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Manejo ambiental e zoonoses

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Manejo Ambiental & 
Infectoparasitoses 
Verminoses & Dermatoses 
Epidemiologia 
 Parasitismo intestinal como grave problema de saúde; 
 São bastantes disseminadas e com alta prevalência; 
 Correlacionado com o grau de desnutrição das populações -> 
afeta o desenvolvimento físico + psicossomático + social de 
escolares e população; 
 Consequências -> baixo rendimento escolar infanto-juvenil; 
 Parasitoses intestinais com maior prevalência mundial 
encontram-se: ascaridíase, Tricuríase, ancilostomíase, 
amebíase e giardíase; 
 Tríade epidemiológica: condições do hospedeiro + parasito + 
meio ambiente; 
 Prevalência reflete deficiências de saneamento básico, nível 
de vida, higiene pessoal e coletiva; 
 Geo-helmintíases -> doenças parasitárias que acometem o 
homem e são causadas principalmente pelo Ascaris 
lumbricoies, Trichuristrichiuria e pelos ancilostomídeos -> 
prevalência no BRA de 2 a 36% -> principalmente me 
municípios com baixo IDH 
Fatores de Risco 
 Frequência das parasitoses tem relação com as condições de 
saneamento básico + nível socioeconômico + grau de 
escolaridades das mães + faixa etária + hábitos de higiene dos 
indivíduos; 
 Ambiente ocupa papel determinantes na disseminação das 
doenças infectocontagiosas no homem; 
Larva Migrans 
Dermatozoonose causada pela penetração na pele por larvas dos 
parasitas Ancylostoma brasiliense e Ancylostoma caninum (mais 
raro), que vivem no intestino delgado dos cães e gatos. 
Fisiopatologia 
 
 As larvas ficam no solo contaminado pelas fezes de animais 
parasitados -> contato com partes do corpo desprotegidas -> 
penetram na pele -> causa a doença; 
 Conhecida como “bicho geográfico” ou dermatite serpinosa; 
 Após penetrar na pele a larva desloca-se = coceira intensa e 
formação de túneis sinuosos de aspecto avermelhado; 
 O ciclo de vida dos parasitas que causam a larva migrans 
cutânea começa quando animais infectados pelos helmintos 
eliminam os ovos do parasita nas fezes. 
 As fezes contaminadas quando em contato com um solo 
quente, úmido e arenoso se tornam um meio ótimo para a 
evolução dos ovos, que eclodem, liberando as larvas. 
 No solo, as larvas recém-nascidas se alimentam de bactérias, 
e ao longo de 5 a 10 dias, passam por duas fases evolutivas 
até se tornarem aptas a infectar humanos ou outros animais. 
 Larvas na 3º fase evolutiva (fase infecciosa) podem 
sobreviver no ambiente por até 4 semanas, se encontrarem 
condições favoráveis. 
 Cerca de 3/4 dos casos de contaminação com larvas de 
parasitas que provocam a larva migrans ocorrem nos 
membros inferiores, principalmente nos pés. 
 Contaminações no tronco ou nos membros superiores 
ocorrem em menos de 10% dos casos. 
 Nas crianças que brincam sentadas em caixas de areia ou na 
praia, os glúteos e as coxas são habitualmente acometidos. 
 As larvas na 3º fase evolutiva conseguem penetrar a camada 
mais superficial da pele humana, mas não conseguem 
atravessar as camadas subjacentes. 
 Sem conseguir invadir mais profundamente, os vermes 
passam se movimentar ao acaso por baixo da pele, formando 
um pequeno túnel que dá origem a desenhos na pele, 
parecendo um mapa, daí o nome popular de bicho 
geográfico. 
Quadro Clínico 
 Momento da penetração das larvas = pode passar 
despercebido ou nota-se a presença de uma pápula 
avermelhada e pruriginosa. 
 Se o solo estiver intensamente contaminado por larvas, 
várias pápulas podem surgir na pele, indicando vários pontos 
de invasão. 
 Dois a três dias depois da invasão = surgem os pequenos 
túneis causados pela migração do verme por baixo da pele -> 
cada invasão origina um túnel. 
 Estas lesões são discretamente elevadas, serpiginosas, 
marrom-avermelhadas e provocam muita coceira. 
 Os túneis avançam cerca de 2 a 5 cm por dia e podem formar 
desenhos caprichosos. 
 Com o passar dos dias, a parte mais antiga do trajeto tende a 
desinflamar, deixando em seu lugar apenas uma faixa mais 
escurecida, que desaparecerá mais tarde. 
 A duração do processo = muito variável 
 Cura espontaneamente ao fim de 2 semanas ou durar meses. 
 A larva migrans quando desaparece espontaneamente, sem 
tratamento, pode reaparecer semanas ou meses depois. 
 O sintoma que mais incomoda é a coceira, podendo, 
inclusive, impedir o paciente de dormir. 
 Se o paciente cocar demais a área, pode causar feridas e 
facilitar a contaminação da pele por bactérias, levando a 
quadros de celulite ou erisipela. 
Diagnóstico 
 
 
 
 
 
 
Tratamento 
 O tratamento da larva migrans é feito com drogas 
antiparasitárias que tenham ação contra helmintos, como 
Tiabendazol, Albendazol ou Ivermectina. 
 A Ivermectina é usada na dose de 200 mcg/kg por dia, por 
um ou dois dias. Já o Albendazol é habitualmente prescrito 
na dose de 400 mg por dia por três dias. 
 O Tiabendazol pode ser usado como pomada nos casos 
iniciais, leves ou com poucas lesões. 
 O tratamento tópico dura de 5 a 7 dias, mas as lesões e a 
coceira costumam apresentar melhora já nas primeiras 48 
horas de tratamento. 
Ascaridíase 
Doença parasitária do homem causada por helmintos. 
 
