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RESUMO – ODONTOLOGIA LEGAL P2 Morte violenta: asfixias mecânicas Asfixia: designa um estado fisiopatológico caracterizado pela supressão do fenômeno respiratório, na vigência da circulação. Por outras palavras, é a supressão da absorção de oxigênio e da eliminação do anidro carbônico, por parte dos tecidos, sem que ocorra parada da função circulatória. Existem três fases: fase anestésica, onde se verificam acufenos, fotopsias, dores, cefaleias e perda de consciência. A fase convulsiva, que parece uma crise epiléptica, que apresenta convulsões tônicas, depois crônicas. Fase agônica, movimentos incoordenados, tipo automático ou reflexo, coração tem sístoles isoladas e incontinência dos esfíncteres. E a fase terminal com a parada cardiorrespiratória, arreflexia, dilatação pupilar e morte. → Submersão: Obstrução das vias respiratórias por meio líquido ou semi-líquido. Não é necessária submersão total do corpo, podendo ocorrer contato do líquido somente nos orifícios respiratórios. (NESSE CASO SIM POIS É SUBMERSÃO, MAS ELE TA FALANDO DE AFOGAMENTO EM SI). GERALMENTE SÃO ACIDENTAIS, RARAMENTE HOMICIDA E AS VEZES SUICIDA. Existem 3 fases: 1. De resistência ou de dispnéia: Inspiração de surpresa inicial, retenção da respiração, consciência mantida, movimentos reflexos. 2. De grandes inspirações e convulsões: Inspirações profundas com entrada de líquido nos pulmões, perda da consciência, às vezes convulsões. 3. De morte aparente: Parada da respiração e dos reflexos, perda da sensibilidade, permanência dos batimentos cardíacos até a morte real. Formas: 1. Rápida: A vítima permanece todo o tempo no interior da água, levando cerca de 5 minutos para ocorrência de todos os períodos do afogamento. 2. Lenta: A vítima luta, reage, tendo momentos no interior da água e na superfície, ocorrendo a morte somente após longo período de resistência. Causas: PRIMÁRIO – Não há um fator causal independente. SECUNDÁRIO – Há causas identificáveis para o afogamento: • Drogas (álcool); convulsão; trauma; cardio; acidentes em mergulhos e etc. TIPOS: AFOGADO AZUL: nesta o indivíduo apresenta uma coloração cianótica, o indivíduo morre por aspiração de um meio líquido, é o afogado verdadeiro; AFOGADO BRANCO: nesta o indivíduo apresenta uma coloração branca. É a morte que ocorreu dentro do meio líquido, porém não ocorre a aspiração deste meio. A morte ocorre por outras razões como AVC, infarto de miocárdio, etc. SINAIS EXTERNOS: Temperatura baixa da pele; pele anserina (É a contração dos músculos piloeretores promovendo um arrepiamento geral no corpo); retração do mamilo, escroto e pênis; livores cadavéricos avermelhados; espuma bucal e nasal mais exuberante (“cogumelo de espuma”); erosão dos dedos / corpos estranhos sob as unhas; equimoses na face e conjuntivas; lesões post-mortem por animais aquáticos. SINAIS INTERNOS: Sinais gerais de asfixia; líquido nas vias respiratórias (com eventuais corpos estranhos); Pulmões: muito aumentados e cheios de líquido (enfisema aquoso), equimoses subpleurais; diluição do sangue; liquido no sistema digestório; “Mãos de lavadeira” – ondulação da epiderme nos dedos; líquido no ouvido médio; hemorragia temporal; hemorragia etmoidal; Manchas de Paltauf – que são equimoses de cor vermelho clara no parênquima pulmonar por ruptura de paredes alveolares e o início da putrefação. São extensas e de contornos irregulares. → Enforcamento: forma de asfixia mecânica que consiste na suspensão completa ou incompleta do corpo, com constrição do pescoço por meio de um laço sujeitado a um ponto fixo (prego, galho de arvore, madeiramento do telhado, cano do chuveiro, etc.). O enforcamento, via de regra, é suicida, sendo muito raramente acidental ou homicida. Mecanismos do enforcamento: aceitam-se 2 mecanismos: um aéreo e um vascular, que concorrem para o resultado da morte, por asfixia; a primeira – uma ação aérea, em face da compressão que o laço exerce sobre a laringe, a traqueia e a base da língua, e que dificulta ou impede a passagem de ar. A segunda – uma acao vascular – é quando a compressão produzida pelo laço faz a oclusão dos vasos do pescoço, primeiros veias, depois artérias, dificultando, até interromper, a oxigenação cerebral. Pode acrescer- se, ainda, uma ação neural, por compressão do nervo pneumogástrico (X par) ou das terminações nervosas do seio carotídeo, que provocaria parada cardíaca, por inibição, de origem vagal. No enforcamento por lesão neural exclusiva – que está excluído das asfixias, provocando aspecto pálido (enforcados brancos) – ocorre fratura da apófise adontóide do eixo, com lesão da medula oblonga (bulbo raquidiano) ou deslocamento das vértebras cervicais por rotura de ligamentos e-ou luxação, com lesão alta da medula espinal, seguida de choque medular e morte instantânea. Isso somente acontece no enforcamento convencional, na modalidade judicial. Formas de enforcamento: denomina-se enforcamento por suspensão completa a posição totalmente suspensa do corpo da vítima sem apoio em objeto algum, e se designa como enforcamento por suspensão incompleta aqueles casos em que alguma parte do corpo da vítima se apoia sobre o solo ou qualquer outro objeto (mobiliário, estruturas de alvenaria, etc.). A posição do nó no laço tem grande importância; quando aparece na nuca, denomina-se enforcamento típico, ao passo que se denomina atípico quando o nó se encontra em qualquer outra posição (lateral, submentoniano, etc). O cadáver enforcado pode mostrar-se pálido (enforcados brancos) ou com um aspecto arroxeado, cianótico (enforcados azuis). Esses achados devem considerar: 1) enforcados brancos: em geral decorrentes de um enforcamento típico, com lesão bulbar ou medular, ou de um efeito inibitório com parada cardiorrespiratória. 2) enforcados azuis: é o aspecto mais frequente que se observa, na cabeça e pescoço, nos enforcamentos atípicos, quando existe oclusão incompleta da artéria carótida do lado em que se encontra o nó, levando a intensa congestão passiva craniofacial, podendo chegar até os extremos de uma máscara equimótica de Morestin. O aspecto de um óbito sem agonia ou luta, tranquilo, e róseo que, por vezes, se observa nos enforcamentos típicos resulta da compressão análoga dos vasos cervicais de ambos os lados, impedindo o fluxo sanguíneo bilateralmente. EXAME DO CADÁVER: O exame deve iniciar-se no local da ocorrência, verificando todas as circunstancias específicas do local. Somente depois é que se poderá passar a perinecroscopia (exame externo). Os livores hipostáticos serão mais frequentes na parte distal dos membros ou nas áreas de maior declive, de acordo com a posição do corpo, e acima do cinturão ou de qualquer peça que faça constrição do corpo. Não raro se observam exoftalmia e-ou protrusão de língua além dos limites da arcada dentária. A face mostra-se vultosa e cianótica (mascara equimótica de Morestin ou cianose cervicofacial de Le Dentut). Cianose dos leitos ungueais, equimoses subconjuntivais, petéquias de face e pescoço, otorragia, escoriações (de