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Antony Sutton - Wall Street e a Ascensão de Hitler

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WALL STREET E A ASCENSÃO DE 
HITLER 
 
ANTONY C. SUTTON 
 
Finalmente, um estudioso penetrou no 
acobertamento da falsidade, decepção e 
duplicidade que por mais de trinta anos tem 
protegido um dos mais incríveis segredos da 
Segunda Guerra Mundial: o apoio de 
financistas chaves de Wall Street e outros 
banqueiros internacionais no subsídio da 
ascensão de Hitler ao poder. 
 
O Professor Antony C. Sutton prova que a 
Segunda Guerra Mundial foi não somente 
inevitável, como foi extremamente lucrativva − 
para um seleto grupo de financistas insiders. 
 
Cuidadosamente, traçando este muito bem 
guardado segredo através de documentos 
originais e testemunhas oculares, Sutton 
conclusivamente estabelece sua tese: “A 
contribuição feita pelo capitalismo americano 
às preparações de guerra da Alemanha só 
pode ser descrita como fenomenal. Ela foi 
certamente crucial à capacidade militar da 
Alemanha”. 
 
E este diligente pesquisador continua: “Não foi 
somente um setor influente dos negócios 
americanos conhecedor da natureza do 
Nazismo, mas para seus próprios objetivos 
apoiaram o Nazismo sempre que possível (e 
lucrativo) − com total conhecimento de que o 
provável resultado seria guerra envolvendo a 
Europa e os Estados Unidos.” 
 
Aqui está o registro totalmente documentado 
do papel de J. P. Morgan, T. W. Lamont, os 
interesses de Rockefeller, General Electric 
Company, Standard Oil, National City Bank, 
os bancos Chase e Manhattan, Kuhn Loeb and 
Company, General Motors, a Ford Motor 
Company e outros bem sucedidos homens de 
negócios elitistas, no apoio financeiro à mais 
sangrenta e destrutiva guerra da história. 
 
A publicação de Wall Street e a Ascensão de 
Hitler, marca o término da trilogia do 
Professor Sutton sobre o papel de insiders 
americanos corporativos no financiamento do 
socialismo internacional. 
 
Seu novo livro por certo detonará inflamadas 
negações e acalorados debates. Wall Street e a 
Ascensão de Hitler torna todos os prévios livros 
sobre Segunda Guerra Mundial obsoletos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
WALL STREET E A 
ASCENSÃO DE HITLER 
 
 
ANTONY C. SUTTON 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Dedicatória 
Dedicado à memória de Floyd Paxton − empreendedor, 
 inventor, escritor e Americano, o qual acreditava em, e 
 trabalhava para, os direitos individuais em uma 
sociedade livre sob a Constituição. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CONTEÚDO 
 
Prefácio.................................................................................................................... 
 
Introdução 
Facetas Inexploradas do Nazismo........................................................................... 
 
PARTE 1: Wall Street Constrói a Indústria Nazi 
 
Capítulo 1 
Wall Street Pavimenta o Caminho para Hitler........................................................ 
1924: O Plano Dawes............................................................................................... 
1928: O Plano Young............................................................................................... 
BIS − O Clímax do Controle.................................................................................. 
Construindo os Cartéis Alemães.............................................................................. 
 
Capítulo 2 
O Império da IG Farben.......................................................................................... 
O Poder Econômico da IG Farben........................................................................... 
Polindo a Imagem da IG Farben.............................................................................. 
A American IG Farben............................................................................................. 
 
Capítulo 3 
A General Electric Financia Hitler.......................................................................... 
A General Electric na Alemanha de Weimar........................................................... 
A General Electric e o Financiamento de Hitler...................................................... 
Cooperação Técnica com a Krupp........................................................................... 
 AEG Evita Bombardeio na Segunda Guerra Mundial............................................. 
 
Capítulo 4 
A Standard Oil Abastece a Segunda Guerra Mundial............................................. 
Chumbo Etílico para a Wermacht............................................................................ 
Standard Oil e a Borracha Sintética......................................................................... 
Deutsche-Amerikanische Petroleum AG................................................................. 
 
Capítulo 5 
A ITT Trabalha para os Dois Lados da Guerra...................................................... 
O Barão Kurt von Schröder e a ITT......................................................................... 
Westrick, Texaco e ITT........................................................................................... 
A ITT em Tempo de Guerra na Alemanha.............................................................. 
 
PARTE 2: Wall Street e os Fundos para Hitler 
 
Capítulo 6 
Henry Ford e os Nazis.............................................................................................. 
Henry Ford: Primeiro Banqueiro Estrangeiro de Hitler........................................... 
Henry Ford Recebe uma Medalha Nazi................................................................... 
Ford Suporta o Esforço de Guerra Alemão.............................................................. 
 
Capítulo 7 
Quem Financiou Adolf Hitler?................................................................................ 
Alguns Antigos Suportes de Hitler.......................................................................... 
Fritz Thyssen e a W. A. Harriman Company.......................................................... 
 
Fanciamento de Hitler nas Eleições de 1933........................................................... 
As Contribuições Políticas de 1933......................................................................... 
 
Capítulo 8 
Putzi: Amigo de Hitler e de Roosevelt..................................................................... 
O Papel de Putzi no Incêndio do Reichstag............................................................. 
O New Deal de Roosevelt e a Nova Ordem de Hitler............................................. 
 
Capítulo 9 
Wall Street e o Círculo Interno Nazi........................................................................ 
O Círculo de Amigos da SS..................................................................................... 
IG Farben e o Círculo Keppler................................................................................ 
Wall Street e o Círculo SS....................................................................................... 
 
Capítulo 10 
O Mito de “Sidney Warburg”.................................................................................. 
Quem foi “Sidney Warburg”?................................................................................. 
Sinopse do Suprimido Livro “Warburg”................................................................. 
Declaração Juramentada de James Paul Warburg................................................... 
Algumas Conclusões sobre a Estória “Warburg”.................................................... 
 
Capítulo 11 
Colaboração Wall Street-Nazi na Segunda Guerra Mundial.................................. 
American IG na Segunda Guerra Mundial.............................................................. 
Culpados por Crimes de Guerra?............................................................................. 
 
Capítulo 12 
Conclusões...............................................................................................................A Dispersa Influência de Banqueiros Internacionais............................................... 
São os Estados Unidos Dirigidos por Uma Elite Ditatorial?... 
A Elite de Nova York como Força Subversiva........................................................ 
A Lenta Emergência da Verdade Revisionista......................................................... 
 
Apêndice A 
Programa do Nacional Socialismo Alemão............................................................. 
Partido dos Trabalhadores........................................................................................ 
 
Apêndice B 
Declaração Juramentada de Hjalmar Schacht........................................................ 
 
Apêndice C 
Movvimentação da Conta “Nationale Treuhand”.................................................. 
 
Apêndice D 
Carta do Departamento de Guerra dos Estados Unidos à Ethyl Corporation....... 
 
Apêndice E 
Ercerto do Diário de Morgenthau (Alemanha)....................................................... 
 
Notas ....................................................................................................................... 
 
Bibliografia.............................................................................................................. 
 
 
PREFÁCIO 
 
Este é o terceiro e último volume de uma trilogia que descreve o papel de socialistas corporativos 
americanos, conhecidos também por Elite Financista de Wall Street ou por Establishment Liberal da 
Costa Leste (Eastern Liberal Establishment) em três significantes eventos históricos do século XX: 
a Revolução de Lênin-Trotsky na Rússia em 1917, a eleição em 1933 de Franklin Delano Roosevelt 
nos Estados Unidos e a subida ao poder em 1933 de Adolf Hitler na Alemanha. 
 
Cada um destes eventos introduziu alguma variante de socialismo num grande país − Isto é, 
socialismo Bolchevista na Rússia, socialismo New Deal nos Estados Unidos e Nacional-Socialismo 
na Alemanha. 
 
Trabalhos acadêmicos contemporâneos, talvez com a única exceção de Tragedy and Hope 
(Tragédia e Esperança) de Carroll Quigley, ignoram esta evidência. Por outro lado, é 
compreensível que universidades e organizações de pesquisa, dependentes de ajuda financeira por 
parte de fundações controladas por esta mesma elite financista de Nova York, dificilmente 
apoiariam e publicariam pesquisas sobre estes aspectos de políticas internacionais. Aos financistas 
não é conveniente cortar a mão que alimenta suas organizações. 
 
Está também eminentemente claro pela evidência mostrada nesta trilogia que, “homens de negócios 
com espírito público” não viajam à Washington como lobistas e administradores com o propósito 
de servir aos Estados Unidos. Eles estão em Washington para servir à maximização de seus próprios 
lucros e interesses. Seus objetivos não são aumentar a competitividade, economia de livre mercado, 
mas manipular um regime politizado, chame a isto o que quizer, para suas próprias vantagens. 
 
É sobre a manipulação de negócios na ascensão de Hitler ao poder em março de 1933 o tópico deste 
livro. 
 
 
Antony C. Sutton 
 
Julho de 1976 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
INTRODUÇÃO 
 
FACETAS INEXPLORADAS DO NAZISMO 
 
Desde o início dos anos 20, relatórios desprovidos de conteúdo têm circulado, com relação ao fato 
de que não somente industriais alemães, mas também financistas de Wall Street, tiveram algum 
papel na trama − possivelmente papel substancial − de ascensão de Hitler e do Nazismo. Este livro 
apresenta evidências previamente não publicadas, uma grande quantidade de registros dos Tribunais 
Militares de Nuremberg (Nuremberg Military Tribunals), que suportam esta hipótese. Contudo, o 
impacto total desta evidência não pode ser visto pela leitura apenas deste livro. Dois livros prévios 
desta série, Wall Street and the Bolshevik Revolution (Wall Street e a Revolução Bolchevista) e Wall 
Street and FDR (Wall Street e FDR) (FDR = Franklin Delano Roosevelt − N.T.), descreveram as 
tramas das mesmas empresas, e sempre os mesmos indivíduos e seus membros diretores, 
trabalhando duro na manipulação e assistência da Revolução Bolchevista na Rússia em 1917, 
suportando Franklin Delano Roosevelt para a Presidência dos Estados Unidos em 1933, assim como 
ajudando a ascensão de Hitler na Alemanha pré-guerra. Em resumo, este livro é parte de um estudo 
mais extenso sobre a ascensão do moderno socialismo e do corporativismo socialista. 
 
