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30/03/2021 Ead.br https://anhembi.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_666450_1&PARE… 1/34 PLÁSTICAPLÁSTICA Me. Thais Kawamoto Amarães INICIAR 30/03/2021 Ead.br https://anhembi.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_666450_1&PARE… 2/34 introdução Introdução Na composição visual, a forma irá caracterizar o contorno dos objetos. Além de de�nir limites, a forma também é capaz de estabelecer relações entre os elementos compositivos e com o todo. Para compreendermos como criar tais vínculos, é necessário primeiramente analisarmos as propriedades da forma. Diversas teorias foram elaboradas para auxiliar na manipulação de tais elementos. Embora elas não sejam regras rígidas, por meio de tais teorias conseguimos alcançar composições mais harmônicas e efetivas do ponto de vista da comunicação visual. Deste modo, nesta segunda unidade iremos reconhecer e identi�car os principais conceitos relativos à forma e as teorias que abrangem proporção e ordem na composição. 30/03/2021 Ead.br https://anhembi.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_666450_1&PARE… 3/34 Para compreendermos como manipular a forma, precisamos primeiramente identi�car quais são os elementos primários que a constituem. Ao analisarmos os elementos que compõem o vocabulário da forma, poderemos assimilar quais as formas de operá-las em nossas composições plásticas. O Ponto O ponto é a menor unidade com a qual iremos trabalhar, ele é o elemento de caráter irredutível, ou seja, não pode ser dividido. Enquanto gerador elementar da forma, o ponto, apesar da sua ín�ma dimensão, é capaz de indicar uma posição no espaço. Segundo Ching (2013), o ponto não tem comprimento, largura ou profundidade, portanto, ele é estático e sem direção. Um ponto solto não estabelece nenhuma relação visual, porém, ao inserirmos dentro de um campo visual com outros elementos, ele passa a determinar relações, como estabilidade e repouso, ou instabilidade e dinamismo. A FormaA Forma 30/03/2021 Ead.br https://anhembi.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_666450_1&PARE… 4/34 O ponto pode ser empregado em diversas situações, por exemplo, demarcar as extremidades de uma reta, a intersecção entre duas retas, o encontro de retas de um plano ou de um volume, ou ainda, o centro geométrico de um campo. Ao combinarmos dois pontos no espaço, estamos automaticamente criando uma relação visual entre eles. Se o ponto individual não apresenta comprimento e direção, quando temos dois pontos, passamos a identi�cá- los enquanto conjunto. Dois pontos descrevem um segmento de reta, mesmo que tal reta não seja representada gra�camente, o nosso olhar automaticamente une os pontos tentando estabelecer esta relação visual. Além da reta descrita pela união dos dois pontos, eles também sugerem um eixo perpendicular à reta descrita (CHING, 2013). Apesar de existirem in�nitas retas que poderiam passar por cada um dos pontos, o segmento de reta e o eixo perpendicular são visualmente mais dominantes. A Reta A reta é formada por um conjunto de vários pontos tão próximos uns aos outros de tal forma que não podem ser compreendidos enquanto unidades individuais. Segundo Ching (2013), a reta é um ponto transladado, ou seja, deslocado. A reta apresenta comprimento, no entanto, não possui largura ou profundidade. Considerando a reta como um ponto deslocado, iremos compreendê-la como um elemento dinâmico, que indica trajetória. Visualmente, este elemento representa movimento e expressa uma direção. Apesar de não apresentar largura, a reta precisa ter uma espessura para se tornar visível. O seu uso pode ser atribuído para relacionar os demais elementos visuais, unindo, ligando, circundando ou interseccionando, descrever arestas das formas planas e volumétricas, e articular as superfícies planas. 30/03/2021 Ead.br https://anhembi.