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Concurseiro Mossoroense. Com você antes, durante e depois do edital. (84) 9.9862-1117 1 CONCURSO DO ITEP-RN (PRÉ-EDITAL) DIREITO PROCESSUAL PENAL – PROF. ERIVELTON NUNES Concurseiro Mossoroense. Com você antes, durante e depois do edital. (84) 9.9862-1117 2 Olá! Eu sou o Professor Erivelton Almeida, Especialista em Direito Penal, atuante na área criminal há 18 anos. Preparei esse material para você que está focado no concurso do ITEP/RN. Atualmente sou Policial Civil e Professor do @concursseiromossoroense. Contato: @proferivelton SUMÁRIO 1. DISPOSIÇÕES PRELIMINARES DO CÓDIGO DE PROCESSO PENAL 03 2. APLICAÇÃO DA LEI PROCESSUAL NO TEMPO, NO ESPAÇO E EM RELAÇÃO ÀS PESSOAS 03 3. INQUÉRITO POLICIAL 04 Questões: Inquérito Policial 07 4. AÇÃO PENAL 10 Questões: Ação Penal 13 5. COMPETÊNCIA 15 6. PRISÃO E LIBERDADE PROVISÓRIA E PRISÃO TEMPORÁRIA 15 Questões: Prisões 22 7. PROVAS: EXAME DE CORPO DE DELITO E PERÍCIAS EM GERAL E INTERCEPTAÇÃO TELEFÔNICA 24 Questões: Provas 30 8. PROCESSO E JULGAMENTO DOS CRIMES DE RESPONSABILIDADE DOS FUNCIONÁRIOS PÚBLICOS 32 QUESTÕES: REVISÃO 33 Concurseiro Mossoroense. Com você antes, durante e depois do edital. (84) 9.9862-1117 3 O processo penal reger-se-á, em todo o território brasileiro, por este Código, ressalvados: I - os tratados, as convenções e regras de direito internacional; II - as prerrogativas constitucionais do Presidente da República, dos ministros de Estado, nos crimes conexos com os do Presidente da República, e dos ministros do Supremo Tribunal Federal, nos crimes de responsabilidade III - os processos da competência da Justiça Militar; IV - os processos da competência do tribunal especial; V - os processos por crimes de imprensa. A lei processual penal aplicar-se-á desde logo, sem prejuízo da validade dos atos realizados sob a vigência da lei anterior. A lei processual penal admitirá interpretação extensiva e aplicação analógica, bem como o suplemento dos princípios gerais de direito. APLICAÇÃO DA LEI PROCESSUAL NO ESPAÇO O estudo da aplicabilidade da Lei Processual Penal está relacionado à sua aptidão para produzir efeitos. Essa aptidão para produzir efeitos está ligada a dois fatores: espacial e temporal. Assim, a norma processual penal (como qualquer outra) vigora em determinado lugar e em determinado tempo. Nesse sentido, devemos analisar onde e quando a lei processual penal se aplica. Portanto, não se admite a existência de Códigos Processuais estaduais, até porque compete privativamente à União legislar sobre direito processual, nos termos da Constituição Federal: Como disse a vocês, esta é a regra! Mas toda regra possui exceções. São elas: A) Tratados, convenções e regras de Direito Internacional B) Prerrogativas constitucionais do Presidente da República,dos ministros de Estado, nos crimes conexos com os do Presidente da República, e dos ministros do Supremo Tribunal Federal, nos crimes de responsabilidade C) Processos de competência da Justiça Militar D) Processos de Competência de Tribunal Especial E) Processos relativos a crimes de imprensa APLICAÇÃO DA LEI PROCESSUAL PENAL NO TEMPO Art. 2o A lei processual penal aplicar-se-á desde logo, sem prejuízo da validade dos atos realizados sob a vigência da lei anterior Por este artigo podemos extrair o princípio do tempus regit actum, também conhecido como princípio do efeito imediato ou aplicação imediata da lei processual. Este princípio significa que a lei processual regulará os atos processuais praticados a partir de sua vigência, não se aplicando aos atos já praticados. Esta é a regra de aplicação temporal de toda e qualquer lei, meus caros, ou seja, produção de efeitos somente para o futuro. Caso contrário, o caos seria instalado!Assim, vocês devem ter muito cuidado! DISPOSIÇÕES PRELIMINARES DO CÓDIGO DE PROCESSO PENAL APLICAÇÃO DA LEI PROCESSUAL NO TEMPO, NO ESPAÇO E EM RELAÇÃO ÀS PESSOAS Concurseiro Mossoroense. Com você antes, durante e depois do edital. (84) 9.9862-1117 4 Ainda que o processo tenha se iniciado sob a vigência de uma lei, sobrevindo outra norma, alterando o CPP (ainda que mais gravosa ao réu), esta será aplicada aos atos futuros. Ou seja, a lei nova não pode retroagir para alcançar atos processuais já praticados, MAS SE APLICA AOS PROCESSOS EMCURSO! APLICAÇÃO DA LEI PROCESSUAL NO TEMPO EM RELAÇÃO ÀS PESSOAS O assunto será visto no tema: Competência por prerrogativa de função. “Inquérito policial é o conjunto de diligências realizadas pela Polícia Judiciária para a apuração de uma infração penal e sua autoria, afim de que o titular da ação penal (MP) possa ingressar em juízo”. POLÍCIA JUDICIÁRIA: POLÍCIA ADMINISTRATIVA POLÍCIA CIVIL e PF: PM, BM, PRF, PFF e “GM” CARACTRÍSTICAS A) O IP é administrativo - O Inquérito Policial, por ser instaurado e conduzido por uma autoridade policial, possui nítido caráter administrativo. NÃO HÁ PROCESSO, NEM CONTRADITÓRIO. PERSECUÇÃO PENAL Inquérito Policial + Ação Penal + Execução Penal B) O IP é inquisitivo (inquisitorialidade) - A inquisitorialidade do Inquérito decorre de sua natureza pré- processual. No Processo temos autor (MP ou vítima), acusado e Juiz. Obs1: No Inquérito não há acusação, logo, não há nem autor, nem acusado; Obs2: O exame de corpo de delito não pode ser negado; Obs3: O que o Juiz NÃO PODE fundamentar sua decisão somente com elementos obtidos durante o IP; Obs4: tem valor probatório mínimo - O valor probatório do inquérito policial, como regra, é considerado relativo, entretanto, nada obsta que o juiz absolva o réu por decisão fundamentada exclusivamente em elementos informativos colhidos na investigação. CORRETO Obs5: Não cabe suspeição do DPC C) Oficiosidade - Salvo na hipótese de ação penal pública condicionada à representação e de ação penal privada, a autoridade policial deve instaurar o Inquérito Policial sempre que tiver notícia da prática de um crime. D) Procedimento escrito; E) Indisponibilidade - Uma vez instaurado o IP,não pode a autoridade policial arquivá-lo, pois esta atribuição é exclusiva do titular da ação penal; F) Dispensabilidade - O Inquérito Policial é dispensável, ou seja, não é obrigatório. Dado seu caráter informativo (busca reunir informações), caso o titular daação penal já possua todos os elementos necessários ao oferecimento daação penal, o Inquérito será dispensável. G) Discricionariedade na sua condução - A autoridade policial pode conduzir a investigação da maneira que entender mais frutífera, sem necessidade de seguir um padrão pré-estabelecido. INQUÉRTIO POLICIAL Concurseiro Mossoroense. Com você antes, durante e depois do edital. (84) 9.9862-1117 5 INSTAURAÇÃO Ação Penal: I) Pública incondicionada: Não depende da vontade da vítima II) Pública Condicionada à representação: Depende da manifestação da vítima III) Privada: É de responsabilidade da vítima OBS: no caso de se tratar de uma denúncia anônima.? Nesse caso, estamos diante da delatio criminis inqualificada, que abrange, inclusive, a chamada disque-denúncia, muito utilizada nos dias de hoje. O Delegado, quando tomar ciência de fato definido como crime, através de denúncia anônima, não deverá instaurar o IP de imediato, mas determinar que seja verificada a procedência da denúncia e, caso realmente se tenha notícia do crime, instaurar o IP. TRAMITAÇÃO DO IP Diligências Investigatórias Após a instauração do IP algumas diligências devem ser adotadas pela autoridade policial. Estas diligências estão previstas no art. 6° do CPP. Art. 6o Logo que tiver conhecimento da prática da infração penal, a autoridade policial deverá: I - dirigir-se ao local, providenciando para que não sealterem o estado e conservação das coisas, até a chegada dos peritos criminais; II - apreender os objetos que tiverem relação com o fato, após liberados pelos peritos criminais; III - colher todas as provas que servirem para o esclarecimento do fato e suas circunstâncias; IV - ouvir o ofendido; V - ouvir o indiciado, com observância, no que for aplicável, do disposto no Capítulo III do Título Vll, deste Livro, devendo o respectivo termo ser assinado por duas testemunhas que Ihe tenham ouvido a leitura; VI - proceder a reconhecimento de pessoas e coisas e a acareações; VII - determinar, se for caso, que se proceda a exame de corpo de delito e a quaisquer outras perícias; VIII - ordenar a identificação do indiciado pelo processo datiloscópico, se possível, e fazer juntar aos autos sua folha de antecedentes; Concurseiro Mossoroense. Com você antes, durante e depois do edital. (84) 9.9862-1117 6 IX - averiguar a vida pregressa do indiciado, sob o ponto de vista individual, familiar e social, sua condição econômica, sua atitude e estado de ânimo antes e depois do crime e durante ele, e quaisquer outros elementos que contribuírem para a apreciação do seu temperamento e caráter. Art. 7o Para verificar a possibilidade de haver a infração sido praticada de determinado modo, a autoridade policial poderá proceder à reprodução simulada dos fatos, desde que esta não contrarie a moralidade ou a ordem pública. PRAZOS PARA A CONCLUSÃO DO IP A regra é a de que o IP deva ser concluído no prazo de 10 dias, caso o indiciado esteja preso e em 30 dias caso esteja solto. Crimes de competência da Justiça Federal – 15 dias para réu preso e 30 dias para réu solto. Crimes da lei de Drogas – 30 dias para réu preso e 90 dias para réu solto. Podem ser duplicados em ambos os casos. Crimes contra a economia popular – 10 dias tanto para réu preso quanto para réu solto. Crimes militares – 20 dias pra réu preso e 40 dias para réu solto. CONCLUSÃO DO IP RELATÓRIO (INDICIAMENTO) - somente Delegado de Polícia - A conclusão do inquérito policial é precedida de relatório final, no qual é