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1 SISTEMA CIRCULATÓRIO Anatomia 1.CONCEITO Esse sistema tem como função básica levar material nutritivo e oxigênio às células. O material nutritivo, transportado pelo sangue circulante, é absorvido através da digestão dos alimentos. O oxigênio é incorporado ao sangue, ao passar pelo pulmão, e, assim, chegará a todas as células. Além disso, o sangue transporta os resíduos do metabolismo, dos locais de produção aos órgãos de eliminação e conduz hormônios dos locais de produção (órgãos endócrinos) às estruturas alvo. O sangue é composto por células de defesa contra substâncias estranhas e microorganismos. O sistema circulatório é um sistema fechado, que não se comunica com o exterior, composto por vasos, em formato de tubos, nos quais circulam os hormônios, sangue e linfa (humores). O coração é a central desse sistema, funcionando análogamente a uma bomba contrátil-propulsora. Os capilares são vasos de calibre reduzido responsáveis pelas trocas entre o sangue e os tecidos, através de permeabilidade seletiva. Desse modo, material nutritivo e oxigênio passam dos capilares para os tecidos e os resíduos metabólicos e CO2, dos tecidos para os capilares. Alguns componentes do sangue e da linfa são produzidos pelos órgãos hematopoéticos. Um adulto tem em média 5L de sangue, circulando continuamente. 2. DIVISÃO a) sistema sanguíneo: vasos, que conduzem o sangue (artérias, veias e capilares) e coração (vaso modificado) b) sistema linfático: vasos, que conduzem a linfa (capilares linfáticos, vasos linfáticos e troncos linfáticos) e órgãos linfóides (timo, linfonodos, tonsilas e baço) c) órgãos hematopoéticos: órgãos linfáticos primários (medula óssea vermelha) 3. PERICÁRDIO ● Saco fibro-seroso composto pelo pericárdio fibroso, camada externa, e pelo pericárdio seroso, camada interna ● O pericárdio seroso possui uma lâmina parietal, aderente ao pericárdio fibroso, e uma lâmina visceral/epicárdio, aderente ao miocárdio ○ Entre as lâminas do pericárdio seroso, há a cavidade do pericárdio (virtual) preenchida por camada líquida de espessura capilar, permitindo o deslizamento entre as lâminas nas mudanças de volume do coração. ● Tem como função envolver o coração, separá-lo dos demais órgãos e limitar sua expansão na diástole ventricular. 1 2 4. CORAÇÃO ● Órgão muscular, oco e análogo a uma bomba contrátil-propulsora. ● Formado pelo tecido muscular estriado cardíaco, constituinte do miocárdio (camada média). ● Internamente, o miocárdio é forrado pelo endotélio, essa camada interna é chamada endocárdio, e externamente, é revestida por uma serosa, essa camada externa é chamada epicárdio. ● Altamente especializado, o miocárdio é composto por fibras que se ramificam e se conectam com fibras adjacentes, ou seja, há uma continuidade funcional possibilitando que o coração funcione como uma unidade, então um estímulo pode provocar contração em todo órgão. ● As artérias coronárias são responsáveis pela sua irrigação e garantem o suprimento de O2. ● Sua cavidade é dividida em 4 câmaras (2 átrios e 2 ventrículos) e as valvas, orifícios com dispositivos orientadores da corrente sanguínea, ficam entre os átrios e ventrículos. 4.1. Forma ● Sua forma aproxima-se a de um cone truncado e possui base (área ocupada pelas raízes dos grandes vasos), ápice e faces (esternocostal, diafragmática e pulmonar). 4.2. Situação ● Situa-se na cavidade torácica, atrás do esterno e acima do diafragma no espaço chamado mediastino (entre os sacos pleurais). ○ Sua maior porção fica a esquerda do plano mediano e se encontra disposto obliquamente, então sua base é medial e seu ápice lateral. ○ O eixo longitudinal é o maior e forma um ângulo de 40 com os planos horizontal e mediano. 4.3. Morfologia interna ● A cavidade cardíaca é dividida em septos: 1. septo horizontal/atrioventricular: divide o coração em porção superior e inferior (separa os átrios dos ventrículos) 2. septo sagital/interatrial: divide a porção superior em átrios direito e esquerdo. ● Cada átrio tem um apêndice, chamado aurícula, pois assemelha-se a orelha de um animal. 