cotovelo e joelhos). A anisocoria é um sinal bastante encontradiço, ainda que nem sempre procurado pelos legistas. A cabeça sói estar caída para o lado e enrijecida. Escoriacoes ungueais podem ser encontradas na margem do sulco, como evidencias de defesa instintiva e ineficaz da vítima para salvar sua vida. A característica mais importante do enforcamento é a presença de SULCO, provocado no pescoço pela acao do laço. Quando a suspensão leva bastante tempo (horas) ou quando o material utilizado para fazer o laço é muito duro (fio de arame, fio elétrico, etc.), o sulco pode ser profundo e bem marcado. Já quando o laço foi elaborado com tecido ou quando há roupas interpostas entre o laço e a pele (como nas asfixias auto-eróticas), o sulco pode estar pouco visível ou mesmo estar ausente. Quando se utilizam cordas grossas e de material áspero, o decalque do laço pode ficar sobre a pele,no fundo e nas vertentes do sulco. A direção do sulco é sempre obliqua, de baixo para cima, da alça para o nó, com o que pode diferenciar-se do sulco do estrangulamento, que, de regra, é reto, horizontal, perpendicular ao eixo maior do pescoço. Um dos detalhes perecíveis que não podem ser esquecidos é a procura de sinais indicativos de reação vital. Estes serão úteis para diferenciar se a vítima morreu enforcada ou se foi dependurada após ter sido morta alhures e por outro meio. O sinal de Thoinot exibe, nas áreas justapostas ao sulco, cor arroxeada por cima e por baixo das bordas. Também se podem observar livores em placas (sinal de Ponsold), e no fundo do sulco (leito) soem ver-se vesículas serosas ou serossanguinolentas (sinal de Lesse). Nos casos em que a corda é muito fina (varal ou fio elétrico), ou quando se utiliza um fio de arame, o tecido celular subcutâneo é fortemente comprimido, sendo certo que o sulco assume um aspecto prateado, bem visível quando a pele do pescoço é dissecada, retirada e observada por transparência. Em face dessas características, Thoinot o designou de sinal da linha argentina ou placa argéntica e Lacassagne, de transparência nacarada. Em dissecando o pescoço, o exame deve direcionar-se no sentido de procurar possíveis equimoses do tecido celular subcutâneo e dos músculos cervicais, fraturas do osso hioide ou da cartilagem tireoide, bem como esgarçamento ou roturas das cordas vocais na laringe; na traqueia podem se ver fraturas dos anéis cartilagíneos. A procura da equimose retrofaríngea de Brouardel, pela compressão do hioide sobre a faringe, é de extrema importância porquanto serve como elemento diferencial (sua ausência indica que o cadáver foi suspenso após a morte). Nas carótidas primitivas observam-se esgarçamento da camada externa ou túnica adventícia (sinal de Etienne-Martin) ou da camada interna ou túnica íntima (sinal de Amussat). Em ambos os sinais, observam-se esgarçamento lineares, perpendiculares ao eixo maior do vaso. Pode-se observar infiltração hemorrágica da bainha dos vasos (sinal de martin). Nas veias jugulares, pode observar-se lesões análogas com deslocamento da íntima (sinal de Otto). As lesões da coluna cervical podem incluir fraturas, luxações e rotura de ligamentos. Nas serosas (pleura, pericárdio) podem observar-se manchas de Tardieu, pequenas, variando em tamanho desde uma cabeça de alfinete até 5mm de diâmetro. Os pulmões tem uma consistência discretamente enfisematosa nos seus ápices, mas exibem intensa congestão nas bases, não apenas do estroma como como extravasamento de liquido serossanguinolento no interior do parênquima. O coração mostra no seu interior sangue fluido e escuro. → Esganadura: Esganadura é um tipo de asfixia mecânica que se verifica pela constrição do pescoço pelas mãos, ao obstruir a passagem do ar atmosférico pelas vias respiratórias até os pulmões. É sempre homicida, sendo impossível a forma suicida ou acidental. SINTOMATOLOGIA: Pela própria esganadura, é difícil precisar exatamente os períodos e o tempo decorrido nestes tipos de morte, que tanto pode ser por asfixia, como por inibição, devido à compressão dos elementos nervosos do pescoço. A esganadura vem sempre acompanhada de outras lesões, principalmente as traumáticas, provenientes de outras agressões como ferimentos na região posterior da cabeça, equimoses em redor da boca, escoriações nas mais e nos antebraços, todas elas decorrentes da luta e, por isso, chamadas de lesões de defesa. SINAIS: Sinais externos a distância: Sinais externos locais. Os mais importantes são os produzidos pelas unhas do agressor, teoricamente de forma semilunar, apergaminhados de tonalidade pardo amarelada, conhecidos com estigmas ou marcas ungueais. Podem também ter a forma de rastros escoriativos. Se o criminoso usou a mão direita, aparecem essas marcas em maior quantidade no lado esquerdo do pescoço da vítima. Em alguns casos, podem surgir escoriações de várias dimensões e sentidos, devido as reações da vítima ao defender-se. Finalmente, as marcas ungueais podem não existir se o agente conduziu a constricção do pescoço, protegido por objetos. Sinais locais profundos. São os seguintes: a. Infiltração hemorrágica das estruturas profundas do pescoço: São mais acentuadas e mais constantes que no estrangulamento, apresentando-se de forma difusa ou localizada na tela subcutânea e na musculatura da região cervical. b. Lesões do aparelho laríngeo por fraturas de cartilagens tireóide e cricóide e dos ossos estilóide e hióideo, mais freqüentes que nos estrangulamentos e no enforcamento. c. Lesões dos vasos do pescoço, bem mais raras. Sinais à distância: Apresentam as mesmas características das asfixias em geral. Na esganadura interferem principalmente no mecanismo de morte, a asfixia e os fenômenos decorrentes da compreensão nervosa do pescoço. A obliteração vascular é de interesse insignificante. Aqui, tudo faz crer que a asfixia é o principal elemento responsável pelo êxito letal. → Estrangulamento: No estrangulamento, a morte se dá pela constrição do pescoço por um laço acionado por uma força estranha, obstruindo a passagem de ar aos pulmões, interrompendo a circulação do sangue ao encéfalo e comprimindo os nervos do pescoço. Nesse tipo de morte, ao contrário do enforcamento, o corpo da vítima atua passivamente e a força constrictiva do laço age de forma ativa. O acidente e o suicídio nesta modalidade são raríssimos. Mais comum é o estrangulamento-homicídio, principalmente quando a vítima é inferior em forças ou é tomada de surpresa. Constitui uma forma, não muito rara, de infanticídio. SINTOMATOLOGIA: No estrangulamento os sintomas são variados conforme a sua maneira: lenta, violenta ou continua. Normalmente, o estrangulamento passa por três períodos resistência, perda da consciência e convulsões, asfixia e morte aparente. Depois surge a morte real. SINAIS EXTERNOS: Aspecto da face e do pescoço. A face no estrangulamento geralmente se mostra tumefeita e violácea devido a onstreção quase sempre completa da circulação venosa e arterial os lábios e as orelhas arroxeados, podendo surgir espuma rósea ou sanguinolenta das narinas e boca. A