descrito todo o procedimento adotado no curso da investigação para esclarecer a autoria e a materialidade. A ausência desse relatório e de indiciamento formal do investigado não resulta em prejuízos para persecução penal, não podendo o juiz ou órgão do Ministério Público determinar o retorno da investigação à autoridade para concretizá-los, já que constitui mera irregularidade funcional a ser apurada na esfera disciplinar. CORRETO ARQUIVAMENTO - Juiz a pedido do MP. Nunca Delegado Quando o fato for de difícil elucidação, e o indiciado estiver solto, a autoridade poderá requerer ao juiz a devolução dos autos, para ulteriores diligências, que serão realizadas no prazo marcado pelo juiz. Os instrumentos do crime, bem como os objetos que interessarem à prova, acompanharão os autos do inquérito. O inquérito policial acompanhará a denúncia ou queixa, sempre que servir de base a uma ou outra. Concurseiro Mossoroense. Com você antes, durante e depois do edital. (84) 9.9862-1117 7 INCUMBIRÁ AINDA À AUTORIDADE POLICIAL I- fornecer às autoridades judiciárias as informações necessárias à instrução e julgamento dos processos; II- realizar as diligências requisitadas pelo juiz ou pelo Ministério Público; II- cumprir os mandados de prisão expedidos pelas autoridades judiciárias; IV- representar acerca da prisão preventiva. Nos crimes previstos nos arts. 148, 149 e 149-A, no § 3º do art. 158 e no art. 159 do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal), e no art. 239 da Lei no 8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente), o membro do MP ou o delegado de polícia poderá requisitar, de quaisquer órgãos do poder público ou de empresas da iniciativa privada, dados e informações cadastrais da vítima ou de suspeitos. Se necessário à prevenção e à repressão dos crimes relacionados ao tráfico de pessoas, o membro do Ministério Público ou o delegado de polícia poderão requisitar, mediante autorização judicial, às empresas prestadoras de serviço de telecomunicações e/ou telemática que disponibilizem imediatamente os meios técnicos adequados – como sinais, informações e outros – que permitam a localização da vítima ou dos suspeitos do delito em curso. RESUMO ESQUEMATIZADO QUESTÕES: INQUÉRITO POLICIAL 01 – A respeito do IP, assinale a opção correta. a) O delegado de polícia, se estiver convencido da ausência de elementos suficientes para imputar autoria a determinada pessoa, deverá mandar arquivar o IP, podendo desarquivá-lo se surgir prova nova. b) O IP é presidido pelo delegado de polícia sob a supervisão direta do MP, que poderá intervir a qualquer tempo para determinar a realização de perícias ou diligências. c) A atividade investigatória de crimes não é exclusiva da polícia judiciária, podendo ser eventualmente presidida por outras autoridades, conforme dispuser a lei especial. d) O IP é indispensável para o oferecimento da denúncia; o promotor de justiça não poderá denunciar o réu sem esse procedimento investigatório prévio. e) O IP é peça indispensável à propositura da ação penal pública incondicionada, sob pena de nulidade, e deve assegurar as garantias constitucionais da ampla defesa e do contraditório. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del2848.htm#art148 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del2848.htm#art149 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del2848.htm#art149a http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del2848.htm#art158%C2%A73 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del2848.htm#art159 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del2848.htm#art159 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L8069.htm#art239 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L8069.htm#art239 Concurseiro Mossoroense. Com você antes, durante e depois do edital. (84) 9.9862-1117 8 02 – A respeito do IP e da instrução criminal, assinale a opção correta. a) O juiz é livre para apreciar as provas e, de acordo com sua convicção íntima, poderá basear a condenação do réu exclusivamente nos elementos informativos colhidos no IP. b) Como a perícia é considerada a prova mais importante, o juiz não proferirá sentença que contrarie conclusões da perícia, devendo a prova técnica prevalecer sobre os outros meios probatórios. c) Uma vez arquivado o IP por decisão judicial, a autoridade policial poderá proceder a novas pesquisas, se tiver notícia de uma nova prova. d) O ofendido e o indiciado não poderão requerer diligências no curso do IP. e) O IP, peça informativa do processo, oferece o suporte probatório mínimo para a denúncia e, por isso, é indispensável à propositura da ação penal. 03 – Acerca de aspectos diversos pertinentes ao IP, assinale a opção correta. a) O IP, em razão da complexidade ou gravidade do delito a ser apurado, poderá ser presidido por representante do MP, mediante prévia determinação judicial nesse sentido. b) A notitia criminis é denominada direta quando a própria vítima provoca a atuação da polícia judiciária, comunicando a ocorrência de fato delituoso diretamente à autoridade policial. c) O indiciamento é ato próprio da autoridade policial a ser adotado na fase inquisitorial. d) O prazo legal para o encerramento do IP é relevante independentemente de o indiciado estar solto ou preso, visto que a superação dos prazos de investigação tem o efeito de encerrar a persecução penal na esfera policial. e) Do despacho da autoridade policial que indeferir requerimento de abertura de IP feito pelo ofendido ou seu representante legal é cabível, como único remédio jurídico, recurso ao juiz criminal da comarca onde, em tese, ocorreu o fato delituoso. 04 – A respeito do inquérito policial, assinale a opção correta, tendo como referência a doutrina majoritária e o entendimentodos tribunais superiores. a) Por substanciar ato próprio da fase inquisitorial da persecução penal, é possível o indiciamento, pela autoridade policial, após o oferecimento da denúncia, mesmo que esta já tenha sido admitida pelo juízo a quo. b) O acesso aos autos do inquérito policial por advogado do indiciado se estende, sem restrição, a todos os documentos da investigação. c) Em consonância com o dispositivo constitucional que trata da vedação ao anonimato, é vedada a instauração de inquérito policial com base unicamente em denúncia anônima, salvo quando constituírem, elas próprias, o corpo de delito. d) O arquivamento de inquérito policial mediante promoção do MP por ausência de provas impede a reabertura das investigações: a decisão que homologa o arquivamento faz coisa julgada material. e) De acordo com a Lei de Drogas, estando o indiciado preso por crime de tráfico de drogas, o prazo de conclusão do inquérito policial é de noventa dias, prorrogável por igual período desde que imprescindível para as investigações 05 – Acerca do inquérito policial (IP), assinale a opção correta. a) Concluída a perícia do local do crime, o delegado deve restituir ao respectivo proprietário os instrumentos do crime e os demais objetos apreendidos. b) O IP, um procedimento administrativo preparatório que tem por finalidade apurar os indícios de autoria e materialidade, é indispensável para o início da ação penal pelo Ministério Público. c) Em razão do interesse da sociedade pelo esclarecimento dos fatos criminosos, as investigações policiais são sempre públicas. d) Por ser o IP um procedimento extrajudicial, anterior ao início da ação penal, não há previsão legal de se observarem os princípios do contraditório e da ampla defesa nessa fase investigativa. e) O relatório de IP que concluir pela ausência de justa causa para o prosseguimento das investigações deverá ser arquivado pelo delegado. No que tange ao Inquérito Policial, julgue o item que se segue, à luz do Código de Processo Penal (CPP). 01 – Por força de mandamento constitucional, o exercício do contraditório deve ser garantido ainda no curso do inquérito policial, não obstante a sua natureza administrativa e pré-processual. Concurseiro Mossoroense. Com você antes, durante e depois do edital. (84) 9.9862-1117 9 02 – A doutrina e a jurisprudência majoritárias admitem o denominado arquivamento implícito, que consiste no fato de o oferecimento de denúncia pelo Ministério Público por apenas alguns dos crimes imputados ao indiciado impedir que os demais sejam objeto de futura ação penal. 03 – Após a realização de inquérito policial iniciado mediante requerimento da vítima, Marcos foi indiciado pela autoridade policial pela prática do crime de furto qualificado por arrombamento. Nessa situação hipotética, de acordo com o disposto no Código de Processo Penal e na atual jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça acerca de inquérito policial. O Ministério Público pode requerer ao juiz a devolução do inquérito à autoridade policial, se necessária a realização de nova diligência imprescindível ao oferecimento da denúncia, como, por exemplo, de laudo pericial do local arrombado. Após a realização de inquérito policial iniciado mediante requerimento da vítima, Marcos foi indiciado pela autoridade policial pela prática do crime de furto qualificado por arrombamento. (4 e 5) 04 – Nessa situação hipotética, de acordo com o disposto no Código de Processo Penal e na atual jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça acerca de inquérito policial, embora fosse possível a instauração do inquérito mediante requisição do juiz, somente a autoridade policial poderia indiciar Marcos como o autor do delito. 05 – Nessa situação hipotética, de acordo com o disposto no Código de Processo Penal e na atual jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça acerca de inquérito policial, o prazo legal para que o delegado de polícia termine o inquérito policial é de trinta dias, se Marcos estiver solto, ou de dez dias, se preso preventivamente pelo juiz, contado esse prazo, em ambos os casos, da data da portaria de instauração. 