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Manejo Ambiental & Infectoparasitoses Verminoses & Dermatoses Epidemiologia Parasitismo intestinal como grave problema de saúde; São bastantes disseminadas e com alta prevalência; Correlacionado com o grau de desnutrição das populações -> afeta o desenvolvimento físico + psicossomático + social de escolares e população; Consequências -> baixo rendimento escolar infanto-juvenil; Parasitoses intestinais com maior prevalência mundial encontram-se: ascaridíase, Tricuríase, ancilostomíase, amebíase e giardíase; Tríade epidemiológica: condições do hospedeiro + parasito + meio ambiente; Prevalência reflete deficiências de saneamento básico, nível de vida, higiene pessoal e coletiva; Geo-helmintíases -> doenças parasitárias que acometem o homem e são causadas principalmente pelo Ascaris lumbricoies, Trichuristrichiuria e pelos ancilostomídeos -> prevalência no BRA de 2 a 36% -> principalmente me municípios com baixo IDH Fatores de Risco Frequência das parasitoses tem relação com as condições de saneamento básico + nível socioeconômico + grau de escolaridades das mães + faixa etária + hábitos de higiene dos indivíduos; Ambiente ocupa papel determinantes na disseminação das doenças infectocontagiosas no homem; Larva Migrans Dermatozoonose causada pela penetração na pele por larvas dos parasitas Ancylostoma brasiliense e Ancylostoma caninum (mais raro), que vivem no intestino delgado dos cães e gatos. Fisiopatologia As larvas ficam no solo contaminado pelas fezes de animais parasitados -> contato com partes do corpo desprotegidas -> penetram na pele -> causa a doença; Conhecida como “bicho geográfico” ou dermatite serpinosa; Após penetrar na pele a larva desloca-se = coceira intensa e formação de túneis sinuosos de aspecto avermelhado; O ciclo de vida dos parasitas que causam a larva migrans cutânea começa quando animais infectados pelos helmintos eliminam os ovos do parasita nas fezes. As fezes contaminadas quando em contato com um solo quente, úmido e arenoso se tornam um meio ótimo para a evolução dos ovos, que eclodem, liberando as larvas. No solo, as larvas recém-nascidas se alimentam de bactérias, e ao longo de 5 a 10 dias, passam por duas fases evolutivas até se tornarem aptas a infectar humanos ou outros animais. Larvas na 3º fase evolutiva (fase infecciosa) podem sobreviver no ambiente por até 4 semanas, se encontrarem condições favoráveis. Cerca de 3/4 dos casos de contaminação com larvas de parasitas que provocam a larva migrans ocorrem nos membros inferiores, principalmente nos pés. Contaminações no tronco ou nos membros superiores ocorrem em menos de 10% dos casos. Nas crianças que brincam sentadas em caixas de areia ou na praia, os glúteos e as coxas são habitualmente acometidos. As larvas na 3º fase evolutiva conseguem penetrar a camada mais superficial da pele humana, mas não conseguem atravessar as camadas subjacentes. Sem conseguir invadir mais profundamente, os vermes passam se movimentar ao acaso por baixo da pele, formando um pequeno túnel que dá origem a desenhos na pele, parecendo um mapa, daí o nome popular de bicho geográfico. Quadro Clínico Momento da penetração das larvas = pode passar despercebido ou nota-se a presença de uma pápula avermelhada e pruriginosa. Se o solo estiver intensamente contaminado por larvas, várias pápulas podem surgir na pele, indicando vários pontos de invasão. Dois a três dias depois da invasão = surgem os pequenos túneis causados pela migração do verme por baixo da pele -> cada invasão origina um túnel. Estas lesões são discretamente elevadas, serpiginosas, marrom-avermelhadas e provocam muita coceira. Os túneis avançam cerca de 2 a 5 cm por dia e podem formar desenhos caprichosos. Com o passar dos dias, a parte mais antiga do trajeto tende a desinflamar, deixando em seu lugar apenas uma faixa mais escurecida, que desaparecerá mais tarde. A duração do processo = muito variável Cura espontaneamente ao fim de 2 semanas ou durar meses. A larva migrans quando desaparece espontaneamente, sem tratamento, pode reaparecer semanas ou meses depois. O sintoma que mais incomoda é a coceira, podendo, inclusive, impedir o paciente de dormir. Se o paciente cocar demais a área, pode causar feridas e facilitar a contaminação da pele por bactérias, levando a quadros de celulite ou erisipela. Diagnóstico Tratamento O tratamento da larva migrans é feito com drogas antiparasitárias que tenham ação contra helmintos, como Tiabendazol, Albendazol ou Ivermectina. A Ivermectina é usada na dose de 200 mcg/kg por dia, por um ou dois dias. Já o Albendazol é habitualmente prescrito na dose de 400 mg por dia por três dias. O Tiabendazol pode ser usado como pomada nos casos iniciais, leves ou com poucas lesões. O tratamento tópico dura de 5 a 7 dias, mas as lesões e a coceira costumam apresentar melhora já nas primeiras 48 horas de tratamento. Ascaridíase Doença parasitária do homem causada por helmintos. Ciclo Biológico É do tipo monoxênico, isto é, possuem um único hospedeiro. A primeira larva (L,) forma dentro do ovo e é do tipo rabditoide -> possui o esôfago com duas dilatações, uma em cada extremidade e uma constrição no meio. Após uma semana, ainda dentro do ovo, essa larva sofre muda transformando-se em L, e, em seguida, nova muda transformando-se em L, infectante com esôfago tipicamente filarióide (esôfago retilíneo). Em A. lumbricoides e outros ascarídeos