Ciclo Biológico 
 É do tipo monoxênico, isto é, possuem um único hospedeiro. 
 A primeira larva (L,) forma dentro do ovo e é do tipo 
rabditoide -> possui o esôfago com duas dilatações, uma em 
cada extremidade e uma constrição no meio. 
 Após uma semana, ainda dentro do ovo, essa larva sofre 
muda transformando-se em L, e, em seguida, nova muda 
transformando-se em L, infectante com esôfago tipicamente 
filarióide (esôfago retilíneo). 
 Em A. lumbricoides e outros ascarídeos a forma infectante é 
a L, dentro do ovo. 
 Estas formas permanecem infectantes no solo por vários 
meses podendo ser ingeridas pelo hospedeiro. 
 Após a ingestão, os ovos contendo a L, atravessam todo o 
trato digestivo e as larvas eclodem no intestino delgado. 
 A eclosão ocorre devido a fatores ou estímulos fornecidos 
pelo próprio hospedeiro, como a presença de agentes 
redutores, o pH, a temperatura, os sais e, o mais importante, 
a concentração CO, cuja ausência inviabiliza a eclosão. 
 As larvas, uma vez liberadas, atravessam a parede intestinal 
na altura do ceco, caem nos vasos linfáticos e nas veias e 
invadem o fígado I entre 18 e 24 horas após a infecção. 
 Em dois a três dias chegam ao coração direito, através da veia 
cava inferior ou superior e quatro a cinco dias após são 
encontradas nos pulmões (ciclo de LOSS). 
 Cerca de oito dias da infecção, as larvas sofrem muda para L, 
rompem os capilares e caem nos alvéolos, onde mudam para 
L,. Sobem pela árvore brônquica e traqueia, chegando até a 
faringe. 
 Podem então ser expelidas com a expectoração ou serem 
deglutidas, atravessando incólumes o estômago e fixando-se 
no, intestino delgado. 
 Transformam-se em adultos jovens 20 a 30dias após a 
infecção. 
 Em 60 dias alcançam a maturidade sexual, fazem a cópula, 
ovipostura e já são encontrados ovos nas fezes do 
hospedeiro. 
 Os vermes adultos têm uma longevidade de um a dois anos. 
Fisiopatologia 
 Em infecções de baixa intensidade, normalmente não se 
observa nenhuma alteração. 
 Infecções maciças = encontramos lesões hepáticas e 
pulmonares. 
 No figado, quando são encontradas numerosas formas 
larvares migrando pelo parênquima, podem ser vistos 
pequenos focos hemorrágicos e de necrose que 
futuramente tomam-se fibrosados. 
 Nos pulmões ocorrem vários pontos hemorrágicos na 
passagem das larvas para os alvéolos. 
 Na realidade, a migração das larvas pelos alvéolos 
pulmonares, dependendo do número de formas presentes, 
pode determinar um quadro pneumônico com febre, tosse, 
dispnéia e eosinofilia. 
 Há edemaciação dos alvéolos com infiltrado parenquimatoso 
eosinofilico, manifestações alérgicas, febre, bronquite e 
pneumonia (a este conjunto de sinais denomina-se síndrome 
de Loeffler). Na tosse produtiva (com muco) o catarro pode ser 
sanguinolento e apresentar larvas do helminto. 
 Infecções de baixa intensidade, três a quatro vermes, o 
hospedeiro não apresenta manifestação clínica. Infecções 
médias, 30 a 40 vermes, ou maciças, 100 ou mais vermes, 
podemos encontrar as seguintes alterações: 
Ação espoliadora: os vermes consomem grande quantidade de 
proteínas, carboidratos, lipídios e vitaminas A e C, levando o 
paciente, principalmente crianças, a subnutrição e 
depauperamento físico e mental; 
Ação tóxica: reação entre antígenos parasitários e anticorpos 
alergizantes do hospedeiro, causando edema, urticária, 
conwlsõesepileptiformes etc.; 
Ação mecânica: causam irritação na parede e podem enovelar-se 
na luz intestinal, levando à sua obstrução. 
 Além destes locais, vermes adultos e formas larvares já foram 
encontrados no ouvido médio, narinas e tuba auditiva. 
Quadro Clínico 
 Cólicas, 
 Náuseas, 
 Vômitos, 
 Diarreia, 
 Anorexia e 
 Desconforto abdominal. 
 Durante a fase larval migratória podem ocorrer pneumonite 
aguda transitória (síndrome de Loeffler) associada à febre e 
eosinofilia acentuada. 
 É muito comum entre crianças o aparecimento de uma 
alteração cutânea, que consiste em manchas, circulares, 
disseminadas pelo rosto, tronco e braços. 
 Tais manchas são popularmente denominadas "pano", e são 
comumente relacionadas com o parasitismo pelo A. 
lumbricoides. 
 Parece que seriam causadas pelo verme que consome grande 
quantidade de vitaminas A e C, provocando despigmentações 
circunscritas. 
 Após a terapêutica e eliminação do verme, as manchas 
tendem a desaparecer. 
Diagnóstico 
Clínico 
 Usualmente a ascaridíase humana é pouco sintomática, por 
isto mesmo difícil de ser diagnosticada em exame clínico, 
sendo a gravidade da doença determinada pelo número de 
vermes que infectam cada pessoa. 
 Como o parasito não se multiplica dentro do hospedeiro, a 
exposição contínua a ovos infectados é a única fonte 
responsável pelo acúmulo de vermes adultos no intestino do 
hospedeiro. 
Laboratorial 
 É feito pela pesquisa de ovos nas fezes. 
 Como as fêmeas eliminam diariamente milhares de ovos por 
dia, não há necessidade, nos exames de rotina, de 
metodologia específica ou métodos de enriquecimento, 
bastando a técnica de sedimentação espontânea. 
 Método de Kato modificado por Katz é bastante eficiente e 
recomendado pela Organização Mundial de Saúde para 
inquéritos epidemiológicos. 
 Esta técnica permite a quantificação dos ovos e 
consequentemente estima o grau de parasitismo dos 
portadores, compara dados entre várias áreas trabalhadas e 
demonstra maior rigor no controle de cura. 
 Deve-se ressaltar que em infecções exclusivamente com 
vermes fêmeas, todos os ovos expelidos serão inférteis, 
enquanto em infecções somente com vermes machos o 
exame de fezes será consistentemente negativo. 
Tratamento 
 O potencial do tratamento das helmintoses intestinais 
aumentou em muito com a descoberta dos benzimidazóis. 
Estas drogas são altamente efetivas contra o A. lumbricoides 
e outras helmintoses intestinais. 
 A Organização Mundial da Saúde recomenda quatro drogas - 
albendazol, mebendazol, levamisol e pamoato de pirantel - 
para o tratamento e controle de helmintos transmitidos pelo 
solo. 
Albendazol: 
 Componente dos benzimidazóis com um amplo espectro 
antiparasitário, principalmente para o Ascaris ssp. 
 A droga é encontrada sob a forma de comprimidos de 200 e 
400mg, e de suspensão oral de 100mg/5ml. 
 A dose única de 400mg é altamente eficaz contra a 
ascaridíase, mostrando níveis de cura e de redução de ovos 
de até 100%. 
Este fármaco pode atuar de duas maneiras: 
(1) Através da ligação seletiva nas tubulinas inibindo a 
tubulina-polimerase, prevenindo a formação de 
microtúbulos e impedindo a divisão celular; 
(2) Impedindo a captação de glicose inibindo a formação de 
atp que é usado como fonte de energia pelo verme. 
 A droga é pouco absorvida pelo hospedeiro e sua ação anti-
helmíntica ocorre diretamente no trato gastrointestinal. 
 A fração absorvida é metabolizada no fígado, tendo uma vida 
média de aproximadamente nove horas. 
 Após este período é excretada com a bile através dos rins. 
Mebendazol: 
 Derivado dos benzimidazóis com efetiva atividade anti-
helmíntica. 
 É encontrada sob a firma de comprimidos de 100 e 500mg e 
também em suspensão oral de 100mg/5ml. 
 O mecanismo de ação de mebendazol é o mesmo descrito 
para o albendazol. 
 A dose única de 500mg mostrou alta efetividade contra a 
ascaridíase e outras parasitoses intestinais. 
 A absorção da droga é pequena, mas pode ser aumentada 
pela ingestão de alimentos gordurosos. 
 É metabolizada predominantemente no fígado e sua 
excreção pode ocorrer pela bile e urina. 
 Usualmente a maior parte da droga é encontrada inalterada 
nas fezes, o que explica sua excelente atividade contra os 
helmintos intestinais. 
 O tratamento com mebendazol alcança níveis de cura entre 
93,8% e 100% e taxas de redução de ovos de 979% a 993%. 
Tricuríase 
 A tricuríase é uma parasitose muito comum em países 
subdesenvolvidos, onde as condições de saneamento básico 
são precárias. 
 O Trichuristrichiura é um parasito que não se adapta bem a 
locais áridos ou muito frios, por isso, as regiões tropicais, 
onde o clima é úmido e quente, são as que apresentam maior 
número de casos desta verminose. 
 Em todo mundo, estima-se que mais de 1 bilhão de pessoas 
estejam infectadas com esse parasito, a maioria delas sem 
apresentar qualquer tipo de sintoma. 
 Devido ao fato do Trichuristrichiura viver em ambientes com 
características semelhantes aos do parasito Ascaris 
lumbricoides, é muito comum a co-infecção por ambos 
nematódeos. 
 O Trichuristrichiura é um verme morfologicamente parecido 
com o Ascaris lumbricoides, porém, ele é bem menor, 
medindo, em média, cerca de 4 cm contra os habituais 30 cm 
do áscaris. 
Fisiopatologia 
 
