Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS ENFERMAGEM – 5º PERÍODO Isabella Machado Leandra Sales Luciano Neris SAÚDE DA MULHER Poços de Caldas – MG 2020 Isabella Machado Leandra Sales Luciano Neris SAÚDE DA MULHER Trabalho de aprendizagem apresentado à Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais como requisito de avaliação na disciplina de Saúde da família, orientado pelo docente responsável; Profa. Dra. Mirella Castelhano Souza. Poços de Caldas - MG 2020 Resumo A história das políticas públicas dirigidas à saúde da mulher no Brasil são de suma importância para garantir os direitos humanos das mulheres de forma a reduzir a morbimortalidade por causas preveníveis e evitáveis. O Ministério da Saúde considerando a saúde das mulheres do Brasil como uma prioridade neste governo, foi elaborado o documento Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Mulher - PNAISM. Este trabalho descreve a trajetória da aquisição desses direitos e analisa todas as áreas no que diz respeito as fases de vida da mulher. Sumário 1. Introdução e objetivos ........................................................................................... 5 2. Políticas públicas voltadas para a saúde da mulher no Brasil ................................ 6 3. Objetivos específicos do PNAISM ......................................................................... 8 4. Planejamento familiar ............................................................................................ 9 4.1 É responsabilidade do enfermeiro ............................................................ 9 4.2 Métodos contraceptivos ............................................................................. 9 4.3 Pré-natal ................................................................................................. 10 4.4 Condutas de enfermagem na gravidez e pré-natal ................................. 11 4.5 Condutas de enfermagem na saúde da mulher grávida ......................... 12 4.6 Cuidados básicos em Puericultura .......................................................... 13 5. Câncer de colo de útero ...................................................................................... 14 5.1 Fatores de risco ...................................................................................... 14 5.2 Sintomatologia ......................................................................................... 14 5.3 Tratamento ............................................................................................. 15 5.4 Prevenção e vacina contra o HPV .......................................................... 15 5.5 Consulta ginecológica ............................................................................. 15 5.6 Passo a passo para realização do exame de Papanicolau ..................... 16 6. Câncer de mama ................................................................................................. 19 6.1 Papel do enfermeiro no câncer de mama ............................................... 19 6.2 12 sintomas do câncer de mama ............................................................. 20 7. Menopausa .......................................................................................................... 21 7.1 O enfermeiro na saúde da mulher com menopausa ............................... 21 7.2 Menopausa e a saúde da mulher ............................................................. 21 8. Conclusão ........................................................................................................... 22 9. Referências ......................................................................................................... 23 5 1 Introdução e objetivos O Ministério da Saúde considerando a saúde das mulheres do Brasil como uma prioridade neste governo, foi elaborado o documento “Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Mulher” em parceria com diversos setores da sociedade, em especial o movimento das mulheres, o movimento negro e o de trabalhadoras rurais, sociedades científicas e pesquisadoras, organizações não governamentais, gestores do SUS e agências de cooperação internacional. Partindo deste ponto, é demonstrado o compromisso com a implementação de ações de saúde que contribuem para a garantia dos direitos humanos das mulheres de forma a reduzir a morbimortalidade por causas preveníveis e evitáveis. Os objetivos que deverão ser explanados ao decorrer deste trabalho, se fundamentam acerca de: Explicar sobre a Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Mulher (PNAISM) e seus objetivos; Ressaltar a importância do Planejamento Familiar e a atividade do enfermeiro; O enfermeiro inserido na consulta e acompanhamento no pré-natal e gravidez; Cuidados e atribuições básicas nos estágios de vidas iniciais de recém- nascidos; Discutir algumas patologias pertinentes as mulheres e a participação do enfermeiro no cuidado e prevenção; Menopausa. 