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3 principios gerais em cirurgia plástica pdf

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INTRODUÇÃO 
• Paciente geralmente pergunta: “Vai ficar cicatriz?”, 
“A cicatriz vai ficar com bom aspecto?” 
• Não tem como responder a essas perguntas com 
precisão, mas precisamos saber que quando existe 
uma lesão na pele que acomete todas as camadas da 
pele (lesão de espessura total) sempre existirá uma 
cicatriz → lesão com espessura que acometa pelo 
menos a derme 
*reepitelização só quando tem lesão na epiderme e 
geralmente nesse tipo de lesão não tem uma cicatriz tão 
aparente; então procedimentos mais brandos/ superficiais - 
desde que acometa só a epiderme não tem cicatriz tão visível; 
é por isso que conseguimos fazer alguns tipos de 
procedimentos na pele sem ficar com cicatriz, p.ex.: no rosto 
• A aparência final de uma cicatriz depende de muitos 
fatores → interferem na qualidade da cicatrização 
• Diferenças entre os indivíduos que não podem ser 
previstas e que não entendemos ainda 
completamente → paciente de cor mais escura tem 
cicatriz mais aparente que o paciente com a pele 
mais clara 
• Tipo de pele e localização no corpo → paciente de 
origem asiatica, negroide ou caucasiana influencia 
no tipo de cicatrização; além disso, cicatrizes na face, 
região mais irrigada e com mais anexos cutâneos, 
geralmente tem cicatrização e recuperação mais 
rápidas com melhor aspecto; cicatrizes em 
articulações, regiões distais do corpo (pernas) 
apresentam cicatrizes piores 
• Tensão na ferida → geralmente em cirurgias que 
remove parte do tecido do corpo ou traumas 
importantes com perda de substâncias, tenta fazer 
um fechamento primário, então acaba esticando um 
pouco a pele, aumentando a tensão - um pouco 
acima do normal, causando tensão na pele e então a 
cicatriz vai ser um pouco pior 
• Posicionamento das feridas (linhas de Langer) → se 
conseguir posicionar a incisão, na cirurgia eletiva, 
nos lugares chamados linhas de Langers, consegue 
ter melhor benefício estético para o paciente 
• Condições locais e sistêmicas do paciente → se a 
área está bem vascularizada, sem sinal de 
contaminação, de infecção local; paciente com DM 
descompensada, colagenose, doença autoimune; 
tudo isso influencia na qualidade da cicatriz 
• Técnica cirúrgica adequada/ ideal 
Alguns dos fatores que influenciam na boa cicatrização, 
com melhor benefício estético para o paciente 
 