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_666450_1&PARE… 5/34 Segundo Ching (2013), a variação da orientação da reta modi�ca a sua função enquanto estrutura visual. Isso signi�ca que uma reta horizontal, por exemplo, apresenta um signi�cado diferente de uma reta na vertical. Tal fator deve ser considerado para a criação das composições plásticas. Vamos analisar quais as principais interpretações obtidas a partir das retas! A reta vertical está associada ao equilíbrio com relação à força da gravidade, ela representa uma condição natural ao ser humano, o manter-se em pé. Já a reta horizontal representa o horizonte, remetendo à estabilidade. A reta inclinada pode ser compreendida em dois sentidos, ascendente (subindo) ou cadente (descendo), independente do sentido adotado, a reta oblíqua é dinâmica e remete à instabilidade (CHING, 2013). Da mesma forma que ao inserirmos dois pontos no espaço temos a ideia de reta, ao posicionarmos duas retas de forma paralela, visualmente teremos a impressão de plano. Quanto mais próximas tais retas estiverem posicionadas uma à outra, mais forte será a sensação de plano. O Plano O plano é uma sucessão de retas tão próximas umas às outras de tal maneira que não podem ser compreendidas como unidades individuais. Segundo Ching (2013), os planos são retas transladadas em uma direção além da sua direção intrínseca. Esta �gura apresenta comprimento e largura, porém não conta com profundidade. O formato do plano é determinado pela linha de seu contorno. Juntamente com as propriedades de cor e textura, o formato irá afetar o peso e a percepção visual do plano na composição. Os planos, quando combinados, são capazes de de�nir os limites de um volume. Os planos horizontais, como o plano base e o plano superior, e os planos verticais, como planos de parede, ajudam a con�gurar espaços separando o interno do externo. 30/03/2021 Ead.br https://anhembi.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_666450_1&PARE… 6/34 Imagine, por exemplo, uma casa. Ela é formada por piso, teto e paredes internas e externas que ajudam a de�nir onde é dentro e onde é fora, e tais condições só existem porque os planos criam limites físicos e visuais. O Volume O volume é um sólido gerado a partir de um plano transladado para uma direção além de sua direção intrínseca (CHING, 2013). Ele se caracteriza por apresentar as três dimensões: comprimento, largura e profundidade. Todo volume consiste em pontos, linhas e planos, a forma estabelecida por ele é resultado das inter-relações dos planos que o compõem. Enquanto elemento tridimensional, o volume são massas no espaço. Ainda considerando o nosso exemplo da casa, ao compreendermos ela no terreno, iremos identi�cá-la como um volume, e não apenas um conjunto de planos. 30/03/2021 Ead.br https://anhembi.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_666450_1&PARE… 7/34 atividade Atividade A comunicação visual é compreendida mediante a análise de diversos parâmetros da imagem, entre eles a forma. A forma de um objeto admite morfologias variadas, sendo que cada uma delas carrega signi�cados e estímulos visuais. Para a concepção da forma, a menor unidade compositiva é: a) o plano. b) a reta. c) o ponto. d) o volume. e) a cor. 30/03/2021 Ead.br https://anhembi.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_666450_1&PARE… 8/34 Forma é um termo muito abrangente, quando pensamos em forma de escrever, por exemplo, logo associamos às técnicas e estilos utilizados na escrita. No campo da plástica e comunicação visual, a forma enquanto representação irá trabalhar o sentido de massa e volume. Neste contexto, iremos trabalhar planos e volumes, assim como suas propriedades particulares, propriedades de relação e maneiras de transformá-las. Propriedades da Forma Asformas apresentam diversas propriedades as quais podemos manipular na busca da composição adequada. A cor é uma qualidade visual que corresponde ao fenômeno de luz na qual iremos aprender matiz, saturação e brilho dos objetos. Já a textura, além de ser percebida pelo canal sensorial da visão, também pode ser trabalhada incluindo o sentido tátil, o que agrega mais riqueza ao objeto. O tamanho é a propriedade que diz respeito às dimensões físicas da forma. Comprimento, altura e profundidade podem ser con�gurados determinando A Forma EnquantoA Forma Enquanto RepresentaçãoRepresentação 30/03/2021 Ead.br https://anhembi.