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Apostila Medina Legal (1)

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MEDICINA LEGAL 
NOÇÕES GERAIS PARA CONCURSOS 
 
 
Eng. Paulo Roberto do Vale 
Perito Criminal IC/ITEP/RN 
 
Olá, primeiramente irei me apresentar a você, caro aluno, meu nome é Paulo Roberto do Vale, sou 
formado em engenharia mecânica pela UFRN, atualmente sou Perito Criminal e professor das disciplinas de 
Medicina Legal e Criminalística. Na minha carreira de concurseiro, fui aprovado para os cargos de agente 
administrativo da Secretaria da Saúde, Guarda Municipal, DataNorte, Ministério do Trabalho e Emprego, Petrobrás 
e para o cargo que exerço atualmente, o de Perito Criminal do ITEP/RN, neste tendo sido classificado em 1º lugar. 
Agora apresentado, estarei discorrendo sobre a matéria de Medicina Legal que é essencial para a sua prova. Sendo 
assim, vamos começar?! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Sumário 
1. Introdução 6 
2. Histórico 6 
3. Perícia Médico-Legal 7 
3.1 Peritos Oficiais 7 
4. Morte 7 
4.1 Morte Natural 7 
4.2 Morte Violenta 7 
4.3 Tipos de Morte Violenta 7 
5. Balística Forense 14 
5.1 Definição 14 
5.2 Objetivo 15 
5.3 Estudo da arma 15 
5.4 Estudo da munição 15 
5.5 Cartuchos das armas raiadas 15 
5.6 Exame balístico 15 
6. Classificação das armas de fogo 15 
6.1. Quanto à alma do cano 15 
6.2. Quanto à dimensão 15 
6.3. Quanto ao carregamento 15 
6.4. Quanto ao calibre 15 
6.5. Anatomia da arma de fogo 16 
7. Classificação dos tiros 16 
7.1. Quanto ao trajeto 16 
7.1.1. Penetrante 16 
7.1.2. Transfixante 16 
7.1.3 Raspão 17 
7.2. Quanto à distância 17 
7.2.1. Tiro à distância 17 
 Ausência de sinais secundários do tiro 17 
7.2.2. Tiro à curta distância ou queima roupa 17 
7.2.3. Tiro encostado / tiro apoiado 18 
8. Agentes Físicos 18 
8.1 Conceito 18 
8.2 Tipos de agentes físicos 18 
8.3 Calor 18 
8.3.1. Temperatura 19 
8.4. Pressão atmosférica 20 
8.5. Eletricidade 20 
8.6 Radioatividade 21 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
8.7 Luz 21 
8.8 Som 21 
9. Asfixiologia 21 
9.1. Conceito 21 
9.2.. Classificação Médico Legal 21 
9.3. Puras 21 
9.4. Complexas 22 
9.5. Mistas: Esganadura 22 
9.6 Asfixias Puras 22 
9.6.1 – Por Modificação Física do Meio 22 
 Gases irrespiráveis 22 
 Confinamento: 22 
 Monóxido de Carbono: 22 
 Vícios de ambiente: asfixia por permanência em ambientes saturados de gases como de 
esgotos, fossas, além dos seguintes 
22 
9.6.1 – Por Modificação Física do Meio 22 
9.6.2 – Por Constrição no Pescoço 22 
9.6.3 - Por Sufocação Direta 22 
9.6.4 - Sufocação indireta 22 
9.7 Sinais de asfixia: 22 
9.7.1 Sinais externos 22 
9.7.2. Sinais internos 23 
9.7.3 Enforcamento 23 
9.7.4 Causa jurídica 23 
9.7.5 Estudo do laço 23 
9.7.6 Ponto de fixação 23 
9.7.7. Classificação de enforcamento 23 
9.7.8 Sinais de Enforcamento 24 
9.8 Estrangulamento 24 
9.8.1 Sinais de Estrangulamento 25 
10 Esganadura 25 
10.1 Definição 25 
10.2 Causa jurídica 25 
10.3 Sinais 25 
11 Soterramento: 25 
11.1 Definição 25 
11.2 Causa jurídica 25 
11.3 Sinais 26 
12 Afogamento: 26 
12.1 Definição 26 
12.2 Locais 26 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
12.3 Classificação 26 
12.4 Sinais 26 
13. Tanatologia Forense 26 
13.1 Definição 26 
13.2. Tipos de Morte: 26 
13.3 Natural 26 
13.4 Súbita 26 
13.5 Violenta 26 
13.6 Fetal 26 
13.7 Materna 26 
13.8 Catastrófica 27 
13.9 Presumida 27 
14. Tanatologia: 27 
14.1 Tanatosemiologia (morte+sinal+estudo) 27 
14.2 Tanatodiagnóstico (morte+diagnose) 27 
14.3 Cronotanatognose (tempo+morte+conhecimento) 27 
14.4 Tanatoscopia (morte + ver = observar) 27 
14.5 Tanatoconservação (morte+conservação) 27 
14.6 Tanatolegislação (morte+legislação) 27 
14.7. Aspectos Médicos Legais da Morte 27 
14.8. Noções Preliminares 27 
14.8.1 Importância Médica 27 
14.8.2 Importância Jurídica 27 
14.8.3 COMORIÊNCIA 28 
14.8.4 PREMORIÊNCIA 28 
15. TANATOSSEMIOLOGIA 28 
16. TANATOCRONOLOGIA OU CRONOTANATOGNOSE 28 
16.1. Livores de Hipóstase 28 
16.2. Rigidez Cadavérica 28 
16.3. Mancha Verde Abdominal 28 
16.4. Fauna Cadavérica 28 
16.5 Gases de Putrefação 29 
16.6 Cristais de Sangue Putrefeito (WESTENHOFFER-ROCHA- VALVERDE): 29 
17. Tanatoscopia: 29 
17.1. Conceito 29 
17.2 Sinonímias 29 
17.3. Finalidades 30 
17.4 Legislação 30 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
18. Exames Necroscópicos 30 
18.1. Inspeção externa 30 
18.2 Inspeção interna 30 
19. Lesões “intra vitam” e “post mortem” 30 
19.1. Tanatoconservação 30 
19.2 Tanatolegislação 30 
20. Exumação 31 
20.1 Etimologia/conceito 31 
20.2 Legislação 31 
20.3 Tipos de exumação 31 
20.4 Administrativas 31 
20.5 Judiciárias 31 
21. Tipos de mortes violentas: Homicídio, Suicídio, Acidente 32 
22. Sexologia forense 32 
23. Conjunção carnal: 32 
23.1 Conceito 32 
23.2 Evidências 32 
23.3. Exames 32 
24. Estupro qualificado 33 
25. Importunação sexual 33 
26. Divulgação de cena de estupro ou de cena de estupro de vulnerável, de cena de sexo ou 
de pornografia 
33 
27. Violência sexual mediante fraude 33 
28. Estupro de vulnerável 34 
29. Abortamento 34 
29.1 Conceitos 34 
29.1.1 Jurídico 34 
28.1.2 Médico 34 
29.2. Tipos de aborto 34 
29.2.1 Aborto provocado pela gestante 34 
29.2.2 Aborto provocado por terceiro 34 
29.2.3 Aborto legal (Código Penal) 34 
29.2.4. Aborto necessário ou terapêutico 34 
29.2.6 Aborto seletivo (Eugênico) 34 
30. Toxicologia Forense 35 
30.1 Dependência 35 
30.2 Dependência psíquica 35 
30.3 Dependência física 35 
30.4 Síndrome de abstinência 35 
30.5 Tolerância 35 
30.6 Overdose 36 
31. Regiões anatômicas do corpo humano 36 
32. QUESTÕES 39 
 
 
 
6 
 
1. Introdução: 
 Esta obra pretende abranger conceitos fundamentais em Medicina Legal de uma forma direta, simples e 
descomplicada sem perder a essência, sendo destinada inicialmente para o estudante que pretende ingressar na 
carreira pericial ou para todo aquele interessado nessa área, tais como advogados, promotores, juízes, assistentes 
técnicos, Peritos judiciais, entre outros, que possam dela se utilizar como uma ferramenta de trabalho. 
 Dessa forma, não há aqui nenhuma pretensão de esgotar esse tema e tudo o que dele deriva, mas sim 
como um auxílio rápido e eficaz para a compreensão desta importante disciplina que é a Medicina Legal. 
 Espero que lhe seja bastante útil e desejo um bom aprendizado e sucesso! 
 
2. Histórico: 
 A Medicina Legal deu início ao desenvolvimento da Datiloscopia e de todo o sistema da Criminalística. Foi na 
Medicina Legal que iniciaram-se os primeiros estudos científicos com metodologia científica aplicando, tais 
métodos, nas investigações de crimes contra a pessoa e a vida. 
 Pré-História: historiadores citam a existência de reproduções de impressões a tinta, desenhos em cavernas, 
vestígios de mãos e dedos; 
 1560 (França): Ambroise Paré estudou os ferimentos produzidos por arma de fogo; 
 1563 (Portugal): João de Barros desenvolveu a Datiloscopia, com estudos das linhas papilares; 
 1651 (Itália): Paolo Zachias publicou em Roma uma obra intitulada “Questões Médico Legais”, 
conquistando assim o título de PAI DA MEDICINA LEGAL; 
 1665 (Itália): Marcelo Malpighi, médico anatomista, deu continuidade ao trabalho, empregando 
conhecimentos de anatomia estudando as papilas dérmicas nas mãos e nas extremidades dos dedos. 
 1753 (França): Boucher realizou estudos sobre balística, disciplina que mais tarde se chamaria Balística 
Forense; 
 1805 (Áustria): teve início o ensino da Medicina Legal; na Escócia ocorreu em 1807 e na Alemanha, em 
1820; por essa época também se verificou na França e na Itália; 
 1823 (Alemanha): João Evangelista Purkinje, professor de anatomia na Universidade de Breslaw, 
agrupou os desenhos papilares das extremidades digitais em nove tipos fundamentais e estabeleceu o sistema 
déltico; 
 1858 (Inglaterra): William James Herschel: iniciou estudos sobre as impressões digitais, concluindo pela sua 
imutabilidade;  
 1891 (Argentina): Francisco Latzina e Juan Vucetich implementaramo sistema datiloscópico que é usado 
até hoje no Brasil; 
 1893 (Alemanha): Hans Gross, Juiz de instrução e professor de Direito Penal, autor da obra 
“System der Kriminalistik - Sistema de Criminalística” é considerado o “PAI DA CRIMINALISTICA”; 
 1894 (França): Alphonse Bertillon passou a tomar as impressões digitais como sistema organizado em uma 
ficha. (Bertillonage) 
 1902 (Portugal): início da utilização das impressões plantares e palmares como complemento da identificação 
datiloscópica; 
 1903 (Brasil): Implantação do Sistema Dactiloscópico de VUCETICH; 
 1947 (Brasil): I Congresso de Criminalística; 
 1988 (Constituição Federal): 
 Avanços no campo legislativo e estrutural; 
 Novas Constituições Estaduais; 
 Início da desvinculação dos órgãos periciais da estrutura da Polícia Civil; 
 2008 - Lei Federal nº. 11.690 de 09 de Junho - Alterou o Código de Processo Penal: Estabelece que a 
perícia deve ser realizada por perito oficial, portador de curso superior; que nos locais sem perito oficial a 
perícia deve ser realizada por dois profissionais com nível superior; prevê a indicação e atuação de assistentes 
técnicos; prevê disponibilização no ambiente do órgão oficial, que mantém a guarda, do material probatório que 
serviu de base à perícia, para exame pelos assistentes, na presença de perito oficial. 
 2009 - Lei Federal 12.030 de 17 de setembro – Estabelece normas gerais para as perícias oficiais de 
natureza criminal; assegura autonomia técnica, científica e funcional para o perito oficial; que os peritos estão 
sujeitos à regime especial de trabalho; que são os peritos oficiais os peritos criminais, os médicos-legistas e os 
odontolegistas. 
 