 A tricuríase é uma doença de transmissão fecal-oral. 
 Um indivíduo se contamina com o Trichuristrichiura quando 
ingere acidentalmente ovos do parasito contidos em 
alimentos, água ou no solo. 
 O ciclo de vida do Trichuristrichiura pode ser resumido da 
seguinte forma: um indivíduo infectado libera milhares de 
ovos do parasito a cada evacuação. 
 Se as fezes entrarem em contato com o solo, os ovos 
encontram um local propício para amadurecer. 
 Após cerca de 2 ou 3 semanas, os ovos passam a conter um 
embrião do verme capaz de infectar quem o consumir. 
 A ingestão de ovos que foram eliminados recentemente nas 
fezes não é capaz de contaminar outras pessoas, pois o 
embrião no seu interior precisa deste tempo de 2 semanas de 
amadurecimento no solo para poder completar o seu ciclo de 
vida. 
 Em ambientes úmidos e com pouca exposição solar direta, os 
ovos do Trichuristrichiura podem permanecer viáveis por 
vários meses. 
 Por outro lado, em locais secos, muito quentes ou com 
exposição solar direta, o ovo sofre desidratação e o embrião 
em seu interior morre rapidamente. 
 As duas formas mais comuns de contaminação são através do 
contato da boca com mãos que manipularam solo infectado 
ou por consumo de alimentos plantados em terra adubada 
com fezes humana. 
 Uma vez ingeridos, os ovos do parasito conseguem atravessar 
incólumes o estômago e eclodem ao chegar ao intestino 
delgado, liberando as larvas do verme. 
 Após cerca de 3 meses, as larvas se tornam vermes adultos e 
migram para o intestino grosso, onde irão habitar 
definitivamente. 
 Uma vez no intestino grosso, o Trichuristrichiura pode viver 
por até 5 anos. 
 A fêmea do parasito é capaz de colocar mais de 20 mil ovos 
por dia, que serão eliminados pelas fezes, dando início a um 
novo ciclo. 
Quadro Clínico 
 Somente os indivíduos com os intestinos infestadoscom 
centenas de parasitos é que desenvolvem sintomas de 
tricuríase. 
 Diarreia crônica, que pode ou não vir acompanhada de muco 
ou sangue misturado às fezes. 
 Distensão abdominal 
 Enjoos 
 Perda de peso 
 Flatulência 
 Anemia 
 Sinal físico comum é o baqueteamento digital 
 Sinal típico = prolapso retal (geralmente presente em 
crianças com contaminação maciça); Nestes casos, é comum 
conseguirmos ver vermes aderidos à mucosa do reto que 
está exteriorizada. 
Diagnóstico 
 O diagnóstico da tricuríase é feito habitualmente pelo exame 
parasitológico de fezes, no qual é possível identificar a 
presença de ovos do Trichuristrichiura. 
 Em alguns casos, o diagnóstico pode ser feito durante a 
realização de uma colonoscopia, pois os vermes são 
facilmente encontrados aderidos à mucosa do intestino 
grosso. 
Tratamento 
As opções de tratamento para tricuríase são: 
o Mebendazol 100 mg, 2 vezes por dia por 3 dias. 
o Albendazol 400 mg, 1 vez por dia por 3 dias. 
o Nitazoxanida, 500 mg 2 vezes ao dia, por 3 dias, por via 
oral. 
 Em pacientes com infecção maciça, o tratamento pode ser 
prolongado por 5 a 7 dias. A taxa de cura com estes 
esquemas costuma ser acima de 90%. 
 Três ou quatro semanas após o tratamento, o médico pode 
solicitar novo exame parasitológico de fezes para confirmar a 
cura. Se ainda houver ovos, sugere-se a repetição do 
tratamento. 
 Deve-se evitar o uso de albendazol ou mebendazol nas 
grávidas. Em geral, nas gestantes infectadas, o tratamento é 
adiado até depois do parto, para diminuir o risco de 
toxicidade para o feto. 
Amebíase 
Fisiopatologia 
 