6 2 Políticas públicas voltadas para a saúde da mulher no Brasil No Brasil, a política de assistência à saúde da mulher está em constante construção, e ainda se faz necessário a ocorrência de uma mobilização de vários agentes públicos e sociais, visando implementar novas políticas públicas de saúde dirigidas às mulheres no país. Luta pela construção de políticas de saúde para mulheres: antes do sus Na história das políticas públicas de saúde no Brasil, a atenção à saúde da mulher, tem sido baseada, em grande parte, aos parâmetros da atenção materno-infantil e, mesmo assim, é frequentemente postergado. Na década de 1950, as ações de saúde sofriam significativa influência nos chamados “Estados de Bem Estar Social”, criado na Europa. No Brasil, no que diz respeito à saúde da mulher, o propósito era fazer das mulheres as “melhores mães”, assim a maternidade era o papel mais relevante da mulher na sociedade. No início da década de 80, ocorreram importantes mudanças econômicas e políticas, determinando o esgotamento do modelo médico-assistencial privatista e sua substituição por outro modelo de atenção à saúde, com isso, ressurgiram os movimentos sociais que forçaram o processo de redemocratização no Brasil, marcado por conquistas relevantes, destacando-se o movimento sanitário. O movimento sanitarista foi um dos mais resistentes núcleos quanto à implantação de programas de controle demográfico, e parte desse movimento, ajudando a sustentação técnica e política conferida ao Programa de Assistência Integral à Saúde da Mulher (PAISM), que ocorreu em 1984 . Em seguida, foram se definindo alianças estratégicas envolvendo setores governamentais, em particular o Conselho Nacional dos Direitos das Mulheres, juntamente com o Ministério da Saúde e do movimento feminista. Na atualidade a busca é por uma política pública voltada para a integralidade. A atenção integral à mulher se dá a um conjunto de ações de promoção, proteção, assistência e recuperação da saúde, executadas nos diferentes níveis de atenção à saúde. Tais políticas públicas visam diminuir as desigualdades sociais, economias e culturais, essas desigualdades colaboram para os processos de adoecer e morrer das populações e de cada pessoa em particular. A Política Nacional de Atenção Integral a Saúde da Mulher (PNAISM) foi elaborada em 2004 a partir do diagnóstico epidemiológico da situação da mulher no Brasil e do reconhecimento da importância de se contar com diretrizes que orientassem as 7 políticas de saúde da mulher. Este documento incorpora, num enfoque de gênero, a integralidade e a promoção da saúde como princípiosnorteadores e busca consolidar os avanços no campo dos direitos sexuais e reprodutivos, com ênfase na melhoria da atenção obstétrica, no planejamento familiar, na atenção ao abortamento inseguro e no combate à violência doméstica e sexual. Agrega, também, a prevenção e o tratamento de mulheres vivendo com HIV/aids e as portadoras de doenças crônicas não transmissíveis e de câncer ginecológico. Além disso, amplia as ações para grupos historicamente alijados das políticas públicas, nas suas especificidades e necessidades. 8 3 Objetivos específicos do PNAISM Uma das principais mudanças implementadas pela Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Mulher (PNAISM) no Brasil está relacionada à ampliação do conceito de saúde da mulher a partir da incorporação de questões como, por exemplo, a garantia dos direitos sexuais e reprodutivos. “A PNAISM consolidou os avanços do Programa de Assistência Integral à Saúde da Mulher (PAISM), de 1984, que redefiniu a agenda relativa à saúde da mulher, ampliando o leque de ações, até então focadas na assistência ao ciclo gravídico-puerperal, para incluir outros aspectos relevantes da saúde da população feminina, tais como a assistência às doenças ginecológicas prevalentes, a prevenção, a detecção e o tratamento do câncer de colo uterino e de mama, a