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PNEUMONIA COMUNITÁRIA (PAC) E COMPLICAÇÕES (ABCESSO, DERRAME E EMPIEMA) - definição, epidemio, fisiopato, etiologia, clínica, diagnóstico e tratamento

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Victoria Chagas 
1 
 
 
 Victoria Chagas 
2 
 
 
PNEUMONIA COMUNITÁRIA (PAC) 
 
 
 
 
 
 
 
 
DEFINIÇÃO 
 
- Infecção aguda pulmonar adquirida na comunidade. 
 
▪ INFECÇÃO COMUNITÁRIA 
- Aquelas identificadas nas primeiras 48 horas de internação 
- Pacientes sem história de internação por mais de 48h nos últimos 90 dias. 
- Residem em casa de repouso; 
- Receberam antibióticos endovenosos e/ou quimioterapia nos últimos 30 dias; 
- Recebem tratamento em clínicas de hemodiálise 
(Os últimos pacientes na lista acima têm maior risco de infecção por germes multirresistentes, 
sendo classificados como IRAS ou Pneumonia Associada aos Cuidados de Saúde – PACS) 
 
▪ INFECÇÃO RELACIONADA À ASSISTÊNCIA À SAÚDE (IRAS) 
- Aquelas identificadas após 48 a 72 horas de internação. 
- Exceção → se tem convicção se esse tempo está dentro do período de incubação 
 
 
 
 
 
 
 
 
EPIDEMIO 
 
- A pneumonia é uma das principais causas de morte em todo o mundo 
- A taxa de mortalidade associada à pneumonia adquirida na comunidade varia de menos de 
5% em pacientes ambulatoriais com acometimento leve, e a algo mais que 12% em pacientes 
que são admitidos em um hospital. 
- A mortalidade da pneumonia pode exceder 40% em pacientes que necessitam de 
tratamento na unidade de terapia intensiva (UTI). 
 
➢ FATORES DE RISCO 
• Idade (<5 e >65 anos) 
• DM, DPOC, insuficiência cardíaca 
• Alcoolismo e tabagismo 
• Imunossuprimidos 
• Infecção viral prévia (aumenta adesão de bactérias e altera mecanismos de defesa) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FISIOPATO E 
ETIOLOGIA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
• FISIOPATOLOGIA 
 
- Na grande maioria dos casos, o microrganismo causador da pneumonia atinge os alvéolos 
pulmonares através da microaspiração do material proveniente das vias aéreas superiores 
(orofaringe, nasofaringe). Ou seja, para infectar o pulmão, o agente primeiro precisa colonizar 
o epitélio faríngeo e depois ser aspirado para as vias aéreas inferiores. 
- Menos comumente, o germe atinge os alvéolos por inalação de aerossol contaminado do 
ambiente (M.tuberculosis) ou por via hematogênica (S. aureus). 
- Certo grau de aspiração é comum, especialmente durante o sono. Entretanto, aspirações 
mais importantes ocorrem em pessoas idosas (especialmente as acamadas) ou em pacientes 
com convulsões ou em pacientes alcoólatras/usuários de droga. 
- Para ocorrer pneumonia uma ou mais das seguintes situações tem que estar presente: 
(1) contato do alvéolo com um agente de alta virulência; 
(2) contato do alvéolo com um grande inóculo de bactérias; 
(3) defeito nos mecanismos de defesa do hospedeiro (divisão dicotômica, aparelho 
mucociliar, mecanismos imunológicos e reflexo de tosse e espirro) 
 
Colonização da oro/nasofaringe → microaspiração de secreções → patógeno atinge o 
parênquima → estimulam produção de citocinas e células inflamatórias → consolidações 
(exsudato nos alvéolos) 
 
 
 
 Victoria Chagas 
3 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FISIOPATO E 
ETIOLOGIA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
• ETIOLOGIA 
 
- A adquiridas em comunidade apresenta em sua maioria etiologia bacteriana. 
- S. pneumonie (isto é, PNEUMOCOCO) é a causa mais comum de pneumonia aguda adquirida 
em comunidade (cerca de 2/3) 
- Bactérias atípicas → “atípica” refere-se à resistência intrínseca desses organismos aos 
betalactâmico e sua incapacidade de serem visualizadas na coloração de Gram ou cultivadas 
usando técnicas tradicionais. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Victoria Chagas 
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FISIOPATO E 
ETIOLOGIA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CLASSIFI 
CAÇÃO 
 