a forma infectante é a L, dentro do ovo. Estas formas permanecem infectantes no solo por vários meses podendo ser ingeridas pelo hospedeiro. Após a ingestão, os ovos contendo a L, atravessam todo o trato digestivo e as larvas eclodem no intestino delgado. A eclosão ocorre devido a fatores ou estímulos fornecidos pelo próprio hospedeiro, como a presença de agentes redutores, o pH, a temperatura, os sais e, o mais importante, a concentração CO, cuja ausência inviabiliza a eclosão. As larvas, uma vez liberadas, atravessam a parede intestinal na altura do ceco, caem nos vasos linfáticos e nas veias e invadem o fígado I entre 18 e 24 horas após a infecção. Em dois a três dias chegam ao coração direito, através da veia cava inferior ou superior e quatro a cinco dias após são encontradas nos pulmões (ciclo de LOSS). Cerca de oito dias da infecção, as larvas sofrem muda para L, rompem os capilares e caem nos alvéolos, onde mudam para L,. Sobem pela árvore brônquica e traqueia, chegando até a faringe. Podem então ser expelidas com a expectoração ou serem deglutidas, atravessando incólumes o estômago e fixando-se no, intestino delgado. Transformam-se em adultos jovens 20 a 30dias após a infecção. Em 60 dias alcançam a maturidade sexual, fazem a cópula, ovipostura e já são encontrados ovos nas fezes do hospedeiro. Os vermes adultos têm uma longevidade de um a dois anos. Fisiopatologia Em infecções de baixa intensidade, normalmente não se observa nenhuma alteração. Infecções maciças = encontramos lesões hepáticas e pulmonares. No figado, quando são encontradas numerosas formas larvares migrando pelo parênquima, podem ser vistos pequenos focos hemorrágicos e de necrose que futuramente tomam-se fibrosados. Nos pulmões ocorrem vários pontos hemorrágicos na passagem das larvas para os alvéolos. Na realidade, a migração das larvas pelos alvéolos pulmonares, dependendo do número de formas presentes, pode determinar um quadro pneumônico com febre, tosse, dispnéia e eosinofilia. Há edemaciação dos alvéolos com infiltrado parenquimatoso eosinofilico, manifestações alérgicas, febre, bronquite e pneumonia (a este conjunto de sinais denomina-se síndrome de Loeffler). Na tosse produtiva (com muco) o catarro pode ser sanguinolento e apresentar larvas do helminto. Infecções de baixa intensidade, três a quatro vermes, o hospedeiro não apresenta manifestação clínica. Infecções médias, 30 a 40 vermes, ou maciças, 100 ou mais vermes, podemos encontrar as seguintes alterações: Ação espoliadora: os vermes consomem grande quantidade de proteínas, carboidratos, lipídios e vitaminas A e C, levando o paciente, principalmente crianças, a subnutrição e depauperamento físico e mental; Ação tóxica: reação entre antígenos parasitários e anticorpos alergizantes do hospedeiro, causando edema, urticária, conwlsõesepileptiformes etc.; Ação mecânica: causam irritação na parede e podem enovelar-se na luz intestinal, levando à sua obstrução. Além destes locais, vermes adultos e formas larvares já foram encontrados no ouvido médio, narinas e tuba auditiva. Quadro Clínico Cólicas, Náuseas, Vômitos, Diarreia, Anorexia e Desconforto abdominal. Durante a fase larval migratória podem ocorrer pneumonite aguda transitória (síndrome de Loeffler) associada à febre e eosinofilia acentuada. É muito comum entre crianças o aparecimento de uma alteração cutânea, que consiste em manchas, circulares, disseminadas pelo rosto, tronco e braços. Tais manchas são popularmente denominadas "pano", e são comumente relacionadas com o parasitismo pelo A. lumbricoides. Parece que seriam causadas pelo verme que consome grande quantidade de vitaminas A e C, provocando despigmentações circunscritas. Após a terapêutica e eliminação do verme, as manchas tendem a desaparecer. Diagnóstico Clínico Usualmente a ascaridíase humana é pouco sintomática, por isto mesmo difícil de ser diagnosticada em exame clínico, sendo a gravidade da doença determinada pelo número de vermes que infectam cada pessoa. Como o parasito não se multiplica dentro do hospedeiro, a exposição contínua a ovos infectados é a única fonte responsável pelo acúmulo de vermes adultos no intestino do hospedeiro. Laboratorial É feito pela pesquisa de ovos nas fezes. Como as fêmeas eliminam diariamente milhares de ovos por dia, não há necessidade, nos exames de rotina, de metodologia específica ou métodos de enriquecimento, bastando a técnica de sedimentação espontânea. Método de Kato modificado por Katz é bastante eficiente e recomendado pela Organização Mundial de Saúde para inquéritos epidemiológicos. Esta técnica permite a quantificação dos ovos e consequentemente estima o grau de parasitismo dos portadores, compara dados entre várias áreas trabalhadas e demonstra maior rigor no controle de cura. Deve-se ressaltar que em infecções exclusivamente com vermes fêmeas, todos os ovos expelidos serão inférteis, enquanto em infecções somente com vermes machos o exame de fezes será consistentemente negativo. Tratamento O potencial do tratamento das helmintoses intestinais aumentou em muito com a descoberta dos benzimidazóis. Estas drogas são altamente efetivas contra o A. lumbricoides e outras helmintoses intestinais. A Organização Mundial da Saúde recomenda quatro drogas - albendazol, mebendazol, levamisol e pamoato de pirantel - para o tratamento e controle de helmintos transmitidos pelo solo. Albendazol: Componente dos benzimidazóis com um amplo espectro