língua se projeta além das arcadas dentarias e é extremamente escura. Dos meatos acústicos externos, poderá fluir sangue. Equimoses de pequenas dimensões na face nas conjuntivas pescoços face anterior do tórax. Sulco: Quanto mais constante e duro for o laço, mais constante é o sulco. Pode ser único, duplo ou múltiplo. A direção é diferente do enforcamento, pois se apresenta em sentido horizontal, podendo, no entanto, ser ascendente ou descendente, como nos casos de homicídio, em que o agente puxa o laço para trás e para cima. Sua profundidade é uniforme e não há descontinuidade, podendo verificar-se a superposição do sulco onde a parte do laço se cruza. As bordas são cianóticas e elevadas, e leito é deprimido e apergaminhado. Geralmente o sulco está situado por baixo da cartilagem tireóide. SINAIS INTERNOS: Lesões nos planos profundos do pescoço: 1. Infiltração hemorrágica dos tecidos moles do pescoço. A tela subcutânea e a musculatura subjacente ao sulco apresentam-se infiltradas por sangue. Essas lesões, quando se trata de estrangulamento pelo fato de o laço imprimir força de mesma intensidade em torno do pescoço e agir em sentido horizontal, apresentam a mesma distribuição e altura em todo o perímetro nos planos internos dos pescoços. 2. Lesões da laringe. Pode acarretar lesões nas cartilagens tireóides das artérias e no osso hióide. 3. Lesões das artérias carótidas. Pelas mesmas razoes alegadas para os tecidos moles do pescoço, essas lesões arteriais têm, em quase todas às vezes a mesma intensidade e se colocam numa mesma altura. Lesões à distância. Estão representadas pelos sinais clássicos de asfixia vistos no estudo geral sobre o tema. Na morte por estrangulamento, três são os fatores que interferem.Na morte por estrangulamento, a asfixia é mais decisiva que no enforcamento, principalmente devido à posição do laço. Compreensão doa vasos do pescoço. Compromete mais intensamente as veias jugulares que artérias caróticas, e estas menos que as artérias vertebrais, fazendo com que o sangue do segmento cefálico fique bloqueado. Compreensão dos vasos do pescoço. Tem influência mais decisiva na morte por estrangulamento, cujo mecanismo mais bem explicado é a inibição. O diagnóstico de morte por estrangulamento ou por enforcamento tem permanecido no plano macroscópico da necropsia através dos sinais gerais de asfixias e, em particular do estudo do pescoço. Daí a dificuldade de estabelecer com precisão pontos característicos diferenciais entre estas duas espécies de asfixia mecânica. → Sufocação: É a modalidade de asfixia mecânica produzida pelo impedimento da passagem de ar respirável, podendo ser direta ou indireta. Sufocação direta: O processo respiratório é diretamente bloqueado, podendo ser pelo nariz, boca ou condutos, que são laringe e faringe. -Pode ser por objetos, como por ex, travesseiro ou pelas próprias mãos do agressor. Etiologia: suicida, homicídio e acidental. Oclusão direta das narinas e da boca: 1. Modalidade acidental: por ex, recém-nascido, quando dormindo com a mãe, pode ser sufocado por ela ou por panos que encontram sobre o leito. É bastante comum. Em adultos, pode ser por causa epilética, síncopes, embriaguez. Momento que após a queda a vítima tem o seu rosto fortemente apoiado contra objetos que impeça a respiração, por ex, travesseiro. 2. Modalidade criminosa: é muito comum. Quando o agressor impossibilita a respiração da vítima por algum objeto ou pelas próprias mãos. 3. Modalidade suicida: a vítima coloca sobre o corpo ou somente na cabeça, panos, sacos plásticos até se asfixiar. Oclusão direta dos orifícios da laringe e faringe: 1. Acidental: é o mais frequente, quando o recém-nascido ou adulto engole algum objeto, por ex, moeda, botões, bolinha de gude, carne. 2. Criminosa: introduzida na boca tampões de pano, dedos, papel, qualquer outro objeto. É comum no infanticídio. 3. Suicida: é raro, mas a pessoa introduz objetos na boca. Sinais da oclusão criminosa: equimose e escoriações (arranhões), reproduzindo as polpas digitais e unhas, pontilhado escarlatiniforme em pescoço e a face com cor violáceas e congestão ocular como sinais externos petequeias pleurais, pericárdicas e pericrâneo, edema e congestão pulmonares e polivisceral, espuma em tranqueia e laringe, corpo estranho nas vias respiratórias é achado essencial na necropsia Sufocação indireta: É causado pela compressão, em grau suficiente, do tórax e abdome, o que impede movimentos respiratórios, levando em consequência a asfixia. O indivíduo é impossibilitado de realizar movimento respiratório devido a força ou peso excessivo. 1. Compressão homicida: Na Inglaterra houve época em que os criminosos se sentavam sobre o tórax na vítima até matá-la. 2. Compressão acidental: Pisoteamento por multidões; acidente de trânsito com pessoa presa às ferragens; compressão de torcedores contra cercas e grades; pesos que desabam sobre pessoas. 3. Compressão torácica: Inviabilidade da mecânica respiratória por impossibilidade da expansão da caixa torácica. Pode haver lesões associadas do esqueleto - Sinal de morestin, congestão e distensão pulmonar, sufusões hemorrágicas, subpleurais, congestão hepática, presença de sangue escuro e fluido no coração. É de natureza jurídica acidental ou criminosa. Fraturas costais múltiplas: Inviabilidade da mecânica respiratória por impossibilidade da expansão da caixa torácica -Natureza jurídica: acidental na maioria das vezes. Sufocação posicional: É considerada uma sufocação indireta que é o quadro é ‘crucificação’, ou quando o indivíduo é colocado muito tempo de cabeça para baixo. O mecanismo de morte seria a fadiga aguda dos músculos da respiração, seguida de apneia e anóxia. A traumatologia forense estuda os aspectos médicos-juridicos das lesões causadas pelos agentes lesivos. → Agentes traumatizantes (tudo que vai gerar uma lesão): energia de ordem física (ex. queimadura solar), mecânica (o que + acontece), química, físico-quimica, bioquímica, biodinâmica e de ordem mista. → TRAUMATISMO (trauma): qualquer lesão aberta ou fechada, produzida no organismo pela ação mecânica de um agente exógeno. → LESÃO: * medicina curativa: alteração anatômica ou funcional do órgão – exemplo; câncer * medicina pericial: qualquer modificação de normalidade de origem EXTERNA capaz de provocar dano pessoal em decorrência de culpa, dolo ou acidente – já é agressão, corpo de delito, assassinato... * doutrina pericial: consequência de um ato violento, capaz de produzir, direta ou indiretamente, qualquer dano a integridade OU a saúde de alguém OU responsável pelo agravamento OU continuidade de uma perturbação já existente. *lesão corporal: são as que atingem a integridade física e psíquica de alguém (saber se houve tortura psicológica também). * lesões pessoais: são as que atingem ao corpo, saúde e mente → CLASSIFICAÇÃO: quanto a quantidade: leves, graves, gravíssimas ou seguida de morte (o perito irá informar ao juiz se foi leve, grave...). quanto a qualidade: para cada tipo uma pena. Ofensa a integridade corporal (pessoa não ficou