Fundamentos em Equideocultura

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PRODUÇÃO ANIMAL: EQUÍDEOS
1.Fundamentos em Equideocultura 
Professora Msc. Márcia Oliveira dos Santos
Boa Vista – RR
2021
Definições
Equideocultura: Criação de equinos (cavalos), asininos (asnos, burros e jumentos) e de seus híbridos: o bardoto (cavalo com jumenta) e a mula (jumento com égua).
Equídeos: Mamíferos pertencentes a família Equídea.
Equinocultura: É a parte da zootecnia que estuda, desenvolve e aperfeiçoa a criação de equinos.
 Seleção e avaliação do efetivos equinos de acordo com o objetivo de produção, tendo em conta a sua aptidão e características morfológica e funcional.
 Planejamento do manejo alimentar, reprodutivo e higiênico-sanitária de unidades de produção de equinos.
Definições
 O cavalo (do latim caballus): Eqqus caballus
 • Mamífero
 • Hipomorfo – forma de cavalo 
 • Ungulados – possui casco • Gênero - Equus. 
 • Fêmea – égua, • Machos não castrados - garanhão 
 • Filhotes – potros e potrancas.
1.1 ORIGEM E HISTÓRIA EVOLUTIVA
 O cavalo é um mamífero cuja evolução tem iniciado a cerca de sessenta milhões de anos. Estudos mostram que um animal primitivo com cerca de 25 cm de altura da família Eohippus, um ancestral do cavalo, originalmente habitando no norte da América e Europa. Depois migraram para a Ásia e daí para outros continentes. Com a evolução ganharam tamanho e sofreram mudanças pelo corpo inteiro.
Histórico
 O cavalo é membro da mesma família dos asnos e das zebras, a dos eqüídeos. Todas as sete membros da família dos equídeos são do mesmo gênero Equus, podendo relacionar-se entre si e produzir híbridos como as mulas. – O cavalo tem quatro longas patas, são perfeitamente adaptados a diversos esportes e jogos, como corrida, pólo, provas de equitação e até na equoterapia (recuperação da coordenação motora de certos deficientes físicos). – Os cavalos usam uma elaborada linguagem corporal para se comunicarem uns com os outros. Vivem em torno de 25 a 30 anos.
Histórico no Brasil
 Em 1493 quando realizou sua segunda viagem à ilha de São Domingos, Cristóvão Colombo introduziu o cavalo na América. – No Brasil o cavalo foi introduzido em três momentos: a primeira leva veio em 1534, na Vila de São Vicente; a segunda em Pernambuco, em 1535; a terceira, na Bahia , trazidos por Tomé de Souza.
Evolução Zootécnica
 A história paleontológica conduz a conclusão de que este respectivo processo iniciou-se na América, em território norte-americano, em zonas adjacentes a Wyoming e Novo México há mais de 60 milhões da anos.
 Evoluíram a partir de quatro fases baseadas na evolução das suas patas para um só dedo, tornandose portanto um solípede; sendo: Eohippus, Mesohippus, Merychippus e Pliohippus, este último como sendo o indiscutível solípede.
Merychippus - (cavalo 
ruminante) evoluíram para 3 
falanges , o peso se deposi-
taram no casco, o movimento 
ágil era mantido pelos liga-
mentos, media 1,20.
O ancestral mais antigo do cavalo, 
surgiu há mais de 60 milhões de 
anos atrás –Hyracotherium;
Evolução Zootécnica
Metade do Eoceno – Eohippus (cavalo do amanhecer) Evolução do ultimo dente prémolar, moedor.
Epihippus - Evolução na 
forma dentária possuindo 
5 dentes moedores.
Mesohippus - Final do Eoceno e perdurou no Oligoceno mede 50 cm pescoço e membros mais longo e mais finos significado cavalos do meio.
Miohippus - Viveram por todo período Oligoceno, crânio maior , originando a 1ª diversidade do cavalo: florestas – posteriormente Ásia e Europa pradarias – America do Norte.
Pliohippus - Surgiu a meio do período Miocénico ainda 
com três unhas. Dentes eram mais curvados.
