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controle de constitucionalidade - parte geral

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Controle de 
constitucionalidade
(arts. 97; 102, incs. I, “a” e “p”, e III, e §§ 1º, 2º e 3º; 103; 
125, § 2º; e 129, inc. IV)
Prof. Marcelo Caminha Filho
Parte geral
O que é controle? Controle = fiscalização. 
Controle interno: fiscalização realizada por órgão interno à pessoa 
jurídica/poder que praticou o ato.
Controle externo: fiscalização realizada por pessoa jurídica 
externa à que praticou o ato.
Controle de constitucionalidade
O que é controle? Fiscalização da compatibilidade de um ato em 
relação a determinado parâmetro.
Constitucionalidade: normas constitucionais.
Convencionalidade: tratados e convenções internacionais.
Legalidade: leis.
Controle de constitucionalidade
No controle de constitucionalidade, então, nós temos o confronto 
entre a Constituição e a norma infraconstitucional.
Exemplo: Competência federal para legislar sobre transporte e condições para o 
exercício de profissões (art. 22, IX, XI e XVI, da CRFB) + livre iniciativa (art. 170 da CRFB).
X
Norma que proíbe o “uso de carros particulares cadastrados ou não em aplicativos, 
para o transporte remunerado individual de pessoas” (Lei Municipal nº 10.553 de Fortaleza).
Controle de constitucionalidade
Parâmetro de 
controle
Objeto do 
controle
No controle de constitucionalidade, o parâmetro de controle é 
sempre a Constituição, bem como o bloco de constitucionalidade.
Tanto suas normas expressas quanto as suas normas implícitas 
(exemplos: princípio da razoabilidade e princípio do duplo grau de jurisdição).
Exceção: o preâmbulo da Constituição não é parâmetro de 
controle.
Controle de constitucionalidade
A inconstitucionalidade pode tanto ser material quanto formal.
Material ou nomoestática: inobservância de norma de conteúdo;
Exemplo: Caso biografias não autorizadas (ADI nº 4815): liberdades artística, de 
expressão e de comunicação (art. 5º, incs. IV, IX e X) x autorização para uso de imagem 
(arts. 20 e 21 do Código Civil). 
Formal ou nomodinâmica: inobservância de norma procedimental.
Exemplos: violação à iniciativa privativa de lei (inconstitucionalidade formal 
subjetiva); inobservância do quórum (inconstitucionalidade formal objetiva); 
usurpação de competência legislativa (inconstitucionalidade formal orgânica).
Controle de constitucionalidade
Além disso, há quem sustente a inconstitucionalidade por “vício de 
decoro parlamentar”.
São casos de vício na formação da vontade no procedimento 
legislativo. Exemplo: compra de votos (caso Mensalão).
Controle de constitucionalidade
Por fim, o STF já reconheceu o estado de coisas inconstitucional: 
violação massiva e persistente de direitos fundamentais. E.g.: ADPF 
347 — audiências de custódia (Pacto dos Direitos Civil e Políticos e 
Convenção Interamericana de Direitos Humanos).
Controle de constitucionalidade
A inconstitucionalidade pode tanto ser por ação quanto por omissão.
Ação: há uma conduta comissiva (um agir) do poder público que é 
incompatível com a Constituição.
Exemplo: Lei de crimes hediondos (nº 8.072, de 1990) proibiu a progressão de regime. HC nº 
82.959: STF entendeu que era inconstitucional por violar o princípio da individualização da 
pena (art. 5º, inc. XLVI, da CRFB).
Omissão: há uma conduta omissiva do poder público diante de um 
dever estabelecido pela Constituição.
Exemplo: Direito de greve do servidor público (art. 37, inc. VII, da CRFB).
Controle de constitucionalidade
Fenômeno da erosão da consciência constitucional (ADI nº 1.484): 
o descumprimento reiterado do dever de legislar causa o 
enfraquecimento da constituição escrita, pois provoca no povo a 
percepção de que a Constituição não possui efetividade.