 
- As pneumonias podem ser classificadas em 3 categorias, 
porém o padrão bacteriano são os dois primeiros: 
 
➢ PNEUMONIA LOBAR 
- Consolidação alveolar extensa, ocupando grande área 
do parênquima pulmonar → lobo inteiro. 
- Cerca de 90-95% dos casos de pneumonia lobar 
comunitária tem como patógeno o Streptococcus 
Pneumoniae (pneumococo) 
- Qualquer bactéria de alta virulência pode desenvolver 
este padrão pneumônico. 
 
➢ BRONCOPNEUMONIA (MAIS COMUM) 
- Consolidação alveolar multifocal, múltiplos focos 
acinares (ou lobulares), coalescentes, que predominam 
na região peribrônquica. 
- É o tipo mais frequente de pneumonia 
- Qualquer agente infeccioso causador de pneumonia 
pode cursar com esse padrão. 
‘’’’’’ 
➢ INTERSTICIAL → comum em pneumopatias 
- As pneumopatias intersticiais são um grupo 
heterogêneo de doenças caracterizadas por 
espessamento dos septos alveolares, 
proliferação fibroblástica, deposição de 
colágeno e, se o processo permanecer 
descontrolado, fibrose pulmonar 
 
 Victoria Chagas 
5 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CLÍNICA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
➢ PNEUMONIA TÍPICA → forma hiperaguda (2-3 dias) 
 
• Tosse produtiva com expectoração 
purulenta (esverdeada) 
• Calafrios com tremores 
• Febre alta (39-40ºC) 
• Dor torácica pleurítica 
 
 - IDOSO → A apresentação inicial é 
frequentemente mais sutil em pacientes idosos 
ou que tenham um estado imune alterado; nesses 
pacientes, sintomas inespecíficos, como perda de 
apetite, confusão mental, desidratação, 
agravamento dos sintomas ou sinais de outras 
enfermidades crônicas, podem ser as 
manifestações iniciais da pneumonia. 
- O exame físico pode apresentar achados simples 
como estertores até uma síndrome de consolidação ou de derrame pleural. 
 
 
 
 
 
➢ PNEUMONIA ATÍPICA → forma subaguda (média do início dos sintomas é de 10 dias) 
- Quadro clínico se parece a uma virose respiratória prolongada 
- Principal agente é o mycoplasma pneumonia → geralmente em mais jovens >5 e <40 anos 
- O segundo agente mais comum é a Chlamydia pneumoniae → mais comum entre 65-80 anos 
 
• Dor de garganta 
• Mal-estar, cefaleia, mialgia 
• Febre entre 38-39ºC 
• Tosse seca que costuma piorar após primeira semana, passando a ser o principal 
sintoma, as vezes persistindo por várias semanas. Pode ter presença de expectoração 
também, mas geralmente é branca. 
• Importante dissociação clinicorradiológica encontrada nesses pacientes → enquanto 
o exame do aparelho respiratório é totalmente normal ou revela apenas discretos 
estertores crepitantes ou sibilos, a radiografia de tórax mostra um infiltrado pulmonar 
maior do que o esperado. 
 
 Victoria Chagas 
6 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DIAGNÓSTI
CO 
 
 Clínica + radiografia de tórax 
 
➢ RADIOGRAFIA DE TÓRAX – PA e perfil 
- Pedir para todos os pacientes, podendo determinar 
presença de outros quadros infecciosos do trato respiratório 
no qual a imagem virá normal; também pode definir a 
gravidade do quadro pela extensão do acometimento 
pulmonar, além de identificar complicações como derrame 
pleural, etc. 
 
- Costuma-se visualizar no RX um ‘’infiltrado pulmonar’’, sendo 
o mais comum o broncopulmonar em qualquer que seja o 
agente etiológico. Algumas vezes, a área de consolidação 
atinge grandes áreas, e teremos a pneumonia lobar. 
 
