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Revolução Industrial Alemã

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Em 1814, como resultado da reunião do Congresso de Viena, foi fundada a
Confederação Germânica, composta por 39 estados. 47 anos depois, sob o comando da
Prússia, o Estado mais poderoso da confederação, as guerras contra a Dinamarca, Áustria
e França deram início ao processo de unificação político-territorial do território que logo foi
chamado de Alemanha.
A unificação político-territorial da Alemanha, tardia comparada a outros países
europeus (já que a divisão territorial e os problemas internos dificultavam o livre comércio.),
consolidou sua integração econômica - uma vez que sua unificação foi uma aliança entre
membros aristocrático, a alta burguesia e de grandes proprietários -, ampliando suas
possibilidades de acumulação de capitais - a partir da instituição de uma moeda única, da
padronização das leis e da constituição de um amplo mercado interno - e acelerou seu
processo de industrialização, fazendo com que, no final do século XIX, o país tivesse uma
economia mais forte que as do Reino Unido e da França, liderando, também, junto com os
Estados Unidos, os avanços tecnológicos da Segunda Revolução Industrial.
Como uma das primeiras medidas para combater o atraso econômico, tecnológico e
produtivo, operários alemães vindos de outros países aprendiam as tecnologias utilizadas
no exterior e as traziam para a Alemanha, em alguns casos até melhorando-as - processo
chamado de "espionagem industrial". Ao invés de cobrar exageradas barreira tarifárias para
proteger sua indústria nascente como faziam os outros países, as indústrias alemãs foram
incentivadas através de políticas públicas que apoiavam seu desenvolvimento em setores
estratégicos, concediam monopólio e forneciam produtos mais baratos.
Com a criação da primeira universidade alemã por volta de 1300, o país investia
muito na educação e em pesquisas, o que possibilitou maior produtividade e criação de
novas tecnologias, essenciais para a industrialização do território.
Em 1914, a Alemanha estava produzindo mais ferro e aço que a Inglaterra e a
França, tornando-se líder mundial na indústria química e elétrica.
Além da disponibilidade de grandes jazidas de carvão mineral, a Alemanha dispunha
dos rios Ruhr e Reno, sendo este uma importante via de transporte para vários países
europeus, uma vez que liga as grandes regiões industriais alemãs a um dos maiores portos
do mundo, o porto de Roterdã, facilitando, assim, o uso de transportes hidroviários. Esses
dois fatores foram, principalmente, os principais motivos da grande concentração de
indústrias alemãs na confluência desses dois rios ao longo dos séculos XIX e XX.
Além do intenso uso de transportes hidroviários, os ferroviários também foram de
extrema importância, já que a Alemanha dispunha de uma malha ferroviária muito bem
desenvolvida e barata, o que tornava mais fácil o escoamento de materiais mais pesados,
como aqueles usados pelas indústrias química, metalúrgica e de aço.
Nesta época, se destacavam os setores industriais carboquímico, siderúrgico,
metalúrgico e bélico, uma vez que a Alemanha dispunha de grandes jazidas de carvão
mineral, minério de ferro e matéria-prima.
Com o rápido desenvolvimento industrial das cidades e a mudança do uso das terras
com o fim da servidão, a população que vivia no campo foi, gradativamente, migrando para
elas, empregando-se como mão de obra assalariada e contribuindo para a ampliação do
mercado consumidor.
A Alemanha, como resultado de sua vitória em sua batalha no século XIX contra a
França, se apossou de duas províncias francesas - ricas em carvão e minério de ferro - e
ganhou dinheiro da pesada indenização paga pelos franceses.
A soma do alto fluxo campo-cidade, da indenização paga pelos franceses e do
apossamentos de duas provincias cheias de matéria-prima, explica a intensa e repentina
industrialização alemã, tendo até como consequências dificuldades para sustentar seu
crescimento econômico.
Como resultado da derrota da Alemanha na Primeira Guerra Mundial, os países
vitoriosas a impuseram várias sanções por meio do Tratado de Versalhes, esgotando o país
econômica e territorialmente, além de restringir suas ações militares.
A crise de 1929, junto às sanções, conduziram a Alemanha a uma profunda crise
social e econômica, criando, mais tarde, condições políticas para a ascensão de Adolf Hitler
como mais novo Führer alemão.
Visando garantir o equilíbrio entre sua população e os recursos naturais disponíveis,
Hitler lança-se ã conquistas de novos territórios, considerados vitais para sua expansão
econômica.
Em 1945, ao final da Segunda Guerra Mundial, a Alemanha foi mais uma vez
derrotada e, além da destruição causada e da perda de milhares de vidas, ela teve sua
política fragmentada e seus territórios perdidos para a Polônia e a URSS, além dos países
vitoriosos os terem dividido em zonas de ocupação.
Inicialmente, o território alemão estava dividido em quatro, mas, em 1949, ele foi
divido em apenas dois: a zona de administração britânica, francesa e americana, chamada
de República Federal da Alemanha (RFA) e a zona administrada pela União Soviética,
conhecida por república Democrática Alemã (RDA).