antiparasitário, principalmente para o Ascaris ssp. A droga é encontrada sob a forma de comprimidos de 200 e 400mg, e de suspensão oral de 100mg/5ml. A dose única de 400mg é altamente eficaz contra a ascaridíase, mostrando níveis de cura e de redução de ovos de até 100%. Este fármaco pode atuar de duas maneiras: (1) Através da ligação seletiva nas tubulinas inibindo a tubulina-polimerase, prevenindo a formação de microtúbulos e impedindo a divisão celular; (2) Impedindo a captação de glicose inibindo a formação de atp que é usado como fonte de energia pelo verme. A droga é pouco absorvida pelo hospedeiro e sua ação anti- helmíntica ocorre diretamente no trato gastrointestinal. A fração absorvida é metabolizada no fígado, tendo uma vida média de aproximadamente nove horas. Após este período é excretada com a bile através dos rins. Mebendazol: Derivado dos benzimidazóis com efetiva atividade anti- helmíntica. É encontrada sob a firma de comprimidos de 100 e 500mg e também em suspensão oral de 100mg/5ml. O mecanismo de ação de mebendazol é o mesmo descrito para o albendazol. A dose única de 500mg mostrou alta efetividade contra a ascaridíase e outras parasitoses intestinais. A absorção da droga é pequena, mas pode ser aumentada pela ingestão de alimentos gordurosos. É metabolizada predominantemente no fígado e sua excreção pode ocorrer pela bile e urina. Usualmente a maior parte da droga é encontrada inalterada nas fezes, o que explica sua excelente atividade contra os helmintos intestinais. O tratamento com mebendazol alcança níveis de cura entre 93,8% e 100% e taxas de redução de ovos de 979% a 993%. Tricuríase A tricuríase é uma parasitose muito comum em países subdesenvolvidos, onde as condições de saneamento básico são precárias. O Trichuristrichiura é um parasito que não se adapta bem a locais áridos ou muito frios, por isso, as regiões tropicais, onde o clima é úmido e quente, são as que apresentam maior número de casos desta verminose. Em todo mundo, estima-se que mais de 1 bilhão de pessoas estejam infectadas com esse parasito, a maioria delas sem apresentar qualquer tipo de sintoma. Devido ao fato do Trichuristrichiura viver em ambientes com características semelhantes aos do parasito Ascaris lumbricoides, é muito comum a co-infecção por ambos nematódeos. O Trichuristrichiura é um verme morfologicamente parecido com o Ascaris lumbricoides, porém, ele é bem menor, medindo, em média, cerca de 4 cm contra os habituais 30 cm do áscaris. Fisiopatologia A tricuríase é uma doença de transmissão fecal-oral. Um indivíduo se contamina com o Trichuristrichiura quando ingere acidentalmente ovos do parasito contidos em alimentos, água ou no solo. O ciclo de vida do Trichuristrichiura pode ser resumido da seguinte forma: um indivíduo infectado libera milhares de ovos do parasito a cada evacuação. Se as fezes entrarem em contato com o solo, os ovos encontram um local propício para amadurecer. Após cerca de 2 ou 3 semanas, os ovos passam a conter um embrião do verme capaz de infectar quem o consumir. A ingestão de ovos que foram eliminados recentemente nas fezes não é capaz de contaminar outras pessoas, pois o embrião no seu interior precisa deste tempo de 2 semanas de amadurecimento no solo para poder completar o seu ciclo de vida. Em ambientes úmidos e com pouca exposição solar direta, os ovos do Trichuristrichiura podem permanecer viáveis por vários meses. Por outro lado, em locais secos, muito quentes ou com exposição solar direta, o ovo sofre desidratação e o embrião em seu interior morre rapidamente. As duas formas mais comuns de contaminação são através do contato da boca com mãos que manipularam solo infectado ou por consumo de alimentos plantados em terra adubada com fezes humana. Uma vez ingeridos, os ovos do parasito conseguem atravessar incólumes o estômago e eclodem ao chegar ao intestino delgado, liberando as larvas do verme. Após cerca de 3 meses, as larvas se tornam vermes adultos e migram para o intestino grosso, onde irão habitar definitivamente. Uma vez no intestino grosso, o Trichuristrichiura pode viver por até 5 anos. A fêmea do parasito é capaz de colocar mais de 20 mil ovos por dia, que serão eliminados pelas fezes, dando início a um novo ciclo. Quadro Clínico Somente os indivíduos com os intestinos infestadoscom centenas de parasitos é que desenvolvem sintomas de tricuríase. Diarreia crônica, que pode ou não vir acompanhada de muco ou sangue misturado às fezes. Distensão abdominal Enjoos Perda de peso Flatulência Anemia Sinal físico comum é o baqueteamento digital Sinal típico = prolapso retal (geralmente presente em crianças com contaminação maciça); Nestes casos, é comum conseguirmos ver vermes aderidos à mucosa do reto que está exteriorizada. Diagnóstico O diagnóstico da tricuríase é feito habitualmente pelo exame parasitológico de fezes, no qual é possível identificar a presença de ovos do Trichuristrichiura. Em alguns casos, o diagnóstico pode ser feito durante a realização de uma colonoscopia, pois os vermes são facilmente encontrados aderidos à mucosa do intestino grosso. Tratamento As opções de tratamento para tricuríase são: o Mebendazol 100 mg, 2 vezes por dia por 3 dias. o Albendazol 400 mg, 1 vez por dia por 3 dias. o Nitazoxanida, 500 mg 2 vezes ao dia, por 3 dias, por via oral. Em pacientes com infecção maciça, o tratamento pode ser prolongado por 5 a 7 dias. A taxa de cura com estes esquemas costuma