Controle de constitucionalidade
Quem realiza o controle de constitucionalidade?
Todos os poderes e, dentro deles, vários órgãos.
Poder Executivo: veto jurídico (prévio) e não-execução (posterior).
Art. 66. (...) § 1º - Se o Presidente da República considerar o projeto, no todo ou em parte, inconstitucional (...), vetá-lo-á 
total ou parcialmente (...).
Poder Legislativo: Comissão de Constituição e Justiça e Plenário.
Controle de constitucionalidade
Poder Executivo: veto jurídico.
Art. 66. (...) § 1º - Se o Presidente da República considerar o projeto, no todo ou em parte, 
inconstitucional (...), vetá-lo-á total ou parcialmente (...).
Poder Legislativo: Comissão de Constituição e Justiça.
O Poder Judiciário, por sua vez, geralmente realiza o 
controle repressivo ou posterior da constitucionalidade.
Controle de constitucionalidade
Esse controle 
é feito de 
forma prévia 
ou preventiva
Antes da 
norma entrar 
em vigência
Momento do controle
Preventivo (prévio): efetiva-se previamente à concretização do 
ato.
Repressivo (posterior): efetiva-se posteriormente à concretização 
do ato.
Controle de constitucionalidade
MP; DR e Lei deleg.
Negar execução
Podem deixar de aplicar, 
mas não podem declarar 
a inconstitucionalidade
Por que é necessário o controle judicial de constitucionalidade?
As Constituições contêm, via de regra, as normas estruturantes do 
Estado e os direitos fundamentais.
O controle de constitucionalidade garante:
● Os direitos fundamentais das minorias contra as maiorias 
eventuais (papel contramajoritário do Supremo Tribunal Federal);
● As competências dos entes federados, nas Federações (papel de 
Tribunal Federativo do Supremo Tribunal Federal).
Controle de constitucionalidade
Toffoli suspende decisão que permitia o funcionamento de barbearia em Sergipe
O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Dias Toffoli, suspendeu os 
efeitos de decisão do Tribunal de Justiça de Sergipe (TJ-SE) que permitia a abertura de uma 
barbearia de Itabaiana (SE), apesar de decreto estadual estabelecer restrições ao 
funcionamento do comércio para evitar o contágio pela Covid-19. A decisão do Tribunal 
sergipano levou em consideração o decreto da Presidência da República que considerava a 
atividade como essencial. No entanto, segundo Toffoli, o estado, dentro de sua 
competência, editou o decreto de acordo com sua realidade regional, respeitando a 
jurisprudência do STF sobre a matéria.
http://portal.stf.jus.br/noticias/verNoticiaDetalhe.asp?idConteudo=443812&ori=1
Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre:
XII - previdência social, proteção e defesa da saúde;
§ 1º No âmbito da legislação concorrente, a competência da União limitar-se-á a estabelecer 
normas gerais. (Vide Lei nº 13.874, de 2019)
§ 2º A competência da União para legislar sobre normas gerais não exclui a competência 
suplementar dos Estados.
http://portal.stf.jus.br/noticias/verNoticiaDetalhe.asp?idConteudo=443812&ori=1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13874.htm
O controle não poderia ser feito apenas pelo Legislativo?
Poderia e é feito em alguns países (exemplo: Reino Unido, em sua normas 
internas).
Esse é, no entanto, um autocontrole.
O Legislativo é controlado pela maioria democrática – a maioria, portanto, 
teria que autorrestringir para não violar os direitos das minorias.
Controle de constitucionalidade
O Poder Judiciário é um poder que possui alguma legitimidade 
democrática (Ministros são nomeados pelo Presidente da República, 
que é escolhido democraticamente, bem como 1/5 dos 
desembargadores) e legitimam-se também pela motivação de suas 
decisões.