Este grupo politicamente ativo de Wall Street é mais ou menos o mesmo círculo elitista conhecido 
geralmente entre os conservadores como “Establishment Liberal”, entre os liberais (por exemplo, G. 
William Domhof) como “Classe Dirigente”, e entre os teóricos da conspiração como Gary Allen e 
Dan Smoot como “Insiders (os que agem por dentro − N. T.)”. Mas qualquer que seja a forma pela 
qual designemos este auto-perpétuo grupo elitista, é visível sua fundamental significância na 
determinação dos relacionamentos mundiais, num nível muito escondido e acima daquele dos 
políticos eleitos. 
 
A influência e o trabalho deste mesmo grupo na ascensão de Hitler e da Alemanha Nazista é o 
tópico deste livro. Esta é uma área de pesquisa histórica quase totalmente inexplorada pelo mundo 
acadêmico. É um campo minado para os desatentos e descuidados, não alertas aos intrincados 
procedimentos de pesquisa. Os soviéticos, há muito que acusam os banqueiros de Wall Street de 
suportarem o fascismo internacional, mas seus próprios registros de acuidade histórica dificilmente 
emprestam às suas acusações muito crédito no Ocidente, e eles, é claro, não criticam o suporte para 
o seu próprio tipo de fascismo. 
 
Este autor enquadra-se num campo diferente. Previamente acusado de ter sido excessivamente 
crítico sobre o regime soviético e o socialismo doméstico (nos Estados Unidos − N. T.), ignorando 
Wall Street and the Rise of Hitler (Wall Street e a Ascensão de Hitler), este livro, esperamos, 
corrigirá um desequilíbrio filosófico incorreto e assumido, e enfatizará o real problema: qualquer 
que seja a forma de designar sistema coletivista − nacionalismo soviético, socialismo New Deal, 
socialismo corporativo, ou nacional-socialismo − é o cidadão médio, a pessoa comum, que 
realmente perde para as pessoas que dirigem as operações do topo. Cada sistema em sua própria 
forma é um sistema de pilhagem, um dispositivo organizacional para que cada um viva (ou tente 
viver) às custas de outro, enquanto os líderes elitistas, os dirigentes e políticos, escalpelam a melhor 
parte. 
 
A trama desta elite de poder americana na ascensão de Hitler poderia também ser vista em conjunto 
com um aspecto pouco conhecido do Hitlerismo, somente agora sendo explorado: as origens 
místicas do Nazismo, e suas relações com a Sociedade Thule e com outros grupos conspiracionais. 
Este autor não é especialista em ocultismo ou conspiração, mas é óbvio que as origens místicas, as 
raízes históricas neo-pagâs do Nazismo, os Iluminados da Bavária (Bavarian Illuminati) e a 
Sociedade Thule (Thule Society), são áreas relativamente desconhecidas a serem exploradas por 
 
pesquizadores tecnicamente competentes. Alguma pesquisa já foi escrita em francês; provavelmente 
a melhor introdução em inglês é a tradução de Hitler e la Tradicion Cathare (Hitler e a Tradição 
Cátara) por Jean-Michel Angebert (Publicado em inglês como The Occult and the Third Reich – 
The Mystical Origins of Naziism and the Search for the Holy Grail [O Ocultismo e o Terceiro 
Reich-As Origens Místicas do Nazismmo e a Busca do Santo Graal], New York: The Macmillan 
Company, 1974. Veja também de Reginald H. Phelps, Before Hitler Came: Thule Society and 
Germanen Orden [Antes da Vinda de Hitler: Sociedade Thule e a Ordem Germânica] no Journal of 
Modern History (Jornal de História Moderna), Setembro de 1963, No. 3). 
 
Angebert revela a cruzada de 1933 do membro da Schutzstaffel [SS], Otto Hahn, na busca do Santo 
Graal, o qual estava supostamente localizado na fortaleza cátara de Montesegur, nosul da França. 
Os primeiros da hierarquia Nazi (Hitler e Himmler, como também Rudoph Hess e Rosenberg) 
foram levados a uma teologia neo-pagã, em parte associada com a Sociedade Thule, cujos ideais 
eram muito chegados aos daqueles dos Iluminados da Bavária. Esta foi uma força submersa 
dirigindo ocultamente o Nazismo, com um poder místico muito seguro no coração da fé SS 
(Schutzstaffel). Nossos historiadores contemporâneos do establishment, dificilmente mencionam 
estas origens ocultas; consequentemente, eles perdem um elemento igualmente tão importante 
quanto as origens financeiras do nacional-socialismo. 
 
Em 1950, James Stuart Martin, publicou um livro muito lido, All Honorable Man (Todos os 
Homens Respeitáveis), descrevendo suas experiências como Chefe da Seção Econômica de Guerra 
(Chief of the Economic Warfare Section) do Departamento de Justiça, investigando a estrutura da 
indústria Nazi. Martin declara que homens de negócios americanos e britânicos indicaram-se a si 
mesmos para posições chaves nesta investigação pós-guerra para distrair, obstruir e camuflar a 
investigação dos industriais Nazis e assim manter escondido seu próprio envolvimento. Um 
funcionário britânico foi sentenciado por corte marcial à dois anos na cadeia, por proteger um Nazi, 
e muitos oficiais americanos foram removidos de suas posições. Por que homens de negócios 
americanos e britânicos queriam proteger homens de negócios Nazi? Em público eles 
argumentaram que estes eram meramente homens de negócios alemães que não tinham nada a ver 
com o regime Nazi e eram inocentes de cumplicidade nas conspirações Nazi. Martin não explora 
estas explicações em profundidade, mas está obviamente insatisfeito e cético acerca do caso. A 
evidência sugere que houve combinação de esforços não somente para proteger homens de negócios 
Nazi, mas também para proteger elementos colaboradores dos negócios americanos e britânicos. 
 
Os homens de negócios alemães poderiam ter revelado muitos fatos desconfortáveis. Por proteção, 
em resposta, eles disseram muito pouco. Não é coincidência, indubitavelmente, que os industriais 
de Hitler no julgamento de Nuremberg tenham recebido menos que uma algema no pulso. Nós 
leventamos a questão, se não seria o caso do julgamento de Nuremberg não ter sido fiel à 
Washington − com alguns proeminentes homens de negócios dos Estados Unidos assim como 
homens de negócios Nazi atrás das grades. 
 
Dois excertos de fontes contemporâneas introduzirão e sugerirão o tema a ser expandido. O 
primeiro excerto vem dos próprios registros de FDR (Franklin Delano Roosevelt − N. T.). O 
embaixador americano na Alemanha, William Dodd, escreveu de Berlim para FDR em 19 de 
outubro de 1936 (três anos depois de Hitler chegar ao poder), com respeito a industriais americanos 
e sua ajuda aos Nazis: 
 
Tanto mais eu acredito em paz como nossa melhor política, tanto menos eu posso evitar 
os medos os quais Wilson enfatizou mais de uma vez em conversações comigo, em 15 
de agosto de 1915 e depois: a quebra da democracia em toda a Europa será um desastre 
para o povo. Mas o que pode você fazer? No presente momento, mais de uma centena de 
corporações americanas têm subsidiárias aqui ou entendimentos corporativos. A DuPont 
 
tem três aliadas na Alemanha que estão ajudando nos negócios de armamento. Sua aliada 
chefe é a IG Farben Company, a qual é parte do governo e que doa 200.000 marcos por 
ano para uma organização de propaganda que opera na opinião americana. A Standard 
Oil Company (sub-companhia de Nova York) enviou dois milhões de dólares para cá em 
dezembro de 1933 e tem feito envios de 500.000 dólares por ano na ajuda aos alemães na 
fabricação de gás Ersatz com finalidades bélicas; mas a Standard Oil não pode retirar 
seus lucros para fora do país exceto em mercadorias. Eles fazem pouco disto, relatam 
seus investidores em casa, mas não explicam os fatos. O presidente da International 
Harvester Company disse-me que seus negócios aqui cresceram 33% ao ano (manufatura 
de armas, acredito eu), mas eles não podem retirar nada do país. Até mesmo nosso 
pessoal de aviões tem arranjos secretos com a Krupp. A General Motors Company e 
Ford fazem negócios enormes (sic) aqui, através de suas subsidiárias e não retiram 
nenhum lucro para fora do país. Eu menciono estes fatos porque eles complicam as 
coisas e aumentam o perigo de guerra. 
 
Segundo, uma citação do diário do mesmo embaixador dos Estados Unidos na Alemanha. O leitor 
deve ter em mente que um representante da citada Vacuum Oil Company − assim como 
representantes de outra firma americana Nazi-suportada − foram indicados para a Comissão de 
Controle do pós-Guerra para desnazificar os Nazis: 
 
23 de janeiro. Quinta-feira. Nosso representante comercial da embaixada trouxe o Dr. 
Engelbrecht, chairman da Vacuum Oil Company a Hamburgo para ver-me. Engelbrecht 
repetiu o que tinha dito um ano antes: “A Standard Oil Company of New Jersey, a 
companhia mãe da Vacuum, tem gasto 10 milhões de marcos na Alemanha, tentando 
encontrar fontes de óleo e construindo uma grande refinaria perto de Hamburg Harbor”. 
Engelbrecht está ainda perfurando poços, e encontrando um bom meio de arranjar óleo 
cru na região de Hanover, mas ele não espera grandes depósitos. Ele espera que o Dr. 
Schacht subsidie sua companhia como ele faz com algumas companhias alemães que não 
têm encontrado óleo cru. A Vacuum gasta tudo que lucra aqui, emprega 1.000 homens e 
nunca envia para casa qualquer quantia de seu dinheiro. Eu poderia não encorajar-lhe... 
 
E mais: 
 
Estes homens estiveram fora do prédio antes do advogado vir novamente para relatar 
suas dificuldades. Eu não pude fazer nada. Contudo, perguntei a ele: Por que a Standard 
Oil Company of New Jersey enviou para cá em dezembro de 1933, 1 milhão de dólares 
para ajudar os alemães na fabricação de gasolina derivada de carvão macio (betuminoso) 
para emergências de guerra? Por que o pessoal da Interrnational Harvester continua a 
fabricar na Alemanha quando suas companhias não retiram lucro do país e quando 
falharam em coletar suas perdas de guerra? Ele entendeu minha dúvida e concordou que 
parecia loucura e que aquilo somente significaria perdas maiores se outra guerra 
terminasse perdida. 
 
