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Estudo de Caso - B Fase I


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Religiões e Religiosidades:
Diversidade religiosa e cultura de paz na escola brasileira
De acordo com os documentos procedidos pela (ONU), enfatiza-se a necessidade da criação de condições para que as culturas floresçam e interajam livremente em benefício mútuo, promovendo intercâmbios culturais mais amplos e equilibrados no mundo, em favor do respeito intercultural e de uma cultura da paz. Tendo como objetivo, promover a interação cultural, no sentido de construir pontes entre os povos e o respeito pela diversidade das expressões culturais em âmbito local, nacional e internacional. Desta forma vemos a importância de se trabalhar a diversidade religiosa na educação, visando uma convivência harmoniosa entre a diversidade existente na sociedade. A educação é um dos meios fundamentais para construir uma Cultura de Paz. Sabemos que no ambiente escolar podemos relacionar a cultura de paz com a cultura do desrespeito e violência, onde está ligada ao preconceito e são situações vivenciadas diariamente no ambiente escolar. Sendo elas através da agressão física, verbal e simbólica como o Bullying que é a mais enfrentada por muitos alunos, por sua cor, religião, condição social e opção sexual. Compreendemos que a educação vai muito além do trabalho com o conhecimento científico, a escola é um lugar para se desenvolver atitudes e valores. Por meio da cultura de paz dentro das escolas pode-se fazer uma revolução mudando o comportamento da violência pelo comportamento do respeito e da boa convivência.
Podemos dizer que respeitar a diversidade religiosa é uma das atribuições de ser cidadão, valorizando assim, as contribuições que cada cultura religiosa teve ao longo da história. Por isso, é fundamental considerar as diferentes tradições religiosas, através do diálogo, permitimos a troca, o conhecimento e o reconhecimento das vivências religiosas dos outros, sem preconceitos e estereótipos, desta forma teremos mais respeito e uma melhor convivência. Devemos defender a liberdade de crença e de expressão, para que assim, possamos dialogar abertamente e pacificamente sobre as preferências religiosas. Para justificarmos o não reconhecimento e desrespeito as manifestações religiosas em nosso país, podemos citar o preconceito e discriminação, que muitas vezes pode chegar a agressão física ou verbal. No Brasil, esse problema está relacionado majoritariamente ao racismo, pois a intolerância religiosa é praticada, em maior escala, contra os adeptos das religiões de matriz africana, nesse caso, a intolerância religiosa carrega uma vontade de anular a crença associada aos povos originários da África. Desta forma muitas pessoas acabam sofrendo com esse preconceito apenas por serem de outras culturas e religiões. 
Uma adolescente de 14 anos foi agredida no 31 de agosto de 2015, por uma colega dentro do Colégio Estadual Alfredo Parodi, em Curitiba, por intolerância religiosa, a motivação para a agressão foi uma foto, postada no dia anterior em uma rede social, em que a menina aparece ao lado da mãe e de uma amiga, as três do Candomblé. Dentro do colégio uma menina disse que não queria ficar perto da Agnes (aluna que sofreu a agressão), porque ela era da macumba. Agnes começou a explicar o que era, mas depois falaram que iam chutá-la, por fazer macumbaria. A menina foi e chutou a Agnes, que caiu com a cabeça na parede, relatou a mãe. A Secretaria de Estado da Educação do Paraná informou que a direção do colégio tomou as medidas cabíveis em relação ao desentendimento ocorrido entre as alunas, os responsáveis foram chamados para esclarecimentos e encaminhamentos. 
Para se trabalhar as diferenças religiosas dentro da sala de aula favorecendo a cultura da paz, é necessário tomar algumas ações que se inicia pelo professor, com o objetivo de se alcançar e envolver toda a comunidade escolar. A escola precisa ser um ambiente de encontro, debates e discussões, sobre a intolerância religiosa. O professor precisa debater com seus alunos sobre as crenças religiosas que existem dentro da comunidade em que estão inseridos, quais são as religiões que os alunos conhecem, quais as principais religiões existentes no Brasil, verificar se os alunos possuem alguma curiosidade sobre outras religiões, passar vídeos sobre a diversidade religiosa. Tratar esses assuntos dentro do ambiente escolar é fundamental para a eliminação de preconceitos e intolerância em toda a sociedade favorecendo a cultura da paz. Essa forma de trabalho citado acima foi aplicada no Colégio Estadual Nilo Peçanha, em Jaguariaíva no interior do Paraná, onde estudei, dentro da comunidade havia uma grande diversidade religiosa, e a escola achou interessante trabalhar o tema com os alunos. Esse trabalho foi de grande importância, contribuiu para que os alunos tivessem outra visão sobre as culturas no qual a comunidade estava inserida.
FLEURI, Reinaldo Matias. RELAÇÕES INTERCULTURAIS, DIVERSIDADE RELIGIOSA E EDUCAÇÃO: DESAFIOS E POSSIBILIDADES. In: et al. (Orgs). Diversidade religiosa e direitos humanos: conhecer, respeitar e conviver. Blumenau: Edifurb, 2013. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/docman/janeiro-2016pdf/32111-diversidade-religiosa-e-direitos-humanospdf/file. Acesso em: 17 jun.21.
CECCHETTI, Elcio; OLIVEIRA, Lilian Blanck de; HARDT Lúcia Schneider. EDUCAÇÃO, DIVERSIDADE RELIGIOSA E CULTURA DE PAZ: cuidar, respeitar e conviver. In: et al. (Orgs). Diversidade religiosa e direitos humanos: conhecer, respeitar e conviver. Blumenau: Edifurb, 2013. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/docman/janeiro-2016pdf/32111-diversidade-religiosae-direitos-humanos-pdf/file. Acesso em: 17 jun.21.
JUNQUEIRA, Sérgio. A diversidade religiosa na Escola: o que e como? Religare: Revista do Programa de Pós-Graduação em Ciências das Religiões da UFPB, v. 15, n. 1, 19 jan. 2019. Disponível em: https://periodicos.ufpb.br/index.php/religare/article/view/38676. Acesso em: 17 jun.21. 
BOECHAT, Breno. Estudante agredida por intolerância religiosa dentro de escola não quer voltar ao colégio. EXTRA, 30 set. 2015. Disponível em: https://extra.globo.com/noticias/brasil/estudante-agredida-por-intolerancia-religiosa-dentro-de-escola-nao-quer-voltar-ao-colegio-17650415.html. Acesso em: 18 jun. 21.