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As Fake News e o Processo Eleitoral Brasileiro A antiga existência de “Fake News” As mentiras, as desinformações e as omissões sempre existiram, utilizadas por exemplo no âmbito militar, em inúmeras guerras, falsos relatórios de comunicação ou informação eram elaborados para confundir, sabotar e aprisionar os inimigos. Uma determinada informação - previamente discutida e criada para parecer verídica - era enviada para determinadas pessoas que iriam transmitir a mensagem até as pessoas desejadas. Durante guerras, os relatórios falsos desenvolvidos eram enviados para espiões, assim estes forneceriam a informação errada, ou para múltiplos civis até que alguns destes informassem militares, estratégia em que a adulterada informação subiria na hierarquia militar, chegando nas pessoas desejadas. A estrutura base descrevida da disseminação de mentiras também era utilizada no âmbito político. Um exemplo internacional da utilização de mentiras, desinformação e estratégicas omissões na política ocorreu ao longo e pós ascensão ao poder de Adolf Hitler, o líder do partido político nazista da Alemnha que estimulou a 2ª Guerra Mundial. Hitler encontrou a sua oportunidade ao se deparar com a Alemanha pós 1ª Guerra Mundial, basicamente acabada economicamente e sofrendo cada vez mais com os gastos estabelecidos como punição devido às suas ações na primeira guerra. Com discursos políticos carismáticos e propagandas sobre a pureza e a nobreza dos alemães, conseguiu cada vez mais espaço dentro de um país que sofria economicamente. Hitler utilizou os três instrumentos citdos na política ao por exemplo: mentira sobre o povo judeu e seus “perigos”, omitir fatos acerca da realidade da guerra e tentar continuamente deixar a nação desinformada ao queimar inúmeros livros que tratavam de qualquer coisa que fosse contra as ideologias nazistas. A tecnologia e as Fake News Conforme visto, a utilização de mentiras e desinformação de pessoas sempre foi estratégica, bem elaborada, proposital, objetivando se beneficiar e desgraçar o outro ou se beneficiar diretamente pela desgraça do outro, como ainda acontece no âmbito político atual, entretanto com uma maior rapidez e eficácia de disseminação e maior dificuldade de retratação e correção. O devastador crescimento da utilização dos instrumentos desenvolvidos com a evolução tecnológica das últimas décadas, desde o uso Inteligência Artificial (AI) para sentenciar processos judiciais com teses previamente fixadas até a criação de comunidades on-line de pessoas que possuem os mesmos interesses, acrescentou, antes inimagináveis, soluções para o ser humano. Entretanto, como toda e qualquer criação, existem pessoas que a utilizam para fins obscuros, moralmente inaceitáveis e até mesmo desumanos. Nesse universo tecnológico, qualquer pessoa anonimamente é capaz de criar blogs ou “jornais” disseminando ódio contra ideologias contrárias às suas, por meio de mentiras, de manipulações, de desinformação do leitor que não procura pelas fontes ou veracidade dos fatos, de uma apresentação unilateral e sem autocrítica. “Informações” que são rapidamente disseminadas dentro de correntes ou publicações nas redes sociais e aplicativos de comunicação que mesmo quando provadas falsas, as pessoas “desejadas” não esquecem e utilizam dessa desinformação sempre que possível. As Fake News no Brasil Em um país completamente polarizado como o Brasil, principalmente nas eleições de 2018, entre grupos petistas (pessoas à favor do Partido dos Trabalhadores) e grupos antipetistas (pessoas que apenas são contra todas as ideologias apresentadas pelo Partido dos Trabalhadores, contudo não possuem uma posição política e/ou pessoas de extrema direita). No decorrer do período das propagandas eleitorais presidenciais a maioria dos brasileiros tinham como candidatos para presidência Fernando Haddad (pelo Partido dos Trabalhadores) e Jair Bolsonaro (na época, pelo Partido Social Liberal) e por isso desde o início as mentiras e manipulações eram direcionadas a estes e criadas por seus apoiadores. As chamadas Fake News se tornaram um pesadelo para qualquer eleitor coerente que tinha que buscar a veracidade e a fonte das publicações, assim como se essas fontes possuem alguma credibilidade. Além de manchetes chamativas e manipulações de entrevistas realizadas pela mídia, o Brasil chegou ao extremo. A dominação ideológica chegou a utilizar de mentiras sem nenhuma fonte ou sentido inúmeras vezes apenas para manchar o nome de um dos candidatos. Assim, os criadores de mentiras faziam com facilidade com que aqueles que ainda estavam em dúvida escolhessem os seus líderes. A mensagem era previamente elaborada estrategicamente, enviada para as pessoas certas causando desinformação da população e cegos politicamente se tornou cada vez mais fácil utilizar de Fake News para ganhar uma discussão do que informações e promessas verídicas. No Brasil, a situação chegou a um nível tão extremo que no âmbito dos crimes eleitorais foi necessário a criação de várias sanções contra aqueles que criarem e aqueles que disseminarem notícias falsamente objetivando ofender ou prejudicar a imagem de um candidato ou seu partido. Desde onerosas multas (válidas também para todos os canais de comunicação que não verificaram adequadamente a informação mesmo que não tenham tido a intenção de enganar seus consumidores) até mesmo a prisão. Ainda, foi preciso a criação de normas que tentassem reduzir a disseminação de Fake News proibindo o disparo de informações em massa por meio da utilização das redes sociais. Assim, principalmente os candidatos deveriam ter cuidado com as informações que transmitiriam no decorrer de propagandas eleitorais (incluindo entrevistas para mídia) para não aprovarem, concordarem, criarem ou tomarem como verídico notícias falsas. O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) tentou incansavelmente desde 2018, com a criação de um conselho específico para a situação acabar/diminuir a disseminação das Fake News, assim como implementações de sites oficiais que informam quais notícias eram falsas. Entretanto, o Brasil ainda cultiva um ambiente muito propício para a existência de Fake News devido a essa situação política extremamente polarizada até o hoje e a utilização do anonimato e tecnologias. Percebe-se que as Fake News dificultam todo o processo eleitoral brasileiro desde 2018 e até hoje não parou. Houve uma diminuição na sua criação (mas a disseminação das já existentes continuou a mesma) e as novas não são tão absurdas como antes. Contudo, desde o final de 2020 e as novas eleições à presidência se aproximando o nível de Fake News circulando pelas mídias sociais vem aumentando, fortalecendo os eleitores cegamente políticos e desinformando os novos eleitores.
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