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Apostila Orçamento Público e Execução Orçamentária e Financeira

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Núcleo de Educação a Distância
UNIVERSIDADE METROPOLITANA DE SANTOS
Orçamento Público e Execução Orçamentária e Financeira
SEMESTRE 3
	
Créditos e Copyright.
CARVALHO, Alexandro Farias de. 
Orçamento Público e Execução Orçamentária e Financeira. Alexandro Farias de Carvalho. Santos: Núcleo de Educação a Distância da UNIMES, 2015. 119p. (Material didático. Curso de Tecnologia em Gestão Pública).
Modo de acesso: www.unimes.br
1. Ensino a distância. 2. Tecnologia em Gestão Pública. 3. Orçamento Público e Execução Orçamentária e Financeira.
CDD 350				ID 914
UNIVERSIDADE METROPOLITANA DE SANTOS
FACULDADE DE CIÊNCIAS ADMINISTRATIVAS, COMERCIAIS, CONTÁBEIS E ECONÔMICAS
PLANO DE ENSINO
CURSO: Tecnologia em Gestão Pública
COMPONENTE CURRICULAR: Orçamento Público e Execução Orçamentária e Financeira
SEMESTRE: 3º
CARGA HORÁRIA TOTAL: 80 horas
EMENTA:
Introdução ao Orçamento Público. Instrumentos de Planejamento. Créditos Adicionais. Receitas e Despesas Públicas. Restos a Pagar. Despesas de Exercícios anteriores. Adiantamentos. Dotação Orçamentária e Fontes de Recursos. Despesa Orçamentária. Conta única do Governo Federal e Programação Financeira.                 
OBJETIVO GERAL: 
Possibilitar ao aluno conhecimentos básicos teórico-práticos relativos às técnicas e tipos de orçamentos públicos e sua execução e a gestão Orçamentária e Financeira com vinculação a Contabilidade aplicada ao Setor Público.
 
OBJETIVOS ESPECÍFICOS:
UNIDADE I: Introdução ao Orçamento Público e Instrumentos de Planejamento
Compreender aspectos históricos do orçamento público, sua evolução para Orçamento Clássico e Tradicional; bem como analisar o desempenho de realizações do Orçamento-Programa, a apresentação do Orçamento Participativo e a Contabilidade Aplicada Ao Setor Público (CASP) seus conceitos, objetivos, objeto, campo de aplicação e função social. Compreender os Princípios Orçamentários; a Lei de Responsabilidade Fiscal e todo ciclo orçamentário.
 
UNIDADE II: Contabilidade Pública
Abordar sobre a introdução às Receitas e Despesas Públicas e a configuração das despesas como obrigações pendentes de Restos a pagar; Despesas de Exercícios Anteriores, além de aspectos da Dívida Pública e Regime de adiantamento.
 
UNIDADE III: Execução Orçamentária e Fontes de Recursos
Compreender o que é Dotação Orçamentária e Fontes de Recursos e seu Controle e Avaliação Execução Orçamentária. Conhecer o Controle Externo e Interno e sua função no orçamento. Aprender sobre Patrimônio Público e Variações Patrimoniais, Resultado Patrimonial, Plano de Contas Aplicado ao Setor Público (PCASP) e sua relação com o SIAFI.
 
UNIDADE IV: Conta única do Tesouro Nacional e Programação Financeira
Traçar relações entre a Conta única do Tesouro Nacional e a Programação Financeira de Desembolso, seus Conceitos e Finalidade. Aprofundar-se na Elaboração e Aprovação da Programação Financeira; Liberação de Recursos Financeiros e Cronograma de Desembolso.
 
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO:
· Aspectos históricos do Orçamento Público;
· Instrumentos do planejamento orçamentário;
· Evolução do Orçamento - Orçamento Clássico ou Tradicional;
· Orçamento de Desempenho ou de Realizações;
· Orçamento-Programa;
· Orçamento Participativo;
· Contabilidade Aplicada Ao Setor Público (CASP);
· Princípios Orçamentários: anualidade, unidade, universalidade, especificação, publicidade equilíbrio, exclusividade, orçamento bruto e não afetação das receitas;
· Lei de Responsabilidade Fiscal – Aspectos Orçamentários;
· Receita Corrente Liquida;
· Execução Orçamentária e do Cumprimento das Metas;
· Previsão da Arrecadação;
· Geração da Despesa;
· Despesas com Pessoal;
· Restos a Pagar;
· Preservação do Patrimônio Público;
· Processo de Elaboração do Orçamento;
· Peças Orçamentárias: Plano Plurianual (PPA), A Lei de Diretrizes Orçamentárias – LDO, A Lei Orçamentária Anual – LOA;
· Princípios da Administração Pública: Legalidade, Impessoalidade, Moralidade e Publicidade;
· Segundo Grupo de Princípios da Administração Pública: Interesse Público, Princípio da Finalidade, Princípio da Igualdade, Lealdade e boa-fé, Motivação, Princípios da Razoabilidade e da Proporcionalidade;
· Orçamento e Ciclo Orçamentário: Orçamento Fiscal, o Orçamento da Seguridade Social e o Orçamento de Investimento das Empresas Estatais Federais;
· Elaboração da Proposta Orçamentária;
· Mecanismos Retificadores do Orçamento;
· Receitas Públicas: Receitas correntes e Receitas de capital;
· Receitas Públicas: Classificação Institucional, Categoria econômica, origem, espécie, rubrica, alínea e subalínea.
·  Estágios da Receita Pública;
· Estágios da Despesa Pública;
· Restos a Pagar e Despesas de Exercícios Anteriores;
· Dívida Pública;
· Regime de Adiantamento;
· Dotação Orçamentária e Fontes de Recursos;
· Controle e Avaliação Execução Orçamentária;
· Plano de Contas Aplicado ao Setor Público (PCASP);
· Patrimônio Público e Variações Patrimoniais - Conceito e Classificação;
· SIAFI  - Sistema  Integrado  de  Administração  Financeira  do Governo Federal;
· Conta única do Tesouro Nacional;
· Programação Financeira de Desembolso;
· Transferência de Recursos Federais;
· Formas de Transferência de Recursos Federais;
· Cronograma de Desembolso;
· Movimentação de Recursos Financeiros.
 
BIBLIOGRAFIA BÁSICA:
CREPALDI, Silvio Aparecido. Orçamento público: planejamento, elaboração e controle. São Paulo: Saraiva, 2009. Livro. (1 recurso online). ISBN 9788502201927. Disponível em: <https://integrada.minhabiblioteca.com.br/books/9788502201927>. Acesso em: 19 fev. 2019.
BEZERRA FILHO, João Eudes. Orçamento aplicado ao setor público: abordagem simples e objetiva. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2013. Livro. (1 recurso online). ISBN 9788522479726. Disponível em: <https://integrada.minhabiblioteca.com.br/books/9788522479726>. Acesso em: 19 fev. 2019.
MARQUES, Euvaldo. Finanças públicas: administração financeira e orçamentária. São Paulo: Saraiva, 2015. Livro. (1 recurso online). ISBN 9788502621916. Disponível em: <https://integrada.minhabiblioteca.com.br/books/9788502621916>. Acesso em: 19 fev. 2019. 
 
BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR:
BRASIL.. Ministério do Orçamento, Planejamento e Gestão. Manual Técnico de Orçamento – MTO. Instruções para elaboração da proposta orçamentária da União. Brasília: MPOG. Disponível em: <http://www.orcamentofederal.gov.br/informacoes-orcamentarias/manual-tecnico>. Acesso em: 19 fev. 2019.
LUZ, Érico Eleutério da (Org.). Gestão Financeira e Orçamentária. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2015. (Pearson-19-02-19)
 
PIRES, Valdemir. Orçamento participativo: o que é, para que serve, como se faz. Barueri, SP: Manole, 2001. Livro. ISBN 9788520412701.  (Pearson-19-02-19)
 
MACHADO, Luiz Henrique Mourão (Org.). Sistema Financeiro Nacional. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2015. (Pearson-19-02-19)
PINHEIRO, Luís Felipe Valerim. Questões regulatórias: políticas públicas nas leis orçamentárias. São Paulo: Saraiva, 2015. (Direito em contexto). ISBN 9788502628397. Disponível em: <https://integrada.minhabiblioteca.com.br/books/9788502628397>. Acesso em: 19 fev. 2019.
 
METODOLOGIA:
A disciplina está dividida em unidades temáticas que serão desenvolvidas por meio de recursos didáticos, como: material em formato de texto, videoaulas, fóruns e atividades individuais. O trabalho educativo se dará por sugestão de leitura de textos, indicação de pensadores, de sites, de atividades diversificadas, reflexivas, envolvendo o universo da relação dos estudantes, do professor e do processo ensino/aprendizagem.
 