06 – Logo que tiver conhecimento da prática de infração penal, a autoridade policial deverá determinar, se for caso, a realização das perícias que se mostrarem necessárias e proceder a acareações. 07 – Conforme o STF, viola o princípio da presunção de inocência a exclusão de certame público de candidato que responda a inquérito policial ou a ação penal sem trânsito em julgado de sentença condenatória. 08 – Comprovada, durante as diligências para a apuração de infração penal, a existência de excludente de ilicitude que beneficie o investigado, o delegado de polícia deverá determinar o arquivamento do inquérito policial. 09 – Poderá ser dispensado o inquérito policial referente ao caso se a apuração feita pela polícia legislativa reunir informações suficientes e idôneas para o oferecimento da denúncia. 10 – O indiciamento no inquérito policial, por ser uma indicação de culpa do agente, poderá ser anotado em atestado de antecedentes criminais. A partir do indiciamento, poderá ser divulgado o andamento das investigações, com a identificação do provável autor do fato. GABARITO: INQUÉRITO POLICIAL Questão Resposta 1 C 2 C 3 C 4 C 5 D Questão Resposta 1 E 2 E 3 C 4 C 5 E 6 C 7 C 8 E 9 C 10 E Concurseiro Mossoroense. Com você antes, durante e depois do edital. (84) 9.9862-1117 10 AÇÃO PENAL AÇÃO PENAL PÚBLICA INCONDICIONADA (DENUNCIA MP) É a regra no ordenamento processual penal brasileiro. Sua titularidade pertence ao Ministério Público. PRINCÍPIOS Obrigatoriedade – Havendo indícios de autoria e prova da materialidade do delito, o membro do MP deve oferecer a denúncia, não podendo deixar de fazê-lo, pois não pode dispor da ação penal Indisponibilidade – Uma vez ajuizada a ação penal pública, não pode seu titular dela desistir ou transigir. Oficialidade – A ação penal pública será ajuizada por um órgão oficial, no caso, o MP. Entretanto, pode ocorrer de,transcorrido o prazo legal para que o MP ofereça a denúncia,este não o faça nem promova o arquivamento do IP, ou seja,fique inerte. Divisibilidade – A regra é a indivisibilidade, porém havendo mais de um infrator (autor do crime), pode o MP ajuizar a demanda somente em face um ou alguns deles, reservando para os outros, o ajuizamento em momento posterior, de forma a conseguir mais tempo para reunir elementos de prova. AÇÃO PENAL PÚBLICA CONDICIONADA (DENUNCIA MP) 1. AÇÃO PENAL PÚBLICA CONDICIONADA À REPRESENTAÇÃO DO OFENDIDO Trata-se de condição imprescindível; A representação admite retratação, mas somente até o oferecimento da denúncia.cuidado! Costumam colocar em provas de concurso que a retratação pode ocorrer até o recebimento da denúncia. Caso ajuizada a ação penal sem a representação, esta nulidade processual pode ser sanada posteriormente, caso a vítima a apresente em Juízo (desde que realizada dentro do prazo de seis meses que a vítima possui para representar;; Não se exige forma específica para a representação, bastando que descreva claramente a intenção de ver o infrator ser processado. Pode ser escrita ou oral (neste último caso, deverá ser reduzida a termo, ou seja, ser “passada para o papel”). A jurisprudência admite que o simples registro de ocorrência em sede Concurseiro Mossoroense. Com você antes, durante e depois do edital. (84) 9.9862-1117 11 policial,desde que conste informação de que a vítima pretende ver o infrator punido, PODE ser considerado como representação. A representação não pode ser dividida quanto aos autores do fato. Ou se representa em face de todos eles, ou não há representação, pois esta não se refere propriamente aos agentes que praticaram o delito, mas ao fato. Quandoa vítima representa,está manifestando seu desejo em ver o fato ser objeto de ação penal para que sejam punidos os responsáveis. Entretanto, embora não possa haver fracionamento da representação, isso não impede que o MP denuncie apenas um ou alguns dos infratores, pois um dos princípios da ação penal pública é a divisibilidade; A legitimidade para oferecer a representação é do ofendido, se maior de 18 anos e capaz; Se ofendido falecer, aplica-se a ordem de legitimação prevista no art. 24, § 1° do CP: § 1o No caso de morte do ofendido ou quando declarado ausente por decisão judicial, o direito de representação passará ao cônjuge, ascendente, descendente ou irmão. (CADE) O prazo decairá no direito de queixa ou de representação, se não o exercer dentro do prazo de seis meses, contado do dia em que vier a saber quem é o autor do crime, ou, no caso do art. São exemplos de crimes dos quais se requer Ação Penal Pública Condicionada por representação: Perigo de contágio venéreo (art. 130, CP), ameaça (art. 147, CP), violação de correspondência comercial (art. 152, CP), divulgação de segredo (art. 153, CP), furto de coisa comum (art. 156, CP). 2. AÇÃO PENAL PÚBLICA CONDICIONADA À REQUISIÇÃO DO MJ Trata-se de crimes nos quais existe um juízo político acerca da conveniência em vê-los apurados ou não. São poucas as hipóteses, citando, como exemplo, o crime cometido contra a honra do Presidente da República; Diferentemente do que ocorre com a representação, não há prazo decadencial para o oferecimento da requisição, podendo esta ocorrer enquanto não estiver extinta a punibilidade do crime; A maioria da Doutrina entende que não cabe retratação dessa requisição, ao contrário do que ocorre com a representação do ofendido, por não haver previsão legal e por se tratar a requisição, de um ato administrativo. O MP não está vinculado à requisição, podendo deixar de ajuizar a ação penal. 29, do dia em que se esgotar o prazo para o oferecimento da denúncia; AÇÃO PRIVADA (QUEIXA CRIME OFENDIDO OU REPRESENTANTE LEGAL) Oportunidade – Diferentemente do que ocorre com relação à ação penal pública, que é obrigatória para o MP, na ação penal privada compete ao ofendido ou aos demais legitimados proceder à análise da conveniência do ajuizamento da ação. Disponibilidade – Também de maneira diversa do que ocorre na ação penal pública, aqui o titular da ação penal (ofendido) pode desistir da ação penal proposta; Indivisibilidade – Outra característica diversa é a impossibilidade de se fracionar o exercício da ação penal em relação aos infratores. O ofendido não é obrigado a ajuizar a queixa, mas se o fizer, deve ajuizar a queixa em face de todos os agentes que cometeram o crime, sob pena de se caracterizar a RENÚNCIA em relação àqueles que não foram incluídos no pólo passivo da ação. Assim, considerando que houve a renúncia ao direito de queixa em relação a alguns dos criminosos, o benefício se estende também aos agentes que foram acionados judicialmente. A queixa contra qualquer dos autores do crime obrigará ao processo de todos, e o Ministério Público velará pela sua indivisibilidade; O prazo para ajuizamento da ação penal privada (queixa) é decadencial de seis meses, e começa a fluir da data em que o ofendido tomou ciência de quem foi o autor do delito. http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10623822/artigo-130-do-decreto-lei-n-2848-de-07-de-dezembro-de-1940 http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1033702/c%C3%B3digo-penal-decreto-lei-2848-40 http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10621647/artigo-147-do-decreto-lei-n-2848-de-07-de-dezembro-de-1940 http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1033702/c%C3%B3digo-penal-decreto-lei-2848-40 http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10620110/artigo-152-do-decreto-lei-n-2848-de-07-de-dezembro-de-1940 http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1033702/c%C3%B3digo-penal-decreto-lei-2848-40 http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10620036/artigo-153-do-decreto-lei-n-2848-de-07-de-dezembro-de-1940 http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1033702/c%C3%B3digo-penal-decreto-lei-2848-40 http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10619463/artigo-156-do-decreto-lei-n-2848-de-01-de-dezembro-de-1940 http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1033702/c%C3%B3digo-penal-decreto-lei-2848-40 Concurseiro Mossoroense. Com você antes, durante e depois do edital. (84) 9.9862-1117 12 O ofendido pode ainda, renunciar ao direito de ajuizar a ação (queixa), e se o fizer somente a um dos infratores, a todos se estenderá, A renúncia só pode ocorrer antes do ajuizamento da demanda e pode ser expressa ou tácita. Após o ajuizamento da demanda o que poderá ocorrer é o perdão do ofendido. O perdão, à semelhança do que ocorre com a renúncia ao direito de queixa, também pode ser expresso ou tácito. No primeiro caso, é simples, decorre de manifestação expressa do querelante no sentido de que perdoa o infrator. No segundo caso, decorre da prática de algum ato incompatível com a intenção de processar o infrator (ex.: Casar- se com o infrator). Na ação penal privada pode ocorrer, ainda, a perempção da ação penal, que é a perda do direito de prosseguir na ação como punição ao querelante que foi inerte ou negligente no processo. As hipóteses estão previstas no art. 60 do CPP: Art. 60. Nos casos em que somente se procede mediante queixa, considerarse-á perempta a ação penal: I - quando, iniciada esta, o querelante deixar de promover o andamento do processo durante 30 dias seguidos; II - quando, falecendo o querelante, ou sobrevindo sua incapacidade, não comparecer em juízo, para prosseguir no processo, dentro do prazo de 60 (sessenta) dias, qualquer das pessoas a quem couber fazê-lo, ressalvado o disposto no art. 36; III - quando o querelante deixar de comparecer, sem motivo justificado, a