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Gênero Babesia TAXONOMIA CARACTERÍSTICAS ° Protozoário que não possui flagelos, cílios ou formam pseudópodes ° São piriformes ° Locomoção por flexão ou deslizamento ° Reprodução assexuada ocorre por fissão binária ou esquizogonia em eritrócitos ou outras células sanguíneas de mamíferos ° Apresentam complexo apical menos desenvolvido ° Possui hospedeiros específicos ° Causa a doença transmitida por carrapatos chamada de Babesiose- muitas vezes está associada com a doença Erliquiose (causada por bactéria), pois ambas possuem o carrapato como meio de transmissão. ° Várias espécies de babesia acometem os animais domésticos- cão, equinos, suínos, ruminantes, inclusive o homem. ° Parasitam os eritrócitos dos vertebrados- destroem as hemácias ° São transmitidas por várias espécies de carrapatos ° Após a resolução do quadro clínico, os animais podem ficar cronicamente infectados, podendo inclusive desenvolver certa imunidade ° A Babesiose causa febre, anemia e hemoglobinúria ° O gênero Babesia foi descoberto por Victor Babés, patologista romeno, em 1888: - Nos EUA, em 1890, toda a região sudeste foi acometida por uma doença bovina - A doença recebeu os nomes de Febre do gado do Texas, Águas vermelhas- por causar hemoglobinúria, devido a destruição maciça das hemácias (hemólise) - Observava-se a morte do gado dentro de algumas semanas - Após a introdução do gado vindo do sudeste em áreas ao norte, observava-se um rápido acometimento do gado dessa região, levando-os à morte e os gados que eram introduzidos continuavam vivos - Somente em 1893 Smith & Kilbourne descobriram que a enfermidade era transmitida pelos carrapato Boophilus annulatus, atuando como vetor - Concluíram que o gado do Texas morria pois ainda não possuía anticorpos contra a Babesia, ao contrário do gado do sudeste que já possuía contato com esse carrapato ° A localização do parasita está relacionada com o grau de parasitemia, podendo ser: - Periférica: localizada na circulação sanguínea, vasos periféricos- com alta parasitemia, causando anemia - Viscerotrópica: localizada nos órgão, principalmente baço e fígado- podem causar doença sem alta parasitemia, os animais podem sofrer infecções letais com a formação de trombos cerebrais sem apresentar anemia ETIOLOGIA B. bigemina grande periférica bovino B. bovis pequena viscerotrópica bovino B. caballi grande viscerotrópica equino B. canis grande viscerotrópica cão b. gibsoni pequena Periférica cão PRINCIPAIS VETORES Espécie Hosp. Definitivo Hosp. Intermed. B. bovis Bovinos Rhipicephalus microplus B. bigemina Bovinos Boophilus microplus B. equi Equinos Dermacentor nitens B. caballi Equinos Dermacentor nitens B. canis Canino Rhipicephalus sanguineus B. gibsoni Canino Rhipicephalus sanguineus ° São conhecidas três subespécies de B. canis: - B. canis canis: transmitida pelo Dermacenteor reticulatus na Europa- bastante patogenicidade - B. canis vogeli: transmitida pelo Rhipicephalus sanguineus em regiões tropicais e subtropicais- média patogenicidade; presente no nordeste do Brasil - B. canis rossi: transmitida pela Haemophysalis leachi na África do sul- baixa patogenicidade ° Bovinos podem estar infectados tanto com B. bigemina e também com B. bovis CICLO BIOLÓGICO ° A babesia possui hospedeiros específicos ° Ciclo biológico heteróxeno ° Hospedeiro invertebrado: geralmente são carrapatos ixodídeos. Carrapatos podem albergar mais de uma espécie de Babesia. Há reprodução sexuada e assexuada ° hospedeiro vertebrado: bovinos, equinos, cães, homens. Reprodução assexuada nos eritrócitos ° Há 3 tipos de reprodução: - Merogonia: reprodução assexuada nas hemácias do hospedeiro vertebrado-> merozoítos - gamogonia: terminação da formação e fusão dos gametas-> tubo digestivos dos carrapatos - Esporogonia: reprodução assexuada nas glândulas salivares dos carrapatos-> esporozoítos= forma infectante TRANSMISSÃO ° Transmissão transovariana e transestadial B. bigemina Fêmea adulta se infecta N e A transmitem B. bovis Fêmea adulta se infecta L transmite e perde a infecção B. caballi Fêmea adulta se infecta L, N e A transmitem B. canis Fêmea adulta se infecta L, N e A trasmitem L- larva N- ninfa A- adulto ° Transmissão de Babesia por Boophilus: - B. bigemina- a transmissão só acontece por ninfas e adultos- larvas não transmitem, pois ainda não deu tempo da larva chegar as glândulas salivares para infectar - B. bovis- a transmissão só acontece pelas larvas- ninfas e adultos não transmitem ° Teleogina (fêmea ingurgitada)- só se infecta nas últimas 16 a 24 horas de repasto sanguíneo ° Vetores biológicos: - Boophilus microplus - Somente a fêmea se infecta após repasto sanguíneo- 16 a 24 hrs pré-desprendimento - Patogenicidade da Babesia ao vetor - Carrapatos com susceptilidades diferentes- quando alguns carrapatos possuem uma grande quantidade de babesia, poderá haver influência na reprodução, diminuindo a fertilidade e a quantidade de ovos. =>Como ocorre o ciclo: - Começa com o carrapato picando o hospedeiro vertebrado- no momento do repasto sanguíneo, junto com a saliva será injeta os esporozoítos (forma infectante), com formato de “pera”- esses esporozoítos vão infectar as células vermelhas, as hemácias; quando adentra essas células muda para um formato de anel- essa forma mais arredondada é chamada de trofozoíto- trofozoíto sofre mudança, se dividindo por fissão binária (forma duas células)- volta a ter o formato de pera, chamada de merozoíto- esse merozoíto irá romper a hemácia e vai infectar uma nova célula- onde irá se transformar em trofozóito, que irá se dividir por fissão binária e assim sucessivamente- Alguns merozoítos não vão sofrer essa nova divisão; irão se transformar em gametócitos ou gamonte- No momento em que rompe a célula já se passaram 8 horas (primeiro pico febril devido a liberação de agentes pirogênicos pela quebra da hemácia). - No hospedeiro invertebrado- Nem todo carrapato está infectado, mas no momento em que ele for fazer o repasto sanguíneo em um animal vertebrado que possui a babesia, ele irá adquirir essas células sanguíneas infectadas, tanto células contendo merozoítos tanto células contendo gametócitos- Essas células irão para o intestino do carrapato- quando ingere os merozoítos, eles se rompem no intestino e morrem e o carrapato não se infecta- quando ingere os gametócitos terá a continuidade do ciclo- no intestino do carrapato terá a formação dos gametas (masculino ou feminino) ou também conhecido como corpo raiado (devido as projeções)- com a fertilização haverá a formação de um zigoto chamado oocineto (é móvel), se movimenta por deslizamento até alcançar as células do intestino- quando adentra a célula intestinal do carrapato irá se multiplicar por esquizogonia (fissão múltipla)- núcleo se divide várias vezes e vai formar o esquizonte, com cinetos (para não confundir com HV)- esse cineto irá romper as células intestinais do carrapato e vai para a circulação sanguínea- na circulação sanguínea chegará até as glândulas salivares do carrapato- se o carrapato estiver em processo de muda, o cineto irá se multiplicar na glândula e formará o esporoblasto (semelhante ao esquizonte- situação de dormência)- após a muda, o cineto continuará se multiplicando- dando origem ao esporozoíto- dando inicio ao ciclo novamente= transmissão trasestadial - Se o carrapato já estiver cheio de ovos, o cineto que caiu na circulação irá para o ovário da fêmea- infectando os ovos- quando a fêmea for colocar os ovos, eles já nascem infectados= transmissão trasnovariana
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