AVALIAÇÃO:
A avaliação dos alunos é contínua, considerando-se o conteúdo desenvolvido e apoiado nos trabalhos e exercícios práticos propostos ao longo do curso, como forma de reflexão e aquisição de conhecimento dos conceitos trabalhados na parte teórica e prática e habilidades. Prevê ainda a realização de atividades em momentos específicos como fóruns, chats, tarefas, avaliações a distância e Prova Presencial, de acordo com a Portaria de Avaliação vigente.
Sumáro
Aula 01_Aspectos históricosdo Orçamento Público	11
Aula 02_ Introdução ao Orçamento Público e Instrumentos de Planejamento	16
Aula 03_Orçamento Participativo	18
Aula 04_Contabilidade Aplicada Ao Setor Público (CASP)	19
Aula 05_Princípios Orçamentários	21
Aula 06_Lei de Responsabilidade Fiscal	23
Aula 07_Processo de Elaboração do Orçamento	27
Aula 08_Peças Orçamentárias	29
Aula 09_Princípios da Administração Pública	33
Aula 10_Orçamento e Ciclo Orçamentário	36
Aula 11_Elaboração da Proposta Orçamentária	38
Aula 12_Mecanismos Retificadores do Orçamento	40
Aula 13_Receitas Públicas	43
Aula 14_Receitas Públicas e suas Classificações Legais	48
Aula 15_Receitas Públicas: Classificação Institucional	53
Aula 16_Estágios da Receita Pública	57
Aula 17_Despesa Pública	60
Aula 18_Estágios da Despesa Pública	66
Aula 19_Restos a Pagar e Despesas de Exercícios Anteriores	69
Aula 20_Dívida Pública	73
Aula 21_Regime de Adiantamento	77
Aula 22_Dotação Orçamentária e Fontes de Recursos	81
Aula 23_Controle e Avaliação Execução Orçamentária	84
Aula 24_Plano de Contas Aplicado ao Setor Público (PCASP)	89
Aula 25_Patrimônio Público	98
Aula 26_SIAFI - Sistema Integrado de Administração Financeira do Governo Federal	100
Aula 27_Conta única do Tesouro Nacional	103
Aula 28_Programação Financeira de Desembolso	109
Aula 29_Transferência de Recursos Federais	112
Aula 30_Formas de Transferência de Recursos Federai	115
Aula 31_Cronograma de Desembolso	118
Aula 32_Movimentação de Recursos Financeiros	120
Aula 01_Aspectos históricos do Orçamento Público
Nesta aula estudaremos como se deu o início do orçamento público e seu comportamento histórico até a época contemporânea.
O estudo do orçamento público, com características contemporâneas, remota à década de 1920 nos Estados Unidos da América, quando a gestão empresarial deu enormes saltos de qualidade, propiciando o desenvolvimento de diversas técnicas de gestão e de elaboração do orçamento.
Desde 1916, o francês JULES HENRI FAYOL, em sua obra Administração Industrial e Geral, já defendia que as empresas eram conjuntos de funções (técnicas, comerciais, financeiras, segurança, contábil e administrativa). Assim, com o desenvolvimento do pensamento empresarial e acadêmico, para efetuar o acompanhamento e controle da função administrativa, era necessário estabelecer mecanismos que proporcionassem bases seguras na condução das atividades empresariais. Neste sentido, surgiram as técnicas orçamentárias que conhecemos, dentre elas, o Orçamento Público.
Orçamento Público é o instrumento de planejamento e execução das finanças públicas. Na atualidade, tal conceito está intimamente ligado à previsão das Receitas e fixação das Despesas públicas. Em outras palavras, o Orçamento Público é o documento legal (ou o conjunto de documentos legais) contendo a previsão de receitas e despesas de um governo, durante um determinado exercício.
Na verdade, a origem do orçamento advém desde o período de transição do Mercantilismo para o Liberalismo. Inicialmente, o orçamento vinculou-se às reivindicações da burguesia, que buscava a limitação dos poderes do Soberano que, durante o Absolutismo, era visto como fonte de poder absoluto, divino, acarretando que a vontade do Rei se confundia com o próprio ordenamento normativo. Se, hoje, o orçamento se apresenta como um método utilizado pela Administração Pública para coordenar as despesas e as receitas públicas, imprimindo-lhe organização e possibilitando um panorama geral dos negócios públicos bem como a avaliação e a correção do emprego dos recursos públicos, fato é que a origem do orçamento não se deu a partir de um olhar financeiro contemporâneo, que é marcado pela técnica e racionalidade financeiras.
As origens históricas do orçamento têm em conta as características sociais, políticas e econômicas existentes na Idade Média, que definiam e contextualizavam o seu aspecto financeiro. Como, na época, não existiam os Estados Nacionais, a construção das relações sociais, econômicas e militares se estabeleciam nos feudos, nas relações de subordinação dos servos ao senhor feudal, em troca de alimentos, abrigo e segurança, e nas relações de apoio recíproco deste com o Rei, essencial à segurança e a manutenção daquela sociedade. O Rei cobrava dos senhores feudais um valor referente à utilização das terras reais. Tal preço dominial era o que proporcionava a formação e manutenção do exército real.
Na insuficiência dos ingressos dominiais para o atendimento das necessidades supervenientes e extraordinárias, o Rei lançava tributos adicionais o que, desde já, demonstrava a arbitrariedade na formação e recebimento dos recursos reais. Em outras palavras, o Rei podia dispor de numerários obtidos mediante a cobrança de impostos conforme os desígnios reais. Tal situação só foi alterada quando se passou a exigir o consentimento dos principais vassalos reais para a cobrança dos tributos adicionais, gerando a impossibilidade do Monarca, coativamente, arrecadar os tributos almejados.
A partir de então, a instituição de tributos só seria possível se existisse um caráter extraordinário e o consentimento dos principais súditos, que se reuniam em conselhos ou assembleias, para autorizar a instituição do tributo tido como extraordinário e essencial. 
No Absolutismo, as origens orçamentárias estão identificadas, fundamentalmente, à limitação do poder absoluto do soberano por meio de pressupostos legais que impediam a cobrança arbitrária de tributos.
Se, por um lado, as origens orçamentárias são identificadas nas Revoluções Liberais europeias ocorridas, sobretudo, nos séculos XVII e XVIII, através da exigência de autorização parlamentar para a cobrança de tributos, por outro, não se pode deixar de reconhecer, esses impostos, a rigor, não se confundem com os que permanentemente passam a ser cobrados a partir da instauração da estrutura liberal de Governo, posto que fossem apropriados privadamente, sem a nota da publicidade que marca os tributos permanentes. Com a criação do Estado de Direito, fruto das Revoluções Liberais, foi possível organizar e dar publicidade as finanças públicas, o que possibilitou o lançamento e a cobrança regular de tributos efetuados, por uma autoridade fortalecida devido à unidade nacional, além de definir os requisitos e limites para a utilização dos recursos públicos.
Noutro giro histórico, no campo econômico, o orçamento passa a ser utilizado para combater as crises do sistema capitalista e, principalmente, o problema da falta de empregos. É imperioso ressaltar que a teoria Keynesiana foi fomentada na crise capitalista da terceira década do século XX, período em que se exigiu do Estado uma maior intervenção sobre o domínio econômico, em busca do crescimento econômico, controlando os preços, instituindo monopólios e criando barreiras aos mercados internos.
As ideias e práticas buscam empregar o orçamento como o aparelho para combater a fase de depressão e de desemprego, promover investimentos, ou para conter os quadros inflacionários. Os velhos princípios de técnica orçamentária consagrados pelas gerações anteriores tendem ao peso dessa tarefa enorme. Nesse sentido, o orçamento deixa de ser mero documento financeiro ou contábil para passar a ser o instrumento de ação do Estado.
Através dele é que se fixam os objetivos a serem atingidos pelo Estado. Por meio dele é que o Estado assume funções reais de intervenção no domínio econômico. Em resumo, o orçamento deixou de ser um mero documento estático de previsão de receitas e autorização de despesas para se constituir em um documento dinâmico, solene, de atuação do Estado perante a sociedade, intervindo e dirigindo seus rumos.
Assim, os governos contemporâneos não se resignam a planejar apenas a administração pública e passaram a planejar, também, a economia, colocando-a como centro da política. Essa nova perspectiva resultou na alteração da perspectiva eminentemente política do orçamento, que servia, sobretudo, como escudo de defesa dos contribuintes para conter as despesas governamentais e, implicitamente, o aumento na tributaçãoe passou a ser utilizado pelos governos para o planejamento econômico recaindo sobre todos os setores da economia.
Os sucessivos déficits orçamentários, as exacerbadas subvenções ao capital privado e o volume de receitas incompatíveis com as despesas a serem despendidas, dentre outros fatores, conduziram à crise do Estado de Bem-estar Social a partir dos anos 70. O neoliberalismo tem sido a alternativa. Redução dos gastos sociais e redução de intervenção estatal na ordem econômica compõem algumas das características desse Estado Mínimo. Para outros, a alternativa estaria fundada na redução dos excessos provenientes de uma época em que a doutrina Keynesiana dominava a política econômica e fiscal dos Estados. Na formação dessa nova concepção fiscal, retoma-se a preocupação com a compatibilização entre receitas e despesas, inaugurando um modelo em que a saúde financeira do Estado é mantida por suas próprias fontes. A Lei de Responsabilidade Fiscal reforçaria essa perspectiva.
Do ponto de vista dos investimentos sociais, parece-nos que a melhor interpretação é aquela que procura redirecionar os gastos públicos para os setores mais carentes de cidadania. A própria Constituição Federal de 1988, numa interpretação calcada na vedação do retrocesso, desautoriza a interpretação que propõe a redução dos gastos sociais. Contrariamente, os gastos sociais devem ser empregados em maior volume e de forma mais racional.
No Brasil, a partir da Lei nº. 4.320, de 17.03.1964, e com o advento da Lei Complementar nº 101, de 04.05.2000, o orçamento público ganhou o status com de orçamento-programa, integrado aos sistemas de contabilidade pública. Em direito administrativo brasileiro, o orçamento público é o ato administrativo através do qual o Poder Legislativo autoriza o Poder Executivo a executar determinada despesa pública, destinada a cobrir o custeio do ente ou a seguir a sua política econômica.
Atenção: 
O orçamento público brasileiro, conforme estudaremos adiante, compreende a elaboração e a execução de três leis básicas: o Plano Plurianual - PPA, a Lei de Diretrizes Orçamentárias - LDO e a Lei de Orçamento Anual - LOA, que em conjunto materializam o planejamento e a execução das políticas públicas de cada ente da Federação.
Autoavaliação
O que você entende por orçamento público?
Até a próxima aula!
Aula 02_ Introdução ao Orçamento Público e Instrumentos de Planejamento