assistência ao climatério, a assistência à mulher vítima de violência doméstica e sexual, os direitos sexuais e reprodutivos e a promoção da atenção à saúde de segmentos específicos da população feminina, entre outros”. (Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Mulher - Portal Saúde - MS) Segundo o Ministério da Saúde, são objetivos da Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Mulher: 1. Estimular a implantação da assistência em planejamento reprodutivo; 2. Promover atenção obstétrica e neonatal humanizada e qualificada, incluindo a assistência ao abortamento em condições inseguras; 3. Promover a atenção às mulheres e adolescentes em situação de violência doméstica e sexual; 4. Promover a prevenção e o controle das IST/HIV/AIDS na população feminina; 5. Reduzir a morbimortalidade por câncer na população feminina; 6. Implantar e implementar a atenção à saúde das mulheres na terceira idade e à saúde da mulher na menopausa; 7. Promover a atenção à saúde da mulher negra, indígena, trabalhadoras do campo e cidade e das mulheres em situação de prisão; 8. Fortalecer a participação e o controle social na definição e implementação das políticas de atenção à saúde das mulheres. http://portal.saude.gov.br/portal/saude/odm_saude/visualizar_texto.cfm?idtxt=35196 http://portal.saude.gov.br/portal/saude/odm_saude/visualizar_texto.cfm?idtxt=35196 9 4 Planejamento familiar Planejamento Familiar é um conjunto de ações que auxiliam homens e mulheres a planejar a chegada dos filhos, e também de prevenir a gravidez não planejada. Decretado por lei federal 9.263/96, o planejamento familiar é direito de todo cidadão e se caracteriza pelo conjunto de ações de regulação da fecundidade que garanta direitos iguais de constituição, limitação ou aumento da família pela mulher, pelo homem ou pelo casal. Em outras palavras, planejamento familiar é dar à família o direito de ter quantos filhos quiser, no momento que lhe for mais conveniente, com toda a assistência necessária para garantir isso integralmente. Para o pleno exercício do direito ao planejamento familiar, devem ser oferecidos ao casal, a mulher e ao homem, todos os métodos e técnicas de concepção e contracepção cientificamente aceitos e que não coloquem em risco a vida e a saúde das pessoas, garantindo a liberdade de opção. 4.1. É responsabilidade do enfermeiro O enfermeiro tem um papel fundamental na educação da vida sexual da população, através de orientações e explicações. A inserção deste profissional colabora para a melhoria da qualidade de vida da população, pois o mesmo tem exercido o papel de educador. A atuação do enfermeiro no que diz respeito à educação em saúde promove aos usuários aprendizado em relação à sua patologia, de modo a prevenir doenças e se tornarem multiplicadores de saberes saudáveis. Algumas orientações passadas e que são de extrema importância para a saúde da mulher se baseiam em: Orientar sobre a gravidez e as consequências de uma gravidez não desejada; Explicar a anatomia e fisiologia da sexualidade humana e sua função reprodutiva; Discorrer sobre métodos contraceptivos; Explanar os riscos de doenças sexualmente transmissíveis como AIDS, hepatites B e C, sífilis entre outras. 4.2. Métodos contraceptivos Métodos contraceptivos são aqueles que evitam gravidez ou DTS’s, sendo obrigatoriedade de o estado fornecer meios adequados de prevenção e controle de 10 gravidez. Com o objetivo de garantir que as mulheres e homens, adultos, jovens e adolescentes possam viver plenamente a sexualidade sem medo, vergonha e culpa, independente da condição física, idade e estado civil, o Ministério da Saúde oferece no SUS uma série de serviços que garantem acolhimento e sigilo sem discriminação. Além disso, também disponibiliza mais de um tipo de contraceptivo. São eles: preservativo masculino e feminino, pílula combinada, anticoncepcional injetável mensal e trimestral, dispositivo intrauterino com cobre, diafragma, anticoncepção de emergência e minipílula. É sempre importante lembrar, que antes de decidir qual método usar é necessário procurar orientação de um profissional da saúde para verificar riscos e benefícios para o seu corpo e qual o melhor método você se adapta. Os métodos podem ser divididos em: Métodos de barreira: impedem fisicamente que o espermatozóide encontre o óvulo, funcionando como barreiras mecânicas. Como por exemplo a camisinha e o diafragma. Métodos comportamentais: baseiam-se