impossibilitada). Incapacidade para ocupações habituais (ex.: ficou 30 dias sem trabalhar). Incapacidade permanente para o trabalho (ex.: ficou paraplégico). → VIOLÊNCIA: é toda ação material ou pressão moral exercida contra uma pessoa, visando submete-la a vontade de outrem (física, moral e presumida) todo tipo de violência, mulher, isso aquilo, pode ser física, moral e presumida, onde moral é o que mais acontece: xingar, humilhar. → CAUSA: é o que leva os resultados imediatos e responsáveis por determinada lesão, suscitando uma relação entre causa e efeito. → CONCAUSA: são as causas ou fatores que se associam para o agravamento ou melhora de uma lesão. Geralmente são alegadas quando se produz agravamento. Temos 2 tipos: Absolutamente independente: Pré-existente: “A” atira em “B”, “B” tomou veneno e morre – tentativa de homicídio (logo, afirma que B não morreu pq levou o tiro, mas sim por causa do veneno... A não será processado por homicídio, pois o perito irá constatar que B morreu por ter tomado veneno, que a causa da morte não foi por causa do tiro. Então teve uma concausa, além do tiro teve o veneno – toda concausa terá um segundo fator, que vai inocentar ou condenar). Concomitante: “A” atira em “B”, “B” está enfartando e morre do infarto – tentativa de homicídio (os fatos coincidiram). Supervenientes: “A” atira em “B”, “B” entra em casa e o teto cai e o mata – tentativa de homicídio (ex.: A atira em B e B tenta fugir e o teto cai em cima de B) * na pré-existente B foi autor da sua própria morte, na concomitante algo em B levou a sua morte (ninguém teve culpa) e na superveniente também, ninguém teve culpa, foi uma fator externo. Relativamente independente: agora A passa a ser culpado, pois o tiro que deu em B o levou a sua morte – pré-existente: “A” atira em “B”, “B” é hemofílico e morre de hemorragia (A não sabia que B era hemofílico, porém foi o tiro que o matou)– homicídio concomitante: “A” atira em “B”, “B” está enfartando e piora (contribui para o êxito letal, o infarto foi piorado constatado pela perícia, o tiro contribuiu para a piora do quadro) – homicídio. superveniente: “A” atira em “B”, “B” na ambulância sofre colisão e morre – tentativa de homicídio 2.4 – desdobramento físico da ação: “A” atira em “B”, “B” complica na cirurgia – homicídio → FERIDA: é o retrato do ferimento e este é o ato, a ação de ferir (ex.: Pedro foi atropelado (ferimento) e sofreu as seguintes lesões (feridas). → SEDE DAS LESÕES: é a região anatômica da vítima onde foi aplicado o trauma – de interesse médico e jurídico H) SAÚDE: “éo estado de completo bem-estar físico, mental e social e não apenas a ausência de doenças”. → SAÚDE: É o bem estar físico, mental e social e não apenas ausência da doença. Agentes lesivos! AGENTES MECÂNICOS: São agentes que atuam por energia mecânica, essa energia modifica o estado inercial (repouso ou movimento) de um corpo em agente agressor e produzindo lesões em todo ou em parte do outro corpo. Ação/Atuação: agem por contato e diretamente sobre a superfície atingida, atuando por: Somente pressão; pressão e deslizamento; choque acompanhado ou não de deslizamento. Daí os três tipos de lesões simples: Punctória Incisa Contusa → INSTRUMENTO PERFURANTE: é todo instrumento que pode causar uma lesão punctória. Esses instrumentos propriamente ditos possuem forma cilíndrica-cônica, são alongados, finos e pontiagudos. Ex: agulhas, pregos, alfinetes, etc. COMO AGEM atuam por pressão através da ponta e afastamento das fibras dos tecidos. COMO SÃO AS LESÕES: as lesões produzidas por estes instrumentos são soluções de continuidade que se denominam feridas punctórias. DIAGNÓSTICO: o tipo de instrumento será diagnóstico pela qualidade das lesões. Mas o diagnóstico da lesão em si não permite que, para avaliação do seu alcance, se façam soldagens, desaconselhadas formalmente pela possibilidade de, elas mesmas, produzirem falsos trajetos ou alterarem os correspondentes ao instrumento empregado (não pode fazer sondagem, tem que tirar um raio-x e ver onde foi a lesão) PROGNÓSTICO: é extremamente variável, pois, o instrumento não contaminado facilitará a recuperação, mas caso ocorra processo infeccioso tudo se modificará. NATUREZA JURÍDICA: geralmente homicídios, principalmente entre detentos. Recém-nascidos também podem sofrer esse tipo de lesão (infantícidio). Não é de se desprezar a possibilidade de acidente comum ou do trabalho. Como meio de suicídio não é muito frequente. PERÍCIA: a perícia envolve sempre o exame das lesões em sua forma, aspecto, dimensões e demais caracteres que sirvam não só para a determinação diagnóstica, mas ainda para pesquisar o instrumento que as produziu. → INSTRUMENTO CORTANTE: é todo instrumento que atuando linearmente sobre a pele ou sobre os órgãos, produz feridas incisas. Instrumentos: navalhas, bisturi, lâminas, canivete, faca de gume cerrado, pedaço de vidro, etc. COMO AGEM agem por pressão e deslizamento produzindo a secreção uniforme dos tecidos. COMO SÃO AS LESÕES possuem bordas nítidas e regulares, há hemorragia geralmente abundante, corte perfeito dos tecidos moles, ausência de outro trauma em torno da lesão. DIAGNÓSTICO: é necesário estudar cuidadosamente os caracteres da lesão, não sendo omitido o exame minucioso das vestes quando a região afetada era coberta por ela. PROGNÓSTICO: Depende da área comprometida, da extensão e profundidade do ferimento, são mortais quando atingem a área do pescoço (denomina-se esgorjamento, se atingir a região anterior e degolamento, se atingir a região posterior. Não sendo isso, em geral não assumem essa gravidade extrema, mas podem ser gravíssimas quando situadas no rosto (cicatrizes queloideana - deformidades permanentes). No caso de atingir nervos de membros, podem produzir perturbações motoras e sensitivas, e daí debilidade do segmento, enfermidade incurável que pode imperdir o trabalho, etc. Não havendo essas consequências, elas são consideradas leves. NATUREZA JURÍDICA: podem variar, é homicida frequentemente, mas pode tratar-se de lesão de defesa (indicativo de luta) ou mesmo suicida. A lesão acidental pode ocorrer, mas é geralmente de menor gravidade e não chega ao legista, senão ao clínico. PERÍCIA: Elemento cortante, número de lesões, sede (área), direção, características, profundidade, regularidade, lesões de defesa. O médico legista através de fatos relatados e observados, poderá prestar esclarecimento à justiça. Existem autolesões incisas que demonstram tentativas de suicídio (exemplo cortes em pulsos, tornozelos...) → INSTRUMENTO CONTUNDENTE: é todo instrumento ou objeto rombo capaz de agir traumaticamente sobre o organismo. INSTRUMENTOS: Sólido: pau, tijolo, mão de pilão; Líquido: queda dagua, jato d’agua; Gasoso: jato forte de ar sobre pressão; Naturais: mãos, pés, cabeça, chifres de boi, etc; Usuais: bengala, bastão, cacetete, etc; Eventuais: pedra, martelo. MECANISMO DE AÇÃO: Ativo: quando o objeto possuidor de força viva, choca-se contra o corpo da vítima. Passivo: quando o corpo da vítima, sob ação da força viva, choca-se contra o