Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
NR10 SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES E SERVIÇOS EM ELETRICIDADE ÁREAS CLASSIFICADAS Prof. Jayme Passos Rachadel 2 1. INTRODUÇÃO O que estabelece a NR-10? Controle do risco de explosão em áreas classificadas. Identificação de risco – Desenho de Classificação de Áreas; – 10.2.4.a: conjunto de procedimentos e instruções técnicas e administrativas de segurança e saúde, implantadas e relacionadas a esta NR e descrição das medidas de controle existentes; Eletro/eletrônicos certificados; – 10.2.4.f: certificações dos equipamentos e materiais elétricos em áreas classificadas; – 10.9.2: Os materiais, peças, dispositivos, equipamentos e sistemas destinados à aplicação em instalações elétricas de ambientes com atmosferas potencialmente explosivas devem ser avaliados quanto à sua conformidade, no âmbito do Sistema Brasileiro de Certificação; Dissipação de eletrostática; 10.9.3: Os processos ou equipamentos susceptíveis de gerar ou acumular eletricidade estática devem dispor de proteção específica e dispositivos de descarga elétrica. Inspeção das instalações; – 10.2.4.g: Laudo das instalações com cronograma de adequações; Sinalização; – 10.10.1.d: Delimitações de áreas; Permissão de trabalho; – 10.9.5: Os serviços em instalações elétricas nas áreas classificadas somente poderão ser realizados mediante permissão para o trabalho com liberação formalizada, conforme estabelece o item 10.5 ou supressão do agente de risco que determina a classificação da área. Ferramentas adequadas; – 10.4.3:Nos locais de trabalho só podem ser utilizados equipamentos, dispositivos e ferramentas elétricas compatíveis com a instalação elétrica existente, preservando-se as características de proteção, respeitadas as recomendações do fabricante e as influências externas. Treinamento. – 10.8.8.4: Os trabalhos em áreas classificadas devem ser precedidos de treinamento especifico de acordo com risco envolvido. Normas e Legislações Aplicáveis – As Normas são de origem internacional (IEC); – O tratamento dos riscos com instalações baseadas em diferentes “tipos de proteção”; – As normas passaram a condição de leis, sendo de uso obrigatório; – A Classificação de Áreas é feita na base do conhecimento dos produtos processados; – A Certificação de equipamentos Ex é compulsória; – O Seguro reconhece o gerenciamento dos riscos; – O MTE fiscaliza a execução dos métodos de controle de risco citados na NR- 10; – Auditorias externas 3 2. CONCEITUAÇÃO – Instalações elétricas em atmosferas explosivas necessitam técnicas de proteção que garantam nível de segurança aceitável através da classificação das áreas. – Esta classificação representa uma avaliação do risco devido à presença de misturas inflamáveis presentes no local de trabalho. ÁÁrreeaa CCllaassssiiffiiccaaddaa Área na qual a probabilidade da presença de uma atmosfera explosiva é tal que exige precauções para a construção, instalação e utilização de equipamentos elétricos. AAttmmoossffeerraa EExxpplloossiivvaa Misturas de substâncias inflamáveis com o ar na forma de: gás, vapor, névoa, poeira ou fibras, na qual após a ignição, a combustão se propaga através da mistura. EExxpplloossããoo:: “É a combustão quase que instantânea de uma massa de gases/vapores ou poeiras (frente de combustão), gerando uma onda de pressão proveniente da deflagração e acompanhada de forte ruído. ” EExxpplloossããoo:: Se os três elementos são encontrados “simultaneamente,” teremos a explosão, podendo acontecer tanto em “equipamentos de processo como em ambientes de processo”. Liberação de gases/vapores + ignição FFoonntteess ddee iiggnniiççããoo:: aammbbiieenntteess ddee pprroocceessssoo – Interruptores – Botoeiras/Tomadas – Contatores (Painéis) – Aquecimento de superfícies – Eletricidade Estática – Chamas, Arcos, Fagulhas, – Faíscas, etc. – Armazenamento de matérias primas – Unidades de produção – Transporte interno de produtos – Áreas de pesagem e embalagem – Armazenamento de produtos acabados PPooeeiirraass ee ffiibbrraass EExxpplloossããoo:: Formação de nuvens + ignição PPooeeiirraass ccoommbbuussttíívveeiiss:: Alumínio, Carvão, Cevada, Açúcar, Trigo, Poliestireno. Poeiras, fibras ou partículas em suspensão que podem formar misturas explosivas com o ar. OObbjjeettiivvoo ddaa CCllaassssiiffiiccaaççããoo ddee ÁÁrreeaass Não podemos permitir a presença das fontes de ignição, normalmente representadas por equipamentos elétricos/eletrônicos nesses locais, devido aos riscos de explosão. Uma vez identificada a extensão da área e a probabilidade de sinistro, o estudo de classificação de área permitirá definir os tipos de equipamentos/materiais a serem utilizados ou alterações de processos/procedimentos de trabalhos. 