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FACULDADES INTEGRADAS SANTA CRUZ DE CURITIBA - FARESC CURSO DE PEDAGOGIA FABIULA TELES BERKENBROCK MARCIA BORGES LEMOS MAYARA DE OLIVEIRA ORTENER DA SILVA SABRINA BIANCA DOMINGUES STELI SIQUEIRA KUDLA A FORMAÇÃO CONTINUADA NA PERSPECTIVA DE UM ENSINO NA ATUALIDADE BRASILEIRA CURITIBA 2017 FABIULA TELES BERKENBROCK MARCIA BORGES LEMOS MAYARA DE OLIVEIRA ORTENER DA SILVA SABRINA BIANCA DOMINGUES STELI SIQUEIRA KUDLA A FORMAÇÃO CONTINUADA NA PERSPECTIVA DE UM ENSINO NA ATUALIDADE BRASILEIRA Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Licenciatura Plena em Pedagogia das Faculdades Integradas Santa Cruz de Curitiba – FARESC, como requisito parcial à obtenção do título de Licenciado em Pedagogia. Orientadora: Profa. Me. Andréa Garcia Furtado CURITIBA 2017 FABIULA TELES BERKENBROCK MARCIA BORGES LEMOS MAYARA DE OLIVEIRA ORTENER DA SILVA SABRINA BIANCA DOMINGUES STELI SIQUEIRA KUDLA A FORMAÇÃO CONTINUADA NA PERSPECTIVA DE UM ENSINO NA ATUALIDADE BRASILEIRA Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Licenciatura Plena em Pedagogia das Faculdades Integradas Santa Cruz de Curitiba – FARESC, como requisito parcial à obtenção do título de Licenciado em Pedagogia. COMISSÃO EXAMINADORA ____________________________________ Profa. Me. Andréa Garcia Furtado Faculdades Integradas Santa Cruz de Curitiba - FARESC _____________________________________ Prof. Me. Daniel Markowicz Faculdades Integradas Santa Cruz de Curitiba - FARESC _____________________________________ Profa. Me. Heloisa Pereira Pinto Faculdades Integradas Santa Cruz de Curitiba - FARESC Curitiba, 06 de Julho de 2017. Dedicamos este trabalho aos nossos familiares, amigos, professores e orientadores todos aqueles que estiveram por perto em toda essa nossa trajetória diretamente ou indiretamente. AGRADECIMENTOS Eu, Fabiula, agradeço em especial a Deus por ter mе dado saúde е força para superar as dificuldades. Agradeço todos que tiveram presente nessa fase da minha vida, principalmente minha filha Cecilia, que de alguma maneira puderam estar somando comigo, que tiveram paciência em momentos de tensão e de desespero, e que me ajudaram em tudo que conquistei até hoje. Aos meus pais Nelson e Jurema que sempre me apoiaram em tudo que sonhei conquistar e me incentivavam a seguir em frente por mais difícil que fosse. Ao meu esposo Rafael por toda atenção e concelhos durante esses anos de faculdade. As minhas amigas qυе fizeram parte da minha formação е qυе vão continuar presentes em minha vida com certeza. Eu, Marcia agradeço em primeiro lugar а Deus qυе iluminou о mеυ caminho durante esta caminhada, a todos os professores do curso, qυе foram tão importantes na minha vida acadêmica е no desenvolvimento desta monografia, as minhas amigas, pelas alegrias, tristezas е dores compartilhadas. Em especial ao meu filho Matheus que sempre teve presente nesse momento me ajudando e dando força para continuar. A todos qυе direta оυ indiretamente fizeram parte da minha formação, о mеυ muito obrigado. Eu, Mayara agradeço em primeiro lugar a Deus por me guardar e me manter firme até aqui, que com toda sua bondade e seu amor me deu forças para ultrapassar qualquer obstáculo que encontrei em meu caminho nestes 4 anos de curso. Agradeço especialmente com muito amor a minha filha Emanuelly que foi e é a minha motivação, a minha mãe Rosana, que é para mim uma grande referência e minha maior inspiração para ser uma mulher forte e conquistar todos os meus sonhos, ao meu pai Abel que sempre me amou e acreditou em mim, aos meus irmãos Maycon e Mylena e ao meu marido Jonathan que estiveram ao meu lado me apoiando e me incentivando a concluir esta etapa da minha vida que sem dúvidas é uma grande conquista. Enfim agradeço as minhas amigas de faculdade que estiveram e sempre vão estar presentes em minha vida e a todos os professores e a todas as pessoas que fizeram parte desta jornada. Eu, Sabrina Bianca, agradeço primeiramente a Deus, que sempre atendeu as minhas orações, e que me permitido chegar até aqui com saúde e sabedoria, para enfrentar todos os obstáculos que surgiram durante esses 4 anos. Agradeço também a minha família, que sempre me apoiou, e se orgulharam da minha trajetória. E agradeço, as minhas amigas de faculdade, que nunca desistiram de mim, sempre estivemos juntas apoiando uma a outra, obrigada por estarem comigo nesses 4 anos. Agradeço, em especial, a minha mãe, Adriana Timóteo, que foi a base de tudo durante toda a minha vida, que mais me ajudou e me deu forças para continuar lutando e seguindo meu caminho, foi a pessoa que sempre esteve ao meu lado, tanto em momentos bons, quanto nos difíceis, foi quem me sustentou nas horas de angústias e desespero. E por fim, obrigada a todos aqueles que, de alguma forma, somaram na minha vida, nesses 4 anos de faculdade. Eu, Steli agradeço primeiramente a Deus pelo dom da vida, que em sua infinita bondade e sabedoria me abençoou para que eu pudesse concluir mais esta etapa tão importante da minha vida. Agradeço aos meus pais Nelson e Maria Marli, que estiveram sempre ao meu lado me apoiando, incentivando e me dando forças para que eu chegasse até aqui. Devo tudo a vocês! Agradeço aos meus irmãos e suas respectivas famílias, que sempre me apoiaram direta ou indiretamente nesta caminhada. Agradeço ao meu noivo Otávio, que sempre me ajudou dando dicas e apoio moral para o desenvolvimento deste trabalho. Agradeço as minhas amigas Fabiula, Márcia, Mayara e Sabrina, pois sem vocês nada disso seria possível. Um agradecimento especial a Nossa Senhora Aparecida que me cobriu com seu Manto Sagrado de Amor. O que é escrito sem esforço em geral é lido sem prazer. (SAMUEL JHONSON, 1709/1784) RESUMO O presente estudo tem como objetivo compreender a formação continuada dos professores na perspectiva de ensino na atualidade brasileira. Adotamos uma metodologia de pesquisas bibliográficas e artigos. As leituras se deram a partir de escolhas criteriosas. A formação continuada de professores precisa ser entendida como um processo reflexivo, necessário para garantir uma prática pedagógica significativa. Posto isso, é de total importância que o profissional da educação perceba a necessidade de buscar novos conhecimentos para desenvolver uma metodologia que visa ampliar os conhecimentos dos seus estudantes. O professor que opta por continuar seus estudos e aprimorar seus conhecimentos domina com mais propriedade sua própria metodologia, exercendo, desta maneira, a melhor mediação entre o conhecimento e seus alunos dentro da sala de aula. É entendida como um caminho para a evolução, onde encontra-se um acesso ao processo de formador e de aperfeiçoamento de suas práticas pedagógicas, pois um docente atualizado tem competência necessária para um ensino constante em sala de aula. A formação continuada necessita de melhores condições. Os professores muitas vezes se sentem desmotivados para aperfeiçoar seus conhecimentos, os maiores problemas e dificuldades na organização da formação incluem falta de verbas, entre outros aspectos. A importância do investimento na formação continuada oferece uma formação que estimula a criatividade e a reflexão, proporcionando aos professores autonomia em seus pensamentos, estimulando a auto formação. Nesse contexto percebe-se que a formação continuada não vem somente de acúmulos de cursos técnicos, mas sim de alimentar-se de conhecimento e demétodos de ensino. Para uma formação de qualidade é necessário verificar a necessidade do grupo de docentes e contemplar essa demanda e tornar a formação atraente e eficaz, atingindo todo o grupo. Sendo assim, percebe-se que atualizar-se em sala de aula torna-se um passo fundamental, pois apenas desta maneira, as ideias se abrem a fim de acompanharem então os avanços sociais. Palavras-chave: Formação Continuada. Professores. Conhecimento. LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS FARESC - Faculdades Integradas Santa Cruz de Curitiba LDB - Lei de Diretrizes e Bases da Educação Me - Mestre MEC - Ministério da Educação p. - Página Profa - Professora SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 11 2 FORMAÇÃO CONTINUADA NA EDUCAÇÃO .................................................... 14 2.1 BREVE HISTÓRICO SOBRE A FORMAÇÃO CONTINUADA ............................ 14 2.2 A FORMAÇÃO CONTINUADA E SUA IMPORTÂNCIA ...................................... 17 3 A FORMAÇÃO CONTINUADA DOS PROFESSORES ....................................... 21 3.1 PROCESSO DE DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL DO PROFESSOR .... 21 3.2 PROFESSOR: PRÁTICAS PEDAGÓGICAS ...................................................... 23 3.2.1 Professor reflexivo ....................................................................................... 27 3.2.2 Professor ivonador ....................................................................................... 28 3.2.3 Professor mediador de conhecimento ........................................................ 28 4 FORMAÇÃO CONTINUADA SEUS DESAFIOS E DIFICULDADES ENFRENTADAS ....................................................................................................... 30 4.1 DIFICULDADES E DESAFIOS ENFRENTADOS PELO PROFESSOR ............. 30 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................. 