em mudanças no comportamento sexual, como abstenção sexual no período fértil e relações em que o esperma não é colocado no interior da vagina. A tabelinha e o coito interrompido são exemplos de métodos comportamentais. Métodos hormonais: são medicamentos que contêm hormônios que atuam evitando a ovulação ou dificultando a passagem do espermatozoide através do espessamento do muco. Dentre os métodos hormonais, destacam-se os contraceptivos orais combinados e os contraceptivos orais constituídos apenas de progesterona. Métodos cirúrgicos: são aqueles em que são feitos processos cirúrgicos que promovem a esterilização, que pode ser do homem ou da mulher. São exemplos de métodos definitivos a laqueadura tubária e vasectomia. 4.3. Pré-natal A realização do pré-natal representa papel fundamental na prevenção e detecção precoce de patologias tanto maternas como fetais, permitindo um desenvolvimento saudável do bebê e reduzindo os riscos da gestante. Informações sobre as diferentes vivências devem ser trocadas entre as mulheres e os profissionais 11 de saúde. Essa possibilidade de intercâmbio de experiências e conhecimentos é considerada a melhor forma de promover a compreensão do processo de gestação. A Regulamentação do Exercício Profissional Baseado na Lei nº 7.498, de 25 de junho de 1986 diz: “O pré-natal de baixo risco pode ser inteiramente acompanhado pela enfermeira”. 4.4. Condutas de enfermagem na gravidez e pré-natal Consulta de Pré-Natal: a consulta de enfermagem tem a finalidade de identificar situações de risco e intercorrências no ciclo gravídico-puerperal. Durante a consulta, o enfermeiro objetiva o bem-estar materno infantil, a detecção e avaliação de fatores fisiológicos da gestante/puérpera e principalmente, orientação à prática do aleitamento materno. Captação da gestante para o acompanhamento pré-natal: a relação do enfermeiro com as pacientes é uma das questões mais importantes no tratamento, através do tratamentohumano que se dá a essa mãe, talvez ainda sem informações sobre sua nova etapa de vida, fará toda a diferença na construção do vínculo. Uma equipe de enfermagem humana, atenciosa trará confiança ao paciente e com isso a relação enfermeiro paciente será potencializada. Abertura e preenchimento do prontuário: para manter todas as informações sobre a mãe e sobre o bebe em dia, deve-se manter os prontuários e fichas atualizadas para que não ocorram divergências. Preenchimento do SisPreNatal: O SisPreNatal é o software que foi desenvolvido pelo Datasus, com a finalidade de permitir o acompanhamento adequado das gestantes inseridas no Programa de Humanização no Pré-Natal e Nascimento (PHPN), do Sistema Único de Saúde. No SisPreNatal está definido o elenco mínimo de procedimentos para uma assistência pré-natal adequada. Permite o acompanhamento das gestantes, desde o início da gravidez até a consulta de puerpério. Preenchimento do cartão da gestante: o Ministério da Saúde, em conjunto com as Secretarias Estaduais, Municipais e do Distrito Federal, elaborou a Caderneta da Gestante, distribuída gratuitamente nas Unidades Básicas de saúde no início do pré- natal. Nela, é possível encontrar vários assuntos importantes, tais como: Direitos antes e depois do parto; 12 O cartão de consultas e exames, com espaço para você anotar dúvidas; Dicas para uma gravidez saudável e sinais de alerta; Informações e orientações sobre a gestação e o desenvolvimento do bebê, alguns cuidados de saúde, o parto e o pós-parto; Informações e orientações sobre amamentação; e Como tirar a Certidão de Nascimento de seu filho. O profissional de saúde anotará na caderneta todos os dados do pré-natal e escreverá o resultado de consultas, exames, vacinas e o que for importante para um bom acompanhamento da gestação. O enfermeiro também pode realizar solicitação de exames, orientações referentes ao calendário de vacinas e estimulação de atividades educativas. 