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• O aparelho urinário é formado por dois rins, dois ureteres, bexiga e uretra • A urina tem sua formação iniciada nos rins, pela filtração glomerular → indo para os ureteres até a bexiga e da bexiga para o exterior por meio da uretra • As principais funções dos rins são a excreção de produtos indesejáveis advindos do metabolismo → ureia, creatinina, acido úrico, bilirrubina, metabolitos de hormônios, toxinas e outras substancias o Regulação do balanço de água e dos eletrólitos → ajustando as intensidades de excreção para equilibrar com a ingestão o Regulação da osmolaridade dos líquidos corporais e da concentração de eletrólitos → 300mOsm o Regulação da pressão arterial a longo prazo pela excreção de sódio e água → e a curto prazo pela secreção de hormônios o Regulação do balanço acidobásico, da produção de eritrócitos, de 1,25-Di-hidroxivitamina D3 e da gliconeogênese • Os rins são órgãos retroperitoneais localizados na parede posterior do abdômen, entre as ultimas v. torácicas e a L3 → pesa cerca de 150g, em forma de feijão o Possui o hilo no lado medial de cada rim → passagem da artéria e veia renal, vasos linfáticos, suprimento nervoso e ureter • É revestido por uma cápsula fibrosa resistente → capsula adiposa e fáscia renal • Dividido em 2 regiões principais o Córtex externo → onde estão os glomérulos, localizado sobre as bases das pirâmides ▪ Parte chamada de arco cortical o Medula interna → dividida em 8 a 10 massas de tecido em forma de cone (pirâmides renais) • A base da pirâmide está voltada para o córtex, e seu ápice, a papila, para o hilo • Os ductos coletores dos néfrons se estendem através da papila das pirâmides, e drenam para os cálices renais, que drenam para a pelve, direcionando aos ureteres • Cada pirâmide renal e arco cortical associado, representam um lobo do rim → cada lóbulo renal é constituído por um raio medular e pelo tecido cortical que fica ao seu redor. COMPONENTES RENAIS • O rim é composto por 2 unidades funcionais básicas → néfron e túbulo coletor onde o néfron desemboca • Cada rim possui de 700k a 1,2M de néfrons, formados pelo → corpúsculo renal, túbulo contorcido proximal, alça de Henle e túbulo contorcido distal (desemboca no túbulo coletor, onde néfrons se unem) CORPÚSCULO RENAL • É onde o plasma é filtrado → área do néfron formada por um tufo de capilares, denominado glomérulo, envolvida pela cápsula de Bowman • Essa cápsula possui dois folhetos → o interno, formado por células epiteliais modificadas (podócitos), e um externo, chamado também de parietal o Entre esses dois folhetos existe o espaço de Bowman → recebe o líquido filtrado através da parede dos capilares e do folheto visceral da cápsula • Cada corpúsculo possui o lado vascular, por onde entra a arteríola aferente e sai a eferente o E um lado urinário, onde tem início o túbulo contorcido proximal, carregando o extra filtrado • Há também as células mesangiais, com capacidade contrátil e receptores de angiotensina II → quando ativados reduzem o fluxo sanguíneo glomerular, diminuindo a taxa de filtração • Caso o corpúsculo esteja localizado na região corticomedular, o néfron é chamado de justamedular → se na região cortical, é denominado néfron cortical APARELHO JUSTAGLOMERULAR • Fica no hilo do glomérulo → formado pela porção terminal da arteríola aferente + mácula densa + uma região mesangial extraglomerular + arteríola eferente • Participa do feedback do SRAA → atua na regulação da excreção de sódio pelo organismo • O fluido que chega aos capilares glomerulares é filtrado, saindo do glomérulo e entrando no espaço de Bowman através de uma barreira de filtração, a membrana dos capilares glomerulares → formada pela parede endotelial do capilar, lâmina basal e podócitos → formam o folheto visceral da cápsula o O endotélio é repleto de fenestrações, com células cheias de cargas negativas fixas → impede a passagem de proteínas plasmáticas o Os podócitos são formados por um corpo celular de onde partem prolongamentos que circundam os capilares → possuem fendas onde passa o filtrado, e também possuem carga elétrica negativa o A lâmina basal glomerular possui 3 camadas → lâminas raras, interna e externa, e a lâmina intermediária densa, formada por colágeno tipo IV ▪ Possui espaços que deixam filtrar agua e pequenos solutos, mas impedem as proteínas ❖ A função renal é proporcional à form ação deste filtrado → quantificado pela TAXA DE FILTRAÇÃO GLOMERULAR (TFG). • Os milhões de glomérulos filtram cerca de 120 180L de plasma por dia → média de 140 L/dia → 80-120 ml/min de filtrado → TFG normal • Este filtrado é coletado pela cápsula de Bowman e vai para o sistema tubular, pelo túbulo contorcido proximal o O sistema tubular reabsorve 99% do conteúdo filtrado, chegando a 1 3L de urina por dia DETERMINANTES DA INTENSIDADE DE FG • Determinada pela soma das forças hidrostáticas e coloidosmóticas da membrana glomerular, pressão efetiva de filtração e pelo coeficiente de filtração capilar glomerular 1. Pg – P hidrostática glomerular → promove filtração → 60mmHg 2. Pb – P. hid. na cápsula de Bowman → opõe a filtração → 18mmHg 3. πc – P. oncótica no capilar → opõe a filtração → 32mmHg 4. πb – P oncótica das proteínas na cápsula de Bowman → promove filtração → 0mmHg REGULAÇÃO DA FILTRAÇÃO • O filtrado é formado devido à alta pressão hidrostática dentro dos capilares glomerulares, mesmo que em oposição as outras forças → oncótica do plasma, do líquido contido nos túbulos e do interstício renal o Essa pressão mantém-se constante pela autorregulação da taxa de filtração glomerular • As variações pressóricas são prejudiciais aos rins • Mecanismo de autorregulação → o fluxo sanguíneo renal fica constante mesmo com variações da PA, que determina a perfusão renal, pela adaptação do tônus da arteríola aferente o O aumento da PA faz com que ela constrinja e a redução com que dilate ❖ VASOCONSTRIÇÃO DA ARTERÍOLA EFERENTE → a arteríola eferente é mais musculosa e tem mais chance de se contrair • Contrai em resposta a liberação de Angiotensina II, se baixo fluxo renal → aumenta a pressão intraglomerular e evitando que a TFG diminua ❖ VASODILATAÇÃO DA ARTERÍOLA AFERENTE → os estímulos que liberam Angiotensina II liberam substâncias vasodilatadores da arteríola aferente • Sua dilatação aumenta o fluxo sanguíneo renal e a pressão intraglomerular ❖ FEEDBACK TÚBULO-GLOMERULAR → MÁCULA DENSA ajusta a filtração de acordo com o fluxo de fluido tubular, e depende da reabsorção de cloreto por suas células • Numa redução inicial da TFG, menos NaCl vai chegar à macula densa → a redução na absorção vai ser sentida pelas células justaglomerulares