39 REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 43 11 1 INTRODUÇÃO O presente trabalho pretende contribuir com informações que possam somar- se com as já existentes, visando fazer uma articulação de como a formação continuada interfere na da sala de aula e torna o professor reflexivo e atualizado em sua prática pedagógica. A articulação desse referencial justifica-se pois a formação continuada de professores precisa ser entendida como um processo reflexivo necessário para assegurar uma prática pedagógica eficiente. Sendo assim, é importante que o profissional da educação perceba a necessidade de buscar novos conhecimentos para desenvolver uma metodologia que visa ampliar os conhecimentos dos alunos. Dessa forma visa-se também refletir sobre a importância da formação inicial do professor. O professor que opta por continuar seus estudos e aprimorar seus conhecimentos domina com mais propriedade sua própria metodologia, promovendo, desta maneira, a melhor mediação entre o conhecimento e seus alunos. O processo de formação dos profissionais da educação é um desafio cada vez maior para as grandes redes de ensino, tendo em vista a diversidade dos grupos encontrados, ou seja, cada profissional tem sua história. Para uma formação de qualidade é necessário verificar a necessidade do grupo de docentes e contemplar essa demanda e tornar a formação atraente e eficaz, atingindo todo o grupo. Sendo assim, percebe-se que atualizar-se em sala de aula torna-se um passo fundamental, pois apenas desta maneira, as ideias se abrem a fim de acompanharem então os avanços sociais. Esta monografia teve como questão problematizadora: Como a formação continuada dos professores pode interferir na prática pedagógica? A formação continuada é entendida como um caminho para a evolução, onde faz parte de um processo de formação e de aperfeiçoamento de suas práticas pedagógicas, pois um docente atualizado tem competência necessária para um ensino constante em sala de aula. De acordo com Nóvoa (1992, p. 12), “[...] percebeu-se uma função social no professor, como também uma necessidade de investir em sua formação e promover sua profissionalização”. 12 A formação continuada é debatida há muitos anos, mas ainda é alvo de críticas e necessita de melhores condições. Os professores muitas vezes se sentem desmotivados para se habilitar de novos conhecimentos, onde Romanowski (2012, p.5) destaca que “Os maiores problemas na organização desta formação incluem dificuldade para liberação do professor, falta de verbas, falta de local, horários incompatíveis, dificuldade de avaliar a prática pedagógica, etc.”. Assim os professores necessitam de melhores condições de trabalho e de formação continuada, para trazer qualidade na educação. Percebe-se a importância de se trabalhar a formação continuada, olhando as condições educacionais como curso de qualidade e aperfeiçoamento dentro das salas de aula. Segundo Nóvoa (1992, p.32) ressalta “A importância do investimento na formação continuada. Uma formação que estimula a criatividade e a reflexão, proporcionando aos professores autonomia em seus pensamentos, estimulando a auto formação”. Diante das constantes mudanças, e necessário que o professor busque uma formação atualizada dentro do contexto que está inserido para que ele possa oferecer uma educação de qualidade. Candau (1996, p.137), traz que, deve-se adequar ás diferentes etapas em que os profissionais se encontram, propiciando uma formação realmente desafiadora aos professores iniciantes, os que se encontram na metade de sua carreira, como também aqueles que buscam sua iminente aposentadoria. Assim fixando a importância da formação continuada dentro da carreira da educação, em suas diferentes etapas e níveis de conhecimento. Candau (1996, p.144) relata “A formação continuada não pode ser concebida como um processo de acumulação [...], mas sim como um trabalho de reflexibilidade crítica sobre a prática de (re)construção permanente de uma identidade pessoal e profissional, em intersecção mútua”. Nesse contexto percebe-se que a formação continuada não vem somente de acúmulos de cursos técnicos, mas sim de alimentar-se de conhecimento e de métodos de ensino. A pesquisa teve como objetivo geral compreender como a formação continuada dos professores pode interferir na prática pedagógica; e como objetivos específicos: conhecer a formação continuada na educação; entender a formação 13 continuada dos professores e identificar na formação continuada seus desafios e dificuldades enfrentadas. Optou-se por um estudo bibliográfico buscando-se o aprofundamento necessário para compreensão da formação continuada na perspectiva de um ensino na atualidade brasileira, discutindo e apontando os estudos dos principais autores da área, onde as leituras se deram a partir de escolhas criteriosas, seguindo uma linha de pensamento pedagógica segundo Saviani (2000). Além de complementações de outros autores da área da educação. Assim como aponta Lakatos (1982, p. 150) “[...] O conhecimento científico não resulta das investigações isoladas de um cientista, mas do trabalho de inúmeros investigadores”. A monografia está assim organizada: o primeiro capítulo apresentou-se a formação continuada na educação, suas principais funções e um breve histórico sobre ela, no segundo capítulo procurou-se demonstrar a formação continuada dos professores, seu desenvolvimento profissional ao longo da carreira, suas práticas pedagógicas e como isso afeta dentro de sala de aula, também é possível identificar o perfil dos professores que buscam pela formação continuada e no terceiro capítulo foi abordado a formação continuadaseus desafios e dificuldades enfrentadas onde é relatado de um modo geral como o cotidiano do professor que busca especializações ou até mesmo aqueles que já tem uma formação continuada sentem dificuldades em estar colocando em prática o que foi absorvido de conhecimento. Por último encontram-se as considerações finais apontando aspectos relevantes para a compreensão do tema proposto. 14 2 FORMAÇÃO CONTINUADA NA EDUCAÇÃO Será discutido, a seguir, que historicamente, tem sido recorrente, o destaque à formação continuada de professores em serviço. É apontada como um dos principais fatores que podem propiciar a melhoria, mudança e até a mediação de ensino. Freire (2008, p. 71) defende que “é preciso que o formando, desde o princípio da sua experiência formadora, se assuma como um sujeito da produção do saber, se convença definitivamente de que ensinar não é transferir conhecimentos, mas criar as possibilidades para a sua produção ou a sua construção”. A formação continuada estabelece no professor a principal função de estimular as habilidades reflexivas de seus alunos; o professor em processo de formação tem a percepção para criar e melhorar sua prática pedagógica, mediante avaliação de resultados. Coloca-se evidentemente, que a formação continuada é de suma importância na carreira de um profissional da educação e à medida que é analisado o papel do professor em sua prática, pois torna-se o ato principal nas transformações de pensamentos de seus estudantes. Para que se intenda melhor como surgiu a formação continuada, no próximo capítulo relata-se um breve histórico. 2.1 BREVE HISTÓRICO SOBRE A FORMAÇÃO CONTINUADA Historicamente, a igreja era responsável pelo ensino, de acordo com Nóvoa (1992), a profissão do professor originou-se na substituição de tutela do ensino que o Estado provocou. A partir de então, percebeu-se uma função social do professor, como também, uma necessidade de investir em sua formação e promover sua profissionalização. Seguindo a ideia de Nóvoa (1992), no século XIX, uma nova imagem é concedida aos professores, devendo-se a eles obediência profunda. Entretanto, tal postura superior não lhes atribuía tudo, de fato. Um dualismo imbuiu a profissão, permitindo-lhes um saber limitado (nem muito, nem pouco), uma convivência indolente (sem envolver-se com o povo, ou com a burguesia), um status social 15 mediano (não ser pobre, nem rico), entre outros. Contudo, é neste século que as bases do sistema educacional enraizaram-se e, simultaneamente, a formação do professor teve grande importância. Nesse contexto, segue o autor, o Estado produziu as escolas normais, objetivando uma instrução em massa, na qual os professores são os detentores do conhecimento. As práticas são também refletidas, portanto, o professor é visto indistintamente como um produtor do conhecimento, do saber e do fazer. É neste período, entre o final do século XIX e início do século XX, que Nóvoa (1992, p. 21) destaca que se determinaram alguns aspectos nesta profissão, como: “a estabilização das instituições formadoras de professores, a prática vista como um movimento organizado, o efeito de efeminação da profissão e as mudanças relativas aos elementos sociais e econômicos do grupo de professorado”. O século XX veio para revolucionar a profissão do professor, com instituições de ensino mais capacitadas para auxiliar em sua formação. O objetivo da I República Europeia, o de formar um novo homem, propiciou aos professores uma autonomia ainda maior, controlando, além dos aspectos administrativos os aspectos ideológicos. A responsabilidade exigiu uma acentuação nas perspectivas educativas e ideológicas na formação que o Estado ensejava aos profissionais da educação por meio das instituições de formação, referentes ao poder e ao saber (NÓVOA, 1992). Seguindo as ideias do autor, foi nesta fase governamental da Europa que o Estado Novo percebeu que a formação de professores vai além de apropriações de saberes e técnicas, sendo, portanto, o momento crucial em que a representação profissional se configura. Percepção esta que trouxe prejuízo à profissão, pois o Estado Novo passa a controlar os professores, retirando-lhe sua autonomia e, simultaneamente, obriga-se a condicionar aos professores dignidade social, mantendo sua imagem e seus prestígio. (NÓVOA, 1992) No Brasil, no final da