objeto Misto: quando tanto o corpo da vítima quanto o objeto chocam-se simutâneamente COMO SÃO AS LESÕES: a resultante da ação desses instrumentos depende da intensidade do seu movimento, de sua dinâmica traumatizante e, conjugado este fato, a região do corpo atingida e as condições da próxima ação. As lesões decorrentes poderão ser superficiais ou profundas, citam-se das mais leves às mais graves: RUBEFAÇÃO: alteração vasomotora da região; dura cerca de duas horas no máximo; EDEMA: derrame seroso; EQUIMOSE: permite dizer qual o ponto onnde se produziui a violência. Indica a natureza do atentado. Pode afirmar se o indivíduo achava-se vivo no momento do traumatismo. Indica a data provável da violência. Espectro equimótico de LEGRAND DE SAULLE - a equimose superficial é envolvida por uma sucessão de cores que se inicia pelos bordos; Tem importância pericial para determinar, em alguns casos, a data provável da agressão, se aparecer amarela junto com vermelhas, nós vamos saber que isso é constante, geralmente segue essa ordem: 1º dia: lívida ou vermelha 2º e 3º dia: arroxeada 4º e 6º dia: azul 7º a 10º dia: esverdeada 10º ao 12º dia: amarelo-esverdeado 12º ao 17º dia: amarela → HEMATOMA: é uma coleção hemática produzida pelo sangue extravasado de vasos calibrosos, não capilares, que descola pele e afasta a trama dos tecidos formando uma cavidade onde se deposita → BOSSA SANGUÍNEA: é um hematoma em que o derrame sanguíneo impossibilitado de se difundir nos tecidos moles em geral, por planos ósseos subjacentes, coleciona determinando a formação de verdadeiras bossas. → BOSSA LINFÁTICA: são coleções e linfas produzidas por contusões tangenciais, como acontece nos atropelamentos em que os pneus, por atrição deslocam a pele formando grandes bossas linfáticas, entre o plano ósseo e os tegumentos, como o próprio nome diz gente, fica inchado criando uma bolsa de linfa. → LUXAÇÃO: é o afastamento repentino e duradouro de uma das extremidades →FRATURA: é a solução de continuidade, parcial ou total dos ossos submetidos à ação de instrumentos contundentes. →FERIDA CONTUSA: forma, fundo e vertentes irregulares; bordas escovadas; ângulos obtusas ; derrame hemorrágico externo menos intenso do que na ferida incisa; aspecto tormentoso no seu interior; retalhos conservados em forma de ponte, unindo as margens da lesão, contrastando com os tecidos mortificados; nervos, vasos ou tendões, conservados no fundo da lesão → DIAGNÓSTICO: na apreciação detalhada das equimoses é preciso distingui-las, das equimoses espontâneas post-mortem, das pseudo-equimoses, traumatismos post-mortem, das doenças como púrpura, escorbuto, hemofilia, intoxicação por arsênio, epilepsia, etc. → PROGNÓSTICO: depende da lesão em si, conforme a região, ferida seccionando ou dilacerando órgãos importantes, e dependendo do peso da arma e força viva com quem esta é acionada, podendo produzir comoções de vulto. →NATUREZA JURÍDICA: do ponto de vista jurídico, essas lesões podem significar dependendo da sede, a natureza de uma violência: pescoço, rosto, orifícios, região genital, etc; a forma caracteriza o instrumento ou meio que as produziu. →→→ O PERITO vai identificar o que? Agente condutor (se foi navalha, pedra), tamanho e fazer relatório para evidenciar se foi homicídio, acidente ou suicídio. → INSTRUMENTOS CORTO-CONTUNDENTE: Ele é contuso(contundente) e corta. Feridas irregulares. Eles possuem gume rombo, de corte embotado e que agindo sobre o organismo, rompe a integridade da pele, produzindo feridas irregulares, retraídas e com bordas muito traumatizadas. São eles: Machado, foice, facão, enxada, moto-serra, rodas de trem etc. Mecanismo de Ação: Agem por pressão, percussão ou deslizamento. Lesão é mais pelo peso e intensidade do instrumento que pela parte cortante. Lesões: A forma vai variar da área atingida, da intensidade do manejo, inclinação, peso e o fio do instrumento. Normalmente são: mutilantes, abertas, grandes, fraturas, contusões nas bordas, perda de substância e cicatrizam por segunda intenção; Perícia: Na perícia, o aspecto da escoriação é suficiente para indicar se o ferimento foi feito num individuo vivo ou num cadáver; as escoriações produzidas no vivo formam crosta, no cadáver são lisas (não tem sangramento, enruga a pele) e muito semelhantes ao aspecto de couro ou de pergaminho; →Instrumento perfuro-cortante: além de perfurar exercem lateralmente uma ação de corte. INSTRUMENTOS: Facas, punhais, canivetes, baionetes (fuzil), etc. Classificação: temos o de um ó gume ou de um só bordo cortante; o de dois gumes ou de dois bordos cortantes; de três ou mais gumes ou bordos cortantes. CARACTERÍSTICAS: monocortante: faca, peixeira, canivete, só corta um lado; bicortante: punhal, dois lados; tricortante: lima, florete, três lados; multicortante: apontador de pedreiro, perfuratriz manual, corta de vários lados; MECANISMO DE AÇÃO: Perfura, pressão, corta e secção. LESÕES: Instrumento com um gume: ferida ovalar, com ângulo agudo e um ângulo arredondado; Instrumento com dois gumes: (botoeira) dois ângulos agudos. PERÍCIA: É difícil calcular a largura do instrumento pelo tamanho da lesão. Mas o perito pode dar a ideia genérica do elemento, numero de lesões, onde ela ta, direção, carcteristicas, profundidade etc. → INSTRUMENTO PÉRFURO-CONTUNDENTE: instrumento que perfura e romba. Ele perfura e contunde simultaneamente. INSTRUMENTO: projeteis de arma de fogo. Armas de fogo: n necessariamente revolver, mas canhão etc. Dois canos, abertos numa das extremidades e parcialmente fechados atrás. CLASSIFICAÇÃO: >Quanto a dimensão: portáteis (pistola), semiportáteis e não portáteis(canhão); >Quanto ao modo de carregar: Antecarga e Retrocarga; >Quanto ao modo de percurssão: Pederneira e Espoleta (percurssão). >Quanto ao calibre: Calibre é o diâmetro interno do cano, tomando a boca da arma, o calibre pode ser nominal ou real. Calibre nominal: É a espécie de convenção da fábrica, para identificar o tipo de arma. Calibre real: É a medida exata do diâmetro interno do cano. É tomado na boca da arma, entre dois cheios com auxílio de “paquímetro”. A munição compõe-se de cinco partes: ESTOJO OU CÁPSULA: É um receptáculo de latão ou papelão prensado, de forma cilíndrica contendo os outros elementos da munição; ESPOLETA: É a parte do cartucho que se destina a inflamar a carga (Fica na parte de trás, essa parte que vai estourar, gerar o fogo e liberar a pólvora). É constituído de fulminato de mercúrio, de sulfeto de antimônio e de nitrato de sódio; BUCHA: É um disco de feltro, cartão, couro, borracha, cortiça ou metal, que se separa a pólvora do projétil. (Ela só protege/separa a pólvora do projétil) PÓLVORA: É uma substância que explode pela combustão. Há a pólvora negra e pólvora branca. Esta última não tem fumaça. Ambas produzem de 800 a 900cm³ de gases por grama de peso, em geral são compostas de carvão pulverizados enxofre e salitre. PROJÉTIL: É o verdadeiro instrumento pérfuro-contundente, quase sempre de chumbo ou revestido de níquel ou qualquer outra liga metálica. MECANISMO DE AÇÃO: Projetil se descola com a combustão da pólvora, atinge o alvo atua por pressão, tem afastamento e rompimento de fibras. Esse projétil desloca a medida que aciona a espoleta e vai gerar uma combustão, a pólvora vai inflamar e pegar fogo. LESÕES: 3 partes se for completa (entrou e saiu) > orifício de entrada, trajeto e orifício de saída. ORIFÍCIO DE ENTRADA: existem alguns elementos! 