No entanto, não se submetem às pressões políticas e majoritárias, 
pois não são eleitos; possuem as garantias de vitaliciedade, 
inamovibilidade e irredutibilidade de subsídio.
Controle de constitucionalidade
Todos os países têm controle de constitucionalidade?
Não.
Para que um sistema jurídico admita o controle de 
constitucionalidade, é necessário que esteja presentes dois 
pressupostos: supremacia da Constituição e rigidez constitucional.
Controle de constitucionalidade
Supremacia da Constituição: para que um ato normativo seja 
inválido por ser incompatível com a Constituição, é necessárioque a 
Constituição esteja hierarquicamente acima das demais normas.
Controle de constitucionalidade
Normas 
constitucionais
Normas 
infraconstitucionais
Normas infralegais
Ano: 2015 Banca: FGV Órgão: OAB Prova: FGV - 2015 - OAB - Exame de Ordem 
Unificado - XVIII - Primeira Fase
Muitos Estados ocidentais, a partir do processo revolucionário franco-americano do final 
do século XVIII, atribuíram aos juízes a função de interpretar a Constituição, daí surgindo 
a denominada jurisdição constitucional.
A respeito do controle de constitucionalidade exercido por esse tipo de estrutura 
orgânica, assinale a afirmativa correta.
(A) A supremacia da Constituição e a hierarquia das fontes normativas destacam-se 
entre os pressupostos do controle de constitucionalidade.
(B) A denominada mutação constitucional é uma modalidade de controle de 
constitucionalidade realizado pela jurisdição constitucional.
(C) O controle concentrado de constitucionalidade consiste na análise da 
compatibilidade de qualquer norma infraconstitucional com a Constituição.
(D) O controle de constitucionalidade de qualquer decreto regulamentar deve ser 
realizado pela via difusa.
https://www.qconcursos.com/questoes-da-oab/bancas/fgv
https://www.qconcursos.com/questoes-da-oab/institutos/oab
https://www.qconcursos.com/questoes-da-oab/provas/fgv-2015-oab-exame-de-ordem-unificado-xviii-primeira-fase
Ano: 2015 Banca: FGV Órgão: OAB Prova: FGV - 2015 - OAB - Exame de Ordem 
Unificado - XVIII - Primeira Fase
Muitos Estados ocidentais, a partir do processo revolucionário franco-americano do final 
do século XVIII, atribuíram aos juízes a função de interpretar a Constituição, daí surgindo 
a denominada jurisdição constitucional.
A respeito do controle de constitucionalidade exercido por esse tipo de estrutura 
orgânica, assinale a afirmativa correta.
(A) A supremacia da Constituição e a hierarquia das fontes normativas destacam-se 
entre os pressupostos do controle de constitucionalidade.
(B) A denominada mutação constitucional é uma modalidade de controle de 
constitucionalidade realizado pela jurisdição constitucional.
(C) O controle concentrado de constitucionalidade consiste na análise da 
compatibilidade de qualquer norma infraconstitucional com a Constituição.
(D) O controle de constitucionalidade de qualquer decreto regulamentar deve ser 
realizado pela via difusa.
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Rigidez constitucional: a norma constitucional precisa ter um 
processo de elaboração diferente e mais complexo do que o das 
demais normas.
Se não existisse distinção formal, a nova norma revogaria a norma 
constitucional. 
Controle de constitucionalidade
Há duas teorias quanto à invalidade da norma:
● Teoria da anulabilidade: a invalidade produz efeitos a partir do 
seu reconhecimento. Deve ser constituída (sistema austríaco);
● Teoria da nulidade: a invalidade preexiste seu reconhecimento. 
Deve ser declarada (sistema norte-americano). É o adotado no 
Brasil.
Controle de constitucionalidade
Se a norma inconstitucional é nula, significa que ela nunca foi válida 
e, portanto, nunca deveria ter produzido efeitos.
Portanto, a declaração de sua inconstitucionalidade deve produzir 
efeitos ex tunc (de então) e não ex nunc (de agora).