década de 1980, aconteceu uma série de reformas na educação. O término da ditadura impulsionou alguns movimentos e, dentre eles, houve o movimento dos educadores em busca de novos rumos do rompimento de tendências predominantes, denominada tecnicista. (BRASIL, 2006) 16 De acordo como o documento oficial nacional de Orientações Gerais1 (BRASIL, 2006), o principal objetivo, neste período, era de formar profissionais com um alto padrão de criticidade, com o intuito de que seus conhecimentos contribuíssem para a transformação do ambiente escolar. A partir de então, o movimento progrediu buscando superar as diferenças existentes na formação acadêmica dos profissionais da área educacional (pedagogia e licenciatura, especialistas e generalistas), pretendendo democratizar as relações de poder e construir projetos coletivos. Tal posição originou diferentes debates e experiências na área da formação continuada de professores, as quais intensificaram a participação nos debates suscitando a Constituição Brasileira de 1988, conhecida também como “Constituição Cidadã”. A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (9394/1996, p. 100), também contribui para a formação continuada: Art. 62. A formação de docentes para atuar na educação básica far-se-á em nível superior, em curso de licenciatura plena, admitida, como formação mínima para o exercício do magistério na educação infantil e nos cinco primeiros anos do ensino fundamental, a oferecida em nível médio, na modalidade normal. (Redação dada pela lei nº 13.415, de 2017) § 1º A União, o Distrito Federal, os Estados e os Municípios, em regime de colaboração, deverão promover a formação inicial, a continuada e a capacitação dos profissionais de magistério. (Incluído pela Lei nº 12.056, de 2009). § 2º A formação continuada e a capacitação dos profissionais de magistério poderão utilizar recursos e tecnologias de educação a distância. (Incluído pela Lei nº 12.056, de 2009). § 3º A formação inicial de profissionais de magistério dará preferência ao ensino presencial, subsidiariamente fazendo uso de recursos e tecnologias de educação a distância. (Incluído pela Lei nº 12.056, de 2009). § 4o A União, o Distrito Federal, os Estados e os Municípios adotarão mecanismos facilitadores de acesso e permanência em cursos de formação de docentes em nível superior para atuar na educação básica pública. (Incluído pela Lei nº 12.796, de 2013) § 5o A União, o Distrito Federal, os Estados e os Municípios incentivarão a formação de profissionais do magistério para atuar na educação básica pública mediante programa institucional de bolsa de iniciação à docência a estudantes matriculados em cursos de licenciatura, de graduação plena, nas instituições de educação superior. (Incluído pela Lei nº 12.796, de 2013) 1 Orientações Gerais é um documento para tornar pública a Rede Nacional de Formação Continuada aos sistemas estaduais e municipais de ensino, às universidades, aos professores e a todos os envolvidos no processo de formação de profissionais da educação no País. Brasília: A Secretaria, 2006. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/Rede/catalg_rede_06.pdf. Acessado em 27/05/2017. http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/Rede/catalg_rede_06.pdf 17 § 6o O Ministério da Educação poderá estabelecer nota mínima em exame nacional aplicado aos concluintes do ensino médio como pré-requisito para oingresso em cursos de graduação para formação de docentes, ouvido o Conselho Nacional de Educação - CNE. (Incluído pela Lei nº 12.796, de 2013) § 7o (VETADO). (Incluído pela Lei nº 12.796, de 2013) § 8 º Os currículos dos cursos de formação de docentes terão por referência a Base Nacional Comum Curricular. (Incluído pela Medida Provisória nº 746, de 2016) (Vide Medida Provisória nº 746, de 2016) § 8o Os currículos dos cursos de formação de docentes terão por referência a Base Nacional Comum Curricular. (Incluído pela lei nº 13.415, de 2017) (Vide Lei nº 13.415, de 2017) Art. 62-A. A formação dos profissionais a que se refere o inciso III do art. 61 far-se-á por meio de cursos de conteúdo técnico-pedagógico, em nível médio ou superior, incluindo habilitações tecnológicas. (Incluído pela Lei nº 12.796, de 2013) Parágrafo único. Garantir-se-á formação continuada para os profissionais a que se refere o caput, no local de trabalho ou em instituições de educação básica e superior, incluindo cursos de educação profissional, cursos superiores de graduação plena ou tecnológicos e de pós-graduação. (Incluído pela Lei nº 12.796, de 2013) Nesse cenário, afirma ainda o documento oficial de Orientações Gerais (BRASIL, 2006), estava em composição à educação do país e a formação do professor, tornando-se uma disputa entre as políticas sociais e a reformulação político econômica do sistema. Dessa maneira, o Governo Federal respondeu às novas exigências com sua adequação nas políticas educacionais. No documento oficial nacional de Orientações Gerais do Ministério da Educação (MEC) de 2006, a reforma foi estratégica, pois desta maneira foram descritas alterações na estrutura do sistema superior de ensino, como também houve importações nas concepções relacionadas à identidade e a formação do professor. A principal proposta das políticas efetivas era a garantia de articular a formação inicial, a formação continuada e a profissionalização, propiciando melhorias nas várias modalidades educacionais. Com isto surge uma grande importância de especialização dos professores que será retratada no próximo capítulo. 2.2 A FORMAÇÃO CONTINUADA E SUA IMPORTÂNCIA A formação continuada necessita de momentos heterogêneos, evitando a padronização que não conta com os variados períodos de jornada profissional. De 18 acordo com Candau (1996), precisa-se adequar as diferentes etapas em que os profissionais se encontram, propiciando uma formação realmente desafiadora aos professores iniciantes e aos que estão na metade de sua carreira, como também aqueles que buscam sua iminente aposentadoria. Nesse contexto Nóvoa (1992) ressalta a importância do investimento na formação continuada. Uma formação que estimula a criticidade e a reflexão, proporcionando aos professores autonomia em seus pensamentos, estimulando a autoformação. A formação não se caracteriza por uma série de acumulações de cursos ou técnicas, mas é um momento de reconstruir-se, alimentando-se de modelos educativos. Segundo Perrenoud (2002, p. 70) “nem todas as experiências profissionais proporcionam uma aprendizagem no calor do momento. A rotina não permite um eficaz questionamento, ao contrário, ela traz um conforto nas ações, por sua estrutura”. Contudo, é a reflexão (individual e/ou coletiva) que tem seu papel fundamental para que o contexto seja uma autoinformação, que propicia uma ação com eficácia. Conforme o professor avalia se suas práticas pedagógicas estão sendo eficazes e significativas no processo de ensino-aprendizagem ele pode avaliar a efetividade de seu trabalho. É válido ressaltar que não se pode avaliar uma educação com igualdade mas sim com equidade2. Nesse sentido é ainda mais fácil de entender como precisa ser proveitosa a formação continuada, pois ela pode auxiliar nessa questão, onde o professor precisa analisar e se necessário interferir na linha de ensino na qual ele havia trabalhado e entender como cada aluno recebeu aquelas informações de conhecimento, filtrar e dar ou não continuidade ao raciocínio. A qualidade da formação continuada define a qualidade na equidade na educação e metodologia do professor em sala de aula, assim como o deixa preparado para novas escolhas. Freitas (2007, p. 44), [...] A formação continuada transforma-se em recurso estratégico para que as “inovações” sejam materializadas nas salas de aula. Em outra lógica, a 2 Equidade para Carlos Jamil Cury (2013) é reconhecer a imparcialidade do direito de cada indivíduo. 19 dinâmica da formação continuada consiste em um caminho para a reapropriação da experiência adquirida, tendo em vista adequá-la com as novas situações vividas pelos docentes na atualidade. A formação continuada estabelece no professor a principal função de estimular e capacitar às habilidades reflexivas de seus alunos, o professor em processo de formação tem a percepção para criar e melhorar sua prática pedagógica, mediante avaliação de resultados. Para Garcia (1999, p. 22): A formação continuada de professores favorece questões de investigação e de propostas teóricas e práticas que estudam os processos nos quais os professores se implicam, e que lhes permite intervir profissionalmente no desenvolvimento do seu ensino, do currículo e da escola. Em meio à iminentes mudanças no âmbito educacional, a formação continuada passa a ser interpretada como uma “[...] exigência da atividade profissional no mundo atual” (BRASIL, 2006, p. 2), a qual não pode se resumir a um ato que supra as faltas da formação inicial, pois os atos profissionais são reelaborações diárias dos conhecimentos que desenvolvem uma postura reflexiva do comportamento pedagógico. Tal postura permite ao professor ser sujeito de sua ação, dar significação às suas experiências e práticas, compreendendo suas dificuldades diárias a fim de enfrentá-las da melhor maneira possível. (BRASIL, 2006) Partindo da ideia de que para uma educação qualificada e comprometida com a formação de cidadãos críticos, é fundamental pensar nos agentes formadores e em sua formação, tanto inicial, quanto continuada (CANDAU, 1996). Quanto a formação inicial, torna-se um requisito básico de atuação. Entretanto, a formação continuada requer uma atenção especial e crucial para o acompanhamento dos avanços sociais. A formação