ser acima de 90%. Três ou quatro semanas após o tratamento, o médico pode solicitar novo exame parasitológico de fezes para confirmar a cura. Se ainda houver ovos, sugere-se a repetição do tratamento. Deve-se evitar o uso de albendazol ou mebendazol nas grávidas. Em geral, nas gestantes infectadas, o tratamento é adiado até depois do parto, para diminuir o risco de toxicidade para o feto. Amebíase Fisiopatologia A patogênese da amebíase requer eventos coordenados que abrangem a adesão dos trofozoítos às células do hospedeiro, lise e fagocitose de células epiteliais e bactérias, destruição e invasão dos tecidos pela ação de enzimas amebianas e liberadas durante a lise dos neutrófilos. Três classes de moléculas amebianas têm sido principalmente apontadas como os principais fatores de virulência da E. histolytica: a lectina galactose/N-acetilgalactosamina (Gal/GalNac), os amebaporos e as cisteína proteases. Destaca-se que a resposta imune do hospedeiro é outro fator importante na evolução da infecção, visto que os neutrófilos podem desempenhar um papel-chave tanto para o dano tecidual quanto para o controle da infecção amebiana. O primeiro passo para colonização do intestino pela E. histolytica é a adesão dos trofozoítos às células epiteliais do cólon. A principal molécula neste processo é a lectina galactose/N- acetilgalactosamina (Gal/GalNac), uma proteína complexa, ancorada à superfície externa da ameba, capaz de se ligar a receptores para lectina nas células do hospedeiro. A partir disso, a lectina Gal/GalNac pode impedir a destruição do trofozoíto por sua atividade anti-complemento, através da inibição da formação do complexo de ataque a membrana. Além disso, essa lectina funciona como importante agente imunógeno, estimulando a produção de óxido nítrico (ON), interleucina 12 (IL-12) e fator de necrose tumoral (TNF) por macrófagos ativados, favorecendo uma resposta inflamatória no local. Dessa forma, possivelmente a lectina Gal/GalNac desempenha um papel na iniciação da resposta imune contra E. histolytica. Em seguida, a E. histolyticalisa as células humanas a partir da citotoxicidade e citólise do amebaporo. Esses são polipeptídeos armazenados no interior dos grânulos citoplasmáticos dos trofozoítos e liberados pelo contato com a membrana da célula-alvo, e são responsáveis pela lise celular, sem a necessidade de interação com um receptor específico na membrana da célula do hospedeiro. Ao lisar neutrófilos, os amebaporos contribuem para a resposta inflamatória, já que o conteúdo enzimático liberado dos neutrófilos destruídos pode intensificar a resposta inflamatória, pela liberação de maior quantidade de mediadores químicos. Por conseguinte, cisteína proteases (CPs) secretadas por E. histolytica desempenham um papel fundamental na invasão tecidual, na evasão das defesas do hospedeiro e na indução da inflamação intestinal pelo parasito. Após a adesão e destruição da mucosa do cólon, o processo de invasão dos trofozoítos é mediado pela ação das CPs, que degradam proteínas da MEC, como colágeno, elastina, fibrinogênio e laminina, eliminando obstáculos mecânicos que dificultariam a invasão. É interessante notar que as CPs têm uma função fundamental na evasão da resposta imune do hospedeiro, pois podem destruir as anafilatoxinas C3a e C5a, evitando assim a ação do complemento, e ainda clivam IgA e IgG humana, impedindo a resposta imune adaptativa. Em protozoários, fosfoglicanos no glicocálix podem atuar como uma barreira física contra o complexo de ataque à membrana (MAC). Lipopeptideofosfoglicano (LPPG) é uma macromolécula imunogênica complexa que recobre a superfície do parasito, estando ancorada a uma molécula de glicosilfosfatidilinositol (GPI). O LPPG tem sido convincentemente associado à virulência da E. histolytica e pode servir como uma barreira física para os componentes do complemento. Autores sugerem a hipótese de que a patogenicidade da ameba depende da expressão de PAMPs, que não são devidamente reconhecidos pelos mecanismos da imunidade inata do hospedeiro. Além disso, a modulação da patogenicidade por transcrição e expressão dos genes necessários para a síntese das moléculas envolvidas na patogênese poderia ser influenciada por fatores no ambiente do trofozoíto, como níveis de cálcio e ferro, temperatura, pressão alta de oxigênio, bactérias, ligação ao colágeno e inflamação. Ou seja, pressões do ambiente, intrínsecas do hospedeiro, poderiam determinar a expressão de um fenótipo virulento. Outros autores demonstraram que trofozoítos de E. histolytica em associação com bactérias enteropatogênicas (como E. coli) apresentaram maior virulência, devido a melhor capacidade de aderência das amebas às células epiteliais, com subsequente aumento do efeito citopático, assim como pela maior detecção de fatores quimiotáticos para neutrófilos e alteração da barreira epitelial. Assim, o patógeno pode penetrar as camadas epiteliais e manifestar as formas mais graves da doença. Também foi demonstrado que a interação entre a E. histolytica e bactérias da microbiota intestinal, como Haemophilusinfluenzae,NeisseriameningitidiseNeisseriagonor hoeae, pode favorecer o metabolismo redutor das amebas e auxiliar na degradação de IgA. Quadro Clínico Desconforto abdominal, que pode variar de leve a moderado, Sangue nas fezes, Forte diarréia acompanhada de sangue ou mucóide, Febre e calafrios. Casos mais graves = a forma trofozoítica do