A aliança entre a força política Nazi e os “Big Business” americanos bem podem ter parecido 
loucura para o embaixador Dodd e o procurador questionado por ele. Na prática, é claro, “Big 
Business” pode ser qualquer coisa, menos loucura quando ele vem para promover seus próprios 
interesses. Investimentos na Alemanha Nazi (similares a investimentos na União Soviética) foi um 
reflexo de altas políticas, com muito mais do que lucros imediatos em jogo, mesmo que os lucros 
não pudessem ser repatriados. Para rastrear estas “altas políticas”, tem-se que penetrar no controle 
financeiro das corporações multi-nacionais, porque aqueles que controlam o fluxo financeiro, em 
última análise controlam as políticas dia-a-dia. 
 
 
Carrol Quigley tem mostrado que o clímax deste sistema de controle financeiro internacional antes 
da Segunda Guerra Mundial era o Bank for International Settlements (Banco para Compensações 
Internacionais), com representantes de firmas bancárias internacionais da Europa e dos Estados 
Unidos, num arranjo que continuou através da Segunda Guerra Mundial. Durante o período Nazi, o 
representante alemão no Bank for International Settlements era o gênio financeiro de Hitler e 
presidente do Reichsbank (Banco do Reich), Hjalmar Horace Greeley Schacht. 
 
HJALMAR HORACE GREELEY SCHACHT 
 
O envolvimento de Wall Street com a Alemanha de Hitler nos mostra dois alemães com ligações 
com Wall Street − Halmar Schacht e “Putzi” Hanfstaengl. Este último era amigo de Hitler e de 
Roosevelt e teve papel suspeito e proeminente no incidente que levou Hitler ao pico do poder 
ditatorial − o incêndio do Reichstag (Parlamento alemão − N. T.) em 1933. 
 
A história anterior de Hjalmar Schacht, e em particular seu papel na UniãoSoviética depois da 
Revolução Bolchevista de 1917, foi descrito em meu livro anterior, Wall Street and the Bolshevik 
Revolution (Wall Street e a Revolução Bolchevista). O pai de Schacht tinha trabalhado no escritório 
de Berlim da Equitable Trust Company de Nova York no início do século XX. Hjalmar nasceu na 
Alemanha ao invés de Nova York somente por causa da doença de sua mãe, que fez com que a 
família retornasse para a Alemanha. O irmão, William Schacht, era cidadão nascido na América. 
Para registrar a origem americana de Hjalmar Schacht, seu nome do meio era “Horace Greeley”, do 
bem conhecido político democrata americano. Consequentemente Hjalmar falava inglês fluente e o 
seu interrogatório de pós-guerra no Projeto Dustbin foi conduzido tanto em alemão quanto em 
inglês. O fato importante é que a família Schacht tinha suas origens em Nova York, trabalhou para a 
proeminente casa financeira Equitable Trust de Wall Street (a qual era controlada pela firma 
Morgan), e durante sua vida, Hjalmar manteve estas conexões com Wall Street. Jornais e fontes 
contemporâneas registram repetidos encontros com Owen Young da General Electric, Farish, 
chairman da Standard Oil Company of New Jersey e suas contrapartes banqueiras. Em resumo, 
Schacht era um membro da elite financeira internacional que manipulava seu poder por trás das 
cenas através do aparato político de uma nação. Ele é a ligação chave entre a elite de Wall Street e o 
círculo interno de Hitler. 
 
Este livro é dividido em duas partes. A Parte 1 registra a construção dos cartéis alemães através dos 
Planos Dawes e Young nos anos 20. Estes cartéis foram os principais apoios de Hitler e do 
Nazismo, e foram diretamente responsáveis por levar os Nazistas ao poder em 1933. Os papéis da 
American IG Farben, General Electric, Standard Oil Company of New Jersey, Ford e outras firmas 
americanas é descrito. A Parte 2 apresenta a evidência documental completa conhecida sobre o 
financiamento de Hitler, com reproduções fotográficas dos recibos de transferência bancária, usados 
nas transferências de fundos da Farben, General Electric e outras firmas a Hitler, através de Hjalmar 
Horace Greeley Schacht. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PARTE 1 
WALL STREET CONSTRÓI A 
INDÚSTRIA NAZI 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CAPÍTULO 1 
 
WALL STREET PAVIMENTA O CAMINHO PARA 
HITLER 
 
O Plano Dawes, adotado em agosto de 1924, encaixava-se perfeitamente nos planos do staff 
geral alemão dos economistas militares. 
 
Testemunho ante o Senado dos Estados Unidos, Comitê de Relações Militares (Committee on 
Military Affairs ), 1946. 
 
O Comitê Kilgore do Senado dos Estados Unidos de pós-Segunda Guerra Mundial ouviu detalhada 
evidência dos funcionários do governo, de que, 
 
...quando os Nazis assumiram o poder em 1933, viram que um longo caminho havia sido 
percorrido desde 1918, na preparação da Alemanha para a guerra, do ponto de vista 
econômico e industrial. 
 
Esta construção para a guerra européia tanto antes quanto depois de 1933, foi em grande parte 
devida a asistência financeira de Wall Street nos anos 20, para criar o sistema de cartel alemão, e 
também a assistência técnica por parte de bem conhecidas firmas americanas, as quais serão 
identificadas a seguir, para construir a Wehrmacht alemã. Mesmo que esta assistência técnica e 
financeira seja tida como “acidental” ou devida a “curta visão” de homens de negócios americanos, 
a evidência apresentada a seguir, sugere fortemente algum grau de premeditação por parte destes 
financistas americanos. Similares e inaceitáveis desculpass de “acidente” foram feitas no caso de 
financistas e industriais americanos, no semelhante exemplo de construção do poder militar da 
União Soviética, de 1917 em diante. Ainda, estes mesmos capitalistas americanos, estavam 
desejosos para financiar e subsidiar a União Soviética enquanto a guerra do Vietnã estava em 
andamento, sabendo que os soviéticos estavam suprindo o outro lado. 
 
A contribuição feita pelo capitalismo americano para a preparação de guerra da Aalemanha antes de 
1940, pode somente ser descrita como fenomenal. Foi certamente crucial para a capacidade militar 
alemã. Por exemplo, em 1934, a Alemanha produziu domesticamente 300.000 toneladas de 
produtos derivados de petróleo natural e menos de 300.000 toneladas de gasolina sintética; a 
diferença foi importada. Ainda, 10 anos depois, na Segunda Guerra Mundial, depois da 
transferência pela Standard Oil Company of New Jersey das patentes e tecnologias de hidrogenação 
para a IG Farben (usadas para produzir gasolina sintética derivada do carvão), a Alemanha produziu 
cerca de 6 ½ milhões de toneladas de óleo --- das quais 85% (5 ½ milhões de toneladas) eram óleo 
sintético usando o processo de hidrogenação da Standard Oil. Mais ainda, o controle da produção de 
óleo sintético alemã estava nas mãos da subsidiária da IG Farben, a Braunkohle-Benzin AG, e este 
próprio cartel Farben foi criado em 1926 com assistência financeira de Wall Street. 
 
Por outro lado, a impressão geral deixada para o leitor, por historiadores modernos, é a de que esta 
assistência técnica americana foi “acidental” e que industriais americanos eram inocentes pelo que 
estavam fazendo de errado. Por exemplo, o Comitê Kilgore declarou: 
 
Os Estados Unidos acidentalmente tiveram papel importante no armamento técnico da 
Alemanha. Embora os planejadores militares alemães tivessem pedido e persuadido 
corporações industriais a instalar equipamento moderno para produção em massa, nem os 
economistas militares, nem os das corporações pareceram constatar a total extensão do que 
aquilo significava. Seus olhos arregalaram-se quando duas das grandes fabricantes de 
 
automóveis americanas construíram plantas na Alemanha com o propósito de vender ao 
mercado europeu, sem os encargos de fretes oceânicos e altas tarifas alemães. Os alemães 
foram trazidos para Detroit para aprender as técnicas de produção especializada de 
componentes, e montagem em linha de produção. O que eles aprenderam causou 
posteriores reorganizações e adaptações de outras instalações chaves de guerra alemã. As 
técnicas aprendidas em Detroit foram eventualmente usadas para construir os aviões 
bombardeiros de mergulho Stukas... Em um período posterior, representantes da IG Farben 
neste país, capacitaram uma quantidade de engenheiros alemães a visitar não somente 
indústrias de aviação, mas outras de importância militar, nas quais aprenderam um grande 
número de dettalhes que foram eventualmente usados contra os Estados Unidos. 
 
Seguindo estas observações, que enfatizam a “acidental” natureza da assistência, tem sido concluído 
por alguns escritorres acadêmicos, como Gabriel Kolko, que não é usualmente suporte de Big 
Business, que: 
 
É quase supérfluo indicar que os motivos das firmas americanas, restrito ao que diz 
respeito a contratos com a Alemanha, não foram pró-Nazi, no mais podem ter sido. 
 
Ainda, Kolko, ao contrário, analisando a imprensa comercial contemporânea americana, confirma 
que jornais de comércio e jornais de notícias estavam completamente conscientes das más intenções 
Nazi e de sua natureza, enquanto alertavam seus leitores com respeito a preparação de guerra alemã. 
E até Kolko admite que: 
 
A imprensa de negócios [nos Estados Unidos] estava consciente, de 1935 em diante, que 
a prosperidade da Alemanha estava baseada em preparações de guerra. Mais importante, 
estava consciente do fato de que a indústria alemã estava sob controle dos Nazis, e 
estava sendo direcionada ao rearmamento alemão, e a firma mais freqüentemente 
mencionada neste contexto era o gigante império químico IG Farben. 
 
Ainda mais, a evidência apresentada a seguir, sugere que não somente um influente setor de 
negócios da América estava consciente da natureza do Nazismo, mas, para suas próprias 
finalidades, ajudaram o Nazismo sempre que possível (e lucrativo) --- com total conhecimento de 
que o provável resultado poderia serguerra envolvendo Europa e Estados Unidos. Como veremos, 
as desculpas de inocência não se encaixam nos fatos. 
 
