Baixe o app para aproveitar ainda mais
Esta é uma pré-visualização de arquivo. Entre para ver o arquivo original
Doenca da Membrana Hialina.ppt Doença da Membrana Hialina do Neonato Professora Cosete Rodrigues Conceito Também conhecida como Síndrome de Desconforto Respiratório, é uma patologia relacionada à deficiência de surfactante que leva ao colapso alveolar gerando um quadro de insuficiência respiratória. Acomete principalmente RNPT. Incidência Atinge cerca de 50% dos RNs entre 26 e 28 semanas; A produção adequada de surfactante, em quantidade e em qualidade se dá a partir da 33ª semana. Então a doença da membrana hialina está relacionada à imaturidade pulmonar. Etiologia Fatores pré e perinatais: gemelaridade, eritroblastose fetal, DPP, Diabetes materna, asfixia perinatal; Fatores pós-natais: hipovolemia, choque, hipotermia, alterações metabólicas e hipóxia prolongada. Etiologia O principal fator predisponente está relacionado com a prematuridade, quanto mais recente a IG, maiores são os riscos da DMH. Fisiopatologia O surfactante é uma lipoproteína que reveste internamente os alvéolos, diminuindo a tensão superficial na interface líquido-ar, mantendo a estabilidade alveolar. Com a sua falta ou diminuição temos: Fisiopatologia aumento da tensão superficial » microatelectasias difusas »diminuição da complacência pulmonar»extravasamento de plasma sangüíneo » formação de fibrinas (membrana hialina). Quadro Clínico O principal achado no QC é a instalação precoce da insuficiência respiratória; com isso o RN apresenta : Dispnéia com aumento progressivo da FR Tiragens e BAN Gemido expiratório Cianose Ausculta pulmonar com MV normal ou diminuído e com estertores; Tratamento As medidas terapêuticas da DMH visam fundamentalmente conservar uma oxigenação adequada (PaO2 >ou=50mmHg), ventilação adequada (PaCO2< 45 mmHg) e medidas gerais de manutenção térmica, calórica e hídrica. Inicialmente deve ser realizado controle da temperatura, oferta de líquidos, suporte hemodinâmico e oferta calórica. A principal medida terapêutica é a administração exógena de surfactante, que é realizada através do tubo traqueal, duas a quatro doses com intervalo de 12-24 horas. Assistência de Enfermagem Manter as vias respiratórias desobstruídas Manter o RN em decúbito discretamente elevado, cabeça lateral e tórax expandido Manuseá-lo o mínimo possível Avaliar e registrar Freqüência, ritmo, características da respiração Estimular o RN, Oferecer Oxigênio Detectar sofrimento respiratório, dispnéia, gemido; Comprimir suavemente o tórax com os dedos Cuidados rigorosos com sondagens, soroterapia e medicação Realizar cuidados higiênicos, conforto, monitorização dos SSVV ATRESIA DE ESÔFAGO Professora Cosete Rodrigues ATRESIA DE ESÔFAGO Em qualquer parte do trato gastrointestinal podem produzir-se defeitos congênitos (o esôfago, o estômago, o intestino delgado, o intestino grosso, o reto ou o ânus). Na maioria dos casos, este defeito supõe um desenvolvimento incompleto de algum órgão, o que costuma causar uma obstrução. Em geral, deve recorrer-se a uma cirurgia corretora para estes defeitos. * ATRESIA DE ESÔFAGO Na atresia esofágica, o esôfago não está ligado ao estômago como deveria, já que se estreita ou acaba num beco sem saída. A maioria dos recém-nascidos com atresia esofágica também apresenta uma fístula traqueoesofágica, uma ligação anormal entre o esôfago e a traqueia. Na maioria dos casos, um recém-nascido com atresia esofágica tem grande quantidade de saliva, tosse quando tenta engolir e está cianótico (tem a pele de cor azulada). A fístula traqueoesofágica permite que a saliva entre nos pulmões quando o bebê engole. Isto expõe-no a contrair uma pneumonia por aspiração. ATRESIA DE ESÔFAGO Quando o estado do bebê é estável, pratica-se uma operação para corrigir a atresia esofágica e fechar a fístula traqueoesofágica. Antes de corrigir o problema cirurgicamente, o médico tenta evitar a pneumonia por aspiração suspendendo a alimentação por via oral e colocando uma sonda de aspiração contínua na parte superior do esôfago para sugar a saliva antes que chegue aos pulmões. O bebê é alimentado por via endovenosa. Na atresia do esôfago, este estreita-se ou fecha-se como num fundo de saco; não se liga com o estômago como devia. Uma fístula traqueoesofágica é uma ligação anormal entre o esôfago e a traqueia. ATRESIA DE ESÔFAGO Suspeita: USG: bolha gástrica pequena + poliidrâmnio Neonatal: Salivação excessiva Dificuldade de sucção Cianose Tosse excessiva DIAGNÓSTICO Diagnostico: Cateter não progride ate o estomago Rx: cateter em fundo cego Presença ou não de ar no restante do tubo digestivo Broncoscopia rígida Abordagem cirúrgica Obrigada! Obrigada! DOENCAS RESPIRATORIAS PREVALENTES NA INFANCIA.pptx DOENÇAS RESPIRATÓRIAS PREVALENTES NA INFANCIA Profª Msc Cosete Rodrigues DOENÇAS RESPIRATÓRIAS DA INFANCIA A partir do século XX, as doenças respiratórias tornaram-se a principal causa de mortalidade infantil, acometendo crianças menores de cinco anos; Os motivos estão associados à falta de conhecimento durante os primeiros sintomas, às más condições básicas de saúde e à adoção de medidas inadequadas ao tratamento. As doenças respiratórias classificam-se como a primeira causa de internações no Sistema Único de Saúde (SUS), e também contribuem com o índice de morbidade e mortalidade de crianças menores de 5 anos. No âmbito nacional, tornam-se um grande desafio e exigem ações como pesquisas e estratégias governamentais para lidar com essa problemática. Rev. Soc. Bras. Enferm. Ped. | v.14, n.1, p 33-9 | Julho 2014 DOENÇAS RESPIRATÓRIAS DA INFANCIA Salienta-se que as doenças respiratórias constituem um grave problema de saúde pública mundial, sendo responsáveis pela morte de crianças que poderiam ser evitadas. No entanto, tem forte fator de impacto, sobretudo nos países com baixo e médio níveis socioeconômicos. DOENÇAS RESPIRATÓRIAS DA INFANCIA Para desenvolver atividades de cuidado e promover a saúde da criança, a família torna-se célula fundamental na manutenção dos cuidados em doenças respiratórias. A enfermagem deve atuar junto aos familiares de crianças com doenças respiratórias, considerando que a presença da doença aguda ou crônica, interfere diretamente no cotidiano das crianças e de suas famílias. Salienta-se a carência de uma educação permanente e uma assistência de qualidade nos hospitais e unidades básicas de saúde, para que os profissionais da saúde possam atuar junto à família, a fim de transformar a realidade para além do âmbito hospitalar e da atenção básica. DOENÇAS RESPIRATÓRIAS DA INFANCIA INFECÇÕES DAS VIAS AEREAS SUPERIORES As infecções da VAS e suas complicações são motivo de mais da metade das consultas ao pediatra e idas ao serviço de puericultura. São viroses autolimitadas, com cura espontânea em cerca de uma semana, independentemente de tratamento. Entretanto, causam preocupação pela frequência com que evoluem com complicações bacterianas (otite, sinusite, bronquite, pneumonia) que exigem tratamento com antibiótico. Resfriado comum e Gripe A infecção ocorre por partículas aéreas ou através das mãos e o período de incubação é de 1 a 3 dias para o resfriado e de 1 a 4 dias para a gripe; Nos primeiros 3 anos, as crianças têm em média 6 a 10 episódios de IVAS por ano e algumas, sobretudo aquelas que frequentam escolinhas e creches, chegam a apresentar de 12 a 20 episódios por ano, frequentemente emendando uma ocorrência com a próxima; Resfriado comum (rinofaringite ou rinosinusite viróticas) É uma infecção viral benigna caracterizada por sintomas nasais proeminentes ( congestão, obstrução nasal, rinorréia) com pouca ou nenhuma repercussão sistêmica como febre, prostração, mialgia. Gripe ou Influenza É uma virose respiratória mais grave, com maior repercussão sobre o estado geral e maior risco de comprometimento das vias aéreas baixa e de complicações bacterianas (otite, sinusite, pneumonia). Quando Suspeitar Os pais geralmente referem que a criança está “resfriada” ou “gripada”, relatando sintomas como: coriza, rinorreia, fungor, espirros, congestão com obstrução nasal, tosse, irritação ou dolorimento na garganta, congestão ocular e lacrimejamento. Outros sintomas que podem estar presentes são: tosse seca ou produtiva (“peito cheio”), rouquidão e comprometimento das VAI. Os bebês e lactentes pequenos se tornam irritados, inquietos, choro fácil, dificuldade de dormir e pouco apetite. Podem ocorrer vômitos espontâneos relacionados à tosse. Quando Suspeitar Mais raramente há queixa de dor de garganta Crianças asmáticas podem apresentar broncoespasmo associado; A febre está presente em menos de um terço dos resfriados e em quase todos os casos de gripe (influenza). É importante avaliar se a febre faz parte do quadro virótico ou se já é uma manifestação de uma complicação bacteriana que exija tratamento. Como Tratar O tratamento é apenas sintomático e tem o objetivo de reduzir o desconforto da criança causado por cefaleia, mialgia, coriza, obstrução nasal. É importante ensinar aos pais que não é preciso prescrever medicamentos, exceto um analgésico-antitérmico quando for necessário, Hidratar bem a criança, a gripe é curada pela própria imunidade da criança. Nos lactentes, a obstrução nasal leva o bebê a respirar pela boca, torna-se irritado, não dorme, parece sufocado. Como Tratar Hidratação: oferecer líquidos com frequência: agua, chás, sucos. Respeitar a falta de apetite e tranquilizar os pais , afirmando que o apetite voltará assim que a gripe passar. Analgésicos e antitérmicos: se a criança apresentar febre (acima de 37,8°C) ou se demonstrar sentir dor usar paracetamol (acetaminofeno) na