambiente de trabalho. Este ambiente não diz respeito somente à sala de aula ou ao contexto institucional, mas sim a todos os fatores envolvidos nesta relação, incluindo os fatores macrossociais, como políticas educacionais e fatores sócios e históricos. (p.25)
Esta Síndrome acomete profissionais de várias áreas, mas, os mais frequentes são profissionais da saúde e professores, em que as profissões exigem altas demandas emocionais e interações intensas. Sabemos que a SB não é apenas o estresse, mas um dos componentes é ele, essencialmente causado por uma resposta fisiológica às pressões excessivas, onde o corpo tenta se adaptar as pressões do dia a dia e conseguir dominá-las por um determinado tempo. (FONTANA, 2002)
Através da SB o docente sente-se exausto, desmotivado e começa a apresentar atitudes desumanas em seu convívio com os estudantes, por isso sua mediação fica totalmente comprometida, uma vez que, o trabalhador acometido pelo Burnout se torna cínico e irônico não demonstrando importância alguma a seu aluno. “A desumanização é um elemento constitutivo da síndrome de Burnout, é um aspecto que a diferencia de outros transtornos e que não está presente, por exemplo, no estresse ou na depressão” (BENEVIDES-PEREIRA, 2012, p.16).
No início a síndrome pode não ser percebida, ela acontece aos poucos, um processo de acumulação de diferentes sinais alertando que seu trabalho está sendo afetado e sua vida pessoal também, podendo ser um quadro temporário ou algo permanente.
O processo de desenvolvimento de Burnout é individual e sua evolução pode levar anos e até mesmo décadas. Seu surgimento é paulatino, cumulativo, com incremento progressivo em severidade, não sendo percebido em sua fase inicial pelo indivíduo, que, geralmente, se recusa a acreditar estar acontecendo algo errado com ele. (MAZON; CARLOTTO; CÂMARA, 2008, p.57).
A Síndrome começou a ser estudada na década de 70, nos Estados Unidos e depois em outras partes do mundo, o artigo de maior impacto foi o de Freudenberger (1974), porém a concepção mais aceita foi a das psicólogas ChristinaMaslach e Suzan Jackson (1981; 1986), que definem o Burnout como “um constructo multidimensional, constituído por exaustão emocional, despersonalização e reduzida realização pessoal no trabalho” (BENEVIDES-PEREIRA, 2012, p.159).
Nela podemos observar dimensões, cujas quais, envolvem a exaustão emocional que se refere diretamente ao estresse e esgotamento, tanto físico como mental do indivíduo, onde este acredita não ter mais forças e energia para realizar as atividades cotidianas, envolvem a despersonalização revelando comportamentos cínicos, irônicos, desprovidos de interesses e envolvimentos com o outro e a decrescente realização pessoal em atividades ocupacionais, relacionada à insatisfação e sentimento de ineficiência reduzindo cada vez mais sua autoestima. Através disso o sujeito perde grande parte do interesse pelo seu trabalho, onde as coisas não têm mais a mesma importância e quaisquer esforços pessoais são inúteis (BENEVIDES-PEREIRA, 2012).
Benevides-Pereira (2008) afirma que:
O processo de desenvolvimento da Síndrome de Burnout se caracteriza pelo seguinte percurso: primeiramente o entusiasmo e a dedicação cedem lugar à frustração e raiva como resposta a estressores pessoais, ocupacionais e sociais que, por sua vez, levam à desilusão quanto às atividades de ensino trabalhando ainda eficiente, mas mecanicamente, levando à diminuição da produtividade e da qualidade do trabalho. Depois há uma vulnerabilidade pessoal cada vez maior com múltiplos sintomas físicos (dores de cabeça, hipertensão arterial, etc.), sintomas cognitivos (“a culpa é dos alunos”, e “eu preciso cuidar de mim”) e emocionais (irritabilidade, tristeza), os quais se não forem tratados aumentam até alcançar uma sensação de esvaziamento e de “não ligar mais”. (BENEVIDES-PEREIRA et al.,2008, p.4872).