3. septo sagital/interventricular: divide a porção inferior em ventrículos direito e esquerdo. ● Os óstios atrioventriculares direito e esquerdo possibilitam a comunicação entre o AD e o VD e entre o AE e o VE. 2 3 ○ Esses óstios permitem a passagem de sangue somente do átrio para o ventrículo devido às valvas atrioventriculares, formadas por uma lâmina de tecido conjuntivo envolta pelo endocárdio. ■ Essa lâmina é descontínua e possui subdivisões, chamadas de válvulas ou cúspides. ○ A valva atrioventricular direita também é chamada de valva tricúspide, pois possui 3 válvulas ○ A valva atrioventricular esquerda também é chamada de valva mitral, e possui 2 válvulas. ● Durante a sístole (contração) ventricular, ocorre considerável aumento da tensão na câmara, que poderia causar eversão da valva para o átrio e refluxo de sangue para esta câmara. ○ Mas isso não ocorre, pois as cordas tendíneas prendem a valva a músculos papilares (projeções do miocárdio nas paredes internas do ventrículo). 4.4. Vasos da base ● As raízes dos vasos situam-se na base do coração, que não possui delimitação nítida. ● As veias cava superior e inferior desembocam no AD, as pulmonares (2 de cada pulmão), no AE. ● O tronco pulmonar, que bifurca-se em artérias pulmonares direita e esquerda , sai do VD já a artéria aorta, sai do VE e vai para cima, depois para trás e para esquerda, formando o arco aórtico. ● Durante a diástole ventricular, as valvas do tronco pulmonar e aórtica impedem o retorno do sangue. ○ Estas valvas são constituídas por 3 válvulas semilunares, que são lâminas de tecido conjuntivo envoltas pelo endotélio. 4.5. Esqueleto fibroso do coração ● Massa de tecido conectivo fibroso que envolve os óstios atrioventriculares, os do tronco pulmonar e da aorta. ● As valvas dos orifícios atrioventriculares e arteriais, além de camadas musculares, estão inseridas nesse esqueleto fibroso que interliga os trígonos fibrosos direito e esquerdo, os anéis fibrosos dos óstios atrioventriculares e arteriais, o tendão do infundíbulo e a parte membranácea do septo interventricular. 4.6. Irrigação do coração ● As responsáveis pela irrigação do coração são as artérias coronárias, direita e esquerda, situadas no seio coronário, que separa os átrios dos ventrículos. ● A a. coronária esquerda é mais calibrosa e possui maior área de distribuição, e origina o ramo interventricular anterior e o ramo circunflexo, o qual se anastomosa com a coronária direita. 3 4 ● A a. coronária direita origina o ramo marginal e o ramo interventricular posterior, o qual se anastomosa com o ramo interventricular anterior da coronária esquerda. 4.7. Drenagem do coração ● O leito capilar do miocárdio possui 2 vias de drenagem, uma pelo sistema venoso, que é usual, e outra pelas veias cardíacas mínimas, pequenos canais que drenam o leito capilar diretamente para as câmaras cardíacas. ● A principal estrutura de drenagem é o seio coronário, um tronco curto mas calibroso, situado no sulco coronário entre o AE e o VE e desemboca no AD, recebendo veias tributárias durante seu trajeto. 4.8. Complexo estimulante do coração ● Corações Isolados de animais de sangue quente, se colocados em solução líquida substitutiva do sangue, apresentam automatismo cardíaco (coração se contrai ritmicamente por algum tempo fora do corpo do animal). ● Os nervos vago (inibe) e simpático (estimula), que controlam a atividade cardíaca, atuam sobre o nó sinoatrial, que fica na parede do AD e é considerado o marcapasso do coração. ● Desse modo, o impulso se espalha até o miocárdio, gerando a contração, chega ao nó atrioventricular e se propaga aos ventrículos pelo fascículo atrioventricular, que emite os ramos direitoe esquerdo possibilitando o estímulo de alcançar o miocárdio dos ventrículos. ○ O conjunto dessas estruturas chama-se complexo estimulante do coração. ● Ao relacionar esse sistema, há interferência na transmissão do estímulo e alteração do ritmo e trabalho do coração. 