 
7 
 
3. Medicina Legal – Conceito 
 A Medicina legal, assim como a Criminalística, tem sido definida de forma variada por diversos autores. 
Utilizamos aqui a definição que consideramos abrangente e direta dada pelo ilustre médico-legista paraibano 
Genival Veloso França que assim a definiu: “É a Medicina a serviço das ciências jurídicas e sociais”. 
 Os exames dos vestígios intrínsecos (na pessoa) são da alçada da Medicina Legal. 
3.1. Perícia Médico-Legal 
 É o exame feito pelo perito Médico- Legista com o objetivo de esclarecer à polícia e à Justiça acerca de um 
definido fato criminoso. 
 
3.2. Peritos Oficiais 
 São aqueles profissionais que foram contratados pelo Estado para exercer tal função. A partir da 
Constituição de 1988 passou-se a exigir concurso público para o cargo. Onde não houver Peritos Oficiais a lei 
faculta a nomeação de peritos “ad hoc”, que são aqueles nomeados pelo juiz ou pela quando na cidade não há 
Peritos oficiais. São nomeados dois peritos não-oficiais, observando-se: a idoneidade, a capacidade técnica e o 
curso superior. São chamados também como: ad-hoc, auxiliar, substituto, nomeado e ainda louvado. Veja o que 
consta no CPP: 
 “Art. 159. O exame de corpo de delito e outras perícias serão realizados por perito oficial, 
portador de diploma de curso superior.” 
 § 1º Na falta de perito oficial, o exame será realizado por 2 (duas) pessoas idôneas, portadoras 
de diploma de curso superior preferencialmente na área específica, dentre as que tiverem habilitação 
técnica relacionada com a natureza do exame. 
 § 2º Os peritos não oficiais prestarão o compromisso de bem e fielmente desempenhar o 
encargo.” 
 O Médico-Legista realiza exames periciais em vivos e em mortos. Nos vivos podemos destacar os exames de 
lesões corporais, conjunção carnal, embriaguez, psiquiatria e de definição de gênero. Nos mortos destacamos a 
necropsia e a exumação. 
 
4. Morte 
 Definição: A morte poder-se-á definir como a cessação total e permanente das funções vitais. 
 
MORTE: RESOLUÇÃO CFM Nº 2.173/2017. 
Publicado no D.O.U. de 15 de dezembro de 2017, Seção I, p. 274-6. 
Define os critérios do diagnóstico de morte encefálica. 
 
 Pode ser classificada em: 
4.1. Morte Natural: 
 É aquela que sobrevêm de um processo esperado e previsível, como decorrente do envelhecimento, ou em 
função de agentes patogênicos. 
 
4.2. Morte Violenta: 
 É aquela que tem como causa determinante a ação abrupta e intensa, ou continuada e persistente de um 
agente mecânico, físico ou químico sobre o organismo, decorrente de um homicídio, suicídio ou acidente, sendo 
esta o objeto da Medicina Legal. 
 
4.3. Tipos de Morte Violenta: 
 Compreende as mortes por homicídio, suicídio, acidente, infanticídio e aborto ilegal. 
 Estudaremos, a seguir, os agentes que podem produzir mortes violentas: 
 
a) Agente Mecânico – Aquele que tem a capacidade de modificar o estado de repouso ou de movimento do 
corpo. Temos então a seguinte classificação: 
 Armas Naturais: Mão, pé, unha, cotovelo, cabeça, etc; 
 Armas propriamente ditas: armas de fogo, espada, sabre, punhal, etc; 
 
8 
 
 Armas eventuais (arma branca): faca, facão, foice, tesoura, lâmina de barbear, etc; 
 Peças de máquinas e maquinismos: moentes, polias, correias, cabos, etc; 
 Animais: cães, cobras, felinos, etc.; 
 Mistos: precipitações, explosões, desabamento, etc. 
 
b) Modo de ação dos Agentes Mecânicos: 
→ Ativo: objeto em movimento, corpo em repouso. 
→ Passivo: objeto em repouso, corpo em movimento. 
→ Misto: tanto o objeto como o corpo estão em movimento. 
 
c) Formas de ação: 
→ Flexão 
→ Extensão 
→ Torção 
→ Pressão-compressão 
 Os instrumentos mecânicos classificam-se em: cortantes, contundentes, perfurantes, perfuro-
cortantes, corto-contundentes e perfuro-contundentes. Produzem ferimentos, respectivamente, incisos, 
contusos, puntiformes, perfuro-incisos, corto contusos, perfuro-contusos. Para resumir faremos uma tabela para 
melhor fixação: 
Instrumento Tipo de Aplicação Mecanismos Tipo de Lesões Exemplos 
Perfurantes Ponto 
Pressão + 
Penetração 
Puntiforme 
(Punctória) 
Agulha, Alfinete, 
Prego, Espinho, 
Seta, etc. 
Contundentes Área + Massa 
Choque, Pressão, 
Etc. 
 
Contusa 
Pau, tábua, cano, 
granada, pedra, 
cassetete, tijolo, 
etc. 
Cortantes Linha Deslizamento 
Incisa (Cortante, 
segundo Genival 
Veloso de França) 
Lâmina de barbear, 
navalha, bisturi, etc. 
Perfuro- Cortantes Ponto + Linha 
Pressão + Secção 
(Deslizamento) 
Perfuro - Incisa 
Faca, canivete, 
punhal, lima, 
peixeira, etc. 
Perfuro- 
Contundentes 
Ponto + Massa 
Penetração + 
Pressão 
Perfuro-Contusa 
Projétil de arma de 
fogo, ponta de 
guarda-chuva, 
ponta de grade de 
ferro, etc. 
Corto-Contundentes Linha + Massa 
Deslizamento + 
Pressão 
Corto-Contusa 
Machado, facão, 
foice, enxada, 
dentes, etc. 
 Veremos agora as características das lesões produzidas pelos tipos de instrumentos acima citados: 
 
d) Instrumentos Perfurantes: Atuam por pressão através da ponta, afastando as fibras do tecido, e raramente, 
seccionando-as; possuem forma cilíndrico-cônica. Exemplos: 
 
 
 
9 
 
 Características das feridas puntiformes ou punctórias: 
 
→ Forma arredondada da ferida; 
→ Diâmetro da ferida menor que o diâmetro do instrumento; 
→ Pouco sangrantes; 
→ Termina em fundo cego (fundo de saco – lesão penetrante); 
→ Pode ser transfixante com orifício de saída semelhante ao de entrada. 
 
 Quando a lesão tiver a profundidade de penetração maior que o próprio comprimento do instrumento, devido à 
depressibilidade dos tecidos superficiais, como no ventre, essa lesão se chama “Ferida em Acordeão ou de 
Lacassagne”. 
 Importante observar que o aspecto dos ferimentos na pele é definido pelas Leis de Filhos e pela Lei de 
Langer: 
 Primeira Lei de Filhos (Lei da Semelhança): As soluções de continuidade são feridas que se assemelham 
às produzidas por instrumentos perfuro-cortantes de dois gumes e de lâmina achatada. 
 Segunda Lei de Filhos (Lei do Paralelismo): Os instrumentos cilíndricos ou cilindro cônicos determinam 
direção constante para cada região do corpo onde as linhas de força tenham um só sentido. 
 
 Lei de Langer (Leido Polimorfismo): Um instrumento cilíndrico, exercendo ação perfurante em um ponto 
da pele onde convergem linhas de força de sentidos diferentes, produz ferida triangular, ou em ponta de seta, 
ou mesmo em quadrilátero. 
 
 
e) Instrumentos Cortantes: Agem por deslizamento produzindo a secção uniforme dos tecidos. Exemplos: 
 
 
 
 Características das feridas incisas: 
 
→ Bordas regulares; 
→ Vertentes regulares; 
→ Bordas separadas; 
→ Sangramento abundante; 
→ Centro mais profundo que as extremidades; 
→ Presença de cauda de escoriação quando há angulação no corte; 
(praticamente imperceptível em ferimentos retos e com mesma pressão 
em toda a sua extensão) 
→ Ausência de vestígios traumáticos. 
 
10 
 
 Feridas especiais produzidas por instrumentos cortantes: 
 
1. Na parte anterior do pescoço: Esgorjamento; 
 
 
2. Na parte posterior do pescoço: secção quase total do pescoço denomina-se: Degolamento; 
 
(http://reginaldofranklin.com.br/degolamento) 
3. Quando há a separação total da cabeça do restante do corpo denomina-se: Decapitação; 
 
 
4. Esquartejamento: separar em quartos; 
 
 
11 
 
5. Espostejamento: Quando há a separação do corpo em múltiplas partes irregulares; 
6. Evisceração: Corte com exposição das vísceras; 
 
7. Lesões de defesa: Geralmente são encontradas em mãos e antebraços; 
 
8. Castração: Extirpação do órgão sexual masculino. 
 
 
f) Instrumentos Contundentes: São todos os objetos capazes de agirem traumaticamente sobre o organismo. 
As lesões podem ser produzidas por: pressão, explosão, deslizamento, percussão, compressão, descompressão, 
distensão, torção, fricção, contragolpe ou de forma mista. Exemplos: 
 
 
 O choque de superfícies pode se dar de forma 
– Ativa (quando o instrumento é projetado contra a vítima); ex.: uma paulada. 
– Passiva (quando a vítima vai ao encontro do objeto, p.ex.: uma queda) ou 
– Mista (ambos em movimentação), ex: um atropelamento em que pedestre e veículos estão em 
movimentação. 
 
 Devido à elasticidade da pele, esta se conserva íntegra e a lesão se produz em nível profundo. Os principais 
tipos de lesões contundentes são: 
 
 Escoriação: O atrito (deslizamento) provoca o arrancamento da epiderme e desnudamento da derme; 
→ é comum nas quedas (lesões nos joelhos, cotovelos, etc.); 
 
12 
 
→ Ocorre formação de crosta que pode ser serosa (predomínio de linfa) ou hemática (predomínio sanguíneo); 
→ A recuperação se dá em prazo curto; 
→ Interesse Jurídico: arrastamento, atropelamento, lesões de defesa (unhadas) etc. 
 