Os sintomas desenvolvidos através da Síndrome de Burnout podem ser subdivididos em quatro diferentes grupos de acordo com Benevides-Pereira (2012), cujo, quais são os físicos que envolvem fadigas constantes, enxaquecas, perturbações gastrointestinais, distúrbios de sono, dores musculares, dentre outros. Os psíquicos englobam alterações na memória, autoestima baixa, impaciência, falta de atenção e concentração, desânimo, paranoias, dentre tantos outros. Ainda há os sintomas comportamentais com atitudes negligentes, agressividade, comportamentos de alto risco e perda de iniciativa, assim como os defensivos envolvendo o isolamento, sentimento de onipotência, ironia, cinismo e perda de interesse no trabalho.
Não é necessário que todos estes sintomas estejam presentes, pois irá depender da fase do processo em que se encontre a síndrome, da predisponibilidade e características pessoais, bem como da intensidade e conjunção de agentes estressores presentes no ambiente ocupacional. (BENEVIDES-PEREIRA et al.,2008, p.4873).
Sabendo que conhecer a Síndrome de Burnout e que seus sintomas podem depender de uma determinada predisponibilidade ou características pessoais para se desenvolver, é de grande relevância que conheçamos as possíveis causas desta síndrome nos docentes, cujas quais, serão abordadas com maior ênfase na próxima secção. 
¶ 
3 AS CAUSAS DA SÍNDROME DE BURNOUT NOS DOCENTES
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Sabemos que ensinar é altamente estressante e muitas vezes isto repercute no desempenho do profissional compreendendo que as manifestações da Síndrome de Burnout em professores apresentam sintomas individuais e profissionais, onde os trabalhadores sentem-se emocionalmente e fisicamente exaustos, irritados, tristes e ansiosos. O uso do giz pode provocar irritações e alergias na pele e nas vias respiratórias; falar muito e grande parte das vezes com o tom de voz alterado pode provocar problemas nas cordas vocais dos professores e, além disso, ficar em pé por muito tempo acomete a problemas circulatórios e musculares (ACHKAR, 2013).
Estes sintomas associados a frustrações emocionais podem causar doenças psicossomáticas, tais como a insônia, úlceras, hipertensão e fortes dores de cabeça, o que muitas vezes leva ao indivíduo que apresenta estes sintomas abusar no uso do álcool e medicamentos também (CARLOTTO, 2002).
Em meio a demandas constantes e intensas do trabalho docente, os educadores resistem a salários baixos, sendo obrigado a lecionar em várias escolas e mais de um turno, sacrificando muitas vezes seu horário de descanso e lazer, assim como sua vida pessoal, que fica totalmente afetada, pois há uma sobrecarga de trabalho que exigem finais de semanas e noites sem dormir para preparar aulas e corrigir provas e trabalhos, onde cada vez mais “as exigências diárias do trabalho, da família e outros fatores presentes na rotina de cada indivíduo, corroem a energia e o entusiasmo destes” (MEISTER, 2012, p.10).
As diversas salas lotadas, muitas vezes com alunos desinteressados ou indisciplinados, assim como aqueles com necessidades especiais que precisam de uma atenção e principalmente de uma formação adequada para trabalhar com eles, a violência presente na escola e fora dela e os diversos conflitos são algumas das variáveis que possibilitam gerar a SB (BENEVIDES-PEREIRA, 2012).
Os professores têm o desafio contínuo de manter o controle da classe. Eles levam grande parte desse trabalho para casa, o que torna difícil relaxar no final do dia. Ficam expostos à crítica dos supervisores, dos pais, dos diretores, da mídia e dos políticos locais e nacionais. Tem poucos recursos e oportunidades para realizar uma reciclagem regular e extensa. São afetados emocionalmente pelos sucessos e fracassos de seus alunos. (FONTANA, 2002, p.473)
Em relação às condições físicas e os recursos pedagógicos que auxiliam o ensino do professor vemos escolas com situações extremamente precárias, sem ter materiais para se trabalharem com seus alunos, os professores acaba tendo que participarem de rifas para acarretar fundos para seu colégio, muitas vezes comprar coisas com seu dinheiro quando na verdade isto devia ser responsabilidade de outros profissionais, se deparam também como a falta de envolvimento dos pais nas questões educacionais de seus filhos e a pressão psicológica sofrida pela escola. Segundo Benevides - Pereira (2012, p.166) “se não houver investimento no professor, conferindo-lhe salário digno, condições adequadas de trabalho e resgatando seu prestígio junto à sociedade, dificilmente a situação aqui exposta será modificada”.