FATORES LOCAIS 
• Suprimento sanguíneo → paciente com insuficiência 
arterial crônica, submetido a cirurgia no MMII, talvez 
seja melhor fazer revascularização para melhorar a 
qualidade de suprimento sangüíneo da região 
• Denervação → causam espasmos que prejudicam a 
cicatrização 
• Coleção fluida → na verdade qualquer coleção 
(seroma, hematoma) no local do fechamento tem 
que drenar a secreção para que a cicatrização ocorra 
mais rápido; por isso faz o fechamento em vários 
planos, para tentar obliterar todos os espaços que 
podem ficar entre uma borda e outra, para não ficar 
espaço morto e formar coleção naquela região 
• Infecção → tratar com antibiótico, desbridar a 
ferida, limpar até que tenha uma melhor condição 
para fazer o fechamento melhor 
• Área previamente irradiada → ex.: cirurgia de 
reconstrução mamária, que o paciente foi submetido 
a radioterapia; se puder fazer reconstrução um 
pouco mais definitiva antes da radioterapia tem 
beneficio estético um pouco melhor 
• Estresse mecânico → dependendo do trauma que 
tiver na lesão, ex.: na ferida cortante, o ferimento é 
retilíneo, com as bordas regulares, sem abrasão das 
áreas ao redor, então não tem trauma contuso na 
região, não tem área de isquemia, não vai ter 
contaminação por outros materiais, então vai ser um 
ferimento mais limpo 
FATORES SISTÊMICOS 
• Idade → pacientes mais idosos, apesar de ter menos 
fibras colágenas, menos miofibroblastos e com 
cicatrização mais rápida, geralmente ele têm melhor 
cicatrização, justamente porque não tem a tensão 
dos miofibroblastos, ou seja, não ficam tracionando 
a ferida, não há deposição importante de colágeno 
no local e as chances de desenvolver uma cicatriz 
hipertrófica ou queloide são menores; paciente 
muito novo tem cicatrização mais rápida, mas isso 
não significa necessariamente uma cicatrização 
melhor, com aspecto estético melhor; as crianças 
ainda têm o fator de crescimento envolvido, o que 
pode alargar a cicatriz posteriormente; além disso, 
têm fatores hormonais que influenciam na 
cicatrização e a partir da puberdade já começa a ter 
uma alteração por conta do hormônio de 
crescimento, dos homônimos masculinos e 
femininos 
• Função endócrina → pâncreas e tireoide 
principalmente; paciente com DM descompensado 
provavelmente terá alteração cicatricial, ou com 
hiper ou hipotireoidismo também afeta a 
cicatrização 
• Uso de medicações → antiinflamatórios, citotóxicos 
- alteram a cicatrização 
• Pacientes sépticos → tem que tratar a infecção do 
paciente antes de fazer qualquer cirurgia 
• Falha orgânica muito grande → ex.: cardíaca 
• Obesidade → altera bastante a cicatrização; em 
cirurgias estéticas, só a obesidade leva a alguns 
riscos, como riscos cardiovasculares, nas próprias 
feridas (em termos de produção de seroma, 
deiscência de ferida operatória), então o paciente 
tem mais chance de ter infecção 
• Doenças malignas → ex.: tumores, porque tem 
consumo muito grande de proteínas e de outras 
substâncias, e acaba desnutrindo o paciente 
• Desnutrição severa também altera bastante a 
cicatrização 
WILLIAM STEWART HALSTED (1852 - 1922) 
PRECONIZOU OS SEGUINTES PRINCÍPIOS - PARA 
QUE A CIRURGIA SEJA FEITA DE MANEIRA 
ADEQUADA: 
• Assepsia 
• Hemostasia 
• Obliteração de espaço morto 
• Preservação do suprimento sanguíneo 
• Delicadeza/ habilidade com os tecidos 
• Ausência de tensão na linha de sutura 
*fazer a limpeza da região com soro fisiológico sob pressão, 
mesmo no caso de cirurgias de emergência; remover os tecidos 
que não estão viáveis/ sem vascularização, remover também 
corpos estranhos que estejam no local e depois fazer assepsia 
adequada para então proceder com o fechamento da ferida 
(povidini tópico ou alcoólico, clorexidina tópico, aquoso ou 
alcoólico) 
*álcool não é um bom produto para fazer assepsia porque na 
verdade não faz assepsia alguma, só vai ter ação 
bacteriostático e não bactericida 
*ferimento mais profundo, com acometimento do tecido 
muscular ou até gorduroso tem que fechar camada por 
camada, mesmo com pontos espaçados; em feridas 
traumáticas não costuma fechar tão hermeticamente, como 
em uma cirurgia eletiva que tem todo o tecido limpo, porque 
às vezes não consegue fazer uma hemostasia adequada da 
ferida, não consegue limpar totalmente a região; então, se 
fechar hermético acaba tendo maior facilidade de acontecer 
um hematoma ou seroma e não conseguir drenar ou até 