 A patogênese da amebíase requer eventos coordenados que 
abrangem a adesão dos trofozoítos às células do hospedeiro, 
lise e fagocitose de células epiteliais e bactérias, destruição e 
invasão dos tecidos pela ação de enzimas amebianas e 
liberadas durante a lise dos neutrófilos. 
 Três classes de moléculas amebianas têm sido principalmente 
apontadas como os principais fatores de virulência da E. 
histolytica: a lectina galactose/N-acetilgalactosamina 
(Gal/GalNac), os amebaporos e as cisteína proteases. 
 Destaca-se que a resposta imune do hospedeiro é outro fator 
importante na evolução da infecção, visto que os neutrófilos 
podem desempenhar um papel-chave tanto para o dano 
tecidual quanto para o controle da infecção amebiana. 
 O primeiro passo para colonização do intestino pela E. 
histolytica é a adesão dos trofozoítos às células epiteliais do 
cólon. 
 A principal molécula neste processo é a lectina galactose/N-
acetilgalactosamina (Gal/GalNac), uma proteína complexa, 
ancorada à superfície externa da ameba, capaz de se ligar a 
receptores para lectina nas células do hospedeiro. 
 A partir disso, a lectina Gal/GalNac pode impedir a destruição 
do trofozoíto por sua atividade anti-complemento, através da 
inibição da formação do complexo de ataque a membrana. 
 Além disso, essa lectina funciona como importante agente 
imunógeno, estimulando a produção de óxido nítrico (ON), 
interleucina 12 (IL-12) e fator de necrose tumoral (TNF) por 
macrófagos ativados, favorecendo uma resposta inflamatória 
no local. 
 Dessa forma, possivelmente a lectina Gal/GalNac 
desempenha um papel na iniciação da resposta imune contra 
E. histolytica. 
 Em seguida, a E. histolyticalisa as células humanas a partir da 
citotoxicidade e citólise do amebaporo. 
 Esses são polipeptídeos armazenados no interior dos 
grânulos citoplasmáticos dos trofozoítos e liberados pelo 
contato com a membrana da célula-alvo, e são responsáveis 
pela lise celular, sem a necessidade de interação com um 
receptor específico na membrana da célula do hospedeiro. 
 Ao lisar neutrófilos, os amebaporos contribuem para a 
resposta inflamatória, já que o conteúdo enzimático liberado 
dos neutrófilos destruídos pode intensificar a resposta 
inflamatória, pela liberação de maior quantidade de 
mediadores químicos. 
 Por conseguinte, cisteína proteases (CPs) secretadas por E. 
histolytica desempenham um papel fundamental na invasão 
tecidual, na evasão das defesas do hospedeiro e na indução 
da inflamação intestinal pelo parasito. 
 Após a adesão e destruição da mucosa do cólon, o processo 
de invasão dos trofozoítos é mediado pela ação das CPs, que 
degradam proteínas da MEC, como colágeno, elastina, 
fibrinogênio e laminina, eliminando obstáculos mecânicos 
que dificultariam a invasão. 
 É interessante notar que as CPs têm uma função fundamental 
na evasão da resposta imune do hospedeiro, pois podem 
destruir as anafilatoxinas C3a e C5a, evitando assim a ação do 
complemento, e ainda clivam IgA e IgG humana, impedindo a 
resposta imune adaptativa. 
 Em protozoários, fosfoglicanos no glicocálix podem atuar 
como uma barreira física contra o complexo de ataque à 
membrana (MAC). 
 Lipopeptideofosfoglicano (LPPG) é uma macromolécula 
imunogênica complexa que recobre a superfície do parasito, 
estando ancorada a uma molécula de glicosilfosfatidilinositol 
(GPI). 
 O LPPG tem sido convincentemente associado à virulência da 
E. histolytica e pode servir como uma barreira física para os 
componentes do complemento. 
 Autores sugerem a hipótese de que a patogenicidade da 
ameba depende da expressão de PAMPs, que não são 
devidamente reconhecidos pelos mecanismos da imunidade 
inata do hospedeiro. 
 Além disso, a modulação da patogenicidade por transcrição e 
expressão dos genes necessários para a síntese das moléculas 
envolvidas na patogênese poderia ser influenciada por 
fatores no ambiente do trofozoíto, como níveis de cálcio e 
ferro, temperatura, pressão alta de oxigênio, bactérias, 
ligação ao colágeno e inflamação. 
 Ou seja, pressões do ambiente, intrínsecas do hospedeiro, 
poderiam determinar a expressão de um fenótipo virulento. 
 Outros autores demonstraram que trofozoítos de E. 
histolytica em associação com bactérias enteropatogênicas 
(como E. coli) apresentaram maior virulência, devido a 
melhor capacidade de aderência das amebas às células 
epiteliais, com subsequente aumento do efeito citopático, 
assim como pela maior detecção de fatores quimiotáticos 
para neutrófilos e alteração da barreira epitelial. 
 Assim, o patógeno pode penetrar as camadas epiteliais e 
manifestar as formas mais graves da doença. 
 