A SB acomete estes profissionais, pois, muitos não visualizam mais perspectivas em seu ambiente de trabalho, vivem em uma rotina cansativa e estressante que chegam ao ponto de desenvolverem a Síndrome, pois, estão em um estágio de exaustão, isto acontece principalmente com aqueles docentes idealistas e que no início de sua carreira estão entusiasmados com sua profissão, geralmente são bem comprometidos com o emprego e se envolvem com intensidade nas atividades, uma vez que, encontra-se com estas condições materiais e físicas acabem se sentindo desapontados e não recompensados pelos seus esforços.
Muitos professores não visualizam perspectivas em seu trabalho, não examinam seu sucesso profissional, sua competência e a satisfação que obtêm com ele. Trabalham estabelecendo uma rotina, esquecendo-se de atividades extraprofissionais e de lazer, não criando um estilo de vida saudável. (MAZON; CARLOTTO; CÂMARA, 2008, p.57)
Pesquisas apontam que “professores com menos de 40 anos apresentam maior risco de incidência, provavelmente devido às expectativas irrealistas em relação à profissão” (CARLOTTO, 2002, p.25). Estes professores saem da faculdade com o sentimento de que podem fazer tudo de acordo com as teorias que lhe são apresentadas, porém na prática tudo muitas vezes é diferente, eles são extremamente cobrados, sofrem críticas quando fracassam, e quando obtêm sucesso raramente são reconhecidos, sentem-se ineficaz e que não realizam bem o seu trabalho, por isso é necessário que os mesmos sejam reconhecidos e consigam sentir-se realizados em seu ambiente de trabalho, uma vez que, “o indivíduo que consegue realizar sua atividade profissional deforma satisfatória não apenas para o empregador, mas, para ele próprio, terá como recompensa o sentimento de dever cumprido” (MEISTER, 2012, p.22).
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4 ANÁLISES DO IMPACTO DA SÍNDROME EM SALA DE AULA
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Compreendemos que para um bom desempenho das atividades docentes é necessário condições emocionais favoráveis para o educador, este que é a “referência” para seu aluno em suas atitudes, caráter e maneira de tratar o outro, com dedicação, paciência e afeto, pois é na escola que os alunos poderão significar inúmeras possibilidades ou se limitar, isto dependerá muito de como ele é compreendido e visto pelo seu professor.
Entretanto, os problemas vividos pelos trabalhadores tanto sociais quanto pessoais estão se juntando e sendo trazidos para a escola, onde o indivíduo não consegue mais separar um do outro. A Síndrome de Burnout faz com que os professores interfiram no seu ambiente educacional e em seus objetivos pedagógicos, uma vez que, sua produtividade fica muito abaixo do seu real potencial, apresentando prejuízos em seus planejamentos de aula, pois com a perda da criatividade e do entusiasmo suas aulas ficam altamente comprometidas. “Como a situação de estresse geralmente não é combatida, o professor entra em um círculo vicioso, onde cada vez mais se estressa, pois se torna cada vez mais sensível aos estímulos estressores” (MEISTER, 2012, p.33).
A adoção de atitudes negativas, por parte dos professores, na relação com os receptores de seus serviços, deflagra um processo de deterioração da qualidade da relação e de seu papel profissional, ficando a produtividade muito abaixo do real potencial. (CARLOTTO, 2002 apud CAMPOS, 2008, p.62)
Os profissionais entram em um processo de alienação, desumanização e apatia querendo sempre abandonar sua profissão, e esta situação ocasiona sérios transtornos no ambiente escolar, pois estes trabalhadores muitas vezes ficam contando as horas para o dia acabar, querem que as férias se aproximem logo e se utilizam de inúmeras maneiras para não precisar ir à escola. “O professor acometido pela síndrome tem dificuldade de envolver-se, falta-lhe carisma e emoção quando se relaciona com estudantes, o que afeta não só a aprendizagem e a motivação dos alunos, mas também o comportamento destes” (CARLOTTO, 2002, p.23).
Por isso, quando o trabalhador começa a sentir menos simpatia pelos estudantes menos otimismo quanto ao futuro dos mesmos e de si próprio, ele começa a se sentir frustrado com situações cotidianas que ocorrem em sala de aula, adquire visões depreciativas e arrependidas em relação à sua profissão e isto prejudica muito o seu ambiente de trabalho e o progresso de seus alunos.