Equus - pequenas fosas nasais, base dos equinos modernos, com corpo de cavalo, 4 grupos: Equus burcheli – zebra africana, Equus bemionus – burro selvagem da Asia, Equus asinus – burro selvagem da Africa, Equus caballus – o verdadeiro cavalo.
Evolução Zootécnica
Astrohippus - descendentes do Pliohippus, tinha uma unha (casco). Possuía fossa nasal bastante pronunciada.
Dinohippus - Características com a espécie Equus, anatomia do casco, dentes, forma do crânio. Os dentes eram mais estreitos, As fossas nasais diminuíram. Era o cavalo mais comum na América do Norte, deu origem ao Equus.
Equus caballus orientalis – Tarpan
Equus caballus agilus – cavalo oriental 
de sangue quente.
Evolução Zootécnica
Equus caballus przewalski - cavalos das
 estepes ou mongol.
Equus caballus robustus – 
cavalo ocidental.
 Ancestrais precursores de todas raças atuais:
Evolução Zootécnica
Domesticação e Comportamento
Processo de domesticação
processo a mais de 4.000 D.C – Fronteira da Europa com a Ásia.
Nômades - Península Ibérica e Ásia Central
 Fonte de alimento (carne e leite) e pele
 Conhecimento no processo de criação a campo 
Nômade – sedentários:
 Agricultura – utilização da força animal 
 Desenvolvimento – transporte
Domesticação e Comportamento
O cavalo é um ser senciente?
A senciência é a capacidade que um indivíduo tem de sentir conscientemente algo, ou seja, de estar consciente do que acontece ao seu redor. 
É comprovado cientificamente que os animais são seres sencientes e possuem a capacidade de experimentar sentimentos bons e ruins. 
Quem convive com cavalos percebe facilmente que eles preferem situações que lhes tragam prazer e evitam situações que lhes causem medo e sofrimento.
Domesticação e Comportamento
COMPORTAMENTO NATURAL DOS CAVALOS 
O cavalo é por natureza uma presa;
A sobrevivência dos ancestrais do cavalo foi influenciada pela convivência em grupo;
Prioridades dos cavalos: 1. Segurança 2. Conforto e interação social 3. Alimento
Linguagem corporal, pela postura avançada, pescoço e cabeça erguidos, movimentos das orelhas e dos lábios ao reagir a diferentes estímulos do ambiente.
Cavalos estressados ou deprimidos aumentam os riscos de acidentes entre cavalos e humanos.
Domesticação e Comportamento
COMPORTAMENTO NATURAL DOS CAVALOS 
Domesticação e Comportamento
Os cavalos livres distribuem as horas do dia para realização de diversas atividades.
Quando o cavalo é mantido em baia, percebe-se que a distribuição do tempo praticamente se inverte, quando comparado com o que ocorre em vida livre.
Domesticação e Comportamento
Os cavalos costumam realizar atividades físicas espontâneas, entre elas espojar várias vezes ao dia.
Domesticação e Comportamento
Os cavalos apresentam três fases de sono. O sono superficial, o cavalo permanece em pé, com orelhas relaxadas, pescoço e garupa baixos e um dos membros posteriores flexionado.
O sono médio, o cavalo se encontra deitado com o peito no solo (decúbito esternal), o pescoço erguido e a ponta do focinho apoiada no chão.
O sono profundo, o cavalo se deita em decúbito lateral total, incluindo o pescoço e cabeça, estando em completo relaxamento.
Domesticação e Comportamento
Na interação social, os cavalos apresentam o grooming (asseio). 
Neste comportamento, dois animais se colocam em posição paralela, em direções opostas entre si, massageando um ao outro com os lábios e leves mordiscadas, que vão desde o pescoço até a garupa, tem função higiênica.
 
Bem Estar Animal
A sociedade pós-guerra, estabeleceu as “Cinco Liberdades”, fundamentos para as formas de criação e manejo dos animais de produção: liberdade de fome e sede, liberdade de medo e ansiedade, liberdade de desconforto, liberdade de ferimentos, dor e doenças e liberdade para expressar o seu comportamento natural.
As características específicas das espécies indicam quais são as necessidades a serem atendidas e os erros de manejo que devem ser evitados
É preciso saber avaliar o grau de bem-estar animal para melhorar a qualidade de vida dos cavalos e a relação entre humanos e cavalos.