Nesta aula iremos verificar que um orçamento público, é a expressão das receitas e despesas de do ente público, relativamente a um período de execução determinado, derivando do processo de planejamento da gestão, onde se deve estabelecer objetivos e metas, materializados em um plano financeiro, isto é, contendo valores em moeda, para o devido acompanhamento e avaliação da gestão.
Introdução ao Orçamento Público
Orçamento público é o planejamento e a execução dos gastos públicos de cada exercício financeiro, que compreende sempre o ano civil, podemos dizer também que é o programa de trabalho do governo, calculando os gastos e investimentos em cima dos recursos ou receitas previstas. É o planejamento feito pela Administração Pública para atender, durante um determinado período, aos planos e os programas de trabalho por ela desenvolvidos, por meio da planificação de receitas a serem obtidas e pelos dispêndios a serem efetuados, objetivando a continuidade e a melhoria quantitativa e qualitativa dos serviços prestados à sociedade.
Os orçamentos são elaborados pelo Poder Executivo que são: o Presidente, os Governadores e os Prefeitos, e são aprovados pelo Poder Legislativo, que compreende o Congresso Nacional, a Assembléia Legislativa e a Câmara de Vereadores, e em datas determinadas pela legislação. 
Evolução do Orçamento - Orçamento Clássico ou Tradicional
O orçamento clássico se caracterizava por ser um documento de previsão de receita e de autorização de despesas, para o período de um ano. Em sua elaboração não se cogitava, primordialmente, em atender as reais necessidades da coletividade e da administração, tampouco se consideravam os objetivos econômicos e sociais. A maior deficiência do orçamento tradicional consistia no fato de que ele não privilegiava um programa de trabalho e um conjunto de objetivos a atingir. Assim, dotava um órgão qualquer com os recursos suficientes para pagar pessoal e comprar material de consumo e permanente para o exercício financeiro. Os órgãos eram contemplados no orçamento de acordo com o que gastavam no exercício anterior e não em função do que se pretendia realizar.
Orçamento de Desempenho ou de Realizações
O orçamento clássico evoluiu para o orçamento de desempenho ou de realizações, onde se buscava saber "as coisas que o governo faz e não as coisas que o governo compra". Assim, saber o que a administração pública compra tornou-se menos relevante do que saber para que se destine a referida aquisição. O orçamento de desempenho, embora já ligado aos objetivos, não poderia, ainda, ser considerado um orçamento-programa, visto que lhe faltava uma característica essencial, qual seja a vinculação ao Sistema de Planejamento.
Orçamento-Programa
A adoção do orçamento-programa na esfera federal foi efetivada em 1964, a partir da edição da Lei nº 4.320/64. O Decreto-Lei 200, de 23.02.67, menciona o orçamento-programa como o plano de ação do Governo Federal, quando em seu artigo 16 define: "em cada ano será elaborado um orçamento-programa que pormenorizará a etapa do programa plurianual a ser realizado no exercício seguinte e que servirá de roteiro à execução coordenada do programa anual”.
	O orçamento-programa pode ser definido como sendo "um plano de trabalho expresso por um conjunto de ações a realizar e pela identificação dos recursos necessários à sua execução". Como se observa, o orçamento-programa não é apenas um documento financeiro, mas principalmente, um instrumento de operacionalização das ações do governo, viabilizando seus projetos/atividades em consonância com os planos e diretrizes estabelecidos, oferecendo as seguintes vantagens um melhor planejamento de trabalho; maior precisão na elaboração dos orçamentos; melhor determinação das responsabilidades; maior oportunidade para redução dos custos; maior compreensão do conteúdo orçamentário por parte do Executivo, do Legislativo e do Público; facilidade para identificação de duplicação de funções; melhor controle da execução do programa; identificação dos gastos e realizações por programa e sua comparação em termos absolutos e relativos; apresentação dos objetivos e dos recursos da instituição e do inter-relacionamento entre custos e programação; e ênfase no que a instituição realiza e não no que ela gasta.
Exercício:
Defina Orçamento Programa.
Aula 03_Orçamento Participativo
Nesta aula veremos que o Orçamento Participativo (OP), é um importante instrumento de complementação da democracia representativa, pois permite que o cidadão debata e defina os destinos de uma cidade. Nele, a população decide as prioridades de investimentos em obras e serviços a serem realizados a cada ano, com os recursos do orçamento. Além disso, ele estimula o exercício da cidadania, o compromisso da população com o bem público. 
O Orçamento Participativo é um mecanismo de democracia representativa que permite ao cidadão influenciar ou decidir sobre os orçamentos públicos. É, geralmente, o orçamento de investimentos das Prefeituras Municipais, feito através de processos de uma participação cidadã. Caracterizá-lo, é dar uma conotação de poder às associações comunitárias e os diferentes setores sociais que estão de uma forma ou de outra nas estruturas decisórias da cidade: homens, mulheres, idosos, negros, comerciantes, deficientes, crianças, adolescentes, trabalhadores, esportistas, estudantes, etc. Esses processos costumam contar com assembléias abertas, periódicas e com etapas de negociações diretas com o governo. Com um Orçamento Participativo, retira-se o poder de uma elite burocrática repassando-o diretamente para a sociedade. O grande sucesso de um Orçamento Participativo é aintrodução de uma fórmula mediadora da democracia direta e representativa, em que há efetivamente uma participação popular onde o cidadão entende que aquilo que foi aprovado é o que realmente será realizado. Com isso, se impede que os politiqueiros implementem o clientelismo e transformem determinados bairros em feudos políticos. A importância da não-institucionalização do Orçamento Participativo, impede sua subordinação à Câmara de Vereadores, não aceitando nenhum carimbo oficial. O que importa é a aprovação interna das associações e as deliberações das plenárias. 
Isso dá força e prestígio ao Orçamento Participativo, afastando as suspeitas por parte do cidadão, de que na verdade teríamos apenas um referendo de promessas. Assim, teríamos uma garantia da soberania do processo associativo da votação e decisão cidadã das plenárias. 
Até a próxima aula!
Aula 04_Contabilidade Aplicada Ao Setor Público (CASP) 
Nesta aula veremos que é importante se ter a consciência que por detrás da Contabilidade Aplicada ao Setor Público (CASP), existe uma teoria que lhe dá sustentação.
Introdução à CASP - Conceito de Contabilidade 
De início, destaca-se que a Contabilidade pode ser analisada sob o ponto de vista científico e sob a ótica pragmática. O objetivo científico da Contabilidade manifesta-se na correta apresentação do Patrimônio e na apreensão e análise das causas das suas mutações. 
Já sob a ótica pragmática, a aplicação da Contabilidade a uma Entidade particularizada, busca prover os usuários com informações sobre aspectos de natureza econômica, financeira e física do Patrimônio da Entidade e suas mutações, o que compreende registros, demonstrações, análises, diagnósticos e prognósticos, expressos sob a forma de relatos, pareceres, tabelas, planilhas e outros meios. 
Assim fica claro que a Contabilidade é a ciência que estuda o patrimônio das organizações, sua evolução e mutações, com o objetivo de fornecer informações para a tomada de decisões e o controle das entidades.
Conceito, objetivo, objeto e função social da CASP 
Conceito 
A Contabilidade Aplicada ao Setor Público é o ramo da ciência contábil que aplica, no processo gerador de informações, os Princípios de Contabilidade e as normas contábeis direcionados ao controle patrimonial de entidades do setor público. 
Objetivo 
O objetivo da Contabilidade Aplicada ao Setor Público é fornecer aos usuários informações sobre os resultados alcançados e os aspectos de natureza orçamentária, econômica, financeira e física do patrimônio da entidade do setor público e suas mutações, em apoio ao processo de tomada de decisão; a adequada prestação de contas; e o necessário suporte para a instrumentalização do controle social. 
Objeto 
O objeto da Contabilidade Aplicada ao Setor Público é o patrimônio público. 
Função Social 
A função social da Contabilidade Aplicada ao Setor Público deve refletir, sistematicamente, o ciclo da administração pública para evidenciar informações necessárias à tomada de decisões, à prestação de contas e à instrumentalização do controle social. 
Campo de Aplicação da CASP 
Segundo a NBC T 16.1, o campo de aplicação da Contabilidade Aplicada ao Setor Público abrange: 
a) As pessoas jurídicas de Direito Público Interno, ou seja, União, Estados, Distrito Federal, Municípios, seus órgãos, fundos, autarquias e fundações; 
b) Os serviços sociais; 
c) Os conselhos profissionais; 
d) Parcialmente: entidades que possuindo personalidade jurídica de direito privado, recebam, guardem, movimentem, gerenciem ou apliquem recursos públicos, na execução de suas atividades, para garantir procedimentos suficientes de prestação de contas e instrumentalização do controle social. 
Exercício:
Qual o objeto da Contabilidade Aplicada ao Setor Público?
Até a próxima aula!
Aula 05_Princípios Orçamentários
Nesta aula abordaremos sobre Princípios Orçamentários que via de regras, devem ser seguidos e obedecidos para a elaboração do orçamento por parte do Poder Executivo.
Para a real eficácia dos controles das atividades financeiras do governo, é necessário que o orçamento se vincule a determinadas regras ou princípios orçamentários, o que resulta em inúmeras definições. Entre os princípios defendidos pela corrente doutrinária dos tratadistas, destacam-se os seguintes:
· Anualidade - também denominado princípio da periodicidade, as previsões de receitas e despesa devem referir-se, sempre a um período limitado de tempo, geralmente denominado exercício financeiro que de acordo com o art. 34 da Lei nº 4.320/64, coincide com o ano civil: 1º de Janeiro a 31 de Dezembro. 
· Unidade - o orçamento deve ser uno, isto é, deve existir apenas um orçamento para cada exercício financeiro. 
· Universalidade - o orçamento deve conter todas as receitas e todas as despesas referentes aos Poderes da União, seus fundos, órgãos e entidades da administração direta e indireta. (Art. 165, § 5º da Constituição Federal).
· Exclusividade - o orçamento deve conter apenas matéria orçamentária e não cuidar de assuntos estranhos, o que, está previsto no Art.165 da Constituição. Exceção feita à autorização para abertura de créditos suplementares e contratação de operações de crédito.