1. Zona de contusão: epiderme motivado pelo movimento rotatório do projétil antes de penetrar no corpo, pois sua ação é de inicio contundente – é a entrada da bala, gerando essa zona representada por uma zona 2. Aréola equimótica: superficial e relativamente difusa da hemorragia oriunda da ruptura de pequenos vasos localizados nas vizinhanças do ferimento zona que se encontra nas 3. Orla de Enxugo: proximidades do orifício de cor quase sempre escura que se adaptou as faces da bala, limpando-as dos resíduos de pólvora 4. Zona de tatuagem: ou menos arredondadas, nos tiros perpendiculares ou de forma crescente nos oblíquos. - resultante da impregnação de partículas de pólvora incombustas que alcançam o corpo . 5. Zona de esfumaçamento: É produzida pelo depósito de fuligem da pólvora ao redor do orifício de entrada. 6. Zona de Chamuscamento ou Queimadura: tem como responsável a ação super aquecida dos gases que atingem e queimam o alvo. 7. Zona de compressão de gases: apenas nos primeiros instantes no vivo. É produzida graças a ação mecânica dos gases que acompanha o projétil quando atingem a pele Tiro encostado: dado com a boca da arma apoiada no alvo, nesse casos todos os elementos que saem da arma penetra na vitima. A ferida de entrada adquire aspecto de buraco de mina (Hoffman), acompanhado de deslocamento trajeto. - câmara de mina de Hoffman: comum em tiros encostados. Não havendo zona de tatuagem nem esfumaçamento, porque tudo penetra pelo orifício da bala. - sinal de benassi (halo fuliginoso) Trajeto: caminho que o projétil descreve dentro do organismo. É aberto quando tem orifício de saída e em fundo de saco, quando termina em cavidade fechada. Pode ser retilíneo ou sofrer desvios. Orifício de Saída: é o orifício produzido pelo projétil isoladamente ou aderido por corpos ou autor que a ele se juntam no decorrer do trajeto. DIAGNÓSTICO: deve-se estudar cuidadosamente os caracteres ao lado registrados, somando-se ao exame das vestes e objetos e correlacionado com lesões do corpo da vítima. As características envolvidas na lesão podem fornecer dados para evidenciar a natureza da origem dos ferimentos. PROGNÓSTICO: os ferimentos perfuro-contusos podem causar morte, perda da função de um membro ou órgão ou prejuízo da função e ou deformidade local. A consequência vai depender do tipo de arma, numero de tiros, o calibre, a distancia, idade e condições de saúde previa da vitima, do tempo decorrido entre o recebimento do tiro e os primeiros socorros NATUREZA JURÍDICA: A) Suicídio (50%): - um ferimento, ponto de eleição (temporas, boca, pregão precordial – bem no coração) - presença da arma na mao da vitima - disparo a curta distancia, queima roupa ou com a arma apoiada - mãos escurecidas pela pólvora (tem q ter) B) Homicídio (35%): - existência de impressões digitais do autor na arma ou nas capsulas - vestígio do uso da arma nas mãos do atirador C) Acidente PERÍCIA: a pericia envolve sempre o exame das lesões, das vestes e da munição. O perito deve ter em mente certas questões para as quais ele busca resposta. - EXEMPLO: qual o orifício de entrada? Qual a distancia do tiro? Qual a arma usada? A vitima poderia ter realizado certos atos antes da morte? As lesões foram produzidas em vida ou depois da morte? Qual a causa jurídica da morte? AGENTES FÍSICOS PRODUTORES DE LESÕES: Exposição ao calor: →Calor difuso: insolação ou intermação (exposição ao sol) → Calor direto: queimaduras 1º grau: rubefação da pele; 2º grau: rompimento da derme com aparecimento de flictenas; 3º grau: destruição da derme; 4º grau: carborização de tecidos. Queimaduras são lesões produzidas por agentes físicos de temperatura elevada: da chama, do calor irradiante, dos gases superaquecidos, doslíquidos escaldantes, dos sólidos quentes e dos raios solares. Contato direto ao calor > queimaduras. Irradiação solar > insolação, desidratação e choque. O QUE É QUEIMADURA? São lesões produzidas geralmente por agentes físicos de temperatura elevada com ações: da chama, calor irradiante, gases superaquecidos, líquidos escaldantes, sólidos quentes e raios solares. 1º Grau – Eritema: É um dos mais comuns (exemplo: queimadura de sol, fica vermelho apenas). Apenas a EPIDERME é afetada, fica um vermelho vivo e uma coagulação fixa e eritema após a morte. 2º Grau – Flictena: Caracterizado pela formação de vesículas (bolhas) que suspendem a epiderme. São constituídas do líquido amarelo-claro, transparente. No cadáver em seus lugares se veem placas apergaminhadas. Formação de bolhas + rubefação da pele. 3º Grau – Escaras: Formam manchas de cor castanha, ou cinza-amarelada, indicativos da morte da derme. Deixam cicatrizes proeminentes. No cadáver, apergaminham-se. 4º Grau – Carbonização: Se particularizam pela carbonização do plano ósseo. Pode ser total ou parcial. Ocorre redução do volume do cadáver (a gravidade das queimaduras, em relação à sobrevivência da vítima, é avaliado em função de sua extensão e intensidade). → IRRADIAÇÃO SOLAR: Insolação: ação da temperatura do calor ambiental em locais abertos (raramente em espaços confinados), pele vermelha, tontura, temperatura alta e desidratação, vomito, confusão, convulsão e danos cerebrais. Intermação: decorre do excesso de calor ambiental. Lugares mal-arejados quase sempre confinados ou pouco abertos e sem a necessária ventilação, surgindo, geralmente, de forma acidental. Alguns fatores contribuintes: alcoolismo, falta de ambientação climática e vestes inadequadas. → EXPOSIÇÃO AO FRIO: contato direto - características presentes no corpo: palidez da pele, retração dos mamilos e testículos, desordens do sistema nervoso, hipofuncionamento dos órgãos, baixa coagulação sanguínea, espuma sanguinolenta das vias respiratórias, exame médico-legal: analisar outras causas. Quando em contato direto, os efeitos são: necroses periféricos imediatas ou tardias (infartos) Quando em casos ambientais, os efeitos são: baixa da resistência e choque circulatório. 1º grau: eritema; 2º grau: flictenas; 3º grau: necrose ou gangrena → PRESSÃO: os principais fenômenos resultantes das alterações de pressão são denominados: Baropatias: diminuição da pressão – mal das montanhas ou dos aviadores (rarefação do ar em grande altitudes); aumento da pressão – mal dos mergulhadores com embolia gasosa (pela rápida subida à superfície). → ELETRICIDADE: → eletricidade natural: agindo letalmente sobre o homem: FULMINAÇÃO; Quando apenas provoca lesões corporais: FULGURAÇÃO. Lesões com aspecto arboriforme: SINAL DE LICHTEMBERG . → eletricidade artificial: proposital: para execução de um condenado > ELETROCUSSÃO; acidental – ELETROPLESSÃO. → a lesão mais simples é chamada marca elétrica de Jellineck; os efeitos deletérios da corrente elétrica se devem a intensidade da corrente (amperagem). → AGENTES BIOLÓGICOS – PRODUTORES DE LESÃO: Representadas pelas substancias como os venenos, que atuam entrando em reação química com a célula viva, interferindo diretamente no metabolismo da célula e provocando processos degenerativos. → exemplos: medicamentos, produtos químicos (mandioca brava, espada de são Jorge e mamona), animais (serpentes, aranhas, vespas...) e plantas. CICLO TÓXICO DO VENENO 1- absorção ou via administrativa : pele, oral, venosa. 