Bem Estar Animal
Atualmente estudos de formas de avaliação do bem-estar das espéciespor indicadores físico-comportamentais (diretos) e ambientais (indiretos). 
Esses indicadores são valorizados por pesquisadores e proprietários, por considerarem as necessidades básicas do animal para uma vida regular.
Para realizar uma avaliação do bem-estar animal é muito importante se abandone alguns pré-conceitos, enraizados nas tradições da criação de equinos. 
É possível avaliar, analisar e modificar práticas, procedimentos e instalações com o objetivo de promover e manter o bem-estar dos cavalos.
Bem Estar Animal
Indicadores para avaliação do bem-estar de equinos
Os indicadores diretos (observação do animal) avaliam o estado de saúde, a expressão das emoções, dos comportamentos naturais, as reações positivas e negativas para as diversas situações às quais os animais são submetidos diariamente.
1. Condição corporal: escore acima de 3 e abaixo de 7, segundo escala de escore corporal.
Bem Estar Animal
Indicadores para avaliação do bem-estar de equinos
2. Estado de saúde: Avaliação da aparência física geral dos animais. 
 • Pelo brilhante e sem falhas; 
 • Apetite e fezes normais presentes;
 • Ausência de corrimento em nariz, olhos, ouvidos ou genitália; 
 • Ausência de tosse e respiração forçada ou ofegante;
 • Ausência de sinais de lesões recentes ou antigas; 
 • Ausência de sinais de claudicação;
 • Ausência de sinais de febre ou apatia; 
• Ausência de mau hálito; 
• Ausência de qualquer sinal de dor; 
• Ausência de partes do corpo inchadas; 
• Ausência de parasitas externos (piolhos, carrapatos):
Bem Estar Animal
Indicadores para avaliação do bem-estar de equinos
3. Comportamento, expressão corporal e facial:
Para um bom grau de bem-estar, é esperado que os animais se comportem: 
 • Com mais curiosidade do que medo frente a situações novas; 
 • Permitindo a aproximação de pessoas e permitindo o toque em todas as partes do corpo; 
 • Sem apresentar estereotipias de qualquer tipo;
 • Sem apresentar agressividade com pessoas ou outros animais; 
 • Sem apresentar reações agressivas ou de medo quando submetidos a práticas de manejo.
 • Interagindo positivamente com outros cavalos (brincadeiras, grooming);
Bem Estar Animal
Indicadores para avaliação do bem-estar de equinos
INDICADORES INDIRETOS: observados no ambiente e nos procedimentos de manejo.
 1. Manutenção e organização do ambiente externo ou interno:
 • Espaços amplos e seguros para cavalos se exercitarem, espojarem e interagirem entre si e, se possível, se alimentarem em pastos bem manejados; 
 • Cercas em bom estado de manutenção e construídas para evitar lesões nos animais; 
 • Piquetes sombreados com boa oferta de alimento e água à disposição;
 • Baias amplas, arejadas, com aberturas, bebedouros e comedouros planejados, limpos e em caso de bebedouro automático, em funcionamento; 
 • Camas em boa quantidade e secas.
Bem Estar Animal
Indicadores para avaliação do bem-estar de equinos
INDICADORES INDIRETOS
2. Disponibilidade de alimentos: Avaliação da variedade, da fonte, do tipo, das qualidades e características nutricionais. 
 • Presença de pastagem com consórcio de forragens para pastejo; 
 • Presença de área de cultivo de capim para corte e fornecimento no cocho; 
 • Presença de cocho de sal em todos os locais onde se mantém animais; 
 • Dieta balanceada e variada respeitando as características do trato gastrintestinal dos cavalos.
Bem Estar Animal
Indicadores para avaliação do bem-estar de equinos
INDICADORES INDIRETOS
3. Manejo alimentar e água: Avaliação das variedades, das quantidades, das qualidades, das proporções entre volumoso:
 • Composta por no mínimo 70% de volumoso; 
 • Respeitar os horários de fornecimento de concentrado; 
 • Oferecida em espaço adequado para que todos os animais se alimentem ao mesmo tempo; 
 • Aumentar o total de horas que os animais passam se alimentando, evitando frustrações;
 • Cochos com água limpa disponíveis aos animais, em número e locais suficientes;
 • Dieta balanceada e variada respeitando as características do trato gastrintestinal dos cavalos.