dose de 10-15mg/kg/dose, ou dipirona (meia a uma gota/kg ou um ml para cada 2 a 4 kg, por dose). O ibuprofeno (10mg/kg/dose). Obstrução nasal: nos bebês pode ser aliviada com soro fisiológico morno ou soluções fisiológicas, pingando meio conta-gotas em cada narina sempre que necessário, sobretudo antes de dormir e antes das mamadas. Monitorar sinais de complicações: o principal papel dos pais na gripe é vigiar o aparecimento de sinais de complicações que precisam ser tratadas (otites, sinusites, bronquites, pneumonias). Por isso é necessário rever a criança em consulta de puericultura se ela apresentar: febre alta de difícil controle que dure mais do que 5 dias; choro forte parecendo dor, cansaço, respiração ofegante, ruidosa ou difícil. Como Tratar Vaporização: o uso de vaporizador para umidificar secreções não altera a evolução e, geralmente, não reduz os sintomas da doença, exceto quando há laringite (com rouquidão e afonia). No entanto alguns pacientes referem melhora com essa medida. Gripe Pandêmica por H1N1/ Influenza A Gripe pandêmica, iniciada em 2009, com maior risco de casos graves e fatais com pneumonia, SARA e choque. A gripe causada pelo novo vírus Influenza A/H1N1 (inicialmente chamada de gripe suína) é uma doença transmitida de pessoa a pessoa através de secreções respiratórias, principalmente por meio da tosse ou espirro de pessoas infectadas. A transmissão pode ocorrer quando houver contato próximo (aproximadamente um metro), principalmente em locais fechados, com alguém que apresente sintomas de gripe (febre, tosse, coriza nasal, espirros, dores musculares). Caso ocorra transmissão os sintomas podem iniciar no período de 3 a 7 dias após o contato. Não há registro de transmissão da Influenza A/H1N1 para pessoas por meio da ingestão de carne de porco e produtos derivados. Este novo vírus não resiste a altas temperaturas (70ºC). 17 Sintomas suspeitos da H1N1 Apresentar febre alta de maneira repentina (> 38ºC) E tosse podendo ser acompanhada de um ou mais dos seguintes sintomas: dor de cabeça, dor muscular, dor nas articulações ou dificuldade respiratória. A) Ter apresentado sintomas até 10 dias após voltar de viagens ao exterior, de países que reportaram casos pela Influenza A(H1N1). OU B) Ter tido contato próximo , nos últimos 10 dias, com uma pessoa classificada como caso suspeito de infecção humana pelo novo subtipo de Influenza A(H1N1). Outros quadros Viróticos das VAS Diversas viroses podem produzir quadros mais localizados como faringite, laringite, várias delas podem comprometer as vias aéreas inferiores com bronquite ou pneumonias virais. Faringite e Amigdalite Uma queixa de dor de garganta, com ou sem febre, é o motivo de mais de 10% das consultas com escolares. Pelo menos metade dos casos são por faringoamigdalites viróticas e os demais por infecções bacterianas. Dessas, a maioria são amigdalites streptocócicas, importantes pela alta frequência em crianças maiores que 3 anos. Faringite e Amigdalite As mais comuns são: Estreptocócica (Estreptococo beta-hemolítico A) Viróticas Bacterianas Quando Suspeitar Em todo paciente com dor de garganta, febre, dor para engolir. A diferença entre amigdalite virótica e bacteriana é sempre um desafio, pois apesar das diferenças, nenhum conjunto de achados é suficientemente sensível para dar certeza absoluta. Os casos mais sugestivos de amigdalite estreptocócica seriam: febre acima de 38°C, secreção branca ou purulenta nas amigdalas e aumento de linfonodos regionais. Tratamento Faringite Virótica: deve ser tratada sintomaticamente como as gripes e os resfriados, aumentando a hidratação, analgésicos e antitérmicos. Gargarejos com soro fisiológico morno. Antibioticoterapia nas amigdalites estreptocócicas: O tratamento deve ser mantido por 10 dias para reduzir o risco do paciente continuar portador do streptococo e a infecção se repetir em pouco tempo: Penicilina V, amoxilina, Penicilina Benzatina, Azitromicina, Eritromicina. Otite É uma inflamação com coleção de líquido no ouvido médio. É a infecção bacteriana mais comum em pediatria, a segunda maior causa de consulta ao serviço de puericultura e a principal causa do uso de antimicrobianos em crianças. Na maioria das vezes surge de uma complicação de uma gripe ou resfriado, devido à congestão ou obstrução da tuba auditiva (trompa de Eustáquio). Pode ser purulenta ou só a persistência de uma efusão serosa ou catarral no ouvido médio. Quando Suspeitar Em lactentes e crianças a apresentação mais típica é otalgia, febre, irritabilidade e choro, após alguns dias de sintomas gripais. O sintoma mais importante é a dor de ouvido. Qualquer criança com febre deve ser, obrigatoriamente, submetida a uma otoscopia cuidadosa. Tratamento Tratamento sintomático: trata-se com antitérmicos e analgésicos e medidas de desobstrução do nariz. Antibioticoterapia Sinusite Uma infecção bacteriana aguda dos seios nasais da face. Gripes e resfriados provocam sinusites virais na maioria dos casos. Fatores de Risco para Sinusite Resfriados e gripes Rinite alérgica Fumaça de cigarro Asma Desvios de septo Refluxo Poluição ambiental Natação em piscina com cloro Quando Suspeitar Persistência dos sintomas residuais de uma gripe por mais de 10 dias. Febre alta, rinorreia, congestão nasal e tosse. A tosse geralmente é diurna, mas piora à noite, seca e não produtiva. Pode haver dor, sensibilidade ou sensação de pressão sobre os seios da face, referidas abaixo dos olhos, sobre a base do nariz, face, mandíbula ou dentes. Tratamento Antibioticoterapia Antitérmicos Rinite Alérgica A rinopatia crônica ou em crises recorrentes é caracterizada por sintomas de congestão e obstrução nasal, prurido nasal e ocular e coriza clara, causada por alergia respiratória (IgE→histamina, eosinófilos). Os alergenos causadores mais comuns são ácaros da poeira doméstica, mofo, barata, pólen, cães, gatos e fumaça de cigarro. É predominante no escolar. A doença pode prejudicar seriamente a qualidade de vida social e a performance escolar do paciente. Aumenta a frequência de otite, rinite e sinusites bacterianas e é agravada por elas e por viroses respiratórias. Principais Fatores de Risco História Familiar Asma associada Quarto e casa mal ventilados ou em que não bate sol Poluição exagerada do ar Animais dentro de casa Pais fumantes Ar condicionado central Quando Suspeitar Em pacientes com episódios repetidos de obstrução nasal acompanhados de coriza clara, fungor, espirros e coceira no nariz e olhos. Chama atenção as queixas de coceira, “nariz pinicando”, “dá vontade de arrancar o nariz” e de “nariz entupido que a gente assoa e não sai nada”. Pode haver tosse, cefaleia e crises de asma. A obstrução nasal piora à noite. Tratamento O tratamento vai depender da gravidade da doença, frequência e duração dos sintomas e resposta ao tratamento. Anti-histamínicos via oral: deve ser usado ao primeiro sinal de uma crise. Loratadina, Cetirizina, Clemastina, Hidroxizina, Levocabastina. Descongestionantes tópicos nasais: Fenoxazolina, Oximetazolina podem proporcionar um alívio rápido. Descongestionantes sistêmicos: Podem aliviar a congestão nasal e o incômodo de crianças maiores. Em crianças menores tendem a provocar mais efeitos colaterais do que alívio. Corticosteroides tópicos nasais: São as drogas mais úteis para os casos intermitentes: Fluticasona, mometasona, budesonida. Corticosteroides sistêmicos: Predinosona ou predinosolona Pneumonia É um processo inflamatório, geralmente infeccioso que envolve o parênquima pulmonar( bronquíolos , alvéolos e interstício), podendo ser causado por bactérias, vírus e outros agentes atípicos. A infecção geralmente ocorre a partir das vias aéreas superiores. Se manifesta por febre, tosse e dificuldade respiratória associada à presença de alterações atípicas na radiografia de tórax ou ausculta respiratória característica. É uma doença frequente, ocorrendo a cada ano em 3 a 4% das crianças abaixo de 4 anos. A maioria dos casos são leves e podem ser tratados ambulatoriamente. Fatores de Risco para Pneumonia Gripes e resfriados Baixo nível socioeconômico Aglomeração Falta de aleitamento materno Prematuridade Causas da Pneumonia Streptococcus pneumonie Haemophylus Staphylococcus aureus Quando Suspeitar Nos casos de febre, prostração, associada a tosse, taquipnéia e dificuldade respiratória com esforço e tiragem subcostal ou intercostal. Na maioria dos casos existe um caso prévio de resfriado ou gripe com coriza, obstrução nasal, espirros, tosse, rouquidão, “peito cheio”, dor de garganta e febre. Tratamento Hidratação venosa, corrigir acidose, analgésicos, antitérmicos. Oxigenoterapia Broncodilatadores Antibioticoterapia Asma Doença inflamatória crônica que cursa com episódios recorrentes de tosse, sibilância e dispneia devido a obstrução generalizada e variável das vias aéreas que é desencadeada por estímulos alérgicos e não alérgicos. O quadro obstrutivo se deve principalmente a broncoconstricção, mas, quando se prolonga, apresenta um componente importantes de inflamação, edema de mucosa e aumento da secreção brônquica. Os episódios de broncoespasmos variam de muito leves, quase imperceptíveis, até graves e potencialmente fatais. São deflagrados por diferentes tipos de estímulos. Estímulos para Asma Alergenos de ácaros Infecções viróticas Fumaça de cigarro Piora da poluição Pólen Medicamentos Induzida por excesso de exercício físico Poeira Ar frio e seco Doença do refluxo Problemas emocionais Quando Suspeitar A crise se manifesta por tosse seca, curta e irritativa, bastante característica, seguida de dispneia, chiado e sibilos (predominantemente expiratórios) podendo evoluir para dificuldade