É sabido que um grande número de professores não sabe mais como lidar e quais atitudes tomar diante de tais situações de conflito em sala de aula. Irritados e desmotivados os professores não conseguem encontrar caminhos que proponham novas atitudes para a dinâmica do ato de ensinar. (ACHKAR, 2013, p.60).
Desmotivados e não encontrando caminhos e atitudes corretas a se tomar, eles se sentem cada vez mais irritados, gastam muito do seu tempo reclamando da administração da instituição escolar, denegrindo seus alunos sem nenhuma preocupação com o que isto vai acarretar para os mesmos e principalmente planejando novas opções de trabalho, uma vez que, se arrependem de sua escolha profissional (ACHKAR, 2013).
Carlotto (2002) ainda complementa que os “sentimentos de hostilidade em relação a administradores e familiares de alunos também são frequentes, bem como o desenvolvimento de visão depreciativa com relação à profissão” (p.24), fazendo com que os professores acometidos pela SB reclamem diversas vezes sobre seu ambiente de trabalho e não queiram mais frequentá-lo.
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5 ESTRATÉGIAS DE ENFRENTAMENTO DA SINDROME DE BURNOUT EM PROFESSORES
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Compreendendo qual o conceito de Síndrome de Burnout, seus sintomas e causas, de fato é necessário abrangermos quais estratégias podemos adotar para enfrentá-la. Partindo deste princípio, sabemos da tal importância de que a prevenção e erradicação da SB não seja uma tarefa solitária e sim uma ação dos professores, alunos, instituição escolar e sociedade em prol de ajudar o indivíduo, pois o ensino em si, por mais estranho que seja é uma profissão muito solitária, onde o docente necessita do apoio e encorajamento mútuo das pessoas que compreendem suas dificuldades (FONTANA, 2002)
As reflexões e ações geradas devem visar à busca de alternativas para possíveis modificações, não só na esfera microssocial de seu trabalho e de suas relações interpessoais, mas também na ampla gama de fatores macroorganizacionais que determinam aspectos constituintes da cultura organizacional e social na qual o sujeito exerce sua atividade profissional. (CARLOTTO, 2002, p.27)
 Para que os educadores acometidos pelo Burnout consigam seguir maneiras de enfrentar, encontramos estratégias classificadas em dois tipos, um focado na emoção e o outro no problema. O primeiro, chamado de coping, é focalizado na emoção e se trata de um determinado esforço que regula o estado emocional associado ao estresse, tendo por objetivo reduzir a sensação física desagradável deste estado. Já o segundo, também chamado de coping, mas focalizado no problema, abrange um esforço em prol de mudar a situação que originou o estresse alterando o problema existente entre o indivíduo e seu ambiente de tensão (MAZON; CARLOTTO; CÂMARA, 2008).
Ainda há estudiosos como Carver, Scheier e Weintraub (1989) que proporcionam um maior detalhamento desses enfrentamentos a partir da proposta original de Folkman e Lazarus (1984) que envolvem o coping ativo (consistindo no processo de estabelecer passos para remover ou melhoras os efeitos estressores); o planejamento, a supressão de atividades concomitantes; o coping moderado (que espera uma oportunidade para a ação restringindo a impulsividade); a busca de suporte social por razões instrumentais ou sociais; o foco na expressão de emoções, o desligamento comportamental e mental; a reinterpretação positiva, assim como usar da religiosidade como forma de aliviar a tensão (MAZON; CARLOTTO; CÂMARA, 2008).
Lazarus e Folkman (1984) definem coping como os esforços cognitivos e comportamentais constantemente alteráveis para controlar, vencer, tolerar ou reduzir as demandas internas ou externas específicas que são avaliadas como excedendo ou fatigando os recursos da pessoa. A forma como a pessoa lida com as situações estressantes desempenha um importante papel na relação entre o estresse e o processo de saúde-doença (MAZON; CARLOTTO; CÂMARA, 2008, p.58).
A autora Meister (2012) lista algumas estratégias que podem ser usadas para enfrentar a Síndrome de Burnout nos docentes tais como: planejar tarefas antecipadamente, tratar dos problemas quando eles aparecem reconhecendo suas limitações, reorganizar seu trabalho de forma objetiva, conversar com os amigos, separar a vida privada do local de trabalho assim como buscar momentos de lazer e descanso com o intuito de controlar suas emoções evitando gerar estresse.