- Outro achado pode ser o sinal do broncograma aéreo → 
visualização do ar no interior dos brônquios intrapulmonares. 
Os espaços alveolares ao redor dos brônquios são 
preenchidos por secreção e formam esse contraste entre as 
densidades ar e água. Podeser encontrado também no 
edema pulmonar, nos infartos pulmonares e em algumas 
lesões pulmonares crônicas 
 
➢ UST e TC 
- Se disponível, pode ser utilizado, sendo o TC o exame de 
maior sensibilidade do acometimento do parênquima 
pulmonar. Útil em pacientes que a acurácia da radiografia de 
tórax e da UST é baixa, como em pacientes obesos, 
imunossuprimidos e indivíduos com alterações radiológicas 
prévias. 
 
 
 
 
➢ EXAMES COMPLEMENTARES 
 
 Victoria Chagas 
7 
 
➢ SINAIS SUGESTIVOS DE DETERMINADO AGENTE ETIOLÓGICO NO RX 
 
• Pneumonia do lobo pesado (pensar em klebsiella pneumoniae) → 
geralmente em diabéticos e alcoólatras, lobo superior 
geralmente acometido, abaulamento da cisura. 
• Pneumatocole (pensar S. aureus) → formação de cistos de 
parede fina, decorrentes da passagem de ar pelo interstício 
subpleural. Revertem com o tratamento. 
• Pneumonia necrosante/abcesso (Pensar em: anaeróbios - 
pneumonia aspirativa, Klebsiella pneumoniae, Staphylococcus 
aureus, Streptococcus pneumoniae) → lesões cavitárias são 
pequenas (< 2 cm), usamos a denominação pneumonia 
necrosante, e quando a lesão cavitária é grande (> 2 cm), 
contendo nível hidroaéreo, chamamos de abscesso pulmonar. 
• Pneumonia redonda (Streptococcus pneumoniae) → típica de 
crianças 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
TRATAMEN 
TO 
 
 
 
 Os escores de prognóstico disponíveis dimensionam a gravidade e ajudam a predizer o 
prognóstico da PAC, guiando a decisão quanto ao local de tratamento — ambulatorial, 
hospitalar ou UTI — quanto à necessidade de investigação etiológica, quanto à escolha do 
antibiótico e sua via de administração. 
 
 
 Victoria Chagas 
8 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
TRATAMEN 
TO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
➢ OBS: 
- A ausência de respostas ao tratamento ou piora em 48/72 horas é considerado fracasso 
precoce. Se for >72 horas é falha tardia. 
- Pode ocorrer a falha devido a: antibioticoterapia errada, não era pneumonia, pneumonias 
por agentes atípicos e complicações pulmonares. 
- A vacina antipneumocócica é indicada em pacientes com >60 anos (dose de reforço após 
5 anos) e em situações especiais de alto risco. Não é recomendada como rotina para crianças, 
adolescentes e adultos saudáveis. 
- A vacina anti-influenza (vírus inativado) é indicada para todas as pessoas com mais de 60 
anos, indivíduos com alto risco para complicações da influenza e profissionais de saúde. 
 
 
- Recomenda-se a internação 
em UTI quando: 
• Escore 4-5 no CURBS 
• Um critério maior ou dois 
critérios menores 
 
 
 Victoria Chagas 
9 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
TRATAMEN 
TO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
COMPLICAÇÕES DA PNEUMONIA 
 ABCESSO PULMONAR DERRAME PLEURAL E EMPIEMA PLEURAL 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DEFINIÇÃO 
E 
ETIOLOGIA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
- Definimos como abscesso pulmonar 
uma lesão cavitária > 2 cm contendo 
pus, localizada no parênquima 
pulmonar, geralmente contendo nível 
hidroaéreo 
- Ocorre devido a infecção de um 
germe que causa necrose no 
parênquima. Quase sempre a necrose 
se estende para um brônquio satélite, 
permitindo a entrada de ar na 
cavidade, nisso surge o nível 
hidroaéreo sugestivo no RX. 
- A presença de pequenas cavitações 
(< 2 cm) no interior de um infiltrado 
pneumônico define o termo 
Pneumonia Necrosante – na verdade, 
a fase inicial do abscesso pulmonar. 
- A maioria surge como uma 
complicação da pneumonia 
aspirativa (anaeróbios – flora da 
orofaringe) 
 
- Fatores de risco para pneumonia 
aspirativa: sequela de avc, anestesia 
geral, alcoolismo, drogas, demências, 
neoplasias, refluxos, traqueostomia, 
má higiene oral, epilepsia, entre outros. 
 