respiratória de intensidade variável. O sibilo na criança manifesta-se como um chiado mais rude e polifônico. Os sintomas tendem a piorar à noite. Os sibilos são os sintomas mais importantes. Nas crises graves a dispneia é intensa, com uso de musculatura acessória, um marcador importante da gravidade. A fala torna-se entrecortada, o tórax hiperinsuflado. Pode haver cianose, agitação, ansiedade, dor abdominal, taquicardia, pulso paradoxal, palidez e sudorese fria. 42 Tratamento O tratamento inicial deve ser em casa, ao primeiro sinal da crise como tosse seca curta, irritativa e produtiva, chieira. Deve-se usar imediatamente β-agonistas de ação curta. A droga mais usada é o sabutamol por via inalatória com aerossol pressurizado. Essas doses precisam ser usadas apenas enquanto durarem os sintomas. β-agonista em forma de xarope via oral não devem ser usados como rotina, pois são menos eficazes: salbutamol, fenoterol, terbutalina. Corticoterapia oral: é feita com predinosolona, apenas quando há persistência nos sintomas. Nas crises graves recomenda-se o internamento, onde o paciente fará uso intensivo de β-inalatório e uma dose de corticoide oral ou parenteral, corrigir as desidratações, realizar oxigenoterapia. Bronquiolite e Bronquite O chiado é um ruído rude e polifônico causado pelo fluxo de ar por vias aéreas semiobstruídas e de diferentes calibres. Bronquiolite: É uma infecção virótica autolimitada, mas potencialmente grave, com inflamação e obstrução predominante em bronquíolos terminais em lactentes pequenos (entre 2 e 6 meses) podendo ocorrer até 2 anos de idade. São geralmente causadas por vírus respiratório e também pela Influenza A, adenovírus, Mycoplasma, rinovírus. Bronquite: É a extensão aos brônquios de infecções viróticas de vias aéreas superiores. Têm pouco potencial para complicações e se resolvem em cerca de duas semanas. Quando Suspeitar Bronquiolite: deve ser suspeitada em lactentes pequenos que, após alguns dias com coriza, obstrução nasal e tosse, evoluem com taquipnéia, tiragens, tosse, sibilo, hipoxemia e irritabilidade, febre e dificuldade para alimentar. Bronquite: Sintomas de virose respiratória alta, que por volta do 4º dia de evolução, evolui com tosse produtiva, expectoração e roncos grosseiros no tórax (“peito Cheio”). Pode haver broncoespasmo. Tratamento da Bronquite Afastada a possibilidade de pneumonia, os pacientes com bronquite são tratados com hidratação oral, analgésicos e antitérmicos. É importante garantir aos pais que o quadro vai melhorar independentemente de qualquer tratamento. Sedativos da tosse, mucolíticos ou expectorantes não alteram a evolução da doença e devem ser evitados. Descongestionantes com anti-histamínicos não devem ser usados pois ressecam as secreções. Se houver broncoespasmos, usar salbutamol inalatório. Tratamento da Bronquiolite Os casos leves podem ser tratados ambulatoriamente com hidratação oral frequente, controle da febre. Na maioria dos casos os sintomas desaparecem em 7 a 12 dias. A internação só está indicada com: Apneia, cianose, prostração, hipoxemia, dificuldade para mamar e beber, desidratação. Nessa situação, o tratamento envolve: Oxigenoterapia e uso de broncodilatadores, corticoterapia, antibioticoterapia e antivirais. hospital pediatrico.ppt HOSPITAL PEDIÁTRICO Professora Msc Cosete Rodrigues HOSPITALIZAÇÃO A situação de doença e conseqüentemente a hospitalização, representa para qualquer pessoa uma realidade desconhecida, que acaba por provocar sentimentos de medo e angústia. HOSPITALIZAÇÃO A hospitalização para a criança pode apresentar-se de forma mais intensa e variar em função da idade, experiências prévias de doença/hospitalização, além das habilidades individuais do enfrentamento. HOSPITALIZAÇÃO A criança é extremamente sensível à situações que lhe tragam desconforto de ordem física ou emocional. A internação é vista não apenas como um agravo psicológico na criança como também como um possível trauma para a família. HOSPITALIZAÇÃO Durante sua permanência no hospital a criança deverá ser atendida em todas as suas necessidades biopsicossiais; A abordagem centrada na patologia caracteriza-se por ter como foco de assistência a criança com uma determinada patologia, sinal ou sintoma que necessitam de cuidados profissionais; HOSPITALIZAÇÃO Neste caso, a equipe de enfermagem centra seus esforços para obter dados que se relacionam com os problemas de saúde da criança, com o diagnóstico da patologia e com a instalação das medidas terapêuticas. Quais são os sintomas que a criança está apresentando? Deixe a mãe contar à sua maneira quais são os problemas do filho. Descubra outros sintomas perguntando: E o que mais?. Você precisa de três dados sobre cada sintoma: 1. Há quanto tempo a criança apresenta o sintoma? (Tempo) 2. Em que intensidade o sintoma se apresenta? (Quantidade). 3. Como são os sintomas? Qual a gravidade deles? (Qualidade). Que outros sintomas importantes apareceram? Para cada queixa, existem outros sintomas que precisamos indagar Não esqueça de anotar os sintomas importantes que a criança não teve, além dos sintomas que ela teve. UNIDADE DE INTERNAÇÃO PEDIÁTRICA É a área que é destinada a acomodar e prestar serviços de apoio á criança que facilitam a realização de um atendimento adequado. UNIDADE DO PACIENTE PEDIÁTRICO É o conjunto de espaços e móveis destinados a cada criança. UNIDADE DO PACIENTE PEDIÁTRICO Na unidade, as crianças são geralmente agrupadas nas enfermarias conforme o diagnóstico médico. Já na abordagem centrada na criança o foco de assistência passa a ser a criança em sua unidade biopsicossocial. O objetivo dessa assistência é amenizar as repercussões psicológicas provenientes da hospitalização. NECESSIDADES DE UMA CRIANÇA DOENTE, FACE A INTERNAÇÃO Reações da criança à hospitalização Adaptação da criança à hospitalização Nem sempre é fácil a adaptação da criança a essa situação. São comuns as seguintes atitudes: Choro; Revolta; Agressividade; Silêncio; Aceitação; Recusa na alimentação; Apatia; Depressão. EFEITOS DA HOSPITALIZAÇÃO SOBRE AS CRIANÇAS Dor e desconforto; Retardo do crescimento e do desenvolvimento; Idas freqüentes a médicos e hospitais; Necessidade de cuidados médicos diários (algumas vezes com tratamentos dolorosos ou desagradáveis); Menos oportunidades de brincar com outras crianças. PERFIL DO PROFISSIONAL DE ENFERMAGEM EM PEDIATRIA O enfermeiro em pediatria deve ser um ser profissional humanístico, equilibrado emocionalmente, sendo capaz de lidar com situações diversas como: Conflitos familiares; Agressividade; Medo e inconformismo . Para tanto, o profissional deve conter um conjunto de fatores capacitantes: Conhecimentos; Habilidades; Atitudes + Interesse VERIFICAÇÃO DOS SINAIS VITAIS Pulso e freqüência cardíaca: Nas crianças maiores: -artéria braquial; -artéria radial ; -artéria femoral; -artéria carótida; -artéria temporal; -artéria pediosa. IDADE BATIMENTOS/MINUTO RN 120 - 160 Até 3 meses 80 - 220 3 meses a 2 anos 70 - 150 2 a 12 anos 60 - 110 12 anos a idade adulta 60 - 100 VERIFICAÇÃO DOS SINAIS VITAIS Freqüência Respiratória: IDADE FREQUENCIA/MINUTO RN 35 IRP/ M PREMATUROS 50 IRP/M LACTENTES 30-40IRP/M 1ANO 25-30IRP/M PRÉ- ESCOLAR 20-25IRP/M 10 ANOS +20IRP/M VERIFICAÇÃO DOS SINAIS VITAIS Pressão arterial: Locais para medição da P.A em pediatria - artéria braquial. - artéria radial. - artéria poplítea. - artéria tibial posterior. IDADE FREQUENCIA/MINUTO 0-3 MESES 75/50MMHG 3 MESES-6 MESES 85/65 MMHG 6 MESES-9 MESES 85/65 MMHG 9 MESES-12 MESES 90/70 MMHG 1 ANOS-3 ANOS 90/65 MMHG 3 ANOS-5 ANOS 95/60 MMHG 5 ANOS-7 ANOS 95/60 MMHG 7 ANOS- 9 ANOS 95/60 MMHG 9 ANOS- 11 ANOS 100/60 MMHG 11 ANOS- 13 ANOS 105/65 MMHG PRINCIPAIS PATOLOGIAS INFANTIS MOTIVO DE HOSPITALIZAÇÃO DIARRÉIA EPIDEMIOLOGIA NO MUNDO Maior causa de morbidade e mortalidade em menores de 5 anos; 1,4 bilhões de episódios anuais; 1,29 bilhões necessitam de cuidados domiciliares; 124 milhões de visitas hospitalares; 9 milhões de hospitalizações e uma estimativa de 2,1 milhões de mortes ao ano. CONCEITO Diarréia é geralmente definida como a ocorrência de 4 ou 5 evacuações amolecidas ou líquidas em um período de 24 horas. A diarréia aparece quando a perda de água e eletrólitos nas fezes é maior do que a normal, resultando no aumento do volume e da freqüência das evacuações e diminuição da consistência das fezes. É um sintoma que pode resultar de distúrbios que comprometem a digestão, a absorção e a secreção. Diarréia e desidratação Diarréia Aguda: Correspondente a evacuações liquidas ou aquosas, em média 4 a 5 vezes por dia, com duração de 5 a 14 dias. Diarréia persistente: Se prolonga por mais 14 dias, podendo chegar à 30 dias, que leva o indivíduo a instabilidade hidroeletrolitica e ao comprometimento do estado geral, principalmente em lactentes. Diarreia Persistente Aguda Resulta da ação de diversos patógenos como: vírus, bactéria e parasitas; A infecção por rotavirus é a principal causa da diarreia aguda grave. Bacterias como Shigella, Salmonella Escherichia coli, também são grandes causadoras da diarreia aguda; Protozoários como Giardia lamblia Ameba histolytica Diarréia e desidratação Características da diarreia Crônica: É a mais preocupante, pois dificulta a recuperação da criança; Seu período de duração é de mais de trinta dias, podendo retornar, e é provocada por diversos fatores como: Síndromes que causam má-absorção, (síndrome do intestino irritável), colite, CA intestinal; irregularidades intestinais, intolerâncias, reações alérgicas por respostas inflamatórias. FATORES PREDISPONENTES Idade; Desnutrição ou debilitação por doenças; Deficiência imunológica; Falta de água