4.5. Condutas de enfermagem na saúde da mulher grávida A perda ou o excesso de peso nesta fase pode trazer prejuízos tanto para a saúde da criança quanto da mãe – como o desenvolvimento do diabetes gestacional. Para uma gestação saudável, é importante que se adote uma alimentação equilibrada, pois isso pode evitar problemas sérios, como o diabetes gestacional. As mulheres grávidas devem realizar as suplementações, como por exemplo o Ácido Fólico (garante uma gravidez saudável e o bom desenvolvimento do bebê, prevenindo lesões no tubo neural do bebê e doenças. A dosagem ideal deve ser orientada pelo obstetra e é aconselhado iniciar o seu consumo no mínimo 1 mês antes de engravidar) e o Sulfato Ferroso (tem a função de suprir a deficiência de ferro no sangue e prevenir a Anemia Ferropriva, que é a anemia mais comum durante a gestação. O uso é recomendado apenas para mulheres que apresentam pré- disposição para anemia. Caso isso aconteça, o suplemento deve ser tomado do início até o final da gestação, podendo estender-se também até o pós-parto. Alguns exames complementares pedidos durante o período da gestação: ABO-Rh: verifica o tipo de sangue e se o fator Rh é positivo ou negativo. Caso a mulher seja Rh negativo e o homem Rh positivo, há o risco de o corpo da mãe produzir anticorpos contra o sangue do bebê – o que é conhecido como Eritroblastose Fetal. Com esse exame, é possível impedir a produção dos anticorpos com medicação específica; Hemograma completo: detecta anemia e infecções; 13 Glicemia: útil para detectar intolerância à glicose e diabetes; VDRL: é útil para detectar problemas como a sífilis, em caso de teste positivo deve ser tratado rapidamente. 4.6. Cuidados básicos em Puericultura É um importante acompanhamento médico realizado por pediatra, a puericultura visa proteger o paciente contra algum agravo que possa interferir em seu desenvolvimento físico e mental. É um trabalho voltado para pacientes com idade entre zero e 24 meses e se difere da consulta tradicional ao pediatra, aquela realizada quando há uma queixa específica. A consulta de puericultura é destinada à avaliação completa do paciente, desde a pesagem, capacidade auditiva e visual até o desenvolvimento neuro psicomotor e da sexualidade. Também faz estímulo ao aleitamento materno, que deve ser exclusivo até os 6 meses de vida do bebê, avaliação antropométrica, crescimento do perímetro craniano, palpar fontanelas, avaliar tônus e força, assim como reflexos do recém-nascido, orientar quanto à higiene correta da mamadeira e utensílios utilizados na alimentação do bebê, avaliar e atualizar o calendário vacinal da criança e fortalecer o vínculo mãe e filho. 14 5 Câncer de colo de útero É responsável pela morte de milhares de mulheres em todo o mundo, devendo ser devidamente prevenido e controlado. Há estudos feitos que comprovam que 99% das mulheres que tem câncer de colo uterino, foram antes infectadas pelo vírus do HPV. No Brasil, cerca de 7.000 mulheres morreram anualmente por esse tipo de tumor, sendo um número muito alto pois há a prevenção. O útero da mulher é comporto por um colo, corpo e fundo. Inicialmente, o tumor limita-se a região do colo, logo após a vagina. Sua evolução ocorre vagarosamente e é curável na maioria dos casos. Porém se não for tratado em tempo adequado, pode se estender-se para o útero e outros órgãos. 5.1 Fatores de risco Infecção por Vírus Papiloma vírus Humano (HPV) e o Herpes vírus Tipo II (HSV): é pelo contato com o vírus que desencadeia a maioria dos casos; Baixa condição socioeconômica: mulheres que não tem a informação correta sobre prevenção; Hábitos de vida como a má alimentação; Atividade sexual antes dos 18 anos; Gravidez antes dos 18 anos; Vício de fumar; Mulheres com muitos parceiros (ou tem relações com um homem que teve muitas parceiras). 5.2 Sintomatologia Na fase inicial da doença, não há sintomas característicos, sendo apenas o exame de Papanicolau capaz de identificar a sua presença logo no início. Em seguida, vale destacar: Pequeno sangramento vaginal ou entre menstruações; Menstruações mais longas e volumosas que o normal; Secreção vaginal espessa, que pode apresentar cheiro; Dor durante relações sexuais e dor pélvica. 15 5.3 Tratamento Através do exame de colposcopia com biópsia detecta-se a área atingida, qual o grau está e o tratamento ocorre conforme evolução da doença. Vai desde uma cauterização até a retirada de parte do útero ou o órgão por completo. Às vezes é necessário tratamento quimioterapia e/ou radioterápico (a quimioterapia pode ser usada para tratar a disseminação da doença para outros órgãos e tecidos - câncer de colo do útero avançado - também pode ser útil no tratamento da recidiva da doença após o tratamento com quimiorradiação) 5.4 Prevenção e vacina contra o HPV A principal forma de prevenção é a vacina contra o HPV, o uso de camisinha nas relações sexuais são de extrema importância pois evita o contato direto. HPV vírus transmitido pelo contato direto com pele ou mucosas infectadas por meio de relação sexual; Também pode ser transmitido de mãe para filho no momento do parto; A vacina possui eficácia de 98,8 por cento contra o câncer de colo de útero; Meninas de 9 a 11 anos de idade; Confere proteção contra os tipos 6, 11, 16 e 18; Administração de três doses: 0, 6 meses e cinco anos; É uma prevenção do câncer do colo do útero; A vacina não substitui a realização do exame preventivo e o uso de preservativos. 