5. CIRCULAÇÃO DO SANGUE ● A passagem do sangue por meio do coração e dos vasos é a circulação, que ocorre através de duas correntes sanguíneas. ● A 1ª corrente parte do VD pelo tronco pulmonar e segue para os capilares pulmonares, onde ocorre a hematose (troca de CO2 por O2). ○ O sangue oxigenado segue pelas veias pulmonares até chegar ao AE e passar pelo VE. ● A 2ª corrente sanguínea parte do VE pela artéria aorta, que se ramifica e chega a todos os tecidos do organismo, onde estão os vasos capilares que realizam as trocas entre o sangue e os tecidos. ○ Então, o sangue com resíduos e CO2 volta ao coração pelas veias tributárias/afluentes de grandes troncos venosos (veias cava inferior e superior) que desembocam no AD e o sangue passa para o VD. 5.1. Tipos de circulação 4 5 A. Circulação pulmonar/pequena circulação: começa no VD, de onde o sangue é bombeado para os capilares dos pulmões. ● Após a hematose, o sangue oxigenado volta para o AE (circulação coração-pulmão-coração). B. Circulação sistêmica/grande circulação: começa no VE, de onde o sangue é bombeado para os capilares dos tecidos do corpo. ● Após as trocas, o sangue volta pelas veias do AD (circulação coração-tecidos-coração). C. Circulação colateral: é uma forma de defesa do organismo que irriga e drena certa região quando há obstrução de artérias ou veias. D. Circulação portal: uma veia ou artéria se interpõem entre redes de capilares, sem passar por um órgão intermediário. ● Um exemplo é a circulação portal-hepática, que possui uma rede capilar no intestino e outra no fígado e a veia porta interpõem-se entre essas redes. 6. VASOS SANGUÍNEOS ● Os vasos sanguíneos, que incluem as artérias, as veias e os capilares, são uma rede de canais/tubos por onde o sangue circula, devido a contração rítmica do coração. ● As artérias e veias possuem parede com três camadas (túnicas externa, média e íntima). 6.1. Artérias ● Definem-se como tubos contendo ar e são vasos cilindróides e elásticos por onde o sangue circula, de modo centrífugo ao coração. 6.1.1. Calibre ● Classificam-se em: 1. elásticas/grande calibre (ex.: aorta) 2. distribuidoras/médio calibre 3. pequeno calibre 4. arteríolas (oferecem menor resistência ao fluxo sanguíneo, então, ajudam a reduzir a velocidade do sangue antes de sua passagem pelos capilares) 6.1.2. Elasticidade ● Na sístole ventricular, há dilatação das artérias devido a onda de sangue bombeada que forma energia potencial, mantendo até certo ponto a tensão durante a diástole ventricular. ● Para conter maior volume de sangue, as artérias são capazes de se expandir; também são capazes de se distender no sentido longitudinal, em favor dos deslocamentos dos segmentos corpóreos. 6.1.3. Ramos A. ramos terminais: emitidos pelas artérias, geralmente bifurcação B. ramos colaterais: emitidos pelas artérias e seguidos pelo tronco de origem. 5 6 ● Esses ramos saem das artérias sob diversos ângulos, quando formam um ângulo obtuso chamam-se recorrentes e o sangue circula no sentido oposto ao da artéria de origem. 6.1.4. Número ● Relaciona-se com o volume do órgão, com sua importância funcional e com sua atividade em certos momentos. ○ Geralmente, uma estrutura recebe sangue de mais de uma artéria, mas os rins e o baço são exceções. 6.1.5. Situação 1. artérias superficiais: normalmente têm origem de artérias musculares e se destinam a pele, por isso são de menor calibre e distribuição irregular. 2. artérias profundas: são mais funcionais pois encontram-se protegidas. São acompanhadas por uma ou duas veias, chamadas veias satélites. ● As artérias têm “filia” pelos ossos e “fobia” pela pele, podendo fazer sulcos nos ossos devido a acentuada contiguidade com eles. ● O conjunto artéria, veia(s) e nervo(s) é chamado feixe vásculo-nervoso. 6.1.6. Nomenclatura ● Principais critérios: localização, direção, órgão irrigado e peça óssea contígua 6.2. Veias ● São vasos nos quais o sangue circula, de modo centrípeto ao coração. ● Transportam o sangue que já passou pelas trocas com os tecidos do corpo. 6.2.1. Forma ● São cilíndricas quando cheias de sangue e mostram uma secção elíptica quando vazias. 