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_666450_1&PARE… 9/34 a proporção �nal da �gura, assim como a sua relação com os demais elementos compositivos. Em nossa análise, vamos nos aprofundar um pouco mais sobre uma propriedade em especí�co: o formato. O formato pode ser de�nido como o contorno característico da forma, é por meio deste contorno que iremos identi�car e classi�car a forma. Segundo Ching (2013), para que possamos identi�car os formatos, o contraste visual entre contorno e fundo da �gura deve ser evidente. As formas primárias são o círculo, triângulo e quadrado. Segundo Ching (2013), o círculo é uma �gura introvertida e estável. Porém, quando o associamos a retas, é possível estabelecer um movimento de rotação aparente. A �gura do triângulo, quando repousa sobre um dos seus lados, indica estabilidade, no entanto, se apoiada sobre um dos seus vértices, se torna instável, indicando que irá cair sobre um de seus lados. O quadrado é a �gura mais estática e neutra entre as três formas básicas, nele não existe nenhuma dimensão dominante. Quando repousa sobre um dos lados indica estabilidade, porém, ao se apoiar sobre um vértice, assim como o triângulo, passa a indicar instabilidade. Ao rotacionarmos as �guras primárias, iremos obter os sólidos primários. Os círculos dão origem a cilindros e esferas, os triângulos originam cones e pirâmides e os quadrados criam cubos. As esferas são criadas a partir da rotação de um semicírculo em torno de seu diâmetro. Este sólido é estável em seu meio e sob qualquer ponto de vista mantém o seu formato circular. Já os cilindros são gerados pela extrusão de um círculo, quando ele repousa sobre uma das faces circulares este volume é estável, no entanto, caso seu eixo central esteja inclinado em relação à horizontal, este volume se torna instável. Basta pensarmos em uma lata de refrigerante em pé e deitada sobre uma superfície. Quando em pé, esta lata se mantém estática, já ao mudarmos esta posição, ela terá a tendência a se movimentar, rolando sobre a superfície. 30/03/2021 Ead.br https://anhembi.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_666450_1&PARE… 10/34 Segundo Ching (2013), o cone é gerado pela revolução de um triângulo retângulo (triângulo com um ângulo reto e dois ângulos agudos) sobre um de seus catetos (lados não opostos ao ângulo reto). Se repousarmos o cone sobre sua base circular, o volume será estável, já ao inclinarmos o seu eixo vertical ou apoiá-lo sobre seu vértice (a ponta do cone), estaremos criando situações de instabilidade. A pirâmide é composta por uma base poligonal e faces triangulares que se encontram em um vértice. Como suas faces são todas planas, o cone pode repousar em estabilidade sobre qualquer uma delas, assumindo instabilidade apenas quando apoiada sobre seu vértice. Finalizando nossa análise sobre os sólidos primários, o cubo é formado por seis faces em quadrados iguais. Altura, largura e profundidade possuem a mesma dimensão, o que garantem a este volume o caráter de forma estática, sem movimento ou direção. Ele se torna instável apenas quando apoiado em suas arestas ou vértices. Segundo Ching (2013), as formas podem ainda ser classi�cadas em regulares e irregulares. As formas regulares são aquelas cujas partes são relacionadas de modo consistente e organizado, por exemplo, um quadrado ou um triângulo. Já as formas irregulares apresentam partes com naturezas dessemelhantes e que se relacionam entre si de forma incoerente. Enquanto as formas regulares são mais estáveis e simétricas, as formas irregulares se caracterizam pela sua assimetria e dinamismo. Propriedades Relacionais Além das características inerentes a cada forma, podemos avaliar também as propriedades relacionais entre os elementos compositivos. Neste caso, estaremos veri�cando como se comportam as formas quando dispostas no espaço. Neste contexto, iremos compreender a posição, orientação e inércia visual da forma. A posição diz respeito à situação da forma e seu ambiente ou campo visual. A orientação é a característica que trata da direção da forma em 30/03/2021 Ead.br https://anhembi.