Controle de constitucionalidade
Início da vigência da lei Declaração da inconstitucionalidade
Efeitos da decisão retroagem, desconstituindo os efeitos produzidos pela lei
Esse efeito é chamado de eficácia ex tunc (de então).
Controle de constitucionalidade
O que acontece com aqueles que acreditaram na validade da lei?
Controle de constitucionalidade
O Distrito Federal editou a Lei distrital nº 3361/2004, a qual determina a reserva de 
40% das vagas das universidades públicos para alunos que estudaram em escolas 
públicas do próprio Distrito Federal (excluindo, portanto, alunos de escolas públicas de 
outros Estados da Federação):
Art. 1º As universidades e faculdades públicas do Distrito Federal ficam obrigadas a reservar, em 
seus processos seletivos, no mínimo, 40% (quarenta por cento) das vagas por curso e por turno, 
para os alunos que comprovem ter cursado integralmente os ensinos fundamental e médio em 
escolas públicas do Distrito Federal.
No entanto, a Constituição Federal veda a discriminação por origem:
Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil: IV - promover o 
bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de 
discriminação.
Art. 19. É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
III - criar distinções entre brasileiros ou preferências entre si.
Controle de constitucionalidade
Ementa:
Ação direta de inconstitucionalidade. 2. Lei Distrital 3361/2004. Sistema de cotas para 
ingresso nas Universidades e faculdades públicas do Distrito Federal. 3. Reserva de 
40% das vagas para alunos que comprovem ter cursado integralmente os ensinos 
fundamental e médio em escolas públicas do Distrito Federal. 4. Discriminação em 
razão da origem. Critério espacial que não se justifica em razão da política de ação 
afirmativa que busca garantir igualdade de oportunidade aos oriundos da escola 
pública. 5. Ação direta de inconstitucionalidade julgada procedente para declarar a 
inconstitucionalidade da expressão “do Distrito Federal”, constante do artigo 1º da Lei 
Distrital 3.361/2004. Modulação de efeitos.
(ADI 4868, Relator(a): Min. GILMAR MENDES, Tribunal Pleno, julgado em 
27/03/2020, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-089 DIVULG 14-04-2020 PUBLIC 15-
04-2020)
Controle de constitucionalidade
E o que acontece com todos os vestibulandos que foram 
aprovados e ingressaram na Universidade pelo sistema de cotas 
do Distrito Federal?
Controle de constitucionalidade
Modulação dos efeitos da decisão:
O Tribunal, por maioria, julgou procedente o pedido formulado na ação direta para 
declarar inconstitucional a expressão “do Distrito Federal”, constante do artigo 1º 
da Lei Distrital 3.361/2004, e aplicou o artigo 27 da Lei 9.868/99, a fim de 
consignar que o presente juízo de inconstitucionalidade somente surtirá efeitos 
para os processos seletivos que forem posteriores ao trânsito em julgado da 
presente decisão, nos termos do voto do Relator, vencido o Ministro Marco 
Aurélio tão somente na questão da modulação de efeitos. Não participou deste 
julgamento, por motivo de licença médica, o Ministro Celso de Mello. Plenário, 
Sessão Virtual de 20.3.2020 a 26.3.2020
Controle de constitucionalidade
A modulação dos efeitos da decisão “modula” os efeitos da decisão –
ou seja, os divide em módulos pelos critérios cronológico e qualitativo.
Início da vigência da lei Declaração da inconstitucionalidade
Efeitos da decisão não retroagem
Controle de constitucionalidade
Modulação de efeitos da declaração de inconstitucionalidade
O Supremo Tribunal Federal pode determinar que sua decisão só 
produza efeitos parciais ou a partir do seu trânsito em julgado (efeitos 
ex nunc – de agora) ou de outro momento.