Na RFA, também conhecida por Alemanha Ocidental, foi vigorada uma economia de
mercado, assentada na propriedade privada, na livre iniciativa e na livre concorrência. A
elevação significativa da produtividade e dos salários melhoraram a capacidade de
consumo e as condições de vida da população alemã dessa zona. Este sistema capitalista
fez até com que esta zona se beneficiasse com a Guerra Fria, que ocorreu entre 1947 e
1991, revertendo os danos causados pela Segunda Guerra.
Já na Alemanha Oriental, a RDA, foi vigorada uma economia planificada, na qual os
meios de produção/indústrias eram quase completamente controlados pelo Estado. Este
monopólio político e econômico fez com que a produtividade crescesse lentamente e o
parque industrial se defasasse tecnologicamente. Em outras palavras, o padrão de vida e
de produção do lado oriental não acompanharam o ocidental.
Em 1990, com a reunificação do território alemão, a Alemanha, apesar de suas
perdas territoriais e do gigante contraste entre os lados ocidental e oriental, conseguiu
tornar-se uma das maiores potências econômicas do mundo, com um parque industrial
moderno e competitivo, tendo a indústria automotiva como o maior setor do país, com
segundo lugar para equipamentos elétricos e eletrônicos.
As indústrias da Alemanha Oriental passaram por uma profunda crise após a
reunificação do território alemão, sendo que muitas faliram por não conseguirem lidar com a
concorrência da indústrias do lado ocidental.
Após a reunificação, muitas empresas orientais foram compradas por empresas do
oeste, fazendo com que os novos administradores demitissem trabalhadores e elevassem o
índice de desemprego, agravando os problemas sociais da Alemanha; mas, aos poucos, o
país conseguiu se recuperar.
Atualmente, a Alemanha exporta predominantemente produtos industriais de alto
valor agregado e muito valorizados, sendo estes bens industrializados e produtos de alta e
média tecnologia.
A principal região industrial alemã é o Vale do Rio Ruhr, localizado no extremo oeste
do país, envolvendo cidades como Dortmund, Gelsenkirchen e Essen. A região se destaca
em diversos setores, dentre os quais a produção de aço, setor bélico, petroquímico,
automobilístico e eletroeletrônico. Mas, no geral, as indústrias alemãs se concentram,
majoritariamente, em indústrias automobilísticas, eletroeletrônicas, siderúrgicas e químicas.
O setor automobilístico, que é o setor alemão com maior influência no mundo atual,
está concentrado no oeste do país, em uma faixa que vai desde a Baviera até a Baixa
Saxônia. Os principais polos são as cidades de Wolfsburg (Baixa Saxônia) - onde se
localiza a sede do Grupo Volkswagen, que é a maior corporação alemã e a segunda
produtora mundial de automóveis -, Stuttgart (Baden-Wurttemberg) - onde encontra-se a
montadora Daimler AG/Mercedes-Benz, terceira maior corporação do país - e Munique
(Baviera)- sede da BMW.
O grande segredo do sucesso das automobilísticas alemãs e o que a tornou a
terceira maior produtora de automóveis do mundo foi a engenhosidade, a criatividade e a
atenção aos detalhes de seus engenheiros, sendo a rivalidade seu principal estímulo. De
acordo com um estudo publicado em 2018, mais da metade dos veículos de passageiros
vendidos na Europa e quase dois terços dos carros de luxo comercializados mundialmente
foram projetados na Alemanha, em 2016. Além disso, a indústria automobilística também é
a com maior volume de vendas do país, sendo esse de 425 bilhões de euros em apenas um
ano - o de 2017.
Voltando às mais importantes zonas industriais alemãs, a indústria química é forte
em todo Vale do Ruhr. Destaque à Bayer, gigante farmacêutica, que tem sua sede em
Leverkusen.
No setor eletroeletrônico, a Alemanha abriga gigantes do mercado, dentre as quais a
Siemens e a AEG. O setor tinha grande importância na região de Berlim, mas migrou para o
sul do país após a Segunda Guerra. Algumas cidades da Alemanha Oriental, como
Dresden, também apresentam certa força no setor.
Por fim, destaque ao setor naval, concentrado em Hamburgo, no norte do país junto
a foz do Rio Elba, onde localiza-se o principal porto alemão, em Bremen.
A Alemanha possui quatro importantes parques tecnológicos: Dormagen,Chempark
de Krefeld-Uerdigen, Chempark e Munique. Em Chempark concentram-se empresas do
setor químico-farmacêutico. Elas atuam em pesquisa e desenvolvimento, produção
industrial e prestação de serviços, destacando-se a Bayer. Já em Munique, mais importante
parque tecnológico alemão, concentram-se empresas dos setores eletrônico, de tecnologia
de informação, automobilístico, biotecnologia e aeroespacial, e são abrigadas doze
importantes universidades e vários centros de pesquisa. As indústrias eletrônicas que se
destacam nesse tecnopolo são a Siemens e a Robert Bosch.
Com a finalidade de incentivar a criação ou atrair cada vez mais indústrias para seu
território, a Alemanha dispõe de uma mão de obra ampla e com qualificação profissional,
matéria-prima, incentivos fiscais, infraestrutura logística e transportes, infraestrutura
energética favorável, leis trabalhistas brandas e sindicatos limitados, amplo e ativo mercado
consumidor, empresas afins e redes de serviços correspondentes e várias instituições de
ciência e tecnologia.