1924: O PLANO DAWES 
 
O Tratado de Versalhes, após a Primeira Guerra Mundial, impôs uma carga muito pesada para a 
Alemanha perdedora. Esta carga financeira − a causa real do descontentamento alemão que levou a 
aceitação de Hitler − foi utilizada pelos banqueiros internacionais para seus próprios benefícios. 
Nos Estados Unidos, a oportunidade para utilizar empréstimos lucrativos aos cartéis alemães, foi 
apresentada pelo Plano Dawes e mais tarde pelo Plano Young. Ambos os planos foram engendrados 
por banqueiros, os quais manipularam os comitês no sentido de obterem vantagens financeirras em 
seus próprios benefícios, e ainda que, tecnicamente, os comitês não fossem indicados pelo governo 
dos Estados Unidos, seus planos resultantes eram de fato aprovados e patrocinados pelo governo. 
 
As negociações do pós-guerra, entre políticos e financistas, fixaram os pagamentos das reparações de 
guerra da Alemanha em 132 bilhões de marcos ouro anuais. Isto representava cerca de um quarto de 
todas as exportações da Alemanha em 1921. Quando a Alemanha tornou-se incapaz de cumprir com 
este aviltante pagamento, a França e a Bélgica ocuparam o Ruhr para retirar à força aquilo que não 
podia ser obtido voluntariamente. Em 1924, os Aliados designaram um comitê de banqueiros 
(chefiado pelo banqueiro americano Charles G. Dawes) para desenvolver um programa de pagamento 
de reparações. O Plano Dawes resultante era, segundo o professor de Relações Internacionais da 
Universidade de Georgetown, Carroll Quigley, amplamente uma produção de J. P. Morgan. Este 
 
plano arranjou uma série de empréstimos exteriores, totalizando 800 milhões de dólares, que fluiu 
para a Alemanha. Estes empréstimos são importantes para nosso assunto pois, o dinheiro levantado, 
em grande parte por investidores americanos, foram utilizados nos anos 20 para criar e consolidar a 
gigantesca combinação entre química e aço da IG Farben e Vereinigte Stahlwerke, respectivamente. 
 
Entre 1924 e 1931, sob o Plano Dawes e o Plano Young, a Alemanha pagou aos Aliados cerca de 36 
bilhões de marcos em reparações. Ao mesmo tempo, a Alemanha pediu emprestado, a vários países, 
principalmente aos Estados Unidos, cerca de 33 bilhões de marcos − perfazendo então um pagamento 
líquido de somente 3 bilhões de marcos em reparações. Conseqüentemente, o peso das reparações 
monetárias da Alemanha aos Aliados, foi efetivamente pago por subscritores estrangeiros dos títulos 
alemães, emitidos por casas financeiras de Wall Street − com lucros significativos, para elas próprias, 
é claro. E, deve ser ainda observado, estas firmas eram de propriedade dos mesmos financistas os 
quais periodicamente retiravam a cobertura bancária e forneciam-nas novamente, para com isto, 
tornarem-se “influentes” no Estado. Com esta “influência”, eles formularam o Plano Dawes e o Plano 
Young, para “resolver” o “problema” das reparações. Como banqueiros, eles flutuavam as taxas dos 
empréstimos. Como Carroll Quigley mostra: 
 
É importante notar, que este sistema foi montado pelos banqueiros internacionais, e que 
os subseqüentes empréstimos de dinheiro de outras pessoas para a Alemanha, eram 
muito lucrativos para estes banqueiros. 
 
Quem eram os banqueiros internacionais de Nova York que formaram essas comissões de 
reparações? 
 
Os especialistas dos Estados Unidos, do Plano Dawes de 1924, foram os banqueiros Charles Dawes 
e o representante de Morgan, Owen Young, que foi presidente da General Electric Company. 
Dawes foi chairman do Comitê Aliado de especialistas em 1924. Em 1929, Owen Young tornou-se 
chairman deste mesmo comitê, apoiado pelo próprio J. P. Morgan, com alternancia de T. W. 
Lamont, parceiro de Morgan, e T. N. Perkins, banqueiro com associações com Morgan. Em outras 
palavras, as delegações dos Estados Unidos eram pura e simplesmente, como Quigley mostrou, 
delegações de J. P. Morgan, usando a autoridade e o selo dos Estados Unidos para promover planos 
financeiros em seu próprio benefício. Como resultado, de acordo com Quigley, os banqueiros 
internacionais sentaram-se no céu, sob uma chuva de pagamentos especiais e comissões. 
 
Os membros alemães do comotê de especialistas foram igualmente interessantes. Em 1924, Hjalmar 
Schacht era presidente do Reichsbank (Banco do Reich) e ocupou-se de uma promissora trama no 
trabalho de organização do Plano Dawes; da mesma forma o fez o banqueiro alemão Carl Melchior. 
Um dos delegados alemães de 1928 era Albert Voegler, do cartel de aço alemão Vereinigte 
Stahlwerke. Resumindo, os dois países significativos envolvidos − Estados Unidos e Alemanha − 
foram representados pelo banqueiro Morgan de um lado, e por Schacht e Voegler do outro, ambos 
peças chave na ascensão de Hitler ao poder na Alemanha e subseqüentemente no rearmamento 
alemão. 
 
Finalmente, os membros e conselheiros das comissões Dawes e Young, eram não somente 
associados a casas financeiras de Nova York mas, como veremos mais tarde, eram diretores de 
firmas dentro dos cartéis alemães que ajudaram Hitler a ganhar poder. 
 
1928: O PLANO YOUNG 
 
De acordo com o gênio das finanças de Hitler, Hjalmar Horace Greeley Schacht, e o industrial 
Nazista Fritz Thyssen, foi o Plano Young de 1928 (sucessor do Plano Dawes), formulado pelo 
agente de Morgan, Owen D. Young, que trouxe Hitler ao poder em 1933. 
 
 
Fritz Thysen declara que: 
 
Eu me voltei para o Partido Nacional Socialista depois de tornar-me convencido de que a 
luta contra o Plano Young seria inevitável se o completo colapso da Alemanha fosse 
para ser evitado. 
 
A diferença entre o Plano Young e o Plano Dawes era que, enquanto o Plano Dawes requeria 
pagamentos em bens produzidos na Alemanha financiados por empréstimos no exterior, o Plano 
Young requeria pagamentos monetários e, “Em meu julgamento − escreveu Thyssen − o débito 
financeiro assim criado seria pesado o suficiente para desmantelar toda a economia do Reich”. 
 
O Plano Young foi acertadamente um dispositivo para ocupar toda a Alemanha com capital 
americano, e deixar todas as propriedades da Alemanha presas por uma giganteasca alienação aos 
Estados Unidos. É importante notar, que as firmas americanas com filiais na Alemanha escaparam 
ao plano por meio de um dispositivo temporário de “propriedade externa”. Conseqüentemente, a 
AEG (General Electric Alemã), filial da General Electric dos Estados Unidos, foi vendida para uma 
companhia holding franco-belga e escapou das condições do Plano Young. Deve-se notar ainda que 
Owen Young foi o principal suporte financeiro para Franklin Delano Roosevelt no risco União 
Européia quando Roosevelt, como iniciante em Wall Street, aventurou-se em obter vantagens da 
hiper-inflação da Alemanha em 1923. O risco da União Européia foi um veículo de especulação e 
lucros sob a imposição do Plano Dawes, e é claramente evidente que investidores privados 
(incluindo Franklin Delano Roosevelt) usaram o poder do Estado para satisfazer seus próprios 
interesses manipulando a política externa. 
 
Schacht, comparando, acusa Owen Young de responsável pela ascensão de Hitler, aproveitando-se 
da situação obviamente, e esta comparação está registrada num relatório da Inteligência do governo 
dos Estados Unidos, que relata o interrogatório do Dr. Fritz Thyssen em setembro de 1945: 
 
A aceitação do plano Young e seus princípios financeiros, aumentaram os 
desempregados mais e mais, até que cerca de 1 milhão estivessem desempregados. As 
pessoas estavam desesperadas. Hitler disse que poderia acabar com o desemprego. O 
governo no poder naquele tempo, estava muito mal, e a situação do povo foi piorando. 
Aquilo foi realmente a razão do enorme sucesso que Hitler obteve nas eleições. Quando 
a última eleição veio, ele obteve cerca de 40 % dos votos. 
 
Contudo, foi Schacht, e não Owen Young, que concebeu a idéia que mais tarde veio a ser o Banco 
para Compensações Internacionais (Bankfor International Settlements − BIS). Os detalhes deste 
banco foram discutidos numa conferência presidida por Jackson Reynolds, “um dos maiores 
banqueiros de Nova York” juntamente com Melvin Traylor do First National Bank of Chicago, Sir 
Charles Addis, o primeiro homem da hierarquia do Hong Kong and Shanghai Banking Corporation 
(HSBC), e vários outros banqueiros da França e Alemanha. O BIS (Bank for International 
Settlements) foi essencial para o Plano Young como meio de fornecer um instrumento rápido para a 
promoção de relações financeiras internacionais. De acordo com suas próprias declarações, Schacht 
também deu a Owen Young a idéia, que mais tarde, depois da Segunda Guerra Mundial, veio a ser 
o Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento (International Bank for 
Reconstruction and Development): 
 
“Um banco deste tipo demandará cooperação financeira entre vencidos e vencedores que 
levará à comunidade, interesses que redundarão em aumento de mútua confiança e 
entendimento, conseqüentemente promovendo e assegurando a paz”. 
 
Eu posso vivamente lembrar-me do ambiente no qual esta conversação teve lugar. Owen 
Young estava sentado em sua cadeira de braço, bafejando seu cachimbo, suas pernas 
 
esticadas, seus olhos fixos diretamente em mim. Como é meu hábito, quando propondo 
tais argumentos, eu andava de um lado para o outro na sala. Quando terminei houve uma 
breve pausa. Em seguida toda sua face brilhou e sua decisão foi dita com as seguintes 
palavras: “Dr. Schacht, você me deu uma ótima idéia e vou vendê-la ao mundo”. 
 