6.2.2. Calibre ● Classificam-se em: 1. grande calibre 2. médio calibre 3. pequeno calibre 4. vênulas. ● Em geral, as veias possuem maior calibre que as correspondentes artérias; suas paredes são mais delgadas, por isso são muito compressíveis e suas paredes podem entrar em contato. 6.2.3. Tributárias ou afluentes ● Analogamente à formação dos rios, as afluentes vão confluindo no leito principal que se torna mais volumoso. ● As veias recebem várias tributárias, cujo calibre aumenta ao se aproximar do coração. 6.2.4. Número 6 7 ● As veias são mais numerosas que as artérias pois, além da velocidade de transporte do sangue das veias ser menor, é comum a presença de duas veias satélites acompanhando uma artéria e há um sistema de veias superficiais não acompanhadas pelas artérias. 6.2.5. Situação A. Veias superficiais: são subcutâneas e , normalmente, visíveis na pele e são mais calibrosas no membros e no pescoço. ● São responsáveis por drenar o sangue da circulação cutânea e receber o da circulação profunda. Durante a contração, permitem o rápido esvaziamento das veias dos músculos, diminuindo o retorno da circ profunda. B. Veias profundas: podem ser satélites das artérias ou solitárias. ● As veias comunicantes são as responsáveis por comunicar as veias superficiais com as profundas. ● As veias da cabeça e tronco classificam-se em viscerais (drenam as vísceras ou os órgãos) e parietais (drenam as paredes dos segmentos). 6.2.6. Válvulas ● São pregas membranosas da camada int da veia, cuja forma assemelha-se a um bolso. ○ Uma de duas bordas adere-se a parede do vaso e a outra, livre, volta- se para o coração. ● O seio da válvula é o espaço entre a válvula e a parede da veia. ● Para possibilitar a circulação do sangue para o coração, o sangue é impulsionado na veia que comprime a válvula em direção a parede do vaso. ○ O sangue não retorna pois se insinua no seio da válvula, fazendo com que as portas livres se unam, e assim permanece até que um novo impulso faca o sangue progredir. ● As varizes são causadas pela insuficiência de válvulas de uma mesma veia, fazendo com que esta sofra dilatação e estase sanguínea. ● Sua função, além de orientar a direção da corrente sanguínea, é dividir a coluna sanguínea venosa, tornando possível que o sangue progrida de segmento em segmento. 6.3. Capilares sanguíneos ● São vasos microscópicos entre as artérias e as veias, onde ocorrem as trocas entre o sangue e os tecidos. 6.4. Anastomoses ● As anastomoses arteriais são conexões entre artérias, favorecendo a irrigação dos órgãos. ● Classificam-se em: 1. anastomose transversal: perpendicular às duas artérias paralelas que ela une. 7 8 2. anastomose por inosculação: entre duas artérias voltadas uma para a outra. 3. anastomose por convergência: entre duas artérias que unem-se em ângulo agudo, num único tronco. 4. anastomose longitudinal: se estabelece pela bifurcação de uma artéria, cujos ramos voltam a se unir formando o tronco principal. 5. anastomose plexiforme: se estabelece entre os ramúsculos de ramos colaterais ou terminais. ● As anastomoses venosas classificam-se da mesma forma que as artérias, mas são mais comuns, maiores e irregulares do que elas. ● Anastomoses arterio venulares estabelecem comunicação direta entre arteríolas e vênulas sem interposição da rede capilar. 7.SISTEMA LINFÁTICO ● Sistema formado por vasos e órgãos linfóides, no qual a linfa circula. Auxilia o sistema venoso na drenagem. ● As moléculas de maior tamanho são recolhidas pelos capilares linfáticos, seguem para os vasos linfáticos e depois para os troncos linfáticos que por sua vez lançam a linfa em veias mais calibrosas. ○ Em relação aos capilares sanguíneos, os linfáticos são mais calibrosos e irregulares, terminando em fundo cego. ● Assim como as veias, os vasos linfáticos possuem válvulas que asseguram o fluxo da linfa em um único sentido. ● O ducto torácico é o maior tronco linfático e drena a linfa de quase todo o corpo, enquanto o ducto linfático direito drena a linfa da metade direita da cabeça, pescoço e tórax, pulmão direito, lado direito do coração, face diafragmática do fígado e do membro superior direito. ● Os vasos linfáticos estão ausentes na parte central do sistema nervoso, na medula óssea vermelha, nos músculos esqueléticos e em estruturas avasculares. 