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_666450_1&PARE… 11/34 relação ao plano do solo, a outras formas, ao observador, ou aos pontos cardeais. Uma forma pode, por exemplo, ser rotacionada para exibir uma ou outra face conforme o interesse na composição. Já a inércia visual corresponde à estabilidade e instabilidade da forma. Como analisamos previamente, a relação de inércia visual varia conforme a geometria da forma e o modo como ela está posicionada sobre o plano do solo, o plano horizontal. Um cubo apoiado sobre uma das suas faces remete à estabilidade, enquanto um cubo sobre um vértice indica instabilidade. Transformações da Forma A partir dos planos e volumes primários, é possível operar transformações que irão criar todas as outras formas existentes ou imaginadas pelo ser humano. Estas novas formas terão características plásticas e visuais próprias. Existem três tipos básicos de transformações com as quais podemos trabalhar, o nível de manipulação irá determinar o quanto a forma �nal remete ao plano ou volume primário. Ching (2013) divide estas transformações em: dimensional, subtrativa e aditiva. A transformação dimensional ocorre quando alteramos uma ou mais dimensões de uma forma, porém, sempre mantendo a sua identidade. Por exemplo, ao aumentarmos o comprimento de um cubo iremos transformá-lo em um prisma. Apesar de termos criado um novo objeto, as características básicas do cubo ainda são mantidas. A transformação subtrativa, como o próprio nome sugere, opera por meio da subtração de partes da forma. A extensão do processo subtrativo irá in�uenciar nas características da forma. Um cubo, por exemplo, pode ser tão subtraído a ponto de não ser mais reconhecido como um cubo, mas sim uma forma de outra família. Já a transformação aditiva trabalha em uma situação oposta, ou seja, ela adiciona partes na forma. Da mesma maneira que a subtração, o grau de modi�cação determina se o novo objeto mantém a identidade da forma inicial ou não. 30/03/2021 Ead.br https://anhembi.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_666450_1&PARE… 12/34 Segundo Ching (2013), existem quatro possibilidades básicas para o agrupamento de duas ou mais formas, observe o Quadro a seguir. Quadro 2.1 - Possibilidades básicas para o agrupamento de duas ou mais formas Fonte: Ching (2013). O processo de transformação aditiva terá como produto formas que podem ser classi�cadas de acordo com a natureza das relações estabelecidas entre os elementos compositivos. Tais formas estão representadas no Quadro a seguir. 30/03/2021 Ead.br https://anhembi.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_666450_1&PARE… 13/34 Quadro 2.2 - Formas do processo de transição aditiva Fonte: Ching (2013). Em uma composição plástica, não iremos trabalhar com tais formas de maneira isolada, mas sim, relacionado a vários processos de transformação. Para que você consiga operar tais procedimentos, caro(a) estudante, treine primeiramente cada operação. Deste modo, futuramente será muito mais fácil conseguir operartodas as propriedades da forma de maneira quase que simultânea. 30/03/2021 Ead.br https://anhembi.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_666450_1&PARE… 14/34 atividade Atividade A técnica compositiva aditiva consiste na soma de formas primárias de tal modo que seja possível conceber uma nova �gura, mais articulada e complexa do que a imagem inicial. As formas podem ser classi�cadas a partir da maneira como são ordenadas em tal composição. A partir do apresentado, assinale a alternativa que corresponda à organização radial. a) Uma das formas é posicionada de modo central e a partir dela formas lineares se estendem para fora do centro. b) As formas são organizadas em linhas retas verticais paralelas entre si. c) Uma forma de maior peso visual é posicionada em destaque, enquanto as demais são espalhadas aleatoriamente. d) As formas são organizadas sobre uma malha modular. e) As formas são organizadas em linhas curvas ascendentes. 30/03/2021 Ead.br https://anhembi.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_666450_1&PARE… 15/34 Existem diversas teorias que analisam a criação da forma e o modo como elas são identi�cadas pelos seres humanos. Entre elas, uma alcançou grandes proporções sendo empregadas não apenas nas artes visuais, mas também na psicologia, esta teoria é a Gestalt. Você já ouviu falar neste termo? A Gestalt é uma Escola de Psicologia Experimental fundada na Alemanha por volta do �nal do século XIX. Criada pelo �lósofo Von Ehrenfels, a Gestalt se consolidou mediante os estudos realizados por Max Wertheimer, Wolfgang Kohler e Kurt Ko�ka (GOMES FILHO, 2004). Para a Gestalt, quando observamos um objeto a excitação cerebral não ocorre em pontos isolados, mais sim em extensas áreas. Isso signi�ca que ao observarmos uma �gura, não estamos vendo partes isoladas, mas as relações estabelecidas por elas. A partir de sistemáticas pesquisas, a Gestalt concluiu que tais relações não eram arbitrárias, ou seja, a percepção, apesar de espontânea, é regida por forças (GOMES FILHO, 2004). Forma e TeoriaForma e Teoria 30/03/2021 Ead.br https://anhembi.