inicial precisa passar por reformulações profundas. Isso implica em garantir ao profissional um conhecimento básico para a sua atuação no âmbito escolar, pois a aprendizagem ocorre quando por meio de uma experiência onde se observa o conhecimento anterior sobre uma ideia, comportamento ou conceito. Segundo Libâneo (2004, p. 227): O termo formação continuada vem acompanhado de outro, a formação 20 inicial. A formação inicial refere-se ao ensino de conhecimentos teóricos e práticos destinados à formação profissional, completados por estágios. A formação continuada é o prolongamento da formação inicial, visando o aperfeiçoamento profissional teórico e prático no próprio contexto de trabalho e o desenvolvimento de uma cultura geral mais ampla, para além do exercício profissional. Nesse sentido procura-se sempre adquirir conhecimentos seja por meio de uma graduação, pós-graduação, seminários, palestras, encontros pedagógicos enfim, todos os cursos que venham contribuir para a formação pessoal e profissional. Além disso, coloca-se em prática o que é aprendido no exercício da profissão com o desejo de contribuir para um melhor desempenho e uma melhor aprendizagem dos alunos. Nesse sentido para Nóvoa (1992, p. 139-158). “A troca de experiências e a partilha de saberes consolidam espaços de formação mútua, nos quais cada professor é chamado a desempenhar simultaneamente, o papel de formador e de formando”. Sendo assim, o professor não somente transmite o que sabe, mas tambémrecebe novas experiências de aprendizagem. Com isso, no próximo capítulo abordar-se-á sobre a formação continuada dos professores, para compreender melhor seu trabalho. 21 3 A FORMAÇÃO CONTINUADA DOS PROFESSORES A formação continuada do professor precisa ser compreendida como um processo de evolução, pois tudo o que o professor adquire em suas formações ele transforma em conhecimento, e, tudo que ele transforma em conhecimento ele transfere para seus alunos. Para Nóvoa (1992, p. 27) “[...] valorização de paradigmas de formação que promovam a preparação de professores reflexivos, que assumam a responsabilidade do seu próprio desenvolvimento profissional e que participem como protagonistas na implementação das políticas educativas”. As formações continuadas, abrem um leque para o professor, pois, ele se torna cada vez mais reflexivo e crítico, onde procura sempre estar em constante aprendizado, fazendo que suas aulas sejam inovadoras. De acordo com Elliott (1998), na pesquisa-ação o lugar de trabalho dos professores configura-se em contexto de aprendizagem para especialistas (pesquisadores) e práticos (professores). No próximo capítulo será exposto o desenvolvimento profissional do professor e a construção de sua carreira. 3.1 PROCESSO DE DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL DO PROFESSOR A formação básica do professor e como ele se constrói ao longo da sua carreira profissional são fundamentais para que se compreendam as suas práticas pedagógicas. Ser professor, é uma prática que exige muita dedicação e estudo constante com novas tecnologias e metodologias de ensino-aprendizagem. Com base nisso, a formação continuada, pode ser compreendida como parte do desenvolvimento profissional que acontece durante o da carreira de um professor. É de extrema relevância que o professor esteja adaptado em seu ambiente profissional de forma que as instabilidades do dia a dia não sejam desgastantes e possam prejudicar sua didática. Isso só é possível com a formação continuada e todas as facilidades que ela proporciona. O professor que alinha conhecimento e prática com toda certeza obtém melhores resultados em sala de aula e assim sua carreira profissional se torna satisfatória e realizadora. 22 O desenvolvimento profissional de um professor garante além de um lugar no mercado de trabalho, um resultado de excelência. Para Freitas (2007, p. 44): A formação continuada transforma-se em recurso estratégico para que as “inovações” sejam materializadas nas salas de aula. Em outra lógica, a dinâmica da formação continuada consiste em um caminho para a reapropriação da experiência adquirida, tendo em vista adequá-la com as novas situações vividas pelos docentes na atualidade. O profissional da educação tem como missão a relação com a prática educativa e suas modificações constantes ao longo de sua carreira. O educador que reconhece suas limitações e busca superá-las tem sucesso em seus objetivos, a partir do momento em que ele pode identificar o contexto social em que está inserido, e qual a melhor maneira de se adequar a ele, o seu trabalho se torna mais fácil e seus resultados são qualitativos. A formação continuada estabelece no professor a principal função de estimular e capacitar atitudes reflexivas de seus alunos, o professor em processo de formação tem a percepção para criar e melhorar sua prática pedagógica, mediante avaliação de resultados. O professor precisa estar cada vez mais qualificado buscando a formação continuada como forma de aprimorar a sua prática docente. Assim ele pode usar de suas varias habilidades para poder acompanhar a educação. Ser um profissional pesquisador e mediador de pesquisas e estudos onde ele dá a oportunidade para que seus alunos entendam a importância da descoberta, de ir além daquilo que está dentro da sala de aula e buscar outros meios de conhecimento. Além disso, é necessário o envolvimento da família, escola e comunidade, pois pode afetar no ambiente escolar e sua aprendizagem. Todos esses fatores, o modo como a família vê a escola e fala dela é um dos principais fatores no processo. Segundo Perrenoud (2002, p. 75), “[..] o valor que a família dá à unidade de ensino, a forma como os pais vivenciaram a própria escolarização e as expectativas em relação aos filhos influenciam muito no sucesso das crianças”. Dessa forma, é necessário um trabalho em equipe onde a escola envolva família, comunidade, professores e alunos. Para uma boa educação não se possa deixar somente nas mãos dos professores e sim precisa-se ser um trabalho em 23 conjunto, o que pode ser entendido no capítulo seguinte o professor e sua prática pedagógica. 3.2 PROFESSOR: PRÁTICA PEDAGÓGICA Ser um professor, não é tão fácil quanto parece, quando se quer ser um professor responsável e comprometido com o seu trabalho, é preciso ir à busca de novas possibilidades de incluir em sua prática metodologias significativas ao processo de ensino-aprendizagem. O professor necessita unir a teoria e a prática de ensino, visto que um depende do outro, buscando estar sempre se aprimorando para oferecer um ensino de boa qualidade, sua formação teórica e prática ajudam na qualidade de ensino, visto que as mudanças sociais poderão gerar uma transformação ao ensino- aprendizagem, onde será necessário um bom profissional e pessoal. Compreende-se que há uma grande preocupação com a formação continuada dos professores, pois, de acordo com Nóvoa (1992, p. 20), “não existe qualidade ao ensinar, reestruturação educativa e pedagógica sem estabelecer uma formação além da inicial, a formação continuada”. A formação continuada permite substituir e aprimorar a forma linear do pensar na educação, ampliando os horizontes dentro de sala de aula, os quais se refletirão socialmente e propiciarão ao professor uma forma de pensar com mais liberdade e independência intelectual, facilitando o conjunto de ações coletivas que desenvolverão os professores em suas atuações individuais (NÓVOA, 1992). A formação e o trabalho docente são questões importantes para quem deseja estar em constante processo de aprendizagem, buscando novas metodologias que irão reinventar e inovar a qualidade de ensino. Segundo Nóvoa (2002, p. 23). “O aprender contínuo é essencial e se concentra em dois pilares: a própria pessoa, como agente, e a escola como lugar de crescimento profissional permanente”. Assim, quando o docente busca se desenvolver e se atualizar na prática pedagógica ele está criando condições favoráveis tanto na formação continuada quanto na sua valorização no meio educacional para melhorar o desempenho do seu trabalho. As universidades vêm ocupando um papel essencial, mas não são as 24 únicas, para a formação de professores. O desenvolvimento profissional não corresponde só a cursos de formação de professores, mas soma ao conhecimento adquirido ao longo da vida. A formação não conduz só no saber na sala de aula é preciso garantir uma gestão escolar de qualidade, com diversas práticas pedagógicas, na perspectiva histórica e sociocultural. Percebe-se que os docentes precisam de qualificação tanto na área pedagógica como nos campos específicos do conhecimento. A busca pela formação continuada é o melhor caminho a ser seguido decorrente de qualquer conhecimento. O desenvolvimento profissional começa pela sua formação inicial e continuada, havendo um processo em conjunto com sua vida, escola, pedagógico e sua prática. Para Tura (2002, p. 170): Crenças, aptidões, valores, atitudes e disposições adquiridas em outros ambientes culturais se articulam aos novos saberes aprendidos no colégio, pois são os sujeitos educacionais, entendidos como sujeitos culturais, que irão conferir significado aos conhecimentos escolares, e por isso se realiza em um processo de interação entreculturas que produz outro discurso, por vezes estranho para os mestres e mestras. O professor, não pode parar de estudar, para ser um professor reflexivo em sua prática pedagógica, ganhando seus conhecimentos, tornando-se crítico. Imbernón afirma (2001, p. 48-49): A formação terá como base uma reflexão dos sujeitos sobre sua prática docente, de modo a permitir que examinem suas teorias implícitas, seus