· Especificação - tem por escopo vedar as autorizações globais, ou seja, as despesas devem ser classificadas com um nível de desagregação tal que facilite a análise por parte das pessoas. De acordo com o Art.15 da Lei nº 4.320, a discriminação da despesa far-se-á, no mínimo por elemento (pessoal, material, serviços, obras, etc..).
· Publicidade - define que o conteúdo orçamentário deve ser divulgado através dos veículos oficiais de comunicação/divulgação para conhecimento público e para a eficácia de sua validade que é o princípio exigido para todos os atos oficiais do governo. No caso especifico a publicação deve ser feita no Diário Oficial da União; e
· Equilíbrio - por este princípio se entende que, em cada exercício financeiro, o montante da despesa não deve ultrapassar a receita prevista para o período. Não é uma regra rígida, embora a ideia de equilibrar receitas continue ainda sendo perseguida, principalmente a médio ou longo prazo. 
· Orçamento Bruto – todas as receitas e despesas deverão aparecer no orçamento descrito com valores brutos, sem qualquer tipo de dedução.
· Não Afetação das Receitas – este princípio determina a não vinculação da receita, onde o legislador não poderá vincular receitas públicas a determinados despesas, órgãos ou fundos, disposto na Constituição Federal no art. 167 IV.
· Exercícios:
· Cite quais são os Princípios Orçamentários.
· Defina o princípio da Unidade.
· Defina o princípio da Exclusividade.
Até a próxima aula!
Aula 06_Lei de Responsabilidade Fiscal
Nesta aula estudaremos que a Lei Complementar 101 de 04 de Maio de 2000, denominada a Lei de Responsabilidade Fiscal, veio para mudar o perfil da gestão pública nacional, ela visa uma maior transparência e controle social e faz-se necessária evidenciação dos instrumentos a serem utilizados pela administração pública.
Lei de Responsabilidade Fiscal – Aspectos Orçamentários
	A Lei Complementar nº 101, de 04 de Maio de 2000, estabelece normas de finanças públicas voltadas para a responsabilidade na gestão fiscal e dá outras providências.	As disposições da Lei Complementar atingem a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios.
Receita Corrente Liquida
	Na União correspondem ao somatório das receitas tributárias, de contribuições, patrimoniais, industriais, agropecuárias, de serviços, transferências correntes e outras receitas também correntes deduzidas os valores transferidos aos Estados e Municípios por determinação constitucional ou legal e as contribuições mencionadas na alínea a do inciso I e no inciso II do artigo 195, e no art.239 da Constituição.
Da Execução Orçamentária e do Cumprimento das Metas
	Até trinta dias após a publicação dos orçamentos, nos termos em que dispuser a lei de diretrizes orçamentárias e observadas o disposto na alínea "c" do inciso I do art. 4º, o Poder Executivo estabeleceráa programação financeiro e o cronograma de execução mensal de desembolso.
	Se verificado, ao final de um bimestre, que a realização da receita poderá não comportar o cumprimento das metas de resultado primário ou nominal estabelecidas nas Metas Fiscais, os Poderes e o Ministério Público promoverão, por ato próprio e nos montantes necessários, nos trinta dias subsequentes, limitação de empenho e movimentação financeira, segundo os critérios fixados pela lei de diretrizes orçamentárias.
	Não será objeto de limitação às despesas que constituam obrigações constitucionais e legais do ente, inclusive aquelas destinadas ao pagamento do serviço da dívida, e as ressalvadas pela lei de diretrizes orçamentárias.
	No caso de os Poderes Legislativo e Judiciário e o Ministério Público não promoverem a limitação no prazo estabelecido no caput, é o Poder Executivo autorizado a limitar os valores financeiros segundo os critérios fixados pela lei de diretrizes orçamentárias.
Da Previsão e da Arrecadação
	As previsões de receita observarão as normas técnicas e legais, considerarão os efeitos das alterações na legislação, da variação do índice de preços, do crescimento econômico ou de qualquer outro fator relevante e serão acompanhados de demonstrativo de sua evolução nos últimos três anos, da projeção para os dois seguintes àquele a que se referirem, e da metodologia de cálculo e premissas utilizadas. Reestimativa de receita por parte do Poder Legislativo só será admitida se comprovado erro ou omissão de ordem técnica ou legal. O montante previsto para as receitas de operações de crédito não poderá ser superior ao das despesas de capital constantes do projeto de lei orçamentária.
Da Geração da Despesa
	Será considerada não autorizada, irregulares e lesivas ao patrimônio público a geração de despesa ou assunção de obrigação que não atendam ao disposto nos art.16 e 17.
Art. 16. “A criação, expansão ou aperfeiçoamento de ação governamental que acarrete aumento da despesa será acompanhado de: I - estimativa do impacto orçamentário-financeiro no exercício em que deva entrar em vigor e nos dois subsequentes; II - declaração do ordenador da despesa de que o aumento tem adequação orçamentária e financeira com a lei orçamentária anual e compatibilidade com o plano plurianual e com a lei de diretrizes orçamentárias.”
Art. 17. “Considera-se obrigatória de caráter continuado a despesa corrente derivada de lei, medida provisória ou ato administrativo normativo que fixem para o ente a obrigação legal de sua execução por um período superior a dois exercícios.”
Das Despesas com Pessoal
	Para efeitos da Lei de Responsabilidade Fiscal, entende-se como despesa total com pessoal: o somatório dos gastos do ente da Federação com os ativos, os inativos e os pensionistas, relativos a mandatos efetivos, cargos, funções ou empregos, civis, militares e de membros de Poder, com quaisquer espécies remuneratórias, tais como vencimentos e vantagens, fixas e variáveis, subsídios, proventos da aposentadoria, reformas e pensões, inclusive adicionais, gratificações, horas extras e vantagens pessoais de qualquer natureza, bem como encargos sociais e contribuições recolhidas pelo ente às entidades de previdência. Os valores dos contratos de terceirização de mão-de-obra que se referem à substituição de servidores e empregados públicos serão contabilizados como "Outras Despesas de Pessoal". A despesa total com pessoal, no âmbito da União, não poderá exceder a 50% dos percentuais da receita corrente liquida.
	Se a despesa total com pessoal, do Poder ou Órgão ultrapassar os limites definidos, sem prejuízo das medidas previstas no art.22 da LRF, o percentual excedente terá de ser eliminado nos dois quadrimestres seguintes, sendo pelo menos um terço no primeiro, adotando-se, entre outras, as providências previstas nos § 3º e 4º do art. 169 da Constituição. Esse objetivo poderá ser alcançado tanto pela extinção de cargos e funções quando pela redução dos valores a eles atribuídos.
Dos Restos a Pagar
É vedado ao titular de Poder ou órgão referido no art. 20 da Lei de Responsabilidade Fiscal, nos últimos dois quadrimestres do seu mandato, contrair obrigação de despesa que não possa ser cumprida integralmente dentro dele, ou que tenha parcelas a serem pagas no exercício seguinte sem que haja suficiente disponibilidade de caixa para este efeito.
Na determinação da disponibilidade de caixa serão considerados os encargos e despesas compromissadas a pagar até o final do exercício.
Da Preservação do Patrimônio Público
É vedada a aplicação da receita de capital da alienação de bens e direitos que integram o patrimônio público para o financiamento de despesa corrente, salvo se destina por lei aos regimes de previdência social, geral e próprio dos servidores públicos.
Da Escrituração e Consolidação das Contas 
	Além de obedecer às demais normas de contabilidade pública, a escrituração das contas públicas observará as seguintes:
a) A disponibilidade de caixa constará de registro próprio, de modo que os recursos vinculados a órgão, fundo ou despesa obrigatória fiquem identificados e escriturados de forma individualizada.
b) A despesa e a assunção de compromisso serão registradas segundo o regime de competência, apurando-se, em caráter complementar, o resultado dos fluxos financeiros pelo regime de caixa.
c) As operações de crédito, as inscrições em Restos a Pagar e as demais formas de financiamento ou assunção de compromissos junto a terceiros, deverão ser escrituradas de modo a evidenciar o montante e a variação da dívida pública no período, detalhando, pelo menos, a natureza e o tipo de credor.
 Exercício:
O que estabelece e Lei de Responsabilidade Fiscal?
Até a próxima aula!
Aula 07_Processo de Elaboração do Orçamento
Nesta aula abordaremos sobre o processo de elaboração do orçamento que deve cumprir as exigências estabelecidas na Constituição Federal, sendo preparado no primeiro ano do mandato, para vigorar a partir do segundo ano até o primeiro ano de mandato do próximo Chefe do Executivo.
Visando a ação planejada e transparente da elaboração do orçamento, surge a Lei Complementar nº 101 de 04/05/2000, Lei de Responsabilidade Fiscal, que através do § 1º do artigo 1º diz: 
“A responsabilidade na gestão fiscal, pressupõe a ação planejada e transparente, em que se previnem riscos e corrigem desvios capazes de afetar o equilíbrio das contas públicas, mediante o cumprimento de metas de resultados entre receitas e despesas e a obediência a limites e condições no que tange a renúncia de receita, geração de despesas com pessoal, da seguridade social e outras, dívidas consolidada e mobiliária, operações de crédito, inclusive por antecipação de receita, concessão de garantia e inscrição em Restos a Pagar”. 
A princípio tínhamos a Lei nº 4.320/64 denominada Lei de Responsabilidade Fiscal, com o passar do tempo surge a necessidade de inserir novos dispostos, então nasce a Lei Complementar nº 101/2000. 
· Sabendo que a elaboração do orçamento é importante para a administração pública ter um controle interno dos seus gastos, a obrigatoriedade da mesma ficou clara em 1967, com a implantação do Decreto Lei nº 200 que dispunha algumas finalidades do orçamento: 
· Originar condições imprescindíveis para a eficácia do controle externo e para garantir a regularidade à execução da receita e despesa; 
· Seguir a realização dos planos de trabalho e do orçamento; 
· Determinar os resultados atingidos pelo chefe do Executivo e constatar a realização dos contratos. 
Para a elaboração do processo orçamentário a Constituição de 1988 estabeleceu os seguintes objetos de planejamento governamental: 
· Lei do Plano Plurianual, conhecida como PPA; 
· Lei de Diretrizes Orçamentárias, conhecida como LDO e, 
· Lei Orçamentária Anual, conhecida como LOA. 
Exercício:
Quais foram os objetos de Planejamento estabelecidos na Constituição Federal de 1988?
Até a próxima aula!
Aula 08_Peças Orçamentárias