Como as cinco estratégias mais empregadas, no intuito de eliminar ou minimizar os transtornos sentidos, refere: a) procurar conversar com um colega, quando surge um problema na escola, b) trocar ideias com colegas, c) ir para casa relaxar, d) ter boa condição de saúde e e) receber o apoio da família nas questões. (BENEVIDES - PEREIRA, 2012, p.161) 
Tendo em vista as diversas propostas de estratégias compreendemos então que as maneiras de enfrentamento são de extrema importância para os indivíduos com sentimentos de frustração, exaustão e incapacidade causados pela Síndrome de Burnout, pois são através das estratégias que o mesmo poderá melhorar. 
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6 CONCLUSÕES 
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Ao decorrer do nosso tema a respeito da Síndrome de Burnout nos professores buscamos descrever o que é, quais são suas principais causas, assim como analisar o impacto dela em sala de aula propondo então estratégias de enfrentamento para os docentes.
 Como conclusão pôde constatar-se através da revisão bibliográficaque ao procurarmos sanar as dúvidas sobre a Síndrome, nosso objetivo foi atingido, pois quando proporcionamos mais conhecimento sobre a mesma, os docentes que forem diagnosticados podem usar das estratégias propostas que vão desde modificarmos o ambiente de trabalho e a valorização dos docentes até o fato de ser necessário um acompanhamento psicológico junto a outras estratégias interiores que podem ser realizadas sem a ajuda de um profissional buscando controlar suas emoções, reduzindo os fatores estressantes, ocasionando então uma melhora significativa da qualidade de vida docente.
Sendo assim, compreendemos que os estudos sobre a Síndrome de Burnout em professores são de extrema importância tão quanto sua divulgação para os docentes, pois ainda é pouco conhecida, portanto fazem-se necessários estudos mais aprofundados nesta área futuramente, pois a mesma vem atingindo muitos trabalhadores da educação. 
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7 REFERÊNCIAS 
¶
ACHKAR, Ana El. Resiliência: Ferramenta para uma educação de qualidade. 1. ed. Curitiba: Appris, 2013. 169 p.
¶
BENEVIDES-PEREIRA, Ana Maria Teresa. et al. O trabalho docente e o burnout: um estudo em professores paranaenses. In: CONGRESSO NACIONAL DE EDUCAÇÃO DA PUCPR EDUCERE, 8., 2008, Curitiba. Anais do VIII congresso nacional de educação. Curitiba: Pontifícia Universidade Católica do Paraná, 2008. p. 4870-4884.
¶
BENEVIDES-PEREIRA, Ana Maria Teresa. Considerações sobre a síndrome de burnout e seu impacto no ensino. Boletim de Psicologia, Maringá, v. LXII, n. 137, p. 155-168, jan. 2012. Disponível em: <http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0006-59432012000200005>. Acesso em: 30 set. 2018.
¶
CARLOTTO, Mary Sandra. A síndrome do Burnout e o trabalho docente. Psicologia em Estudo, Maringá, v. 7, n. 1, p. 21-29, jan. 2002. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/%0D/pe/v7n1/v7n1a03.pdf>. Acesso em: 22 set. 2018.
¶
FONTANA, David. Psicologia para professores. 2. ed. São Paulo: Loyola, 2002.
¶
MAZON, Vania; CARLOTTO, Mary Sandra; CÂMARA, Sheila. Síndrome de Burnout e estratégias de enfrentamento em professores. Arquivos Brasileiros de Psicologia, Canoas, v. 60, n. 1, p. 55-66, jan. 2008. Disponível em: <http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1809-52672008000100006>. Acesso em: 22 set. 2018.
¶
MEISTER, Mariana. Síndrome de Burnout em professores universitários, Curitiba, 2012. Disponível em: <https://acervodigital.ufpr.br/bitstream/handle/1884/39139/R%20-%20E%20%20MARIANA%20MEISTER.pdf?sequence=1&isAllowed=y>. Acesso em: 30 set.2018.
¶
MORAES CRUZ, Roberto et al. Saúde docente, condições e carga de trabalho. Revista Electrónica de Investigación y Docencia (REID), [S.l.], v. 4, p. 147-160, jul. 2010. Disponível em: <http://www.revistareid.net/revista/n4/REID4art8.pdf>. Acesso em: 15 set. 2018
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