da arteríola aferente, fazendo a vasodilatar para corrigir o O contrário (aumento da TFG) é o mesmo ❖ RETENÇÃO HIDROSSALINA E NATRIURESE → baixo fluxo renal e redução de reabsorção de cloreto na macula densa são estimuladores da secreção de renina pelas células JG, que forma angiotensina II. • Ela estimula a produção de Aldosterona pelas suprarrenais → hormônio retentor de sódio e água pelos túbulos renais. o A retenção volêmica contribui para a restauração da TFG e fluxo renal. • O efeito contrário → inativa o SRAA, e, somado a liberação da PNA nos estados hipervolêmico → induz a natriurese, reduzindo a volemia e retornando TFG para o normal • Formado por células epiteliais cuboidais que possuem um citoplasma acidófilo, e prolongamentos laterais que se interdigitam com células adjacentes → são células com alta capacidade metabólica (muitas mitocôndrias) o Apresentam microvilosidades que formam borda em escova na borda luminal → aumenta absorção • O TCP possui transporte através de vesículas de pinocitose, que devolvem para a célula e posteriormente para o sangue, macromoléculas que atravessaram a barreira de filtração• A função principal do TCP é absorver a glicose e aminoácidos que atravessaram a barreira de filtração, além de 70% da água do ultrafiltrado → junto com bicarbonato na primeira metade e NaCl na segunda, além de íons cálcio e fosfato em menor quantidade. o O Na é reabsorvido p/ o sangue de forma ativa pela NaKATPase na porção basolateral da membrana → aqui o Na (tambem glicose, aminoácidos e bicarbonato) diminui muito, mas sua concentração e osmolaridade ficam constantes uma vez que a agua é absorvida igualmente • Ocorre também a secreção substâncias para o lúmen do túbulo através das células → como creatinina e ácidos orgânicos, fármacos e toxinas • Consiste em 3 partes → segmento descendente fino, ascendente fino e o ascendente espesso. • Os segmentos finos tem membranas epiteliais finas, sem borda em escova, com poucas mitocôndrias e pouca atividade metabólica • A porção descendente fina é muito permeável à água e pouco permeável a maioria dos solutos, como ureia e sódio → 20% da água filtrada é reabsorvida na AH e quase tudo isso ocorre aqui • O componente ascendente todo tem a parte espessa se iniciando na metade do componente → com células epiteliais espessas e grande atividade metabólica → reabsorção ativa de Na, Cl e K o Essas duas áreas ascendentes são praticamente impermeáveis à água ❖ Aproximadamente 25% das cargas filtradas de Na, Cl e K são reabsorvidos na AH, a maioria no componente espesso → quantidades significativas de íons como cálcio, bicarbonato e magnésio, também • A grande reabsorção dos solutos aqui se deve as várias bombas NaKATPase na membrana basolateral da célula epitelial → que diminui a concentração intracelular destes e cria gradiente eletroquímico que impulsiona os solutos para dentro das células o Exemplo → a movimentação de Na através da membrana luminal mediada pela proteína de cotransporte de 1Na- 2Cl-1K, que utiliza a energia potencial liberada pela difusão do Na p/ o intracelular, p/ conduzir a reabsorção de K e Cl p/ dentro da célula • O componente ascendente espesso também tem um mecanismo de contratransporte de sódio e hidrogênio, na parte da membrana celular luminal → faz o papel de reabsorver Na e secretar H nesse segmento o Existe uma carga positiva do lúmen tubular em relação ao interstício (+8 mV), causada pelo retrovazamento de íons K para o lúmen por canais proteicos → isso causa reabsorção paracelular de cátions Mg²⁺, Ca²⁺, Na⁺ e K⁺, no componente espesso ascendente • O líquido tubular no componente ascendente fica muito diluído à medida que flui em direção ao túbulo distal, pela impermeabilidade a agua ❖ O componente ascendente espesso da alça de Henle é o local de ação dos diuréticos “de alça” → furosemida, ácido etacrínico e bumetanida o Inibem a ação da proteína de cotransporte de 1-sódio, 2-cloreto, 1-potássio. • O segmento espesso do componente ascendente da alça de Henle se esvazia no túbulo distal • A primeira porção deste forma a mácula densa → células epiteliais agrupadas, parte do complexo justaglomerular, que fornece controle por feedback da FG e do fluxo sanguíneo do néfron • A porção seguinte apresenta características de reabsorção do segmento espesso ascendente da alça de Henle → reabsorve avidamente a maioria dos íons, mas é praticamente impermeável a água e a ureia • Aproximadamente 5% da carga filtrada de NaCl é reabsorvida no túbulo distal inicial o O cotransportador de sódio-cloreto move NaCl do lúmen tubular para a célula, e a bomba NaKATPase transporta Na para fora da célula através da membrana basolateral • Os diuréticos tiazídicos inibem o cotransportador de sódio e cloreto • A segunda metade do túbulo distal e o túbulo coletor cortical subsequente funcionam praticamente da mesma forma → compostos por dois tipos distintos de células o CÉLULAS PRINCIPAIS, que reabsorvem Na e H2O do lúmen enquanto secretam K para o lúmen o CÉLULAS INTERCALADAS, divididas em tipo A e B, responsáveis por regular o equilíbrio ácido básico. CELULAS PRINCIPAIS • Reabsorvem Na e H2O e secretam K para o interior da luz → dependem da atividade da bomba Na-KATPase na membrana basolateral celular o Ela mantém baixa a concentração de Na intracelular e favorece a difusão → ele sai por canais de saída de Na específicos e não por cotransportadores • A secreção de potássio envolve duas etapas → K penetra na célula em virtude da bomba Na-K-ATPase que mantém alta a concentração intracelular de potássio o Depois, o K intracelular difunde-se ao favor de seu gradiente, através da membrana luminal para o líquido tubular • A reabsorção no TCP e AH retornam a maior parte do K pro sangue → pra ajustar essa quantidade nos líquidos corporais de acordo com a ingestão dietetica, o TCD e DC secretam K. ❖ Ali agem diuréticos que poupam potássio, como... • Espironolactona e eplerona → antagonistas do receptor mineralocorticoides → competem com a aldosterona e inibem efeito estimulante na reabsorção de sódio e secreção de potássio • Amilorida e triantereno → bloqueadores de canal de sódio das membranas luminais, reduzindo quantidade de sódio absorvida na membrana basolateral → reduzindo a secreção de K CÉLULAS INTERCALADAS • Reabsorvem K e HCO3, e secretam H pelo mecanismo de transporte hidrogênio-ATPase • O hidrogênio é gerado pela ação da anidrase carbônica sobre a água e o CO2, formando ácido carbônico → íons hidrogênio são, então, secretados para a luz do túbulo o Para cada íon hidrogênio secretado, um bicarbonato fica disponível para ser reabsorvido através da membrana basolateral ▪ As células tipo A