4 Extensão da área depende: – Quantidade de produto presente no ambiente (quanto maior for a quantidade, maior será a extensão da área); – Volatilidade do produto, se tratando de líquidos (quanto mais volátil, maior será a extensão da área); – Pressão em que o produto se encontra dentro do processo (quanto maior for a pressão, maior será a extensão da área); – Ventilação disponível no local (quanto maior for a ventilação, menor será a extensão da área). Como avaliar o produto? A FISPQ – Ficha de informações de segurança de produto químico, contém as informações que necessitamos para avaliar o produto, como características físico- químicas, tais como: – Ponto de Fulgor (Flash Point) ou PF – Faixa de Explosividade LIE/LSE (FE) – Densidade dos Vapores (Ar=1) – Temperatura de Auto-ignição (TI) PRODUTO PF FE Gasolina -48 1,4/7,6 Querosene 38 0,7/5,0 Acetona - 19 2,5/13,0 Ponto de Fulgor É a menor temperatura que um líquido inflamável libera vapor em quantidade suficiente para formar uma mistura inflamável. Também conhecido como flash point. Exemplo: Álcool Isopropílico (Ponto de fulgor 11°C) Na temperatura de 11°C a quantidade de vapor liberado é suficiente, para caso ocorra uma ignição, causar o Flash Point. O que é um líquido inflamável e um líquido combustível? – Inflamável – Pto. de Fulgor ≤ 60 0 C – Combustível – Pto. de Fulgor > 60 0 C Risco de explosão por poeiras Quanto mais fino for o pó, mais violenta é a explosão, devido à necessidade de menor quantidade de energia para ignição. 5 Acúmulo de poeira sem controle e presença de fontes de energia, condição para ocorrência de incêndio e explosão. Descargas estáticas Fontes de eletricidade estática – Material pulverizado, transportado em sistema pneumático; – Gás, vapor ou ar fluido por meio de bicos aspersores e nebulizadores; – Agitadores, misturadores, correias acionando esteiras transportadoras; – Corpo humano em atmosferas com baixo teor de umidade – contato do sapato com o piso a andar pode gerar eletricidade estática 3. IDENTIFICANDO O PERIGO Como identificar uma atmosfera explosiva? Para classificar uma planta industrial, é necessário determinar o tipo de substância inflamável presente no ambiente, as suas características, a probabilidade com que essa substância será liberada para o meio externo e as condições ambientais. Devemos então identificar quais são os grupos de gases, vapores inflamáveis, poeiras e fibras combustíveis que podem estar presentes em sua planta industrial. Grupo de explosividade GRUPO DESCRIÇÃO I Grisu (mistura de gases com predominância de metano encontrada em minas subterrâneas) IIA Propano, Butano, Álcool, Gasolina, Acetona, Hexano, Gás natural, Benzeno, etc. IIB Eteno, Formaldeído, Monóxido de carbono, Sulfeto de hidrogênio, etc. IIC Acetileno, Hidrogênio e Dissulfeto de carbono. GRUPO Poeiras e fibras IIIA Fibras: Rayon, Algodão, Sisal, Juta, Fibras de madeira, etc. IIIB Poeiras não condutivas: Açúcar, Farinha de trigo, Celulose, Vitamina C, etc. IIIC Poeirascondutivas: Alumínio, Ferro - manganês, Carvão, Coque, grafite, etc. Classe de temperatura É uma informação fornecida pelo fabricante de um equipamento em que ele garante que o produto não atingirá uma temperatura de superfície acima da classe em questão, mesmo em condição de falha. Para evitar qualquer risco de explosão, as temperaturas de superfície do motor devem ficar sempre abaixo da temperatura de ignição da mistura explosiva. 6 Temperatura máxima de superfície 0 C Classe de temperatura 85 T6 100 T5 135 T4 200 T3 300 T2 450 T1 4. CLASSIFICAÇÃO DAS ÁREAS DE RISCO 4.1. Gases e vapores inflamáveis – Zona 0 - em que a mistura explosiva é encontrada permanentemente ou na maior parte do tempo (a fase gasosa, no interior de um recipiente, constitui zona “0”); – Zona 1 - em que a mistura explosiva é provável durante a operação normal, mas quando ocorrer, será por tempo limitado; – Zona 2 - em que a mistura explosiva só é provável em caso de falhas do equipamento ou do processo. O tempo de duração desta situação é curto. 4.2. Poeiras e fibras – Zona 20 - É um local em que a atmosfera explosiva, em forma de nuvem de poeira, está presente de forma permanente, por longos períodos ou ainda frequentemente; – Zona 21 - É um local em que a atmosfera explosiva em forma de nuvem de pó está presente em forma ocasional, em condições normais de operação da unidade. – Zona 22 - É um local onde a atmosfera explosiva em forma de nuvem de pó existirá somente em condições anormais de operação e se existir será somente por curto período de tempo. Tipos de proteção 7 Marcação em equipamentos Ex conforme a NBR 9518: O que é o desenho de classificação de áreas? É o documento que deve mostrar as áreas classificadas existentes na unidade, seus graus de risco (Zonas) e suas extensões em metros. Ainda, segundo a norma, devem ser identificadas neste documento todas as fontes geradoras de risco, os produtos que geram o risco e suas condições de processo. 5. PREVENÇÃO Controle da ignição – recomendações • Sinalizar as entradas das áreas classificadas; • Utilizar ferramentas e equipamentos adequados; • Não utilizar ferramentas que geram faíscas; • Sempre que possível, substituir ferramentas elétricas por pneumáticas; • Os equipamentos elétricos a serem instalados nestes locais devem eliminar ou isolar a fonte de ignição 8 EXEMPLOS DE PRODUTOS UTILIZADOS EM ÁREAS CLASSIFICADAS
Compartilhar