 Também foi demonstrado que a interação entre a E. 
histolytica e bactérias da microbiota intestinal, como 
Haemophilusinfluenzae,NeisseriameningitidiseNeisseriagonor
hoeae, pode favorecer o metabolismo redutor das amebas e 
auxiliar na degradação de IgA. 
Quadro Clínico 
 Desconforto abdominal, que pode variar de leve a moderado, 
 Sangue nas fezes, 
 Forte diarréia acompanhada de sangue ou mucóide, 
 Febre e calafrios. 
 Casos mais graves = a forma trofozoítica do protozoário pode 
se espalhar pelo sistema circulatório e, com isso, afetar o 
fígado, pulmões ou cérebro. 
 O diagnóstico breve nestes casos é muitíssimo importante, 
uma vez que, este quadro clínico, pode levar o paciente a 
morte. 
Diagnóstico 
 Presença de trofozoítos ou cistos do parasito encontrados 
nas fezes, em aspirados ou raspados -> podem ser obtidos 
através de endoscopia ou proctoscopia; 
 Dosagem de anticorpos séricos -> abcesso hepático 
amebiano; 
 Ultrassonografia e tomografia axial computadorizada -> úteis 
no diagnósticos de abcessos amebianos; 
Tratamento 
Secnidazol 
 Adultos - 2g, em dose única. 
 Crianças - 30mg/kg/dia, VO, não ultrapassando máximo de 
2g/dia. 
 Deve ser evitado no 1º trimestre da gravidez e durante 
amamentação. 
Metronidazol 
 500mg, 3 vezes/dia, durante 5 dias, para adultos. 
 Para crianças, recomenda-se 35mg/kg/dia, divididas em 3 
tomadas, durante 5 dias. 
Formas graves (amebíase intestinal sintomática ou amebíase extra-
intestinal) 
 Metronidazol 750mg, VO, 3x ao dia, durante 10 dias – 
adultos; Crianças -> 50mh/Kg/dia, durante 10 dias; 
Tinidazol 
 2g, VO, após uma das refeições durante 2 dias para formas 
intestinais -> adultos; 
 Formas extra-intestinais: 50mg/Kg/dia, durante 2 ou 3 dias; 
 Crianças a dosagem recomendada = 50mg/Kg/dia 
 
 
Teclozam 
 Somente para formas leves ou assintomáticas; 
 1500mg/dia, divididas em 3x de 500mg – dose única para 
adultos; 
 Crianças = 15mg/Kg/dia durante 5 dias; 
Saneamento Básico 
 Conjunto de medidas que visa preservar ou modificar as 
condições do meio ambiente com a finalidade de prevenir 
doenças e promover a saúde, melhorar a qualidade de vida 
da população e à produtividade do indivíduo e facilitar a 
atividade econômica; 
 Direito assegurado pela Constituição Federal e definido pela 
Lei nº 11.445/2007 como o conjunto dos serviços, 
infraestrutura e instalações operacionais de abastecimento 
de água, esgotamento sanitário, limpeza urbana, drenagem 
urbana, manejos de resíduos sólidos e de águas pluviais; 
 Ter saneamento básico é essencial para o país ser chamado 
de desenvolvido; 
 Segundo a OMS, saneamento é o controle de todos s fatores 
do meio físico do homem, que exercem ou podem exercer 
efeitos nocivos sobre o bem estar físico, mental e social; 
 A oferta do saneamento associa sistemas constituídos por 
uma infraestrutura física e uma estrutura educacional, legal e 
institucional, que abrange os seguintes serviços: 
 Abastecimento de água às populações, com a qualidade 
compatível com a proteção de sua saúde e em 
quantidade suficiente para a garantia de condições 
básicas de conforto; 
 Coleta, tratamento e disposição ambientalmente 
adequada e sanitariamente segura de águas residuárias 
(esgotos sanitários, resíduos líquidos industriais e 
agrícola; 
 Acondicionamento, coleta, transporte e/ou destino final 
dos resíduos sólidos (incluindo os rejeitos provenientes 
das atividades doméstica, comercial e de serviços, 
industrial e pública); 
 Coleta de águas pluviais e controle de empoçamentos e 
inundações; 
 Controle de vetores de doenças transmissíveis (insetos, 
roedores, moluscos, etc.); 
 Saneamento dos alimentos; - saneamento dos meios 
transportes; 
 Saneamento e planejamento territorial; 
 Saneamento da habitação, dos locais de trabalho, de 
educação e de recreação e dos hospitais; 
 Controle da poluição ambiental – água, ar e solo, acústica 
e visual. 
 O saneamento básico se restringe: 
 Abastecimento de água às populações, com a qualidade 
compatível com a proteção de sua saúde e em 
quantidade suficiente para a garantia de condições 
básicas de conforto. 
 
 
 
 
 
Políticas Públicas para verminoses e dermatoses 
 2005: Plano Nacional de Vigilância e Controle das 
Enteroparasitoses -> tinha o objetivo de gerar uma base de 
informações sobre prevalência, morbidade e mortalidade 
causadas ou associadas às infecções por agentes parasitários; 
 
 
 
 
 