mesmo não identificar esse tipo de situação, se não tiver uma 
certa experiência; além disso tem risco de ter infecção; por isso 
acaba fechando uma lesão traumática com um pouco mais de 
distância, desde que esteja bem limpa a ferida 
*para verificar se o tecido esta vascularizado ou não pode 
escarificar um pouco a borda da ferida e ver se tem 
sangramento 
*quando tem perda de substância e a pessoa não tem 
habilidade e não consegue mobilizar retalhos, fica difícil deixar 
o mínimo de tensão na ferida 
ASSEPSIA E ANTISSEPSIA 
• Antissepsia corresponde ao uso de produtos 
antimicrobianos no tecido vivo (povidine tópico ou 
alcoólico, clorexidina degermante, aquosa ou 
alcoólica) → desinfecção é quando usa esses tipos de 
produtos em materiais não vivos 
• Assepsia corresponde ao preparo para manter o 
paciente e ambiente cirúrgico livre de germes, como 
o uso de roupas e campos esterilizados, luvas 
estéreis e material cirúrgico adequado → preparo do 
paciente e de todo ambiente para que a cirurgia não 
tenha contaminação; a tricotomia é feita no 
paciente, depreferência no momento da cirurgia 
(não pede mais para fazer no dia anterior porque o 
paciente usava gilete e causava microtraumas nas 
regiões da pele, o que formava possíveis portas de 
entrada para contaminação no local) 
*tem que demorar de 3 a 5 minutos para fazer a escovação; 
degermação - escovar a região que vai fazer a cirurgia com 
clorexidina para retirar o excesso de bactérias, depois passa a 
tintura alcoólica para tentar diminuir ao máximo o risco de 
infecção 
*todos esses cuidados são levados muito mais em 
consideração quando usa matérias protetéticos, p.ex.: cirurgia 
de prótese de mama, tem que redobrar os cuidados para evitar 
infecção, porque a prótese não pode estar em hipótese alguma 
contaminado, pois, caso precise tratar, não chega antibiótico 
na região; e a prótese uma vez contaminada tem que trocar 
DESBRIDAMENTO 
• O desbridamento de tecidos desvitalizados deve ser 
minuncioso, e a retirada de corpos estranhos 
meticulosa. Tecidos inviáveis apresentam ausência 
de enchimento capilar, descoloração e não sangram 
à escarificação, devendo ser prontamente 
removidos. Entretanto, em caso de dúvida quanto à 
sua viabilidade, deverão ser preservados. 
obs: quando puder remover mecanicamente ou com pomada 
desbridante química, consegue abreviar a recuperação da 
ferida para conseguir proceder com o fechamento 
HEMOSTASIA 
• A hemostasia é o tempo cirúrgico obrigatório para 
resultado satisfatório do procedimento e previne a 
ocorrência de hematomas e equimoses. 
obs: parar com o sangramento da região que está 
traumatizada; no PS não tem a mesma facilidade como em 
uma cirurgia eletiva (usa o bisturi elétrico para cauterização do 
vaso ou usa fio para fazer a ligadura de um vaso mais 
calibroso), então às vezes vai ter que fazer alguns tipos de 
suturas - hemostaticas - para tentar diminuir o sangramento e 
conseguir proceder com o fechamento da ferida 
• O ideal é a cauterização específica do vaso 
sangrante, evitando a fulguração de tecidos 
circunvizinhos → evita a queimadura dos tecidos 
sadios porque pode provocar uma área de 
cicatrização muito maior, com produção de mais 
seroma, vai demorar mais para cicatrizar 
• Diante de um vaso mais calibroso, deve-se proceder 
à sua ligadura (tanto com porta agulha quanto com 
os fios manuais). 
• A utilização de drenos deve ser realizada, de 
preferência quando houver grandes descolamentos, 
dúvidas com relação à hemostasia e em cirurgias 
contaminadas. ex.: na abdominoplastia faz o 
deslocamento da região inferior até o apêndice 
xifoide (retalho dermo-gorduroso) e se não fizer uma 
obliteração do tecido morto ou fazer uma drenagem 
adequada, essa região enche de líquido, forma 
seroma e então tem que ficar puncionando; neste 
caso faz alguns pontos de adesão para aproximar 
esses pontos da parede abdominal, faz também uma 
drenagem com vácuo; usa também malhas 
compressivas para comprimir para formar menos 
líquido nessa região; drenagem linfática também 
influencia para produzir menos líquido 
obs: cirurgias em cavidades que faz anastomose, geralmente 
posiciona o dreno no local da anastomose para 
monitoramento do conteúdo liberado, ex.: se eventualmente 
começar a drenar secreção ictérica, sabe-se que a sutura abriu; 
o mesmo vale para os hematomas pois o dreno mostra que 
está tendo sangramento no local 
 