esquemas de funcionamento, suas atitudes etc., realizando um processo constante de auto avaliação que oriente seu trabalho. A orientação para esse processo de reflexão exige uma proposta crítica da intervenção educativa, uma análise da pratica do ponto de vista dos pressupostos ideológicos e comportamentais subjacentes. Diante disso, se fala muito em educação de qualidade, para que isso ocorra é preciso do comprometimento de todos. Segundo Freire (1996, p. 96) “[..] o bom professor é o que consegue, enquanto falar, trazer o aluno até a intimidade do movimento do seu pensamento”. Sua aula se torna um desafio para manter o aluno em sintonia com o que está mediando na sala de aula, muito já mudou na educação, especialmente aos professores, onde precisa-se ter uma formação adequada com os requisitos da LDB 25 (9394/96), mas já consegue-se ver essas modificações. A formação nem sempre é o suficiente para ter uma prática de ensino de qualidade, é necessário que as políticas públicas definam maneiras de melhorias de trabalho e que envolvam mais a escola e comunidade. As práticas de formação continuada tem sido uma medida de reconhecimento necessária, embora tenha uma enorme discrepância entre o volume de recurso humano, financeiros investidos e o resultado da qualidade da aprendizagem dos alunos. O objetivo da formação continuada dos professores seria voltado à melhoria da qualidade do trabalho dos professores e à qualidade da educação, porém não há valorização suficiente. A realidade da educação brasileira, complexa e heterogênea, não permite que a formação de professores seja compreendida como um processo linear, simples e único. Segundo Sousa (2008, p. 42): Ser professor, hoje, significa não somente ensinar determinados conteúdos, mas sobretudo um ser educador comprometido com as transformações da sociedade', oportunizando aos alunos o exercício dos direitos básicos à cidadania. Há um conjunto de circunstâncias político-administrativas, organizativas e metodológicas que geram impasses no campo da formação continuada. As questões político-administrativas são as relacionadas ao papel desempenhado pelos governantes e gestores do sistema educacional. Assim, fica evidente a falta de articulação entre as instâncias de gestão do sistema, a descontinuidade dos projetos e programas de um governo para o outro, a falta de incentivos salariais ou institucionais para que os professores possam participar de programas de formação. Segundo Rosa Maria Torres, (1985), “se faz necessário promover as transformações necessárias nas instituições responsáveis por formar professores, para que o processo de formação aconteça num contexto favorável ao desenvolvimento de diferentes competências profissionais”. A formação continuada sempre foi necessária, pois esse processo de aperfeiçoamento permite assegurar uma ação docente significativa, assim permite ao professor saber lidar com as gerações interativas e tecnológicas, além de outras dificuldades que se deparam em seu cotidiano. Ainda é visto que há desinteresse dos professores em buscar programas de formação continuada, isso porque, muitas 26 vezes, acham que estes programas não contribuem para seu desenvolvimento profissional, o que na verdade estes acrescentem muito em suas necessidades do cotidiano escolar e valorização da sua experiência e saber, assim agregando a sua teoria com a prática pedagógica. A formação continuada não só ajuda a compreender que a teoria e a prática se completam como também proporciona o entendimento da necessidade de nela fundamentar-se. Os professores precisam estar em constante crescimento e estar sempre atualizados com relação ao que ensinam, logo, um aspecto fundamental da formação continuada é manter a formação docente íntegra, tomando como base a questão científica, esta abrange o desenvolvimento e atualização dos conhecimentos, a pedagógica que seria os métodos e técnicas em função do avanço tecnológico e recursos de ensino, logo o pessoal permite que o professor reflexionar sobre os valores, crenças e atitudes que fazem parte da ação docente. Para Lino Macedo, (2010, p. 36-37): A valorização dos processos de aprendizagem dos próprios professores, ou seja, no investimento pessoal e institucional de seu aperfeiçoamento continuo, segundo a criação ou produção de diferentes contextos de aprendizagem também par ao professor e não só para o aluno. Nessa perspectiva, a formação continuada possibilita ao professor a obtenção de conhecimentos específicos, capacitando-os a atender as demandas e exigências impostas pela sociedade, as quais foram modificadas com o passar do tempo, portanto o professor deve estar em constante crescimento para sua atualização profissional. Para Guterres (1990, p. 72) o "primeiro momento que denuncia alguma coisa que precisa ser reformulada ou transformada", onde é colocado que todo investimento dentro da formação continuada é para a transformação do professor critico e reflexivo e assim poderão mudar dentro das salas de aula. Contudo, alguns perfis de professores podem ser entendidos, assim sendo será destacado apenas três: Professor reflexivo, inovador e mediador de conhecimento. 27 3.2.1 Professor reflexivo O professor precisa se tornar reflexivo para uma melhor condição de trabalho com seus alunos, pois, quanto mais buscamos conhecimento, mais podemos oferecer a eles. O professor precisa ser incentivado a buscar facilidade de conhecimento, assim colocando estratégias em seus pensamentos e organizações de sala de aula. Segundo, Imbernón (2000, p. 39) Trata-se de formar um profissional prático-reflexivo que se defronta com situações de incerteza, contextualizada e únicas, que recorre à investigação como forma de decidir e de intervir praticamente em tais situações, que faz emergir novos discursos e concepções alternativas de formação. Uma formação de qualidade é fundamental para o processo de um professores. Ele precisa refletir a respeito de suas práticas educativas e suas ações dentro de sala de aula. De acordo com Schön (2000) é importante que o professor reflita sobre o seu ensino fazendo assim uma autoaprendizagem por meio de análise e interpretação da sua própria atividade. Quando o professor pesquisa sobre a sua aula, ele está refletindo a ação pedagógica olhando o seu trabalho e a atuação de seus alunos. O professor tornar-se-á o produtor de seu conhecimento profissional e pedagógico à luz de teorias escolhidas. O professor tem que ser produtor de suas próprias aulas, ele precisa ser confiante diante de suas ações e sempre estar preparado para novos desafios postos em sala de aula. Para Maciel Neto (2002, p. 38) “Um docente despreparado cata fórmulas feitas, imita autores, precisa de receitas. Prefere teorias oficiais, para esconder-se atrás delas”. Perrenoud (2002, p. 90) trás que “os saberes advindos da experiência e da ação dos profissionais e desenvolver uma forte articulação teoria-prática e uma verdadeira profissionalização”. Ação reflexiva pedagógica do professor é de extrema importância, é, onde eles ensinam a pensar e valorizam suas práticas. Para Mendes (2012, p. 17) “[...] é preciso dar uma formação que leve crianças e jovens a terem um papel ativo na construção do seu corpo de conhecimento [...]”. Contudo, fazem com que seus alunos sejam participantes do processo de aprendizagem, deixando-os construir suas próprias pesquisas, transformando suas28 aulas em uma troca de conhecimento. 3.2.2 Professor inovador A carência de professores qualificados tem se constituído num dos marcos mais importantes para a expansão da inovação da educação. O professor se depara com o desafio de envolver sua turma ao dar seu conteúdo preparado, assim sendo necessário ter estratégias que o auxilie neste momento, até porque na sala de aula cada aluno tem sua característica. Assim, a inovação tem característica importante na melhoria e renovação da qualidade educativa. O conceito de inovação é bastante abrangente do que os conceitos de mudança, renovação ou de reforma. Para Cardoso (1992, p. 85): A inovação pedagógica traz algo de "novo", ou seja, algo ainda não estreado; é uma mudança, mas intencional e bem evidente; exige um esforço deliberado e conscientemente assumido; requer uma ação persistente; tenciona melhorar a prática educativa; o seu processo deve poder ser avaliado; e para se poder constituir e desenvolver, requer componentes integrados de pensamento e de ação. O papel do professor nos projetos inovadores são amplos e avançados. Precisam ultrapassar as informações específicas, sendo mentores profissionais na vida dos alunos. A formação inicial e continuada de professores em instituições inovadoras segue a ideologia de processos de ensinar como se aprende, dando ênfase na orientação em tecnologias digitais presenciais e online. 