Vigilância sanitária 
 O Centro de Vigilância Sanitária, através da Divisão de 
Produtos Relacionados à Saúde e do Grupo Técnico de 
Alimentos, tem como missão promover e proteger a saúde da 
população, com ações capazes de eliminar ou prevenir riscos 
à saúde decorrentes da alimentação, e para isso realiza, entre 
outras, ações de monitoramento programado da qualidade 
sanitária de produtos e de estabelecimentos na área de 
alimentos, bebidas, águas envasadas, insumos, embalagens, 
aditivos alimentares e coadjuvantes de tecnologia, limites de 
contaminantes e resíduos de medicamentos veterinários, 
enfocadas no controle do cumprimento das boas práticas 
pelas empresas, e também em análises laboratoriais. 
 No Sistema Estadual de Vigilância Sanitária - SEVISA, as 
Equipes Regionais e Municipais de Vigilância Sanitária são 
responsáveis, no âmbito de suas competências, pela 
execução das ações de controle sanitário na fabricação, 
distribuição e comércio de produtos alimentícios em todo o 
estado de São Paulo, assegurando aos consumidores a 
qualidade sanitária desses produtos e respectivos 
estabelecimentos. 
 Essa atuação é compartilhada com outros órgãos, como o 
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento – MAPA, 
além dos estados e municípios, que integram o Sistema 
Nacional de Vigilância Sanitária. 
 O MAPA é o órgão responsável pela regulamentação, registro 
e inspeção dos estabelecimentos produtores de origem 
animal, vegetal (produtos in natura) e indústrias de 
processamento de bebidas. 
Vigilância epidemiológica – zoonoses 
A Lei Orgânica da Saúde conceitua Vigilância Epidemiológica (VE) 
como um “conjunto de ações que proporciona o conhecimento, a 
detecção ou prevenção de qualquer mudança nos fatores 
determinantes e condicionantes da saúde individual ou coletiva, 
com a finalidade de recomendar e adotar as medidas de prevenção 
e controle das doenças ou agravos”. 
Propósitos da VE: 
 Fornecer orientação técnica permanente para os que têm a 
responsabilidade de decidir sobre a execução de ações de 
controle de doenças e agravos. 
 Sua operacionalização compreende um ciclo completo de 
funções específicas e intercomplementares, que devem ser 
desenvolvidas de modo contínuo, permitindo conhecer, a 
cada momento, o comportamento epidemiológico da doença 
ou agravo escolhido como alvo das ações, para que as 
intervenções pertinentes possam ser desencadeadas com 
oportunidade e efetividade. 
Funções: 
 Coleta e processamento de dados; 
 Análise e interpretação dos dados processados; 
 Investigação epidemiológica de casos e surtos; 
recomendação e promoção das medidas de controle 
apropriadas; 
 Avaliação da eficácia e efetividade das medidas adotadas; 
 Divulgação de informações sobre as investigações, medidas 
de controle adotadas, impacto obtido, formas de prevenção 
de doenças, dentre outras. 
 É importante salientar que todos os profissionais de saúde 
(da rede pública, privada e conveniada), bem como os 
diversos níveis do sistema (municipal, estadual, federal), têm 
atribuições de vigilância epidemiológica. 
 Dependendo da inserção profissional e da capacidade 
executiva, técnica e gerencial de cada área, essas funções vão 
da simples notificação de casos suspeitos ou confirmados das 
doenças que compõem o sistema de vigilância até a 
investigação epidemiológica (casos ou surtos), adoção de 
medidas de controle, coleta, análise e interpretação de 
dados, dentre outras. 
Coleta de Dados: 
 A VE desencadeia suas atividades a partir da ocorrência de 
um evento sanitário caso(s) suspeito(s) ou confirmado(s) de 
doença sob vigilância. 
 Costuma-se definir VE, de modo simples e operacional, como 
Informação - Decisão - Ação. 
 A coleta de dados ocorre em todos os níveis (municipal, 
estadual e federal) de atuação do sistema de saúde. 
 A força e valor da informação (que é o dado analisado) 
dependem da qualidade e fidedignidade com que a mesma é 
gerada. 
 Para isso, faz-se necessário que as pessoas responsáveis pela 
coleta estejam bem preparadas para diagnosticar 
corretamente o caso, como também para realizar uma boa 
investigação epidemiológica, com anotações claras e 
confiáveis. 
Investigação Epidemiológica: 
 É um método de trabalho utilizado com muita frequência em 
casos e epidemias de doenças transmissíveis, mas que se 
aplica a outros grupos de agravos. 
 Consiste em um estudo de campo realizado a partir de casos 
(clinicamente declarados ou suspeitos) e de portadores, com 
o objetivo de avaliar a ocorrência, do ponto de vista de suas 
implicações para a saúde coletiva. 
 Sempre que possível, deve conduzir à confirmação do 
diagnóstico, à determinação das características 
epidemiológicas da doença, à identificação das causas do 
fenômeno e à orientação sobre as medidas de controle 
adequadas. 
Decisão-Ação: 
 Todo sistema de vigilância é montado tendo como objetivo o 
controle, a eliminação ou aerradicação de doenças, o 
impedimento de óbitos e sequelas etc. 
 Dessa forma, após a análise dos dados, deverão ser definidas 
imediatamente as medidas de prevenção e controle mais 
pertinentes à situação. 
 Isso deve ser feito no nível mais próximo da ocorrência do 
problema, para que a intervenção seja mais oportuna e, 
consequentemente, mais eficaz. 
Normatização: 
 Normas técnicas capazes de uniformizar procedimentos e 
viabilizar a comparabilidade de dados e informações são 
elaboradas e divulgadas pelo sistema de vigilância 
epidemiológica. 
 Destaque especial é da à definiçãode caso de cada doença ou 
agravo, visando tornar comparáveis os critérios diagnósticos 
que regulam a entrada dos casos no sistema, seja como 
suspeito, compatível ou mesmo confirmado por diagnóstico 
laboratorial. 
Retroalimentação do Sistema: 
 É a devolução de informações aos notificantes das análises 