TÉCNICA CIRÚRGICA 
• Lesão de menos tecidos possíveis, como evitar pegar 
os bordos de uma ferida ou retalho com pintas, 
esmagando os capilares locais → observa-se que 
esse esmagamento dos tecidos é pior porque lesiona 
a borda da ferida que precisa para boa ter 
cicatrização, causando alteração estética 
• Superfícies cruentas estarão mais protegidas se 
cobertas com compressas úmidas em soro fisiológico 
ou no próprio sangue do paciente, evitando a 
formação de seroma no pós-operatório. 
• As incisões iniciais devem ser programadas, se 
possível, de acordo com as linhas de Langer. ex.: 
incisão da apendicectomia - incisão de McBurney; 
correção de hérnia inguinal posicionada na prega 
inguinal; se tiver a possibilidade de posicionar as 
incisões em uma prega disfarça ainda mais a incisão 
FIO IDEAL (NÃO EXISTE, MAS CASO EXISTISSE 
TERIA ESSAS PROPRIEDADES) 
• Mínima reação inflamatória tecidual 
• Alta força de tensão (segura o tecido sem arrebentar o fio) 
• Absorção favorável e no tempo correto 
• Resistente à infecto 
• Fácil manuseio 
• Espessura mais fina possível 
• Baixo custo 
A escolha do tipo de revestimento, configuração e 
formulação do material de síntese é relevante no 
controle e qualidade da cicatrização do tecido. ex.: para 
fazer sutura na pele usa fios que geralmente demoram 
mais para ser reabsorvidos, fios monofilamentados e que 
são mais baratos 
• A sutura irá influenciar nas propriedades físicas e 
mecânicas do tecido abordado, incluindo resistência, 
elasticidade, taxa de degradação do material 
empregado e reação tecidual ao material de síntese. 
obs: cada tecido cicatriza em um determinado 
período, ex.: alças intestinais demoram mais para 
ganhar resistência que a pele; então o fio tem que 
aguentar um tempo maior na sutura intestinal; tem 
diferença entre as regiões da pele também, ex.: pele 
de face em relação a pele da perna; tem fios 
inabsorvíveis e absorvíveis, o tempo de degradação 
entre os fios absorvíveis varia conforme o material 
obs: não usa um fio cuja degradação é rápida no pé porque não 
conseguirá manter a ferida fechada, nessa região o fio precisa 
ser mantido por pelo menos 20/21 dias 
• A elasticidade do fio é uma propriedade importante 
para permitir ao tecido edemaciar e, quando 
regredir, a aproximação das estruturas estará 
mantida → ao fazer o ponto a região incha e, se o fio 
não tiver uma certa maleabilidade ele se rompe 
quando o edema no tecido se formar; por isso o fio 
tem que ter um certo grau de elasticidade 
• A capilaridade é a capacidade de absorver líquidos, o 
que aumenta a possibilidade de retenção de 
bactérias obs: presente geralmente nos fios 
multifilamentares, de algodão; isso nem sempre é 
bom porque fios multifilamentares são mais 
suscetíveis à infecção porque proporciona uma 
região que estará sempre úmida e os orifícios entre 
os multifilamentos acumula microrganismos; 
algumas empresas desenvolveram fios 
multifilamentares com camada de revestimento com 
antimicrobiano 
• A força tênsil é a resistência ao rompimento do fio 
ao ser tracionado → a força tensil a ser usada no fio 
depende da espessura do tecido, ex.: a pele da perna 
e das costas é mais grossa, portanto vai ter que fazer 
uma força maior com o fio para conseguir dar o nó e 
nesses casos usa um fio mais grosso para conseguir 
sustentar o nó na estrutura 
• A memória é a propriedade relacionada à 
plasticidade do fio, sua capacidade de manter a 