Lei nº 9.868, de 1999: “Art. 27. Ao declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo, e 
tendo em vista razões de segurança jurídica ou de excepcional interesse social, poderá o Supremo 
Tribunal Federal, por maioria de dois terços de seus membros, restringir os efeitos daquela 
declaração ou decidir que ela só tenha eficácia a partir de seu trânsito em julgado ou de outro 
momento que venha a ser fixado.”
Controle de constitucionalidade
Ano: 2012 Banca: FGV Órgão: OAB Prova: FGV - 2012 - OAB - Exame de Ordem Unificado - VIII - Primeira 
Fase. Lei estadual de iniciativa do Deputado “X” previu a criação de 300 cargos de fiscal de rendas e determinou 
o seu preenchimento no mesmo ano, sem indicar a previsão da receita necessária para fazer frente a tal despesa.Realizado o concurso público e depois da posse e exercício dos 100 primeiros aprovados, o Governador ajuíza 
ação direta de inconstitucionalidade perante o Supremo Tribunal Federal, arguindo a invalidade do diploma 
legal, por vício de iniciativa e por não indicar a fonte de receita necessária. Considerando as normas existentes a 
respeito do controle de constitucionalidade, assinale a alternativa que indica o correto posicionamento do STF.
(A) Não terá alternativa senão declarar a inconstitucionalidade da lei, por vício de iniciativa, com efeitos ex tunc, 
e julgar de plano inválido o concurso público, determinando a exoneração de todos os fiscais aprovados e a 
anulação dos atos por eles praticados.
(B) Não poderá acatar os argumentos da ação direta, uma vez que o Governador foi quem autorizou a realização 
do concurso e deu posse aos candidatos, de modo que a ação proposta por ele mesmo viola a segurança jurídica, 
denotando conduta contraditória.
(C) Deverá realizar uma ponderação de princípios e poderá, ao final, decidir pela constitucionalidade da lei e pela 
sua manutenção no ordenamento jurídico, apesar da afronta à Constituição, caso em que julgará improcedente a 
ação.
(D) Poderá, ao declarar a inconstitucionalidade, e pelo voto de dois terços dos ministros, restringir os efeitos da 
decisão ou decidir que ela só tenha eficácia a partir de seu trânsito em julgado ou de outro momento que venha a 
ser fixado, preservando os atos já praticados pelos fiscais.
https://www.qconcursos.com/questoes-da-oab/bancas/fgv
https://www.qconcursos.com/questoes-da-oab/institutos/oab
https://www.qconcursos.com/questoes-da-oab/provas/fgv-2012-oab-exame-de-ordem-unificado-viii-primeira-fase
Ano: 2012 Banca: FGV Órgão: OAB Prova: FGV - 2012 - OAB - Exame de Ordem Unificado - VIII - Primeira 
Fase. Lei estadual de iniciativa do Deputado “X” previu a criação de 300 cargos de fiscal de rendas e determinou 
o seu preenchimento no mesmo ano, sem indicar a previsão da receita necessária para fazer frente a tal despesa. 
Realizado o concurso público e depois da posse e exercício dos 100 primeiros aprovados, o Governador ajuíza 
ação direta de inconstitucionalidade perante o Supremo Tribunal Federal, arguindo a invalidade do diploma 
legal, por vício de iniciativa e por não indicar a fonte de receita necessária. Considerando as normas existentes a 
respeito do controle de constitucionalidade, assinale a alternativa que indica o correto posicionamento do STF.
(A) Não terá alternativa senão declarar a inconstitucionalidade da lei, por vício de iniciativa, com efeitos ex tunc, 
e julgar de plano inválido o concurso público, determinando a exoneração de todos os fiscais aprovados e a 
anulação dos atos por eles praticados.
(B) Não poderá acatar os argumentos da ação direta, uma vez que o Governador foi quem autorizou a realização 
do concurso e deu posse aos candidatos, de modo que a ação proposta por ele mesmo viola a segurança jurídica, 
denotando conduta contraditória.