protozoário pode se espalhar pelo sistema circulatório e, com isso, afetar o fígado, pulmões ou cérebro. O diagnóstico breve nestes casos é muitíssimo importante, uma vez que, este quadro clínico, pode levar o paciente a morte. Diagnóstico Presença de trofozoítos ou cistos do parasito encontrados nas fezes, em aspirados ou raspados -> podem ser obtidos através de endoscopia ou proctoscopia; Dosagem de anticorpos séricos -> abcesso hepático amebiano; Ultrassonografia e tomografia axial computadorizada -> úteis no diagnósticos de abcessos amebianos; Tratamento Secnidazol Adultos - 2g, em dose única. Crianças - 30mg/kg/dia, VO, não ultrapassando máximo de 2g/dia. Deve ser evitado no 1º trimestre da gravidez e durante amamentação. Metronidazol 500mg, 3 vezes/dia, durante 5 dias, para adultos. Para crianças, recomenda-se 35mg/kg/dia, divididas em 3 tomadas, durante 5 dias. Formas graves (amebíase intestinal sintomática ou amebíase extra- intestinal) Metronidazol 750mg, VO, 3x ao dia, durante 10 dias – adultos; Crianças -> 50mh/Kg/dia, durante 10 dias; Tinidazol 2g, VO, após uma das refeições durante 2 dias para formas intestinais -> adultos; Formas extra-intestinais: 50mg/Kg/dia, durante 2 ou 3 dias; Crianças a dosagem recomendada = 50mg/Kg/dia Teclozam Somente para formas leves ou assintomáticas; 1500mg/dia, divididas em 3x de 500mg – dose única para adultos; Crianças = 15mg/Kg/dia durante 5 dias; Saneamento Básico Conjunto de medidas que visa preservar ou modificar as condições do meio ambiente com a finalidade de prevenir doenças e promover a saúde, melhorar a qualidade de vida da população e à produtividade do indivíduo e facilitar a atividade econômica; Direito assegurado pela Constituição Federal e definido pela Lei nº 11.445/2007 como o conjunto dos serviços, infraestrutura e instalações operacionais de abastecimento de água, esgotamento sanitário, limpeza urbana, drenagem urbana, manejos de resíduos sólidos e de águas pluviais; Ter saneamento básico é essencial para o país ser chamado de desenvolvido; Segundo a OMS, saneamento é o controle de todos s fatores do meio físico do homem, que exercem ou podem exercer efeitos nocivos sobre o bem estar físico, mental e social; A oferta do saneamento associa sistemas constituídos por uma infraestrutura física e uma estrutura educacional, legal e institucional, que abrange os seguintes serviços: Abastecimento de água às populações, com a qualidade compatível com a proteção de sua saúde e em quantidade suficiente para a garantia de condições básicas de conforto; Coleta, tratamento e disposição ambientalmente adequada e sanitariamente segura de águas residuárias (esgotos sanitários, resíduos líquidos industriais e agrícola; Acondicionamento, coleta, transporte e/ou destino final dos resíduos sólidos (incluindo os rejeitos provenientes das atividades doméstica, comercial e de serviços, industrial e pública); Coleta de águas pluviais e controle de empoçamentos e inundações; Controle de vetores de doenças transmissíveis (insetos, roedores, moluscos, etc.); Saneamento dos alimentos; - saneamento dos meios transportes; Saneamento e planejamento territorial; Saneamento da habitação, dos locais de trabalho, de educação e de recreação e dos hospitais; Controle da poluição ambiental – água, ar e solo, acústica e visual. O saneamento básico se restringe: Abastecimento de água às populações, com a qualidade compatível com a proteção de sua saúde e em quantidade suficiente para a garantia de condições básicas de conforto. Políticas Públicas para verminoses e dermatoses 2005: Plano Nacional de Vigilância e Controle das Enteroparasitoses -> tinha o objetivo de gerar uma base de informações sobre prevalência, morbidade e mortalidade causadas ou associadas às infecções por agentes parasitários; Vigilância sanitária O Centro de Vigilância Sanitária, através da Divisão de Produtos Relacionados à Saúde e do Grupo Técnico de Alimentos, tem como missão promover e proteger a saúde da população, com ações capazes de eliminar ou prevenir riscos à saúde decorrentes da alimentação, e para isso realiza, entre outras, ações de monitoramento programado da qualidade sanitária de produtos e de estabelecimentos na área de alimentos, bebidas, águas envasadas, insumos, embalagens, aditivos alimentares e coadjuvantes de tecnologia, limites de contaminantes e resíduos de medicamentos veterinários, enfocadas no controle do cumprimento das boas práticas pelas empresas, e também em análises laboratoriais. No Sistema Estadual de Vigilância Sanitária - SEVISA, as Equipes Regionais e Municipais de Vigilância Sanitária são responsáveis, no âmbito de suas competências, pela execução das ações de controle sanitário na fabricação, distribuição e comércio de produtos alimentícios em todo o estado de São Paulo, assegurando aos consumidores a qualidade sanitária desses produtos e respectivos estabelecimentos. Essa atuação é compartilhada com outros órgãos, como o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento – MAPA, além dos estados e municípios, que integram o Sistema Nacional de Vigilância Sanitária. O MAPA é o órgão responsável pela regulamentação, registro e inspeção dos estabelecimentos produtores de origem animal, vegetal (produtos in natura) e indústrias de processamento de bebidas. Vigilância epidemiológica – zoonoses A Lei Orgânica da Saúde conceitua Vigilância Epidemiológica (VE) como um “conjunto de ações que proporciona