7.1. Diferenças entre os sistemas linfático e sanguíneo ● O sistema linfático é constituído de capilares, de fundo cego, onde ocorre absorção do líquido tecidual, não possui um órgão central bombeador e os vasos linfáticos associam-se aos linfonodos. 7.2. Linfonodos ● Estão espalhados pelo trajeto dos vasos linfáticos e funcionam como uma barreira contra a entrada de microorganismos na corrente circulatória, ou seja, são elementos de defesa para o organismos e por isso possuem glóbulos brancos, principalmente linfócitos. ● Sua forma assemelha-se a um grão de feijão; em sua margem côncava, penetra uma artéria e saem veias e um ducto linfático eferente; em sua margem convexa, penetram ductos linfáticos aferentes. 8 9 7.3. Fluxo da linfa ● É um fluxo lento durante os períodos de inatividade de uma área. ● A circulação da linfa aumenta durante os movimentos peristálticos, com o aumento dos movimentos respiratórios e com a contração da musculatura lisa da parede dos troncos linfáticos. 8. BAÇO ● Localiza-se no lado esquerdo da cavidade abdominal, junto ao diafragma. ● Possui uma face diafragmática e uma face visceral, voltada para as vísceras abdominais, a qual apresenta o hilo do baço, uma fenda por onde os vasos e nervos penetram. ● Sua drenagem é feita pela veia esplênica. ● “Reciclador” de hemáceas 9. TIMO ● Formado por massa irregular e localizado no mediastino superior anterior, atrás do esterno. ● Atinge seu maior tamanho na puberdade e em seguida começa a regredir e grande parte é substituída por tecido adiposo e fibroso. ● Amadurecimento dos linfócitos T SISTEMA RESPIRATÓRIO Anatomia 1.CONCEITO A respiração resume-se a absorção de oxigênio (O2 ) e a eliminação de gás carbônico (CO2). Nos animais unicelulares, tanto a absorção de O2 quanto a eliminação de CO2 são diretas, já nos demais ambas são indiretas. Neste último caso, o sangue é um elemento intermediário entre as células do organismo e o meio. No seu sentido estrito, a respiração é um processo que acontece no interior de todas as células do corpo. O sistema respiratório é composto por órgãos capazes de promover o intercâmbio entre o ar e o sangue e seu principal órgão é o pulmão. 2.DIVISÃO 1. Porção de condução: órgãos tubulares, como os brônquios e a traquéia que conduzem o ar dos pulmões(levam o ar até a porção respiratória e conduzem a eliminação do CO2) 9 10 2. Porção de respiração: pulmões 3.NARIZ, CAVIDADE NASAL E SEIOS PARANASAIS 3.1 Nariz ● Visível externamente no plano mediano da face ● Possui uma raiz, extremidade superior, e uma base, extremidade inferior. Nesta estão as narinas, duas aberturas separadas pelo septo, que se comunicam com a cavidade nasal. ● O ápice é o ponto mais projetado e entre ele e a raiz há o dorso do nariz ● O esqueleto do nariz é osteocartilaginoso (ossos nasais, porções das duas maxilas e cartilagens nasais ) 3.2 Cavidade nasal ● Onde ocorre o processamento do ar inspirado ● Dividida em parte superior/olfatória e parte maior e inferior/respiratória ● Comunica-se com o meio externo pelas narinas e com a porção nasal da faringe, pelos cóanos ● Os cóanos delimitam a cavidade nasal e a porção nasal da faringe ● A cavidade nasal divide-se em metades direita e esquerda, separadas pelo septo nasal ● O septo nasal, normalmente, possui um desvio para direita ou esquerda. Quando o desvio é muito grande, pode gerar dificuldades respiratórias, sendo necessário uma cirurgia para a correção. Constitui-se pela cartilagem do septo nasal e pela lâmina perpendicular do osso etmóide, que tem paredes muito finas, e osso vômer ● O osso etmóide tem duas massas laterais, constituídas de células pneumáticas, chamadas labirintos etmoidais/seios etmoidais. Os labirintos são unidos pela lâmina cribriforme, que possui aberturas/forames para a passagem das fibras do nervo olfatório. A lâmina perpendicular forma o septo nasal. ● As conchas nasais projetam-se na cavidade nasal e delimitam os meatos (inferior, médio e superior) ● Os seios