qualquer ato do processo a que deva estar presente, ou deixar de formular o pedido de condenação nas alegações finais; IV - quando, sendo o querelante pessoa jurídica, esta se extinguir sem deixar sucessor. AÇÃO PENAL PRIVADA SUBSIDIÁRIA DA PÚBLICA Trata-se de hipótese na qual a ação penal é, na verdade, pública, ou seja, o seu titular é o MP. No entanto, em razão da inércia do MP em oferecer a denúncia no prazo legal (em regra, 15 dias se réu solto, ou 05 dias se réu preso), a lei confere ao ofendido o direito de ajuizar uma ação penal privada (queixa) que substitui a ação penal pública. Esta previsão está contida no art. 29 do CPP: Art. 29. Será admitida ação privada nos crimes de ação pública, se esta não for intentada no prazo legal, cabendo ao Ministério Público aditar a queixa, repudiá-la e oferecer denúncia substitutiva, intervir em todos os termos do processo, fornecer elementos de prova, interpor recurso e, a todo tempo, no caso de negligência do querelante, retomar a ação como parte principal. Por fim, não é admissível o perdão do ofendido na ação penal privada subsidiária da pública, pois se trata de ação originariamente pública, na qual só se admitiu o manejo da ação privada em razão de uma circunstância temporal. Tanto é assim que o art. 105 do CP estabelece que: Art. 105 - O perdão do ofendido, nos crimes em que somente se procede mediante queixa, obsta ao prosseguimento da ação. AÇÃO PENAL PRIVADA PERSONALÍSSIMA Trata-se de modalidade de ação penal privada exclusiva, cuja única diferença é que, nesta hipótese, somente o ofendido (mais ninguém,em hipótese nenhuma!) poderá ajuizar ação. Assim, se o ofendido falecer, nada mais haverá a ser feito, estando extinta a punibilidade, pois a legitimidade não se estende aos sucessores, como acontece nos demais crimes de ação privada. A única hipótese ainda existente no nosso ordenamento é o crime previsto Art. 236: Contrair casamento, induzindo em erro essencial o outro contraente, ou ocultando-lhe impedimento que não seja casamento anterior O prazo para oferecimento da denúncia, estando o réu preso, será de 5dias, contado da data em que o órgão do Ministério Público receber os autos do inquérito policial, e de 15 dias, se o réu estiver solto ou afiançado. O oferecimento da denúncia fora do prazo legal constitui mera irregularidade sem consequências para o processo. Concurseiro Mossoroense. Com você antes, durante e depois do edital. (84) 9.9862-1117 13 QUESTÕES: AÇÃO PENAL 01 – Conforme o Código de Processo Penal (CPP), pode ocorrer a decadência na: a) ação penal pública condicionada a representação do ofendido ou de seu representante legal. b) ação penal privada subsidiária da pública em que o Ministério Público retome a ação como parte principal. c) ação penal pública incondicionada. d) ação penal pública condicionada a requisição do ministro da Justiça. e) E ação penal por crime praticado em detrimento do patrimônio ou interesse da União. 02 – Considerando o que dispõe o CPP relativamente à ação penal, assinale a opção correta. a) Nos crimes que se processem mediante ação penal que exija representação, esta será retratável mesmo após o recebimento da denúncia. b) Cônjuge, ascendente, descendente ou irmã(o) tem o direito de oferecer a queixa e prosseguir na ação penal privada em caso de morte do ofendido. c) Tanto a renúncia quanto o perdão, institutos que se estendem aos corréus e extinguem a punibilidade, independentemente de aceite, são atos unilaterais de desistência do ofendido em relação à ação penal privada. d) Admite-se ação penal privada subsidiária da pública no caso de o Ministério Público manifestar-se pelo arquivamento do IP ou deixar de oferecer denúncia no prazo legal. e) Em se tratando de ação penal pública condicionada, qualquer cidadão poderá provocar a iniciativa do Ministério Público para a propositura da ação penal, fornecendo-lhe informações sobre o fato e a autoria e indicando o tempo, o lugar e os elementos de convicção. 03) Considerando os dispositivos legais a respeito da ação penal, assinale a opção correta. a) Havendo vários ofensores querelados, qualquer um deles poderá pedir perdão ao querelante. Nesse caso, sendo o perdão extensível a todos os querelados, extingue-se a punibilidade, independentemente da aceitação do querelante. b) Em face do princípio da obrigatoriedade da ação penal, o Ministério Público não poderá pedir o arquivamento do inquérito policial: deverá sempre requisitar novas diligências à autoridade policial. c) Tratando-se de crime de ação privada, a titularidade da acusação é da própria vítima ofendida; sendo vários os ofensores, caberá à vítima escolher contra quem proporá a queixa. d) A própria vítima poderá assumir a titularidade da ação pública incondicionada, se o Ministério Público ficar inerte dentro dos prazos prescritos na lei processual. e) Em se tratando de ação penal privada subsidiária, se houver inércia do Ministério Público e a vítima, tendo assumido a titularidade da ação, deixar de praticar ato que lhe competia para dar prosseguimento ao processo, incorrerá em perempção, o que enseja a extinção do processo. 04 – No que se refere aos princípios da ação penal pública incondicionada, assinale a opção correta. a) O princípio da obrigatoriedade impõe ao MP o dever de promover a ação penal pública incondicionada quando este considerá-la conveniente para a sociedade. b) O princípio da indivisibilidade determina que a ação penal pública incondicionada abranja todos os crimes praticados em concurso formal. c) O princípio da intranscendência determina que a ação penal incondicionada seja sempre promovida apenas contra as pessoas a quem se impute a prática de uma infração. d) O princípio da oficialidade determina que a ação penal pública incondicionada seja intentada preferencialmente pelo MP, órgão oficial do Estado. e) O princípio da indisponibilidade determina que o MP pode desistir da ação penal pública incondicionada até a edição da sentença. No que tange à Ação Penal, julgue o item que se segue, à luz do Código de Processo Penal (CPP). 01 – João, aproveitando-se de distração de Marcos, juiz de direito, subtraiu para si uma sacola de roupas usadas a ele pertencentes. Marcos pretendia doá-las a instituição de caridade. João foi perseguido e preso em flagrante delito por policiais que presenciaram o ato. Instaurado e concluído o inquérito policial, o Ministério Público não ofereceu denúncia nem praticou qualquer ato no prazo legal. Considerando a situação hipotética descrita, julgue o item a seguir. Em razão da omissão do Ministério Público, a vítima poderá oferecer ação privada subsidiária da pública. Concurseiro Mossoroense. Com você antes, durante e depois do edital. (84) 9.9862-1117 14 02 – Julgue os itens subsequentes, a respeito da participação do MP no curso das investigações criminais, na instrução processual e na fase recursal. Nos termos da legislação processual vigente, o MP não está limitado à prévia instauração de inquéritos policiais para promover ações penais públicas, ainda que a apuração dos crimes seja complexa 03 – Acerca da ação penal e suas espécies, julgue o item seguinte. Em se tratando de crime que se apura mediante ação penal pública incondicionada, havendo manifestação tempestiva do Ministério Público pelo arquivamento do inquérito policial, faculta-se ao ofendido ou ao seu representante legal a oportunidade para a ação penal privada subsidiária da pública. 04 – Após regular instrução processual, mesmo que se convença da falta de prova de autoria do crime que inicialmente atribuíra ao acusado, não poderá o Ministério Público desistir da ação penal. 05 – Com relação ao inquérito policial e à ação penal, julgue o item que se segue. Segundo o entendimento jurisprudencial dos tribunais superiores, para a persecução penal relativa a crime de lesão corporal praticado no contexto de violência doméstica contra a mulher, é necessária a representação da ofendida. 06 – A ação penal pública condicionada à representação da vítima inicia-se mediante o recebimento da queixa pelo juiz competente. 07 – Segundo a jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça, a ausência do corpo da vítima em suposto crime de homicídio impede o ajuizamento da ação penal, haja vista a impossibilidade da realização de exame de corpo de delito, não sendo admitidos, nessa situação, outros meios de provas. 08 – A vítima que representa perante a autoridade policial queixa de crime de ação penal privada pode retratar-se até a prolação da sentença condenatória pelo juiz. 09 – Uma vez apresentada, a representação de crime de ação penal pública somente pode ser retirada antes do oferecimento da denúncia, não se admitindo retratação da retratação. 