o conhecimento, a detecção ou prevenção de qualquer mudança nos fatores determinantes e condicionantes da saúde individual ou coletiva, com a finalidade de recomendar e adotar as medidas de prevenção e controle das doenças ou agravos”. Propósitos da VE: Fornecer orientação técnica permanente para os que têm a responsabilidade de decidir sobre a execução de ações de controle de doenças e agravos. Sua operacionalização compreende um ciclo completo de funções específicas e intercomplementares, que devem ser desenvolvidas de modo contínuo, permitindo conhecer, a cada momento, o comportamento epidemiológico da doença ou agravo escolhido como alvo das ações, para que as intervenções pertinentes possam ser desencadeadas com oportunidade e efetividade. Funções: Coleta e processamento de dados; Análise e interpretação dos dados processados; Investigação epidemiológica de casos e surtos; recomendação e promoção das medidas de controle apropriadas; Avaliação da eficácia e efetividade das medidas adotadas; Divulgação de informações sobre as investigações, medidas de controle adotadas, impacto obtido, formas de prevenção de doenças, dentre outras. É importante salientar que todos os profissionais de saúde (da rede pública, privada e conveniada), bem como os diversos níveis do sistema (municipal, estadual, federal), têm atribuições de vigilância epidemiológica. Dependendo da inserção profissional e da capacidade executiva, técnica e gerencial de cada área, essas funções vão da simples notificação de casos suspeitos ou confirmados das doenças que compõem o sistema de vigilância até a investigação epidemiológica (casos ou surtos), adoção de medidas de controle, coleta, análise e interpretação de dados, dentre outras. Coleta de Dados: A VE desencadeia suas atividades a partir da ocorrência de um evento sanitário caso(s) suspeito(s) ou confirmado(s) de doença sob vigilância. Costuma-se definir VE, de modo simples e operacional, como Informação - Decisão - Ação. A coleta de dados ocorre em todos os níveis (municipal, estadual e federal) de atuação do sistema de saúde. A força e valor da informação (que é o dado analisado) dependem da qualidade e fidedignidade com que a mesma é gerada. Para isso, faz-se necessário que as pessoas responsáveis pela coleta estejam bem preparadas para diagnosticar corretamente o caso, como também para realizar uma boa investigação epidemiológica, com anotações claras e confiáveis. Investigação Epidemiológica: É um método de trabalho utilizado com muita frequência em casos e epidemias de doenças transmissíveis, mas que se aplica a outros grupos de agravos. Consiste em um estudo de campo realizado a partir de casos (clinicamente declarados ou suspeitos) e de portadores, com o objetivo de avaliar a ocorrência, do ponto de vista de suas implicações para a saúde coletiva. Sempre que possível, deve conduzir à confirmação do diagnóstico, à determinação das características epidemiológicas da doença, à identificação das causas do fenômeno e à orientação sobre as medidas de controle adequadas. Decisão-Ação: Todo sistema de vigilância é montado tendo como objetivo o controle, a eliminação ou aerradicação de doenças, o impedimento de óbitos e sequelas etc. Dessa forma, após a análise dos dados, deverão ser definidas imediatamente as medidas de prevenção e controle mais pertinentes à situação. Isso deve ser feito no nível mais próximo da ocorrência do problema, para que a intervenção seja mais oportuna e, consequentemente, mais eficaz. Normatização: Normas técnicas capazes de uniformizar procedimentos e viabilizar a comparabilidade de dados e informações são elaboradas e divulgadas pelo sistema de vigilância epidemiológica. Destaque especial é da à definiçãode caso de cada doença ou agravo, visando tornar comparáveis os critérios diagnósticos que regulam a entrada dos casos no sistema, seja como suspeito, compatível ou mesmo confirmado por diagnóstico laboratorial. Retroalimentação do Sistema: É a devolução de informações aos notificantes das análises resultantes dos dados coletados e das medidas de controle adotadas. Poluição Ambiental o A qualidade dos ecossistemas aquáticos tem sido alterada em diferentes escalas nas últimas décadas. o Fator este, desencadeado pela complexidade dos usos múltiplos da água pelo homem, os quais acarretaram em degradação ambiental significativa e diminuição considerável na disponibilidade de água de qualidade, produzindo inúmeros problemas ao seu aproveitamento. o A água pode ter sua qualidade afetada pelas mais diversas atividades do homem, sejam elas domésticas, comerciais ou industriais. Cada uma dessas atividades gera poluentes característicos que têm uma determinada implicação na qualidade do corpo receptor. o A poluição pode ter origem química, física ou biológica, sendo que em geral a adição de um tipo destes poluentes altera também as outras características da água. o Desta forma, o conhecimento das interações entre estas interações é de extrema importância para que se possa lidar da melhor forma possível com as fontes de poluição. o Em geral, As consequências de um determinado poluente dependem das suas concentrações, do tipo de corpo d´água que o recebe e dos usos da água. FONTES DE POLUIÇÃO De forma genérica, a poluição das águas decorre da adição de substâncias ou de formas de energia que, diretamente ou indiretamente, alteram as características físicas e químicas do corpo d’água de