- O derrame pleural é o acúmulo de líquido na 
cavidade pleural, comprimindo o pulmão. 
- O derrame pleural associado a pneumonia 
bacteriana é chamado de DERRAME 
PARAPNEUMÔNICO e possui 3 estágios: 
 
➢ DERRAME PARAPNEUMÔNICO NÃO COMPLICADO 
- Maioria permanece nesse estágio 
- Fase exsudativa → Duração de 24-72 horas 
- Presença de líquido claro (livre) com: 
• pH > 7,2 
• LDH <100U/L 
• GLICOSE > 40 mg/dL 
• Ausência de microrganismos 
 - Tratamento apenas com ATB adequado 
 
 
➢ DERRAME PARAPNEUMÔNICO COMPLICADO 
- Fase fibrino-purulenta → duração de 7-10 dias 
- Presença de líquido claro ou turvo (podendo ser 
loculado) com: 
• pH <7,2 
• LDH > 1000U/L 
• GLICOSE <40 mg/dL 
• Pode haver presença de microrganismos 
na cultura e em gram ou não 
- Tratamento com ATB + drenagem torácica 
 
 Victoria Chagas 
10 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DEFINIÇÃO 
E 
ETIOLOGIA 
 
 
▪ PRIMÁRIA → Decorrente de uma 
pneumonia bacteriana, ou 
pacientes sem lesões obstrutivas 
ou sem imunossupressão. 
 
▪ SECUNDÁRIA → Devido a uma 
pneumonia obstrutiva ou pacientes 
imunodeprimidos 
 
- Em imunossuprimidos outros agentes 
comuns são: pseudomonas 
aeruginosas, enterobactérias, 
anaeróbios comuns; micobactérias 
como as M. tuberculosis e M.kansasii e 
fungos como aspergillus, histoplasma e 
criptococos. 
- OBS: O aumento de neutrófilos no espaço pleural 
anaeróbico leva ao intenso consumo de glicose, 
que é então metabolizada em ácido lático, 
reduzindo o pH do líquido pleural. A lise desses 
leucócitos libera grandes quantidades de LDH. O 
estudo bacteriológico geralmente é negativo 
devido à contínua depuração bacteriana pelo 
sistema fagocítico, porém pode ser positivo em 
alguns casos. 
 
 
➢ EMPIEMA 
- Todo líquido pleural purulento (pus) 
- Fase de organização → início após 2-4 semanas 
- Cultura ou gram podem ser positivos 
- Tratamento com ATB e drenagem torácica (não 
há necessidade do estudo bioquímico do líquido 
pleural) 
 
 
 
 
 
 
 
- As bactérias mais incriminadas no empiema pleural 
são Streptococcus pneumoniae, Klebsiella 
pneumoniae, Staphylococcus aureus, Streptococcus 
pyogenes (um raro agente de pneumonia 
comunitária) e anaeróbios da bucofaringe 
(Peptostreptococcus, Bacteroides, Prevotella e 
Fusobacterium nucleatum). 
 
- Os anaeróbios são encontrados em 35-75% dos casos 
de empiema, e geralmente a infecção é 
polimicrobiana. O empiema por anaeróbios assume 
uma evolução mais arrastada, denominada 
“empiema crônico”. Geralmente é proveniente de 
uma pneumonia aspirativa ou de um abscesso 
pulmonar crônico primário. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CLÍNICA 
 
- Normalmente em abcessos por 
anaeróbios os pacientes apresentam: 
• Febre vespertina 
• Sudorese noturna 
• Perda ponderal 
• Tosse produtiva 
• Vômica → eliminação de muito 
material purulento, geralmente 
de odor pútrido 
• Hemoptise 
- Achados no exame físico com 
paciente bom/regular de estado 
geral, hipocorado e geralmente com 
dentes em mau estado. 
 