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_666450_1&PARE… 16/34 Deste modo, a Gestalt divide as forças em duas categorias: forças externas e internas. As forças externas correspondem à estimulação da retina do olho humano por meio da luz proveniente do ambiente. Já as forças internas compreendem as forças de organização que estruturam as formas. Para a Gestalt, tais forças são provenientes do dinamismo cerebral (GOMES FILHO, 2004). Neste contexto, a teoria da Gestalt é concebida a partir de oito leis. É importante destacarmos que tais leis não são regras ou obrigatoriedades que devemos seguir nas composições plásticas. As leis da Gestalt nos ajudam a interpretar as forças dos elementos que compõem as imagens, ou seja, permitem a sua leitura visual (GOMES FILHO, 2004). Segundo Gomes Filho (2004), estas leis são: unidade, segregação, uni�cação, fechamento, continuidade, proximidade, semelhança e pregnância da forma. Vamos analisar do que trata cada uma delas! Ao contrário do que podemos imaginar em um primeiro momento, a unidade não diz respeito a elementos solitários e únicos. Um único elemento que se encerra em si mesmo ou um conjunto de elementos que atuam como um único conjunto podem ser compreendidos como unidade. Nas unidades, é possível estabelecermos relações entre as subunidades que a con�guram. Observe o exemplo na Figura a seguir. A lei da segregação está relacionada ao ato de separar, evidenciando ou destacando as unidades em um todo. Esta segregação não precisa ser necessariamente física, ao modi�carmos formatos, cores e texturas de um 30/03/2021 Ead.br https://anhembi.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_666450_1&PARE… 17/34 elemento, por exemplo, conseguimos distingui-lo entre o conjunto. Existem também diferentes níveis de segregação, é possível segregar um objeto de seu entorno e, ao mesmo tempo, segregar as partes deste objeto com relação ao todo. Observe o exemplo na Figura a seguir. Atuando de forma oposta à segregação, a lei da uni�cação trabalha na semelhança ou igualdade dos estímulos provocados pelo campo visual. Os elementos compositivos estão uni�cados quando existe equilíbrio, ordenação visual e coerência das partes ou do todo. Não é necessário existir contato físico entre os elementos para que eles estejam uni�cados. Observe o exemplo na Figura a seguir. 30/03/2021 Ead.br https://anhembi.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_666450_1&PARE… 18/34 O fechamento é um fator importante para a ideia de unidade. Um erro muito comum é confundirmos o fechamento sensorial com o fechamento físico, ou seja, o contorno dos objetos. Para que exista a sensação de fechamento não é necessária a presença de contornos rígidos delimitando a forma, o modo como os elementos são organizados é capaz de criar o senso de fechamento. Observe o exemplo na Figura a seguir. A lei da continuidade trata da impressão visual de como as partes se organizam de forma sucessiva e de modo coerente, sem interrupções na sua trajetória. Vários objetos posicionados lado a lado, seguindo o mesmo padrão de distanciamento, criam uma �uidez que é característica da continuidade. Muitas vezes, a continuidade sugere o movimento rítmico da forma. Observe o exemplo na Figura a seguir. 30/03/2021 Ead.br https://anhembi.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_666450_1&PARE… 19/34 A proximidade é um fator que em várias situações atua em conjunto com a semelhança, a qual iremos abordar na sequência. Quando posicionamos os elementos compositivos de modo próximo, ou seja, �sicamente perto um do outro, eles passam a constituir um todo ou unidades de um todo. Observe o exemplo na Figura a seguir. A semelhança dos elementos compositivos pode ser notada em sua cor e forma. Quanto mais semelhantes forem estes elementos, maior a tendência de serem compreendidos como conjunto. Observe o exemplo na Figura a seguir. A pregnância da forma é a lei básica da Gestalt. De acordo com a Gestalt, a construção da forma deve ser feita de modo a empregar uma estrutura simples, equilibrada, homogênea e regular. Quanto melhor a organização 30/03/2021 Ead.br https://anhembi.