BIS --- O CLÍMAX DO CONTROLE 
 
Esta troca de idéias e compreensão entre Hjalmar Schacht na Alemanha, e, através de Owen Young, 
os interesses de J. P. Morgan em Nova York, foi somente uma faceta de um vasto e ambicioso sistema 
de cooperação e aliança internacional para controle do mundo. Como descrito por Carroll Quigley, 
este sistema era “... nada menos do que criar um sistema mundial de controle financeiro, em mãos 
privadas, capaz de dominar o sistema político de cada país e a economia do mundo como um todo”. 
 
Este sistema feudal funcionou nos anos 20, assim como funciona hoje, através de bancos centrais 
privados em cada país, os quais controlam o suprimento de dinheiro nacional de economias 
individuais. Nos anos 20 e 30, o sistema da Reserva Federal de Nova York, o Banco da Inglaterra, o 
Reichsbank da Alemanha e o Banco da França, também mais ou menos influenciavam o aparato 
político de seus respectivos países, indiretamente, através do controle do suprimento de dinheiro e a 
criação do ambiente monetário. Influência mais direta era realizada suprindo fundos políticos para, 
ou retirando os mesmos de, políticos e partidos políticos. Nos Estados Unidos, por exemplo, o 
Presidente Herbert Hoover expressou desaprovvação por sua derrota, indicando como causa a 
retirada de apoio por parte de Wall Street e a mudança deste apoio para Franklin Delano Roosevelt. 
 
Políticos interessados em objetivos de capitalismo financeiro, e acadêmicos prolíficos com idéias 
para controle do mundo, úteis aos banqueiros internacionais, são mantidos em fila com um sistema 
de prêmios e penalidades. No início dos anos 30, o veículo guia para este sistema internacional de 
controle financeiro e político, chamado por Quigley de “clímax do sistema”, era o Banco para 
Compensações Internacionais (Bank for International Settlements − BIS), baseado em Basle, Suíça. 
O clímax BIS continuou seu trabalho durante a Segunda Guerra Mundial como o meio pelo qual os 
banqueiros − os quais aparentemente não estavam em guerra uns contra os outros − continuaram 
uma mútua e benéfica troca de idéias, informações e planejamento para o mundo do pós-guerra. 
Como um escritor observou, a guerra não fez diferença para os banqueiros internacionais. 
 
O fato de que o Banco [BIS] possuía um verdadeiro staff internacional, tornou presente, 
com certeza, uma situação altamente anômala em tempo de guerra. Um presidente 
americano fazia transações de negócios diários do banco através de um gerente geral 
francês, que tinha um assistente alemão, enquanto o secretário geral era italiano. Outras 
nacionalidades ocupavam outros cargos. Estes homens estavam, é claro, em contato 
pessoal diário uns com os outros. Exceto pelo Sr. Kittrick, eles estavam é claro, situados 
permanentemente na Suíça durante este período e não era de se esperar que estivessem 
sujeitos às ordens de seu governo em tempo algum. Contudo, os diretores do banco 
permaneciam, é claro, em seus respectivos países e não tinham contato direto com o 
pessoal do banco. Alega-se, contudo, que Hjalmar Schacht, presidente do Reichsbank, 
mantinha um representante pessoal em Basle durante a maior parte deste tempo. 
 
Foram tais reuniões secretas, “... reuniões mais secretas que as reuniões do Círculo Real 
dos Maçons (Royal Ark Masons) ou as da Ordem Rosacruz (Rosacrucian Order)...” entre 
os banqueiros centrais no “clímax” do controle, que tanto intrigou jornalistas 
contemporâneos, embora eles rara e rapidamente penetrassem atrás da máscara de segredo. 
 
CONSTRUINDO OS CARTÉIS ALEMÃES 
 
 
Um exemplo prático das finanças internacionais operando por trás das cenas para construir e 
manipular sistemas político-econômicos é encontrado no sistema de cartel alemão. Os três maiores 
empréstimos manipulados por banqueiros internacionais de Wall Street para os alemães nos anos de 
1920 sob o Plano Dawes, foram para o benefício de três cartéis alemães os quais poucos anos 
depois ajudaram Hitler e os Nazis a chegarem ao poder. Financistas americanos eram representados 
diretamente nas juntas de dois destes cartéis. Esta assistência americana aos cartéis alemães tem 
sido descrita por James Martin como segue: “Estes empréstimos para reconstrução tornaram-se um 
veículo para arranjos que fizeram mais pela promoção da Segunda Guerra Mundial do que para 
estabelecer a paz depois da Primeira Guerra Mundial”. 
 
Os três cartéis dominantes, as quantias tomadas emprestadas e o sindicato flutuante de Wall Street 
que colocou os títilos alemães no mercado foram como segue: 
 
Cartel Alemão Sindicato de Wall Street Valor Emitido 
 
Allgemeine Elektrizitäts-Gesellschaft 
(AEG) (General Electric Alemã) 
National City Company US$ 35.000.000 
 
Vereinigte Stahlwerke (United 
Steelworks) 
Dillon, Read & Co. US$ 70.225.000 
 
American IG Chemical (IG Farben) National City Company US$ 30.000.000 
 
Olhando todos os empréstimos emitidos, vemos que somente as grandes casas financeiras de Nova 
York manipularam as finanças de reparações alemães. Três casas − Dillon, Read & Co.; Harris, 
Forbes & Co. e National City Company − emitiram quase três quartos da quantia total de 
empréstimos e recuperaram a maior parte de seus lucros: 
 
Sindicato de Wall Street Participação em atividades industriais 
alemães no mercado de capitais dos 
EEUU 
Lucros 
sobre 
empréstimos 
alemães * 
% do 
total 
 
Dillon, Read & Co. US$ 241.325.000 US$ 2,7 29,2 
Harris, Forbes & Co. US$ 186.500.000 US$ 1,4 22,6 
National City Co. US$ 173.000.000 US$ 5,0 20,9 
Speyer & Co. US$ 59.500.000 US$ 0,6 7,2 
Lee, Higginson & Co. US$ 53.000.000 N.A. 6,4 
Guaranty Co. of New 
York 
US$ 41.575.000 US$ 0,2 5,0 
Kuhn, Loeb & Co. US$ 37.500.000 US$ 0,2 4,5 
Equitable Trust Co. US$ 34.000.000 US$ 0,3 4,1 
 
TOTAL US$ 826.400.000 US$ 10,4 99,9 
 
Fonte: Veja Apêndice A 
*Robert R. Kuczynski, Bankers Profits from German Loans (Lucros Bancários sobre Empréstimos 
Alemães 
(Washington, D.C.: Brookings Institution, 1932), p. 127 
 
 
 
Depois de meados da década de 1920, os dois maiores cartéis alemães combinados da IG Farben e 
Vereinigte Stahlwerke dominaram o sistema de cartéis de química e aço, criados por estes 
empréstimos. Embora estas firmas tivessem importância nos cartéis apenas para dois ou três 
produtos, elas eram capazes − através do controle destes três básicos − de forçar o seu objetivo no 
cartel. A IG Farben era a maiorprodutora de produtos químicos básicos usados por outras empresas 
de processamento químico, de forma que o seu poder econômico não pode ser medido somente por 
sua capacidade de produzir alguns produtos básicos. Similarmente, a Vereinigte Stahlwerke, com 
uma capacidade de ferro fundido maior que a de todos os outros produtores de ferro e aço da 
Alemanha combinados, era capaz de exercer muito mais influência nos cartéis de produtos semi-
acabados de ferro e aço do que a sua própria capacidade de produção de ferro fundido sugere. 
Mesmo assim, a percentagem destes cartéis para todos os produtos era significante: 
 
 
Produtos da Vereinigte Stahlwerke Porcentagem da produção total alemã em 1938 
 
Ferro fundido 50,8% 
Tubos 45,5% 
Chapas duras 36,0% 
Explosivos 35,0% 
Carvão betuminoso 33,3% 
Aço em barra 37,1% 
 
Produtos da IG Farben Porcentagem da produção total alemã em 1937 
 
Metanol sintético 100,0% 
Magnésio 100,0% 
Nitrogênio químico 70,0% 
Explosivos 60,0% 
Gasolina sintética (alta octanagem) 46,0% (1945) 
Carvão marrom 20,0% 
 
Dentre os produtos que fizeram com que a IG Farben e a Vereinigte Stahlwerke trabalhassem em 
colaboração mútua, estavam o betume de carvão e o nitrogênio químico, ambos de primeira 
importância para a fabricação de explosivos. A IG Farben tinha uma posição no cartel que 
assegurava domínio na fabricação e venda de nitrogênio químico, mas tinha apenas um por cento da 
capacidade de produção de coque da Alemanha. Portanto um acordo foi feito sob o qual, as 
subsidiárias de explosivos da IG Farben obtinham benzol, tolueno e outros produtos primários 
derivados de betume de carvão nos termos estabelecidos pela Vereinigte Stahlwerke, enquanto as 
subsidiárias de explosivos da Vereinigte Stahlwerke eram dependentes de seus nitratos nos termos 
estabelecidos pela Farben. Sob este sistema de colaboração mútua e interdependência, os dois 
cartéis, IG Farben e Vereinigte Stahlwerke, produziam 95% dos explosivos da Alemanha em 1937-
38 no início da Segunda Guerra Mundial. Esta produção devia-se à capacidade construída pelos 
empréstimos americanos e em alguma extensão por tecnologia americana. 
 
A cooperação IG Farben-Standard Oil para produção de óleo sintético derivado do carvão, deu ao 
cartel da IG Farben o monopólio alemão na produção de gasolina durante a Segunda Guerra 
Mundial. Em 1945, metade da gasolina alemã de alta octanagem era produzida diretamente pela IG 
Farben e a maior parte do restante por suas companhias afiliadas. 
 
Em resumo, em gasolina sintética e explosivos (dois dos mais básicos produtos da guerra moderna), 
o controle da Alemanha, durante a Segunda Guerra Mundial, estava nas mãos de duas empresas 
alemães combinadas, criadas por empréstimos de Wall Street sob o Plano Dawes. 
 