 
 Equimose: quando há rompimento de vasos e derrame sanguíneo infiltrando os tecidos. Contusão mais 
freqüente e mais importante na prática. Suas características são: 
 O tecido externo apresenta-se íntegro; 
 Ocorre derrame sanguíneo interno e, com isto, ocorre produção de mancha de variado tamanho, conforme 
a extensão da área que sofreu o choque; 
 O material extravasado vai ser reabsorvido e isto provoca uma variação cromática que vai do início ao 
pleno reparo da lesão. É o chamado espectro equimótico que serve para: 
 avaliar a data da lesão ou se ocorreram várias lesões em dias diferentes; 
 Precisar a sede da contusão; 
 Indicar o instrumento contundente; 
 Afirmar a natureza do atentado; 
 Traduzir fenômeno vital. 
 
 O Espectro equimótico em geral, é lívida ou avermelhado no 1.º dia; arroxeada entre o 2.º e o 3.º; 
azulado entre o 4.º e o 6.º; esverdeada entre o 7.º e o 10.º; amarelada entre o 12.º e o 15.º dias, e depois a 
tendência é desaperecer. 
 
 Tipos de equimoses: 
 Petéquias: pequeno ponto vermelho no corpo - na pele ou mucosas, causado por uma pequena 
hemorragia de vasos sanguíneos, tendem a desaparecer em 4 a 5 dias. 
 Sugilação: É um conjunto de petéquias numa área de maior pressão decorrente de uma sucção (chupão) 
ou ventosas. 
 Víbices: Duas equimoses paralelas (víbices) com centro livre como no caso de lesão produzida por 
instrumento cilíndrico (cassetete). 
 
 
13 
 
 Bossas e hematomas: quando o derrame sanguíneo não encontra condições de se difundir e forma 
coleções localizadas. A Bossa é o acúmulo de sangue sobre planos ósseos, conhecido como “Galo”. Já o 
Hematoma é uma coleção sanguínea produzida por extravasamento de sangue de um vaso bastante 
calibroso e a sua não difusão nas malhas dos tecidos moles. Tem absorção mais demorada do que as 
equimoses, forma relevo na pele e comprime os tecidos vizinhos. 
 
 Luxação: é a saída do osso da articulação. 
 Fraturas: São soluções de continuidade, parcial ou total, dos ossos submetidos à ação de instrumentos 
contundentes. 
 
g) Instrumentos Perfuro cortantes: São aqueles instrumentos que tem uma ponta e pelo menos uma lâmina 
ou gume. Age afastando as fibras facilitando a penetração, depois seccionando-as. Produzem ferimentos 
perfuro-incisos. Exs.: 
 Monocortante (um gume): faca, canivete, espada, etc; 
 Bicortante (dois gumes): punhal, faca vazada, etc; 
 Tricortante (três gumes): lima. 
 
 Características das feridas perfuro-incisas: 
 Forma de botoeira; 
 Bordas regulares; 
 Vertentes regulares; 
 Bastante sangrantes; 
 Profundidade maior que o comprimento; 
 Bordas separadas; 
 Ausência de vestígios traumáticos. 
 
h) Instrumentos Corto contundentes: São aqueles instrumentos que possuem uma lâmina ou borda cortante, 
mas também atuam agridem pela contusão. Exs.: Exemplos: foice, facão, machado, enxada, dentes, rodas de 
trem, guilhotina, etc. 
 Características da lesões: São lesões sempre profundas, com bordas e formas irregulares, com destruição de 
tecidos, inclusive com fraturas. 
 
 
 
14 
 
i) Instrumentos Perfuro Contundentes: Agem perfurando e contundindo. Exemplos: projétil de arma de fogo, 
ponta de guarda-chuva, ponta de vergalhão, etc. 
 Características das lesões perfuro-contusas: 
→ Causam perfuração e ruptura dos tecidos; 
→ bordas irregulares; 
→ predomínio da profundidade; 
→ caráter penetrante ou transfixante. 
 
 Resumo das características dos ferimentos produzidos por projéteis de arma de fogo: 
 Ferimento de entrada 
 Forma arredondada (regular); 
 Bordas invertidas; 
 Possui as orlas e zonas; 
 O diâmetro é proporcional ao projétil; 
 Há pouco sangramento. 
 
 Ferimento de saída 
 Forma irregular; 
 Bordas evertidas; 
 Não possuem orlas e zonas; 
 O diâmetro é desproporcional; 
 Há muito sangramento. 
 
 Ao atingir o corpo, o projétil provoca: 
– Rompimento na pele, formando um orifício em forma tubular no qual se enxuga seus detritos (orla de 
enxugo); 
– Arrancamento da epiderme (orla de contusão). 
 
 Ao se formar o túnel de entrada 
– Pequenos vasos se rompem formando equimoses em torno do ferimento (orla equimótica). 
 
 
 
OBS: Quando há um anteparo rígido sob o ferimento de saída pode ocorrer a formação de uma aréola equimótica 
chamada de Sinal de Romanese. 
5. Balística Forense: 
5.1. Definição: É a ciência que estuda as armas de fogo e os projéteis de armas de fogo. 
 
 
15 
 
5.2. Objetivo: Identificação da arma pelo projétil ou pelo estojo (cápsula). 
 
 
5.3. Estudo da arma: revólver, pistola, espingarda, etc. 
 
5.4. Estudo da munição: Estojo ou cápsula, Pólvora, Bucha, Espoleta, Projétil. 
 
5.5. Cartuchos das armas raiadas (componentes): 
1 - Projétil 2 – Estojo ou Cápsula. 3 – Propelente (Carga de projeção) 4 - Espoleta. 
 
 
5.6. Exame balístico: utilizado para examinar o funcionamento das armas e munições, bem como realizar a 
comparação balística entre a munição e a arma suspeita de ter sido utilizada em alguma ação criminosa. 
 
6. Classificação das armas de fogo: 
 
6.1. Quanto à alma do cano: 
Armas de cano liso: espingardas 
Armas raiadas: revólver, pistola 
 
6.2. Quanto à dimensão: 
Curtas 
Longas 
Portáteis ou individuais 
Não-portáteis ou coletivas 
 
6.3.Quanto ao carregamento: 
Antecarga: Espingarda. Retrocarga: Revólver, Pistola. 
 
6.4. Quanto ao calibre: 
Real – Medido na boca do cano (arma raiada ou em ponto médio do cano em arma de alma lisa. 
Nominal – Definido pelo fabricante. 
 
 
16 
 
Obs.: O calibre nominal é usado para designar um tipo particular de munição. Também é utilizado nas armas nas 
quais este tipo de munição é empregado. O calibre nominal, de forma diferente do calibre real, não se refere 
apenas ao diâmetro do projétil, Apresenta, também, uma série de outras informações, como comprimento do 
estojo; a forma de travamento desse estojo na câmara, indicando assim se este estojo é com aro ou sem aro ou se 
é do tipo garrafinha, cinturado ou apresenta ainda outras formas construtivas; o sistema de percussão, se de fogo 
central ou de fogo circular. Portanto, cartucho de mesmo calibre não significa que pode ser utilizado em outra 
arma de igual calibre. 
 
6.5. Anatomia da arma de fogo: 
 
 
7. Classificação dos tiros: 
7.1. Quanto ao trajeto: 
7.1.1. Penetrante. 
7.1.2. Transfixante. 
 
 Características dos ferimentos de entrada e saída: 
 
Ferimento de Entrada 
Arredondadas ou ovaladas 
Bordas regulares e invertidas 
Menor que a ferida de saída 
 
 
 
17 
 
Ferimento de Saída 
Forma Irregular 
Bordas irregulares e evertidas 
Maior que a ferida de entrada 
Ausência de orla ou zona 
 
 
7.1.3 Raspão – Ferimento tangencial: 
 
 
7.2. Quanto à distância: 
a) Tiro à distância. 
b) Curta distância ou queima roupa. 
c) Encostado / Arma apoiada. 
 
7.2.1. Tiro à distância: 
 
 Ausência de sinais secundários do tiro 
Orla de escoriação (Anel de Fish) 
Orla de enxugo 
Orla equimótica 
 
7.2.2. Tiro à curta distância ou queima roupa: 
Características: 
 Presença de sinais secundários do tiro 
Orla de escoriação 
Orla de enxugo 
Orla equimótica 
Zona de tatuagem 
Zona de esfumaçamento 
 
 
18 
 
Orla de escoriação 
 Orla de enxugo 
 Orla equimótica 
 Zona de tatuagem 
 Zona de esfumaçamento 
 Zona de Chamuscamento 
 
 
 
7.2.3. Tiro encostado / tiro apoiado: Características: 
 Ferida de entrada maior que a de saída; 
 Bordas irregulares, de forma estrelada e evertidas (para fora); 
 Boca de Mina de Hoffman: resultante de expansão interna dos gases da combustão no interior do local 
atingido, onde há um anteparo rígido. 
 Sinal de Werkgaertner (marca do cano e/ou da alça de mira da arma); 
 Sinal de Benassi (resíduos da pólvora que ficam impregnados na tábua óssea). 
 
 
8. Agentes Físicos: 
 
8.1 Conceito: capazes de modificar o estado físico dos corpos e de provocar lesões corporais e morte, como a 
temperatura, a eletricidade, a pressão atmosférica, assim como a luz e o som. 
 
8.2 Tipos de agentes físicos: Calor, Pressão, Eletricidade, Som, Luz, Radiação. 
 
8.3 Calor: corresponde à energia em trânsito que se transfere de um corpo para outro em razão da diferença de 
temperatura. 
 
 
 
19 
 
8.3.1. Temperatura: 
 
 
 Os animais e o corpo humano exposto por períodos prolongados a temperaturas muito baixas são passíveis 
de congelação, designando-se geladuras as lesões corporais resultantes da mesma. Segundo Callisen as 
geladuras comportam-se em três graus: eritema, flictenas e necrose ou gangrena. 
1.º grau: Eritema; 2º grau: Flictenas; 3º Grau: necrose ou gangrena. 
 
Frio 
No vivo: 
Sonolência; 
Perturbação dos movimentos; 
Anestesia; 
Congestão; 
Sinais de anemia visceral; 
Convulsões. 
Na necropsia: 
Hipóstase vermelha-claro 
Rigidez cadavérica precoce 
Sangue de tonalidade menos 
escura 
 
 O Calor pode produzir os seguintes sintomas: 
 
 
20 
 
 Queimaduras de 1º Grau: lesão na camada mais externa da pele causando eritemas, edema e dor local; 
 Queimadura de 2º Grau: lesão na camada mais externa da pele e em camadas subjacentes causando bolhas 
(flictenas) além dos sinais das queimaduras de 1º grau; 
 Queimadura de 3º Grau: lesão estende-se para camadas mais profundas da pele causando extensos danos. 
 