resultantes dos dados coletados e das medidas de controle 
adotadas. 
Poluição Ambiental 
o A qualidade dos ecossistemas aquáticos tem sido alterada em 
diferentes escalas nas últimas décadas. 
o Fator este, desencadeado pela complexidade dos usos 
múltiplos da água pelo homem, os quais acarretaram em 
degradação ambiental significativa e diminuição considerável 
na disponibilidade de água de qualidade, produzindo 
inúmeros problemas ao seu aproveitamento. 
o A água pode ter sua qualidade afetada pelas mais diversas 
atividades do homem, sejam elas domésticas, comerciais ou 
industriais. Cada uma dessas atividades gera poluentes 
característicos que têm uma determinada implicação na 
qualidade do corpo receptor. 
o A poluição pode ter origem química, física ou biológica, 
sendo que em geral a adição de um tipo destes poluentes 
altera também as outras características da água. 
o Desta forma, o conhecimento das interações entre estas 
interações é de extrema importância para que se possa lidar 
da melhor forma possível com as fontes de poluição. 
o Em geral, As consequências de um determinado poluente 
dependem das suas concentrações, do tipo de corpo d´água 
que o recebe e dos usos da água. 
FONTES DE POLUIÇÃO 
 De forma genérica, a poluição das águas decorre da adição de 
substâncias ou de formas de energia que, diretamente ou 
indiretamente, alteram as características físicas e químicas do 
corpo d’água de uma maneira tal, que prejudique a utilização 
das suas águas para usos benéficos. 
 Torna-se importante ressaltar a existência dos seguintes tipos 
de fontes de poluição: atmosféricas, pontuais, difusas e 
mistas. 
Poluição atmosférica 
o As fontes de poluição atmosférica são classificadas em: 
fixas (principalmente indústrias) e móveis (veículos 
automotores, trens, aviões, navios, etc.). 
o Quanto aos fatores que causam a poluição dividem-se: 
naturais -> causas nas forças da natureza, como 
tempestades de areia, queimadas provocadas por raios e 
as atividades vulcânicas; e artificiais -> causados pela 
atividade do homem, como a emissão de gases de 
automóveis, queima de combustíveis fósseis em geral, 
materiais radioativos, queimadas, etc. 
o A poluição atmosférica é a que possui efeitos mais 
globais, devido a maior facilidade de dispersão dos 
poluentes envolvidos neste tipo de poluição, já que em 
geral são emissões de gases e particulados a 
temperaturas da ordem de centenas de ºC e velocidades 
que podem atingir dezenas de m.s-1 . 
Poluição pontual 
o Refere-se àquelas onde os poluentes são lançados em 
pontos específicos dos corpos d’água e de forma 
individualizada, as emissões ocorrem de forma 
controlada, podendo-se identificar um padrão médio de 
lançamento. 
o Geralmente a quantidade e composição dos lançamentos 
não sofrem grandes variações ao longo do tempo. 
o Exemplos típicos de fontes pontuais de poluição são as 
indústrias e estações de tratamento de esgotos. 
Poluição difusa 
o A poluição difusa se dá quando os poluentes atingem os 
corpos d´água de modo aleatório, não havendo 
possibilidade de estabelecer qualquer padrão de 
lançamento, seja em termos de quantidade, freqüência 
ou composição. 
o Por esse motivo o seu controle é bastante difícil em 
comparação com a poluição pontual. 
o Exemplos típicos de poluição difusa são os lançamentos 
das drenagens urbanas, escoamento de água de chuva 
sobre campos agrícolas e acidentes com produtos 
químicos ou combustíveis. 
Poluição mista 
o As fontes mistas são aquelas que englobam 
características de cada uma das fontes anteriormente 
descritas. 
 Cada uma das fontes de poluição citadas determinam um 
certo grau de poluição no corpo hídrico atingido, que é 
mensurado através de características físicas, químicas e 
biológicas das impurezas existentes, que, por sua vez, são 
identificadas por parâmetros de qualidade das águas (físicos, 
químicos e biológicos). 
 De uma maneira geral, as características físicas são analisadas 
sob o ponto de vista de sólidos (suspensos, coloidais e 
dissolvidos na água), gases e temperatura. 
 As características químicas, nosaspectos de substâncias 
orgânicas e inorgânicas e as biológicas sob o ponto de vista 
da vida animal, vegetal e organismos unicelulares. 
Poluição Química - Dois tipos de poluentes caracterizam a poluição 
química: 
 Biodegradáveis: são produtos químicos que ao final de um 
tempo, são decompostos pela ação de bactérias. São 
exemplos de poluentes biodegradáveis os detergentes, 
inseticidas, fertilizantes, petróleo, etc. 
 Persistentes: são produtos químicos que se mantém por 
longo tempo no meio ambiente e nos organismos vivos. Estes 
poluentes podem causar graves problemas como a 
contaminação de alimentos, peixes e crustáceos. São 
exemplos de poluentes persistentes o DDT 
(diclodifenitricloroetano), o mercúrio, etc. 
Poluição Física - Denomina-se poluição física aquela que altera as 
características físicas da água, as principais são: 
Poluição térmica: decorre do lançamento nos rios da água 
aquecida usada no processo de refrigeração de refinarias, 
siderúrgicas e usinas termoelétricas. 
Poluição por resíduos sólidos: podem ser sólidos suspensos, 
coloidais e dissolvidos. Em geral esses sólidos podem ser 
provenientes de ressuspensão de fundo devido à circulação 
hidrodinâmica intensa, provenientes de esgotos industriais e 
domésticos e da erosão de solos carregados pelas chuvas ou 
erosão das margens. 
Poluição biológica - A água pode ser infectada por organismos 
patogênicos, existentes nos esgotos. Assim, ela pode conter: 
 Bactérias: provocam infecções intestinais epidérmicas e 
endêmicas (febre tifóide, cólera, shigelose, salmonelose, 
leptospirose); 
 Vírus: provocam hepatites e infecções nos olhos; c) 
protozoários: responsáveis pelas amebiases e giardíases; 
 Vermes: esquistossomose e outras infestações. 
 
