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Sistema cardiovascular de grandes animais - Coração: bombear sangue > organismo e si mesmo; - Veias: sistema coletor sanguíneo > chegam ao coração; - Artérias: sistema distribuidor sanguíneo > partem do coração. Principal artéria é a aorta; - Capilares: transporte + lento, possibilitando difusão de gases e filtração de substâncias; - Sangue: transportar O2, hormônios, nutrientes e substâncias químicas e excretas > subprodutos do metabolismo celular > eliminados e/ou metabolizados via renal ou hepática. - 4 câmaras: 2 átrios e 2 ventrículos; - Sangue não se misturam; - Câmaras separadas, porém ligadas por ductos; - Sangue entra pela veia cava superior e inferior > AD > VD; - Válvula tricúspide evita que o sangue reflua/volte ao AD; - Sangue bombeado para os pulmões pela artéria pulmonar; - Após feita a hematose nos pulmões, sangue volta pelas veias pulmonares e vai para o AE; - Válvula mitral ou bicúspide impede que o sangue reflua, indo para o VE e vai para a circulação pela artéria aorta; - Falha no funcionamento de uma válvula > ocorre refluxo de uma quantidade de sangue, acarretando transtornos ao coração. Funções básicas do sistema cardiovascular: - Propiciar hematose: · Eliminar CO2, produzido pelo organismo; · Captação de O2 do ar inspirado para ser transportado pelo sangue até os tecidos. Exame clínico - Identificação/resenha; - Anamnese/histórico; - Exame físico. Exame físico geral - Parâmetros vitais (FC, FR, T°); - Coloração das mucosas aparentes e Tempo de Perfusão Capilar (TPC); - Grau de desidratação; - Linfonodos palpáveis; - Motilidade intestinal/movimentos ruminais. - Auscultação é o principal método semiológico. Frequência cardíaca – BPM: - Equinos > 28 a 40bpm; - Bovinos > 60 a 80bpm; - Ovinos > 90 a 115bpm; - Caprinos > 95 a 120bpm. - Parâmetro sofre alterações decorrente à temperatura ambiente > precisa estar em uma área sombreada, tranquila, que não seja fonte de estresse para o animal. Envolvimento do sistema circulatório - Informações identificadas, suspeita de que pode haver alteração no sistema cardiovascular; - Cansaço fácil, queda de performance e intolerância ao exercício; - Arritmia (ausência de ritmo), pulso irregular, dilatação da veia jugular (bovinos > veia mamária); - Taquicardia, taquipneia e febre recidivante; - Fraqueza geral, decúbito, perda parcial de apetite ou anorexia; - Edema peito, barbela ou pescoço, abdômen (ventral) e, ocasionalmente, membros (torácicos); - Mucosas cianóticas ou pálidas; - Morte súbita. Inspeção direta Avaliação física e comportamental - Edema (acúmulo de líquido no espaço intersticial > sinal de Godet); - Pulso venoso positivo; - Abdução/abertura dos membros torácicos; - Avaliação das mucosas aparentes. Exame das mucosas Avaliação da coloração: - Quantidade e qualidade do sangue circulante; - Trocas gasosas; - Presença ou não de hemoparasitas; - Função hepática adequada; - Medula óssea e outros fatores; - Úmidas e brilhantes; - Tonalidade > róseo-claro. Mucosas pálidas: - Hipoperfusão ou anemia. Mucosas cianóticas: - Distúrbio de hematose; - Torna o animal hipercapneico (aumento e acúmulo de CO2); - Pulmões, também problemas cardíacos/vascular. Observação: - Averiguar se o animal apresenta ou não anemia: · Trocas gasosas e transporte de O2 deficientes > hipercapneico (aumento de CO2); - Avaliar se o animal está desidratado ou em choque: · Diminuição da pressão sanguínea e consequentemente diminuição da perfusão tecidual > acúmulo de CO2 nos tecidos periféricos. Avaliação do estado circulatório periférico: - TPC (Tempo de Perfusão Capilar): avaliar o estado hídrico do animal e volemia. - Varia de 1 a 2 segundos; - O aumento do TPC normalmente está associado a diminuição do volume circulante (desidratação ou em choque). Avaliação dos vasos sanguíneos - Avaliação do pulso jugular (veia); - Quem tem pulso é a artéria, se veia apresenta pulso, algo está