10 – Em ação penal privada que envolva vários agentes do ato delituoso, é permitido ao querelante, em razão do princípio da disponibilidade, escolher contra quem proporá a queixa-crime, sem que esse fato acarrete a extinção da punibilidade dos demais agentes conhecidos e nela não incluídos. GABARITO: AÇÃO PENAL Questão Resposta 1 A 2 B 3 D 4 C Questão Resposta 1 E 2 C 3 E 4 C 5 E 6 E 7 E 8 E 9 E 10 E Concurseiro Mossoroense. Com você antes, durante e depois do edital. (84) 9.9862-1117 15 COMPETÊNCIA Determinará a competência jurisdicional I -lugar da infração - competência será, de regra, determinada pelo lugar em que se consumar a infração, ou, no caso de tentativa, pelo lugar em que for praticado o último ato de execução. II - domicílio ou residência do réu - Não sendo conhecido o lugar da infração, a competência regular-se-á pelo domicílio ou residência do réu. III - natureza da infração - A competência pela natureza da infração será regulada pelas leis de organização judiciária, salvo a competência privativa do Tribunal do Júri. IV - distribuição - A precedência da distribuição fixará a competência quando, namesma circunscrição judiciária, houver mais de um juiz igualmente competente. V - conexão ou continência: A competência será determinada pela conexão: Se, ocorrendo duas ou mais infrações, houverem sido praticadas, ao mesmo tempo, por várias pessoas reunidas, ou por várias pessoas em concurso, embora diverso o tempo e o lugar, ou por várias pessoas, umas contra as outras; A competência será determinada pela continência quando: I - duas ou mais pessoas forem acusadas pela mesma infração; II - se, no mesmo caso, houverem sido umas praticadas para facilitar ou ocultar as outras, ou para conseguir impunidade ou vantagem em relação a qualquer delas VI - prevenção - Verificar-se-á a competência por prevenção toda vez que, concorrendo dois ou mais juízes igualmente competentes ou com jurisdição cumulativa, um deles tiver antecedido aos outros na prática de algum ato do processo ou de medida a este relativa, ainda que anterior ao oferecimento da denúncia ou da queixa VII - prerrogativa de função- A competência pela prerrogativa de função é do Supremo Tribunal Federal, do Superior Tribunal de Justiça, dos Tribunais Regionais Federais e Tribunais de Justiça dos Estados e do Distrito Federal, relativamente às pessoas que devam responder perante eles por crimes comuns e de responsabilidade. PRISÃO PRISÃO EM FLAGRANTE; PREVENTIVA; TEMPORÁRIA Prisão pena – É uma punição que decorre da aplicação da lei penal através de uma sentença penal condenatória irrecorrível (imodificável); Prisão não-pena – Trata-se não de uma punição (pois ainda não há condenação irrecorrível), mas de uma medida de NATUREZACAUTELAR PRISÃO EM FLAGRANTE A prisão em flagrante é uma modalidade de prisão cautelar que tem como fundamento a prática de um fato com aparência de fato típico. Assim, quando a autoridade realiza a prisão em flagrante do suspeito, não deve verificar se ele praticou o fato em legítima defesa, estado de necessidade, etc. Art. 301. Qualquer do povo poderá e as autoridades policiais e seus agentes deverão prender quem quer que seja encontrado em flagrante delito. Concurseiro Mossoroense. Com você antes, durante e depois do edital. (84) 9.9862-1117 16 A Doutrina distingue estas situações em: 1) Flagrante próprio (art. 302, I e II do CPP) – Será considerado flagrante próprio, ou propriamente dito, a situação do indivíduo que está cometendo o fato criminoso ou que acaba de cometer este fato. Nesse último caso, é necessário que entendamos a expressão “acaba de cometer”, como a situação daquele que está “com a boca na botija”, ou seja, acabou de cometer o crime e é surpreendido no cenário do fato; 2) Flagrante impróprio (art. 302, III do CPP) – Aqui, embora o agente não tenha sido encontrado pelas autoridades no local do fato, é necessário que haja uma perseguição, uma busca pelo indivíduo, ao final da qual, ele acaba preso. Imaginem que a polícia recebe a notícia de um homicídio. Desloca-se até o local e imediatamente começa a vascular o bairro e acaba por encontrar aquele que seria o infrator. Nesse caso, temos o flagrante impróprio; 3) Flagrante presumido (art. 302, IV do CPP) – No flagrante presumido temos as mesmas características do flagrante impróprio, com a diferença que a Doutrina não exige que tenha havida qualquer perseguição ao suposto infrator, desde que ele seja surpreendido, logo depois do crime, com objetos (armas, papéis, etc....) que façam presumir que ele foi o autor do delito. As expressões “acaba de cometê-la”, “logo após”, “logo depois” são expressões cujo significado é dado pela Doutrina, mas há alguma divergência entre os Doutrinadores. Entretanto, a maioria entende que sequência temporal é: Acaba de cometer o crime, Logo após e Logo depois NÃO PODEM SER PRESOS EM FLAGRANTE DE DELITO MENORES DE 18 ANOS Menores de 12 anos (crianças) não podem sofrer privação da liberdade, devendo ser encaminhadas ao Conselho Tutelar. Maiores de 12 e menores de 18 anos (adolescentes) podem ser apreendidos, mas não presos. PRESIDENTE DA REPÚBLICA NÃO ESTÁ SUJEITO À PRISÃO EM FLAGRANTE, pois só pode ser preso pela prática de crime comum após sentença condenatória. JUÍZES E MEMBROS DO MP Só podem ser presos em flagrante pela prática de crime INAFIANÇÁVEL. PARLAMENTARES DO CONGRESSO NACIONAL Só podem ser presos em flagrante de crime INAFIANÇÁVEL. Aplica-se o mesmo aos Deputados Estaduais e Distritais. DIPLOMATAS ESTRANGEIROS E CHEFES DE ESTADOS ESTRANGEIROS Não podem ser presos em flagrante INFRATOR QUE ESPONTANEAMENTE SE APRESENTA Não pode ser preso em flagrante, pois a sua apresentação espontânea à autoridade impede a caracterização do flagrante (nos termos do art. 304 do CPP). AUTOR DE INFRAÇÃO DE MENOR POTENCIAL OFENSIVO (JECRIM) Em regra, não está sujeito à determinação de prisão em flagrante. No entanto, o art. 69, § único da Lei 9.099/95 estabelece que se aquele que pratica infração de menor potencial ofensivo (IMPO) se recusar à comparecer ao Juizado ou se negar a assumir compromisso de comparecer ao Juizado após a lavratura do Termo Circunstanciado (TC), poderá ser decretada sua prisão em flagrante. PESSOA FLAGRADA NA POSSE DE ENTORPECENTE PARA USO PRÓPRIO Não cabe a decretação de sua prisão em flagrante (art. 48, § 2° da Lei 11.343/06), comprometendo-se o infrator, OU NÃO, à comparecer ao Juizado. Isso não impede, entretanto, que qualquer destas pessoas, sendo surpreendida em situação de flagrante, seja conduzida à Delegacia para o registro do ocorrido e, posteriormente, seja liberada. Concurseiro Mossoroense. Com você antes, durante e depois do edital. (84) 9.9862-1117 17 Esta condução de quem se encontra em situação de flagrante é chamada de PRISÃO-CONDUÇÃO pela maioria da Doutrina. MODALIDADES ESPECIAIS DE FLAGRANTE Flagrante esperado – A autoridade policial toma conhecimento de que será praticada uma infração penal e se desloca para o local onde o crime acontecerá. Iniciados os atos executórios, ou até mesmo havendo a consumação, a autoridade procede à prisão em flagrante. TRATA-SE DEMODALIDADE VÁLIDA DE PRISÃO EM FLAGRANTE; Flagrante provocado ou preparado – Aqui a autoridade instiga o infrator a cometer o crime, criando a situação para que ele cometa o delito e seja preso em flagrante. É o famoso “a ocasião faz o ladrão”. NÃO É VÁLIDA, pois quem efetuou a prisão criou uma situação que torna impossível a consumação do delito, tratando- se, portanto, de crime impossível. O STF possui a súmula n° 145 a respeito do tema: NÃO HÁ CRIME,QUANDO A PREPARAÇÃO DO FLAGRANTE PELA POLÍCIATORNA IMPOSSÍVEL A SUA CONSUMAÇÃO. A Doutrina e a Jurisprudência, no entanto, vêm admitindo a validade de flagrante preparado quando o agente provocador instiga o infrator a praticar um crime apenas para prendê-lo por crime diverso. Exemplo: Imagine o policial que sobe o morro para prender um vendedor de drogas. Ele pede a droga e o traficante o fornece. Nesse o momento o policial efetua a prisão, mas não pela venda de droga, que seria crime impossível, mas pelo crime anterior a este, que é o crime de “ter consigo para venda” substância entorpecente. Nesse caso, o flagrante preparado vem sendo admitido, pois não há hipótese de crime impossível, eis que o crime já havia ocorrido, sendo a preparação e instigação meros meios para que o crime consumado fosse descoberto; Flagrante forjado – Aqui o fato típico não ocorreu, sendo simulado pela autoridade policial para incriminar falsamente alguém. É ABSOLUTAMENTE ILEGAL. Se quem realiza esse flagrante é autoridade, trata-se de crime de abuso de autoridade. Se quem pratica é pessoa comum, poderemos estar diante do crime de denunciação caluniosa. Sabemos que coisas como estas não existem no Brasil, mas já ouvi dizer que na Finlândia isto é muito comum... AUTO DE PRISÃO EM FLAGRANTE O Auto de Prisão em Flagrante – APF geralmenteé lavrado pela autoridade policial do local em que ocorreu a PRISÃO, ou, se não houver neste local, a autoridade do local mais próximo, pois é a ela que o preso deve ser apresentado (art. 308 do CPP). No entanto, nada impede que um Juiz possa lavrar o Auto de Prisão em Flagrante nos crimes cometidos em sua presença. PROCEDIMENTO DA LAVRATURA DO AUTO DE PRISÃO EM FLAGRANTE Após ser apresentado o preso em flagrante delito à autoridade policial, esta deverá adotar o seguinte procedimento: a) Ouvir o condutor b) Ouvir as testemunhas c) Ouvir a vítima, se for possível d) Ouvir o preso (Interrogatório) E se não houver testemunhas do fato? Nesse caso, não está impossibilitada a prisão em flagrante, mas deverão assinar com o condutor, duas pessoas que tenham presenciado a apresentação do preso (e não sua prisão!). Art. 306. A prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre serão comunicados imediatamente ao juiz competente, ao Ministério Público e à família do preso ou à pessoa por ele indicada. Concurseiro Mossoroense. Com você antes, durante e depois do edital. (84) 9.9862-1117 18 § 1º Em até 24 (vinte e quatro) horas após a realização da prisão, será encaminhado ao juiz competente o auto de prisão em flagrante e, caso o autuado não informe o nome de seu advogado, cópia integral para a Defensoria Pública. E quando o Juiz receber o Auto de Prisão em Flagrante, o que deve fazer? Ao Juiz são facultadas três opções: Relaxar a prisão ilegal; Converter a prisão em prisão preventiva, desde que presentes os requisitos para tal, bem como se mostrarem inadequadas ou insuficientes as outras medidas cautelares; Conceder a liberdade provisória, com ou sem fiança, a depender do caso Concurseiro Mossoroense. Com você antes, durante e depois do edital. (84) 9.9862-1117 19 PRISÃO PREVENTIVA A prisão preventiva