Não obstante, a asistência americana ao esforço de guerra Nazi, estende-se à outras áreas. As duas 
maiores produtoras de tanques de guerra da Alemanha de Hitler eram a Opel, uma subsidiária 
totalmente pertencente a General Motors (controlada pela firma de J. P. Morgan), e a Ford AG, 
subsidiária da Ford Motor Company de Detroit. Os Nazis autorizaram status de isenção de impostos 
para a Opel em 1936, para facilitar a General Motors a expandir suas instalações de produção. Com 
isto, a General Motors obrigatoriamente tinha que reinvestir os lucros resultantes na indústria 
alemã. Henry Ford foi condecorado pelos Nazis por seus serviços ao Nazismo. A Alcoa e a Dow 
Chemical, trabalharam juntas com a indústria Nazista fornecendo inúmeras transferências de suas 
tecnologias domésticas americanas. A Bendix Aviation, da qual a empresa controlada por J. P. 
Morgan, General Motors, possuía a maior quantidade de ações, supriu a Siemens & Halske AG na 
Alemanha com dados sobre pilotos automáticos e instrumentação de aviação. Já em 1940, durante a 
“guerra não oficial”, a Bendix Aviation forneceu dados técnicos completos a Robert Bosch para uso 
em aviação e motores de arranque para motores diesel e recebeu pagamentos de royaltys como 
retorno. 
 
Em resumo, companhias americanas associadas a banqueiros de investimento internacionais de 
Morgan-Rockefeller − não, a vasta gama de industriais americanos independentes, deve ser notado 
− estavam intimamente relacionados com o crescimento da indústria Nazi. É importante notar, 
durante o desenvolvimento de nossa história, que a General Motors, Ford, General Electric, DuPont 
e uma quantidade enorme de companhias americanas intimamente envolvidas com o 
desenvolvimento da Alemanha Nazista eram − com exceção da Ford Motor Company − controladas 
pela elite de Wall Street − a firma de J. P. Morgan, o Rockefeller Chase Bank e numa extensão 
menor, o Warburg Manhattan Bank (em 1956, os Chase Bank e Manhattan Bank uniram-se 
tornando-se o Chase Manhattan Bank, ou seja, uma união entre Rockefeller e Warburg, que em 
anos recentes juntou-se novamente com o J. P. Morgan Bank, formando o J. P. Morgan Chase 
Bank, o qual estava envolvido com a quebra do companhia Enron − N. T.) Este livro não é uma 
acusação de todas as finanças e indústria americanas. É uma acusação do “clímax” − aquelas firmas 
controladas através de grandes casas financeiras, o sistema do Banco da Reserva Federal (Federal 
Reserve Bank), o Bank for International Settlements (BIS), e seus arranjos e cartéis contínuos de 
cooperação internacional na tentativa de controlar o curso político e econômico do mundo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CAPÍTULO 2 
 
O IMPÉRIO DA I. G. FARBEN 
 
Farben era Hitler e Hitler era Farben. 
 
Senador Homer T. Bone ao Comitê de Assuntos Militares (Committee of Military Affairs) do 
Senado, 4 de junho de 1943. 
 
No início da Segunda Guerra Mundial o complexo químico da IG Farben era o maior 
empreendimento de fabricação de produtos químicos do mundo, com uma extraordinária força 
política, econômica e influência dentro do Estado Nazi Hitlerista. A IG Farben tem sido 
corretamente descrita como “um Estado dentro de um Estado” 
 
O cartel Farben data de 1925, quando o gênio organizador Hermann Schmitz (com assistência 
financeira de Wall Street) criou o super-gigante empreendimento químico das seis companhias 
químicas gigantescas já existentes na Alemanha − Badische Anilin, Bayer, Agfa, Hoechst, Weiler-
ter-Meer e Grieshein-Elektron. Estas companhias foram unidas para tornarem-se Internationale 
Gesellschaft Farbenindustrie Aktien Gesellschaft − ou IG Farben AG abreviadammente. Vinte anos 
depois, o mesmo Hermann Schmitz foi colocado no Julgamento de Nuremberg por crimes de guerra 
cometidos pelo cartel IG Farben. Outros diretores da IG Farben foram também colocados no 
Julgamento, mas os afiliados americanos da IG Farben e os diretores americanos da própria IG 
foram rapidamente esquecidos; a verdade foi burlada nos arquivos. 
 
São estas conexões com os Estados Unidos em Wall Street que nos interessa. Sem o capital 
fornecido por Wall Street, em primeiro lugar, poderia não ter existido IG Farben e certamente nem 
Adolf Hitler nem Segunda Guerra Mundial. 
 
Os banqueiros alemães da Farben Aufsichsrat (a junta de diretores supervisora) no fim dos anos 20, 
incluiram o banqueiro de Hamburgo Max Warburg, cujo irmão Paul Warburg foi o fundador do Sistema 
da Reserva Federal (Federal Reserve System) dos Estados Unidos (Congresso dos Estados Unidos. 
Senado. Audiências ante o Sub-comitê do Comitê de Assuntos Militares. Eliminação de Recursos 
Alemães para a Guerra. Relatório de acordo com S. Res. 107 e 146, 2 de julho de 1945, Parte 7, [78º. 
Congresso e 79º. Congresso], [Washington: Escritório de Impressão do Governo, 1945], daqui por diante 
citado como Eliminação de Recursos Alemães) . Não coincidentemente, Paul Warburg estava também na 
junta de diretoria da American IG Farben, subsidiária americana totalmente pertencente a Farben. Além de 
Max Warburg e Hermann Schmitz, os cabeças da criação do império Farben, a antiga Farben Vorstand, 
incluía Carl Bosch, Fritz ter Meer, Kurt Oppenheim e Georgevon Schnitzler. Todos com exceção de Max 
Warburg foram condenados por “crimes de guerra” depois da Segunda Guerra Mundial. 
 
Em 1928, as holdings (matrizes − N. T.) americanas da IG Farben (i.e,a Bayer Company, General 
Aniline Works, Agfa Ansco e Winthrop Chemical Company) foram organizadas em uma holding 
suíça, a IG Chemie (Internationale Gesellschaft für Chemische Unternehmungen AG), controlada 
pela IG Farben da Alemanha. No ano seguinte estas firmas americanas juntaram-se tornando-se 
American IG Chemical Corporation, mais tarde renomeada para General Aniline & Film. Hermann 
Schmitz, organizador da IG Farben em 1925, tornou-se proeminente Nazi e suporte de Hitler, assim 
como chairman da suíça IG Chemie e presidente da American IG. Depois, ambos os complexos da 
Farben, na Alemanha e nos Estados Unidos, desenvolveram-se como parte integral na formação e 
operação da máquina de Estado Nazista, a Wehrmacht e a SS. 
 
A IG Farben é de peculiar interesse na formação do Estado Nazi porque os diretores da Farben 
ajudaram materialmente Hitler e os nazis na ascenção ao poder em 1933. Temos evidências 
 
fotográficas de que a IG Farben contribuiu com 400.000 RM (Reichsmark) para o fundo político de 
Hitler. Foi este fundo secreto que financiou os Nazis para assumir o controle em março de 1933. 
Muitos anos antes, a Farben tinha obtido de Wall Street, fundos para a formação e a expansão do 
cartel na Alemanha em 1925 e, em 1929, USS$ 30.000.000 (30 milhões de dólares) para a American 
IG, e tinha diretores de Wall Street na junta de diretoria da Farben. Deve-se notar que, estes fundos 
foram levantados e diretores indicados, anos antes de Hitler ser promovido a ditador alemão. 
 
O PODER ECONÔMICO DA FARBEN 
 
Observadores qualificados tem argumentado que a Alemanha poderia não ter ido à guerra em 1939 sem 
a IG Farben. Entre 1927 e o início da Segunda Guerra Mundial, a IG Farben dobrou em tamanho, uma 
expansão em grande parte possívvel pela assistência técnica americana e pela emissão de títulos no 
mercado americano, como aquele de 30 milhões de dólares oferecido pelo National City Bank. Por volta 
de 1939, a IG adquiriu participação e influência gerencial em cerca de outras 380 firmas alemães e mais 
de 500 firmas estrangeiras. O império Farben possuía suas próprias minas de carvão, suas próprias 
centrais elétricas, unidades de ferro e aço, bancos, unidades de pesquisa e numerosos empreendimentos 
comerciais. Existiam mais de 2.000 acordos entre a IG e firmas estrangeiras − incluindo Standard Oil of 
New Jersey, DuPont, Alcoa, Dow Chemical e outras nos Estados Unidos. A estória completa da IG 
Farben e sua atividade mundial antes da Segunda Guerra Mundial nunca poderá ser conhecida, pois 
arquivos-chave da Alemanha foram destruídos em 1945, em antecipação à vitória Aliada. Contudo, um 
investigador de pós-guerra do Departamento de Guerra dos Estados Unidos concluiu que: 
 
Sem as imensas facilidades produtivas da IG, suas intensas pesquisass e vastas ligações 
internacionais, o prosseguimento da guerra pela Alemanha teria sido impensável e 
impossível; a Farben não somente dirigiu suas energias no sentido de armar a Alemanha, 
mas também concentrou-as no sentido de enfraquecer o inimigo, e esta dupla tentativa 
de expandir o potencial alemão para a guerra e restringir o do resto do mundo, não foi 
concebido e executado “pelos caminhos normais dos negócios”. A prova está fortemente 
confirmando que os funcionários da IG Farben tinham total conhecimento do plano 
alemão de conquista do mundo e de cada ato específico deslanchado depois... 
 
Os diretores das firmas Farben (i.e., os “funcionários da IG Farben” referidos na invstigação) incluíam não 
somente alemães, mas também proeminentes financistass americanos. Esta conclusão do relatório do 
Departamento de Guerra dos Estados Unidos de 1943, foi de que os compromissos da IG de Hitler no 
período pré-guerra foram para tornar a Alemanha auto-suficiente em borracha, gasolina, óleos lubrificantes, 
magnésio, fibras, graxas, explosivos, etc. Para realizar plenamente esses compromissos, vastas somas foram 
gastas pela IG em processos para extrair esses materiais de regiões nativas da Alemanha, ainda não 
exploradas --- em particular os ricos recursos alemães de carvão. Quando esses processos eram impossíveis 
de serem desenvolvidos na Alemanha, eram adquiridos fora do país por arranjos do cartel. Por exemplo, o 
processo de iso-octana, essencial para combustível de aviação, foi obtido dos Estados Unidos: 
 
De fato, inteiramente dos americanos, e ficou sendo conhecido para nós em detalhes os 
seus vários estágios, através de nossos acordos com eles (Standard Oil of New Jersey), e 
está sendo usado extensivamente por nós. 
 