errado. Patológica: - Desde a entrada do tórax > direção à mandíbula, durante a fase sistólica (contração > expulsão de sangue) ventricular (seguida à 1ª bulha). Pulso jugular: - Resulta em regurgitação sanguínea pela válvula tricúspide > não oclui totalmente a passagem de sangue do ventrículo para o átrio direito > insuficiência da válvula atrioventricular direita; - Como a válvula não impede o retorno sanguíneo do ventrículo para o átrio: · Regurgitação de sangue para a veia jugular > formação de onda pulsátil nessa veia > movimentação pulsátil na pele. - Não confundir com pulso percebido no sulco da veia jugular na entrada do tórax, mais decorrente da pulsação da artéria carótida que está abaixo da jugular. - Quando se pressiona a veia jugular, próximo à entrada do tórax, abole-se o pulso da jugular (interrompe o fluxo de sangue) se ele for positivo (patológico). Inspeção indireta - Auscultação/palpação; - Exame radiográfico; - Exame ecocardiográfico (ultrassom) associado ou não ao Doppler > avaliação do fluxo sanguíneo, seu sentido, direção e velocidade. Auscultação cardíaca - Importância na avaliação clínica do animal; - Diagnóstico de distúrbios cardíacos ou detecção de arritmias, sopros, desdobramentos de bulha etc.; - Realizada com ausculta pulmonar em casos de suspeita de problemas respiratórios. Bovinos e pequenos ruminantes: - 3° e 5° EIC (Espaço InterCostal); - A inserção do pericárdio no esterno ocorre na altura da 6ª costela. Equinos: - 3° e 6° EIC; - A inserção do pericárdio no esterno ocorre no nível da 7ª costela. - Avaliar: FC, ritmo cardíaco, bulhas, ruídos anormais (sopros), patológicos ou não; - Qualidade do som é importante. Focos de ausculta: - Pulmonar; - Aórtico; - Mitral; - Tricúspide; - Em animais hígidos: FC = pulso arterial; - Principais ruídos cardíacos: 1ª e 2ª bulha. Bulhas cardíacas: - Vibrações sonoras produzidas pelo coração, geradas por eventos mecânicos. Primeira bulha (S1): - Fechamento das válvulas atrioventriculares esquerda (mitral) e direita (tricúspide); - Distensão das cordoalhas tendíneas (estruturas filamentosas que ligam as válvulas ao coração); - Ruído muscular da contração ventricular (início da fase sistólica). Segunda bulha (S2): - Fechamento das válvulas semilunares pulmonar e aórtica; - Ruído diastólico (movimento de relaxamento do coração, se preenchendo novamente de sangue, garantindo a volemia). Terceira bulha: - Confundida com desdobramento de S2. Quarta bulha: - Confundida com desdobramento de S1. OBS: - Sopros: alterações de fluxo sanguíneo pelas câmaras e válvulas cardíacas > turbulência no fluxo > propagação pelos tecidos adjacentes e transmissão à superfície corporal. Palpação do pulso arterial Avaliação do pulso arterial: - Facial “(“submandibular”) em equinos e ruminantes; - Femoral em pequenos ruminantes, bezerros e potros; - Digital palmar em equinos; - Caudal (“coccígea”) em bovinos. Frequência: pulso > bradisfigmia (diminuição), normosfigmia (normal) ou taquisfigmia (aumento); Ritmo: regular ou irregular; Tensão: fraco ou forte; Plenitude: capacidade de perceber o preenchimento do vaso pela quantidade sanguínea > filiforme, normal ou cheio. Frequência de pulso: Percussão - Dolorosa, avaliar a sensibilidade da região à percussão; - Resposta do animal será com desconforto; - Bovinos: sensibilidade dolorosa aumentada na região do coração e xifoide em casos de reticulopericardite traumática (animal com perfuração de um corpo estranho no retículo, perfurando também o pericárdio, chegando ao saco pericárdio > leva ao acúmulo de líquido, quadro inflamatório leva à sinais clínicos > sensibilidade dolorosa aumentada nessa região, que corresponde ao xifoide e à área precordial) - “Prova do pau” > se houver reticulopericardite, há o desconforto do animal. Exames complementares - Exame radiográfico; - Exame eletrocardiográfico/ecocardiográfico; - Exame anatomopatológico.
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