secretam H+ (acidose) e as tipo B secretam bicarbonato (alcalose) • A secreção de hidrogênio é diferente da no túbulo proximal → secreta contra o gradiente de concentração • Também podem reabsorver potássio e são importantes na regulação ácido-base dos líquidos corporais → cerca de 30% a 40% das células presentes nos túbulos e ductos coletores • Reabsorvem menos de 10% da água e do sódio filtrados → constituem um local final de processamento da urina e desempenham papel na determinação do débito urinário final e quantidade final de solutos o Possuem células cuboides com superfícies lisas e poucas mitocôndrias • O controle feito pelo nível de ADH → altos níveis de ADH promove alta reabsorção e vice-versa → altera a permeabilidade dos segmentos a agua por meio de aquaporinas • É permeável à ureia → possuindo transportadores específicos → parte dessa é reabsorvida pelo interstício medular o Ajuda a elevar a osmolalidade e contribui para a capacidade de formação de urina concentrada • Secreta íons hidrogênio contra um gradiente de concentração → regulação ácido-base do corpo. • O ducto coletor medular interno é o único segmento do néfron com um sítio de ação aos peptídios atriais natriuréticos O INTERSTÍCIO RENAL • É consideravelmente escasso na camada cortical, aumentando conforme for se aprofunda na medula • Contém pequena quantidade de tecido conjuntivo, fibras colágenas, fibroblastos, macrofagos e células intersticiais → ultimas responsáveis por produzir a eritropoietina do organismo, em sua maioria. ❖ SUPRIMENTO SANGUÍNEO RENAL • Utiliza 22% do debito cardíaco → 1100 mL/dia • Sendo feito principalmente pela artéria renal através do hilo → artérias interlobares → aa arqueadas → aa interlobulares → aa aferentes → capilares glomerulares • Nos capilares glomerulares muito líquido e soluto (menos proteínas plasmáticas) é filtrado do sangue para formação da urina o Os capilares de cada glomérulo se juntam → formam aa eferentes → capilares peritubulares circundando os túbulos renais o Há ausência de anastomoses entre as divisões da artéria renal → obstrução de uma dessas divisões ocasiona isquemia parcial do órgão (porem possui anastomose venosa) • Os capilares glomerulares ficam entre duas arteríolas,em vez de entre uma arteríola e uma vênula → faz com que as arteríolas aferentes e eferentes auxiliem na regulação da pressão hidrostática o Alta pressão dos capilares glomerulares (60 mmHg) → filtração rápida de líquidos e eletrólitos o Baixa pressão dos capilares peritubulares (13 mmHg) → reabsorção rápida; • Após a passagem do sangue pela rede de artérias e capilares, ocorre o retorno venoso por veio dos vasos que cursam paralelo aos vasos arteriolares o Capilares peritubulares (reabs) → veia interlobular → veia arqueada → veia interlobar → veia renal • O sódio é o principal íon responsável pelo controle osmótico dos fluidos corporais → sua concentração sérica, a NATREMIA, é importante ser mantida na faixa de normalidade → entre 135-145 mEq/L • A osmolaridade de uma solução é a razão entre a massa total de soluto e o volume total de solvente, sendo expressa em mOsm/L. o A diferença de osmolaridade entre 2 compartimentos fluidos, separados por uma membrana semipermeável, cria uma pressão osmótica → promove transferência de água do compartimento menos concentrado para o mais concentrado, até chegar a um ponto de equilíbrio • A membrana plasmática é como uma membrana semipermeável, separando os compartimentos intra e extracelular → no equilíbrio a osmolaridade do IC e EC se igualam, variando de 275 a 290 mOsm/L. o A osmolaridade plasmática pode ser calculada pela seguinte fórmula ▪ Osm plasmatica = 2 x [sodio] + [glicose]/18 + [Ureia]/6 • A natremia é a maior determinante da osmolaridade plasmática, influenciando diretamente → dos 290 mOsm, 280 representam o Na ❖ Osmolaridade efetiva / tonicidade → dada pela concentração de solutos que não passam livremente pela membrana plasmática, podendo exercer efeito osmótico entre os compartimentos IC e EC • Embora os solutos nos nossos líquidos sejam osmoticamente ativos (contribuem para a osmolaridade total do meio), nem todo soluto é osmoticamente efetivo → como a ureia o Passa livremente pela membrana das células (molécula lipossolúvel) → faz sua concentração plasmática ser igual à concentração intracelular ▪ NÃO contribui para a tonicidade, ainda que contribua para a osmolaridade total o A fórmula da osmolaridade plasmática efetiva (tonicidade) contém apenas o sódio e glicose ▪ Osm pl (efetiva) = 2 x [Sódio] + [Glicose]/18 • As alterações da osmolaridade efetiva provocam oscilações no volume celular, causando uma série de influências em células → principalmente em neurônios, que não toleram bem essa variação. • Assim, existem importantes mecanismos para manter o controle osmótico, sendo os dois HORMÔNIO ANTIDIURÉTICO (ADH) • Hormônio produzido pelos núcleos supra ópticos e paraventricular do hipotálamo, armazenado nos terminais axonais da neuro-hipófise onde é liberado para o sistema → centro osmorregulador o Quando ocorre uma queda ou aumento da osmolaridade normal de 275 mOsm/L ocorre a supressão ou liberação desse hormônio, respectivamente • O ADH circulante tem sua ação no túbulo coletor, estimula a incorporação de canais de água na membrana luminal (aquaporinas) → torna as células tubulares altamente permeáveis a água o Isso causa reabsorção e uma concentração elevada da urina → quanto mais ADH, mais reabsorve • Caso a concentração de ADH diminua, as aquaporinas se fecham → urina mais diluída. o A concentração pode chegar a 800-1400 mOsm/L, ou ate 50-70 mOsm/L • A água consegue passar do túbulo coletor para as células por conta do interstício da medula renal hiperosmolar → mecanismo de contracorrente. • Outros tipos de estímulos promovem a secreção ou inibição da secreção de ADH, independente da osmolaridade → por exemplo a redução de pelo menos 8% no volume circulante no leito arterial A SEDE • O centro da sede é representado por um grupo de neurônios no hipotálamo anterior → se ativam com aumento da osmolaridade sérica acima de 290 mOsm/L. • A sede é o principal fator protetor contra a hiperosmolaridade → mais importante até que o ADH • É pelo mecanismo da sede que ocorre a ingestão de mais água → podendo corrigir déficit de água livre gerado por exercício físico intenso, por exemplo → aumenta a osmolaridade e estimula o ADH o Isso não é suficiente, porém, para corrigir a hiperosmolaridade → o déficit de agua livre geralmente é maior do que o rim pode conservar • A ingestão hídrica irá resgatar a homeostase osmolar do individuo • É caracterizado pelo excesso de agua no organismo, implicando em uma concentração