forma inicial após ser tracionado. Fios com memória 
alta têm mais facilidade em desatar os nós → alguns 
fios ficam com o mesmo formato da embalagem e 
não consegue desfazer essa dobra, dificultando o 
manuseio, ou seja, alguns fios não têm a capacidade 
de ser tão maleável por conta dessa memória alta, 
ex.: nylon, prolene; em compensação, os fios 
multifilamentares são mais fáceis de manusear 
porque geralmente não têm essa memória tão 
grande 
• Pliabilidade expressa a facilidade de manuseio do fio. 
Os fios multifilamentados são mais pliáveis (em 
relação, p.ex. ao fio de aço). 
• O material utilizado para o fio poderá ser absorvível, 
que será degradado pelo organismo, ou inabsorvível, 
que permanecerá estável no local. Os fios 
inabsorvíveis são os que causam menor reação 
tecidual quanto à sua composição. obs: as formas de 
degradação depende do material que é composto, 
ex.: categute é degradado por proteólise, causando 
uma reação inflamatória muito grande; alguns fios 
mais novos, ex.: PDS e o monocryl, percebe-se que 
eles sãodegradados por hidrólise, que causam 
menor reação inflamatória na região onde estão 
localizados; os fios inabsorvíveis, ex. náilon, em 
algum momento da vida vão ter uma certa absorção 
• Os fios multifilamentados proporcionam facilidade 
de manuseio e capacidade de reter o nó. Os fios 
multifilamentados revestidos com silicone 
apresentam menor coeficiente de atrito, porém a 
capacidade de reter o nó também é menor. obs: 
justamente porque os fios multifilamentos têm 
maleabilidade melhor e têm coeficiente de atrito 
maior que os fios monofilamentares, ou seja, segura 
melhor o nó; fios com revestimento, geralmente de 
silicone, têm atrito melhor e não fica travando, ex.: 
Ethibond - fio multifilamentado siliconado, muito 
utilizado para fechamento de paredes p.ex., porque 
não causa traumas muito grandes por esse atrito, 
deixando de lesionar uma área maior; esses fios que 
têm muita memória e tem menos atrito, faz pelo 
menos 3 nós (1º duplo e o restante simples) 
• Os fios monofilamentados proporcionam menor 
coeficiente de atrito, ou seja, causam menos lesão 
tecidual, mas com menor capacidade de reter o nó. 
obs: esses fios que tem muito pouco atrito, às vezes 
tem que fazer 4/5 nós para conseguir deixar o fio ali, 
senão o nó solta e se soltar tem uma deiscência/ 
abertura da ferida 
FIOS ABSORVÍVEIS 
obs: categute cromado é muito utilizado por ginecologistas e 
cirurgiões plásticos eventualmente para suturar mucosa por 
não precisar de um tempo muito grande de degradação do fio 
e é muito mais barato que os outros fios absorvíveis; devido o 
revestimento conseguiram diminuir a taxa de degradação do 
fio 
obs: geralmente a hidrólise gera menor reação tecidual; muito 
utilizado para fazer fechamento de parede, apesar de perder 
50% da resistência em 2 a 3 semanas 
obs: monocryl é muito usado na cirurgia plástica; geralmente 
é usado para fazer sutura intradérmica porque é absorvível; na 
verdade prefere que fique umas 3 a 4 semanas - por isso a 
maioria dos cirurgiões estão trocando o monocryl por PDS (só 
que esse é um fio mais caro) 
obs: o tempo de degradacao do PDS é maior que o monocryl, 
então para fazer suturas subdérmicas ou intradérmicas, esse 
fio acaba retendo a tensão/ a força tênsil que precisa em uma 
ferida durante mais tempo; desvantagem é que esse fio tem 
memória alta, ou seja, não tem maleabilidade boa, além disso 
tem alto custo 
FIOS NÃO ABSORVIVEIS 
 