potável; Doença inflamatória intestinal; Diarréia e desidratação Tratamento: Diarréia aguda – Sintomático; Diarréia crônica – Etiológico; Diarréia infecciosa – Medicamentoso. Diarréia Aguda DIARRÉIA INFECCIOSA AGUDA - É causada por uma variedade de patógenos virais, bacterianos e parasitários. Rotavírus - é o agente causador mais comum de diarréia com desidratação, sendo responsável por 50% a 80% dos casos de diarréia infecciosa. Diarréia e desidratação Etiologia: As causas mais freqüentes das diarreias Agudas são: as infecções (vírus,bactérias e protozoários) as intoxicações alimentares e os medica-mentos (antibióticos, anti-inflamatórios, antiácidos e laxantes). Uma outra causa de diarreia aguda é a intolerância e alergia a determinados alimentos. Sintomas Cólicas; Aumento de flatulências; Dores abdominais e/ou retais; Mal-estar; Náuseas; Em grau mais avançado pode se encontrar estados febris e desidratação, esta pode levar ao óbito. Também há a possibilidade de disenteria. DISENTERIA A Disenteria é uma infecção do intestino grosso que provoca normalmente fortes dores abdominais, ulceração das mucosas, tenesmo e diarréia, sempre acompanhada de sangue, com ou sem muco, após estágio inicial de diarréia aquosa. Causas principais: Disenteria amébica: Entamoeba histolytica. Disenteria bacteriana: Também freqüentemente devido às bactérias do gênero Shigella. Os distúrbios diarréicos podem comprometer: Estômago e intestino – gastroenterite Intestino delgado – enterite Cólon – colite Cólon e intestino – enterocolite Diarréia e desidratação Diarréia e desidratação Diarréia e desidratação Avaliação do estado de hidratação: Condição geral Bom Alerta Irritado intranqüilo Comatoso Hipotônico Olhos Normais Fundos + fundos Lágrimas Presentes Ausentes Ausentes Boca e língua Úmidos Secos + secos Sede Bebe normal Sedento, bebe rápido Bebe mal ou não é capaz de beber Tratar Plano A Plano B Plano C Diarréia e desidratação Explorar: Sinal de prega Desaparece rapidamente Desaparece lentamente Desaparece + lentamente Pulso Cheio Rápido, débil Muito débil ou Ausente Enchimento capilar Normal até 03 seg. Prejudicado (03 à 05) seg. Muito prejudicado mais de 5 seg. Tratar Plano A Plano B Plano C Diarréia e desidratação Decidir: Hidratado Desidratado Muito desidratado Tratar Plano A Plano B Plano C Diarréia e desidratação Diarréia e desidratação Diarréia e desidratação Diarréia e desidratação Diarréia e desidratação Diarréia e desidratação Tratamento Tratamento ► ► Objetivos: Objetivos: Prevenir e repor as perdas fecais de Prevenir e repor as perdas fecais de á á gua e gua e eletr eletr ó ó litos litos Reestabelecer o equil Reestabelecer o equil í í brio hidroeletrol brio hidroeletrol í í tico tico Proporcionar um aporte prot Proporcionar um aporte prot é é ico suficiente para ico suficiente para impedir instala impedir instala ç ç ão ou agravo da desnutri ão ou agravo da desnutri ç ç ão ão Maioria dos casos: TRO + realimenta Maioria dos casos: TRO + realimenta ç ç ão ão precoce. precoce. Tratamento Tratamento ► ► Primeiro passo: Primeiro passo: AVALIAR O ESTADO DE HIDRATA AVALIAR O ESTADO DE HIDRATA Ç Ç ÃO ÃO Plano APlano A Plano A Criança com diarréia sem sinais de desidratação: •Aumentar a ingestão de líquidos: soro caseiro, chás, cozimento de cereais, sopas e sucos. •Soro caseiro: mantêm a criança com diarréia hidratada, mas não reidrata uma criança desidratada. Em desuso, OMS não recomenda, alternativa em locais mais pobres. •A mãe deveráser orientada a oferecer após cada evacuação: Até12 meses: -100 a 200 ml (1/2 a 1 copo) -50 a 100 ml (1/4 a ½copo) Acima de 12 meses: Manter dieta habitual Adolescentes -A quantidade que desejar -LM: aumentar a freqüência das mamadas. -Pequenos volumes, curtos intervalos. - -Criança com diarréia e com sinais de desidratação •50 a 100ml/kg no período de 4 a 6 horas •Alimentação durante a hidratação (somente LM) * Uso de antieméticos * Uso de anti-térmico Após hidratação, alta com orientação de usar SRO após cada evacuação: •Criança até12 meses: 50 a 100 ml •Criança maior de 12 meses: 100 a 200 ml •>10anos: a quantidade que a criança desejar TRO* A quantidade dependeráda sede da criança Plano BPlano B Plano B Plano CPlano C Plano C Criança com diarréia e desidratação grave Indica Indica ç ç ões para hidrata ões para hidrata ç ç ão venosa: ão venosa: •Alteração do estado de consciência •Vômitos persistentes após uso de SNG •Ausência de ganho ou perda de peso após 2h de SNG •Incapacidade de ingestão oral •Íleo paralítico (distensão abdominal e ausência de RHA) •Sinais sugestivos de septicemia •Concomitância com infecções graves Hidratação Venosa Fase 1:Expansão (rápida): estabelecimento do estado normal de hidratação em curto período de tempo. Fase 2:Manutenção: cobrir necessidades diárias de água e eletrólitos. Fase 3: Reposição de perdas anormais que ocorrem durante todo o episódio diarréico (diarréia e vômitos). Fases 2 e 3 são feitas concomitantemente. Plano CPlano C Plano C Preven Preven ç ç ão ão ► ► Aleitamento materno Aleitamento materno ► ► Pr Pr á á ticas adequadas de desmame ticas adequadas de desmame ► ► Saneamento B Saneamento B á á sico sico ► ► Imuniza Imuniza ç ç ão ão Rotav Rotav í í rus: 2 doses (2 e 4 meses) rus: 2 doses (2 e 4 meses) ► ► Monovalente: G1 Monovalente: G1 ► ► V V í í rus vivos atenuados rus vivos atenuados ► ► Lavagem das mãos Lavagem das mãos ► ► Educa Educa ç ç ão em sa ão em sa ú ú de de Obrigada! Obrigada! MICROCEFALIA.pptx MICROCEFALIA Prof. Msc Cosete Rodrigues Microcefalias As microcefalias constituem em um achado clínico e podem decorrer de anomalias congênitas ou ter origem após o parto. As anomalias congênitas são definidas como alterações de estrutura ou função do corpo que estão presentes ao nascimento e são de origem pré-natal. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a microcefalia é caracterizada pela medida do crânio realizada, pelo menos, 24 horas após o nascimento e dentro da primeira semana de vida (até 6 dias e 23 horas), por meio de técnica e equipamentos padronizados, em que o Perímetro Cefálico (PC) apresente medida menor que menos dois (-2) desvios-padrões abaixo da média específica para o sexo e idade gestacional. Microcefalias A microcefalia é uma condição em que a circunferência do crânio é menor que o considerado normal para a idade do feto ou da criança. No nascimento a medida adequada é de 33 cm ou mais. A identificação da microcefalia se dá principalmente pela medição do Perímetro Cefálico (PC), procedimento comum no acompanhamento clínico do recém-nascido, visando à identificação de doenças neurológicas. A medida do PC é um dado clínico fundamental no atendimento pediátrico, pois pode constituir-se na base do diagnóstico de um grande número de doenças neurológicas e para isso os médicos e outros profissionais de saúde devem estar familiarizados com as doenças mais frequentes que produzem a microcefalia e devem conhecer os padrões de normalidade para o crescimento do crânio. Microcefalias/Por que ocorre/Causa O tamanho reduzido da cabeça ocorre em consequência de um atraso do desenvolvimento cerebral e, por conseguinte, da caixa craniana. Quando causada por quadros infecciosos, no caso do zika vírus, por exemplo, a alteração é agravada pela destruição do tecido cerebral e por calcificações em uma parte específica do cérebro, os ventrículos. A microcefalia pode ocorrer devido a síndromes genéticas, exposição materna a substâncias tóxicas, consumo de drogas, alcoolismo materno ou infecções congênitas, como citomegalovírus, toxoplasmose, rubéola e varicela. Sintomas A microcefalia pode ser percebida na avaliação do bebê logo após o parto, momento em que costuma ser medido o perímetro da cabeça. Mas também existem sinais que indicam a condição no dia a dia da família, entre eles estão a dificuldade na amamentação e alimentação, a espasticidade (distúrbio muscular que causa rigidez) e convulsões. Muitas dessas características permanecem nos anos seguintes, quando também poderá ser notada deficiência intelectual e cognitiva e outros atrasos neuropsicomotores, como comprometimento da visão, da fala e da locomoção. A microcefalia pode ser acompanhada de epilepsia, paralisia cerebral, retardo no desenvolvimento cognitivo, motor e fala, além de problemas de visão e audição. Tratamento Não há tratamento específico para a microcefalia. Existem ações de suporte que podem auxiliar no desenvolvimento do bebê e da criança, e este acompanhamento é preconizado pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Como cada criança desenvolve complicações diferentes, entre elas, respiratórias, neurológicas e motoras, o acompanhamento por diferentes especialistas vai depender das funções que ficarem comprometidas. Devem estar disponíveis serviços de atenção básica, serviços especializados de reabilitação, serviços de exame e diagnóstico e serviços hospitalares, além de órteses e próteses aos casos em que se aplicar. Tratamento Com o aumento de casos no ano de 2015, o Ministério da Saúde elaborou o “Protocolo de atenção e resposta à ocorrência de microcefalia e/ou alterações do Sistema Nervoso Central (SNC)”, em parceria com as Secretarias Estaduais e Municipais de Saúde. Este protocolo visa orientar as ações para a atenção às mulheres em idade fértil, gestantes, puérperas e recém-nascidos com microcefalia e/ou alterações do Sistema Nervoso Central, além de apoiar a identificação de serviços de saúde de referência no tratamento e o fluxo de atendimento necessários para essa população. O Brincar Terapeutico (1).pptx O Brincar Terapêutico: Inovação e Ética Prof. Msc Cosete Rodrigues O Brincar O