(C) Deverá realizar uma ponderação de princípios e poderá, ao final, decidir pela constitucionalidade da lei e pela 
sua manutenção no ordenamento jurídico, apesar da afronta à Constituição, caso em que julgará improcedente a 
ação.
(D) Poderá, ao declarar a inconstitucionalidade, e pelo voto de dois terços dos ministros, restringir os efeitos 
da decisão ou decidir que ela só tenha eficácia a partir de seu trânsito em julgado ou de outro momento que 
venha a ser fixado, preservando os atos já praticados pelos fiscais.
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https://www.qconcursos.com/questoes-da-oab/institutos/oab
https://www.qconcursos.com/questoes-da-oab/provas/fgv-2012-oab-exame-de-ordem-unificado-viii-primeira-fase
Outros Tribunais podem modular os efeitos de suas decisões?
A modulação dos efeitos está prevista nas leis da ADI e da ADPF (controle 
concentrado) e é dirigida apenas ao Supremo Tribunal Federal.
No entanto, o Supremo Tribunal Federal, aplicando o princípio da segurança 
jurídica, estendeu essa regra para o controle difuso de constitucionalidade.
Portanto, é razoável que os demais Tribunais dessem aplicação semelhante ao 
princípio da segurança jurídica.
Além disso, o CPC permite que os demais Tribunais apliquem a modulação de 
efeitos quando há alteração da jurisprudência dominante do STF ou dos 
Tribunais Superiores, ou daquela oriunda de julgamento de casos repetitivos.
Controle de constitucionalidade
Resumindo: o Brasil adota a teoria da nulidade em relação ao vício de 
inconstitucionalidade.
Isso significa que a lei (a norma) “nasce” inconstitucional.
A aferição da inconstitucionalidade é feita tendo como parâmetro a 
Constituição da época em que a lei foi criada.
Controle de constitucionalidade
Exemplo: ADPF nº 130 (Lei de Imprensa).
Controle de constitucionalidade
Janeiro de 1967
CRFB de 1967
Fevereiro de 1967
Lei nº 5.250
(Lei de imprensa)
Art . 1º É livre a manifestação do pensamento e a procura, o recebimento e a difusão de informações ou idéias, 
por qualquer meio, e sem dependência de censura, respondendo cada um, nos têrmos da lei, pelos abusos que 
cometer. § 1º Não será tolerada a propaganda de guerra, de processos de subversão da ordem política e social 
ou de preconceitos de raça ou classe. § 2º O disposto neste artigo não se aplica a espetáculos e diversões 
públicas, que ficarão sujeitos à censura, na forma da lei, nem na vigência do estado de sítio, quando o Govêrno
poderá exercer a censura sôbre os jornais ou periódicos e emprêsas de radiodifusão e agências noticiosas nas 
matérias atinentes aos motivos que o determinaram, como também em relação aos executores daquela medida.
Art . 2º É livre a publicação e circulação, no território nacional, de livros e de jornais e outros periódicos, salvo 
se clandestinos (art. 11) ou quando atentem contra a moral e os bons costumes.
Outubro de 1988
CRFB de 1988
Liberdade de 
expressão (art. 5º, 
incs. IV e IX), 
liberdade de 
imprensa, vedação 
à censura (art. 220)
Exemplo: ADPF nº 130 (Lei de Imprensa).
Não há inconstitucionalidade superveniente, mas não-recepção da 
norma anterior pela nova ordem constitucional.
Controle de constitucionalidade
Janeiro de 1967
CRFB de 1967
Fevereiro de 1967
Lei nº 5.250
(Lei de imprensa)
Outubro de 1988
CRFB de 1988
Resumindo: não se pode tornar constitucional uma norma que 
“nasceu” inconstitucional (constitucionalidade superveniente) e não se pode 
tornar inconstitucional uma norma que “nasceu” constitucional 
(inconstitucionalidade superveniente).