- No abcesso por aeróbios, como S. 
aureus e K. pneumonia, podem causar 
uma pneumonia aguda típica, que 
evolui para cavitações e formação de 
um ou mais abcessos. 
 
- Normalmente os pacientes apresentam queda do 
estado geral e apresenta: 
• Febre persistente 
• Tosse produtiva 
• Dispneia 
• Dor torácica 
• Calafrios e suor noturno 
 
- No exame físico pode ser revelado um paciente 
hipocorado, prostrado e com sinais semiológicos de 
derrame pleural. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Victoria Chagas 
11 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DIAGNÓSTI 
CO 
 
Anamnese + exame físico + imagens 
 
➢ RX ou TC- Uma ou mais lesões cavitadas de 
parede espessa (>2 cm) e extensão 
variável, contendo nível hidroaéreo 
em seu interior. As lesões predominam 
à direita e nas regiões dependentes da 
gravidade – segmento superior do lobo 
inferior, segmento posterior do lobo 
superior. 
 
➢ OUTROS 
 
- Cultura de escarro → Devem-se 
descartar outras etiologias como 
tuberculose, micoses e neoplasia. 
 
- Pode-se indicar broncoscopia nas 
apresentações atípicas, a fim de 
excluir outras causas, como neoplasias 
e aspiração de corpo estranho, e 
também nos casos em que o paciente 
não respondeu ao tratamento. 
 
 
Anamnese + exame físico + imagens 
 
➢ RX, TC ou UST 
 
- A presença de líquido e eventualmente septações é 
um achado bem sugestivo de empiema e derrame. 
 
 
➢ OUTROS 
 
- Exames laboratoriais → O hemograma apresenta 
leucocitose com desvio pra esquerda e pode ter uma 
anemia normocítica e normocômica. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
TRATAMEN 
TO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
➢ ANTIBIOTICOTERAPIA 
- ATB de escolha é a CLINDAMICINA 
(600 mg IV 8/8h até a defervecência, 
seguida por Clindamicina 150-300 mg 
VO 6/6h por um mínimo de três 
semanas) 
- Na prática costuma se usar de 4-6 
semanas até a resolução do abcesso. 
 
➢ OUTROS 
- Cirurgia só é indicada em 5-10% dos 
casos onde não há melhora com o 
tratamento, presença de empiema 
pleural e suspeita de neoplasia ou 
lesão obstrutiva. 
- Em pacientes mais debilitados, 
indica-se punção guiada por TC. 
 
 
 
➢ ANTIBIOTICOTERAPIA 
- Terapia antimicrobiana empírica do derrame 
complicado e do empiema pleural deve sempre incluir 
cobertura contra anaeróbios (como amoxicilina + 
clavulanato ou carbapenêmicos em monoterapia), ou 
então combinando-se uma cefalosporina de 3a ou 4a 
geração com uma droga especificamente voltada 
contra anaeróbios (como clindamicina) 
- Manter até resposta clínica, radiológica e 
laboratorial. 
 
➢ TORACOCENTESE DIAGNÓSTICA E TERAPÊUTICA 
- Extração do líquido para análise (citometria, pH, 
glicose, LDH, Gram e cultura) usando US como guia 
- Se for um derrame complicado ou saia pus → 
drenagem do líquido para alívio da tosse e dispneia. 
 
 
 
 Victoria Chagas 
12 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
TRATAMEN 
TO 
 
➢ EM CASO DE EMPIEMA LOCULADO 
- Fazer uma TC de tórax para avaliar melhor conduta. 
Pode ser feito uso intrapleural de trombolíticos 
(estreptoquinase como a uroquinase ou o fator 
ativador de plasminogênio podem auxiliar na 
dissolução da malha de fibrina) ou cirurgia de lise de 
aderências 
- Em casas de intervenção tardia, o empiema pode 
levar a formação de uma ‘’carapaça’’ fibrosa, que 
impede a reexpansão pulmonar. Nesses casos deve-se 
fazer decorticação cirúrgica, sendo uma cirurgia de 
alto risco e invasiva, ou uma drenagem aberta 
prolongada.

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