brincar e a importância para o desenvolvimento infantil; Intelectual Social Emocional Físico O Brincar Para Piaget (Apud NICOLAU, 1987 p. 49), “[...] a criança é um ser dinâmico que a todo o momento interage com a realidade, fazendo com que construa estruturas mentais organizadas”. A palavra "lúdico" provém do latim “Ludus” que, do ponto de vista etimológico, significa jogos, brinquedos e brincadeiras. Miranda (2001), faz uma inferência ao lúdico em que este abrange todas as atividades, as quais têm sentido de jogos, divertimentos e brinquedos. O Brincar “Na brincadeira a criança assume e exercita os vários papéis com os quais interage no cotidiano.” (OLIVEIRA, 1992). A brincadeira é de fundamental importância para o desenvolvimento infantil na medida em que a criança pode transformar e produzir novos significados. O Brincar O brincar permite à criança vivenciar o lúdico e descobrir a si mesma, apreender a realidade, tornando-se capaz de desenvolver seu potencial criativo. É também colocado como um dos princípios fundamentais, defendido como um direito, uma forma particular de expressão, pensamento, interação e comunicação entre as crianças. O Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil (MEC, 1998) estabeleceu a brincadeira como um de seus princípios norteadores, que a define como um direito da criança que garante seu desenvolvimento, sua interação social, além de situá-la na cultura que está inserida. O Brincar Segundo Cordazzo e Vieira (2008), as crianças têm diversas razões para brincar. Uma destas razões é o prazer que podem usufruir enquanto brincam. Elas podem também exprimir a sua agressividade, dominar sua angústia, aumentar as suas experiências e estabelecer contatos sociais. O brincar é considerado como um comportamento que gera prazer, possui um fim em si mesmo, é uma oportunidade para a criança expressar suas fantasias internas e, dependendo da idade e do contexto da criança, possui regras que o conduzem. O Brincar Ainda, segundo Conti e Sperb (2001), a brincadeira da criança é estruturada conforme os sistemas de significado cultural do grupo a que ela está inserida. Mas, ao mesmo tempo, a brincadeira é reorganizada no próprio ato da criança de acordo com um sentido particular que ela atribui às suas ações, em interação com seus pares ou com seus pais. E nesse processo, os significados coletivos e culturais, quanto os sentidos pessoais são remodelados e redefinidos continuamente. O Brincar O bebê humano vê o objeto como um todo impartível. Além disso, por um valor de sobrevivência, interessa-lhe a mãe ou quem dele cuida, quem oferece o próprio corpo para o contato, acalento, aplaca-lhe a dor, o frio e a fome. Ele dirige sua atenção a essa pessoa e sente-a como uma espécie de extensão do seu próprio corpo. O que move a criança em direção aos objetos, como brinquedos, nessa fase, é, originalmente, a necessidade de contato próximo com outras pessoas, especialmente aquelas que estão profundamente ligadas com os seus cuidados. O Brincar É importante salientar que a brincadeira possui um lugar fundamental no desenvolvimento infantil, seja por seus benefícios imediatos ou de longo prazo. A importância da brincadeira pode estar relacionada a aspectos do desenvolvimento cognitivo, social, afetivo e físico. Cordazzo e Vieira (2008) discutem que a criança não brinca para se desenvolver, mas ao brincar acaba por ter influências no seu desenvolvimento e na sua aprendizagem. HOSPITALIZAÇÃO Hospitalização Dor Procedimentos invasivos Exames Quebra da rotina familiar Medo Fantasia Hospitalização Segundo Roza (1997), a Hospitalização na infância pode se configurar como uma experiência potencialmente traumática. Afasta a criança do seu cotidiano, do ambiente familiar e promove um confronto com a dor, com a limitação física e com a passividade. Hospitalização É possível transformar a experiência ? O Brincar x O Brincar Terapêutico Adaptações ao serviço hospitalar “O brincar passa a ser visto como uma etapa terapêutica capaz de promover não só a continuidade do desenvolvimento infantil, como também a possibilidade de, através dele, a criança melhor elaborar esse momento específico que vive” (MITRE, 200, p. 03). Inserção da ludicidade na Unidade Hospitalar Brinquedoteca Conceito Função Quem usa? Quem coordena? Contra- indicações Resolução Brinquedoteca Espaço destinado à brincadeira, onde a criança brinca sossegada, sem cobrança e sem sentir que está perdendo tempo, estimulando sua autoestima e o processo sócio-cognitivo. Cunha (2001) Objetivo: atender a criança hospitalizada através da terapia, com atividades lúdicas e de estimulação Psicomotora, visando atenuar as sequelas emocionais decorrentes da hospitalização. Brinquedoteca Aspectos Legais A Constituição da República de 1988, no artigo 227, destaca que: “É dever da Família, da Sociedade e do Estado assegurar à criança e ao adolescente, com absoluta prioridade, o direito à vida, a saúde, a alimentação, à educação, ao lazer (...)”. E.C.A Aspectos Legais Presidência da República Casa Civil Subchefia para Assuntos Jurídicos LEI Nº 11.104, DE 21 DE MARÇO DE 2005. Dispõe sobre a obrigatoriedade de instalação de brinquedotecas nas unidades de saúde que ofereçam atendimento pediátrico em regime de internação. O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: Art. 1o Os hospitais que ofereçam atendimento pediátrico contarão, obrigatoriamente, com brinquedotecas nas suas dependências. Parágrafo único. O disposto no caput deste artigo aplica-se a qualquer unidade de saúde que ofereça atendimento pediátrico em regime de internação. Art. 2o Considera-se brinquedoteca, para os efeitos desta Lei, o espaço provido de brinquedos e jogos educativos, destinado a estimular as crianças e seus acompanhantes a brincar. Art. 3o A inobservância do disposto no art. 1o desta Lei configura infração à legislação sanitária federal e sujeita seus infratores às penalidades previstas no inciso II do art. 10 da Lei no 6.437, de 20 de agosto de 1977. Art. 4o Esta Lei entra em vigor 180 (cento e oitenta) dias após a data de sua publicação Brasília, 21 de março de 2005; 184o da Independência e 117o da República. LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA Tarso Genro Humberto Sérgio Costa Lima Instrumentos do Brincar Brinquedoteca Desenhos Pinturas ( atenção com alergias e quadro clínico) Massinha (atenção com alergias e quadro clínico) Representação Teatral Grupos de discussão Família e Hospitalização Inserção familiar Papel da mãe / cuidador / acompanhante Hospitalização como fator de estresse familiar Referências http://www.agapo.com.br/site2011/index.php?option=com_content&view=article&id=59:brinquedoteca-hospitalar&catid=39:artigos&Itemid=58 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2005/Lei/L11104.htm http://monografias.brasilescola.com/educacao/brinquedoteca-hospitalar-contribuicao-criancas-hospitalizadas.htm http://www.facenf.uerj.br/v18n1/v18n1a25.pdf WONG, Donna, Fundamentos de enfermagem Pediátrica, 2011 “ Só é possível ensinar uma criança a amar, amando-a." Johann Goethe Simp7_Parada cardiaca em criancas.pdf Medicina (Ribeirão Preto) 2012;45(2): 223-33 PPPPParararararada carada carada carada carada cardíaca em criançasdíaca em criançasdíaca em criançasdíaca em criançasdíaca em crianças Cardiac arrest in children Alessandra Kimie Matsuno RESUMO Este texto apresenta uma revisão da epidemiologia, das causas, do diagnóstico e do manejo da parada cardíaca em crianças. Ao contrário do adulto, a parada cardíaca súbita de origem cardíaca é um evento raro na criança. Geralmente, é causada por insuficiência respiratória e/ou choque. Portanto, o reconhe- cimento precoce e o tratamento imediato destas condições podem evitar a parada cardíaca e melhorar o desfecho desses pacientes. Palavras-chave: Parada Cardíaca. Criança. Diagnóstico. Tratamento. Correspondência: Avenida dos Bandeirantes 3900 14049-900 / Ribeirão Preto - SP. matsuno@fmrp.usp.br Artigo recebido em 11/04/2012 Aprovado para publicação em 20/06/2012 Professora Colaboradora do Departamento de Puericultura e Pediatria da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Univer- sidade de São Paulo DefiniçãoDefiniçãoDefiniçãoDefiniçãoDefinição Ritmo de colapso, parada cardiopulmonar ou simplesmente parada cardíaca são situações clínicas caracterizadas pela interrupção da circulação do san- gue causada por ausência ou ineficácia da atividade mecânica cardíaca. IncidênciaIncidênciaIncidênciaIncidênciaIncidência A parada cardíaca súbita em crianças é pouco comum. O que ocorre nas crianças, geralmente, é a parada cardíaca decorrente da progressão da insufi- ciência respiratória e/ou do choque, associada à hipo- xemia e acidose, sendo bem menor a incidência de parada cardíaca por arritmias cardíacas na faixa etária pediátrica do que no adulto. O colapso súbito devido à fibrilação ventricular (FV) ou taquicardia ventricular (TV) sem pulso ocorre como manifestação clínica ini- cial em aproximadamente 5-15% de todas as paradas cardíacas pediátricas pré-hospitalares; esta incidên- cia deve ser um pouco mais alta em pacientes acima de 12 anos. Nos pacientes internados que sofreram parada cardíaca, haverá um ritmo chocável (TV/ FV) em algum momento durante a tentativa de ressuscita- ção em aproximadamente 27% das crianças, sendo que 10% apresentarão estes ritmos como manifesta- ção inicial.1,2 Sobrevivência à alta hospitalarSobrevivência à alta hospitalarSobrevivência à alta hospitalarSobrevivência à alta hospitalarSobrevivência à alta hospitalar As taxas de sobrevivência estão relacionadas à localização onde ocorreu a parada cardíaca e o tipo de ritmo de