Se sobrevier nova Constituição, haverá a recepção ou não-recepção 
das normas infraconstitucionais.
Exceção: caso do Município Luiz Eduardo Magalhães (ADI 2240).
Controle de constitucionalidade
Exceções:
(a) Mutação constitucional; e
(b) Mudança do substrato fático da norma.
Controle de constitucionalidade
Mutação constitucional
As alterações ao texto constitucional pode ser de duas espécies:
Formal: modificação textual por meio de exercício da prerrogativa de 
emendar o texto constitucional ou acrescer ao bloco de 
constitucionalidade. Manifestação do Poder Constituinte Derivado.
Informal: modificação apenas no significado do texto. Chama-se 
mutação constitucional.
Não são alterações "físicas".
Controle de constitucionalidade
Mutação constitucional
Decorre de uma nova percepção do Direito.
Exemplos:
"Art. 215 - Ter conjunção carnal com mulher honesta, mediante 
fraude:" (Código Penal [1940] pré-Lei nº 11.106/05);
Foro por prerrogativa de função: interpretação ampliativa e restritiva 
(crimes cometidos durante o exercício do cargo e relacionados à função 
desempenhada);
União homoafetiva (“é reconhecida a união estável entre o homem e a mulher”).
Controle de constitucionalidade
Mutação constitucional
Mecanismos de mutação:
(1) Interpretação judicial: evolução da jurisprudência do Tribunal. Em 
sentido mais amplo, de qualquer órgão jurisdicional (exemplo: perda do 
cargo comou sem inabilitação no processo de impeachment).
(2) Interpretação administrativa: evolução da interpretação pelos 
órgãos administrativos (exemplo: Resolução nº 7 do CNJ – nepotismo);
Controle de constitucionalidade
Mutação constitucional
Mecanismos de mutação:
(3) Costume constitucional: práticas reiteradas que consolidam o 
sentido da norma constitucional. Exemplos: possibilidade de o Chefe 
do Executivo recusar a aplicação de lei que considere inconstitucional;
(4) Atuação do legislador: alteração do sentido por ato normativo 
primário. Exemplo: tentativa de extensão do foro por prerrogativa de 
função para ações iniciadas após o fim do mandato (Lei nº 10.628/02).
Controle de constitucionalidade
ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL – XXIV EXAME DE ORDEM UNIFICADO – PROVA PRÁTICO-PROFISSIONAL 
Aplicada em 21/01/2018 – ÁREA: DIREITO CONSTITUCIONAL
Enunciado: O Supremo Tribunal Federal, há vinte anos, ao julgar uma Ação Direta de Inconstitucionalidade, reconheceu a 
constitucionalidade da Lei Federal W, que estabeleceu critérios para a fruição de determinado benefício assistencial, dentre 
os quais o limite da renda familiar. Apesar do trânsito em julgado do acórdão proferido, determinado partido político 
entendia que os critérios estabelecidos pela Lei Federal W eram absolutamente incompatíveis com as características sociais e 
econômicas da realidade atual. Considerando que o Supremo Tribunal Federal, ao julgar a referida ação, invocara as 
características sociais e econômicas da época para delinear o sentido das normas da Constituição da República utilizadas 
como paradigma de análise, o partido político procurou um advogado e solicitou a análise da questão. Na posição de 
advogado do partido político, responda, de forma fundamentada, aos itens a seguir.
A) É possível que o sentido das referidas normas constitucionais, utilizadas como paradigma de análise, seja outro na 
atualidade, apesar de o texto constitucional permanecer o mesmo? (Valor: 0,75)
B) A improcedência do pedido na referida Ação Direta de Inconstitucionalidade impede que nova ação dessa natureza tenha 
a Lei Federal W como objeto? (Valor: 0,50)
Gabarito comentado
A) O examinando deve esclarecer que, do mesmo texto, pode ser obtida nova norma constitucional em razão das alterações 
verificadas na realidade, as quais influenciarão o processo de interpretação constitucional. Trata-se do processo informal de 
alteração da Constituição conhecido como “mutação constitucional”.