2- distribuição: sangue, órgãos, cérebro. 3- fixação: órgão onde o veneno vai agir 4- transformação: o organismo defende-se transformando-os em derivados menos tóxicos 5- eliminação: fezes, urina. Cada veneno possui sua dose tóxica e mortal. A pureza e a frescura da substancia influi na toxidez. A via de penetração é importante. A tolerância é fundamental na dose mortal, pode ocorrer que uma grande dose seja inócua. → Idiossincrasia – inverso da tolerância, é a sensibilidade anormal ao veneno. → LIVORES VIOLÁCEOS: → saturnismo: envenenamento por chumbo → hidrargismo: mercúrio Diagnóstico clínico: sintomas característicos de cada substancia. Exames laboratoriais. → INTOXICAÇÃO ALIMENTAR: são danos devido ao uso de alimentos por si só inofensivos, mas que se tornam nocivos pelas toxinas ou micróbios. Podem ser provocadas pelas embalagens dos alimentos, em especial, latarias... pela existência de substancias. Por exemplo: nos enlatados existe a bactéria Clostridium Botulinum, que pode causar a morte do indivíduo, pela paralização dos músculos corporais; carne crua de animais doentes; alimentos tóxicos, tais como peixes, crustáceos e cogumelos; alimentos deteriorados como, por exemplo, palmito. → RADIOATIVIDADE: bombas atômicas, produção de energia, esterilização, raio-x... mutagênese: alteração do DNA; queimaduras. → AGENTES QUÍMICOS PRODUTORES DE LESÕES: → Cáusticos: ácidos ou sais ácidos → Vitriolagem: ácido sulfúrico → Fenol: ácido carbólico → Liquefacientes básicos: NaOH, hidróxido de cálcio. → AGENTES MISTOS E OUTROS AGENTES CAUSADORES DE LESÕES: Em muitos casos, não há apenas um agente lesivo, mas vários. como ocorre em acidentes de massa ou em agressões e torturas. LESÕES CORPORAIS: parte legal: - Artigo 129 código penal: ofender a integridade corporal ou a saúde de outrem. - pena: detenção, três meses a um ano. - agravantes: incapacidade, perigo de vida, 1 a 5 anos. - incapacidade permanente, enfermidade incurável, aborto, deformidade permanente. De 2 a 8 anos. Lesão com morte: até 12 anos - diminuição de pena: por motivo relevante de ordem moral. (tal ação foi realizada como defesa) - homicídio simples: - Artigo121. Matar alguém - pena: reclusão, 6 a 20 anos. É o ramo da medicina legal que visa o estudo da morte, sua conceituação, causa jurídica e fenômenos cadavéricos. É o ramo das ciências forenses que partindo da: exame do local; da informação acerca das circunstâncias da morte; e atendendo aos dados do exame necrópsico (É importante a manutenção da cena do crime, porque os curiosos acabam invadindo o lugar e estragando certas informações que são importantes) Ela procura estabelecer: a identificação do cadáver; o mecanismo da morte; a causa da morte; o diagnóstico diferencial médico-legal (acidente, suicídio, homicídio ou morte de causa natural) Temos passos: vamos identificar o cadáver, ver se tem algum documento na cena do crime, se alguém conhece. Depois ver a causa da morte > facada, veneno etc. Verificar se foi realmente aquilo. Estes são os objetivos mais importantes da tanatologia forense, nem sempre fáceis de atingir. As dificuldades que se colocam ao médico que é responsável pela autópsia são por vezes muitas e de natureza muito diversa. Nem sempre é possível estabelecer a identificação. Em casos em que os cadáveres são encontrados em avançado estado de decomposição, que não são procurados (nem por familiares, nem por forças policiais) e em que não há qualquer informação sobre o caso, pode não se chegar a sua identificação. Nem sempre é possível chegar a um diagnóstico sobre a causa da morte ; Há mortes cuja causa permanece indeterminada mesmo depois da autópsia médico-legal. Varia de local, mas podemos colocar que não é possível identificar entre 4-10%. Em outros casos, apesar de se identificar a causa da morte (ex.: traumatismo craniano) não é possível fazer um diagnóstico diferencial médico-legal. Exemplo: quando não há dados suficientes para que se possa afirmar que estamos perante um caso de acidente, de suicídio ou de homicídio. E AGORA?? Não sei quem é, quem matou, não consegui informações no local do crime. Isto acontece com alguma frequência, e a explicação pode residir: → na falta de informação adequada (informação policial, clínica, social, etc.) → em um exame inadequado do local→ das circunstancias em que ocorreu a morte → numa autópsia mal conduzida ou realizada por médico pouco experiente nesse tipo de caso CONCEITO: a morte pode ser definida como a cessação total e a permanente das funções vitais. Numa perspectiva médico-legal este processo vai se arrastar no tempo e dá lugar ao aparecimento de um conjunto de fenômenos que são objeto de estudo, de interpretação e que muitas vezes se revelam importantíssimos na investigação criminal, os fenômenos post-mortem. →→→→→ FENÔMENOS POST-MORTEM: os fenômenos post-mortem devem ser conhecidos: → principalmente pelo médico que faz a autópsia → por todos aqueles que participam na investigação criminal (forças policiais que se deslocam ao local onde apareceu o cadáver) → e também os advogados e juízes que vão receber os relatórios da autópsia Tem que ter um entendimento preciso sobre a sequencia de fenômenos que envolvem a evolução do cadáver. Além da terminologia médico-legal empregada para a descrever, para não serem feitas interpretações erradas, além de considerar como lesões traumáticas fenômenos que resultaram da normal evolução da putrefação cadavérica. Basicamente, são processos que ocorrem após a morte. A pessoa morre e com isso passa por processos no corpo... Os fenômenos devidos à cessação das funções vitais podem ser divididos em dois grandes grupos: 1. ABIÓTICOS: 1.1 Imediatos: parada cardiorrespiratória, imobilidade do cadáver, perda da motilidade e tônus muscular e perda de consciência, de sensibilidade (tátil, térmica e dolorosa) 1.2 Tardios: desidratação, arrefecimento do corpo, ausência de circulação, dilatação pupilar, abertura das pálpebras e da boca, relaxamento esfincteriano (perda de fezes, urina e esperma). Os dois últimos ocorrem por conta da musculatura. O olho perde o brilho também. →→→ livores cadavéricos (hipóstases viscerais – livores são manchas vermelhas), rigidez cadavérica (rigor mortis) e flacidez cadavérica. →→→→→→ rigor mortis: início normalmente entre 2 horas após a morte atingindo o seu máximo até 8 horas. Porém, com o enrijecimento completo do cadáver esse irá amolecer em razão da putefração, que se inicia em média por volta das 18h a 24h após a morte. (pessoa