uma maneira tal, que prejudique a utilização das suas águas para usos benéficos. Torna-se importante ressaltar a existência dos seguintes tipos de fontes de poluição: atmosféricas, pontuais, difusas e mistas. Poluição atmosférica o As fontes de poluição atmosférica são classificadas em: fixas (principalmente indústrias) e móveis (veículos automotores, trens, aviões, navios, etc.). o Quanto aos fatores que causam a poluição dividem-se: naturais -> causas nas forças da natureza, como tempestades de areia, queimadas provocadas por raios e as atividades vulcânicas; e artificiais -> causados pela atividade do homem, como a emissão de gases de automóveis, queima de combustíveis fósseis em geral, materiais radioativos, queimadas, etc. o A poluição atmosférica é a que possui efeitos mais globais, devido a maior facilidade de dispersão dos poluentes envolvidos neste tipo de poluição, já que em geral são emissões de gases e particulados a temperaturas da ordem de centenas de ºC e velocidades que podem atingir dezenas de m.s-1 . Poluição pontual o Refere-se àquelas onde os poluentes são lançados em pontos específicos dos corpos d’água e de forma individualizada, as emissões ocorrem de forma controlada, podendo-se identificar um padrão médio de lançamento. o Geralmente a quantidade e composição dos lançamentos não sofrem grandes variações ao longo do tempo. o Exemplos típicos de fontes pontuais de poluição são as indústrias e estações de tratamento de esgotos. Poluição difusa o A poluição difusa se dá quando os poluentes atingem os corpos d´água de modo aleatório, não havendo possibilidade de estabelecer qualquer padrão de lançamento, seja em termos de quantidade, freqüência ou composição. o Por esse motivo o seu controle é bastante difícil em comparação com a poluição pontual. o Exemplos típicos de poluição difusa são os lançamentos das drenagens urbanas, escoamento de água de chuva sobre campos agrícolas e acidentes com produtos químicos ou combustíveis. Poluição mista o As fontes mistas são aquelas que englobam características de cada uma das fontes anteriormente descritas. Cada uma das fontes de poluição citadas determinam um certo grau de poluição no corpo hídrico atingido, que é mensurado através de características físicas, químicas e biológicas das impurezas existentes, que, por sua vez, são identificadas por parâmetros de qualidade das águas (físicos, químicos e biológicos). De uma maneira geral, as características físicas são analisadas sob o ponto de vista de sólidos (suspensos, coloidais e dissolvidos na água), gases e temperatura. As características químicas, nosaspectos de substâncias orgânicas e inorgânicas e as biológicas sob o ponto de vista da vida animal, vegetal e organismos unicelulares. Poluição Química - Dois tipos de poluentes caracterizam a poluição química: Biodegradáveis: são produtos químicos que ao final de um tempo, são decompostos pela ação de bactérias. São exemplos de poluentes biodegradáveis os detergentes, inseticidas, fertilizantes, petróleo, etc. Persistentes: são produtos químicos que se mantém por longo tempo no meio ambiente e nos organismos vivos. Estes poluentes podem causar graves problemas como a contaminação de alimentos, peixes e crustáceos. São exemplos de poluentes persistentes o DDT (diclodifenitricloroetano), o mercúrio, etc. Poluição Física - Denomina-se poluição física aquela que altera as características físicas da água, as principais são: Poluição térmica: decorre do lançamento nos rios da água aquecida usada no processo de refrigeração de refinarias, siderúrgicas e usinas termoelétricas. Poluição por resíduos sólidos: podem ser sólidos suspensos, coloidais e dissolvidos. Em geral esses sólidos podem ser provenientes de ressuspensão de fundo devido à circulação hidrodinâmica intensa, provenientes de esgotos industriais e domésticos e da erosão de solos carregados pelas chuvas ou erosão das margens. Poluição biológica - A água pode ser infectada por organismos patogênicos, existentes nos esgotos. Assim, ela pode conter: Bactérias: provocam infecções intestinais epidérmicas e endêmicas (febre tifóide, cólera, shigelose, salmonelose, leptospirose); Vírus: provocam hepatites e infecções nos olhos; c) protozoários: responsáveis pelas amebiases e giardíases; Vermes: esquistossomose e outras infestações. Manejo de resíduos Domiciliar Todo tipo de resíduo gerado pelos habitantes das residências, que podem ser materiais orgânicos ou inorgânicos; A coleta de lixo domiciliar é realizada pelo serviço público de limpeza -> posto pelos moradores em sacolas de plástico, os garis recolhem o lixo, os quais são colocados em um caminhão que macera todos os produtos para serem levados nos locais denominados de aterros sanitários; Industrial É o lixo proveniente das industrias -> setor secundário; Dentre os todos os tipos de lixos, os resíduos industriais tem sido um dos maiores problemas quando se trata de preservação do meio ambiente; Grande ameaça para o equilíbrio ambiental e para os sobreviventes de todos os seres do planeta; Segundo o Departamento de Resíduos Sólidos do Ministério do Meio Ambiente o Brasil recicla somente 13% dos Resíduos industriais; O descarte do lixo industrial em locais inapropriados tem gerado sérios impactos no meio ambiente -> poluição do solo e dos cursos de água; Os tipos de resíduos possuem um destino específicoe nem todos estão de acordo com as leis ambientais; O lixo ambiental