de Na⁺ < 135 mEq/L → considerado o distúrbio eletrolítico mais comum em pacientes hospitalizados o O estado hipotônico é definido pela osmolaridade plasmática menor que 275 mOsm/L → ocorre por conta do excesso de água no organismo em relação ao sódio • Possui prevalência de 12-18% em pacientes internados em unidades de terapia intensiva. o A prevalência é associada a desfechos desfavoráveis, como aumento no tempo de permanência hospitalar, necessidade de internamento em UTI, etc. o Recentemente foi associada ao aumento da mortalidade de pctes renais crônicos em hemodiálise • Geralmente causada pela falha em excretar água normalmente → pode ocorrer também se houver ingestão de água superior a capacidade máxima de excreção do indivíduo, causando hiponatremia. • As causas gerais podem ser divididas em três grupos, sendo elas: • Hiponatremia relacionada a diminuição da volemia → a perda primária de volume faz com que ocorra aumento da secreção de ADH por mecanismos não osmóticos (barorrecepctor-dependente) o Deixando os rins incapazes de excretar água livre • Pode ser subdividida em dois grupos, conforme a quantidade de sódio na urina HIPONATREMIA HIPOVOLÊMICA COM SÓDIO URINÁRIO BAIXO • Ocorre em perdas extra renais de volemia → vômitos, diarreias ou hemorragias • Faz com que o sódio urinário seja < 20 mEq/L, devido a reabsorção tubular de Na mediada pela queda da natriurese pressórica e mecanismo aldosterona dependente o Hiponatremia secundária a insuficiência renal aguda pré-renal. HIPONATREMIA HIPOVOLÊMICA COM SÓDIO URINÁRIO ALTO • Ocorre em síndromes perdedoras de sal por via renal → sódio urinário > 40 mEq/L • A causa mais comum para isso são ❖ DIURÉTICOS TIAZÍDICOS → importantes causadores no ambulatório e enfermaria • Agem no túbulo contorcido distal, inibindo a reabsorção de NaCl não acompanhada de água • Causa prejuízo na diluição do fluido tubular distal, contribuindo para a menor excreção de agua livre que ocorra uma maior excreta de água ❖ HIPOALDOSTERONISMO → é uma causa clássica, já que na deficiência de aldosterona ocorre déficit de reabsorção de Na, induzindo a hipovolemia → estimula a secreção de ADH ❖ SÍNDROME CEREBRAL PERDEDORA DE SAL → ocorre na primeira semana após uma lesão cerebral grave • Ocorre uma hiperativação simpática que leva a um aumento da natriurese pressórica → ou seja aumenta a PA sistêmica, aumentando a filtração glomerular e natriurese • Uma secreção anormal de peptídeo natriurético cerebral também pode ser mecanismo o Estimula diretamente a perda de Na pelos túbulos, aumentando a excreção de água com Na • Tais pctes são geralmente hipovolêmicos, com sódio urinário e fração excretória de sódio elevados, além de poliúricos na fase inicial o A poliuria da lugar a redução do debito urinário, a medida que a volemia se reduz e ocorre aumento de ADH, ocorrendo excreção de urina mais concentrada • Hiponatremia que tem como causa o aumento da água corporal total → marcada pelo edema • A Insuficiência Cardíaca Congestiva e a Cirrose Hepática são as causas mais comuns → reduzem o volume circulante efetivo, presente no leito arterial o Quando há ascite nessas doenças, o liquido é retido no sistema venoso, interstício e serosas → sendo deslocado do leito arterial o Rim responde como se estivesse sendo hipoperfundido, com menorTFG e retendo sódio proximalmente → induz a secreção de ADH, ativação do SRAA e sistema simpático ▪ A concentração urinária fica aumentada, há maior retrodifusão passiva de água para o interstício • Na Insuficiência Renal → a queda da taxa de filtração glomerular abaixo de 10-20% predispõe a hiponatremia o Isso porque uma maior quantidade de solutos tem que ser excretada em casa nefron funcionante, comprometendo a capacidade de diluição urinaria o Em casos graves a osmolaridade não cai abaixo de 200-250 mOsm/L → o pcte não consegue eliminar um eventual excesso de agua ingerido, podendo desenvolver a hiponatremia • Hiponatremia não associada a uma alteração da volemia, ou não há exames que sugiram a alteração HIPONATRIMIA NORMOVOLEMICA COM DIURESE HIPERTONICA • Principal mecanismo é a incapacidade renal de excretar agua livre → secundaria a hipersecreção de ADH o Sódio urinário > 40 Eq/L e a osmolaridade urinária é > 100 mOsm/L • 3 causas → insuficiência suprarrenal, hipertireoidismo, uso de ecstasy, SIAD • Insuficiência Suprarrenal Secundaria → hipossecreção de ACTH pela hipófise → o hipocortisolismo isolado estimula a produção e liberação de ADH o Exerce feedback negativo sobre a produção hipotalâmica de ADH ❖ Síndrome da Antidiurese Inapropriada • Representa uma das principais causas de hiponatremia na pratica • Acontece quando há secreção de ADH sem que haja um estímulo fisiológico, osmótico ou não o Assim, há aumento dos níveis circulantes do ADH → redução na excreta de água, que com a ingestão de líquidos hipotônicos (como água pura) leva a uma hiponatremia. • Entre as principais causas estão neoplasias → ADH secretado por uma síndrome paraneoplásica o Doenças pulmonares → pneumonias, ca de pulmão e até ventilação mecânica com PEEP podem desencadear Distúrbios do SNC → AVC, hemorragia subaracnóidea e neurocirurgias o Drogas → antidepressivos, opióides, anticonvulsivantes e a ciclofosfamida estão entre as drogas mais comum que desencadeiam a síndrome o Um reajuste do “osmostato” hipotalâmico também pode causar → gera um novo alvo para a osmolaridade do plasma → típico de pctes desnutridos o Uma resposta normal do ADH em estados hipertônicos, seguida de falha na supressão após a correção da hiperosmolaridade o Mutações genéticas do tipo “ganho de função” nos receptores V2 do ADH no túbulo coletor ❖ Na SIAD, ocorre hiponatremia hipotônica em pctes normovolemicos • Há uma hiperativação dos receptores de ADH → pctes com urina bem hipertônica para o grau de hiponatremia o Hiponatremia de 120 deveria ter osmolaridade urinaria de 50-70, porem fica acima de 100 • A retenção hídrica leva a super hidratação e edema celular, prejudicando os neurônios • A volemia é mantida → devido a liberação de peptídeo natriurético atrial → mantem a excreção de Na elevada > 40, junto com a excreção de acido úrico (hipouricemia) • Para confirmação de SIADH, é necessário a confirmação de que a hiponatremia seja a associada a hipotonicidade → a função renal, cardíaca, hepática, tireoidiana e adrenal devem estar normais e o pcte não deve estar em uso de diurético tiazídico. HIPONATREMIA NORMOVOLEMICA COM DIURESE HIPOTONICA • Único grupo que cursa com osmolaridade urinaria baixa (<100 mOsm/L) • O distúrbio primário pode ser o influxo de soluções hipotônicas ou a baixa ingestão de solutos o No 1, a resposta renal é apropriada e