colapso presente. A sobrevivência à alta hospitalar na parada cardíaca dentro do hospital é maior quando comparada à parada cardíaca fora do hospi- tal, assim como a sobrevivência sem sequelas neuro- lógicas. Nos últimos 30 anos, a sobrevivência dentro do hospital aumentou de 9 para 27%, enquanto que a sobrevida em pacientes tratados fora do hospital se Simpósio: EMERGÊNCIAS PEDIÁTRICAS Capítulo VII 224 Medicina (Ribeirão Preto) 2012;45(2): 223-33 http://www.fmrp.usp.br/revistaMatsuno AK. Parada cardíaca em crianças mantém a mesma, 6% (3% para lactentes e 9% para crianças e adolescentes). A sobrevivência também é maior quando o ritmo inicial é chocável (25%-33%) comparado ao ritmo não-chocável à apresentação (7%-11%). Entretanto, quando um ritmo chocável se desenvolve durante a parada cardíaca em crianças hospitalizadas, o prognóstico é pior (sobrevida de 11% vs. 27% com ritmo não-chocável). De qualquer for- ma, a sobrevida é baixa e, portanto, enfoque maior deve ser dado à prevenção, pelo reconhecimento das situações de emergência que potencialmente podem levar à parada cardíaca.1,3,4,5 Apresentação da parada cardíacaApresentação da parada cardíacaApresentação da parada cardíacaApresentação da parada cardíacaApresentação da parada cardíaca De acordo com a etiologia, a apresentação da parada cardíaca em crianças pode ser de dois tipos: parada cardíaca hipóxica ou por afixia e parada car- díaca súbita. A parada hipóxica é o mecanismo fisiopatológico mais comum de parada cardíaca na criança e ocorre como evento terminal de hipóxia te- cidual progressiva e acidose, secundárias à insufici- ência respiratória, choque ou insuficiência cardiopul- monar. A parada cardíaca súbita em crianças é geral- mente associada a arritmias cardíacas, especificamen- te a FV e a TV sem pulso. As causas de parada car- díaca estão relacionadas na Figura 1. Qualquer que seja o evento inicial ou o proces- so patológico envolvido no tipo de parada, os pacien- tes desenvolvem falência cardiopulmonar imediata- mente antes da parada cardíaca. A falência cardio- pulmonar se caracteriza por oxigenação, ventilação e perfusão tecidual inadequadas, e clinicamente o paci- ente se apresenta cianótico, com respiração agônica ou irregular e bradicardia. O modelo de avaliação pediátrica permite que se reconheça e trate a falência cardiopulmonar imediatamente. A parada cardíaca é reconhecida por ausência de sinais da função cardior- respiratória (sem movimentação, sem ventilação e sem pulso). Clinicamente, o paciente em parada cardíaca se apresenta com apneia ou respiração agônica, sem pulsos detectáveis e não responsivo (inconsciente). A monitorização do ritmo cardíaco não é mandatória para o reconhecimento clínico da parada cardíaca, mas serve para direcionar a terapêutica.6 Os ritmos de colapso ou de parada cardíaca são: assistolia, atividade elétrica sem pulso (AESP), FV e TV sem pulso. Enquanto que a assistolia e a AESP são os ritmos iniciais mais comumente obser- vados na parada cardíaca em crianças abaixo de 12 anos, a FV e a TV são os ritmos iniciais observados em crianças que apresentam colapso súbito.7 Identificação dos ritmos de colap-Identificação dos ritmos de colap-Identificação dos ritmos de colap-Identificação dos ritmos de colap-Identificação dos ritmos de colap- so no eletrocardiograma (ECG)so no eletrocardiograma (ECG)so no eletrocardiograma (ECG)so no eletrocardiograma (ECG)so no eletrocardiograma (ECG) • Assistolia: Ritmo de parada cardíaca associado à ausência de atividade elétrica detectável pelo ECG e representado por uma linha reta (Figura 2). Deve- se confirmar clinicamente este diagnóstico para descartar artefato ou derivações mal-fixadas do ECG.8 • Atividade Elétrica sem Pulso (AESP): Qualquer atividade organizada observada no monitor cardía- co ou no ECG em paciente sem pulso central pal- pável; esta definição exclui FV, TV e assistolia. O ECG pode mostrar a presença de complexo QRS normal ou alargado, ou outras anormalidades como Figura 1: Tipos de apresentação e causas de parada cardíaca em crianças. Medicina (Ribeirão Preto) 2012;45(2): 223-33 http://www.fmrp.usp.br/revista 225 Matsuno AK. Parada cardíaca em crianças onda T com baixa ou alta amplitude, intervalo PR e QT prolongados e dissociação atrioventricular ou bloqueio cardíaco total. O ECG pode fornecer da- dos importantes para determinar a etiologia da pa- rada cardíaca. Geralmente, quando o QRS é inici- almente normal, a AESP pode ter sido causada por problemas de curta duração, como hipovolemia ou hemorragia, embolia pulmonar maciça, pneumotó- rax hipertensivo ou tamponamento cardíaco. Por outro lado, a AESP com ritmo lento e com comple- xos QRS largos é observada em processos de mai- or duração, como hipóxia tecidual e acidose. A AESP pode ser causada por condições reversíveis e, por- tanto, durante a reanimação cardíaca deve-se sem- pre procurar e tratar suas causas.8 • Fibrilação ventricular: O coração não apresenta ritmo organizado, não tem contrações coordenadas e a atividade elétrica é caótica; portanto, o coração tremula e não bombeia sangue (Figura 3). A FV pode ser causada por doenças cardíacas, intoxica- ções, choques elétricos, acidentes por submersão e traumas, e geralmente se associa com colapso sú- bito. Os pacientes que apresentam FV ou TV sem pulso como ritmo de colapso inicial têm taxa de so- brevivência maior do que aqueles com assistolia e AESP, principalmente se o diagnóstico for precoce e o tratamento iniciado o mais rápido possível. Se houver demora no reconhecimento da FV ela pode evoluir para fibrilação de baixa voltagem, que apre- senta um pior prognóstico com menor resposta ao tratamento (Figura 4).8 • Taquicardia ventricular (TV) sem pulso: Carac- teriza-se por complexos QRS organizados e largos. Ao ECG, apresenta-se com frequência ventricular Figura 2: Assistolia Figura 3: Fibrilação ventricular de alta voltagem. Figura 4: Fibrilação ventricular com atividade elétrica reduzida ou de baixa voltagem. 226 Medicina (Ribeirão Preto) 2012;45(2): 223-33 http://www.fmrp.usp.br/revistaMatsuno AK. Parada cardíaca em crianças de pelo menos 120/min, QRS > 0,08 segundos de duração, ondas P geralmente não identificadas, ou quando presentes, podem não estar correlaciona- das ao QRS, e ondas T geralmente de polaridade oposta ao QRS. As causas podem estar associadas à doença cardíaca de base (ou pós-operatório de cardiopatia), síndrome do QT longo, miocardite, miocardiopatias, distúrbios hidroeletrolíticos (hiperpotassemia, hipocalcemia, hipomagnesemia) e intoxicações (antidepressivos tricíclicos e cocaí- na). A TV sem pulso pode ser monomórfica, quan- do os complexos QRS têm aparência uniforme (Fi- gura 5) ou polimórfica, quando os complexos QRS não são uniformes (Figura 6). Um exemplo de TV polimórfica é a chamada torsades de pointes (“tor- ção dos pontos”), caracterizada por uma alteração de polaridade e de amplitude dos complexos QRS, que parecem rodar ao redor de uma linha isoelétrica do ECG. As condições que predispõem à torsades de pointes incluem a síndrome do QT longo, hipo- magnesemia, intoxicação por antiarrítmicos (Clas- se IA: quinidina, procainamida e disopiramida; Clas- se III: sotalol, amiodarona), intoxicação por antide- pressivos tricíclicos, bloqueadores de canais de cál- cio e fenotiazina.8 Em todos os ritmos de colapso é necessário, além do tratamento do ritmo, procurar as causas pro- váveis e tratá-las. Há um método mnemônico que aju- da a lembrar das causas mais comuns dos ritmos car- díacos de colapso. São os 6 Hs e os 5 Ts 7: • Hipovolemia • Hipóxia • Hidrogênio (distúrbios do H+ – o mais comum é a acidose) • Hipo/hiperpotassemia • Hipoglicemia • Hipotermia • Tóxicos (intoxicações em geral) • Tamponamento cardíaco • Tensão no tórax (Pneumotórax) • Trombose coronariana • Trombose pulmonar TTTTTrrrrraaaaatamento dos ritmos de colatamento dos ritmos de colatamento dos ritmos de colatamento dos ritmos de colatamento dos ritmos de colapsopsopsopsopso A alta qualidade da ressuscitação cardiopulmo- nar (RCP) e a sistematização do atendimento são ba- ses fundamentais para o sucesso do tratamento da parada cardíaca, tanto no suporte básico como no su- porte avançado de vida.7 Suporte básico de vida O suporte básico de vida (suporte dado fora do hospital) inclui o reconhecimento dos sinais de parada Figura 5: Taquicardia ventricular monomórfica. Figura 6: Taquicardia ventricular polimórfica. Medicina (Ribeirão Preto) 2012;45(2): 223-33 http://www.fmrp.usp.br/revista 227 Matsuno AK. Parada cardíaca em crianças cardíaca, a realização da RCP de qualidade e o uso da desfibrilação com desfibrilador externo automático (DEA). Na recomendação de 2010, os profissionais de saúde e leigos devem considerar no atendimento das crianças as seguintes faixas etárias: lactentes como aqueles menores que 1 ano e crianças como aquelas de 1 ano até a idade do início da puberdade (adoles- cência) definida como desenvolvimento de mamas nas meninas e pelos axilares nos meninos; a partir daí, o tratamento é igual ao ofertado aos adultos.3 Considerando o cenário fora do hospital Cenário 1. Se um paciente pediátrico estiver com sinais de parada cardíaca (inicialmente inconsci- ente, em apneia ou com respirações agônicas) e a parada não foi testemunhada, deve-se realizar a RCP, da seguinte maneira: “CAB”, ou seja: C - checar o pulso, se ele não for palpável ou for difícil a sua palpação (não demorar mais do que 10 segundos com as tentativas de sentir o pulso) iniciar ime- diatamente a massagem cardíaca e, subse- quentemente, faz-se o A e o B. A- Posicionar e garantir a abertura das vias aé- reas, usando manobra de