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_666450_1&PARE… 20/34 visual da forma do objeto, mais rápida será a sua leitura e interpretação, maior a pregnância. Por outro lado, quando mais confusa for a organização visual da forma do objeto, menor será a pregnância. Observe o exemplo na Figura a seguir. Para a Gestalt, as formas harmônicas devem apresentar o máximo de equilíbrio, clareza e unidade visual, e o mínimo de complicação na organização dos elementos. Desta forma, a mensagem transmitida é percebida de modo e�ciente sem ruídos na comunicação. 30/03/2021 Ead.br https://anhembi.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_666450_1&PARE… 21/34 atividade Atividade A Gestalt é um campo de estudo que investiga a leitura visual da forma do objeto. Por meio dela é possível criar projetos mais efetivos, no qual o observador consegue extrair as informações de modo rápido e simples a partir das imagens criadas. A partir do apresentado, assinale a alternativa que corresponda à lei da unidade na Gestalt. a) Elementos de formatos distintos não podem compor uma unidade. b) Quanto mais distantes uns dos outros, maior a unidade da composição. c) Um único elemento ou um conjunto de elementos podem ser compreendidos como unidade. d) A unidade é alcançada quando há a impressão de objeto fechado. e) Apenas elementos isolados compõem a unidade. 30/03/2021Ead.br https://anhembi.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_666450_1&PARE… 22/34 A dimensão das formas é fundamental para a criação de composições. Neste contexto iremos trabalhar proporção e escala dos elementos compositivos. Embora não existam regras compositivas que determinam tal fator nas propostas plásticas, as teorias que iremos apresentar ajudam no processo de criação de formas harmônicas. Proporção A proporção diz respeito às relações de uma parte com a outra e com o todo. Tais relações não tratam apenas das dimensões, mas também a quantidade e o grau dos elementos. Segundo Ching (2013), a percepção do olho humano sobre proporção e escala é imprecisa. Apenas com o olhar não conseguimos aferir com exatidão as dimensões de uma forma, por exemplo. Do mesmo modo, diferentes ângulos de visão são capazes de aumentar ou reduzir virtualmente a proporção entre os elementos. Forma e CriaçãoForma e Criação 30/03/2021 Ead.br https://anhembi.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_666450_1&PARE… 23/34 As composições plásticas empregam a proporção para atribuir ordem e harmonia entre os elementos compositivos. Mesmo que o nosso sistema de visão não seja capaz de determinar com exatidão as relações de proporção, quando percebidas pelo observador, elas tendem a ser mais aceitas. Na arquitetura e no design, a proporção e o emprego de módulos na composição ajudam, ainda, a otimizar o uso das matérias. Fatores técnicos como sistema estrutural e materiais empregados, ajudam a determinar em tais campos quais serão as proporções aplicadas. Grande parte dos materiais utilizados na construção civil é proveniente de processos industriais, nos quais os elementos são produzidos em larga escala seguindo um padrão de dimensionamento. Ching (2013) aponta que existem várias teorias de proporções que foram desenvolvidas ao longo dos séculos. Desta forma, iremos analisar as principais teorias que são aplicadas às composições até os dias atuais: seção áurea, modulor e antropometria. Seção Áurea A seção áurea é a teoria de proporção mais abrangente, sendo empregada na arquitetura, no design, nas belas artes, sendo percebida até mesmo em elementos da natureza, como plantas e o corpo humano. Segundo a �loso�a pitagórica de que o universo é regido pelos números, a seção áurea, também conhecida como proporção áurea, é uma relação entre altura e largura de um elemento. Desta forma, ao dividirmos uma reta em dois segmentos (A e B), a razão entre eles (A/B) é igual à razão entre a reta inteira e o maior segmento ((A+B)/A). Este valor é constante e deve ser próximo a 1,618, o número Phi, representado pelo símbolo φ. Observe o exemplo na Figura a seguir. 