Bem Estar Animal
Indicadores para avaliação do bem-estar de equinos
INDICADORES INDIRETOS
4. Armazenamento de insumos: Avaliação dos locais, da forma, da validade, das condições de umidade e temperatura dos ambientes de armazenamento de insumos. 
 • Alimentos mantidos em local separado, seco, limpo e ventilado, sem a presença de insetos e roedores; 
 • Farmácia de medicamentos e demais instrumentos, organizada, limpa e sem medicamentos vencidos; 
 • Procedimento apropriado para descarte de agulhas, seringas e medicamentos vencidos. 
Bem Estar Animal
Indicadores para avaliação do bem-estar de equinos
INDICADORES INDIRETOS
5. Equipamentos 
 Avaliação da qualidade, da eficiência, do bom estado e do uso adequado de equipamentos. Para um bom grau de bem-estar, é essencial que os equipamentos não causem prejuízos para os animais, devendo:
 • Estar limpos e organizados;
 • Em bom estado de conservação.
Bem Estar Animal
Indicadores para avaliação do bem-estar de equinos
INDICADORES INDIRETOS
6. Manejo: Avaliação dos procedimentos e práticas com relação aos cavalos. 
• Limitar o tempo diário de exercícios ou trabalho; 
• Aumentar o tempo diário de liberdade; 
• Utilizar medicamentos para controle de dor, em caso de procedimentos dolorosos; 
• Inspecionar com frequência os animais; 
• Manter frequência de casqueamento/ferrageamento; 
• Manter frequência de inspeção dos cascos dos animais.
Bem Estar e Estereotipias
A qualidade das instalações, da alimentação, dos cuidados preventivos em relação às doenças, às atividades de treinamento e à montaria influenciam o grau de bem-estar dos animais.
A finalidade que o cavalo é mantido determina as atividades e as práticas de manejo aos quais ele está submetido; e pode influenciar diretamente o seu grau de bem-estar.
Situações contrarias as características físicas e os comportamentos naturais dos equinos provocam emoções negativas, como tédio ou frustração. 
Causando comportamentos anormais ou estereotipias, tentativa do cavalo adaptar-se ao ambiente inadequado em que ele vive.
Bem Estar e Estereotipias
As estereotipias são comportamentos anormais invariáveis, repetitivos e sem função, potenciais indicadores de desordens fisiológicas pela redução do bem estar animal.
Agressividade ou ingestão de fezes,  mastigar madeira, aerofagia (engolir ar), andar em círculos, ingestão da cauda ou crina, bater os pés, sacudir a cabeça e comer terra ou as próprias fezes (coprofagia), não fazem parte dos comportamentos naturais da espécie.
Dificilmente se reconhecem comportamentos anormais como problemas de saúde em cavalos, acredita-se que estas manifestação possa trazer certo alívio para os animais que estão mentalmente em sofrimento.
A prevenção é proporcionar um ambiente mais próximo ao natural para o cavalo. Permitir interações sociais positivas, elaborar um manejo alimentar adequado, e realização de atividades físicas em liberdade.
Mercado Interno e Externo
As estereotipias são comportamentos anormais invariáveis, repetitivos e sem função, potenciais indicadores de desordens fisiológicas pela redução do bem estar animal.
Agressividade ou ingestão de fezes,  mastigar madeira, aerofagia (engolir ar), andar em círculos, ingestão da cauda ou crina, bater os pés, sacudir a cabeça e comer terra ou as próprias fezes (coprofagia), não fazem parte dos comportamentos naturais da espécie.
Dificilmente se reconhecem comportamentos anormais como problemas de saúde em cavalos, acredita-se que estas manifestação possa trazer certo alívio para os animais que estão mentalmente em sofrimento.
A prevenção é proporcionar um ambiente mais próximo ao natural para o cavalo. Permitir interações sociais positivas, elaborar um manejoalimentar adequado, e realização de atividades físicas em liberdade.