obs: algodão pode ser agulhado ou não; 
geralmente quando vai fazer ligadura de vasos ou 
estruturas é esse tipo de fio que usa; ou pode-se 
usar também o mersilene 
obs: ethibond é degradado mais tardiamente, 
então consolida um pouco mais a ferida 
obs: prolene é bastante usado em cirurgia 
vascular, tem memória muito grande, por ser 
monofilamenteado e ter pouco atrito é o pior fio 
para conseguir dar nó, precisando de 4/5 nós para 
manter o fio, a sutura na posição 
 
 
 
 
 
 
obs: conforme for perdendo a resistência tênsil, percebe-se que 
a pele ganha resistência tênsil 
obs: não pode usar um fio que tenha resistência tênsil muito 
baixa e perca essa resistência durante a fase de cicatrização 
senão nessa fase não vai ter a coarctação; o ideal é que se 
tenha uma ideia de quanto tempo leva para cada tecido 
cicatrizar e qual o tipo de fio é mais adequado para aquele tipo 
de tecido 
• Os grampos cutâneos são uteis em longas incisões, 
para poupar tempo em fechamento de ferida, ou no 
couro cabeludo. Devem ser retirados precocemente para 
evitar marcas cutâneas. ex.: paciente instável com 
incisão do apêndice xifoide até a região púbica precisa 
fechar rapidamente; facilita também em anastomose 
(para região retal existem grampeadores circulares); se 
não remover os grampos no tempo certo, as marcas dos 
grampos permanecem, formando o chamado trilho de 
trem; nem sempre consegue remover o ponto no tempo 
certo, às vezes tem que deixar a sutura um pouco mais 
de tempo até que as bordas estejam mais coarctadas e 
não corra o risco de ter uma deiscência/ abertura da 
ferida; problema? custo elevado; junta as bordas com 
uma pinça e grampeia 
• Os adesivos cutâneos podem ser usados em áreas nas 
quais não há tensão ou onde a forca do fechamento é 
realizada por pontos dérmicos. O uso dos adesivos 
também proporciona uma impermeabilidade da ferida 
nos primeiros dias. obs: é uma alternativa, ou seja, não 
substitui a sutura; esteticamente não interfere - paciente 
submetido a uma cirurgia plástica com cola, sutura 
simples ou adesivo, o resultado a princípio é o mesmo; 
traciona com o curativo e aproxima as bordas 
• As colas teciduais, como os compostos 2-
butilcianoacrilato e 2-octilcianoacrilato, poderão ser 
uma escolha para o fechamento da pele. Apresentam 
como vantagens diminuir o tempo cirúrgico e promover 
conforto pós-operatório, pois evitam a retirada de 
pontos e, como contraindicações, estariam a pele não 
íntegra, edema de tecidos e regiões em que existe sutura 
sob tensão. 
obs: em crianças a cola é muito melhor, ex.: criança com 
ferimento bem definido retilíneo, superficial, em sangramento 
importante, evitando retirada dos pontos, a criança nÃo sofre, 
porque se for suturar tem que anestesiar a criança, ou se for 
um ferimento maior, vai ter que ir por centro cirúrgico e fazer 
uma anestesia inalatória; ferimento retilíneo cicatriza da 
mesma maneira como se tivesse dando ponto; muito utilizado 
em cirurgias plásticas - por baixo tem ponto, não usa apenas a 
cola 
 
 
obs: pálpebra é uma região que tem uma das melhores 
cicatrizações do corpo; lesão principalmente no tecido 
palpebral superior quase não observa cicatriz porque ela fica 
muito fina 
TECNICA DE SUTURA 
SUTURA SIMPLES 
 
 
Passa o ponto de um lado, pega mais ou menos todo o tecido 
(pele, epiderme e derme), vai até um pouco abaixo da derme e 
depois volta. Sempre tentando pegar uma quantidade igual de 
tecido dos dois lados, tanto em termos de largura quanto em 
espessura, porque senão vai confrontar a borda de uma forma 
incorreta e se ficar uma borda mais elevada que a outra 
demora para cicatrizar, por isso tem que estar exatamente na 
mesma direção. Não precisa estrangular o ponto, não precisa 
isquemiar ou fazer uma força muito grande, é só simplesmente 
para aproximar a borda. Geralmente em uma cirurgia eletiva, 
o cirurgião plástico costuma fechar em vários planos: ponto 
aproximando a região mais profunda, geralmente o faz 
subdérmico e é o ponto que serve para tirar a tensão da ferida. 
Em seguida faz um ponto por cima ou externo ou intradérmico. 
Na verdade tem que deixar a força sempre concêntrica, todas 
as forças tem que apontar para o centro (mais largura na 
região interna/derme e com menos largura na região da 
epiderme) e então entra com a agulha um pouco inclinada, 
para conseguir pegar um pouco mais de tecido profundo do 
que na superfície. A borda ideal, que tem melhor cicatrização, 
é quando os pontos/ as bordas estão evertidas. Não podem 
estar invertidas e de preferência não podem só estar niveladas, 
porque quando tiver um edema, a parede vai tracionar um 
pouco as bordas então tem que manter sempre o contato (para 
não se afastarem ao edemaciar). 
PONTO DE COLCHOEIRO VERTICAL (DONATTI) 
 