30/03/2021 Ead.br https://anhembi.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_666450_1&PARE… 24/34 Um retângulo com os lados dimensionados a partir da proporção áurea é denominado retângulo áureo. Se subtrairmos deste retângulo um quadrado de dimensões equivalentes ao menor lado do retângulo, o produto �nal ainda será um retângulo áureo. Isso ocorre, pois a seção áurea apresenta a propriedade de crescimento aditivo e geométrico de progressões. Modulor O Modulor é um sistema de proporção criado pelo arquiteto Le Corbusier, em 1948, ano em que publicou a obra O Modulor, uma medida harmoniosa para a escala humana aplicável universalmente à Arquitetura e Mecânica (CHING, 2013). Neste trabalho, Le Corbusier reuniu diversos estudos no qual explorava um sistema de proporção que além de garantir harmonia, mantinha a escala humana em qualquer situação. Observe a Figura a seguir. 30/03/2021 Ead.br https://anhembi.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_666450_1&PARE… 25/34 O Modulor é criado a partir de uma malha básica com três principais dimensões: 113 cm, 70 cm e 43 cm, que são proporcionais conforme a seção áurea. A partir destes três módulos básicos, Le Corbusier acreditava ser possível de�nir o espaço ocupado pela �gura humana. As sequências utilizadas no Modulor representam as medidas ideais para a produção de mobiliários e espaços em diversas escalas indo desde o projeto de interiores até a concepção de conjuntos habitacionais. Antropometria A antropometria é um campo de estudo que mensura as dimensões corpóreas e os movimentos biomecânicos empregados para a realização das atividades. Assim como o Modulor de Le Corbusier, a antropometria utiliza as dimensões do ser humano para compor o espaço. No entanto, as soluções apresentadas pela antropometria são muito mais re�nadas do que aquelas concebidas pela �gura do Modulor. Segundo Ching (2013), as dimensões do corpo humano afetam o volume de espaço que precisamos para o movimento, a atividade e repouso. Desta forma, podemos concluir que os dados antropométricos variam conforme o tipo de atividade realizada pelo usuário. Por exemplo, quando consideramos o ato de dormir, que é uma operação estática, as proporções antropométricas avaliadas serão diferentes daquelas analisadas quando projetamos um posto de trabalho, no qual o operador estará movimentando os braços para realizar a tarefa. 30/03/2021 Ead.br https://anhembi.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_666450_1&PARE… 26/34 Outro importante fator a ser considerado dentro do campo da antropometria são as variações das dimensões corpóreas entre os seres humanos. Estas variações ocorrem por diversos fatores, por exemplo, diferença entre os sexos, variações intraindividuais, variações étnicas, in�uência da alimentação, entre outros. Não existe um “homem médio” ou “homem padrão”, na antropometria os dados são tabulados conforme percentis, ou seja, divisões percentuais de uma amostra. A ergonomia é um campo de estudo que busca adaptar os equipamentos e ambientes às condições psico�siológicas dos seres humanos. Para isso, ela irá empregar como proporção os valores aferidos pela antropometria. Escala A escala, diferente da proporção, relaciona-se ao tamanho de algo quando comparado a um referencial. Ou seja, se tivermos apenas um único objeto na composição, não conseguimos atribuir uma escala a ele, lidar com escala é uma maneira de comparar um objeto ao outro. 30/03/2021 Ead.br https://anhembi.