B) O examinando deve esclarecer que não há obstáculo ao ajuizamento de nova ação direta de inconstitucionalidade tendo a 
Lei Federal W como objeto, já que, no caso concreto, o pedido apresentado na primeira ação foi julgado improcedente e o 
cotejo será realizado com normas constitucionais de sentido e alcance diversos daquelas que embasaram a prolação do 
primeiro acórdão.
Amplitude da declaração
● Declaração integral de inconstitucionalidade: atinge toda a lei 
ou todo o dispositivo legal referido. Exemplo: lei de imprensa. 
● Declaração parcial de inconstitucionalidade: atinge parte da lei 
ou parte de dispositivo. Pode atingir apenas palavra ou 
expressão (Lei nº 8.906, de 1994: Art. 1º São atividades privativas de advocacia: I - a 
postulação a qualquer órgão do Poder Judiciário e aos juizados especiais; (Vide ADIN 1.127-8)), 
MAS NÃO PODE INVERTER O SENTIDO (ADI nº 2.645).
o Com ou sem redução de texto:
Controle de constitucionalidade
http://www.stf.jus.br/portal/peticaoInicial/verPeticaoInicial.asp?base=ADIN&s1=1127&processo=1127
http://www.stf.jus.br/portal/peticaoInicial/verPeticaoInicial.asp?base=ADIN&s1=1127&processo=1127
Amplitude da declaração
o Declaração parcial de inconstitucionalidade sem redução de texto: 
exclusão de uma ou mais hipóteses de incidência. 
CRFB: Art. 7º XVIII - licença à gestante, sem prejuízo do emprego e do salário, com a duração de 
cento e vinte dias;
EC nº 20/1998: Art. 14 - O limite máximo para o valor dos benefícios do regime geral de 
previdência social de que trata o art. 201 da Constituição Federal é fixado em R$ 1.200,00 (um mil 
e duzentos reais), devendo, a partir da data da publicação desta Emenda, ser reajustado de forma 
a preservar, em caráter permanente, seu valor real, atualizado pelos mesmos índices aplicados 
aos benefícios do regime geral de previdência social.
Controle de constitucionalidade
Licença-maternidade
Seguro-desemprego
Salário-família
Auxílio-reclusão, etc.
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Constituicao.htm
Amplitude da declaração
o Interpretacão conforme a Constituição: exclusão de uma ou mais hipóteses 
interpretativas. 
CRFB: Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil: IV -
promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras 
formas de discriminação.
Código Civil: Art. 1.514. O casamento se realiza no momento em que o homem e a mulher 
manifestam, perante o juiz, a sua vontade de estabelecer vínculo conjugal, e o juiz os declara 
casados.
Controle de constitucionalidade
Apenas homem 
com mulher
Homem e mulher, em 
qualquer combinação
Mudança do substrato fático da norma: não é a interpretação da norma que 
muda, mas o seu contexto fático. A realidade muda e, por consequência, a lei 
deixa de ser constitucional.
E.g.: amianto (asbesto branco — ADI 3.937 — evolução tecnológica) e prazos 
para a Defensoria Pública.
Controle de constitucionalidade
Declaração da 
constitucionalidade
Declaração da 
inconstitucionalidade
Evolução tecnológica
O que ocorre com o ordenamento jurídico quando é declarada a 
inconstitucionalidade de uma de suas normas?
Como é preenchido o vácuo deixado pela norma declarada 
inconstitucional?
O sistema brasileiro não admite a repristinação (retorno automático à 
vigência da lei revogada quando a lei revogadora deixa de existir). 
No entanto, sendo nula por inconstitucionalidade, a lei nunca foi 
válida e nunca deveria ter produzido efeitos. Logo, volta a vigorar a 
lei anterior.
Controle de constitucionalidade

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