Nesta aula veremos que as três principais peças legais do orçamento são: o PPA – PlanoPlurianual, a LDO – Lei de Diretrizes Orçamentárias, a LOA – Lei Orçamentária Anual. O PPA é o instrumento de planejamento orçamentário que estabelece objetivos e metas quadrienais, tratando principalmente das despesas de capital e das despesas dos programas de duração continuada. A LDO é o instrumento de planejamento orçamentário que estabelece prioridades e metas anuais de acordo com o PPA. A LOA é o instrumento de planejamento orçamentário que estabelece anualmente a programação das ações, a alocação das despesas e a estimativa de recursos necessários ao cumprimento da LDO. Estas leis são de iniciativa do Poder Executivo e são aprovadas pelo Legislativo, com prazos que devem ser observados por todos aqueles que pretendam acompanhar ou participar das discussões, ou propor programas. 
Plano Plurianual (PPA)
O Poder Executivo ordenará suas ações com a finalidade de atingir objetivos e metas por meio do PPA, um plano de médio prazo elaborado no primeiro ano de mandato, para execução nos quatro anos seguintes, contendo um anexo com metas plurianuais da política fiscal, considerando despesas, receitas, resultado primário e estoque da dívida. O PPA é instituído por lei, estabelecendo, de forma regionalizada, as diretrizes, objetivos e metas da Administração Pública para as despesas de capital e outras delas decorrentes e para aquelas referentes a programas de duração continuada. Os investimentos cuja execução seja levada a efeito por períodos superiores a um exercício financeiro, só poderão ser iniciados se previamente incluídos no PPA ou se nele incluídos por autorização legal. A não observância deste preceito caracteriza crime de responsabilidade.
A Lei de Diretrizes Orçamentárias - LDO 
A Lei de Diretrizes Orçamentárias é um planejamento elaborado anualmente e tem a finalidade de nortear a elaboração dos orçamentos anuais, de adequá-los aos objetivos, metas e prioridades da administração pública, estabelecidos anteriormente no PPA, para o exercício financeiro seguinte. A LDO conterá também critérios de limitação de empenhos, anexo de metas fiscais, anexo de riscos fiscais entre outros. Deverá ser elaborada até 30 de abril e encaminhada ao Poder Legislativo para que este possa aprová-la até 30 de junho (ou conforme determina a lei do município).
Compreende as metas e prioridades da Administração Pública Federal, devendo:
· Orientar a elaboração da Lei Orçamentária Anual - LOA:
· Dispor sobre alterações na legislação tributária; e
· Estabelecer políticas de aplicação das agências financeiras oficiais de fomento.
Com a edição da LRF, a LDO passou a ter novas e essenciais funções, associando regras de planejamento que prezam pelo equilíbrio entre as receitas e despesas na execução do orçamento. A Lei de Responsabilidade Fiscal também trouxe alterações no Anexo de Metas Fiscais, onde são estabelecidas as metas de resultado primário e nominal, e também no Anexo de Riscos Fiscais, onde são abrangidos os riscos fiscais e examinados os passivos contingentes que são fundamentais para a observação das finanças públicas e para ocorrer o equilíbrio das contas públicas. Na LDO são estabelecidas as diretrizes que nortearão a Administração na preparação do orçamento e na sua realização, sendo destacadas entre as diversas ações do governo descritas no PPA as que terão maior necessidade para a preparação da LOA e sua realização, conciliando-as com os recursos arrecadados.
 A LDO deverá ser elaborada de acordo com o disposto na Constituição Federal de 1988 e na Lei de Responsabilidade Fiscal de 2000:
Quadro 01: Conteúdo da LDO segundo a Constituição Federal/1988 e LRF/2000.
	Conteúdo da LDO
	CF/1988
	LRF/2000
	- definir as metas e prioridades da Administração Pública Municipal;
- dar orientações básicas para elaboração da lei orçamentária anual;
- dispor sobre as alterações na legislação tributária do Município;
- estabelecer a política de aplicação das agências financeiras oficiais de fomento;
- dispor sobre a política de pessoal e encargos sociais;
	- dispor sobre o equilíbrio entre receitas e despesas;
- definir os critérios e formas de limitação de empenho;
- estabelecer as normas relativas ao controle de custos e à avaliação dos resultados dos programas financiados com recursos dos orçamentos;
- estabelecer as condições e exigências para transferências de recursos a entidades públicas e privadas;
- definir o montante e forma de utilização da reserva de contingência;
- dispor sobre a contratação excepcional de horas extras;
- autorizar o Município a auxiliar o custeio de despesas atribuídas a outros entes da federação;
- definir critérios para o início de novos projetos;
- definir as despesas consideradas irrelevantes;
- definir as condições para a renúncia de receitas.
Fonte: AGUILAR, MORAES, PEREIRA e FONSECA (2010, p.74).
· A Lei Orçamentária Anual - LOA
· Estima a receita e fixa a despesa para o exercício. Conforme apresentado no artigo 165, § 5º a LOA conterá:
· Orçamento Fiscal: abrangem todas as receitas tributárias, ordinárias, originárias derivadas, bem como todas as despesas da administração direta e indireta, exceto as receitas e despesas que fazem parte do orçamento de investimento e da seguridade social.
· Orçamento de Investimento: abrange apenas as despesas com investimentos das empresas estatais.
· Orçamento da seguridade social: abrange as seguintes receitas e despesas:
· Saúde: receitas oriundas do SUS, de convênios e outras vinculadas à saúde e despesas da saúde e outras vinculadas a este departamento.
· Assistência Social: receitas oriundas do FNAS, FEAS, de convênios e outras vinculadas à assistência social, também as despesas da assistência social e outras vinculadas a este departamento.
· Previdência Social: todas as receitas e despesas oriundas do RPPS.
· A estruturação da Lei Orçamentária Anual é feita através das receitas e despesas previstas para o exercício em que se trata o orçamento.
Exercício:
O que abrange o Orçamento da Seguridade Social?
Até a próxima aula!
Aula 09_Princípios da Administração Pública	
Nesta aula estudaremos a LIMPE que é uma combinação interessante de letras, formada por alguns princípios encontrados em nossa Constituição Federal. São eles, respectivamente, os princípios da: Legalidade, Impessoalidade, Moralidade, Publicidade e Eficiência. 
Todos os princípios da Administração Pública estão presentes no artigo 37 da Constituição Federal.
O primeiro princípio é o da Legalidade e está no alicerce do Estado de Direito, no princípio da autonomia da vontade. Baseia-se no pressuposto de que tudo o que não é proibido, é permitido por lei. Mas o administrador público deve fazer as coisas sob a regência da lei imposta. Portanto, só pode fazer o que a lei lhe autoriza. O segundo princípio denomina-se Impessoalidade onde a imagem de Administrador público não deve ser identificada quando a Administração Pública estiver atuando. Outro fator é que o administrador não pode fazer sua própria promoção, tendo em vista seu cargo, pois esse atua em nome do interesse público. E mais, ao representante público é proibido o privilégio de pessoas específicas. E deve tratar todos igualmente.
Na Moralidade há a junção de Legalidade com Finalidade, resultando em Moralidade, ou seja, o administrador deve trabalhar com bases éticas na administração, lembrando que não pode ser limitada na distinção de bem ou mal. Não se devem visar apenas esses dois aspectos, adicionando a ideia de que o fim é sempre será o bem comum. A legalidade e finalidade devem andar juntas na conduta de qualquer servidor público, para o alcance da moralidade.
A Publicidade visa que todo o ato da Administração Pública deve ser feito de forma legal, não oculta. A publicação dos assuntos é importante para a fiscalização, o que contribui para ambos os lados, tanto para o administrador quanto para o público. Porém, a publicidade não pode ser usada de forma errada, para a propaganda pessoal, e, sim, para haver um verdadeiro controle social.
A publicidade dos atos administrativos sofre as seguintes exceções:
Nos casosde segurança nacional: seja ela de origem militar, econômica, cultural etc.. Nestas situações, os atos não são tornados públicos. 
Nos casos de investigação policial: onde o Inquérito Policial é extremamente sigiloso (só a ação penal que é pública);
Nos casos dos atos internos da Adm. Pública: nestes, por não haver interesse da coletividade, não há razão para serem públicos.
Por outro lado, embora os processos administrativos devam ser públicos, a publicidade se restringe somente aos seus atos intermediários, ou seja, a determinadas fases processuais. A publicidade dos atos administrativos é feita tanto na esfera federal (através do Diário Oficial Federal) como na estadual (através do Diário Oficial Estadual) ou municipal (através do Diário Oficial do Município). Nos Municípios, se não houver o Diário Oficial Municipal, a publicidade poderá ser feita através dos jornais de grande circulação ou afixada em locais conhecidos e determinados pela Administração.
Por último, a Publicidade deve ter objetivo educativo, informativo e de interesse social,  não podendo ser utilizados símbolos, imagens etc. que caracterizem a promoção pessoal do Agente Administrativo. 
No princípio da Eficiência o administrador tem o dever de fazer uma boa gestão, ou seja, o representante deve trazer as melhores saídas, sob a legalidade da lei, bem como mais efetiva. 
Segundo Grupo de Princípios da Administração Pública
Dados os princípios, pertencentes ao chamado 1º grupo, da administração pública. Agora vem o 2º grupo, que são os explícitos ou implícitos no texto constitucional, além dos que estão no art. 37.
Interesse Público: o princípio da Supremacia do Interesse Público sobre o interesse privado é intimamente unido em toda e qualquer sociedade organizada. Segundo a própria CF, “todo o poder emana do povo”, por isso, o interesse público irá trazer o benefício e bem-estar à população.
Princípio da Finalidade: é dever do administrador público buscar os resultados mais práticos e eficazes. Esses resultados devem estar ligados às necessidades e aspirações do interesse do público.
Princípio da Igualdade: no art. 5º da CF, prevê-se que todos têm direitos iguais sem qualquer distinção. Para o administrador não é diferente. Ele não pode distinguir as situações. Sendo obrigado, por lei, a agir de maneira igual em qualquer situação.
Lealdade e boa-fé: o princípio da legalidade e boa-fé resume-se que o administrador não deve agir com malícia ou de forma astuciosa para confundir ou atrapalhar o cidadão no exercício de seus direitos. Sempre deve agir de acordo com a lei e com bom senso.
Motivação: para todas as ações dos servidores públicos, deve existir uma explicação, um fundamento de base e direito. O princípio da Motivação é o que vai fundamentar todas as decisões que serão tomadas pelo agente público.
Princípios da Razoabilidade e da Proporcionalidade: as competências da administração pública devem ser feitas proporcionalmente, sendo ponderadas, segundo as normas exigidas para cumprimento da finalidade do interesse público.
Exercícios:
Cite os Princípios da Administração Pública.
Defina o Princípio da Motivação?
 