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_666450_1&PARE… 27/34 Para compreendermos melhor como é dada esta relação, vamos aplicá-la à análise do espaço construído. Uma casa de três pavimentos, por exemplo, pode parecer grande se a compararmos com uma residência de um pavimento. No entanto, se inserirmos esta edi�cação em um cenário repleto de prédios, a casa irá parecer muito menor. O tamanho real da construção não é alterado, porém, a forma como ela é percebida pode ser modi�cada de acordo com o seu entorno. Segundo Ching (2013) é importante identi�carmos dois conceitos: a escala visual e a escala mecânica. A escala visual é aquela que compreende o modo como percebemos o objeto, assim como no exemplo em que mencionamos a casa. Já a escala mecânica relaciona uma dimensão real do objeto que quando representada gra�camente é maior ou menor no papel. Ainda considerando o exemplo da arquitetura, quando desenhamos uma casa em projeto, ela não será representada em tamanho real. Para o registro da construção, iremos reduzir o tamanho real da casa, porém mantendo uma proporção entre todos os elementos. A escala irá determinar qual a relação entre o representado e o real. A escala humana, quando aplicada ao design e arquitetura, busca conceber espaços e produtos baseados na proporção das dimensões humanas. Neste contexto, a escala monumental é aquela que cria espaços grandiosos nos quais nos sentimos pequenos, enquanto a escala íntima é responsável por criar espaços menores nos quais os ocupantes podem se sentir próximos uns aos outros.30/03/2021 Ead.br https://anhembi.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_666450_1&PARE… 28/34 atividade Atividade A antropometria realiza levantamento, tabulação e análise de dados antropométricos, ou seja, as dimensões corpóreas dos seres humanos. A partir destas informações, o projeto de ambientes e produtos pode ser concebido de modo harmônico com as condições e limitações do organismo humano. Com base no apresentado, assinale a alternativa correspondente ao campo de estudo que viabiliza tal adequação. a) Fisiologia. b) Trigonometria. c) Física. d) Matemática. e) Ergonomia. 30/03/2021 Ead.br https://anhembi.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_666450_1&PARE… 29/34 indicações Material Complementar L IVRO Arte e percepção visual: uma psicologia da visão criadora Rudolf Arnheim Editora: Cengage Learning ISBN: 978-8522126002 Comentário: Rudolf Arnheim foi um psicólogo alemão que desenvolveu estudos na área da percepção visual. Na leitura sugerida, caro(a) estudante, você é convidado(a) a re�etir sobre o estudo da arte e das composições visuais sob a ótica da psicologia moderna. 30/03/2021 Ead.br https://anhembi.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_666450_1&PARE… 30/34 F ILME Jean Michel-Basquiat: Um jovem brilhante Ano: 2010 Comentário: No �lme sugerido, você é convidado(a) a conhecer a vida do jovem artista Basquiat, que faleceu em 1988 com apenas 27 anos de idade. Apesar da curta carreira, Basquiat produziu diversas obras, sobretudo, a partir da técnica do gra�te, sendo uma referência artística até os dias atuais. Neste �lme, é interessante observarmos como forma e cor se conciliam nas produções de Basquiat e como isso re�ete na arte de rua contemporânea. Para conhecer mais sobre o �lme, acesse o trailer disponível em: TRAIL ER 30/03/2021 Ead.br https://anhembi.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_666450_1&PARE… 31/34 conclusão Conclusão Uma composição visual pode ser construída sem textura, sem o emprego de cor, mas di�cilmente podemos compor uma imagem sem utilizar a forma. Um erro bastante comum é associarmos forma a uma estrutura rígida e geométrica. Como analisamos nesta unidade, o contorno de uma forma pode assumir diversas con�gurações morfológicas, desde as estruturas lineares até os desenhos mais abstratos. Neste contexto, cada con�guração irá apresentar características visuais próprias o que, por sua vez, desencadeia estímulos particulares no observador. A partir dos princípios e teorias analisadas nesta unidade, pratique e treine maneiras de manipular a forma, de modo a explorar toda a sua potencialidade. referências Referências Bibliográ�cas CHING, F. D. K. Arquitetura: forma, espaço e ordem. 3. ed. Porto Alegre: Bookman, 2013. GOMES FILHO, J. Gestalt do Objeto: Sistema de Leitura Visual da Forma. 6. ed. São Paulo: Escrituras Editora, 2004. 30/03/2021 Ead.br https://anhembi.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_666450_1&PARE… 32/34 IMPRIMIR 30/03/2021 Ead.br https://anhembi.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_666450_1&PARE… 33/34 30/03/2021 Ead.br https://anhembi.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_666450_1&PARE… 34/34
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