será decretada em que situações? As situações que autorizam a decretação da prisão preventiva estão elencadas no art. 312 do CPP, e revelam circunstâncias nas quais há fundados indícios de autoria e prova da materialidade do delito (fumus comissi delicti ou fumus boni iuris), bem como há receio concreto de que a liberdade do indivíduo possa prejudicar o processo. Garantia da ordem pública – Muito criticada por boa parte da Doutrina, em razão de seu alto grau de abstração (qualquer coisa pode ser considerada como garantia da ordem pública), o que violaria inúmeros direitos fundamentais do réu. No entanto, continua em vigor e é válida, para a maior parte da Doutrina e para os Tribunais Superiores. A perturbação da ordem pública pode ser conceituada como o abalo provocado na sociedade em razão da prática de um delito de consequências graves. Assim, a prisão preventiva se justificaria para restabelecer a tranquilidade social, a sensação de paz em um determinado local (um bairro, uma cidade, um estado, ou até mesmo no país inteiro); Garantia da Ordem Econômica – Esta hipótese é direcionada aos crimes do colarinho branco, àquelas hipóteses em que o agente pratica delitos contra instituições financeiras e entidades públicas, causando sérios prejuízos financeiros. Atualmente, com a possibilidade de decretação de medida cautelar de suspensão do exercício de função pública, este fundamento (que já era pouco utilizado), perdeu ainda mais sua razão, eis que se o fundamento for a proximidade do indivíduo com a função pública, na maioria dos casos o afastamento da função irá bastar para que a ordem econômica não sofra prejuízos; Conveniência da Instrução Criminal – Tem a finalidade de evitar que o indivíduo ameace testemunhas, tente destruir provas, etc. Em resumo, busca evitar que a instrução do processo seja prejudicada em razão da liberdade do réu. O STJ entende que, se a prisão foi decretada por este motivo, terminando a fase instrutória, deve o réu ser posto em liberdade, pois não permanece mais o perigo; Segurança na aplicação da Lei penal – Busca evitar que o indivíduo fuja, de forma a se furtar à aplicação da pena que possivelmente lhe será imposta. Assim, quando houver indícios de que o indivíduo pretende fugir, estará presente esta hipótese autorizadora Entretanto, a este art. 312 foi acrescentado um § único, que estabelece outra hipótese de decretação da prisão preventiva, que é o descumprimento de alguma das obrigações impostas pelo Juiz como medida cautelar diversa da prisão: Parágrafo único. A prisão preventiva também poderá ser decretada em descumprimento de qualquer das obrigações impostas por força de outras medidas cautelares (art. 282, § 4o). (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011). O art. 314 do CPP traz uma vedação expressa à possibilidade de decretação da preventiva: Quando o agente praticar o fato acobertado por alguma excludente de ilicitude. Vejamos: Art. 314. A prisão preventiva em nenhum caso será decretada se o juiz verificar pelas provas constantes dos autos ter o agente praticado o fato nas condições previstas nos incisos I, II e III do caput do art. 23 do Decreto-Lei Nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal. (Redação dada pela Lei nº12.403, de 2011). Concurseiro Mossoroense. Com você antes, durante e depois do edital. (84) 9.9862-1117 20 PRISÃO TEMPORÁRIA A prisão temporária é uma modalidade de prisão cautelar que não se encontra no CPP, estando regulamentada na Lei 7.960/89. Esta Lei não sofreu alteração pela Lei 12.403/11. A prisão temporária é uma espécie bem peculiar de prisão cautelar, pois possui prazo certo e só pode ser determinada DURANTE AINVESTIGAÇÃO POLICIAL. Assim, após o recebimento da denúncia ou queixa, não poderá ser decretada NEM MANTIDA a prisão temporária. Concurseiro Mossoroense. Com você antes, durante e depois do edital. (84) 9.9862-1117 21 Além disso, a prisão temporária só pode ser decretada nas hipóteses de crimes previstos no art. 1°, III da Lei 7.960/89, a saber: I - quando imprescindível para as investigações do inquérito policial; II - quando o indicado não tiver residência fixa ou não fornecer elementos necessários ao esclarecimento de sua identidade; III - quando houver fundadas razões, de acordo com qualquer prova admitida na legislação penal, de autoria ou participação do indiciado nos seguintes crimes: a) homicídio doloso (art. 121, caput, e seu § 2°); b) sequestro ou cárcere privado (art. 148, caput, e seus §§ 1° e 2°); c) roubo (art. 157, caput, e seus §§ 1°, 2° e 3°); d) extorsão (art. 158, caput, e seus §§ 1° e 2°); e) extorsão mediante sequestro (art. 159, caput, e seus §§ 1°, 2° e 3°); f) estupro (art. 213, caput, e sua combinação com o art. 223, caput, e parágrafo único)2; g) atentado violento ao pudor (art. 214, caput, e sua combinação com o art. 223, caput, e parágrafo único); h) rapto violento (art. 219, e sua combinação com o art. 223 caput, e parágrafo único)3; i) epidemia com resultado de morte (art. 267, § 1°); j) envenenamento de água potável ou substância alimentícia ou medicinal qualificado pela morte (art. 270, caput, combinado com art. 285); l) quadrilha ou bando (art. 288), todos do Código Penal4; m) genocídio (arts. 1°, 2° e 3° da Lei n° 2.889, de 1° de outubro de 1956), em qualquer de sua formas típicas; n) tráfico de drogas (art. 12 da Lei n° 6.368, de 21 de outubro de 1976)5; o) crimes contra o sistema financeiro (Lei n° 7.492, de 16 de junho de 1986). Só é cabível quando estivermos diante de um dos crimes do art. 1°, III da Lei 7.960/89 e que esteja presente uma das duas situações previstas nos incisos I e II do art. 1° da Lei 7.960/89 – É a posição que predomina na Doutrina e Jurisprudência. Exige, apenas, dois requisitos: a) Trate-se de crime previsto na lista do inciso III; b) Esteja presente um dos outros dois requisitos previstos nos incisos I e II. Assim, não bastaria, por exemplo, que o crimefosse de homicídio doloso. Deveria, ainda, haver a necessidade de se proceder à prisão temporária por ser indispensável às investigações (indiciado está atrapalhando as investigações) ou o indiciado não ter residência fixa ou não colaborar para sua identificação A prisão temporária NÃO PODE SER DECRETADA DE OFÍCIO pelo Juiz, devendo ser requerida pelo MP ou ser objeto de representação da autoridade policial. Neste último caso, o Juiz deve ouvir o MP antes de decidir. Quando? Durante a investigação policial. Nunca durante o processo! Quem decreta? O Juiz, desde que haja requerimento do MP ou representação da autoridade policial. Nunca ex officio (sem requerimento). Por quanto tempo? 05 dias, prorrogáveis por mais 05 dias (em caso de extrema e comprovada necessidade). Concurseiro Mossoroense. Com você antes, durante e depois do edital. (84) 9.9862-1117 22 CRIMES HEDIONDOS, TORTURA, TRÁFICO E TERRORISMO 30 +30 O Juiz não pode decretar a temporária, ex officio, mas ele pode prorrogá-la sem que haja requerimento do MP ou da autoridade policial? Embora existam vozes em contrário, predomina o entendimento de que, da mesma forma como não pode o Juiz decretá-la de ofício, não pode, também, prorrogá-la de ofício. QUESTÕES: PRISÃO 01 – Considerando-se que João tenha sido indiciado, em inquérito policial, por, supostamente, ter cometido dolosamente homicídio simples, e que Pedro tenha sido indiciado, em inquérito policial, por, supostamente, ter cometido homicídio qualificado, é correto afirmar que, no curso dos inquéritos, a) se a prisão temporária de algum dos acusados for decretada, ela somente poderá ser executada depois de expedido o mandado judicial. b) João e Pedro podem ficar presos temporariamente, sendo igual o limite de prazo para a decretação da prisão temporária de ambos. c) o juiz poderá decidir sobre a prisão temporária de qualquer um dos acusados ou de ambos, independentemente de ouvir o MP, sendo suficiente, para tanto, a representação da autoridade policial. d) o juiz poderá decretar, de ofício, a prisão temporária de Pedro mas não a de João. e) o juiz poderá decretar, de ofício, a prisão temporária de João e de Pedro. 02 – Cabe prisão temporária de acusado pela prática de crimes de a) resistência e cárcere privado. b) tráfico internacional de pessoa para fins de exploração sexual e homicídio qualificado. c) quadrilha ou bando e contra o sistema financeiro. d) roubo e concussão. e) extorsão e corrupção passiva. 03 – A prisão preventiva pode ser decretada se houver indícios suficientes da autoria e prova da existência do crime e se for necessária, por exemplo, para assegurar a aplicação da lei penal. Presentes esses requisitos, a prisão preventiva será admitida a) ainda que configurada alguma excludente de ilicitude. b) de ofício, pelo juiz, durante a fase de investigação policial. c) se o agente for acusado da prática de crime doloso e tiver sido condenado pela prática de outro crime doloso em sentença transitada em julgado menos de cinco anos antes. d) em caso de acusação pela prática de crimes culposos e preterdolosos punidos com pena privativa de liberdade máxima superior a quatro anos. e) em qualquer circunstância se o crime envolver violência doméstica e familiar contra a mulher. 04 – A respeito da disciplina do CPP sobre a fiança, assinale a opção correta. a) É admitida a concessão de fiança em caso de prisão civil ou militar. b) A fiança poderá consistir em pedras, objetos ou metais preciosos. c) O réu afiançado poderá ausentar-se de sua residência sem comunicar a autoridade processante, desde que o faça por período não superior a trinta dias. d) Não há previsão de reforço da fiança no CPP. e) Compete de forma exclusiva à autoridade judicial fixar fiança e decidir pela liberdade provisória. 