5.5 Consulta ginecológica O enfermeiro pode realizar a consulta ginecológica de enfermagem com procedimentos como anamnese, exame físico geral, exame pélvico e exame especular (Papanicolau). 16 5.6 Passo a passo da realizaçãodo exame de Papanicolau Os instrumentos necessários para a realização do exame são: espátula de Ayres, espéculo, luvas, pinça de Sharon, escova endocervical, cuba, gases estéreis e lâmina de vidro. Fonte: https://pt.wikihow.com/Fazer-um-Papanicolau Preparação da paciente Fonte: https://pt.wikihow.com/Fazer-um-Papanicolau Para fazer o exame de Papanicolau a mulher se deita na posição ginecológica, com as pernas elevadas e apoiadas por um suporte Fonte:https://pt.wikihow.com/Fazer-um-Papanicolau https://pt.wikihow.com/Fazer-um-Papanicolau https://pt.wikihow.com/Fazer-um-Papanicolau https://pt.wikihow.com/Fazer-um-Papanicolau 17 O ginecologista ou o enfermeiro abre caminho com a ajuda de um espéculo Fonte: https://pt.wikihow.com/Fazer-um-Papanicolau Depois, o especialista extrai células da parede vaginal e do colo do útero com uma espátula e uma cerda – é normal sentir um leve incômodo durante a coleta. Fonte: https://pt.wikihow.com/Fazer-um-Papanicolau A partir daí o material é enviado para um laboratório, que faz a análise. Além disso, são feitas duas lâminas a partir do material coletado durante o exame que é enviado para o laboratório de microbiologia para identificar a presença de microrganismos. Fonte:https://pt.wikihow.com/Fazer-um-Papanicolau https://pt.wikihow.com/Fazer-um-Papanicolau https://pt.wikihow.com/Fazer-um-Papanicolau https://pt.wikihow.com/Fazer-um-Papanicolau 18 Retirada do espéculo, deve-se retirar com o instrumento fechado para que não ocorra lesões Fonte: https://pt.wikihow.com/Fazer-um-Papanicolau É de extrema importância que a mulher busque os seus exames e seus resultados e marque a consulta para o retorno e leitura do resultado final de seu exame Fonte: https://pt.wikihow.com/Fazer-um-Papanicolau https://pt.wikihow.com/Fazer-um-Papanicolau https://pt.wikihow.com/Fazer-um-Papanicolau 19 6 Câncer de mama Diferentemente ao câncer de colo de útero, o câncer de mama está fortemente associado a causas genéticas e a idade. O câncer de mama é o tipo de câncer que mais acomete as mulheres em todo o mundo. A doença que acontece quando as células localizadas na mama se multiplicam de forma descontrolada e rápida. Cerca de 50% dos casos de câncer de mama são diagnosticados em estágios avançados. Pode-se evitar com práticas exercícios físicos, consequentemente diminuindo as chances de desenvolver o câncer de mama, bebida álcool em excesso aumenta as chances de se desenvolver o câncer de mama. Para o diagnóstico há o exame de mamografia, há uma Lei 11.664, de 2008 (Dispõe sobre a efetivação de ações de saúde que assegurem a prevenção, a detecção, o tratamento e o seguimento dos cânceres do colo uterino e de mama, no âmbito do Sistema Único de Saúde – SUS) em que todas as mulheres tem direito a mamografia a partir de 40 anos. 6.1 Papel do enfermeiro no câncer de mama O principal papel do enfermeiro é na realização da mamografia, buscar fazer a educação em saúde com as medidas de prevenção, orientação para o Autoexame das mamas (principalmente se ela já tiver histórico da doença ou fator genético favorável), examinar, cuidados pós cirúrgicos de mastectomia ou na reconstrução de mama, cuidados na radioterapia ou/e quimioterapia. Para a realização do exame feito nas mulheres há alguns passos necessários: 1. Inspeção estática das mamas: deve-se observar a simetria, estado da pele, feridas, estado da aréola e mamilo, tônus muscular; formato e tamanho das mamas e detectar o tipo, sendo eles: grau I criança, grau II adolescente, grau III adulto e grau IV grande; 2. Inspeção dinâmica: verificar a presença de abaulamentos ou retrações ao promover o deslizamento das mamas sobre o músculo peitoral e inspecionar incômodos ou dor; 20 3. Palpação: verificar a consistência, sensibilidade, temperatura, presença de secreções e massas, tômus e cadeia de linfonodos. 