8.4. Pressão atmosférica: 
 As alterações provocadas no corpo humano pela permanência em ambientes de pressão atmosférica muito 
alta, muito baixa ou decorrente de variações bruscas da pressão, são denominadas de Baropatias. 
 Mal das Montanhas ou dos Aviadores: baixa concentração de oxigênio se traduz por náuseas, dispneia, 
escotomas (ponto cego no olho), vertigens, desmaios, epistaxe (sangramento pelo nariz), otorragia (soroche 
andino), podendo a morte sobrevir por hemorragia cerebral. 
 Doença dos Caixões ou Mal dos Escafandristas: A doença por descompressão, também conhecida como 
mal dos mergulhadores, mal de descompressão ou doença do caixão, trata-se de um grupo de sintomas 
manifestados por pessoas que são expostas a uma significativa redução de pressão do ar que a circunda. 
Consiste em um tipo de disbarismo. Quando um indivíduo se desloca de um ambiente de alta pressão para um de 
baixa pressão, os gases que se encontram dissolvidos na corrente sanguínea podem dar origem a bolhas, que 
levam à obstrução dos vasos sanguíneos, ocasionando dor e outros sintomas. Isso ocorre ao subir de uma 
imersão. 
 
8.5. Eletricidade: 
 Artificial: Eletropressão (Marca elétrica de Jellinek – marca da queimadura do fio elétrico). Aspecto 
duro e seco. 
 
 
Eletrocussão: Execução judicial por eletricidade (Cadeira elétrica). 
Natural: Fulminação (fatal). 
Fulguração (não letal): Marca do raio (Marca de Lichtenberg). 
 
 
 
21 
 
Natureza Resultado Descarga letal Ferimento 
Industrial 
Eletroplessão (Pode 
ser letal ou não) 
Eletrocussão Marca de Jellineck 
Natural 
Fulguração 
(Não letal) 
Fulminação Marca de Lichtenberg 
 
8.6 Radioatividade: 
 As lesões locais são conhecidas como Radiodermites. Essas podem ser agudas ou crônicas: As agudas 
podem ser divididas em 1º, 2º e 3º grau. 
 São de duas formas: depilatória e eritematosa. 
 A de 1º Grau dura cerca de 60 dias e apresenta uma mancha escura que desaparece lentamente. 
 A de 2º grau (forma pápulo-eritematosa), tem ulceração muito dolorosa e recoberta por crosta 
seropurulenta. Difícil cicatrização. 
 A de 3º grau tem o aspecto ulceroso, contendo várias zonas de necrose. São conhecidas por úlceras de 
Röentgen. 
 
 Lesões por Energia Nuclear: 
 Lesões traumáticas: Onda de choque da explosão, queimaduras e efeitos tardios da exposição à radiação. 
 Raios Alfa: Causam queimaduras; 
 Raios Beta e Gama: Penetram no organismo e podem provocar alterações celulares, o que pode causar 
câncer. 
Exemplos reais: 
 Césio 137, no Brasil; 
 Bomba atômica Hiroshima e Nagasaki. Efeitos físicos e biológicos; 
 Chernobyl, área abandonada; 
 
8.7 Luz 
 A incidência de feixes luminosos de alta intensidade sobre os olhos, pode provocar perturbações 
neurossensoriais nos globos oculares e perda irreparável da visão. 
 Lesões agudas: Luz de alta potência (laser) - Pode levar à cegueira imediata. 
 Lesões crônicas: Exposição solar não protegida - Danos à córnea, cristalino e retina - Perda gradual da visão. 
 
8.8 Som 
 Onda sonora ou som é uma perturbação ou distúrbio mecânico transmitido através de um meio elástico em 
que a oscilação é a pressão. Ondas sonoras com frequência abaixo de 20Hz) são chamadas infrassom e acima de 
20.000Hz, ultrassom. 
→ Lesões agudas - Sons extremamente altos (ex.: explosões); lesão imediata do sistema auditivo. 
→ Lesões crônicas - Exposição demorada a ruídos altos (>85dB, 40h/semana); danos à cóclea (células ciliares); 
zumbidos; perda bilateral, lenta e progressiva da audição; zumbidos crônicos. 
 
9. Asfixiologia: Disciplina médico-legal que estuda todos os tipos de asfixia. 
 
9.1. Conceito: É o impedimento da hematose (troca gasosa ao nível da membrana alveolar) devido às alterações 
da mecânica respiratória ou do meio ambiente. 
9.2.. Classificação Médico Legal: As asfixias são classificadas, segundo Afrânio Peixoto, em:9.3. Puras: mecanismo respiratório (hipóxia - redução do oxigênio e hipercapnia- aumento do gás carbônico): 
Confinamento, Sufocação Direta, Sufocação Indireta, Soterramento, Afogamento. 
 
 
22 
 
9.4. Complexas: mecanismo respiratório, vascular e nervoso: Enforcamento e Estrangulamento. 
 
9.5. Mistas: Esganadura. 
 
9.6 Asfixias Puras: 
 
9.6.1 – Por Modificação Física do Meio 
 Meio Gasoso (Ar) por Meio Líquido: Afogamento. 
 Meio Gasoso (Ar) por Meio Sólido: Soterramento. 
 Gases Irrespiráveis: Confinamento, Monóxido de 
Carbono e outros Vícios de ambientes (gases tóxicos). 
 
 Gases irrespiráveis: 
 Confinamento: permanência em ambiente com pouca renovação do ar, consumindo, assim, o oxigênio e 
aumentando o teor de gás carbônico. 
 Monóxido de Carbono: O CO (monóxido de carbono) se fixa à hemoglobina impedindo o transporte de 
oxigênio aos diversos tecido do corpo. A rigidez cadavérica e a putrefação é tardia, face rósea, manchas de 
hipóstases claras, sangue fluido e róseo (acarminado). 
 Vícios de ambiente: asfixia por permanência em ambientes saturados de gases como de esgotos, 
fossas, além dos seguintes: 
 Gases de combate: Bromureto de Benzila, Iodureto de Benzila, Gás mostarda. 
 Gases sufocantes: Cloro, Oxicloreto de carbono. 
 Gases industriais: Gás Butano, Gás das Minas de Metano, Carvão. 
 Gases anestésicos: Éter, Clorofórmio, Halotano. 
 
9.6.2 – Por Constrição no Pescoço: 
 Enforcamento: Laço acionado pelo peso da vítima (contrição passiva do pescoço). 
 Estrangulamento: Laço acionado por força externa (constrição ativa do pescoço). 
 Esganadura: Constrição do pescoço pelas mãos do agressor. 
 
9.6.3 - Por Sufocação Direta: 
 Obstrução das vias aéreas superiores. Ex.: Mãos tapando boca e nariz. 
 Corpo estranho nas vias aéreas inferiores impedindo passagem do ar para os pulmões. Ex. alimento preso na 
traqueia ou na laringe. 
 
9.6.4 - Sufocação indireta: 
 Impedimento do funcionamento da caixa torácica ou sufocação posicional. Exs.: Viga sobre o tórax devido 
desmoronamento impedindo a movimentação torácica e a crucificação são exemplos desse dois tipos de sufocação 
indireta. A máscara equimótica de Morestin ou cianose cervicofacial de Le Dentut é uma característica 
desse tipo de morte. 
 
9.7 Sinais de asfixia: 
9.7.1 Sinais externos: 
 Congestão da face (face avermelhada); 
 Equimose da pele e das mucosas: frequente nas conjuntivas palpebral e ocular; 
 Manchas de hipóstase: escuras (róseas nas asfixias por monóxido de carbono) 
 Cianose intensa nos lábios e unhas (formação arroxeada); 
 Exoftalmia (projeção dos olhos); 
 Protrusão da língua (projeção da língua); 
 Cogumelo de espuma; 
 Relaxamento dos esfíncteres: Eliminação de fezes, urina e esperma. 
 
23 
 
9.7.2. Sinais internos: 
 Equimoses nas pleuras; (Manchas de Paltauf – típica dos afogados); 
 Equimoses viscerais do pulmão (Manchas de Tardieu); 
 Sangue fluido e vermelho escuro; (vermelho claro nos afogados e acarminado na sufocação por monóxido de 
carbono); 
 Edema cerebral e pulmonar; 
 Congestão polivisceral (todos os órgãos ficam cheios de sangue - Sinal de Etiénne-Martin). 
 
9.7.3 Enforcamento: 
 É a constrição do pescoço feita por um laço, tendo como força ativa o peso do próprio corpo. 
 
9.7.4 Causa jurídica: 
 Suicídio: mais comum; Homicídio: por indução, incitamento ou de maneira forçosa; Acidente: raro; Execução 
Judicial: em alguns países. 
 
9.7.5 Estudo do laço: 
 
 
Tipos de laços 
 
Moles: cortinas, gravatas, lençóis. 
Semirrígido: não de aço e ferro, e sim couro, por exemplo, como os 
cintos, alças de bolsas. 
Rígidos: correntes, fios elétricos, arames, cordas, punhos de redes, 
ou seja, feitos de aço e ferro. 
 
9.7.6 Ponto de fixação: Árvores, Armadores, Caibros, etc. 
 
9.7.7. Classificação de enforcamento: 
 Suspensão Incompleta ou Atípica: quando parte do corpo da vítima se apoia no solo ou outra superfície. 
 
 
 
24 
 
 Suspensão Completa ou Típica: o corpo está suspenso totalmente. 
 
9.7.8 Sinais de Enforcamento: 
 Externos: Sulco incompleto (interrompido pelo nó), oblíquo, ascendente, único em sua maioria, acima da 
cartilagem tireoide. (Figuras abaixo) 
 
 
 
9.8 Estrangulamento: 
 
1. Definição: 
 É a constrição ativa do pescoço feita por laços, por algum objeto ou por meio do antebraço (mata-leão), 
joelhos ou outra parte do corpo, tendo como forças atuantes uma força externa. 
 
2. Causa jurídica: 
 Homicídio (mais comum); 
 Acidente (Ex.: asfixia erótica). 
 Execução judicial; 
 Suicídio: raro. 
 
25 
 
9.8.1 Sinais de Estrangulamento: 
 
 
 
CARACTERÍSTICAS DIFERENCIAIS DOS SULCOS, SEGUNDO BONNET 
Enforcamento Estrangulamento 
Oblíquo ascendente Horizontal 
Variável segundo a zona do pescoço Uniforme em toda a periferia do pescoço 
Interrompido ao nível do nó Contínuo 
Em geral, único Frequentemente múltiplo 
Por cima da cartilagem tireóidea Por baixo da cartilagem tireóidea 
Quase sempre apergaminhado Excepcionalmente apergaminhado 
De profundidade desigual De profundidade uniforme 
 
10 Esganadura: 
10.1 Definição: É a contrição do pescoço feita pela mão humana. 
 
10.2 Causa jurídica: 
Homicídio (mais comum); 
Acidente (Ex.: asfixia erótica). 
 
10.3 Sinais: 
Externos: Sinais de asfixia e estigmas ungueais (marcas de unhas) no pescoço; 
Internos: Sinais gerais de asfixia, lesões nas cartilagens Tireoide e Cricoide. 
 