 
Um dos pontos que consegue fazer eversão da borda Entra 
com o fio por fora, pega todo o tecido, sai e depois entra 
novamente por um ponto próximo à borda, pegando menos 
tecido para pegar a camada superficial e então aproximar as 
bordas, sai e depois da o nó. O problema desse tipo de ponto 
é que passa 2 vezes na pele verticalmente, deixando uma 
marca muito feia (linha de trem), geralmente na linha de 
sutura. Usado para everter a borda e quando tem um tecido 
um pouco mais tenso, pois como passa 2 vezes na pele, 
consegue pegar maior quantidade de tecido e então distribui 
todas as forças nas 2 linha de sutura no mesmo ponto.PONTO DE COLCHOEIRO HORIZONTAL (PONTO 
EM U) 
 
Variante do ponto anterior Mesmo princípio do ponto anterior, 
ou seja, entra com o fio por fora, sai e então percorre um pouco 
para frente e entra novamente e depois sai. Consegue everter 
a borda até mais que o outro e as marcas/linhas de sutura não 
ficam tão aparentes. Não são tipos de sutura que costuma 
fazer tanto em pele, são mais usados para suturas um pouco 
mais profundas, ex.: aproximação de músculo pois precisa de 
2 pontos de apoio, alças intestinais. 
SUTURA SIMPLES CONTÍNUO (CHULEIO) 
 
Também não é muito utilizado na pele porque não consegue 
ter uma certa regularidade em termos de distância e tecido 
que acaba pegando. Usado em algumas estruturas, p.ex.: 
pálpebra porque têm cicatrização muito boa, região retro-
auricular por não ser tão visível, em suturas mais profundas 
que precisam ser fechadas mais rápido às vezes por conta da 
instabilidade do paciente. Ponto simples e depois dá vários 
pontos sem dar nó, simplesmente para fazer um fechamento 
como se fosse um zíper. E então termina com o nó no último 
ponto na região que precisa. 
 INTRADÉRMICO CONTÍNUO 
 
Muito utilizado pelos cirurgiões plásticos e ginecologistas (em 
pontos de cesárea). Depois de fazer toda aproximação dos 
tecidos (subcutâneo, subdérmico) faz o fechamento 
intradérmico na região, com os pontos não aparecendo na 
borda. Sendo assim, automaticamente não vai ter linha de 
sutura na região externa e então o ponto pode permanecer por 
mais tempo (dependendo do fio, pode deixar por 2 a 3 semanas 
e não fica marcas na pele). Leva tempo e prática para 
conseguir fazer esse ponto porque o fio tem que estar alinhado, 
tanto na região horizontal (tem que pegar a mesma 
quantidade nos 2 lados), como pegar em uma camada não tão 
profunda. 
obs: pode colocar uma camada de curativo - fita adesiva ou 
cola cirúrgica - em cima da pele para impermeabilização e 
proteção da ferida 
obs: outros tipos de sutura - ponto em X (ponto hemostático - 
usado em ferida com muito sangramento e não consegue 
identificar o local exato que esta saindo o sangue, dá esse 
ponto grande, em x e então junta os tecidos para colocar uma 
tensão grande na ferida para que o tecido fique fechado e 
então pare de sangrar, possibilitando proceder com o 
fechamento da ferida) 
MÉTODOS DE EXCISÃO 
Lesões devem ser excitadas através de: 
• Incisões elípticas → Posiciona uma incisão em cunha, 
na região que tem uma prega (ex.: nasolabial), para 
justamente ficar escondida nessa região. Faz uma elipse e 
quando for fazer o fechamento a cicatriz alonga um pouco 
mais. Por isso não adianta tentar economizar no tamanho 
da elipse para uma mesma lesão, porque no final dessas 2 
lesões vai ter sobra de pele (“orelhas de cachorro”). Sendo 
assim, se fizer muito bonitinha a elipse e não estica-la, não 
consegue tirar essa sobra de pele toda e então fica a 
cicatriz sobrando nas laterais. Forma mais comum para 
remover lesões no corpo, seja biópsias incisionais, lesões 
tumorais. 
 