3.2.3 Professor mediador de conhecimento O professor tradicional, que somente transmite conhecimentos, perde seu espaço na sociedade contemporânea. Entra em ação um novo docente “o mediador do conhecimento”. Segundo Libâneo (1999, p. 29): O que se afirma é que o professor media a relação ativa do aluno com a matéria, inclusive com os conteúdos próprios de sua disciplina, mas considerando os conhecimentos, a experiência e os significados que os alunos trazem à sala de aula, seu potencial cognitivo, suas capacidades e interesses, seus procedimentos de pensar, seu modo de trabalhar. Ao mesmo tempo, o professor ajuda no questionamento dessas experiências e significados, provê condições e meios cognitivos para sua modificação por 29 parte dos alunos e orientando-os, intencionalmente, para objetivos educativos. O Educador precisa respeitar o aluno, suas experiências anteriores estabelecendo diálogos, questionamentos e abrindo espaço para os mesmos exporem sues pontos de vista e sentimentos. Ou seja, o professor desempenhará o papel de facilitador da aprendizagem. Segundo Loureiro (2004, p. 84): Contudo, essa mediação se dá como atividade relacional no ensino, ou seja, o professor surge como mediador da relação ativa do aluno com o saber, considerando seus conhecimentos e experiências prévios. Nesse sentido, toda aprendizagem requer mediação e o professor tem um importante papel na mediação da relação epistemológica, assim como constituição da identidade da criança ao levar em consideração os elementos do universo vivencial do aluno. O docente precisa mediar os conhecimentos existentes, levando em consideração as experiências e conhecimento anteriores dos alunos e articulá-los com conhecimentos atuais, de forma que a aprendizagem se torne relevante para o aluno. Dessa maneira, o docente é percebido como o mediador da escola, pois tem função de fazer elo entre a escola e a comunidade. Atuando dentro e fora de sala de aula, relacionando conteúdos pedagógicos com acontecimentos atuais que ocorrem no mundo. Levando em consideração o contexto no qual está inserido. O próximo capítulo traz a formação continuada dos professores e seus desafios e dificuldades, que muitas vezes enfrentam dentro de sala de aula, assim percebendo como são infinitos seus obstáculos, para se dar uma educação digna a seus alunos. 30 4 FORMAÇÃO CONTINUADA SEUS DESAFIOS E DIFICULDADES ENFRENTADAS Neste capítulo será tratado dos desafios encontrados pelos professores dentro de sala de aula como docente, e citar dentre várias, as dificuldades que eles enfrentam para dar continuidade em seus conhecimentos nas formações continuadas. As transformações dentro da docência que invade transitoriamente nas escolas e nas vidas de seus alunos, parecem estar presas em um grande debate, segundo Ens (2011, p. 11) “[...] percebe-se que os docentes estão encurralados entre tensões e incertezas para desempenhar a função de ensinar graças às transformações da sociedade que têm provocado significativas alterações no mundo do trabalho.” Assim mostra como a situação da sociedade interfere dentro das escolas e principalmente na vida dos docentes em suas práticas. Neste contexto percebe-se as dificuldades enfrentadas pelos professores na formação continuada. Ens (2011, p. 13): Investir numa proposta de formação continuada de professores, que conduza a sua profissionalização, estruturada a partir da reflexão, de forma sistemática, implica assegurar condições de trabalho que favoreçam, mediante a interconexão da auto e heteroformação, a parceria colaborativa, o conhecimento em redes dinâmicas e uma formação que, efetivamente, resinifique e potencialize a revisão, a reconstrução da prática pedagógica, consolidando saberes, constituindo identidades e favorecendo a valorização da docência pela superação dos desafios enfrentados na atualidade. Contudo, a formação continuada pelos professores, é decorrente de um grande desafio, para estar ampliando o conceito real da importância que é desenvolvida pelos docentes dentro de sala de aula, porém, ainda há muitos desafios e dificuldades a serem enfrentadas. 4.1 DIFICULDADES E DESAFIOS ENFRENTADOS PELO PROFESSOR Os professores enfrentam várias dificuldades, que interferem diretamente na prática pedagógica, frente a sociedade parece ser tarefa árdua, onde se aceita a possibilidade de uma crítica responsável e aberta, que permite uma visibilidade da 31 função do professor perante a comunidade, mas o que se registra frequentemente nas instituições é um corporativismo e radicalismo exagerados, esvaziados de alternativas ágeis e criativas para resolver o problema da qualificação do docente. Segundo Nóvoa (1992, p. 12): Um novo movimento a nível internacional aponta para a possibilidade de um restabelecimento de função do professor no meio social, através da construção da profissão do professor. Esta proposição passa pela necessidade de pensar a formação de professores a partir de uma reflexão fundamental sobre a profissão docente. Cunha e Fernandes (1994), relata que no passado os educadores responsáveis pela formação de docentes preocupavam-se em passar suas experiências para que os futuros professores pudessem reproduzi-las. A cópia não se reproduzia no momento da prática, pois os alunos eram outros e a realidade não se encaixava no que o professor havia aprendido. Ao encerrar a graduação, a ideia era de sair “formados” profissionalmente para os graduando, prontos e acabados para enfrentar a sala de aula. Essa ideia permaneceu por muitas décadas. Nesta perspectiva, o licenciando enfrentava a força de trabalho, acreditando estar totalmente capacitado para ser professor. A realidade no entanto, era outra, encararam a difícil visão de que teriam que aprender sozinhos e encontrar na metodologia do ensaio e do erro, a solução para os desafios encontrados no meio escolar (CUNHA e FERNANDES, 1994). Durante um bom tempo, houve uma abordagem sistêmica com o modelo da racionalidade técnica. Com o estabelecimento do diálogo, houve a possibilidade de reflexão conjunta aluno e professor, estabeleceram uma nova relação no meio escolar. Com as manifestações da comunidade estudantil, o docente passou a enxergar que era um profissional como outro, portanto merecia remuneração digna, respeito social, mas, em contrapartida, precisava apresentar um trabalho competente (CUNHA e FERNANDES, 1994).A forma como o professor desempenha sua função, de um modo geral, vem dificultando o trabalho coletivo e participativo. A fragmentação do trabalho, a centralização burocrática, a falta de parceria, atuam significativamente de modo a neutralizar a criação de um docente profissionalizado. Basta observar uma 32 assembleia de professores, para verificar a dificuldade em discutir os problemas que afetam a classe, os docentes ainda não estão preparados para debater suas próprias dificuldades. A maior dificuldade que o docente encontra é observar o professor como um profissional especializado, assim, ele produz o desejo do conhecimento. Cunha e Fernandes (1994, p. 01), apresentam uma reflexão que alerta: O ensino reprodutivo dá ênfase à repetição e à memória. Nele o aluno é induzido a não questionar, a perseguir um único caminho para aprender e a repetir o professor e o livro. Os métodos privilegiam a concepção de que o professor é a principal fonte de informação e pela palavra, passa aos estudantes este estoque que acumulou. Não há lugar para dúvidas neste paradigma de ensino e sim a prática de certezas, da resposta única, da estrutura do saber acabado, descontextualizado e histórico. Muito se discute sobre a capacitação dos docentes, mas os mecanismos encontrados advêm sempre de situações de fora da escola: do Ministério da Educação, das Secretarias Estaduais e Municipais, enfim, dos órgãos de controle. Os professores não são ouvidos sobre as suas dificuldades e expectativas, as propostas são autoritárias e, quando muito, propõem discussões sobre ele e não com eles. Segundo Nóvoa (1992, p. 23 - 24): A profissionalização é um processo através do qual os trabalhadores melhoram o seu estatuto, elevam os seus rendimentos e aumentam a sua autonomia. Ao invés, a proletarização provoca uma degradação do estatuto, dos rendimentos e do poder. É útil sublinhar quatro elementos deste último processor. A separação entre a concepção e a execução, a estandardização das tarefas, a redução dos custos necessários à aquisição da força de trabalho e a intensificação das exigências em relação à atividade laboral. A formação continuada propõe olhar para nossas ações de forma reflexiva- ativa. Ela consiste em ações de formação dentro e fora da jornada de trabalho, sendo de responsabilidade das secretarias de Educação e também das instituições, mas a busca intensa e mais importante será sempre a do professor. O que acontece na prática da formação continuada, é que na participação em cursos pelos docentes a participação dos professores municipais em cursos de formação continuada é frequente, a dos professores de escolas estaduais é pouca e a dos professores das escolas particulares varia entre frequente e menos assídua. (BEHRENS, 1996). 33 Os cursos são oferecidos pelas secretarias para os professores da rede Municipal e Estadual, mas não se pode dizer que estes estão sendo disponibilizados a todos. A formação continuada exerce um papel importante para o professor por ser motivadora, sendo necessário que seja levantado temas junto aos professores, que sejam próximos das atividades pedagógicas, para que possa ser realmente transformadora na prática. É preciso que haja um esforço não só do professor, mas também do gestor- pedagogo para o desafio de despertar para uma escola de qualidade com identidade, fazendo com que as propostas de formação continuada tenham êxito efetivo na qualificação dos profissionais envolvidos no fazer pedagógico, de forma que a participação nos cursos, oficinas e palestras seja para todo o corpo docente e não apenas para alguns privilegiados. Paulo Freire (1982, p. 96): Eu agora diria a nós, como educadores e educadoras: ai daqueles e daquelas, entre nós, que pararem com a sua capacidade de sonhar...ai daqueles e daquelas que, em lugar de visitar o amanhã, o futuro, pelo profundo engajamento com o hoje, se atrelem a um passado de exploração de rotina. A sociedade está em constante transformação e a formação continuada leva às mudanças e abre caminhos que orientam e dão suporte frente a novos desafios. Não se pode ignorar os problemas advindos das dificuldades dentro da formação continuada, como no caso a insatisfação com as condições de trabalho, a desvalorização social, sentimentos de insegurança em seu trabalho afetando profundamente na suas práticas pedagógicas. Contudo, são grandes as dificuldades encontradas pelos professores, e agora irá ser discutido alguns desses pontos Por conta das grandes transformações sociais principalmente na educação, as pessoas acabaram tendo um olhar mais aprofundado para as instituições de ensino, submetendo-a a uma análise constante, e os professores acabaram ficando com uma tarefa cada vez mais exigente e de responsabilidade, pois educar não é tão simples como se pensa. E para isso requer que os profissionais tenham uma formação e uma orientação pedagógica voltada a realidade em que vivemos, assim não pode-se esquecer que a formação continuada é o melhor caminho para um bom exercício de novos formadores. 