fica dura durante 8 horas, fica do jeito que ele morreu, depois de 24 horas começa a amolecer... os livores cadavéricos (manchas vermelhas) acontecem pela perda da circulação) 2. TRANSFORMATIVOS: 2.1 Destrutivos: autólise (por acidificação dos tecidos) e putrefação organismos: aeróbios, aeróbios facultativos e anaeróbios →→→ fases de evolução: coloração (mancha verde de putrefação); de produção de gás (enfisema putrefativo); de liquefação; de esqueletização (primeiro são manchas verdes, depois começa a inchar, sair líquidos e depois esqueletiza) COLORAÇÃO: 1) fase da coloração: começa com mancha verde abdominal, que se forma primeiro na fossa ilíaca direita por causa da proximidade do ceco com a pele. O gás sulfídrico produzido pelas bactérias difunde-se pelos tecidos e se combina com a hemoglobina, formando a sulfoemoglobina ou sulfometemoglobina (que tem cor verde) →→→ período cromático: aparece cerca de 18 a 24 horas após a morte NOS MESES DE VERÃO e de 36 a 48horas no INVERNO. Enquanto se difunde a mancha verde, vai correndo intensa hemólise, que modifica a cor de vários tecidos. Nesse mesmo período, já há produção de gás suficiente para distender o abdômen e espremer os grandes vasos e o coração, empurrando o sangue para os vasos superficiais, que se tornam mais visíveis e de cor pardo-esverdeada escura, desenhando uma rede. É a circulação póstuma de Brouardel. (depois de 2 a 3 dias o corpo começa a boiar se o caso for de afogamento) →→→ período enfisematoso: resulta do aumento progressivo e rápido da produção de gases pela flora saprófila, agora já disseminada por todos os tecidos. Mas, para se notar o enfisema das partes moles (tecido subcutâneo e músculos), é necessário que se passem 2 a 3 dias. O máximo de intensidade pode ser atingido antes de uma semana, sempre na dependência da temperatura e umidade do ambiente. →→→ fases de liquefação/coliquação: é aquela em que se dá a deliquescência geral dos tecidos, com desaparecimento paulatino do enfisema e grandes perdas líquidas. Inicia-se cerca de 3 semanas após a morte. Nesse período, sucedem-se os esquadrões dos trabalhadores (vermes) da morte até a completa destruição das partes moles e a esqueletização do corpo. →→→ fase da esqueletização: é o resultado final do processo destrutito do cadáver qualquer que seja o ambiente. O tempo é extremamente variável conforme as condições climáticas e do ambiente (ar livre, solo ou água) 2.2 CONSERVADORES: →→→ saponificação (condições para o seu aparecimento, formação da adipocera, aspecto do cadáver saponificado): é um fenômeno raro, que produz material esbranquiçado, mole e um pouco friável, de aspecto céreo, que aparece nas partes moles gordurosas de um cadáver quando certas condições ambientais estão presentes, chamado de adipocera. Embora não percebida, a adipocera já começa a se formar após a 1ª semana, mas só a vemos quando os teores dos ácidos graxos atingem 70% ao cabo de 3 meses. Irá formar um sabão pra conservar, algo assim, oriundo da gordura do corpo da pessoa. →→→ mumificação (condições para o seu aparecimento, aspecto do cadáver mumificado): é um processo de conservação do cadáver que depende de condições que facilitem uma evaporação rápida, de modo a sustar o processo de putrefação - ocorre em ambientes de temperatura elevada, secos e bem ventilados, como em solos arenosos, de áreas com pouca precipitação pluvio- métrica. →→→ corificação (condições para o seu aparecimento, aspecto do cadáver corificado) A AUTÓPSIA MÉDICO-LEGAL: a autópsia médico-legal é necessária sempre que haja uma morte violenta: → acidente, suicído, homicídio - ou sempre que haja uma morte de causa indeterminada, que pelas circunstancias em que ocorre possa levantar suspeita de ter havido a atuação de um agente externo que tenha provocado a morte. Realizada no IML, determinadas pelo juiz da comarca ou das comarcas vizinhas conforme o que estiver protocolado. A AUTÓPSIA ANATOMO-CLÍNICA: a autópsia anatomo-clinica tem objetivos diferentes da autópsia medico-legal. Nesses casos, o cadáver tem uma causa de morte natural, há um diagnóstico clinico provável ou certo que precisa de um melhor esclarecimento durante a autópsia. (A médico-legal é obrigatória, essa anatomo-clinica tem que ser concedida pelos exames... exemplo> senhor morreu no hospital e os médicos não sabem o motivo, a 1ª autópsia era por determinação judicial. A técnica é a mesma para as duas autópsias) IMPORTANTE! a autópsia anatomo-clinica NUNCA pode ser realizada em casos de morte violente ou de suspeita de morte violenta. Nesse tipo de autópsia, é obrigação do médico que se tratava o individuo que faleceu, abordar a família ou o seu representante legal e depois de explicar os objetivos da autópsia, além de pedir autorização para a sua realização. Se possível, essa autorização deverá ser escrita e ficar junto ao processo clínico. Essas autópsias decorrem nos serviços de anatomia patológica dos hospitais. TÉCNICA GERAL DA AUTÓPSIA: a autópsia médico-legal deve ser sempre completa. Compreende: abertura da caixa craniana; caixa torácica; cavidade abdominal; por vezes a abertura do ráquis; e a exploração de qualquer outro segmento corporal, desde que isso possa contribuir para o completo esclarecimento dos objetivos da autópsia. As incisões das partes moles e as aberturas das estruturas ósseas, destinam-se a permitir: a observação in loco dos diferentes órgãos e sistemas; registrar as suas alterações morfológicas, patológicas ou traumáticas; permitir também a sua retirada e posterior observação e corte de forma individualizada com registro dos achados relevantes; se for relevante, pode ter coleta defluidos corporais e/ou viscerais para exames complementares. Depois disso, coloca as viceras no cadáver de novo MEIOS COMPLEMENTARES DE DIAGNÓSTICO: no decorrer da autópsia e dependendo do caso em análise, o médico pode solicitar exames complementares a saber: exames toxicológicos (alcoolemia, drogas de abuso, medicamentos, inseticidas, monóxido de carbono, drogas minerais, etc.); exames histológicos; exame bioquímico (humor vítreo); exame bacteriológico (sangue, urina, LCR, outro) RELATÓRIO DA AUTÓPSIA MÉDICO LEGAL: a autópsia médico-legal implica sempre a elaboração do respectivo relatório que deverá ser enviado no mais curto espaço de tempo à autoridade judicial que solicitou a sua realização. Um relatório de autópsia médico-legal, independentemente do caso em apreço, deve compreender sempre os seguintes capítulos: → informação (tipos de informação, social, clinica, policial, da imprensa escrita, outro...) → sinais relativos a identificação (sexo, idade, peso, altura, cor dos cabelos, cor da íris, descrição dentária, tatuagens, sinais particulares, anomalias) → exame do hábito externo (cabeça, pescoço, tórax, abdômen, região dorso-lombar, região perineal, membros) → exame do hábito interno (cabeça, pescoço, tórax, abdômen, região dorso-lombar, região perineal, membros) → meios auxiliares de diagnóstico → discussão e conclusões.
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