11 Soterramento: 
11.1 Definição: É um tipo de asfixia que se caracteriza pela penetração de areia, materiais semissólidos ou 
pulverulentos nas vias respiratórias. 
 
11.2 Causa jurídica: 
Homicídio; 
 Acidente (mais comum) 
 
26 
 
11.3 Sinais: 
 Apresenta os sinais externos e internos de sfixia e lesões traumáticas no corpo. Máscara equimótica de 
Morestin é um achado externo típico desse tipo de asfixia. 
 
12 Afogamento: 
12.1 Definição: 
 É um tipo de asfixia que se caracteriza pela penetração de águas nas vias nasais. 
 
12.2 Locais: 
→ Mares→ Açudes→ Lagoas→ Piscinas→ Fossas 
→ Latrinas→ Pântanos→ Lamaçais, etc. 
 
12.3 Classificação: 
Afogado Azul ou afogado úmido: morreu do afogamento. 
Afogado Branco ou afogado seco de Parrot: morreu de outras causas, como 
inibição, ataque cardíaco, etc, e, por algum motivo, foi jogado (ou caiu) na água. 
 
12.4 Sinais: 
Externo: Cogumelo de espuma, pele anserina, maceração da epiderme, livores e manchas de hipóstase claros, 
retração dos mamilos, saco escrotal e pênis, mancha verde da putrefação na região torácica, dentes róseos (pink 
teeth), destruição das partes moles (crustáceos). 
Interno: Sinais gerais de asfixia, sangue fluido, manchas de Paltauf, hemorragia temporal (Sinal de Niles), 
extravasamento sanguíneo no ouvido médio e nos seios mastoideos, hemorragia etmoidal (Sinal de Vargas-
Alvarado), constituído de um extravasamento sanguíneo no osso etmoide. 
 
13. Tanatologia Forense 
13.1 Definição: 
 É o ramo da medicina legal que se ocupa do estudo da morte e dos fenômenos com ela relacionados. 
 
13.2. Tipos de Morte: 
13.3 Natural: 
 É a que resulta da alteração orgânica ou perturbação funcional provocada por agentes naturais, inclusive os 
patogênicos sem a interveniência de fatores mecânicos em sua produção. 
 
13.4 Súbita: 
 É a Morte imprevista, que sobrevém instantaneamente e sem causa manifesta, atingindo pessoas em 
aparente estado de boa saúde. 
 
13.5 Violenta: 
 É aquela que tem como causa determinante a ação abrupta e intensa, ou continuada e persistente de um 
agente mecânico, físico ou químico sobre o organismo. Ex.: Homicídio, suicídio ou acidente. 
 
13.6 Fetal: 
 Morte de um produto da concepção antes da expulsão ou da extração completa do corpo da mãe 
independente da duração da gravidez. 
 
13.7 Materna: 
 Morte de uma mulher durante uma gestação ou dentro de um período de 42 dias após o término da 
gestação, independente da duração oulocalização da gravidez. 
 
 
27 
 
 
13.8 Catastrófica: 
 É toda morte violenta de origem natural ou de ação dolosa do homem em que por um mesmo motivo, 
ocorre um grande número de vítimas fatais. 
 
13.9 Presumida: 
 É a morte que se verifica pela ausência ou desaparecimento de uma pessoa, depois de transcorrido um 
prazo determinado pela Lei (se for extremamente provável a morte de quem estava em perigo de vida; II – se 
alguém, desaparecido em campanha ou feito prisioneiro, não for encontrado até dois anos após o término da 
guerra). C.C. Art. 10, 481 e 483. - C.P.P. Art. 1.161 e 1.163 -Lei nº 6.015/73. 
 
14. Tanatologia: 
14.1 Tanatosemiologia (morte+sinal+estudo): 
 Parte da Tanatologia que estuda os sinais (fenômenos) cadavéricos. 
 
14.2 Tanatodiagnóstico (morte+diagnose): 
 Estuda o conjunto de sinais biológicos e propedêuticos que permitem afirmar o estado de morte real. 
 
14.3 Cronotanatognose (tempo+morte+conhecimento): 
 Estuda os meios de determinação do tempo decorrido entre a morte e o exame cadavérico. 
 
14.4 Tanatoscopia (morte + ver = observar): 
 É o exame do cadáver para verificação da realidade e da causa da morte. 
 
14.5 Tanatoconservação (morte+conservação): 
 É o conjunto de técnicas empregadas para conservação do cadáver com suas características gerais. 
 
14.6 Tanatolegislação (morte+legislação): 
 É o conjunto de dispositivos legais concernentes à morte e ao cadáver 
 
14.7. Aspectos Médicos Legais da Morte: 
 A palavra morte vem do grego Tanatus e do latim Mors = extinção da vida = cessação definitiva de todas as 
funções de um organismo vivo. 
 
14.8. Noções Preliminares 
14.8.1 Importância Médica: 
 - É um fenômeno comum na vida do médico. 
 - Envolve aspectos éticos em relação a doações de órgãos e transplantes, pesquisa médica, eutanásia etc. 
 - Maioria das vezes é de fácil diagnóstico, mas exige critérios técnicos rigorosos. 
 Os critérios para o diagnóstico devem ser avaliados juntamente com as excludentes de erro como: 
Intoxicação metabólica ou por drogas, hipotermia, crianças e choque. 
 
MORTE: RESOLUÇÃO CFM Nº 2.173/2017 
Publicado no D.O.U. de 15 de dezembro de 2017, Seção I, p. 274-6. 
Define os critérios do diagnóstico de morte encefálica. 
 
14.8.2 Importância Jurídica: 
 - É um fenômeno intimamente ligado ao direito. 
 - Cessa a personalidade civil adquirida com o nascimento e advém as consequências jurídicas. 
 - Põe a termo a capacidade jurídica. 
 
28 
 
 - Termina a aptidão de ser titular de direitos. 
 - Seus bens se transmitem desde logo para seus herdeiros. 
 - Com a morte do réu extingue-se a punibilidade. 
 - Extingue-se o pátrio poder, etc. 
 
14.8.3 COMORIÊNCIA: 
 É a morte de duas ou mais pessoas em um mesmo evento e ao mesmo tempo. 
 
14.8.4 PREMORIÊNCIA: 
 Quando se pode provar que uma delas faleceu momento antes. 
 
15. TANATOSSEMIOLOGIA: 
CLASSIFICAÇÃO DOS FENÔMENOS CADAVÉRICOS 
DENOMINAÇÃO FENÔMENOS 
ABIÓTICOS IMEDIATOS 
Inconsciência 
Insensibilidade 
Imobilidade 
Parada da Respiração 
Parada da Circulação 
ABIÓTICOS CONSECUTIVOS 
Desidratação 
Algidez 
Rigidez 
Livores e Manchas de Hipóstase 
TARDIOS DESTRUTIVOS 
Autólise 
Maceração 
Putrefação: Coloração, Gasoso, Coliquativo, Esqueletização. 
TARDIOS CONSERVADORES Mumificação, Saponificação, Corificação. 
 
16. TANATOCRONOLOGIA OU CRONOTANATOGNOSE: 
16.1. Livores de Hipóstase: 
 Surgem em geral 2 a 3 h. após a morte, fixando-se definitivamente em torno de 8 a 10 h "post mortem". 
 
16.2. Rigidez Cadavérica: 
 Surge na mandíbula depois da 2ª hora; em seguida nuca (2-4 h.); nos membros (4-6 h.) e nos músculos do 
tórax (6-8 h.). Tem início no sentido crânio-caudal e desaparece no mesmo sentido (Lei de Nysten-Sommer), 
após as 24h. 
 
16.3. Mancha Verde Abdominal: 
 Em média surge entre 18 a 36 horas. Tem início na fossa ilíaca direita (região do ceco). Nos afogados 
surge na região torácica e nos fetos, tórax, face e pescoço. 
 
16.4. Fauna Cadavérica: 
 Entomologia Forense estuda a fauna cadavérica. Muito utilizado para a Cronotanatognose. 
 
 
29 
 
 
 
OBS.: Sobre a Rigidez cadavérica: 
 O ATP atua tanto na ligação da miosina à actina quanto em sua separação, que ocorre durante o relaxamento 
muscular. Quando falta ATP, a miosina mantém-se unida à actina, causando enrijecimento muscular. É o que 
acontece após a morte, produzindo-se o estado de rigidez cadavérica (rigor mortis). 
 A energia para a contração muscular vem das moléculas de ATP (adenosina trifosfato) produzidas durante a 
respiração celular. Estas moléculas atuam na ligação de miosina à actina, ocasionando a contração muscular. 
 
a) Regra de Bonnet – A rigidez se inicia logo após a morte, atingindo o seu total desenvolvimento até a 15ª 
hora, e depois desaparece lentamente. Acaba quando os fenômenos destrutivos, de putrefação, se instalam. 
b) Regra de Fávero – O processo se inicia logo na primeira hora e se generaliza após 2 a 3 horas, atingindo o 
seu máximo depois de 5 a 8 horas. 
c) Regra de Niderkorn – Considera-se precoce a rigidez que ocorre até a 3ª hora; é normal entre a 3ª e 6ª 
horas; diz-se tardia quando sobrevém entre a 6ª e 9ª horas; por fim, chama-se de muito tardia quando ocorre 
depois da 9ª hora. 
 
16.5 Gases de Putrefação: 
1º DIA: Gases não inflamáveis: CO2, 
2º ao 4º DIA: Gases inflamáveis: HC e H e 
A partir do 5º DIA: Gases não inflamáveis: N e NH4. 
 
16.6 Cristais de Sangue Putrefeito (WESTENHOFFER-ROCHA- VALVERDE): 
Surgem depois do 3º dia e permanecem até o 35º dia depois da morte. 
 
17. Tanatoscopia: 
17.1. Conceito: 
 "É um conjunto de operações que tem como meta fundamental evidenciar a causa mortis quer do ponto de 
vista médico quer jurídica". 
17.2 Sinonímias: 
 Tanatoscopia, Autópsia, Necropsia, Necroscopia, Necrotomoscopia. 
 
30 
 
17.3. Finalidades: 
 Diagnóstico da realidade e da causa da morte, auxiliar na determinação da natureza jurídica da morte; 
diagnóstico do tempo decorrido da morte; informações sobre circunstancias da morte; Identificar o morto. 
 
17.4 Legislação: 
 CPP Art. 162. A autopsia será feita pelo menos seis (06) horas depois do óbito, salvo se os peritos, pelas 
evidências dos sinais de morte, julgarem que possa ser feita antes daquele prazo, o que declararão no auto. 
 
18. Exames Necroscópicos: 
18.1. Inspeção externa: 
 Descrição das vestes; Sinais de Morte; Descrição dos objetos; Tempo de Morte; Elementos de identificação; 
Inspeção das Lesões; Compleição física; Inspeção das cavidades. 
 
18.2 Inspeção interna: 
 Cavidade Craniana - Órgão do Pescoço - Cavidade Torácica e Abdominal - Cavidades Acessórias - Cavidade 
Vertebral. 
 