34 Para Antunes (2004, p. 47) “Vê-se necessidade de despertar a consciência de que todo ser humano é sempre agente transformador do mundo e que essa ação deve ser dirigida no sentido de uma busca pela melhoria do ambiente e das pessoas”. A formação continuada do profissional é processo constante, assim desenvolvendo um senso critico sobre suas práticas. Mas percebe-se uma grande dificuldade dos profissionais da educação estarem se aperfeiçoando em sua área, segundo Morosov (2008), as práticas em sala de aula em geral não ocorrem tão “perfeitas” quanto na teoria, fazendo com que uma mistura de métodos e abordagens se torne necessária, dependendo da realidade do professor. Em meio às dificuldades dos professores em desenvolver sua formação, tem que primeiramente perceber como é a realidade em sala da aula, assim como também dos métodos e recursos existentes. A necessidade de uma formação continuada de professores está relacionada com sua realidade das práticas educacionais, por isso Bernardo (2004) enfatiza que as políticas educacionais tem- se tornado o foco da implementação da formação docente por meio de reformas que visam a melhoria da qualidade da educação básica. Gatti (2010) sugere é que as licenciaturas devem se preocupar não só com as estruturas que suas instituições oferecem, mas, também devem propor alternativas na reformulação de seus currículos e conteúdos formativos, visando principalmente a reestruturação de uma nova identidade docente que valorize a construção do saber. Percebe-se a preocupação quanto à formação continuada de professores uma necessidade dentro das instituições de aprendizagem, pois o próprio sistema de ensino torna isso como uma exigência dentro de seu âmbito de trabalho. Porém não dão subsídios de trabalho e organização pedagógica para o mesmo. Um dos desafios a ser enfrentado na formação da docência é mostrar que existe vários modelos de práticas de ensino. Portanto, é um momento de reflexão no processo da formação e das práticas de ensino. Por este motivo temos que estar atentos a mudança dentro da profissão, fortalecendo seus vínculos com a sala de aula e a estratégias de aprendizagem sempre. O professor deve estar em constante aprendizado, onde a formação continuada deve estar continua em sua vida. Para 35 Carvalho e Perez (2001, p. 111): Um dos resultados significativos provenientes das pesquisas em formação de professores é o que indica um dos obstáculos para o professor adotar uma atividade docente inovadora e criativa, além da já discutida falha no mínimo de conteúdo, são suas ideias, sobre ensino e aprendizagem, “as ideias do senso comum”. Contudo, percebe-se que a função do professor é proporcionar uma educação de qualidade e garantir aos seus alunos na sua formaçãode cidadãos críticos nesse novo tempo de contemporaneidade. Kenski (2001, p. 103) afirma que: O papel do professor em todas as épocas é ser o arauto permanente das inovações existentes. Ensinar é fazer conhecido o desconhecido. Agente das inovações por excelência o professor aproxima o aprendiz das novidades, descobertas, informações e noticias orientadas para a efetivação da aprendizagem. Desta forma, o professor é colocado diante de grandes desafios, começando pelas transformações tecnológicas de informação em sala de aula, onde tem que se estar aberto a grandes mudanças e é necessário ser um bom planejador, pois, as tecnologias são de grande valia para um processo de formação. Para Moran (2007, p. 103): As tecnologias nos ajudam a encontrar o que está consolidado e a organizar o que está confuso, caótico, disperso. Por isso é tão importante dominar ferramentas de busca da informação e saber interpretar o que se escolhe, adaptá-lo ao contexto pessoal e regional e situar cada informação dentro do universo de referências pessoais. Diante dos desafios que permeiam a função docente, na atualidade e com tantas dificuldades inerente a educação, requer do professor ações e conhecimento além de suas práticas. Para Demo (2004, p. 25): [...]ser profissional da educação hoje é acima de tudo saber continuamente renovar sua profissão. Entende-se então que o professor enquanto profissional deve ser um eterno aprendiz e sendo capaz de refletir sobre sua prática diária, pois na verdade, não só no trabalho, mas em todos os aspectos da vida. Com isso constata-se que o professor nunca está pronto, acabado, mas, sempre em processo de (re) construção de saberes. Assim, o professor, consegue estar em constante aprendizado e desenvolvimento da sua formação, onde procura meios para buscar seu 36 aperfeiçoamento profissional dentre outras tendências educacionais e recursos de aprendizagem. Para o desenvolvimento social e profissional do professor é necessário pensar nas condições de educação e entre essas está a formação de professores. A formação implica em cursos de qualidade, no atendimento das necessidades do ensinar e do aprender. De acordo com Nóvoa (1992) não existe qualidade ao ensinar, reestruturação educativa e pedagógica sem estabelecer uma formação além da inicial, a formação continuada. Apesar da formação continuada não ter subsídios suficientes que possibilitem por si só a formação e preparação dos professores, Lima (2011) afirma que esta ainda ocupa um lugar importantíssimo no processo de formação e que, do ponto de vista da racionalidade prática, é imprescindível. Percebe-se como os professores tem dificuldade em dar continuidade a sua formação. Altenfelder (2005, p. 15) cita, em suas experiências com professores que: [..]uma das principais dificuldades encontradas na formação continuada é o cansaço e a falta de disposição dos professores para buscar novas possibilidades no processo de construção do saber em sua área de atuação, desse modo isso acaba se tornando uma barreira que impede investimento na qualificação da formação deste profissional. Em contrapartida, para aqueles professores que ainda se sentem entusiasmados com as novas propostas de formação continuada,promovida por programas federais, as dificuldades também não são menores, pois o acesso a estes programas ainda é restrito e as condições financeiras desses professores não permitem o engajamento dos mesmos nessas novas propostas.Problema ainda maior é o vínculo empregatício, que muitos professores mantém com até três escolas diferentes para poderem receber um salário melhor, e o número excessivo de aulas dadas, que faz com que o professor se torne desmotivado dentro dessa expectativa. Com esses elementos colocados pelo autor os professores buscam sempre de alguma maneira, mesmo com tantas dificuldades, estar atendendo seus alunos da melhor forma possível. O professor tem a missão e o desafio de formar cidadãos críticos e pensantes capazes de refletir sobre a cultura da sociedade e educação. Isso implica na importância dos professores trabalharem com a interdisciplinaridade, e no investimento que ele faz em sua carreira, reformulando seu curriculum e avaliando quais as melhores alternativas que possam ajuda-lo a 37 melhorar forma de ensino aprendizagem. Segundo, Grillo (2001, p. 78) A docência realizada pelo professor para dar conta do ensino apresenta-se desde logo como uma atividade complexa, pela convergência concomitante de questões teóricas e praticas, com origens no enfrentamento do cotidiano escolar – a dimensão interna da docência – e ainda na reflexão pedagógica sobre o homem e suas finalidades. A formação continuada do professor está sendo cada vez mais exigida, e o mesmo necessita assumir o compromisso de estar sempre em constante conhecimento e aliar didática qualitativa a sua capacitação, assim como por em prática cada uma de suas novas técnicas e teorias para que isso possa ser analisado se realmente esta sendo produtivo. A construção do professor se da durante um longo processo de conhecimento e interação com o novo, o professor deve estar sempre em posição de pesquisador buscando novas alternativas e novos caminhos. É uma estratégia muito sabia que professores possam trabalhar juntos e unir experiências vividas e conhecimentos distintos. Segundo, Nóvoa (1992, p. 23) A formação não se constrói por acumulação de cursos, de conhecimento ou de técnicas, mas assim através de um trabalho de reflexibilidade crítica sobre práticas e de (re) construção permanente de uma identidade pessoal. A formação vai e vem, avança e recua, construindo-se num processo de relações ao saber e ao conhecimento. É necessário refletir se realmente todos estão envolvidos por uma educação em prol da formação de professores críticos, que conheçam sua área de atuação e que estejam engajados na melhoria do conviver em coletividade. Pode-se dizer que é com os alunos que o conhecimento científico se torna conteúdo de aprendizagem. A sala de aula é o espaço onde são realizadas