urina fica extremamente diluída → a interrupção de fluidos hipotônicos da inicio a recuperação do quadro o No 2, há déficit de solutos, prejudicando a excreção da agua livre • Polidipsia primária → distúrbio comum em pctes psiquiátricos, que ingerem líquidos compulsivamente o Uma ingesta > 16L excede a capacidade renal de eliminação de agua, levando a hiponatremia o Urina extremamente diluída • O consumo diário excessivo de bebidas alcoolicas, pobres em soluto, é em geral associado a ingesta baixa de alimentos e sal → uma vez que o etanol tem calorias o Isso leva a grande eliminação de água com íons • Hiponatremia relacionada a sindromes hiperglicêmicas do diabético → cetoacidose e estado hiperosmolar não cetotico • Um aumento grande da glicemia é capaz de elevar a osmolaridade plasmática o suficiente para “puxar” agua para fora das células, diluindo o sódio sérico o Para cada 100 pontos de aumento na glicemia, há redução em media de 1,6 pontos na natremia → o sódio corrigido deve ser calculado somando 1,6 a natremia mensurada, para cada 100p de aumento de glicemia ❖ Pseudo-hiponatremia • 1ª coisa que tem que se afastar • Sódio está baixo, em virtude do espaço que essas substâncias ocupam na fase aquosa de uma amostra de sangue → mas a concentração de sódio está normal em relação aos líquidos corporais o Quando grandes quantidades de macromoléculas ou lipídios estão presentes, a quantidade de água por unidade de volume de plasma fica diminuída • Osmolaridade normal o Hipertrigliceridemia o Hiperproteinemias • Em pessoas sem lesões neurológicas, a hiponatremia hipotônica sintomática começa a manifestar quando o sódio plasmático cai agudamente (horas) para < 125 mEq/L o Em muito idosos ou com hipertensão intracraniana < 130 já é deletério • A hiponatremia reflete na maioria das vezes um distúrbio de hiposmolaridade plasmática → há transferência de agua extracelular para o intra, causando “edema” celular • Os neurônios são mais sensíveis ao aumento de volume → intoxicação hídrica → surge o edema cerebral neuronal (citotóxico) o Sinais/sintomas neurológicos → encefalopatia hiposmolar → cefaleia, náuseas/vômitos, cãibras, agitação, desorientação, letargia, sonolência, hiporreflexia, rigidez, tremor, nistagmo, ataxia, fasciculações, distonias e eventualmente sinais piramidais localizados • Se Na < 110-115, é frequente a crise convulsiva tonico clonica generalizada → mortalidade ate 50% o Estupor, coma, HA intracraniana, lesão cerebral, herniação cerebral, apneia e óbito ❖ Quando a hiponatremia hipotônica se instala lenta e progressivamente (> 48h) é comum o pcte ser assintomático, mesmo se o Na estiver muito baixo → neurônios tem mecanismo protetor contra o edema celular subagudo o Eliminam solutos para ficarem com a osmolaridade intracelular reduzida → reduz a entrada de agua e evitando/reduzindo o edema neuronal • Nesse caso não se pode corrigir abruptamente a hiponatremia, uma vez que o neurônio esta hiposmolar → se a osmolaridade plasmática for corrigida rapidamente, o extraelular fica hiperosmolar, causando desidratação neuronal • A correção rápida também faz uma disfunção da barreira hematoencefálica → constituintes do sistema imune podem penetrar e atacar oligodendrócitos, causando desmielinização ❖ Há evidência que sugere que a hiponatremia crônica aumenta as chances de quedas e fraturas no idoso • Uma vez que produz discreto comprometimento cognitivo → marcha instável e quedas o Provavelmente ocorre por perda de glutamato (neurotransmissor envolvido na marcha) como um osmol durante a adaptação do cérebro à hiponatremia crônica • Contribui diretamente para a osteoporose e aumenta a fragilidade óssea pela indução de reabsorção óssea aumentada para mobilizar depósitos de sódio no osso → devido ao sódio ec baixo • O tratamento depende da velocidade de instalação do quadro (aguda ou crônica), da gravidade dos sintomas e de outras variáveis • Tratamento tem como objetivo prevenir maiores reduções no sódio sérico → reduzindo a pressão intracraniana dos pctes com risco de herniação, além de aliviar os sintomas gerais ❖ Tempo De Instalação Da Hiponatremia • Aguda (menor que 48h) → geralmente ocorre por infusão excessiva de fluidos hipotônicos parenterais ou intoxicação por excesso da ingestão de água. • Crônica (maior que 48h) → mais comum quando não se consegue determinar o tempo da instalação ❖ Classificação de acordo com ovalor do sódio sérico • Leve → 130-134 mEq/L. • Moderada → 120-129 mEq/L. • Grave → menor que 120 mEq/L ❖ Classificação Quanto à Gravidade Dos Sintomas • Sintomas graves → Convulsão, Obnubilação, Coma e Parada respiratória • Sintomas leves a moderados → Cefaléia, Fadiga, Letargias, Náuseas, Vômitos, Tontura, Confusão mental, Distúrbio de marcha, Cãibras. HIPONATREMIA CRÔNICA OU SINTOMAS MODERADOS • Tratamento pode ser feito com solução salina a 3% → 8-9 mEq/L a cada 24h PACIENTES COM HIPONATREMIA AGUDA GRAVE • São pctes que se apresentam com coma ou convulsões → hiponatremia ocorre tão rapidamente que o SNC não teve tempo para se adaptar • Necessário elevar a natremia em 4 a 6 mEq/L, sendo usado o 50-150 mL de salina hipertônica, usualmente a 20% → dose de 50 mL a cada 30 min, não ultrapassando 150 ml o Em pacientes hipovolêmicos, pode usar furosemida para ajudar com o controle volêmico. • Após o uso da salina hipertônica, pode ser feito a correção de sódio em no máximo 8-9 mEq/L a cada 24h, para evitar a síndrome de desmielinização osmótica. • A monitorização do sódio sérico deve ser feita a cada 2 horas. HIPONATREMIA HIPOVOLÊMICA • Identificar e tratar a doença de base causadora → diarréia, vomito... • Seguindo com soro fisiológico a 0,9% até a melhora dos sintomas HIPONATREMIA HIPERVOLÊMICA • Identificar e tratar a doença de base → Insuficiência cardíaca, cirrose etc. • Fazer a restrição de sódio e restrição de água (o problema é o excesso de água), e usar diuréticos como os de alça e tiazídicos para eliminação da água em excesso. • Caso o quadro de hipervolemia seja grave, pode ser feito hemodiálise. HIPONATREMIA CRÔNICA/ASSINTOMÁTICA • Terapia múltipla para o tratamento → restrição de água em excesso, repondo só aquilo que o pcte urinar • Deve aumentar ingesta de proteínas para promover a perda de água livre, em alguns casos pode ser dado ureia oral (15-60g/dia) ou furosemida associada com sal de cozinha. HIPONATREMIA AGUDA/SINTOMÁTICA • Tratamento feito com NaCl 3% (mistura de 850 ml de soro glicosado + 150 ml NaCl 20%), respeitando os 8 mEq/L a cada 24 horas, usando a fórmula de adrogue • Quadro em que a concentração de sódio sérico fica >145 mEq/L → geralmente associado a hipovolemia por conta da perda de água que ocorre por