O processo para a fabricação de chumbo tetra-etílico, essencial para gasolina de aviação, foi obtido 
dos Estados Unidos pela IG Farben, e em 1939, a IG comprou 20 milhões de dólares em gasolina de 
aviação de alta qualidade da Standard Oil of New Jersey. Até antes da Alemanha fabricar chumbo 
tetra-etílico pelo processo americano, ela foi capaz de tomar emprestado 500 toneladas da Ethyl 
Corporation. Este empréstimo de chumbo tetra-etílico não foi devolvido, e a IG foi obrigada a pagar 
o seguro de 1 milhão de dólares. Depois, a IG comprou grandes estoques de magnésio da Dow 
Chemical para bombas incendiárias, e também, de fora do país, comprou explosivos para 
mineração, estabilizantes, fósforo e cianetos. 
 
Em 1939, dentre os 43 principais produtos fabricados pela IG, 28 eram de importância primária 
para as Forças Armadas alemães. O controle da economia de guerra alemã pela Farben, adquirido 
durante os anos 20 e 30 com assistência de Wall Street, pode ser melhor analisado pelo exame da 
porcentagem de material de guerra alemão produzido pelas fábricas da Farben em 1943. A Farben 
naquele tempo produzia 100% da borracha sintética alemã, 95% de gases tóxicos ou venenosos da 
Alemanha (incluído todo o Ziklon B usado nos campos de concentração), 90% dos plásticos da 
Alemanha, 88% do magnésio alemão, 84% dos explosivos alemães, 70% de explosivos para armas, 
46% de gasolina de alta octanagem (aviação) e 33% de gasolina sintética alemã. (Veja Tabela 2-1 e 
Gráfico 2-1) 
 
TABELA 2-1: DEPENDÊNCIA DAS FORÇAS ARMADAS ALEMÃES 
(WEHRMACHT) DA PRODUÇÃO DA IG FARBEN (1943): 
 
Produto Total da Produção Alemã Percentagem de Produção 
pela IG Farben 
 
Borracha sintética 118.600 toneladas 100% 
Metanol 251.000 toneladas 100% 
Óleo lubrificante 60.000 toneladas 100% 
Corantes 31.670 toneladas 98% 
Gases tóxicos --------- 95% 
Níquel 2.000 toneladas 95% 
Plásticos 57.000 toneladas 90% 
Magnésio 27.400 toneladas 88% 
Explosivos 221.000 toneladas 84% 
Pólvora para armas 210.000 toneladas 70% 
Gasolina de alta octanagem (aviação) 650.000 toneladas 46% 
Ácido sulfúrico 707.000 toneladas 35% 
 
O Dr. Von Schnitzler, da IG Farben Aufsichsrat, fez a seguinte declaração pertinente em 1943: 
 
Não é exagero dizer que sem os serviços alemães de química realizados sob o Plano de 
Quatro Anos, o prosseguimento da moderna guerra poderia ser impensável. 
 
Infelizmente, quando provamos as origens técnicas dos mais importantes destes materiais militares 
− desconsiderando-se o suporte financeiro a Hitler − encontramos canais ligados à indústrias 
americanas e a homens de negócios americanos. Houvera numerosos arranjos da Farben com firmas 
americanas, incluindo arranjos cartelizados de mercados, acordos de patentes e trocas de tecnologia 
como exemplificado no caso mencionado acima de transferência de tecnologia da Standard Oil e 
Ethyl. Estes arranjos foram usados pela IG para espalhar a política Nazi, coletar informações 
estratégicas e consolidar seu cartel químico no mundo. 
 
Um dos mais horrorosos aspectos do cartel da IG Farben, foi a invenção, produção e distribuição do 
gás Ziklon B, usado nos campos de concentração Nazi. Ziklon B era puramente ácido prússico, um 
tóxico letal produzido pela IG FarbenLeverkusen e vendido pelos escritórios de vendas da Bayer, 
através da Degesh, uma detentora independente de licença. As vendas de Ziklon B atingiam quase 
três quartos dos negócios da Degesh; gás bastante para matar 200 milhões de seres humanos foram 
produzidos e vendidos pela IG Farben. O relatório do Comitê Kilgore de 1942, torna claro que os 
diretores da IG Farben tinham perfeito conhecimento dos campos de concentração nazistas e do uso 
de produtos químicos da IG. Este conhecimento anterior torna-se significante quando mais tarde 
consideramos o papel dos diretores americanos na subsidiária americana da IG. O interrogatório de 
1945 do diretor da IG Farben, Schnitzler diz: 
 
Pergunta: O que você fez quando eles lhe disseram que os produtos químicos da IG 
estavam sendo usados para matar, para assassinar pessoas presas nos campos de 
concentração? 
 
Resposta: Eu fiquei horrorizado. 
 
P: Você fez alguma coisa com respeito aquilo? 
 
R: Eu guardei isso para mim porque era terrível...Eu perguntei a Muller Cunradi “é do 
seu conhecimento, e de Ambros, e de outros diretores em Auschwitz, que os gases e os 
produtos químicos estão sendo usados para assassinar pessoas?” 
 
P: O que ele disse? 
 
R: Sim. É do conhecimento de todos os diretores da IG em Auschwitz. 
 
Não houve nenhuma tentativa da IG Farben de parar a produção dos gases − a melhor maneira que 
Von Schnitzler encontrou para expressar-se com respeito a vidas humanas foi, “porque era terrível”. 
 
O escritório da IG Farben de Berlim em NW 7, era o centro chave da espionagem nazista para o 
exterior. A unidade operava sob a direção do diretor da Farbem, Max Ilgner, sobrinho do presidente 
da IG Farben, Hermann Schmitz. Max Ilgner e Hermann Schmitz estavam na junta da American IG, 
com os membros diretores Henry Ford da Ford Motor Company, Paul Warburg, do Banco de 
Manhattan (Bank of Manhattan) e Charles E. Mitchell do Banco da Reserva Federal de Nova York 
(Federal Reserve Bank of New York). 
 
O assim chamado Departamento de Estatística da NW 7 (conhecido como VOWI) foi criado em 
1929 e evoluiu como um braço da Inteligência econômica da Wehrmacht. 
 
 
 GRÁFICO 2: DEPENDÊNCIA DO EXÉRCITO 
ALEMÃO DA PRODUÇÃO I. G. FARBEN (1943) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Com o estouro da guerra em 1939, os empregados da VOWI foram mandados para a Wehrmacht, 
mas de fato, continuaram a realizar o mesmo trabalho como quando estavam nominalmente sob a 
IG Farben. Um dos mais proeminentes nomes destes funcionários da Inteligência Farben da NW 7, 
foi o príncipe Bernhard (Bernardo, consorte da rainha Juliana − N. T)) da Holanda, que juntou-se a 
Farben no início dos anos 30 depois de completar um período de 18 meses de serviços em 
uniformes negros SS (Conselho de Controle de Grupo dos Estados Unidos [Alemanha], Escritório 
do Diretor de Inteligência, Relatório de Inteligência No. EF/ME/1, 4 de setembro de 1945). 
 
O braço da malha de Inteligência da VOWI nos Estados Unidos, era a Chemnyco, Inc., de acordo 
com o Departamento de Guerra. 
 
Utilizando negócios normais para contato, a Chemnyco foi capaz de transmitir para a Alemanha, 
tremendas quantidades de material, desde fotografias e diagramas (blueprints) até descrições 
detalhadas de todas as instalações industriais. 
 
O vice presidente da Chemnyco em Nova York, era Rudolph Ilgner, cidadão americano e irmão do diretor 
da American IG Farben, Max Ilgner. Em resumo, a Farben operava a VOWI, a operação externa de 
Inteligência Nazi, antes da Segunda Guerra Mundial e as operações da VOWI estavam associadas a 
membros proeminentes do establishment de Wall Street, através da American IG Farben e Chemnyco, Inc. 
 
O Departamento de Guerra dos Estados Unidos também acusou a IG Farben e suas associadas 
americanas, de serem ponta-de-lança dos programas de guerra psicológica e econômica Nazi 
através da disseminação de propaganda via agentes da Farben, espalhados pelo mundo, e de prover 
intercâmbio externo para esta propaganda Nazi. Os arranjos do cartel da Farben promoveram a 
economia de guerra Nazi --- sendo o melhor exemplo, a voluntária restrição da Standard Oil of New 
Jersey, no desenvolvimento de borracha sintética nos Estados Unidos, por ordens da IG Farben. 
Como foi colocado pelo relatório do Departamento de Guerra: 
 
Para encurtar estória, a determinação da Standard Oil de manter monopólio absoluto no 
desenvolvimento de borracha sintética nos Estados Unidos, estava totalmente de acordo 
com a intensão da IG de impedir a produção nos Estados Unidos, dissuadindo 
companhias de borracha americanas de assumirem pesquisas independentes no 
desenvolvimento de processos para fabricação de borracha sintética. 
 
Em 1945, o Dr. Oskar Loehr, procurador chefe da IG “Tea Buro”, confirmou que a IG Farben e a 
Standard Oil of New Jersey operavam um “plano pré-concebido” para suprimir o desenvolvimento 
industrial de borracha sintética nos Estados Unidos, para vantagem da Wehrmacht alemã e 
desvantagem dos Estados Unidos na Segunda Guerra Mundial. 
 
O testemunho do Dr. Loehr diz (em parte) o seguinte: 
 
Pergunta: É verdade que durante o atraso na divulgação de processos para fabricação de 
buna (borracha sintética --- N. T.) para as companhias de borracha americanas, a 
Chemnyco e a Jasco estavam neste meio tempo, mantendo a IG bem informada com 
respeito ao desenvolvimento de borracha sintética nos Estados Unidos? 
 
Resposta: Sim. 
 
P: De forma que durante todo o tempo a IG estava completamente à par do estado da 
indústria americana de borracha sintética? 
 
R; Sim. 
 
P: Você estava presente na reunião de Hague quando o Sr. Howard (da Standard Oil) 
esteve nela em 1939? 
 
R: Não. 
 
P: Quem estava presente? 
 
R: O Sr. Ringer, acompanhado pelo Dr. Brown da Ludwigshafen. 
 
P: Eles lhe falaram sobre as negociações? 
 
R: Sim, tanto quanto a buna fazia parte delas. 
 