Como evidência do poder da indústria alemã, das 2.000 empresas com maior
rendimento mundial, 53 são da Alemanha. Assim dito, de 100% do comércio mundial, 60%
é dominado por multinacionais, sendo que, destes, 68% das exportações são controladas
pela Alemanha, uma vez que 70% de sua produção de automóveis é destinada à
exportação, sendo que os fabricantes alemães de automóveis produzem no exterior o dobro
de veículos do que no próprio país.
Hoje, a economia alemã é a mais influente da União Europeia, o país é o mais
desenvolvido do continente, está entre os três principais exportadores mundiais e é a quarta
maior potência mundial, atrás apenas do Estados Unidos, da China e do Japão.
Links:
1. Livro de Geografia
2. https://www.geografiaopinativa.com.br/2018/12/a-industria-na-alemanha.html#:~:text
=A%20principal%20regi%C3%A3o%20industrial%20da,%2C%20petroqu%C3%ADm
ico%2C%20automobil%C3%ADstico%20e%20eletroeletr%C3%B4nico.
3. https://brasilescola.uol.com.br/geografia/fatores-locacionais-industria.htm
4. https://www.juliobattisti.com.br/tutoriais/arlindojunior/geografia015.asp
5. https://acervodigital.ufpr.br/bitstream/handle/1884/63865/IVAN%20MATEUS%20DE
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6. https://www.educabras.com/vestibular/materia/geografia/industria/aulas/processo_da
_industrializacao_nos_paises_desenvolvidos
7. https://estudar.com.vc/conceitos/industrializacao-da-alemanha/15659-fatores-para-o-
inicio-da-industrializacao
8. https://pt.wikipedia.org/wiki/Alemanha#História
9. https://santandertrade.com/pt/portal/analise-os-mercados/alemanha/economia
10. https://www.deutschland.de/pt-br/topic/economia/a-industria-alema-os-mais-importan
tes-dados-e-fatos
11. https://www.bbc.com/portuguese/vert-tra-49530424
12. https://www.bbc.com/portuguese/noticias/2016/01/160131_segredo_alemanha_econ
omia_ab
13. https://www.deutschland.de/pt-br/topic/economia/a-industria-alema-os-mais-importan
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14. https://www.portalsaofrancisco.com.br/turismo/economia-da-alemanha
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inicio-da-industrializacao
https://www.geografiaopinativa.com.br/2018/12/a-industria-na-alemanha.html#:~:text=A%20principal%20regi%C3%A3o%20industrial%20da,%2C%20petroqu%C3%ADmico%2C%20automobil%C3%ADstico%20e%20eletroeletr%C3%B4nico.
https://www.geografiaopinativa.com.br/2018/12/a-industria-na-alemanha.html#:~:text=A%20principal%20regi%C3%A3o%20industrial%20da,%2C%20petroqu%C3%ADmico%2C%20automobil%C3%ADstico%20e%20eletroeletr%C3%B4nico.
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https://acervodigital.ufpr.br/bitstream/handle/1884/63865/IVAN%20MATEUS%20DE%20SIQUEIRA.pdf?sequence=1&isAllowed=y
https://www.educabras.com/vestibular/materia/geografia/industria/aulas/processo_da_industrializacao_nos_paises_desenvolvidos
https://www.educabras.com/vestibular/materia/geografia/industria/aulas/processo_da_industrializacao_nos_paises_desenvolvidos
https://estudar.com.vc/conceitos/industrializacao-da-alemanha/15659-fatores-para-o-inicio-da-industrializacao
https://estudar.com.vc/conceitos/industrializacao-da-alemanha/15659-fatores-para-o-inicio-da-industrializacao
https://pt.wikipedia.org/wiki/Alemanha#Hist%C3%B3ria
https://santandertrade.com/pt/portal/analise-os-mercados/alemanha/economia
https://www.deutschland.de/pt-br/topic/economia/a-industria-alema-os-mais-importantes-dados-e-fatos
https://www.deutschland.de/pt-br/topic/economia/a-industria-alema-os-mais-importantes-dados-e-fatos
https://www.bbc.com/portuguese/vert-tra-49530424
https://www.bbc.com/portuguese/noticias/2016/01/160131_segredo_alemanha_economia_ab
https://www.bbc.com/portuguese/noticias/2016/01/160131_segredo_alemanha_economia_ab
https://www.deutschland.de/pt-br/topic/economia/a-industria-alema-os-mais-importantes-dados-e-fatos
https://www.deutschland.de/pt-br/topic/economia/a-industria-alema-os-mais-importantes-dados-e-fatos
https://www.portalsaofrancisco.com.br/turismo/economia-da-alemanha
https://estudar.com.vc/conceitos/industrializacao-da-alemanha/15659-fatores-para-o-inicio-da-industrializacao
https://estudar.com.vc/conceitos/industrializacao-da-alemanha/15659-fatores-para-o-inicio-da-industrializacao

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