extensão do pesco- ço e elevação da mandíbula. B- Fornecer duas ventilações e continuar a mas- sagem cardíaca, conforme relação descrita a seguir. A relação deve ser de 30 compressões: 2 ventilações, se houver um socorrista; caso mais um socorrista esteja ajudando, esta relação é de 15:2 em crianças. Estudos demonstraram que a qualidade da massagem cardíaca é imprescindí- vel para o retorno da circulação; portanto, a par- tir das recomendações das diretrizes de 2005 e 2010 tem-se dado ênfase à qualidade da técnica da massagem, que deve ser feita da seguinte for- ma:9 - Local: Terço inferior do esterno, evitando o apêndice xifoide ou as costelas. Nas crian- ças abaixo de 1 ano, o local recomendado é 1 cm abaixo da linha inter-mamilar (Figura 7) e nas crianças acima de 1 ano, o local recomendado é na linha inter-mamilar (Figu- ra 8).3 - Profundidade: No mínimo, 1/3 do diâmetro anteroposterior ou 4 cm em lactentes e 5 cm em crianças.3 - Técnica: Em crianças abaixo de 1 ano, a melhor técnica é a aquela que usa os dois polegares com as mãos circundando o corpo; se houver apenas um profissional, pode-se tentar a técnica dos dois dedos (segundo e terceiro dedos da mão). Em crianças maiores, deve-se realizar a massagem com a palma de uma mão (região tênar e hipotênar) na região intermamilar ou com a se- gunda mão por cima. - Frequência da compressão: 100/min. - Relação compressão: ventilação: Como dito anteriormente, deve ser de acordo com o número de socorristas, o conhecimento do socorrista e a faixa etária do paciente. Se os socorristas forem leigos (1 ou 2) ou se for um profissional de saúde sozinho, esta relação será sempre 30:2 para to- das as faixas etárias. Se forem 2 socorristas e um deles for profissional de saúde, esta relação Figura 8: Técnica de massagem cardíaca em crianças maiores de 1 ano. Figura 7: Técnica de massagem cardíaca em lactentes. 228 Medicina (Ribeirão Preto) 2012;45(2): 223-33 http://www.fmrp.usp.br/revistaMatsuno AK. Parada cardíaca em crianças será 15:2 até adolescentes, e 30:2 acima desta faixa etária. A quantidade maior de ventilações na faixa etária pediátrica decorre do fato de que a hipóxia é causa comum de parada cardíaca nes- tes pacientes. - Interromper a massagem cardíaca, o míni- mo possível, apenas durante a ventilação, pois estudos demonstram que toda a vez que se para a massagem cardíaca, ao reiniciá-la, demora-se um tempo para chegar novamente em uma pres- são ótima para a perfusão coronariana (necessá- ria para o retorno da circulação).3 - Trocar as funções de compressor e fornece- dor da ventilação a cada 2 minutos, pois have- rá um cansaço natural do compressor, prejudican- do a qualidade da massagem. Caso haja apenas um socorrista neste cenário (colapso súbito não testemunhado), deve-se fazer um ciclo de RCP (massagens cardíacas e ventilações) por 2 minu- tos antes de chamar o serviço de emergência ou de conseguir um DEA; se houver mais de uma pessoa, deve-se pedir a ela que chame o serviço de resgate ou que busque o DEA imediatamente, após verificar que o paciente está inconsciente.3 Cenário 2. Se o paciente tiver um colapso sú- bito testemunhado e se encontrar com sinais de para- da cardíaca, antes de iniciar a RCP na sequência cita- da anteriormente, deve-se acionar o serviço de emer- gência ou conseguir um DEA, se você estiver sozi- nho. O DEA é programado para avaliar o ECG da vítima e verificar se o ritmo é chocável ou não; se for um ritmo chocável, ele orienta o socorrista em rela- ção ao momento ideal para dar o choque por meio de mensagens sonoras e visuais. Nas novas diretrizes de 2010 sobre o DEA, recomenda-se utilizar um atenuador de carga elétrica pediátrico para crianças de 1 a 8 anos, mas na ausência deste, pode ser utiliza- do o DEA com carga padrão. Em crianças menores de 1 ano, recomenda-se em primeiro lugar a utilização do desfibrilador manual, mas na ausência deste, pode ser utilizado o DEA com atenuador de carga elétrica pediátrico e se caso este também faltar, pode-se usar o DEA com carga padrão. Esta mudança ocorreu, pois não se sabe a carga mínima eficaz nem a carga máxi- ma prejudicial na desfibrilação das crianças, mas sabe- se, por estudos de modelos animais pediátricos, que cargas acima de 4 J/kg (até 9 J/kg) não têm efeitos adversos significativos. 3 Observação: Nos casos de parada cardíaca fora do hospital, se o socorrista for leigo, assim que detectar inconsciência, ausência de respiração ou res- piração agônica da vítima, ele deverá iniciar a massa- gem cardíaca sem verificação do pulso. Suporte avançado de vida No cenário intra-hospitalar, provavelmente o atendimento não será feito por um único profissional. Portanto, assim que se detectar que o paciente apre- senta parada cardíaca, deve-se pedir para que se tra- ga o carrinho de emergência com o desfibrilador e a monitorização e, enquanto isso, inicia-se a RCP. A meta das intervenções terapêuticas é o retorno da circula- ção espontânea, definido como a restauração de rit- mo cardíaco espontâneo (ao monitor é o aparecimen- to de atividade elétrica organizada) com perfusão (pul- sos centrais palpáveis e pressão arterial mensurável). O tratamento dos ritmos de colapso inicia-se sempre com o “CAB”: C- Se houver ausência de pulso central, inicia-se a massagem cardíaca de alta qualidade seguindo as mesmas recomendações anteriormente expostas e depois, faz-se o A e o B. 7 A- Abertura de vias aéreas pelo posicionamento cor- reto da cabeça e aspiração. B- Oferta de oxigênio, que neste caso será através da bolsa-valva e máscara, pois o paciente em parada cardíaca não apresenta respiração espontânea ou quando apresenta, ela é totalmente ineficaz (respi- ração agônica). A intubação orotraqueal deverá ser feita assim que possível, quando diminuir a efetivi- dade da ventilação com bolsa-valva e máscara. O momento adequado para a intubação dependerá da experiência do socorrista, pois ela deve ser fei- ta rapidamente e durante a sua realização, é ne- cessário parar as manobras de RCP. Se dois socorristas estiverem atendendo crian- ças até a adolescência, a relação compressão: venti- lação deve ser 15:2 e em adolescentes e adultos, 30:2. Após a intubação, a maneira como se ventila e mas- sageia muda, deixando de ser sincronizada e passa a ser 8-10 ventilações por minuto (6 segundos entre uma ventilação e outra) e a massagem se torna contínua sem interrupções. Esta mudança se deve a estudos que mostram que durante a parada cardíaca, o fluxo sanguíneo para os pulmões é de somente 25% a 33% do normal; isso significa que durante a ressuscitação é necessário menos ventilação para satisfazer a per- fusão. Medicina (Ribeirão Preto) 2012;45(2): 223-33 http://www.fmrp.usp.br/revista 229 Matsuno AK. Parada cardíaca em crianças As manobras de abertura de vias aéreas e ven- tilação, principalmente na parada cardíaca em crian- ças, cuja principal causa é a hipóxia, são extrema- mente importantes e não podem ser retardadas, pois um estudo recente com pacientes pediátricos mostrou que há melhor desfecho, nestes casos, quando se com- bina a massagem cardíaca com a ventilação do que apenas com a massagem cardíaca. Teoricamente, o início da ventilação não poderá demorar mais que 18 segundos após o início da massagem com um socorrista e se forem dois socorristas, este tempo deverá ser ainda menor (18 segundos é o tempo que o socorrista leva para aplicar 30 compressões, a 100/min). O acesso venoso deve ser estabelecido as- sim que se detectar uma situação de emergência. A prioridade para o estabelecimento do acesso vascular deve ser na seguinte sequência: intravenoso, intraós- seo e endotraqueal.8 - Veia periférica: Este acesso é preferível como primeira tentativa, pois além de ser mais fácil de ser obtido que o acesso central (que precisa de habilidades específicas), durante a sua aquisição não é necessário interromper as manobras de RCP. Caso o paciente já esteja com um acesso central antes do início das manobras de RCP, esta via deve ser utilizada para medicações, porque pos- sibilita início de ação mais rápido e concentra- ções mais elevadas do que a veia periférica. - Via intraóssea: Caso não se consiga o acesso periférico, deve-se dar preferência à via intraós- sea (IO), que pode ser estabelecida em qualquer faixa etária, inclusive nos pacientes adultos. Cons- titui acesso fácil, frequentemente obtido em 30 a 90 segundos, onde podem ser feitos quaisquer ti- pos de medicação ou de fluido administrados nor- malmente por via endovenosa, pois a canulação IO fornece um acesso não colapsável para o plexo venoso da medula óssea. - Via endotraqueal: Deve ser utilizada apenas na impossibilidade de obtenção da via intravenosa ou intraóssea, pois ela possui algumas restrições: 1) Só podem ser administradas medicações lipossolúveis como atropina, naloxona, epinefrina e lidocaína (“ANEL”); 2) a dose ideal da maioria das medicações é desconhecida; 3) a absorção das medicações pela árvore traqueobrônquica é imprevisível e, portanto, seus níveis e efeitos tam- bém serão imprevisíveis; 4) a administração endotraqueal das medicações resulta em níveis sanguíneos inferiores quando se compara com as mesmas doses administradas por via intravenosa ou intraóssea; 5) a dose recomendada de epine- frina por via endotraqueal é dez vezes maior que aquela administrada por via intravenosa e para as outras medicações, é duas a três vezes maior. A técnica de administração consiste em instilar as drogas no tubo traqueal diluídas em 5 ml de solução fisiológica, aplicando-se 5 ventilações com pressão positiva após a instilação. Após a identificação do ritmo pelo ECG, deve- se iniciar o tratamento