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Cuba, Vietnã e Coreia do Norte CUBA Em parte, a proximidade com os Estados Unidos causou uma dependência de Cuba ainda maior em relação à potência estrangeira. No dia 1º de janeiro de 1959, o movimento revolucionário comandado por Fidel Castro e pelo argentino Ernesto “Che” Guevara derrubou a ditadura de Fulgencio Batista. Após um curto período de indefinição, os Estados Unidos adotaram várias medidas contra o novo governo, destacando-se o apoio à tentativa de invasão da Baía dos Porcos, a expulsão de Cuba da Organização dos Estados Americanos (OEA) e o bloqueio econômico. Em 1961, o país tornou-se oficialmente socialista, estreitando os laços com a União Soviética, para quem passou a vender grande parte do seu principal produto de exportação, o açúcar, e de quem passou a receber petróleo a preços inferiores aos do mercado internacional. O país conquistou uma série de avanços, principalmente na área social, com destaque para os setores de educação e saúde. O IDH cubano avançou muito, principalmente quando considerada a realidade latino-americana. Contudo, na segunda metade da década de 1980, a crise do socialismo real e o fim da União Soviética abalaram o país. Sem o seu principal financiador e com a manutenção do bloqueio econômico imposto pelos Estados Unidos, o país passou a enfrentar uma gravíssima crise. Numa tentativa de obter recursos financeiros, Fidel Castro abriu a ilha ao turismo, o que criou um choque entre duas realidades: ❖ Grande parte da população, que vivia dentro de uma “realidade socialista”, recebia o básico do governo, mas sem acesso aos aparatos tecnológicos que passaram a circular na ilha com a chegada do turismo. ❖ Pessoas que, direta ou indiretamente, lidavam com o turismo e tinham acesso a euros e dólares, conseguindo comprar bens não acessíveis à maioria da população, por serem vendidos em pesos convertíveis. Em 2008, debilitado por uma doença, Fidel Castro deixou o poder, que passou a ser ocupado pelo seu irmão, Raúl Castro, também revolucionário de 1959. A partir disso, o país aprofundou as reformas de adaptação à nova realidade, reduzindo o número de funcionários públicos e permitindo certas atividades privadas, sem abandonar, porém, o discurso e a lógica socialistas. VIETNÃ Localizado no Sudeste Asiático, o país faz fronteira com a China – ao norte – e com o Camboja e o Laos – a oeste. O Vietnã situa-se na península da Indochina, que, em 1954, conquistou sua independência em relação à França, dividindo o território em Camboja, Laos, Vietnã do Norte e Vietnã do Sul. Em 1959, o Vietnã do Norte – sob regime socialista – iniciou uma tentativa de tomar o Vietnã do Sul, a fim de reunificar o país. Contudo, por temor de um avanço do socialismo no Sudeste da Ásia, em 1961, os Estados Unidos interferiram no conflito em defesa do Vietnã do Sul, o lado capitalista. Em 1975, a guerra foi encerrada. Como resultado, houve a retirada das tropas americanas – em uma nítida derrota não anunciada – e a reunificação do Vietnã, com apoio da União Soviética. Já na década de 1990, o governo socialista do Vietnã realizou reformas econômicas similares às que tinham ocorrido anos antes na China. Com a abertura ao capital estrangeiro, o país asiático passou a atrair empresas de fora, principalmente dos Estados Unidos, seu principal parceiro comercial. Devido a um elevado crescimento, o país passou a integrar o grupo “Novos Tigres Asiáticos” – países que tiveram um grande impulso econômico em um curto período, com base na abertura econômica para investimentos estrangeiros. Sua produção anterior baseava-se na agricultura – cultivo de arroz. No entanto, após a abertura econômica, o Vietnã passou a ter uma produção industrial, dando destaque a sapatos, roupas, brinquedos e produtos eletrônicos. COREIA DO NORTE A adoção do socialismo na Coreia ocorreu no contexto de libertação do domínio japonês sobre a península na Segunda Guerra Mundial que gerou o primeiro conflito armado da Guerra Fria: a Guerra da Coreia, entre 1950 e 1953.No fim do combate, que teve participação direta e indireta de outros países interessados na vitória capitalista ou socialista, tais como EUA, China e URSS, foi confirmada a divisão da península coreana no Paralelo 38 norte: A parte sul da península manteve o regime capitalista e constitui, hoje, o mais importante Tigre Asiático (a Coreia do Sul), enquanto a Coreia do Norte virou um país socialista, com forte influência da China. Nos dias atuais, a principal especificidade da Coreia do Norte é ser o único país do mundo que ainda adota um regime socialista ortodoxo, ou seja, com monopólio estatal dos meios de produção e regime político monopartidário. O país foi liderado por Kim Il-sung desde 1948. Antes da guerra na península, ele assumiu o poder da parte norte até sua morte, em 1994. O poder foi então assumido pelo seu filho Kim Jong-il, que governou até 2011. Com a sua morte, o seu filho, general Kim Jong-un, com 29 anos, foi designado sucessor e governa mantendo características que marcaram regimes socialistas, tais como o culto à personalidade do líder. Essas características políticas e econômicas definem a Coreia do Norte como o país mais fechado do mundo, isto é, que não faz concessões típicas de países que ainda se declaram socialistas. Outro aspecto comumente destacado em relação à Coreia do Norte é o seu controvertido programa militar e os constantes atritos com a Coreia do Sul, o Japão e os EUA.
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