6.2 12 sintomas do câncer de mama 1. Endurecimento; 2. Sulcos; 3. Erosão na pele; 4. Vermelhidão ou ardor; 5. Fluído desconhecido; 6. Buracos; 7. Nódulo interno; 8. Pele de laranja; 9. Assimetria; 10. Afundamento do mamilo; 11. Veia crescente; 12. Protuberância. 21 7 Menopausa A menopausa é uma fase da vida da mulher em que ocorre a interrupção natural da menstruação, pois os hormônios femininos (estrogênio e progesterona) já não são mais produzidos pelos ovários. Costuma ocorrer, em média, entre os 48 e 51 anos de idade. Alguns dos sintomas mais frequentes da menopausa são: ansiedade, aumento de peso, depressão, dor de cabeça, queda da libido, fadiga e insônia, calor excessivo, irritabilidade, osteoporose pela queda abrupta dos hormônios, ressecamento vaginal e lapsos de memória. 7.1 O enfermeiro na saúde da mulher com menopausa É fundamental que haja um acompanhamento sistemático visando à promoção da saúde por meio do diagnóstico precoce, do tratamento imediato dos agravos e da prevenção de danos. A educação em saúde para mulheres na menopausa, considerando os aspectos sociais e culturais individuais e coletivos. Destaca-se, nesse contexto, os grupos operativos, com oferta de informações sobre hábitos saudáveis de vida e necessidade de exames preventivos e a oferta de atividades físicas nos serviços de saúde. 7.2 Menopausa e a saúde da mulher A prática de atividade física regular, a realização dos exercícios de Kegel (são um tipo específico de exercícios que ajuda a fortalecer os músculos da região pélvica, sendo muito importantes para combater a incontinência urinária, além de aumentar a circulação de sangue no local) e a adoção de uma alimentação saudável são de grande relevância para a promoção à saúde da mulher na Peri menopausa e na pós- menopausa. O enfermeiro que atua na saúde da mulher deve estar sensibilizado com a importância do seu papel na prestação de cuidados primários à mulher. No cenário de desigualdades sociais e de gênero, de urbanização crescente e de envelhecimento populacional, muitos desafios apresentam-se para os enfermeiros. Além do conhecimento científico e do desenvolvimento de habilidades necessárias para tal cuidado, é importante que o profissional de Enfermagem desenvolva uma postura ética, crítica e reflexiva que possibilite uma ação política e articulada com a equipe de saúde, os integrantes das redes de apoio e os gestores da atenção. 22 8 Conclusão A medida que falamos em direitos das mulheres (e neles, o direito à saúde), isso nos resulta em pensar sobre as fases da vida da mulher, e em todos os eventos em que ela pode passar ao longo da vida. Visto dessa forma, o PNAISM constitui um excelente instrumento para a integralidade e a promoção da saúde. Logo, o processo de acolhimento implica transformações profundas nas concepções e práticas dos gestores, dos profissionais de saúde (em especial os enfermeiros) e das próprias mulheres para que juntos, alcancemos uma excelência da assistência à saúde dessas mulheres. Para finalizar, pontuo a necessidade e propriedade das reflexões para a constituição de uma consciência mais abrangente no que diz respeito a saúde da mulher, em todos os seus aspectos. 23 9 Referências 1. https://portaldeboaspraticas.iff.fiocruz.br/biblioteca/politica-nacional-de- atencao-integral-a-saude-da-mulher-pnaism/ 2. http://www.compromissoeatitude.org.br/politica-nacional-de-atencao- integral-a-saude-da-mulher/ 3. https://aps.bvs.br/aps/o-que-e-planejamento-familiar/ 4. https://www.biologianet.com/embriologia-reproducao-humana/metodos-contraceptivos.htm 5. Imagens: Fonte: https://pt.wikihow.com/Fazer-um-Papanicolau https://portaldeboaspraticas.iff.fiocruz.br/biblioteca/politica-nacional-de-atencao-integral-a-saude-da-mulher-pnaism/ https://portaldeboaspraticas.iff.fiocruz.br/biblioteca/politica-nacional-de-atencao-integral-a-saude-da-mulher-pnaism/ http://www.compromissoeatitude.org.br/politica-nacional-de-atencao-integral-a-saude-da-mulher/ http://www.compromissoeatitude.org.br/politica-nacional-de-atencao-integral-a-saude-da-mulher/ https://aps.bvs.br/aps/o-que-e-planejamento-familiar/ https://www.biologianet.com/embriologia-reproducao-humana/metodos-contraceptivos.htm https://www.biologianet.com/embriologia-reproducao-humana/metodos-contraceptivos.htm https://pt.wikihow.com/Fazer-um-Papanicolau
Compartilhar