05 – A respeito de prisão em flagrante, assinale a opção correta. a) Não pode ser preso em flagrante aquele que é perseguido logo após cometer a infração, mesmo que se presuma ser ele o autor da infração. b) A ausência de testemunhas da infração impede a lavratura do auto de prisão em flagrante. c) O cidadão que presenciar pessoa cometendo uma infração penal tem a obrigação de prendê-la em flagrante. d) O auto de prisão em flagrante deve ser encaminhado ao juiz competente em até vinte e quatro horas após a realização da prisão. e) A prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre devem ser comunicados à família do preso em até 24 horas após a realização da prisão. Concurseiro Mossoroense. Com você antes, durante e depois do edital. (84) 9.9862-1117 23 No que tange à prisão em flagrante, à prisão preventiva e à prisão temporária, julgue o item que se segue, à luz do Código de Processo Penal (CPP). 01 – A prisão temporária só poderá ser decretada mediante representação da autoridade policial ou a requerimento do Ministério Público, vedada sua decretação de ofício pelo juiz. 02 – Suponha que um agente penalmente capaz pratique um roubo e, perseguido ininterruptamente pela polícia, seja preso em circunscrição diversa da do cometimento do delito. Nessa situação, a autoridade policial competente para a lavratura do auto de prisão em flagrante é a do local de execução do delito, sob pena de nulidade do ato administrativo. 03 – A presunção de inocência da pessoa presa em flagrante delito, ainda que pela prática de crime inafiançável e hediondo, é razão, em regra, para que ela permaneça em liberdade. 04 – A assistência de advogado durante a prisão é requisito de validade do flagrante; por essa razão, se o autuado não nomear um profissional de sua confiança, o delegado deverá indicar um defensor dativo para acompanhar o ato. 05 – A liberdade provisória, com a consequente restituição da liberdade, condiciona-se, em qualquer caso, ao pagamento de fiança, salvo se comprovado o absoluto estado de necessidade do aprisionado, caso em que se exige dele o compromisso de comparecer a todos os atos do processo, sob pena de revogação. 06 – O agente preso em flagrante de crime inafiançável terá direito a concessão de liberdade provisória sem fiança, se não estiverem caracterizados os motivos para decretação de prisão cautelar, em estrita observância do princípio da inocência. 07 – A prisão temporária em crime de homicídio doloso pode ser decretada de ofício pelo juiz, pelo prazo de trinta dias, prorrogáveis por igual período. 08 – Qualquer do povo poderá prender qualquer pessoa que seja encontrada em flagrante delito. 09 – A prisão temporária constitui-se em uma espécie de prisão cautelar, admissível na fase das investigações do inquérito policial, mas será decretada pelo juiz, mediante representação da autoridade policial e ou a requerimento do Ministério Público. 10 – Se, no curso do inquérito policial, o delegado de polícia constatar que o indiciado está ameaçando testemunha ou praticando quaisquer outros atos que prejudique as investigações, ele próprio poderá decretar a prisão preventiva do indiciado. GABARITO: PRISÃO Questão Resposta 1 A 2 C 3 C 4 B 5 d Questão Resposta 1 C 2 E 3 C 4 E 5 E 6 C 7 E 8 C 9 C 10 E Concurseiro Mossoroense. Com você antes, durante e depois do edital. (84) 9.9862-1117 24 PROVAS Art. 155. O juiz formará sua convicção pela livre apreciação da prova produzida em contraditório judicial, não podendo fundamentar sua decisão exclusivamente nos elementos informativos colhidos na investigação,ressalvadas as provas cautelares, não repetíveis e antecipadas. A expressão “livre apreciação da prova produzida” consagra a adoção do sistema do livre convencimento motivado da prova. O que isso significa? O princípio ou sistema do livre convencimento motivado, ou livre convencimento regrado, diz que o Juiz deve valorar a prova produzida da maneira queentender mais conveniente, de acordo com sua análise dos fatos. Porém, existem determinados fatos que não necessitam serem provados (não sendo, portanto, objeto de prova). São eles: Fatos evidentes (ou axiomáticos, ou intuitivos) – São fatos que decorrem de um raciocínio lógico, intuitivo, decorrente de alguma situação que gera a lógica conclusão de outro fato; Fatos notórios – São aqueles que pertencem ao conhecimento comum de todas as pessoas. Assim, ao mencionar, por exemplo, que um fato criminoso fora cometido no dia 25 de dezembro, Natal, não tem a parte obrigação de provar que o dia 25 de dezembro é Natal, pois isso é do conhecimento comum de qualquer pessoa; Presunções legais – São fatos que a lei presume tenham ocorrido. O exemplo mais clássico é a inocência do réu. A Lei presume a inocência do réu, portanto, não cabe ao réu provar que é inocente, pois este fato já é presumido. Fatos inúteis – São aqueles que não possuem qualquer relevância para a causa, sendo absolutamente dispensáveis e, até mesmo, podendo ser dispensada a sua apreciação pelo Juiz. CLASSIFICAÇÃO DAS PROVAS Quanto ao seu objeto: a) Provas diretas – Aquelas que provam o próprio fato, de maneira direta. Exemplo: Testemunha ocular de um delito, que, com seu depoimento, prova diretamente a ocorrência do fato; b) Provas indiretas – Aquelas que não provam diretamente o fato, mas por uma dedução lógica, acabam por prová-lo. Exemplo: Imagine-se que o acusado comprove de maneira cabal (absoluta) que se encontrava em outro país quando da ocorrência de um roubo na cidade do Rio de Janeiro, do qual é acusado. Assim, comprovado este fato (que não é o fato criminoso), deduz-se de maneira irrefutável, que o acusado não praticou o crime (prova indireta). Quanto ao valor: a) Provas plenas – Aquelas que trazem a possibilidade de um juízo de certeza quanto ao fato que buscam provar, possibilitando ao Juiz fundamentar sua decisão de mérito em apenas uma delas, se for o caso. Exemplo: Prova documental, testemunhal, exame de corpo de delito, etc.; b) Provas não-plenas – Apenas ajudam a reforçar a convicção do Juiz, contribuindo na formação de sua certeza, mas não possuem o poder de formar a convicção do Juiz, que não pode fundamentar sua decisão de mérito apenas numa prova não plena. Concurseiro Mossoroense. Com você antes, durante e depois do edital. (84) 9.9862-1117 25 Quanto ao sujeito: a) Provas reais – Aquelas que se baseiam em algum objeto, e não derivam de uma pessoa. Exemplo: Cadáver, documento, etc. b) Provas pessoais – São aquelas que derivam de uma pessoa. Exemplo: Testemunho, interrogatório do réu, etc. PRINCÍPIOS QUE REGEM O SISTEMA PROBATÓRIO a) Princípio do contraditório – Todas as provas produzidas por uma das partes podem ser contraditadas (contraprova) pela outra parte; b) Princípio da comunhão da prova (ou da aquisição da prova) – A prova é produzida por uma das partes ou determinada pelo Juiz, mas uma vez integrada aos autos, deixa de pertencer àquele que a produziu, passando a ser parte integrante do processo,podendo ser utilizada em benefício de qualquer das partes. c) Princípio da oralidade – Sempre que for possível, as provas devem ser produzidas oralmente na presença do Juiz. Assim, mais valor tem uma prova testemunhal produzida em audiência que um erro documento juntado aos autos contendo algumas declarações de uma suposta testemunha. d) Princípio da autorresponsabilidade das partes – As partes respondem pelo ônus da produção da prova acerca do fato que tenham de provar. Assim, se o titular da ação penal não provar a autoria e a materialidade do fato, terá um consequência adversa para si, que é a absolvição do acusado; e) Princípio da não auto-incriminação (ou Nemo tenetur se detegere) – Por este princípio entende-se a não obrigatoriedade que a parte tem de produzir prova contra si mesma. Assim, não está o acusado obrigado a responder às perguntas que lhe forem feitas, nem a participar da reconstituição simulada, nem fornecer material gráfico para exame grafotécnico, etc. OBS: O ônus da prova pode ser definido como o encargo conferido a uma das partes referente à produção probatória relativa ao fato por ela alegado. PROVAS ILEGAIS As provas ilegais são um gênero do qual derivam três espécies: provas ilícitas, provas ilícitas por derivação e provas ilegítimas. a) Provas ilícitas São consideradas provas ilícitas aquelas produzidas mediante violação de normas de direito material (normas constitucionais ou legais). A Constituição Federal expressamente prevê a vedação da utilização de provas obtidas por meios ilícitos. Interceptação telefônica realizada sem ordem judicial - a gravação de conversa informal entre os policiais e o conduzido ocorrida quando da lavratura do auto de prisão em flagrante. Busca e apreensão domiciliar sem ordem judicial; Prova obtida mediante violação de correspondência. b) Provas ilícitas por derivação São aquelas provas que, embora sejam lícitas em sua essência, derivam de uma prova ilícita, daí o nome “provas ilícitas por derivação”. Trata-se da aplicação da Teoria dos frutos da árvore envenenada, segundo a qual, o fato de a árvore estar envenenada, necessariamente contamina os seus frutos. Trazendo para o mundo jurídico, significa que o defeito (vício, ilegalidade)de um ato contamina todos os outros atos que a ele estão vinculados. Concurseiro Mossoroense. Com você antes, durante e depois do edital. (84) 9.9862-1117 26 c) Provas ilegítimas São provas obtidas mediante violação a normas de caráter eminentemente processual. ESPÉCIES DE PROVAS 01) EXAME DE CORPO DE DELITO E PERÍCIAS EM GERAL O exame de corpo de delito nada mais é que a perícia cuja finalidade é comprovar a materialidade (existência) das infrações que deixam vestígios. O exame de corpo de delito pode ser direto, quando realizado pelo perito diretamente