causas renais ou extra renais o Em casos raros pode ocorrer por sobrecarga de sódio pelo uso de salina hipertônica ou NaCl via oral, ou consumo de potássio sem consumo de água • Sua incidência varia de 0,5% a 3,4% no momento da admissão hospitalar → cerca de 0,5% dos pctes que procuram o departamento de emergência • Ocorre durante a internação em até 7% dos pacientes admitidos no DE • Duas condições são necessárias → perda de agua livre ou fluidos hipotônicos, e incapacidade de ingerir ou ter acesso a líquidos • Em situações de normalidade, ocorre uma perda de 400-900 ml de água por dia de forma insensível • O mecanismo da sede é o responsável pela “proteção” contra hipernatremia → se houver alguma alteração do mecanismo, ocorre um maior risco de desenvolvimento de hipernatremia o Por isso na pratica a hipernatremia acontece em recém natos, lactentes, idosos, pctes intubados e com rebaixamento de consciência ou gravemente enfermos → não tem acesso a agua PERDA DE AGUA LIVRE • Além dos valores normais de água que pode ser perdida por dia de forma insensível, pode ocorrer a perda por conta de: o Causas renais → diabetes insipidus (deficiência de déficit de ADH), uso irregular de diuréticos (manitol principalmente), diabetes mellitus descompensada o Causas extra renais → vômitos e diarreias aquosas, perdas insensíveis aumentadas, como exposição constante a altas temperaturas Aumento das Perdas Cutâneas • Estão entre as causas mais comuns de perda de agua livre e hipernatremia • A exposição a ambientes quentes, é causa comum de desidratação em lactentes e idosos o Exercícios prologados, queimaduras, febre alta também constituem causas • O suor é derivado do líquido extracelular e a maior parte do sódio é removida pelas glândulas sudoríparas o À medida que a produção de suor aumenta, a concentração sérica de sódio aumenta, pois o suor é hipotônico para o plasma → promove a perda de água livre • A perda obrigatória de água devido ao suor e as perdas evaporativas transdérmicas devem ser repostas para evitar hipernatremia Perda respiratória • Indivíduos com hiperpneia ou taquipneia perdem quantidade expressiva de água livre pela respiração • Se não beberem água ou receberem fluidos hipotônicos, podem desenvolver hipernatremia. ❖ DIABETE INSIPIDUS • Situação em que há insuficiência de ADH → por déficit de produção no hipotálamo ou de sua liberação na neuro hipófise (DI central) o Ou por resistência a ação periferia (renal) do hormônio (DI nefrogenico) → drogas contendo lítio, anfotericina B ou aciclovir podem causar, além de hipercalemia ou hipopotassemia • O quadro cursa com poliúria (excreção maior que 3L por dia), uma vez que não ocorre formação dos canais de aquaporina → sendo a urina bem clara e diluída o Polidipsia também é queixa principal → diagnostico diferencial com DM e polidipsia primaria • Para diferenciar os dois (central ou nefrogênico) se faz o teste de restrição hídrica o É usado a medicação DDAVP (desmopressina), similar ao ADH → se o pcte melhorar a poliúria, a causa é central • É mais típico no pós operatório de cirurgias neurológicas → geralmente transitório PERDAS DE FLUIDOS HIPOTONICOS Perdas gastrointestinais • Perdas gastrointestinais superiores e inferiores podem resultar em hipernatremia quando a ingestão de água é limitada o A perda de secreções gástricas (devido a vômitos ou drenagem) e secreções do ID têm concentração de sódio bem abaixo da concentração plasmática e promove hipernatremia • Diarreia Osmótica → a presença grande de uma substância alimentar não absorvível pelo tgi causa diarreia por efeito osmótico. o O líquido diarreico contém baixas concentrações de sódio e potássio → perda de água em excesso e perda eletrólitos leva à hipernatremia • Boa parte das gastroenterites infecciosas cursa com esta diarreia, pela má absorção dos açúcares pela lesão do epitélio intestinal o Outras causas são o uso de certos laxantes, sorbitol, lactulose, manitol e enteropatias crônicas Diurese Osmotica • A perda de água livre na urina pode levar à hipernatremia se não for substituída → geralmente, esse é um problema em pacientes com diabetes insipidus o Glicose > 180 mg/dl excede o limiar renal de reabsorção de glicose → eliminação de glicose, que leva agua consigo • Urina rica em glicose e agua e pobre em Na → hipernatremia • A hiperntremia pode se esconder pelo efeito translocacional hiponatremico da hipeglicemia → após reposição de insulina e correção da hiperglicemia, a hipernatremia aparece • Essa diurese também pode ser causada pelo uso do manitol e aumento da ureia urinaria DÉFICIT DE INGESTÃO DE ÁGUA • Pode ocorrer por desregulação do centro da sede → normal em idosos, em que o valor osmótico precisa ser maior para gerar a sede • Pode desenvolver hipernatremia ou defeitos no centro da sede → hipodpsia hipotalâmica EXCESSO DE NA⁺ OU SOLUÇÕES HIPERTONICAS • Pode ocorrer por erros intra hospitalar, em que é feito soluções com fluidos hipotônicos em excesso o Ou por uma ingestão de grandes quantidades de sódio, ou excesso do uso de mineralocorticoides • Hiperaldosteronismo primário → excesso de hormônios mineralocorticoides, como aldosterona, ocorre nos adenomas ou adenocarcinomas suprarrenais ou na hiperplasia suprarrenal idiopática o Principais consequências são a HAS por hipervolemia crônica e hipocalemia + alcalose metabólica • Pctes frequentemente possuem hipernatremia discreta, devido ao reajuste do osmostato hipotalâmico pela hipervolemia. • Na síndromede Cushing, o excesso de cortisol pode provocar hipervolemia, hipocalemia, alcalose e hipernatremia. ❖ CONSEQUÊNCIAS DA HIPERNATREMIA • Por conta do aumento da osmolaridade do líquido intersticial, ocorre redução do volume celular → água vai passar da célula (hipotônica) para o meio (hipertônico) para equilibrar os dois, causando desidratação • Porém as células do SNC para se adaptar, aumentam a sua osmolalidade plasmática por aumento da produção de osmóis intracelulares, evitando a desidratação celular. ❖ CLASSIFICAÇÃO E ETIOLOGIAS • Hipovolêmica → pcte perde água livre e sódio, porém mais água do que sódio o Pode ocorrer por perdas renais (p. ex., uso de diuréticos) ou extrarrenais de água (p. ex., diarreia) • Euvolêmica → decorrente geralmente da desidratação → quantidade total de sódio corporal não muda o Poderia ocorrer por diabetes insipidus e/ou perdas insensíveis (sudorese, taquipneia) • Hipervolêmica → sobrecarga de volume, geralmente devido à infusão excessiva de soluções cristaloides o Pode ocorrer também devido a erros em hemodiálise ou ingestão excessiva de sal • É feito por meio da mensuração do sódio sérico, que pode ser classificado em: o Leve → quando o sódio