é classificado de 3 maneiras: Classe 1: perigosos (contaminantes e tóxicos); Classe 2: não-inertes ( possivelmente contaminados); Classe 3: inertes (não contaminantes); Segundo o tipo de resíduos eles são classificados em: Sólidos Líquidos Gasosos Hospitalar Todo o lixo proveniente do atendimento a pacientes ou de qualquer estabelecimento de saúde ou unidade que execute atividades de natureza de atendimento médico -> humanos e animais; Exemplos: materiais biológicos contaminados com sangue ou patógenos, peças anatômicas, seringas e outros materiais plásticos e substancias tóxicas, inflamáveis e radioativas; Tipos de lixo hospitalar -> Resolução RDC nº 33/03 (classificação): Grupo A: potencialmente infectantes Grupo B: químicos Grupo C: rejeitos radioativos Grupo D: resíduos comuns Grupo E: perfurocortantes Educação em saúde Segundo Andrade a educação em saúde além de uma estratégia de baixo custo, tem se mostrado capaz de atingir resultados significativos e duradouros no controle das parasitoses intestinais. O autor afirma que as práticas educativas se mostram tão eficazes quanto o saneamento básico, sendo superiores ao tratamento em massa em longo prazo e este tipo de intervenção é recomendado tanto em populações com endemicidade alta ou baixa. A prática de orientação e intervenção na escola é defendida pelo Ministério da Educação (MEC) nos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN), como eixo transversal ao currículo. O documento considera a escola como parceira da família e da sociedade na promoção da saúde das crianças e dos adolescentes, e atribui, às escolas, a co-responsabilidade de orientação da criança desde o pré-escolar ao Ensino Fundamental. A influência da educação em saúde no ambiente escolar sobre a contaminação por parasitas intestinais proporciona aos alunos conhecimento sobre essas doenças, desta forma, é possível obter a redução do número de infecções nessa população. Porém, para haver a redução dessas infecções e um controle significativo das parasitoses intestinais, as atitudes educativas precisam ser integradas a um processo contínuo de educação. De acordo com Fontoura o ambiente lúdico do jogo é um espaço privilegiado para a promoção da aprendizagem e nele o participante enfrenta desafios, testa limites, soluciona problemas e formulam hipóteses, pois jogar é uma atividade paradoxal: ao mesmo tempo, livre, espontânea e disciplinada, é uma maneira de apropriação de conhecimentos de forma direta e ativa. Na área de educação em saúde, os jogos são considerados como um recurso interativo e motivante, capaz de gerar aprendizagem, promover diálogo, facilitar a abordagem de temas e o debate de situações cotidianas. As doenças causadas por parasitas, principalmente as parasitoses intestinais, são um grande problema para a saúde pública da população brasileira, uma vez que um certo contingente populacional brasileiro é desfavorecido de informações sobre como se prevenir contra estas doenças. É importante ressaltar que são necessários programas de educação sanitária para conscientizar a sociedade sobre como evitar as parasitoses intestinais. Tais programas devem ser ministrados nas escolas, em postos de saúde, na mídia e em visitas de agentes de saúde nas comunidades da periferia onde há a falta de informações e condições adequadas para uma vida saudável. Portanto, é preciso informar toda a sociedade acerca da necessidade de higienizar os alimentos, cuidados no preparo dos mesmos, armazenamento adequado de água e dos alimentos, além de uma boa higienização pessoal e condições sanitárias adequadas. As parasitoses intestinais são mais frequentes em crianças carentes, uma vez que algumas mães são desinformadas sobre a necessidade de boas condições sanitárias e higiene pessoal. Ainda segundo o autor deve-se tomar os seguintes cuidados: o Beber apenas água fervida ou filtrada; o Lavar os alimentos (frutas, verduras e legumes) com água fervida ou filtrada ou lavá-los usando pastilhas de cloro; o Conservar os alimentos e depósito de água cobertos; o Não comer alimentos crus ou mal passados, principalmente carnes e legumes; o Ferver a chupeta e o bico da mamadeira, antes de usá- los; em hipótese nenhuma dar à criança a chupeta que caiu no chão antes de limpá-la adequadamente; o Não deixar que as crianças brinquem em areias contaminadas com fezes de animais e até mesmo de fezes humanas; o Manter as instalações sanitárias higienizadas adequadamente; o Lavar sempre as mãos após utilizar o banheiro e antes das refeições; o Lavar semanalmente as roupas de cama e diariamente as roupas íntimas; o Andar sempre calçado; o Cortar as unhas e limpá-las frequentemente Referências Bibliográficas 1. PANZA, Sandra Geres Alves; SPONHOLZ, Thalita Kiszka. Manipulador de alimentos: um fator de risco na transmissão de enteroparasitoses?. Hig. aliment, v. 22, n. 158, p. 42-47, 2008. 2. CHIEFFI, Pedro Paulo; AMATO NETO, Vicente. Vermes, verminoses e a Saúde Pública. Ciência e Cultura, v. 55, n. 1, p. 41-43, 2003. 3. NEVES, David Pereira. Parasitologia humana. Atheneu, 2002. 4. Clinica Médica USP, 7ª Edição. 5. DA SILVA JR, JARBAS BARBOSA. Guia de Vigilância Epidemiológica.Jornal Brasileiro de Pneumologia, v. 30, n. Supl 1, 2004. 6. RIBEIRO, Júlia Werneck; ROOKE, Juliana Maria Scoralick. Saneamento básico e sua relação com o meio ambiente e a saúde pública. Juiz de Fora, MG, 2010.
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