sobre o vestígio deixado, ou indireto, quando o perito realizar o exame com base em informações verossímeis fornecidas a ele O exame de corpo de delito é, em regra, obrigatório nos crimes que deixam vestígios. Entretanto, o art. 167 do CPP autoriza o suprimento deste exame pela prova testemunhal quando os vestígios tiverem desaparecido. Existem algumas formalidades na realização desta prova (previstas entre o art. 159 e 166 do CPP), dentre elas, a necessidade de que ser trate de UM PERITO OFICIAL, ou DOIS PERITOS NÃO OFICIAIS. E se houver divergência entre os peritos? Nesse caso (que só é possível na hipótese de dois peritos que estejam atuando na mesma área de conhecimento), cada um deles elaborará seu laudo separadamente, e a autoridade deverá nomear um terceiro perito. O Juiz pode discordar do laudo? Pode sim. Esta previsão está contida no art. 182 do CPP: Art. 182. O juiz não ficará adstrito ao laudo, podendo aceitá-lo ou rejeitá-lo,no todo ou em parte. Concurseiro Mossoroense. Com você antes, durante e depois do edital. (84) 9.9862-1117 27 ESPÉCIE DE PERÍCIA REGRAMENTO DO CPP AUTÓPSIA Pelo menos seis horas após o óbito (salvo se pelos sinais da morte os peritos entenderem que pode ser feita antes) No caso de morte violenta, basta o exame externo do cadáver Os cadáveres serão sempre fotografados na posição em que forem encontrados, bem como as lesões externas e vestígios deixados no local Para melhor esclarecer as lesões encontradas, os peritos, quando possível, juntarão ao laudo do exame provas fotográficas, esquemas ou desenhos, devidamente rubricados Serão arrecadados e autenticados todos os objetos encontrados que possam ser úteis à identificação do cadáver LESÕES CORPORAIS Caso o primeiro exame tenha sido incompleto, será procedido a novo exame, por determinação da autoridade policial ou do Juiz O exame complementar pode ser determinado de ofício (sem requerimentode ninguém) ou a requerimento do MP, do ofendido, do acusado ou de seu defensor No exame complementar os peritos terão em mãos auto de corpo de delito, para poderem complementá-lo ou retificá-lo (caso contenha erros) Se a finalidade for comprovar que se trata de crime de lesão corporal GRAVE (por deixar a vítima afastada de suas atividades habituais por mais de 30 dias), deverá o exame ser realizado logo após o prazo de 30 dias A ausência do exame complementar pode ser suprida pela prova testemunhal ANÁLISE DE DESTRUIÇÃO DE COISAS OU ROMPIMENTO DE OBSTÁCULO Os peritos, além de descrever os vestígios, indicarão com que instrumentos, por que meios e em que época presumem ter sido o fato praticado, podendo proceder-se, quando necessário, à avaliação de coisas destruídas, deterioradas ou que constituam produto do crime INCÊNDIO Deve ser verificada (o): A causa e o lugar em que houver começado O perigo que dele tiver resultado para a vida ou para o patrimônio alheio A extensão do dano e o seu valor Demais circunstâncias que interessarem à elucidação do fato RECONHECIMENTO DE ESCRITOS Devem ser observadas as seguintes regras (literalidade do CPP): A pessoa a quem se atribua ou se possa atribuir o escrito será intimada para o ato, se for encontrada Para a comparação, poderão servir quaisquer documentos que a dita pessoa reconhecer ou já tiverem sido judicialmente reconhecidos como de seu punho, ou sobre cuja autenticidade não houver dúvida A autoridade, quando necessário, requisitará, para o exame, os documentos que existirem em arquivos ou estabelecimentos públicos, ou nestes realizará a diligência, se daí não puderem ser retirados Quando não houver escritos para a comparação ou forem insuficientes os exibidos, a autoridade mandará que a pessoa escreva o que lhe for ditado. Se estiver ausente a pessoa, mas em lugar certo, esta última diligência poderá ser feita por precatória, em que se consignarão as palavras que a pessoa será intimada a escrever (CUIDADO! O acusado não está obrigado a fornecer os padrões gráficos para a realização do exame, ou seja, não está obrigado a escrever nada, ou seja, ninguém pode ser obrigado a produzir prova contra si próprio). Concurseiro Mossoroense. Com você antes, durante e depois do edital. (84) 9.9862-1117 28 02) INTERROGATÓRIO DO RÉU O interrogatório do réu (interrogatório na fase judicial) é o ato mediante o qual o Juiz procede à oitiva do acusado acerca do fato que lhe é imputado. O interrogatório, modernamente, é considerado como UMDIREITO SUBJETIVO DO ACUSADO (previsto, inclusive, no art. 5°, LXIII), pois se entende que faz parte do seu direito à defesa pessoal (subdivisão da ampla defesa, que conta, também com a defesa técnica, patrocinada por profissional habilitado). Assim, atualmente, se entende que o interrogatório é meio de prova e meio de defesa do réu. 03) CONFISSÃO A confissão é um meio de prova através do qual o acusado reconhece a prática do fato que lhe é imputado. Para a validade da confissão, é necessário que ela preencha requisitos intrínsecos (ligados ao conteúdo da confissão) e extrínsecos (ou formais, ligados à forma de sua realização). Os requisitos intrínsecos são, basicamente, a verossimilhança das alegações do réu aos fatos, a clareza do réu na exposição dos motivos, a coincidência com o que apontam os demais meios de prova, etc. Os requisitos extrínsecos, ou formais, são a pessoalidade (não se pode ser feita por procurador), o caráter expresso (não se admite confissão tácita no Processo Penal, devendo ser manifestada e reduzida a termo), o oferecimento perante o Juiz COMPETENTE, a espontaneidade (não pode ser realizada sob coação) e a capacidade do acusado para confessar (deve estar no pleno gozo das faculdades mentais).Por adotarmos o princípio do livre convencimento motivado, e não o da prova tarifada, a confissão não possui valor absoluto, devendo ser valorada pelo Juiz da maneira que reputar pertinente. 04) OITIVA DO OFENDIDO A oitiva do ofendido permite ao magistrado ter contato efetivo com a pessoa que mais sofreu as consequências do delito, de forma a possibilitar o mais preciso alcance de sua extensão. A primeira coisa que devemos saber é que o ofendido NÃO ÉTESTEMUNHA, pois testemunha é um terceiro que não participa do fato. O ofendido participa do fato, na qualidade de sujeito passivo. 05) PROVA TESTEMUNHAL A prova testemunhal, embora não possua muito valor no processo civil (onde geralmente reina a prova documental), possui GRANDEVALOR na esfera processual penal, pois geralmente os crimes não estão documentados. O militar deverá ser ouvido mediante requisição à sua autoridade superior, nos termos do art. 221, § 2° do CPP; O funcionário público será intimado (notificado) pessoalmente, como as demais testemunhas, mas deve ser requisitado, também, ao chefe da repartição (para que o serviço não fique prejudicado); 06) RECONHECIMENTO DE PESSOAS E COISAS 07) DA ACAREAÇÃO A acareação é o chamado “colocar frente a frente” duas pessoas que prestaram informações divergentes. Fundamenta-se no constrangimento, ou seja, busca-se que uma das partes fique com “medinho” e se retrate da informação errada que forneceu. Pode ser realizada tanto na fase de investigação quanto na fase processual. Os peritos não estão sujeitos à acareação! O STJ, contudo, já se manifestou pela possibilidade dessa acareação, quando houver suspeita de que um dos peritos (ou ambos) deliberadamente elaborou falsa perícia. Concurseiro Mossoroense. Com você antes, durante e depois do edital. (84) 9.9862-1117 29 08) DA PROVA DOCUMENTAL A prova documental pode ser produzida a qualquer tempo pelas partes, salvo nos casos em que a lei expressamente veda sua produção fora de um determinado momento. 09) INDÍCIOS Os indícios são elementos de convicção cujo valor é inferior, pois NÃO PROVAM o fato que se discute, mas provam outro fato, a ele relacionado, que faz INDUZIR que o fato discutido ocorre ou não. Nos termos do art. 239 do CPP: Art. 239. Considera-se indício a circunstância conhecida e provada, que, tendo relação com o fato, autorize, por indução, concluir-se a existência de outra ou outras circunstâncias. Os indícios, porém, são diferentes das presunções, pois os indícios apenas induzem uma conclusão mais ou menos lógica (exemplo: Meu carro foi encontrado estacionado próximo ao local do crime, o que induz que eu estaria ali). Já as presunções são situações nas quais a lei estabelece que são verdadeiros determinados fatos, se outros forem verdadeiros. 10) DA BUSCA E APREENSÃO Em regra a busca e apreensão é um meio de prova. Entretanto, pode ser um meio de assegurar direitos (quando se determina o arresto de um bem para garantir a reparação civil, por exemplo). A Busca e apreensão pode ocorrer na fase judicial ou na fase de investigação policial. Pode ser determinada de ofício ou a requerimento do MP, do defensor do réu, ou representação da autoridade policial. Por fim, a busca e apreensão pode ser domiciliar ou pessoal. A busca pessoal é aquela realizada em pessoas, com a finalidade de encontrar arma proibida ou determinados objetos: § 2º Proceder-se-á à busca pessoal quando houver fundada suspeita de que alguém oculte consigo arma proibida ou objetos mencionados nas letras b a f e letra h do parágrafo anterior. Ao contrário da busca domiciliar, poderá ser feita de maneira menos formal, podendo ser decretada pela autoridade policial e seus agentes, ou pela autoridade judicial.Entretanto, mesmo nesse caso, a realização da busca deve se basearem FUNDADAS SUSPEITAS de que o indivíduo se encontre em alguma das hipóteses previstas no CPP. O CPP, de forma a compatibilizar a medida com os princípios da dignidade da pessoa humana, determina que a busca pessoal em mulher será realizada por outra mulher,
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