P: É verdade que o Sr. Howard nesta reunião falou para a IG que o desenvolvimento nos Estados 
Unidos tinha atingido tal estado, que não seria por mais tempo possível para ele ocultar a 
informação, com respeito aos processos de fabricação de buna das empresas americanas? 
 
R: O Sr. Ringer relatou isso. 
 
P: Foi esta, nesta reunião, a primeira vez que o Sr. Howard disse para a IG que as companhiass 
americanas teriam de ser informadas com respeito aos processos, e que ele garantiu à IG que a 
Standard Oil controlaria a indústria de borracha sintética nos Estados Unidos? Está correto? 
 
R: Está correto. Este é o conhecimento que eu obtive através do Sr. Ringer. 
 
P: De forma que em todos esses arranjos, desde o início do desenvolvimento da indústria de 
borracha sintética, a supressão de informações para a indústria dos Estados Unidos foi parte de 
um plano pré-concebido entre a IG por um lado e o Sr. Howard da Standard Oil por outro? 
 
R: Esta é a conclusão que pode ser tirada dos fatos prévios. 
 
A IG Farben era a maior credora da Alemanha no comércio exterior pré-guerra, e este comércio exterior 
tornou possível para a Alemanha a compra de matérias primas estratégicas, equipamento militar, 
processos técnicos e financiamento de seus programas externos de espionagem, propaganda e variadas 
atividades políticas e militares precedentes a Segunda Guerra Mundial. Atuando como suporte do Estado 
Nazi, a Farben ampliou seus horizontes em escala mundial, o qual mantinha relações estreitas com o 
regime Nazi e a Wehrmacht. Um escritório de ligações ilícitas, o Vermittlungsstelle W, foi estabelecido 
para manter ligações entre a IG Farben e o Ministério da Guerra alemão: 
 
O objetivo destetrabalho é a construção de uma organização coesa para armamentos dentro da 
IG, a qual poderia ser inserida sem dificuldades na existente organização da IG e em fábricas 
individuais. No caso de guerra, a IG será tratada pelas autoridades ligadas as questões 
armamentistas como uma grande fábrica, a qual, em suas tarefas armamentistas, tanto quanto 
possível do ponto de vista técnico, regular-se-á por si mesma sem nenhuma influência 
organizacional externa (o trabalho com este objetivo estava em princípio, em concordância 
com o Ministério da Guerra Wehrwirtschaftsant) e, deste escritório, com o Ministério da 
Economia. Ao campo de trabalho da Vermittlungsstelle W pertence, além de ajustes 
organizacionais e planejamentos de longo prazo, a contínua colaboração com respeito a 
armamento e questões técnicas com as autoridades do Reich e com os planos da IG. 
 
Infelizmente, os arquivos dos escritórios da Vermittlungsstelle W foram destruídos antes do final da 
guerra, embora seja conhecido por outras fontes que, de 1934 em diante, uma complexa teia de 
transações evoluíram entre a IG e a Wehrmacth. Em 1934, a IG Farben começou a mobilizar-se 
para a guerra, e cada instalação da IG preparou seus planos de produção de guerra e os submeteu 
 
aos Ministérios da Guerra e da Economia. Em 1935-36, os jogos de guerra estavam sendo mantidos 
em instalações da IG Farben, e procedimentos técnicos de guerra vinham sendo pesquisados. Os 
jogos de guerra foram descritos por Dr. Struss, chefe do Secretariado do Comitê Técnico da IG: 
 
É verdade que desde 1934 ou 1935, logo após o estabelecimento da Vermittlungsstelle 
W nos diferentes trabalhos, instalações de jogos de guerra teóricos tinham sido 
arranjados para examinar qual seria o efeito de bombardeio em certas fábricas. Foi 
particularmente levado em consideração o que poderia acontecer se 100 ou 500kg de 
bombas caíssem em uma certa fábrica, e qual poderia ser o resultado disto. É também 
certo que a palavra Kriegsspiele foi usada para isto. 
 
A Kriegsspiele foi preparada pelo Sr. Ritter e pelo Dr. Eckell, depois, em parte pelo Dr. 
von Brunning por ordens pessoais e de iniciativa própria do Dr. Krauch ou por ordem da 
Força Aérea (Luftwaffe --- N. T.), mas não é conhecido por mim. As tarefas eram 
parcialmente dadas pela Vermittlungsstelle W e parcialmente pelos escritórios da Força 
Aérea. Um quantidade de oficiais de todos os grupos da Wehrmacht (Marinha, Força 
Aérea e Exército) participaram destas Kriegsspiele. 
 
Os lugares os quais fossem atingidos pelas bombas eram marcados num mapa da 
instalação, de forma que pudesse ser assinalado quais as partes da instalação haviam sido 
danificadas, por exemplo, um medidor de gás ou uma importante linha de produção. Tão 
cedo o ataque terminasse, o gerenciador da instalação assinalava os danos, e relatava 
qual parte da instalação deveria parar de trabalhar; depois eles relatavam qual o tempo 
requerido para proceder ao reparo dos danos. Numa reunião posterior, as conseqüências 
da Kriegsspiele eram decritas, e foi assinalado que, no caso de Leuna (Instalação), os 
danos envolvidos foram consideravelmente altos; foi especialmente verificado, que 
alterações na linha de produção deveriam ser feitas à considerável custo. 
 
Conseqüentemente, durante os anos de 1930, a IG Farben fez mais do que somente concordar com 
ordens do regime Nazi. A Farben foi uma iniciadora e operadora dos planos Nazistas para conquista do 
mundo. A Farben atuou como uma organização de pesquisa e Inteligência para as Forças Armadas da 
Alemanha e voluntariamente iniciou projetos da Wehrmacht. De fato, as Forças Armadas só raramente 
tinham que se aproximar da Farben; é estimado que cerca de 40 a 50% dos projetos da Farben foram 
iniciados pela própria Farben. Em resumo, nas palavras do Dr. Von Schnitzler: 
 
Então, agindo como ela agiu, a IG assumiu uma grande responsabilidade e tornou-se de 
substancial ajuda no domínio da química e decisiva na ajuda da política externa de 
Hitler, a qual levou guerra e ruína à Alemanha. Então, devo concluir que a IG é 
realmente responsável pela política de Hitler. 
 
POLINDO A IMAGEN PÚBLICA DA IG FARBEN 
 
Este quadro miserável de preparação militar pré-guerra, foi conhecido em todo o mundo e teve que 
ser vendido − ou maqueado − para o público americano de forma a facilitar para Wall Street o 
levantamento de fundos e asistência técnica em defesa dos interesses da IG Farben nos Estados 
Unidos. Uma proeminente firma de relações públicas foi escolhida para o trabalho de vender a 
imagem da IG Farben, para combinar com a América. A mais notável firma de relações públicas 
nos anos de 1920 e 1930 era a Ivy Lee & T. J. Ross de Nova York. A Ivy Lee tinha previamente 
realizado a campanha de relações públicas para os Rockefeller, com o objetivo de tornar o nome 
Rockefeller imaculado entre o público americano. Esta firma tinha também produzido um livro 
escandaloso intitulado “URSS”, realizando a mesma tarefa de limpeza para a União Soviética − 
mesmo enquanto os campos de trabalho estavam em pleno funcionamento nos anos 20 e 30. 
 
 
De 1929 em diante, Ivy Lee tornou-se consultora de relações públicas para a IG Farben nos Estados 
Unidos. Em 1934, Ivy Lee apresentou testemunho ao Comitê House de Atividades Anti-Americanas 
sobre este assunto para a Farben. Lee testemunhou que a IG Farben era afiliada da American Farben e 
“a American IG é uma companhia holding com diretores como Edsel Ford, Walter Teagle e um dos 
funcionários do City Bank...”. Lee explicou que a ele era pago 25 mil dólares por ano por um contrato 
feito com Max Ilgner da IG Farben. Seu trabalho era refutar as críticas contra a IG Farben dentro dos 
Estados Unidos. O conselho dado por Ivy Lee para a Farben, sobre este problema foi bastante aceitável: 
 
Em primeiro lugar, eu tinha dito para eles, que jamais no mundo poderiam ter o povo 
americano reconciliado com o tratamento dispensado por eles aos judeus: que aquilo 
estava fora da mentalidade americana e jamais poderia ser justificado perante a opinião 
pública americana, e que não haveria efeito se fosse tentado. 
 
Em segundo lugar, que qualquer coisa que cheirasse a propaganda Nazi neste país era 
um erro, e passível de não ser aceito. Nosso povo olha isto como uma interferência em 
assuntos de relações americanas, e isto era mau negócio. 
 
O pagamento inicial de 4.500 dólares para Ivy Lee por este contrato foi feito por Hermann Schmitz, 
chairman da IG Farben na Alemanha. Foi depositado no New York Trust Company sob o nome da 
IG Chemie (ou seja, da IG suíça, como Ivy Lee determinou). Contudo, o segundo e maior 
pagamento de 14.450 dólares foi feito por William von Rath da American IG e também depositado 
por Ivy Lee no New York Trust Company, para crédito em sua conta pessoal (a conta da firma era 
do Chase Bank). Este ponto, com respeito a origem dos fundos, é importante quando consideramos 
a identidade dos diretores da American IG, porque pagamentos feitos pela American IG significava 
que o volume dos fundos para propaganda Nazista não era de origem alemã. Eram fundos 
americanos, adquiridos nos Estados Unidos e sob controle de diretores americanos, embora 
usados para propaganda Nazista nos Estados Unidos. 
 
Em outras palavras, muitas das propagandas Nazistas manipuladas por Ivy Lee não eram 
importadas da Alemanha. A finalidade destes fundos americanos foi levantada em questão, pelo 
Comitê House da Atividades Anti-Americanas: 
 
Sr. Dickstein: Se eu o entendo, você testemunhou que não recebeu propaganda alguma, e 
que não tinha nada a ver com a distribuição de propaganda neste país? 
 
Sr. Lee: Eu não testemunhei que não recebi nada Sr. Dickstein. 
 
Sr. Dickstein: Eu vou eliminar esta parte da pergunta, então. 
 
Sr. Lee: De qualquer modo, eu testemunhei que não disseminei nenhuma. 
 
Sr. Dickstein: Você recebeu, ou sua firma recebeu alguma literatura de propaganda, da 
Alemanha, alguma vez? 
 
Sr. Lee: Sim, senhor. 
 
Sr. Dickstein: E quando

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