 Até a próxima aula!
Aula 10_Orçamento e Ciclo Orçamentário
Nesta aula veremos que o Orçamento Público, em sentido amplo, é um documento legal (aprovado por lei) contendo a previsão de receitas e a estimativa de despesas a serem realizadas por um Governo em um determinado exercício (geralmente um ano). Contudo os primeiros Orçamentos que se têm notícia eram os chamados orçamentos tradicionais, que se importavam apenas com o gasto (ênfase no gasto). Eram meros documentos de previsão de receita e autorização de despesas sem nenhum vínculo com um sistema de planejamento governamental. Simplesmente se fazia uma estimativa de quanto se ia arrecadar e decidia-se o que comprar, sem nenhuma prioridade ou senso distributivo na alocação dos recursos públicos. 
O Orçamento evoluiu ao longo da história para um conceito de Orçamento-Programa, segundo o qual o Orçamento não é apenas um mero documento de previsão da arrecadação e autorização do gasto, mas um documento legal que contém programas e ações vinculados a um processo de planejamento público, com objetivos e metas a alcançar no exercício (a ênfase no Orçamento-Programa é nas realizações do Governo). O Orçamento Público no Brasil (Orçamento Geral da União) inicia-se com um texto elaborado pelo Poder Executivo e entregue ao Poder Legislativo para discussão, aprovação e conversão em lei. O documento contém a estimativa de arrecadação das receitas federais para o ano seguinte e a autorização para a realização de despesas do Governo. Porém, está atrelado a um forte sistema de planejamento público das ações a realizar no exercício. 
O OGU é constituído de três peças em sua composição: o Orçamento Fiscal, o Orçamento da Seguridade Social e o Orçamento de Investimento das Empresas Estatais Federais. 
Orçamento Fiscal: compreendem os Poderes da União, seus fundos, órgãos, autarquias, inclusive as especiais, fundações instituídas e mantidas pela União e, também as empresas públicas e sociedades de economia mista em que a União, direta ou indiretamente, detenha a maioria do capital social com direito a voto, que recebam desta quaisquer recursos que não sejam provenientes de participação acionária, pagamento de serviços prestados, transferências para aplicação em programas de financiamento atendendo ao disposto no art. 159, inciso I, alínea "c" da Constituição Federal, e refinanciamento da dívida externa.
Orçamento da Seguridade Social: compreende todos os órgãos e entidade a quem compete executar ações nas áreas de saúde, previdência e assistência social, quer sejam da administração direta ou da indireta, bem como seus fundos e fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público. Compreende, ainda, os demais subprojetos ou subatividades, não integrantes do Programa de Trabalho dos órgãos e entidades acima relacionadas, que também se envolvam com as referidas ações, tendo em vista o disposto no art.194 da Constituição Federal.
Orçamento de Investimento das Empresas Estatais: previsto no art.165, § 5º, inciso II da Constituição Federal, é composto pelas empresas públicas e sociedades de economia mista em que a União, direta ou indiretamente, detenha a maioria do capital social com direito a voto. 
Ciclo Orçamentário
O ciclo orçamentário, também conhecido como processo orçamentário, pode ser definido como um processo de caráter contínuo e simultâneo, através do qual se elabora, aprova, executa, controla e avalia a programação de dispêndios do setor público nos aspectos físico e financeiro. Envolve um período muito maior que o exercício financeiro, uma vez que abrange todas as fases do processo. Exercício financeiro é o espaço de tempo compreendido entre primeiro de janeiro e trinta e um de dezembro de cada ano, no qual se promove a execução orçamentária.
O art.34 da Lei nº 4.4320/64 determina que o exercício financeiro coincida com o ano civil, e o art.35 desse mesmo dispositivo legal trata que: “pertencem ao exercício financeiro às receitas nele arrecadadas e as despesas nele legalmente empenhadas”. É o regime misto da Contabilidade Pública, de caixa para as Receitas e de competência para as Despesas.
Exercício:
Explique Ciclo Orçamentário?
Até a próxima aula!
Aula 11_Elaboração da Proposta Orçamentária
Nesta aula veremos o processo de elaboração da Proposta Orçamentária se desenvolve no âmbito do Planejamento do Orçamento Público, que envolve um conjunto articulado de tarefas complexas e um cronograma gerencial e operacional com especificação de etapas, de produtos e da participação dos agentes públicos, compreendendo também a participação dos diversos setores hierárquicos do ente, o que pressupõe uma constante necessidade de tomada de decisões, nos seus vários níveis, para nortear o desenvolvimento do seu processo de trabalho da proposta orçamentária para o exercício seguinte. 	
Elaboração daProposta Orçamentária
Preliminarmente, observa-se que o orçamento-programa anual é um instrumento de nível operacional, ou seja, de curto prazo, do governo. Ressalte-se, no entanto, que ele se insere nas políticas de médio e longo prazo do País. 
A elaboração da proposta orçamentária leva em consideração, dentre outros aspectos, os seguintes:
· As metas e prioridades da Administração Pública Federal para o exercício;
· As orientações para os orçamentos anuais da União;
· Os limites para elaboração das propostas orçamentárias de cada Poder;
· Disposições relativas às despesas com pessoal;
· Disposições sobre alterações na legislação tributária; e.
· Política de aplicação das agências financeiras oficiais de fomento.
Cada órgão deve orientar e consolidar as propostas orçamentárias de suas unidades em conformidade com a Lei de Diretrizes Orçamentárias e as instruções estabelecidas pela Secretaria de Orçamento Federal – SOF, que definem os prazos para o seu recebimento e consolidação. A SOF tem a função de consolidar as propostas orçamentárias de todos os órgãos dos Poderes da União e de elaborar o projeto de lei correspondente que será submetido ao Presidente da República para encaminhamento ao Congresso Nacional para discussão e votação.
Condições para o Início da Execução Orçamentária 
Existem alguns pré-requisitos básicos para o início da execução dos créditos orçamentários, indicados a seguir:
· Lei Orçamentária: ou orçamento anual, publicado para o exercício, determina a dotação ou crédito de cada unidade orçamentária, por projeto/atividade.
· Quadro de Detalhamento de Despesas – QDD: através de Portaria, publicada no DOU, a Secretaria de Orçamento Federal detalha as despesas constantes da Lei Orçamentária por projeto/atividade e por natureza da despesa. Publicada a Lei Orçamentária, o respectivo QDD e observadas às normas de execução orçamentária e de programação financeira da União para o exercício, tem-se o início da execução orçamentária. Cumpridas essas formalidades, as Unidades Orçamentárias podem movimentar os créditos que lhe tenham sido consignadas, independentemente da existência de saldo bancário ou de recursos financeiros.
· Distinção entre Crédito e Recurso: na técnica orçamentária, normalmente se distingue as palavras crédito e recursos. Reserva-se o termo “crédito” para designar o lado orçamentário e “recursos” para o lado financeiro. Crédito e Recurso são as duas faces de uma mesma moeda. O crédito é orçamentário, dotação ou autorização de gastos ou sua descentralização, e recursos são financeiros, portanto, dinheiro ou saldo bancário.
Exercício:
Cite três aspectos que se deve levar em consideração para a elaboração da Proposta Orçamentária? 
Até a próxima aula!
Aula 12_Mecanismos Retificadores do Orçamento
Nesta aula veremos que o orçamento anual é produto de um processo de planejamento, que incorpora as intenções e prioridades da sociedade. Durante a execução da Lei de meios, entretanto, podem ocorrer situações ou problemas não previstos na fase de sua elaboração. Portanto, há de se criar instrumentos que possibilitem retificar o orçamento durante a sua execução. Estes mecanismos retificadores são conhecidos como Créditos Adicionais.
Créditos Adicionais
	 O orçamento, portanto, não deve ser uma “camisa de força” que obriga os administradores a seguirem exatamente todas as despesas previstas nos programas de trabalho e obedecendo, ainda, à natureza de despesa. Assim, a Lei nº 4.320/64 permite que sejam abertas novas dotações para ajustar o orçamento aos objetivos colimados. Essas alterações na Lei de meios, que ocorrem ao longo do processo de sua execução, são efetivadas através dos créditos adicionais que, de acordo com o art. 40 da Lei nº 4.320/64, são autorizações de despesas não computadas ou insuficientemente dotadas na Lei Orçamentária.
	Os créditos adicionais podem ser classificados, conforme art. 41 da Lei nº 4.320/64, como:
· Suplementares: aqueles destinados ao reforço de dotação orçamentária já existente, e são autorizados por Lei e abertos por Decreto do Executivo. O art. 7º, inciso I, da Lei nº 4.320 e a Constituição Federal, através do art. 167, autorizam a inclusão no orçamento de dispositivo que permita ao Executivo abrir créditos suplementares até determinado limite, que normalmente varia entre 20 e 25% do total da despesa fixada no orçamento;
· Especiais: os destinados a despesas para as quais não haja dotação específica; por se referirem a despesas novas, não gozam dessa facilidade, sendo sempre autorizados previamente por Lei e abertos por Decreto do Executivo;
· Extraordinários: os destinados a atender despesas urgentes e imprevistas, em caso de guerra, comoção interna ou calamidade pública.
· Consideram-se recursos disponíveis para a abertura de créditos especiais e suplementares:
· O superávit financeiro apurado em balanço patrimonial do exercício anterior:
· Os provenientes do excesso de arrecadação;
· Os resultantes de anulação parcial ou total de dotações orçamentárias ou de créditos adicionais, autorizados em Lei; e
· O produto de operações de créditos autorizadas em forma que juridicamente possibilite ao Poder Executivo realizá-las.
Consoante o art.43,§ 2º da Lei nº 4.320/64, “entende-se por superávit financeiro a diferença positiva entre o ativo financeiro e o passiva financeiro, conjugando-se, ainda, os saldos de créditos adicionais transferidos e as operações de crédito a eles vinculadas”.
Exemplo: se o ativo financeiro fosse R$ 100,00 e o passivo fosse R$ 80,00, teríamos um saldo positivo de R$ 20,00; se no exercício fossem reabertos R$ 12,00 de créditos adicionais teríamos que subtrair esse valor de R$ 20,00, resultando um disponível de R$ 8,00. Se, além disso, houvesse R$ 5,00 de Operações de Crédito vinculados a esses créditos reabertos a realizar, teríamos que somá-los aos R$ 8,00, resultando o superávit financeiro apurado de R$ 13,00, valor considerado como disponível líquido.
Solicitação e Prazos: 
	De acordo com o § 1º, art. 17 do Decreto nº 93.872/86, o QDD pode ser alterado no exercício, mediante solicitação a Secretaria de Orçamento Federal, até 10 (dez) de novembro, observando os limites autorizados em lei.
Descentralização de Créditos
É a figura pela qual uma Unidade Orçamentária ou Administrativa transfere a outras Unidades Orçamentárias ou Administrativas o poder de utilizar créditos que lhes forem dotados. A descentralização de créditos permite mais flexibilidade e dinamicidade na execução dos projetos e atividades. Antes de se efetivar a descentralização a Unidade precisa verificar se existe necessidade justificada da transferência, bem como, capacidade de gestão da unidade que vai receber o crédito, isto é, se ela dispõe de condições administrativas mínimas para gerir os créditos e se estar regularmente cadastrada como Unidade Gestora.
Existem duas operações descentralizadoras de créditos:
· Externa (Destaque): quando se tratar de descentralização entre Unidades Gestoras de Órgãos/Ministérios ou entidades de estruturas diferentes.
· Interna (Provisão): nos casos de descentralização de créditos das Unidades Orçamentárias para as Unidades Administrativas, sob sua jurisdição ou entre estas, no âmbito do próprio Ministério/Órgão.
· Os créditos descentralizados não podem ser utilizados em programas ou elementos de despesa daqueles constantes do orçamento de créditos adicionais, observando-se o Quadro de Detalhamento da Despesa.
Exercício:
Como os Créditos Adicionais podem ser classificados?
Até a próxima aula!
Aula 13_Receitas Públicas
Nesta aula estudaremos sobre Receitas Públicas que trata do montante total (impostos, taxas, contribuições e outras fontes de recursos) em dinheiro recolhido pelo Tesouro Nacional, incorporado ao patrimônio do Estado, que serve para custear as despesas públicas e as necessidades de investimentos públicos. 
Em sentido amplo, receita pública é o recolhimento de bens aos cofres públicos, sendo sinônimo de ingresso ou entrada. Diferencia-se da receita tributária, pois ao contrário desta, nãoestá limitada à arrecadação de tributos e multas, sendo que a receita tributária é um dos tipos de receita pública.
Define-se como receita pública todo o recebimento efetuado pela entidade com a finalidade de ser aplicado em gastos operativos e de administração. Nas entidades há de se distinguir duas modalidades de recebimentos: as receitas classificam-se como efetivas quando se realizam entradas de numerário sem as correspondentes saídas de outros elementos patrimoniais: em caso contrário, isto é, se os recebimentos decorrem da exclusão de valores patrimoniais são denominados de receitas por mutação patrimonial, consideradas neste caso como receitas não efetivas. 	
Interpreta-se, ainda, como receita pública, todo o recurso obtido pelo Estado para atender as despesas públicas. A receita pública efetiva provém dos serviços prestados direta ou indiretamente, pelo Governo, à coletividade em troca da cobrança de taxa, impostos, etc. e a permutação patrimonial decorrem da alienação de bens pelo preço de custo, amortização de empréstimos concedidos pelo valor escriturado.
Classificações da receita
A receita pública, de acordo com a doutrina, classifica-se quanto à natureza; a afetação patrimonial; a regularidade; a coercitividade e ao poder de tributar. Sua classificação legal, por outro lado, desmembra a classificação da receita por categoria econômica; por fontes de receita; institucional e por fontes de recursos.
As receitas, quanto à natureza, dividem-se em orçamentária e extraorçamentária. Os recursos arrecadados pelo Estado, e que se incorporam definitivamente ao patrimônio do Estado, são chamados de receitas orçamentárias, estejam estas receitas previstas ou não no orçamento. São exemplos de receitas orçamentárias: receitas tributárias, de contribuições, patrimonial, agropecuárias, industrial, de serviços, transferências correntes, operações de crédito e alienação de bens, amortização da dívida, transferências de capital.
Os recursos arrecadados pelo Estado, mas que geram um passivo, ou seja, terá que ser restituídos posteriormente, é denominado receita extraorçamentária. Assim, são receitas a que corresponde uma entrada de recurso, em caráter transitório, e que geram para o Estado a obrigação de posterior devolução. Ex.: depósitos diversos, restos a pagar, serviço da dívida a pagar, ARO etc.
Atenção: as receitas extraorçamentárias, por ser apenas entrada de recursos com caráter devolutivo, não são consideradas receitas tendo em vista que são registradas como receitas somente para controle e posterior devolução.
Depósitos diversos são as receitas que entram no Estado por determinação legal ou contratual, mas que pela sua natureza deverão, em regra, ser devolvidas. São exemplos de depósitos diversos: depósitos em caução, depósitos judiciais.
Exemplificando: recebimento de caução em dinheiro para garantia de contrato, o fornecedor deposita um montante na conta bancária do Governo, no entanto, esse recurso não pertence ao Estado, assim, no momento de contabilizar esta receita, será registrado um débito no banco e em contrapartida um crédito em conta do passivo, evidenciando o caráter devolutivo do recurso.
Atenção: as operações de crédito por antecipação de receita são receitas extraorçamentárias, conforme artigo 3.º da Lei 4.320/64.
Você deve estar se perguntando, mas por que uma operação de crédito por antecipação da receita é extraorçamentária e uma operação de crédito normal é orçamentária, sendo que as duas geram uma obrigação para o Estado? Fácil, o próprio nome da operação de crédito por ARO (Antecipação da Receita Orçamentária) já mata essa questão. 
A ARO não é uma receita nova que se incorpora ao Estado, é simplesmente uma antecipação da receita orçamentária prevista no orçamento e que, no entanto, ainda não se realizou. O procedimento normal é esperar a receita se realizar para gastá-la, mas se por indisponibilidade de caixa não puder esperar essa realização acontecer, se faz um empréstimo e se compromete a pagá-lo com a receita orçamentária que se realizará, por isso é preciso contabilizar a ARO como extraorçamentária sob a pena de duplicar a receita.
Interessante lembrar que uma receita extraorçamentária poderá se converter em receita orçamentária, a partir do momento que se constatar que não caracteriza mais uma obrigação a pagar.
Como características dos ingressos orçamentários, temos os registros como receita orçamentária corrente ou de capital; que financiam as despesas orçamentárias; que geram desembolsos orçamentários; que seguem as classificações econômicas, institucionais e por fonte de recursos; que tem caráter permanente e pertencem ao Estado.
Como características dos ingressos extraorçamentários, temos os registros como passivo financeiro; que não financiam as despesas orçamentárias; que geram desembolsos extraorçamentários; que não passam pelos estágios da receita; que seguem classificação contábil; que tem caráter temporário e pertencem a terceiros.
	 