Manejo de resíduos 
Domiciliar 
 Todo tipo de resíduo gerado pelos habitantes das residências, 
que podem ser materiais orgânicos ou inorgânicos; 
 A coleta de lixo domiciliar é realizada pelo serviço público de 
limpeza -> posto pelos moradores em sacolas de plástico, os 
garis recolhem o lixo, os quais são colocados em um 
caminhão que macera todos os produtos para serem levados 
nos locais denominados de aterros sanitários; 
 
 
Industrial 
 É o lixo proveniente das industrias -> setor secundário; 
 Dentre os todos os tipos de lixos, os resíduos industriais tem 
sido um dos maiores problemas quando se trata de 
preservação do meio ambiente; 
 Grande ameaça para o equilíbrio ambiental e para os 
sobreviventes de todos os seres do planeta; 
 Segundo o Departamento de Resíduos Sólidos do Ministério 
do Meio Ambiente o Brasil recicla somente 13% dos Resíduos 
industriais; 
 O descarte do lixo industrial em locais inapropriados tem 
gerado sérios impactos no meio ambiente -> poluição do solo 
e dos cursos de água; 
 Os tipos de resíduos possuem um destino específicoe nem 
todos estão de acordo com as leis ambientais; 
 O lixo ambiental é classificado de 3 maneiras: 
 Classe 1: perigosos (contaminantes e tóxicos); 
 Classe 2: não-inertes ( possivelmente contaminados); 
 Classe 3: inertes (não contaminantes); 
 Segundo o tipo de resíduos eles são classificados em: 
 Sólidos 
 Líquidos 
 Gasosos 
Hospitalar 
 Todo o lixo proveniente do atendimento a pacientes ou de 
qualquer estabelecimento de saúde ou unidade que execute 
atividades de natureza de atendimento médico -> humanos e 
animais; 
 Exemplos: materiais biológicos contaminados com sangue ou 
patógenos, peças anatômicas, seringas e outros materiais 
plásticos e substancias tóxicas, inflamáveis e radioativas; 
 Tipos de lixo hospitalar -> Resolução RDC nº 33/03 
(classificação): 
 Grupo A: potencialmente infectantes 
 Grupo B: químicos 
 Grupo C: rejeitos radioativos 
 Grupo D: resíduos comuns 
 Grupo E: perfurocortantes 
Educação em saúde 
 Segundo Andrade a educação em saúde além de uma 
estratégia de baixo custo, tem se mostrado capaz de atingir 
resultados significativos e duradouros no controle das 
parasitoses intestinais. 
 O autor afirma que as práticas educativas se mostram tão 
eficazes quanto o saneamento básico, sendo superiores ao 
tratamento em massa em longo prazo e este tipo de 
intervenção é recomendado tanto em populações com 
endemicidade alta ou baixa. 
 A prática de orientação e intervenção na escola é defendida 
pelo Ministério da Educação (MEC) nos Parâmetros 
Curriculares Nacionais (PCN), como eixo transversal ao 
currículo. 
 O documento considera a escola como parceira da família e 
da sociedade na promoção da saúde das crianças e dos 
adolescentes, e atribui, às escolas, a co-responsabilidade de 
orientação da criança desde o pré-escolar ao Ensino 
Fundamental. 
 A influência da educação em saúde no ambiente escolar 
sobre a contaminação por parasitas intestinais proporciona 
aos alunos conhecimento sobre essas doenças, desta forma, 
é possível obter a redução do número de infecções nessa 
população. 
 Porém, para haver a redução dessas infecções e um controle 
significativo das parasitoses intestinais, as atitudes educativas 
precisam ser integradas a um processo contínuo de 
educação. 
 De acordo com Fontoura o ambiente lúdico do jogo é um 
espaço privilegiado para a promoção da aprendizagem e nele 
o participante enfrenta desafios, testa limites, soluciona 
problemas e formulam hipóteses, pois jogar é uma atividade 
paradoxal: ao mesmo tempo, livre, espontânea e 
disciplinada, é uma maneira de apropriação de 
conhecimentos de forma direta e ativa. 
 Na área de educação em saúde, os jogos são considerados 
como um recurso interativo e motivante, capaz de gerar 
aprendizagem, promover diálogo, facilitar a abordagem de 
temas e o debate de situações cotidianas. 
 As doenças causadas por parasitas, principalmente as 
parasitoses intestinais, são um grande problema para a saúde 
pública da população brasileira, uma vez que um certo 
contingente populacional brasileiro é desfavorecido de 
informações sobre como se prevenir contra estas doenças. 
 É importante ressaltar que são necessários programas de 
educação sanitária para conscientizar a sociedade sobre 
como evitar as parasitoses intestinais. 
 Tais programas devem ser ministrados nas escolas, em 
postos de saúde, na mídia e em visitas de agentes de saúde 
nas comunidades da periferia onde há a falta de informações 
e condições adequadas para uma vida saudável. 
 Portanto, é preciso informar toda a sociedade acerca da 
necessidade de higienizar os alimentos, cuidados no preparo 
dos mesmos, armazenamento adequado de água e dos 
alimentos, além de uma boa higienização pessoal e condições 
sanitárias adequadas. 
 As parasitoses intestinais são mais frequentes em crianças 
carentes, uma vez que algumas mães são desinformadas 
sobre a necessidade de boas condições sanitárias e higiene 
pessoal. 
 Ainda segundo o autor deve-se tomar os seguintes cuidados: 
o Beber apenas água fervida ou filtrada; 
o Lavar os alimentos (frutas, verduras e legumes) com água 
fervida ou filtrada ou lavá-los usando pastilhas de cloro; 
o Conservar os alimentos e depósito de água cobertos; 
o Não comer alimentos crus ou mal passados, 
principalmente carnes e legumes; 
o Ferver a chupeta e o bico da mamadeira, antes de usá-
los; em hipótese nenhuma dar à criança a chupeta que 
caiu no chão antes de limpá-la adequadamente; 
o Não deixar que as crianças brinquem em areias 
contaminadas com fezes de animais e até mesmo de 
fezes humanas; 
o Manter as instalações sanitárias higienizadas 
adequadamente; 
o Lavar sempre as mãos após utilizar o banheiro e antes 
das refeições; 
o Lavar semanalmente as roupas de cama e diariamente as 
roupas íntimas; 
o Andar sempre calçado; 
o Cortar as unhas e limpá-las frequentemente 
Referências Bibliográficas 
1. PANZA, Sandra Geres Alves; SPONHOLZ, Thalita Kiszka. 
Manipulador de alimentos: um fator de risco na 
transmissão de enteroparasitoses?. Hig. aliment, v. 22, n. 
158, p. 42-47, 2008. 
2. CHIEFFI, Pedro Paulo; AMATO NETO, Vicente. Vermes, 
verminoses e a Saúde Pública. Ciência e Cultura, v. 55, n. 
1, p. 41-43, 2003. 
3. NEVES, David Pereira. Parasitologia humana. Atheneu, 
2002. 
4. Clinica Médica USP, 7ª Edição. 
5. DA SILVA JR, JARBAS BARBOSA. Guia de Vigilância 
Epidemiológica.Jornal Brasileiro de Pneumologia, v. 30, 
n. Supl 1, 2004. 
6. RIBEIRO, Júlia Werneck; ROOKE, Juliana Maria Scoralick. 
Saneamento básico e sua relação com o meio ambiente e 
a saúde pública. Juiz de Fora, MG, 2010.

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