19. Lesões “intra vitam” e “post mortem”: 
INTRA VITAM POST MORTEM 
Escoriação (crosta) Lesões brancas 
Retração dos tecidos Não ocorre 
Coagulação do Sangue Não coagula 
Hemorragia Ausência 
Equimose Mesma tonalidade dos livores 
Reação inflamatória Não ocorre 
Embolias Não ocorre 
Consolidação óssea Não ocorre 
Queimaduras (eritema) Não apresentam reação vital 
 
 Período da Incerteza de Tourdes: 6 horas e 6 horas depois não se pode afirmar se as lesões foram antes ou 
depois da morte 
 
19.1. Tanatoconservação: 
 Congelamento = Câmara frigorífica com uma temperatura entre +5° C. a -20° C. 
 Embalsamamento. 
 Formolização: Aldeído Fórmico (Formol) 4 a 5 l (I.A.); Método Espanhol: Serragem, carvão vegetal, KPO4, 
Naftalina e Cânfora. 
 Mumificação: Egito, Índia etc. 
 
19.2 Tanatolegislação: 
Código Civil: 
Art. 10 - A existência da pessoa natural termina com a morte. 
Art. 11 - Comoriência. 
Art. 315 - A sociedade conjugal termina. 
Art. 395 - Extingue-se o pátrio poder. 
 
Código Penal: 
 Art. 108 - Extingue-se a punibilidade. I - Pela morte do agente. 
 Art. 121 - Matar alguém. 
 Art. 211 - Destruir ou subtrair ou ocultar cadáver. 
 Art. 212 - Vilipendiar cadáver. 
 
31Código de Processo Penal 
 Art. 162 - A autópsia será feita pelo menos seis horas depois do óbito. 
20. Exumação: 
20.1 Etimologia/conceito: 
 Etimologicamente exumação vem do latim exumare (ex, equivalente a ec, movimento para fora, e húmus, 
terra e ar), portanto, exumar significa o desenterramento do cadáver com a finalidade de atender aos recursos da 
Justiça na averiguação da exata causa de morte. 
 
20.2 Legislação: 
Código de Processo Penal: 
 Art. 163. Em caso de exumação para exame cadavérico, a autoridade policial providenciará para que em dia 
previamente marcados, se realize a diligência, da qual se lavrará auto circunstanciado. Parágrafo Único: O 
administrador do cemitério público ou particular indicará o lugar o lugar da sepultura, sob pena de desobediência. 
No caso de recusa ou de falta de quem indique a sepultura, ou de se encontrar o cadáver em lugar não destinado 
a exumações, a autoridade procederá às pesquisas necessárias, o que tudo constará o auto. 
 Art. 164. Os cadáveres serão, sempre que possível, fotografados na posição em que forem encontrados. 
 Art. 165. Para representa as lesões encontradas no cadáver, os peritos, quando possível, juntarão ao laudo 
do exame provas fotográficas, esquemas ou desenhos, devidamente rubricados. 
 Art. 166. Havendo dúvida sobre a identidade do cadáver exumado, proceder-se-á ao reconhecimento pelo 
Instituto de Identificação e Estatística ou repartição congênere ou pela inquisição de testemunhas, lavrando-se 
auto de reconhecimento e de identidade, no qual se descreverá o cadáver, com todos os sinais e indicações. 
 Parágrafo Único: Em qualquer caso, serão arrecadados e autenticados todos os objetos encontrados que 
possam ser úteis para a identificação do cadáver. 
 Art. 160. Os peritos elaborarão o laudo pericial, onde descreverão minuciosamente o que examinarem, e 
responderão aos quesitos formulados. 
 
Código Penal: 
 Art. 210. Violar ou profanar sepultura ou urna funerária: Pena – reclusão, de um a três anos e multa. 
 Art. 211. Destruir, ou subtrair ou ocultar cadáver ou parte dele: Pena - reclusão, de um a três anos e multa. 
 Art. 212. Vilipendiar cadáver ou suas cinzas: Pena - reclusão, de um a três anos e multa. 
 
20.3 Tipos de exumação 
Conforme a finalidade a que se propõe, a exumação divide-se em dois tipos, que são: 
 
20.4 Administrativas: 
→ mudança de sepultura dentro de um mesmo cemitério 
→ remoção do esqueleto para o ossuário; 
→ retirada do cadáver ou restos esqueletais para cremação; 
→ translado dos restos humanos para outro cemitério ou para o estrangeiro; 
→ troca de urna funerária; 
→ recuperação de joias ou documentos. 
 
20.5 Judiciárias: 
→ inumações clandestinas em locais não autorizados; 
→ inumações em locais autorizados, sem certidão de óbito; 
→ inumações cuja certidão de óbito não contemple de forma plena os dados exigidos na mesma; 
→ dúvidas quanto a identidade do morto; 
→ inumação em casos de morte violenta, sem necropsia prévia; 
→ necropsia incompleta ou parcial; 
→ erros, omissões ou contradições no exame necroscópico; 
→ falsa necropsia ou simulação de necropsia, com descrição apenas das lesões externas; 
→ omissões nos procedimentos técnicos detectados no laudo pericial; 
→ diagnósticos incompletos, insuficientes ou errados, no laudo pericial; 
→ declaração de óbito com diagnóstico impreciso, ocorrendo dúvidas quanto ao mecanismo da causa da morte; 
 
32 
 
→ diagnóstico baseado em alteração macroscópica sem lastro anatomopatológico; 
→ reconhecimento especial de determinada lesão; 
→ recolhimento de determinado material tegumentar ou visceral. 
→ Em síntese, procede-se a exumação com fins cíveis ou médicos- legais. 
→ Cumpridas as formalidades legais, a critério da autoridade sanitária, os despojos, que deverão se constituir 
apenas do esqueleto, podem ser removidos para fins de translado, cremação, ou outra qualquer finalidade 
administrativa. 
 
21. Tipos de mortes violentas: Homicídio, Suicídio, Acidente. 
 Homicídio é a morte voluntária ou involuntária de alguém realizada por outrem. 
• Reveste- se de elevada importância o exame pericial do Perito Criminal e do Médico Legista cujos resultados 
dos laudos periciais possam auxiliar a justiça a qualificar a conduta do criminoso. Como, por exemplo, se a 
vítima teve condições de defesa, se foi cometido com meio cruel, se o criminoso estava em estado de 
embriaguez, se o criminoso era insano mentalmente, se a vítima era idoso ou criança, se o criminoso ocultou o 
cadáver ou alterou a cena do crime, etc. 
 
 Suicídio é a morte, por vontade e sem constrangimento, de si próprio, sendo chamado de suicida o autor da 
própria morte. 
 Os meios mais comumente utilizados são o enforcamento, precipitação, arma de fogo e o envenenamento. 
 A conceituação dessa modalidade jurídica de morte exige dois elementos: um, subjetivo, o desejo de 
morrer; outro, objetivo, o resultado morte. 
 Excluem-se os que morrem em cumprimento do dever, como os militares e os bombeiros em ação, os que 
testam novos medicamentos, os que tentam salvar pessoas em perigo, os que, em função da sua profissão, 
entram em contato com pessoas com doenças contagiosas, entre outros. 
 
 Acidente é a causa jurídica da morte representada por acidentes resultantes de fenômenos atmosféricos e 
geofísicos, como chuvas abundantes, avalanches, desabamentos, terremotos, raios, etc, e devido à ação humana, 
em sua maioria por imprudência, imperícia e negligência, como os que ocorrem no trânsito, ou desrespeito às leis 
ambientais, como os que constroem em zonas de proteção ambiental (beira mar) ou no sopé de morros. 
 
22. Sexologia forense 
 Art. 213. Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a ter conjunção carnal ou a praticar ou 
permitir que com ele se pratique outro ato libidinoso: Pena - Reclusão, de 6 (seis) a 10 (dez) anos. 
 Violência: Concurso de força física e de emprego de meios capazes de privar ou perturbar o entendimento 
da vítima impossibilitando-a de reagir ou de se defender. A lei exige que o agressor tenha agido de forma violenta, 
anulando ou enfraquecendo a oposição (resistência física) da vítima. 
 Grave ameaça: Forma de violência moral, Vítima impossibilitada pelo medo, angústia ou pavor de esboçar 
uma resistência. 
 
23. Conjunção carnal: 
23.1 Conceito: cópula vaginal. 
 
23.2 Evidências (Marcas de violência sexual): 
 Rotura himenal recente/antiga; 
 Presença de hímen complacente e gravidez; 
 Contaminação venérea profunda; 
 Sinais de violência ou de luta; 
 Lesões perineais; 
 Presença de esperma na cavidade vaginal ou anal. 
 
23.3. Exames 
 Presença de espermatozoides. 
 Dosagem de Fosfatase Ácida (aumentada) – Indício. 
 Glicoproteína P30 (PSA) – Certeza. 
 
 
 
33 
 
24. Estupro qualificado: 
 Art. 213. (...) 
 § 1º Se da conduta resulta lesão corporal de natureza grave ou se a vítima é menor de 18 (dezoito) ou 
maior de 14 (catorze) anos: Pena - reclusão, de 8 (oito) a 12 (doze) anos 
 § 2º Se da conduta resulta morte: 
 Pena - reclusão, de 12 (doze) a 30 (trinta) anos 
 
25. Importunação sexual 
 Art. 215-A. Praticar contra alguém e sem a sua anuência ato libidinoso com o objetivo de satisfazer a própria 
lascívia ou a de terceiro: 
 Pena - reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, se o ato não constitui crime mais grave.” 
 “Art. 217-A. .......................................................................................................................................... 
 § 5º As penas previstas no caput e nos §§ 1º, 3º e 4º deste artigo aplicam-se independentemente do 
consentimento da vítima ou do fato de ela ter mantido relações sexuais anteriormente ao crime.” (NR) 
 
26. Divulgação de cena de estupro ou de cena de estupro de vulnerável, de cena de sexo ou de 
pornografia. 
 Art. 218-C. Oferecer, trocar, disponibilizar, transmitir, vender ou expor à venda, distribuir, publicar oudivulgar, por qualquer meio - inclusive por meio de comunicação de massa ou sistema de informática ou telemática 
-, fotografia, vídeo ou outro registro audiovisual que contenha cena de estupro ou de estupro de vulnerável ou que 
faça apologia ou induza a sua prática, ou, sem o consentimento da vítima, cena de sexo, nudez ou pornografia: 
Pena - reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, se o fato não constitui crime mais grave. 
 
Aumento de pena 
 § 1º A pena é aumentada de 1/3 (um terço) a 2/3 (dois terços) se o crime é praticado por agente que 
mantém ou tenha mantido relação íntima de afeto com a vítima ou com o fim de vingança ou humilhação. 
 