apropriado de acordo com o tipo de ritmo (chocável ou não-chocável). Tratamento dos ritmos não-chocáveis Constituem ritmos não-chocáveis a assistolia e a AESP. Assim que se detectar a ausência de pulso central, deve-se iniciar a massagem cardíaca de alta qualidade e administrar epinefrina durante as mano- bras de RCP, ou seja, enquanto se faz a massagem cardíaca. A cada 5 ciclos ou 2 minutos de RCP, verifi- ca-se o ritmo. A dose de epinefrina por via intravenosa ou intraóssea é de 0,01 mg/kg ou 0,1 mL/kg da solu- ção 1:10.000 (1 ampola diluída para 10 mL), podendo ser repetida em intervalos de 3 a 5 minutos. A dose pela via endotraqueal deve ser 10 vezes maior, ou seja, 0,1 mg/kg (0,1mL/kg da solução 1:1.000). Não exis- tem benefícios quanto à sobrevivência que justifiquem o uso de altas doses de epinefrina (0,1 a 0,2 mg/kg); isto pode ser até mesmo prejudicial, principalmente em casos de parada hipóxica.10 No entanto, o uso de altas doses pode ser considerado em algumas situa- ções especiais, como na intoxicação por β-bloquea- dores. Ressalta-se que a epinefrina é a única droga indicada na RCP dos ritmos não-chocáveis em crian- ças. Após iniciar a massagem cardíaca, devem-se as- segurar as vias aéreas e fornecer oxigenação rapida- mente. É necessário também tratar as condições re- versíveis associadas a estes ritmos (pensar nos 6Hs e 5Ts). Os ritmos assistolia e AESP nunca devem ser tratados com choque elétrico.3 Tratamento dos ritmos chocáveis Constituem ritmos chocáveis a FV e a TV sem pulso. Inicialmente, faz-se a sequência de massagem cardíaca, abertura das vias aéreas e oxigenação apro- priada.7 Após 5 ciclos ou 2 minutos de RCP, verifica- se o ritmo. Ao chegar o desfibrilador, que no cenário intra- hospitalar provavelmente será um desfibrilador ma- 230 Medicina (Ribeirão Preto) 2012;45(2): 223-33 http://www.fmrp.usp.br/revistaMatsuno AK. Parada cardíaca em crianças nual, faz-se a preparação e a aplicação do choque da seguinte forma:7,8, 11 • Escolha das pás adequadas: Para crianças < 10 kg ou menores de 1 ano recomendam-se pás pe- quenas ou pediátricas, enquanto que para crianças > 10 kg ou maiores de 1 ano, recomenda-se o uso de pás grandes ou de adultos. Os locais apropria- dos para a colocação das pás são o lado superior direito do tórax, abaixo das clavículas e à esquerda do mamilo esquerdo, na linha axilar anterior (no ápice do coração); as pás devem estar distantes pelo menos 3 cm e nunca devem se tocar. Caso só este- jam disponíveis pás de tamanho grande e seja ne- cessário desfibrilar uma criança menor de 10 kg, deve-se utilizar uma posição alternativa, que con- siste em colocar uma pá na região anterior do tórax (à esquerda do esterno) e a outra posterior, nas cos- tas. • Podem-se utilizar pás autoadesivas ou conven- cionais. Caso sejam utilizadas pás convencionais, deve-se colocar gel, pasta ou creme condutor entre as pás e a pele do paciente para reduzir a impedância transtorácica. As pás NÃO DEVEM SER embebi- das em solução salina ou gel para ultrassom, muito menos em compostos à base de álcool. • A desfibrilação não deve ser sincronizada. • Escolher a carga: Inicialmente deve ser de 2 J/kg. • Colocar as pás na posição adequada. • Carregar o aparelho. • Para garantir a segurança da desfibrilação, deve- se realizar uma verificação visual do paciente e da equipe de ressuscitação, avisando com voz firme e forte antes de cada choque: “Vou aplicar o cho- que no três: um, estou fora (afastado do contato físico com o paciente, com a maca e com outro equipamento; dois, vocês estão fora; e três, oxi- gênio fora (que deve estar fora da área ao redor do tórax durante a desfibrilação).” Há outras si- tuações especiais, além do uso de oxigênio, que exi- gem cuidados durante a desfibrilação: se o paciente estiver molhado, ele deve ser secado; na presença de marca-passo, deve-se colocar as pás a 2,5 cm de distância dos dispositivos; e na presença de me- dicamentos em adesivos transdérmicos, as pás não devem ser colocadas diretamente sobre estes ade- sivos (se necessário, devem ser removidos). • O tempo desde o preparo do desfibrilador até a ad- ministração do choque não deve ultrapassar 10 se- gundos; enquanto se prepara a desfibrilação, deve- se continuar a RCP. Após aplicação do choque, reiniciam-se imediatamente as manobras de ressus- citação, começando pela massagem cardíaca, que deve ser feita por dois minutos. Subsequentemente, verifica-se o pulso central e o ritmo, e se este ainda for chocável, prepara-se para um novo choque com 4 J/kg. A partir do terceiro choque, esta carga será de 4 J/kg, ou poderá ser aumentada até 9 J/kg, de- vendo-se considerar a administração de epinefrina. • Administração de medicamentos: Assim que se detecta que o ritmo chocável não reverteu após o primeiro choque e dois minutos de RCP, deve-se administrar epinefrina. Embora não tenha sido de- terminado um momento exato para a administração de epinefrina, recomenda-se que ela deva ser feita durante as compressões torácicas ou imediatamen- te antes do início das compressões, pois a droga deve “circular” para agir. As doses da epinefrina são as mesmas utilizadas no tratamento dos ritmos não-chocáveis. • Outras medicações: Logo após o segundo choque, inicia-se a massagem cardíaca e faz-se a RCP por dois minutos, verificando-se novamente o pulso e o ritmo. Se a TV sem pulso ou a FV ainda persisti- rem, prepara-se um novo choque com 4 J/kg, po- dendo-se usar novamente a epinefrina ou algum antiarrítmico como amiodarona, lidocaína ou sul- fato de magnésio (para torsades de pointes), cujas doses recomendadas são: Amiodarona 5 mg/kg IV ou IO (dose máxima única 300 mg); lidocaína 1mg/ kg IV ou IO, sendo que por via endotraqueal deve ser feita 2-3 vezes esta dose; sulfato de magnésio 25 a 50 mg/kg IV ou IO, dose única máxima de 2 g. O algoritmo da parada sem pulso encontra-se na Figura 9. Motivos da mudança da abordagem “ABC” para “CAB” Durante a parada cardíaca, a RCP de alta qua- lidade e, particularmente as compressões torácicas são essenciais para enviar fluxo sanguíneo para os órgãos vitais e, desta forma, fazer com que retorne a circula- ção espontânea. Os argumentos a favor de começar pela massagem cardíaca são os seguintes: 1) A maio- ria das paradas cardíacas ocorre em adultos e o ritmo mais frequente é a fibrilação ventricular, em que a compressão torácica é mais importante que a ventila- ção; estes casos têm um melhor desfecho quando a massagem cardíaca se inicia o mais precocemente possível. 2) Para todos os socorristas é mais fácil e rápido iniciar com a massagem cardíaca, do que ini- Medicina (Ribeirão Preto) 2012;45(2): 223-33 http://www.fmrp.usp.br/revista 231 Matsuno AK. Parada cardíaca em crianças *Se assistolia, vá para a Caixa 10 *Se atividade elétrica, cheque o pulso. Se não houver pulso, vá para a Caixa 10 *Se houver pulso, inicie cuidados pós- ressuscitação Vá para a Caixa 4 PARADA SEM PULSO Algoritmo de BLS: “CAB”: C – Iniciar a massagem cardíaca, A – Vias aéreas e B – Ventilação. Conecte o monitor/desfibrilador, quando disponível Chocável Cheque o ritmo Não Chocável Ritmo Chocável ? FV/TV Assistolia/AESP Dê 1 choque *Manual: 2 J/kg *DEA: todas as idades Use sistema pediátrico, se disponível, até 8 anos Reinicie a RCP imediatamente Reinicie a RCP imediatamente Dê epinefrina *IV/IO: 0,01 mg/kg (1:10.000: 0,1 mL/kg) *Tubo endotraqueal: 0,1 mg/kg (1:1.000: 0,1 mL/kg) Repita a cada 3 a 5 min Faça 2 minutos de RCP Cheque o ritmo Ritmo Chocável ? Cheque o ritmo Ritmo Chocável ? Não Chocável Chocável Não Chocável Chocável Continue a RCP enquanto o desfibrilador carrega Aplique 1 choque * Manual: 4 J/kg * DEA: todas a idades Reinicie a RCP imediatamente Dê epinefrina * IV/IO: 0,01 mg/kg (1:10.000: 0,1 mL/kg) * Tubo endotraqueal: 0,1 mg/kg (1:1.000: 0,1 mL/kg) Repita a cada 3 a 5 minutos Faça 2 minutos de RCP Cheque o ritmo Ritmo Chocável ? Não Chocável Chocável Faça 2 minutos de RCP Continue a RCP enquanto o desfibrilador carrega Aplique 1 choque *Manual: 4 J/kg *DEA: todas as idades Reinicie a RCP imediatamente Considere antiarrítmicos (p.ex., amiodarona 5 mg/kg IV/IO ou lidocaína 1 mg/kg IV/IO) Considere magnésio 25 a 50 mg/kg IV/IO, máx 2 g para torsades de pointes Aplique 2 minutos de RCP*, vá para a Caixa 5 acima Durante a RCP * Comprima forte e rápido (100/min) * Garanta o retorno completo do tórax * Minimize as interrupções nas compressões torácicas * Um ciclo de RCP: 15 compressões e 2 ventilações: 5 ciclos ~ 1 a 2 min * Evite hiperventilação * Assegure a via aérea e confirme a posição * Após assegurar a via aérea, os socorristas não mais realizam “ciclos” de RCP Faça compressões torácicas contínuas sem pausas para ventilar. Faça 8 a 10 ventilações por minuto Cheque o ritmo a cada 2 minutos * Rodizie o compressor a cada 2 min, na verificação do ritmo Algoritmo de Parada sem Pulso do PALS Procure e trate possíveis causas associadas: - Hipovolemia - Hipóxia - Hidrogênio (acidose) - Hipo/hipercalemia - Hipoglicemia - Hipotermia - Tóxicos - Tamponamento cardíaco - Tensão no tórax (pneumotórax) - Trombose coronária - Trombose pulmonar Figura 9: Algoritmo de Parada sem Pulso do PALS 1 2 3 9 4 5 6 10 12 11 13 7 8 232 Medicina (Ribeirão Preto) 2012;45(2): 223-33 http://www.fmrp.usp.br/revistaMatsuno AK. Parada cardíaca em crianças ciar com as manobras de abertura de vias aéreas e técnicas de ventilação; em muitos casos, houve retardo do início da massagem em decorrência de dificuldade técnica nos primeiros passos. 3) Ainda não se sabe se para as crianças, esta sequencia “CAB” tem diferen- ças em relação à abordagem antiga “ABC”, mas ela está sendo recomendada
Compartilhar