• Incisões em cunha → Usada somente em algumas 
regiões do corpo, principalmente mais na face. Quando 
tem lesão na borda do lábio - tanto inferior quanto 
superior -, na região da borda ciliar, na região da borda da 
orelha, pode usar esse tipo de incisão. Faz uma incisão em 
cunha e consegue fazer uma aproximação primária sem 
distorcer muito a anatomia da região. Lógico que tem uma 
limitação. Na região da pálpebra, se a lesão acometer 
cerca de 1/4 até 1/3 da pálpebra inferior consegue fazer 
esse tipo de incisão, mas que isso vai distorcer 
completamente a pálpebra e então tem que pensar em 
outras formas de reconstrução (ex.: com retalhos, etc.). O 
mesmo acontece com lesão no lábio, porque o lábio 
inferior suporta uma incisão em cunha de até 1/3 mas o 
lábio superior, por ter a região do filtro e ?, que é uma 
estrutura mais individualizada, suporta no máximo 1/4. 
 
• Incisões circulares → Para retirada de um tumor, 
prioritariamente tem que definir algumas margens 
cirúrgicas do tumor. Então, p.ex.: CBC geralmente tem que 
dar 1 a 2 mm de margem em todas as direções, por isso 
acaba fazendo uma incisão circular e então procede ao 
fechamento de algumas 
outras maneiras: faz um 
triângulo e roda retalhos 
laterais ou desenha 2 
triângulos e os aproxima no 
meio (chamado de retalho 
em avanço) e etc. Existe 
também o fechamento em 
bolsa de tabaco, no qual dá 
ponto em todas as regiões da 
borda e acaba fazendo uma 
constrição, ou seja, ao puxar 
fecha concentricamente e 
assim diminui o tamanho da 
incisão e consegue fazer 
uma reconstrução em 
uma ferida menor. 
• Ressecções parceladas 
 
TÁTICA CIRÚRGICA 
• Avaliação do fechamento da lesão poderá seguir a 
escada de reconstrução com opções simples, como 
curativos locais e fechamento primário evoluindo 
para enxertos cutâneos, retalhos locais e até 
retalhos microcirúrgicos. 
obs: com essa escada escolhe qual tipo de reconstrução é a 
melhor para cada tipo de ferida; antigamente se pensava que 
o fechamento mais simples era o melhor, mas hoje em dia 
acaba levando em conta outra situação, o triangulo da 
reconstrução, com o qual se planeja a melhor reconstrução, se 
preocupando tanto com a forma quanto com a função e a 
segurança daquele fechamento; então, dependendo do local 
que estiver, vai ser dado prioridade para alguns tipos de 
fechamento. 
obs: se o paciente estiver no P.S., realmente não vai ter 
condição de fazer outro fechamento, a não ser a sutura 
primária (simples); mas se tiver uma ferida com perda de 
substância, muito grande no local, paciente deve ser 
encaminhado para um centro de referência para fazer o 
fechamento e então, se neste local tiver um cirurgião geral, ele 
vai proceder de uma maneira, mas se tiver um cirurgião 
plástico ele já vai planejar a melhor reconstrução que se 
preocupe tanto com a forma quanto com a função e a 
segurança daquele fechamento; então, nem sempre a sutura 
simples vai ser a melhor para o paciente, às vezes você teve um 
ferimento grande na região da face, comprometendo a região 
mandibular, se tiver oportunidade de fazer um retalho 
microcirúrgico que já faça a reconstrução da mandíbula e a 
cobertura cutânea, para o paciente resolve tudo aquilo num 
tempo só, já recuperando a função dele, mantendo uma certa 
segurança naquele local

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