Exclusão de ilicitude 
 § 2º Não há crime quando o agente pratica as condutas descritas no caput deste artigo em publicação de 
natureza jornalística, científica, cultural ou acadêmica com a adoção de recurso que impossibilite a identificação da 
vítima, ressalvada sua prévia autorização, caso seja maior de 18 (dezoito) anos. 
 Art. 225. Nos crimes definidos nos Capítulos I e II deste Título, procede-se mediante ação penal pública 
incondicionada. 
 Parágrafo único. (Revogado). (NR) 
 “Art. 226. ................................................................................................................................................ 
 II - de metade, se o agente é ascendente, padrasto ou madrasta, tio, irmão, cônjuge, companheiro, tutor, 
curador, preceptor ou empregador da vítima ou por qualquer outro título tiver autoridade sobre ela; 
........................................................................................................................................................................ 
 IV - de 1/3 (um terço) a 2/3 (dois terços), se o crime é praticado: 
 
Estupro coletivo 
a) mediante concurso de 2 (dois) ou mais agentes; 
 
Estupro corretivo 
b) para controlar o comportamento social ou sexual da vítima. (NR) 
 “Art. 234-A. ............................................................................................................................................ 
 III - de metade a 2/3 (dois terços), se do crime resulta gravidez; 
 IV - de 1/3 (um terço) a 2/3 (dois terços), se o agente transmite à vítima doença sexualmente transmissível 
de que sabe ou deveria saber ser portador, ou se a vítima é idosa ou pessoa com deficiência.” (NR) 
 
27. Violência sexual mediante fraude: 
 Art. 215. Ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com alguém, mediante fraude ou outro meio 
que impeça ou dificulte a livre manifestação de vontade da vítima. 
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del2848.htm#art215a
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del2848.htm#art217a%C2%A75
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del2848.htm#art218c
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del2848.htm#art225..
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del2848.htm#art226ii..
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del2848.htm#art226iv
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del2848.htm#art234aiii.
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del2848.htm#art234aiv.
 
34 
 
 Pena: Reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos. Ex.: - o agente conduz a vítima a uma forma de não resistência 
por inibição ou enfraquecimento das faculdades mentais: embriaguez completa, anestesia, estados hipnóticos, 
drogas alucinógenas “boa noite cinderela”; - confusões quanto à identidade da pessoa. 
 
28. Estupro de vulnerável: 
 Art. 217-A. Ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com menor de 14 (catorze) anos: 
 Pena - reclusão, de 8 (oito) a 15 (quinze) anos. § 1o Incorre na mesma pena quem pratica as ações 
descritas no caput com alguém que, por enfermidade ou deficiência mental, não tem o necessário discernimento 
para a prática do ato, ou que, por qualquer outra causa, não pode oferecer resistência. 
 
29. Abortamento 
 
29.1 Conceitos: 
29.1.1 Jurídico: a interrupção da gestação, com o intuito da morte fetal, independentemente da idade 
gestacional. 
 
28.1.2 Médico: interrupção, voluntária ou não, da gestação antes de completar 22 semanas; quando IG 
desconhecida, considera-se peso <500 g. 
 
29.2. Tipos de aborto: 
 
29.2.1 Aborto provocado pela gestante ou com seu consentimento. (Código Penal) 
 Art. 124. Provocar aborto em si mesma ou consentir que outrem lho provoque: Pena - detenção de um a 
três anos. 
 
29.2.2 Aborto provocado por terceiro. 
 Art. 125. Provocar aborto, sem o consentimento da gestante: 
 Pena - Reclusão, de 3 (três) a 10 (dez) anos. 
 Art. 126. Provocar aborto com o consentimento da gestante: 
 Pena - Reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos. 
 Parágrafo único: Aplica-se a pena do artigo anterior, se a gestante não é maior de 14 (catorze) anos, ou é 
alienada ou débil mental, ou se consentimento é obtido mediante fraude, grave ameaça ou violência. 
 
29.2.3 Aborto legal (Código Penal) 
 Art. 128 - Não se pune o aborto praticado por médico: 
 I - se não há outro meio de salvar a vida da gestante; 
 II - se a gravidez resulta de estupro e o aborto é precedido de consentimento da gestante ou, quando 
incapaz, de seu representante legal. 
 
29.2.4. Aborto necessário ou terapêutico 
 Avaliação de no mínimo dois profissionais; 
 Ter a anuência e/ou consentimento esclarecido assinado pela gestante ou familiares. Ter clareza de que a 
interrupção da gestação é a única e a mais adequada maneira de salvar a vida da gestante; 
 Não é necessária autorização judicial; 
 Avaliação multidisciplinar. 
 Boletim de Ocorrência Policial ou Termo de Relato Circunstanciado feito pela gestante e dois profissionais de 
saúde (Portaria n°1508, Ministério da Saúde); (caso de estupro) 
 Termo de autorização (gestante ou responsável legal, se incapaz); 
 Termo de consentimento informado; 
 Avaliação multidisciplinar; 
 Gestação até 20 semanas; 
 Não é necessária autorização judicial. 
 
29.2.6 Aborto seletivo (Eugênico): 
 Não há previsão legal, dependendo de autorização judicial (exceto anencéfalos); 
 Má-formação incompatível com a vida. 
 Documentos necessários: 
1. Solicitação da gestante à autoridade judicial; 
2. Consentimento informado; 
3. Um ou mais exames de ultrassom morfológico assinado por dois especialistas; 
 
35 
 
4. Relatório do médico assistente; 
5. Em caso de doença rara, cópia de artigo científico. 
 
30. Toxicologia Forense 
 Conceito: Toxicologia representa a ciência cujo principal objetivo é a identificação e quantificação dos 
efeitos adversos associados com a exposição a determinados agentes. Esses agentes, que assumem a designação 
de tóxicos, são normalmente substâncias químicas de origem inorgânica ou orgânica, às quais, em sentido mais 
lato, se podem associar certos agentes físicos ou outras condições. A toxicologia compreende o estudo dos tóxicos 
e das intoxicações. 
 A Toxicologia Forense insere-se no âmbito da toxicologia analítica tendo, por conseguinte, como principal 
objetivo a detecção e quantificação de substâncias tóxicas. Contudo, a atividade do toxicologista forense aplica-se 
a situações com questões judiciais subjacentes para as quais importa reconhecer, identificar e quantificar o risco 
relativo da exposição humana a agentes tóxicos. Como tal aproveita conhecimentos alcançados em praticamente 
todas as áreas da toxicologia moderna. 
 O “álcool” e as “drogas de abuso” são as substâncias que, na atualidade, fazem parte da maioria das 
requisições de exames toxicológicos. 
 Droga de Abuso é qualquer substância ou preparação, com pouco uso médico, usada primariamente pelos 
seus efeitos prazerosos, exóticos ou estimulantes. Dentre elas temos: o tabaco e o álcool, que são drogas sociais 
por excelência; os inalantes, a maconha, a cocaína, o LSD, a mescalina e extratos de cogumelos que são drogas 
ilícitas, substâncias que só devem ser usadas sob receita médica, como moderadores do apetite, estimulantes, 
calmantes,entre outras que também passam a ser drogas de abuso, quando utilizada para outros fins ou em 
excesso. 
 
 
30.1 Dependência 
 A toxicodependência pode ser definida como o consumo repetido, permanente e compulsivo de uma droga. 
Embora o fenómeno da dependência das drogas compreenda quatro componentes ou manifestações bem distintas, 
como a dependência psíquica, a dependência física, a síndrome de abstinência e a tolerância, a sua presença e 
intensidade variam de acordo com a substância que as provoca e o grau de dependência. 
 
30.2 Dependência psíquica. 
 A dependência psíquica pode ser definida como um desejo compulsivo de estar e manter-se sob o efeito de 
uma determinada droga e costuma manifestar-se através de um estado de agitação e ansiedade provocado pela 
ausência dos efeitos. 
 
30.3 Dependência física. 
 Como as drogas alteram e desequilibram o funcionamento orgânico, o seu excesso e repetido consumo 
costuma provocar uma dependência física, ou seja, para se adaptar e poder funcionar de forma adequada, o 
organismo é obrigado a desenvolver uma série de mecanismos, fazendo com que o organismo não consiga 
funcionar corretamente sem o consumo da droga, depois de se estabelecer a dependência física. 
 
30.4 Síndrome de abstinência. 
 Designa o conjunto de problemas provocado quando um indivíduo dependente de uma droga interrompe a 
sua administração. No caso de algumas drogas, como os derivados do cânhamo ou os alucinógenos, esta síndrome 
é muito pouco evidente ou praticamente inexistente. Por outro lado, no caso de outras drogas, como o álcool e a 
heroína, a síndrome pode ser muito grave. Na maioria dos casos, quanto maior for a dependência física, mais 
intensa será a síndrome de abstinência. 
 
30.5 Tolerância. 
 A tolerância é um fenômeno através do qual um indivíduo dependente de uma droga necessita de doses 
cada vez mais significativas para conseguir os efeitos desejados. Este fenómeno, semelhante ao da dependência 
física, é provocado pela progressiva adaptação do organismo à droga. 
 
36 
 
30.6 Overdose. 
 A tolerância tem um limite, já que a denominada "dose letal" (overdose), ou seja, a dose de uma droga que 
provoca a morte do indivíduo, não é necessariamente superior para os dependentes do que para a população em 
geral. 
 
 
31. Regiões anatômicas do corpo humano 
 
LISTA DE DESIGNAÇÃO DAS DIFERENTES REGIÕES DO CORPO 
 
 
 
 
37 
 
 
VISÃO POSTERIOR 
 
38 
 
 
VISÃO LATERAL 
 
39 
 
32. QUESTÕES 
 
01 – Quando a morte é natural, o cadáver: 
a) Vai para o IML se estiver identificado. 
b) Vai para o SVO se estiver identificado. 
c) Vai para o IML estando ou não identificado. 
d) Não deve ir nem para o IML e nem para o SVO. 
 
02 – Trata-se de lesão corporal de natureza gravíssima, conforme o Artigo 129 do Código Penal Brasileiro: 
a) Perigo de vida. 
b) Deformidade permanente. 
c) Debilidade permanente de membro, sentido ou função. 
d) Incapacidade para as ocupações habituais por mais de trinta dias. 
 
03 – A forma mais comum de maus-tratos à criança é: 
a) negligência de segurança. 
b) administração intencional de drogas. 
c) abuso sexual. 
d) abuso físico. 
e) privação de alimentos e de cuidados de higiene 
 
04 – O art. 162 do Código do processo penal, descreve que – “A autópsia será feita pelo menos ______ depois do 
óbito, salvo se os peritos, pela evidência dos sinais de morte, julgarem que possa ser feita antes.” A lacuna é 
corretamente preenchida por: 
a) em 12 horas 
b) em 24 horas 
c) em 36 horas 
d) 6 horas 
 
05 – O exame de corpo de delito não pode ser solicitado diretamente ao médico-legista. Deve ser através do 
diretor do IML, por 
a) advogado do interessado. 
b) autoridade policial. 
c) promotor. 
d) juiz. 
e) autoridade militar. 
 