todas experiências, onde é possível observar a capacidade de reflexão e absorção do conhecimento que estamos querendo transmitir. O professor precisa conduzir suas aulas com segurança, assim, despertando em seus alunos a curiosidade, entusiasmo e disposição para o estudo, sendo que nem sempre será uma tarefa fácil, por isso podemos considerar que um professor tem que estar continuamente em busca de novas perspectivas de ensino. Segundo, Libâneo (2006, p. 42): 38 O professor deve ser visto, numa perspectiva que considera sua capacidade de decidir e de, confrontando suas ações cotidianas com as produções teóricas, rever suas práticas e as teorias que as informam, pesquisando a prática e produzindo novos conhecimentos para a teoria e a prática de ensinar... assim as transformações das práticas docentes, só se efetivam na medida em que o professor amplia sua consciência sobre a própria prática, a da sala de aula e a da escola como um todo, o que pressupõe os conhecimentos teóricos e críticos sobre a realidade. De acordo com Souza (2005), os professores iniciantes estão preocupados com domínio dos conteúdos, metodologias de ensino, tempo de aula e disciplina dos alunos. Obviamente uma preocupação que pode ser sanada com a rotina e vivência em sala de aula, porém além destas viram as preocupações maiores como, por exemplo, os avanços tecnológicos e a busca incessável por novos saberes. A formação continuada do espaço ao professor para adquirir maior consciência das suas ações e avanço em sua reflexão e análise que o ajude a compreender a melhor maneira se colocar sobre suas metodologias. Autores como Nóvoa, Perrenoud, Freire, Libâneo e entre outros, têm ajudado no processo educacional, muitos deles têm procurado solucionar problemas que para muitos profissionaisda educação não sabiam como resolver e lidar com determinados problemas enfrentados na prática pedagógica. Souza (2005) indica duas concepções sobre a profissão do professor, uma em que são valorizados os conhecimentos formais, codificados e transmissíveis, atestados por títulos universitários, e outra em que a profissão é construída no processo de trabalho, experiência, qualidades pessoais, trabalho em grupo e solidariedade nas relações de trabalho. As duas dimensões resultam em formas indenitárias distintas com relação ao ser professor. A forma como o docente reconhece a profissão difere entre a própria categoria. Contudo mostra-se que o professor ele tanto faz uma formação continuada didática como ele também faz uma formação continuada flexível dentro de suas próprias aulas Precisa-se criar condições de trabalho em equipe, professores e a escola, onde é possível obter espaço para seu crescimento, além de bom salário e de formação adequada é preciso garantir uma gestão escolar competente, onde acabe com o isolamento da sala de aula. Muito se fala em educação de qualidade, mas para que isso aconteça é necessário o comprometimento de todos 39 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS A partir destes estudos foi possível compreender que a formação continuada tem a principal função de estimular as habilidades reflexivas e abrir novos horizontes para que seus alunos tenham a possibilidade de aprender e se identificar com o conteúdo que pretende ser passado pelo professor. Este que em processo de formação tem a percepção para criar e melhorar sua prática pedagógica, de maneira eficaz onde se pode inovar de forma significativa suas metodologias de ensino-aprendizagem por meio da autoavaliação, com base nos resultados do seu trabalho, e ainda ser instrumento de transformação, pois o profissional dedicado alcança com facilidade seus objetivos finais. É de extrema importância que este papel seja desempenhado com todo cuidado quando trata-se de plantar a semente do conhecimento, seja em crianças jovens e até mesmo em adultos, o profissional da educação tende a ser um referencial em cultura e visão de mundo. Muitos alunos estão habituados com o ambiente que convivem em casa e com a família, e a escola pode lhe trazer uma nova forma de pensar. Portanto, com todo o respeito a individualidade de cada aluno, o professor tem a função de lhe trazer uma nova forma de pensar, assim com todo conhecimento que ele já possui, a metodologia e o conteúdo consegue-se formar cidadãos reflexivos e críticos. Eis então a importância de uma formação continuada de qualidade. A partir do momento que foi percebida a importância da formação continuada pelo governo o professor se tornou detentor do conhecimento, do saber e do fazer. Porém, o Estado dominava tudo que seria ensinado de maneira que tinha o controle sobre a sociedade e sobre os próprios professores que tinham um status neutro, um saber limitado assim como seus ganhos, não podiam se envolver com o povo, mas também não conviviam entre os burgueses. Houve uma revolução nesta profissão onde surgiram novas instituições de ensino que proporcionaram aos professores mais capacitação e qualidade para ajudar em sua formação. Nesta fase percebeu-se que a importância do professor vai além de saberes e métodos, e foi o momento crucial para consolidação desta profissão, o Estado não 40 viu desta forma e resolveu manter o controle sobre suas atividades. Após o fim da Ditadura houveram várias reformas e uma delas foi a dos educadores, onde puderam impor algumas questões, uma delas e talvez a mais importante foi a de atribuir criticidade e que seus conhecimentos contribuíssem para a transformação do ambiente escolar, o que contribui significativamente para a formação continuada dos professores. Dar continuidade em seus conhecimentos oferece ao profissional da educação uma oportunidade de avaliar sua postura, e assim, respectivamente melhora-la de forma significativa. Uma formação continuada pode estimular sua criticidade e sua reflexão o que proporciona autonomia, o importante não é anexar cursos ao seu curriculum, mas sim tirar o professor de sua zona de conforto e alimentar de novos meios educativos que podem lhe proporcionar melhores resultados. Conforme os professores avaliam se seus resultados estão sendo eficazes ele pode medir a efetividade de seu trabalho, ou seja, se seus alunos estão absorvendo o conhecimento e se sua metodologia de ensino está seguindo um resultado satisfatório, caso contrário é o momento de pensar em outras estratégias. Vendo por este ângulo é mais simples de entender como uma formação continuada pode ser importante para a carreira de um professor; assim ele pode ter vários caminhos que o ajudam a analisar se sua linha de ensino está de acordo ou não, e qual a melhor forma de seguir em frente para ter um resultado de qualidade. Entende-se a importância do papel a ser desempenhado pelo professor, que se dedica à formação continuada, a importância da reflexão na formação destes profissionais. Para isso, foram realizadas leituras que pudessem nos dar amplo conhecimento sobre o assunto e nos dar uma visão crítica. Esta deve contemplar conhecimentos específicos das necessidades educacionais especiais de seus alunos e o respeito à diversidade. Além disso, as exigências e responsabilidades para com a qualidade do processo educacional não devem ficar a cargo exclusivamente dos professores, mas de todos os envolvidos, incluindo as próprias instituições de ensino. 41 Compreende-se que projetos que possibilitam a formação continuada de professores viabilizam discussões coletivas envolvendo profissionais de áreas diversas, para que estejam em constante crescimento, percebe-se a importância de não se ater apenas ao ensino mas também as tecnologias inovadoras e aos assuntos que estão inseridos na realidade em que seus alunos vivem, isto é um diferencial do profissional que quer se destacar em seu trabalho. Ressalta-se também a importância de o professor ser considerado como construtor de uma práxis que possibilite a reflexão e a ação no contexto em que atua, tendo condição de efetivar as adaptações pedagógicas necessárias. A formação continuada modifica a postura do professor diante do aluno, transforma a pratica docente a partir do senso crítico, assim não impondo limite ao conhecimento. Os professores encontram muitos desafios dentro de sala de aula e, entre estes, estão as dificuldades enfrentadas para dar continuidade em seus estudos. As condições de trabalho dos professores estão cada vez mais desvalorizadas, eles se sentem inseguros em seu trabalho, os afetando profundamente em suas práticas pedagógicas. O professor está diante de muitos desafios, como as transformações tecnológicas em sala de aula, pois eles tem que estarem abertos a mudanças em seus planejamentos, para que introduza um processo de formação de grande valia para seus alunos. Requer do professor práticas além de seu conhecimento, somente assim, conseguirão enfrentar esses desafios e exercer sua função docente com êxito. O professor tem a missão e o desafio de formar cidadãos críticos e pensantes capazes de refletir sobre a cultura da sociedade e educação, buscando sempre de alguma maneira, mesmo com tantas dificuldades, estar atendendo seus alunos da melhor forma possível. Quando se quer ser um professor responsável e comprometido, é preciso ir á busca de novas possibilidades e incluir em sua prática metodologias significativas ao processo de ensino-aprendizagem. O que o professor adquire em suas formações ele transforma em conhecimentos, e o que ele transforma em conhecimento ele passa para seus alunos. As formações continuadas abrem um leque para o 42 professor, pois, ele se torna cada vez mais reflexivo e crítico, onde procura sempre estar em constante
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