está entre 145-150 mEq/L o Moderado → quando o sódio está entre 150-160 mEq/L o Grave → quando o sódio está maior que 160 mEq/L AVALIAÇÃO DA OSMOLARIDADE URINÁRIA • Para o diagnóstico etiológico, a osmolaridade urinaria é o principal determinante → possibilita analise da atividade do ADH • Osmolaridade urinária < 300mOsm/L → inefetividade do ADH o Deficiência de ADH (diabetes insipidus central) → responsiva à administração exógena de ADH o Resistência a ADH (diabetes insipidus nefrogênico) → não responsivo à administração de ADH exógeno → osmolaridade urinária não se altera após sua administração • Osmolaridade urinária > 800 mOsm/L → indica resposta adequada do néfron à ação do ADH e capacidade preservada de concentração urinária. o Perdas extrarrenais (perdas insensíveis ou gastrintestinais), diurese osmótica, sobrecarga de sódio (NaCl, NaHCO3, excesso de mineralocorticoides) o Ureia (dieta hiperproteica, sangramento digestivo, hipercatabolismo por queimaduras ou uso de esteroides) Glicose ou manitol no plasma em excesso. hipodipsia primária (condição rara de distúrbio da sede) • Osmolaridade entre 300 e 800 mOsm/L → diabetes insipidus parcial tanto central quanto nefrogênico o Diabetes insipidus central com depleção de volume o Uso de diuréticos de alça • Os sintomas são dependentes da velocidade de instalação da hipernatremia e de sua gravidade o Instalação rápida (< 48h) geralmente é associada a quadros mais graves • Em pctes com mecanismo de sede intacto, o primeiro sintoma é a sede • No exame físico → procurar por sinais de hipovolemia, como hipotensão ortostática (queda > 20 mmHg na PAS e 10 mmHg na PAD) e aumento da FC em ortostase (> 30 bpm) o Podem apresentar sinais e sintomas de desidratação → mucosas secas, olhos encovados e perda de turgor da pele o A presença de edema de extremidades sugere sobrecarga volêmica associada • Os pctes precisam ser avaliados do ponto de vista neurológico quanto a nível de consciência, resposta motora e reflexos profundos o Podem evoluir com agitação, irritabilidade e letargia o Quadros graves podem cursar com espasmos musculares, hiperreflexia e piora da letargia o Quadros extremamente graves e agudos podem cursar com coma e apneia • Se a hipernatremia grave se desenvolve no decorrer de minutos a horas, como numa overdose de sal em tentativa de suicídio → encolhimento repentino do cérebro pode causar hemorragia intracraniana • Outra complicação potencial em hipernatremia aguda grave é a trombose de seio cavernoso • O tratamento é a reposição de agua, de preferencia via oral por cateter enteral • O objetivo é estabilizar o pcte com uma redução a 12 mEq/L de Na⁺ em 24h para evitar edema cerebral • Se houver indicação de reposição intravenosa exclusiva (redução do nível de consciência, obstrução intestinal) → solução de escolha é o soro glicosado a 5% ou salina hipotônica (0,2% ou 0,45%) o Agua destilada não pode pois a infusão de grande quantidade causa hemólise • Após calcular o deficit corporal de água, acrescenta-se ao montante a reposição das “perdas insensíveis” normais (1.500 ml) → podem agravar ou dificultar a correção da hipernatremia ❖ REPOSIÇÃO DE ÁGUA LIVRE → pela via oral ou enteral daremos água potável, e pela via parenteral utilizaremos soro glicosado 5% • Principalmente se o pcte for diabético → ficar atentos para a hiperglicemia, tratada com insulinoterapia ❖ REPOSIÇÃO DE FLUIDOS HIPOTÔNICOS → se houver franca hipovolemia, inicialmente SF 0,9% em bolus até a correção do volume circulante efetivo • Na ausência de instabilidade hemodinâmica devemos evitar o SF 0,9% (pode piorar a hipernatremia) → solução de escolha é a salina hipotônica, 0,2% ou 0,45%. o Salina 0,2% pode vir pronta ou ser preparada → água destilada com SF 0,9% na proporção 3:1 ▪ O mesmo pode ser dito em relação à salina 0,45% • Estas soluções corrigem ao mesmo tempo o deficit de água livre e o deficit de sal ❖ DIABETES INSIPIDUS • Caso seja por causa central → receitado o DDAVP para uso constante o Se causa nefrogenica pode variar ▪ Em caso de lítio → amilorida, diurético que age no canal ENAC ▪ Em outras etiologias → hidroclorotiazida, que tem como efeito colateral a hiponatremia • Inibidores do Simporte de Na+/K+/2Cl • Agem no ramo ascendente espesso da alça de Henle, são diuréticos de alta potência o Furosemida, bumetanida, ácido etacrínico e torsemida • O mecanismo molecular pelo qual se bloqueia o simporte é desconhecido → evidência sugere que atacam o local de ligação do Cloro localizado no domínio transmembrana do simporte o Também inibem a reabsorção de cálcio e magnésio no ramo ascendente espesso ❖ Efeitos na Excreção Urinária • Excreção aumentada de Sódio e potássio, excreção de cálcio e magnésio • Pode gerar desidratação • A furosemida possui fraca ação inibidora da anidrase carbônica → pode aumentar excreção de Bicarbonato e fosfato • Uso agudo pode aumentar a excreção de ácido úrico → administração crônica diminui a excreção • Se a depleção do volume é evitada ao repor as perdas de líquidos, os diuréticos de alça geralmente aumentam o fluxo sanguíneo renal → mecanismo parece ser mediado por prostaglandinas • Bloqueiam a TFG, ao inibir o transporte de NaCl na mácula densa → mácula densa não detecta as concentrações de NaCl no líquido tubular FARMACOCINÉTICA • Furosemida o VO e EV; T1/2: 1,5 h; metabilizado (glucorinidação) eliminação renal 65% • Bumetanida o EV e VO, potência 40 x furosemida, T1/2 0,8 h • Ácido etacrínico o VO e EV; potência 0,7 da furosemida; T1/2: 1 h • Torsemida o EV; potência 3 x da furosemida; T1/2: 3,5h EFEITOS ADVERSOS • Depleção de água e eletrólitos, ototoxicidade (quase sempre reversível) • Gota, Hiperglicemia, Aumento LDL e TAG e redução HDL • É uma substância produzida pelos músculos do corpo e eliminada pelos rins → quando ocorre uma diminuição na filtração dos rins, haverá um aumento dos níveis de creatinina no sangue • Por ser produzida nos músculos, seus níveis são influenciados pela quantidade de massa muscular. o Indivíduos idosos ou muito magros tendem a ter creatinina mais baixa o Pessoas musculosas podem apresentar creatinina um pouco mais elevada sem apresentarem uma doença renal. • O exame de creatinina é usado como marcador de insuficiência renal → quanto maior seu valor, pior está o funcionamento dos rins. • O dobrar inicial da CrS significa uma perda de 50% da Função Renal o Nas mulheres → 0,5 a 1,1 mg/dL o Nos homens → 0,6 a 1,2 mg/dL CLEARANCE DE CREATININA • A partir da dosagem da creatinina no sangue e na urina de 24 h, é realizadoum cálculo matemático para se chegar ao valor do Clearance de Creatinina → a taxa de filtração de sangue pelos rins • O valor normal do