06 – B.N. foi vítima de agressão por navalha. A avaliação da lesão sofrida revelou nítido predomínio da extensão 
sobre a profundidade, com bordas regulares, vertentes planas e ângulos agudos. Mediante as características da 
lesão observadas e descritas, qual o tipo de ferimento apresentado por B.N.? 
a) Ferimento contuso. 
b) Ferimento inciso. 
c) Ferimento perfurante. 
d) Ferimento corto contuso. 
e) Ferimento punctório 
 
07 – Ao examinar um paciente, o perito encontra uma ferida em região peitoral com formato de dois semiarcos, de 
concavidades voltadas uma para a outra, mostrando equimoses periféricas, de profundidades variáveis e 
laceração tecidual. O perito conclui que se trata de mordedura. As feridas produzidas por mordedura causada 
pela arcada dentária humana se classificam como: 
a) perfuro contundente. d) perfuro cortante. 
b) contundente. e) corto-contundente. 
c) corto-contusa. 
 
 
40 
 
08 – Um cadáver encontrado próximo à linha férrea apresenta desarticulação de todos os membros, além de 
separação do corpo da cabeça. É correto afirmar que se trata de: 
a) esquartejamento e esgorjamento. 
b) esquartejamento e decapitação. 
c) espostejamento e esgorjamento. 
d) esquartejamento e vitriolagem. 
e) espostejamento e decapitação. 
09 – Uma pericianda é considerada desvirginada, quando, ao exame de conjunção carnal, constata-se: 
a) Rotura himenal. 
b) Gravidez. 
c) Presença de espermatozoide no conduto vaginal. 
d) Presença de líquido espermático no conteúdo vaginal. 
e) Todas as alternativas acima estão corretas. 
 
10 – Associe os exemplos de lesões e seus instrumentos mecânicos geradores de lesão: 
1. Contundente 
2. Cortante 
3. Perfurante 
4. Perfuro-cortante 
A. Faca Peixeira 
B. Punhal 
C. Bisturi 
D. Para-brisa de carro 
A correlação correta é: 
a) 1B, 2A, 3C, 4D; 
b) 1C, 2B, 3A, 4D; 
c) 1A, 2B, 3C, 4D ; 
d) 1D, 2C, 3B, 4A. 
 
11 – Sob o tipo de lesão simples “punctória”, o instrumento típico associado a esta lesão é: 
a) Martelo 
b) Estilete 
c) Cassete 
d) Pedra 
e) Linha de cerol 
 
12 – O espectro equimótico em medicina legal serve para: 
a) Tipo de perfuração. 
b) Grau de profundidade da lesão. 
c) Agente etiológico direto do óbito. 
d) Data da lesão. 
e) Tipo de tecido envolvido na lesão. 
 
13 – A lesão caracteristicamente causada pelo projétil de arma de fogo é: 
a) perfuro-contusa. 
b) perfuro-incisa. 
c) contusa. 
d) incisa. 
e) perfurante. 
 
14 – Trata-se de sinal indiscutível, no orifício de entrada do projétil, por tiro a curta distância: 
a) orla de escoriação. 
b) orla de contusão. 
 
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c) halo de enxugo. 
d) halo equimótico. 
e) zona de tatuagem. 
 
15 – A descrição de um orifício de entrada de projétil de arma de fogo com buraco de mina de Hoffmann, 
escoriação de massa de mira (sinal de Werkgaertner), zona de esfumaçamento, zona de tatuagem, equimoses 
e queimaduras, está relacionada com: 
a) tiro disparado a grande distância. 
b) tiro disparado de arma de fogo de grosso calibre. 
c) tiro disparado a curta distância. 
d) lesão produzida por projéteis múltiplos. 
e) tiro encostado. 
 
 
 
16 – O sinal pericial do funil de Bonnet define: 
a) Queimaduras. 
b) Óbito por afogamento. 
c) Óbito por estrangulamento. 
d) Óbito por inalação de gases tóxicos. 
e) Entrada e saída de projétil do crânio. 
 
17 – A presença no cadáver de um sulco horizontal e contínuo no pescoço, com bordas iguais, profundidade 
uniforme e não apergaminhado, situado sobre o laringe, infiltração abaixo do sulco e sinais gerais de asfixia, 
todos esses elementos em conjunto caracterizam a morte por: 
a) enforcamento. 
b) estrangulamento. 
c) esganadura. 
d) sufocação. 
e) afogamento. 
 
18 – Acerca das mortes causadas por asfixia por constrição cervical, assinale a alternativa correta. 
a) O enforcamento pode ser classificado comocompleto quando o corpo está totalmente suspenso, ou parcial 
quando está apoiado parcialmente. 
b) O sulco provocado pelo enforcamento completo pode ser confundido com o sulco provocado por 
estrangulamento. 
c) O sulco encontrado no enforcamento em condições habituais é oblíquo e descendente em relação ao nó. 
d) É comum a causa acidental de morte por asfixia por estrangulamento. 
e) A asfixia por esganadura pode ser suicida, como causa jurídica. 
 
19 – Flictena é caracterizado pela formação de vesículas que suspendem a epiderme. Assinale a alternativa que 
melhor representa o grau de queimadura para esta lesão: 
a) Queimaduras de 1ª grau 
b) Queimaduras de 2ª grau 
c) Queimaduras de 3ª grau 
d) Queimaduras de 4ª grau 
e) Carbonização total. 
 
20 – Cicatrizes irregulares de aspecto espantoso, formação de queloides, lesões graves dos olhos e cegueira, 
estenose esofagiana e perfurações gástricas são exemplos de sequelas de: 
a) vitriolagem. d) asfixia. 
b) estrangulamento. e) afogamento. 
c) hipóxia. 
 
 
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21 – São designados processos tanatológicos conservadores: 
a) autólise e putrefação. 
b) maceração e saponificação. 
c) autólise e mumificação. 
d) putrefação e maceração. 
e) saponificação e mumificação. 
 
22 – No exame do cadáver em putrefação, a chamada “mancha verde abdominal” ocorre no(a): 
a) hipocôndrio direito, pela presença da bile na vesícula biliar. 
b) fossa ilíaca esquerda, pela presença do sigmoide. 
c) hipocôndrio esquerdo, pela presença do cólon descendente. 
d) fossa ilíaca direita, pela presença do ceco. 
e) região pubiana, pela presença do reto. 
 
23 – O feto retido intrauterinamente, depois de morto, apresenta: 
a) adipocera. 
b) mumificação. 
c) saponificação. 
d) maceração. 
e) autólise. 
 
24 – O aborto indicado nos casos de estupro denomina-se 
a) social. 
b) eugênico. 
c) terapêutico. 
d) sentimental. 
 
25 – Em relação ao crime de estupro, as seguintes elementares e circunstâncias do tipo penal são corretas, 
EXCETO: 
a) constranger mulher honesta. 
b) mediante violência ou grave ameaça. 
c) ter conjunção carnal. 
d) ou praticar ou permitir que se pratique. 
e) outro ato libidinoso. 
 
26 – Não é um ato libidinoso diverso da conjunção carnal: 
a) sexo oral. c) bolinação. 
b) sexo anal. d) coito vaginal. 
 
27 – O meio abortivo em que são introduzidos no útero soluções cáusticos superconcentradas é denominado meio: 
a) Químico. c) Mecânico. 
b) Físico. d) Médico. 
 
28 – Ferimento produzido por instrumento perfurante de calibre médio em região de cruzamento de linhas de força 
de sentidos diferentes obedece à: 
a) Segunda Lei de Filhos. d) Primeira Lei de Filhos. 
b) Lei de Nysten. e) Lei de França. 
c) Lei de Langer. 
 
29 – Mancha que aparece na parede abdominal direita (exceto nos afogados e bebês) e depois se distribui pelo 
corpo: 
a) Manchas de Paltaulf. d) Mancha verde. 
b) Manchas de Tardieu. e) Equimose. 
c) Mancha de Sommer-Larcher. 
 
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30 – Verificando o local de encontro de cadáver, o delegado anota as lesões presentes no corpo descritas pelo 
perito como “lesão cortante na região anterior do pescoço, retilínea, profundidade uniforme atingindo até a 
coluna vertebral”. Com estas observações, o delegado infere o nome da lesão e sua natureza jurídica como: 
a) Degolamento – homicídio. d) Esgorjamento – homicídio. 
b) Degolamento – suicídio. e) Decapitação – homicídio. 
c) Esgorjamento – suicídio. 
 
31 – Dentre os fenômenos cadavéricos transformativos destrutivos, tem-se a: 
a) Putrefação, que antecede a autólise. 
b) Autólise, que decorre da morte em meio úmido. 
c) Saponificação, onde o cadáver se transforma em uma massa untuosa após a putrefação. 
d) Esqueletização, que é a última fase da putrefação. 
e) Maceração, que é a morte do feto em qualquer período da gestação. 
 
32 – A morte de um indivíduo ocorreu da seguinte forma: Após caminhar horas a fio por dunas áridas, sob um sol 
escaldante, veio a sofrer um mal súbito e cair sobre a terra quente e seca. Algumas semanas depois, o seu 
cadáver foi ali encontrado, conservado, ressecado, com a pele apergaminhada sobre a estrutura óssea, sem 
exalar odores da putrefação. Esse fenômeno cadavérico é denominado: 
a) Saponificação. d) Adipocera. 
b) Esqueletização. e) Corificação. 
c) Mumificação. 
 
33 – Ferimento de forma linear, com regularidade das bordas, regularidade do fundo da lesão, ausência de 
vestígios traumáticos em torno da ferida e hemorragia sempre abundante são características de lesão produzida 
por instrumento: 
a) contundente. d) perfuro cortante. 
b) perfurante. e) perfuro contundente. 
c) cortante. 
 
34 – Lesão em forma de botoeira, com um dos ângulos mais agudo que o outro, predomínio da profundidade 
sobre a extensão e cauda de escoriação são características de lesão produzida por instrumento: 
a) contundente. d) perfuro cortante. 
b) perfurante. e) perfuro contundente. 
c) cortante. 
 
35 – A equimose e o hematoma são exemplos de lesões classificadas como 
a) perfurantes. d) perfuro contundentes. 
b) perfuro cortantes. e) cortantes. 
c) contusas. 
 
 
Nossa maior fraqueza está em desistir. O caminho mais certo de vencer é tentar mais uma vez”. 
Thomas Edison. 
Conte comigo para o que precisar, ajudarei o máximo possível e estarei mandando energias positivas. 
Paulo Roberto do Vale – Professor e Perito Criminal. 
Instagram: @paulovale.pericia – email: petcrim@hotmail.com 
YouTube: Paulo Vale Perícia. 
 
Gabarito das Questões: 
1.B; 2.B; 3.E; 4.D; 5.B; 6.B; 7.C; 8.B; 9.E; 10.D; 11.B; 12.D; 13.A; 14.E; 15.E; 16.E; 17.B; 18.A; 19.B; 
20.A; 21.E; 22.D; 23.D; 24.D; 25.A; 26.D; 27.A; 28.A; 29.D; 30.D; 31.D; 32.C; 33.C; 34.D; 35.C. 
 
mailto:petcrim@hotmail.com

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