paranasais desembocam nos meatos ● O ducto lacrimonasal é responsável pela drenagem da secreção lacrimal em direção às cavidades nasais ● A superfície da mucosa nasal umedece e aquece o ar inspirado ● A cavidade nasal divide-se em vestíbulo, região respiratória e região olfatória ● O vestíbulo é uma pequena dilatação revestida de pele e pêlos, chamados vibrissas ● No homem, a região olfatória é bastante reduzida ● O nervo olfatório é composto por fibras nervosas, que partem da região olfatória 10 11 ● A mucosa da cavidade nasal é muito vascularizada 3.3 Seios paranasais ● Os seios paranasais são cavidades que ajudam no processamento do ar inspirado ● São separados das demais cavidades por paredes ósseas muito finas, podendo ser rompidas em processos patológicos ● Comunicam-se com a cavidade nasal ● A cavidade nasal situa-se no centro de um “círculo cavitário” e é separada da cavidade oral pelo palato 4. FARINGE ● É um tubo muscular, associado aos sistemas respiratório e digestório, dividido em 3 partes ● Parte nasal/superior: comunica-se com a cavidade nasal pelas coanas ● Parte oral/média: comunica-se com a cavidade oral pelo istmo das fauces (abertura) ● Parte laríngea/inferior: continuada diretamente com o esôfago ● O óstio faríngeo da tuba auditiva, localizado na parte nasal, é uma abertura que marca a desembocadura da tuba auditiva ● A tuba auditiva comunica-se com a cavidade timpânica e deste modo, equilibra as pressões do ar externo e o contido na cavidade timpânica 5. LARINGE ● É um órgão tubular, situado no plano mediano, que faz parte das vias aérea e fonética 5.1 Esqueleto da Laringe ● É um esqueleto cartilaginoso ● Cartilagem tireóidea (maior) ● Cartilagem cricóidea: situa-se inferiormente à tireóidea ● Cartilagem aritenóidea: sua base articula-se com a cartilagem cricóidea ● Cartilagem epiglótica: posterior à raiz da língua e cartilagem tireóidea 5.2 Cavidade da Laringe ● Há uma fenda ântero-posterior, delimitada pelas pregas vestibular/superior e vocal/inferior, que leva ao ventrículo da laringe ● O vestíbulo situa-se acima da prega vestibular e estende-se até o ádito da laringe (entrada da laringe) ● O glote é a região compreendida entre as pregas ● A cavidade infraglótica situa-se abaixo das pregas vocais ● As pregas vocais constituem-se pelos ligamentos e músculos vocais e o espaço entre elas é a rima glótica ● Os músculos intrínsecos da laringe podem aduzir/aproximar e abduzir/afastar as pregas vocais 11 12 6. TRAQUÉIA E BRÔNQUIOS ● Traquéia: estrutura cilindróide constituída por uma série de anéis cartilaginosos, ligados pelos ligamentos anulares ● A parede membranácea da traquéia tem musculatura lisa (m. traqueal) ● As cartilagens traqueais dão rigidezpara impedi-la de entrar em colapso e asseguram mobilidade e flexibilidade, unidas por tecido elástico ● A traquéia divide-se nos dois brônquios principais ou brônquios de 1ª ordem (direito e esquerdo) ● Cada brônquio principal origina os brônquios lobares ou de 2ª ordem, que ventilam os lobos pulmonares ● Os brônquios lobares originam os brônquios segmentares ou de 3ª ordem, destinam-se aos segmentos broncopulmonares ● Árvore bronquial: conjunto das ramificações originadas pelos brônquios 7. PLEURA E PULMÃO ● Os principais órgãos da respiração são os pulmões (direito e esquerdo), contidos na cavidade torácica, que captam o O2 e desprendem o CO2 ● Entre os pulmões está o mediastino, que abriga o coração, os grandes vasos e alguns ramos proximais ● O mediastino divide-se em mediastinos superior e inferior ● O mediastino inferior divide-se em mediastinos anterior, médio (contém o pericárdio) e posterior ● O pulmão é envolto pela pleura, um saco seroso completamente fechado ● A pleura é composta por dois folhetos: a pleura visceral, que reveste a superfície do pulmão, e a pleura parietal, que recobre a face interna da parede do tórax ● A cavidade da pleura é o espaço entre as pleuras ● Os pulmões apresentam um ápice, uma base e duas faces costais ● A base apoia-se no diafragma, por isso é chamada de face diafragmática ● O pulmão subdivide-se em lobos 12