Clearance varia de 90-130 mL/minuto → a cada minuto, 90-130 mL de sangue são filtrados pelos rins. o Qualquer valor abaixo desta faixa → pcte portador de insuficiência renal • Existem outras maneiras para se estimar o clearance através de cálculos → utilizando o valor da creatinina no sangue, idade, sexo e raça do paciente • Os valores obtidos são aproximados e servem apenas para se ter uma estimativa da filtração renal DEPURAÇÃO DE Cr (CCr) • É o volume de plasma que fica “livre” da subs a ser eliminada a cada minuto → estimativa da TFG, apesar de superestimá-la (costuma ser 10-15% maior que a TFG real) o Exame feito com Urina de 24h e, idealmente, com uso de Cimetidina (impede sec tubular de Cr) 4d antes. Valor normal → 91-130 ml/min • Existem fórmulas para estimar o CCr sem necessitar da urina de 24h (sujeita a erros de coleta) → Fórmula de Cockcroft-Gault, Formula do estudo MDRD e Fórmula do CKD-EPI. • Dividido para Crianças → 1 a 2mL/Kg/h • Adultos:0,3-0,5mL/Kg/h (≅500-700mL/dia) • A uréia é produzida pelo fígado a partir da metabolização de proteínas da nossa dieta. • Também é eliminada pelos rins → uma elevação pode significar mal funcionamento o Não é um marcador ideal → sofre influência da dieta do pcte, e ≅50% é reabsorvido nos túbulos • Crianças → entre 10 a 40 mg/dL • Adultos → entre 20 a 40mg/dL → há ↑valores devido uma TFG < 50 mL/min • É um exame de fácil coleta e fornece informações valiosas sobre a saúde dos rins e do corpo • Idealmente deve ser coletada durante a primeira urina da manhã, desprezando-se o primeiro jato, mas pode também ser coletada em outros horários • O volume de urina eliminada por dia em adulto normal é de 1 a 2 • Seguem abaixo alguns parâmetros avaliados no exame de urina tipo 1: UROCULTURA • É o exame usado para detecção de bactérias na urina → quando num exame de urocultura cresce alguma bactéria, há alta probabilidade de o paciente estar com infecção urinária • No entanto, pctes podem ter bactérias na urocultura e não estarem com infecção. o Contaminação da urina por bactérias da região genital → quando a higiene é inadequada antes da coleta do exame, o que acaba contaminando a amostra o Colonização da via urinária → quando bactérias colonizam o canal urinário sem fazer inflamação ▪ Haverá bactérias na urocultura, mas o paciente não apresentará sinais de infecção • O resultado demora em média 48-72 horas para ficar pronto, pois depende do crescimento da bactéria • Se deve coletar a urocultura sempre antes de iniciar tratamento com antibiótico • No resultado geralmente constam o nome da bactéria, o número de colônias que cresceram no meio de cultura e o antibiograma → pode-se avaliar a sensibilidade da bactéria aos antibióticos PROTEINÚRIA DE 24 HORAS • Exame que quantifica a perda de proteínas na urina em um período de 24 horas. o É normal perder até 150 → se acima deste valor, o pcte apresenta proteinúria. • Em caso de proteinúria a urina fica mais espumosa → geralmente quando a quantidade de proteína na urina já está em níveis mais altos • A proteinúria ocorre quando há lesão nos glomérulos renais → como na diabetes, glomerulonefrites, lúpus, HAS, hipertensão na gestação com proteinúria, e obesidade • Em vigência de febre ou após exercícios físicos intensos, a pessoa pode apresentar proteinúria discreta • É um exame frequentemente solicitado pelos nefrologistas → fornece informações importantes para o diagnóstico e tratamento de determinadas doenças renais • Com o auxílio do Ultrassom, localiza-se o rim e é feita uma anestesia local → após, uma agulha especial é introduzida nas costas do paciente até chegar no rim o São retirados de 2 a 3 fragmentos pequenos e enviados para análise no microscópio • De cada 100 pessoas, aproximadamente 15 apresentarão sangramento visível na urina, sendo auto limitado na maioria das vezes o Para minimizar o risco de sangramento, é importante suspender antes medicamentos que alteram a coagulação do sangue como AAS, Clopidogrel, Varfarina, entre outros • Manter a PA bem controlada no dia do exame e após o procedimento • Realizar exames antes da biópsia para verificar como está a coagulação do sangue ULTRASSOM DE RINS E VIAS URINÁRIAS • Exame extremamente valioso na avaliação renal → é possível medir o tamanho dos rins, avaliar se existem cálculos, cistos ou dilatações do canal urinário, entre outros • O tamanho de um rim adulto varia de 9 a 12 cm no seu maior eixo → se maior que 12 cm ou menor que 9 cm, é necessária uma investigação em busca de doenças renais o O diabetes e rins policísticos são 2 exemplos de doenças que aumentam o tamanho renal. o Já a DRC em estágio avançado causa uma atrofia dos rins • Cálculos renais podem ser visualizados através do Ultrassom → mas pedras que estejam nos ureteres podem não ser vistas neste tipo de exame, sendo necessária tomografia o O Ultrassom é o exame para acompanhamento de pctes com cálculos → tamanho da pedra e sua localização dentro dos rins pode ser vista • Cistos renais também podem ser visualizados → permite classificá-los em cistos simples (benignos) e cistos complexos (podem ser malignos). • Ultrassom também é um bom para avaliar dilatações do canal urinário causadas por obstruções. • A bexiga também é avaliada → uma bexiga de paredes espessadas pode significar uma obstrução na uretra o Obstruções na uretra em homens frequentemente são decorrentes de doenças na próstata CINTILOGRAFIA RENAL ❖ Dinâmica → avalia a filtração glomerular diferencial entre os rins • Quantifica a taxa de filtração glomerular, avalia a função excretora e a presença de fenômenos obstrutivos ou dilatações da pelve e ureteres. • Permite avaliar a presença de Hipertensão Renovascular por meio do teste de estímulo com Captopril; ❖ Estática → diagnóstico de alterações corticais secundárias a infecções urinárias (associada ou não a refluxo vesicoureteral) e outras más-formações do trato urinário, principalmente em crianças • Auxilia em casos de ectopia renal, rins em ferradura, agenesia renal, avaliação da função renal em candidatos a nefrectomia ou em doadores renais, pós-trauma e infarto renal; ❖ Cistocintilografia (direta ou indireta) → avalia a presença e gravidade do refluxo vesicoureteral, uma das principais causas de infecções urinárias pediátricas CONTRACORRENTE → Abs de sódio e cloro no ramo asc espesso aumenta a osmolaridade do interstício → vaso sanguíneo do glomérulo no interstício → ions entram no vaso sanguíneo → ao passar pela curva e sobe na AH → ta concentrado hipertônico e começa a abs agua por osmose, concentrando a urina Adh aumenta a permeabilidade da ureia no ERA e concentra mais ainda
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