	Receita orçamentária
	 Receita extraorçamentária
	Contabilização 
	Registrada como corrente ou de capital.
	Registrada como passivo financeiro.
	LOA
	Pode ou não estar prevista na LOA.
	Não está prevista na LOA.
	Características
	Custeia despesas orçamentárias
	Custeia despesas extraorçamentárias.
	Recursos
	Do Estado
	De terceiros
Tome nota: as receitas, quanto à afetação patrimonial, dividem-se em efetivas e não efetivas.
As receitas orçamentárias podem causar aumento no patrimônio, ou seja, podem causar variação na situação líquida, nesse caso são chamadas de receita efetiva. Essas receitas integram o patrimônio sem quaisquer condições, restrições ou correspondências no passivo, inserindo-se no conceito de fato contábil modificativo aumentativo. Exemplos: receita tributária, receita de serviços etc.
Há, no entanto, casos em que os ingressos de recursos orçamentários não provocam afetação no patrimônio líquido por serem oriundas de fatos permutativos, essas receitas são denominadas receitas não efetivas ou receitas por mutações patrimoniais. Exemplo: receitas de operações de crédito, receita de amortização de empréstimos concedidos etc.
Importante: em regra toda receita corrente é receita efetiva e toda receita de capital é receita não efetiva. Há, entretanto, exceções.
As receitas de capital, via de regra são receitas não efetivas, pois toda vez que se registra uma receita de capital faz-se o registro de uma mutação patrimonial, a exceção são receitas de transferências de capital, que não geram uma mutação patrimonial, decorrente da incorporação de um direito ou de um bem ou da baixa de obrigações.
As receitas correntes, em regra, são receitas efetivas, porém também existe uma exceção, a dívida ativa, que apesar de serem registradas como receita corrente dentro da subcategoria “outras receitas correntes”, causa uma mutação patrimonial referente à baixa do direito.
As receitas, quanto à regularidade, se classificam em ordinárias e extraordinárias.
Receitas ordinárias: ingressos permanentes e estáveis do Estado, arrecadados regularmente em cada período financeiro, ou seja, possuem caráter de continuidade, sendo fonte perene de recursos para o Estado.
Receitas extraordinárias: ingressos com caráter de não continuidade, a sua arrecadação acontece de maneira excepcional, provenientes de calamidade pública, doações etc.
As receitas, quanto à coercitividade, classificam-se em originárias e derivadas.
Receita originária: consiste na receita proveniente da exploração do patrimônio público, ou seja, é produzida pelos ativos do Estado. O Estado atua como particular por meio da exploração de atividades privadas, exemplos: serviços comerciais, industriais, aluguéis etc. A receita originária também é classificada na categoria receita corrente.
Receitas derivadas: consiste na receita proveniente do exercício do poder de tributar, do Estado, os rendimentos ou o patrimônio da coletividade, essa receita é obtida pelo Estado em função da sua soberania, por meio de tributos, indenizações e restituições. A receita derivada éclassificada na categoria receita corrente.
As receitas, quanto ao poder de tributar, classificam-se em federal, estadual e municipal.
Classifica as receitas segundo o poder de tributar que compete a cada ente da federação, considerando e distribuindo as receitas obtidas como pertencentes aos respectivos entes, quais sejam: Governo Federal, Estadual, do Distrito Federal e Municipal.
Exercícios:
Defina Receita Orçamentária?
Defina Receita Extraorçamentária:
Até a próxima aula!
Aula 14_Receitas Públicas e suas Classificações Legais
Nesta aula estudaremos sobre as Classificações legais da receita, onde a Lei 4.320/64, em seu artigo 11, classificou a receita orçamentária em duas categorias: receitas correntes e receitas de capital.
As receitas, quanto à categoria econômica, classificam-se em: receitas correntes e receitas de capital.
Receitas correntes: são os recursos recebidos de outras pessoas de direito público ou de direito privado, quando destinados a atender despesas classificáveis em despesas correntes. As receitas correntes se dividem em: tributárias, de contribuições, patrimonial, agropecuárias, industrial, de serviços, de transferências correntes e outras receitas correntes.
Receitas de capital: são recursos recebidos de outras pessoas de direito público ou de direito privado destinados a atender despesas classificáveis em despesas de capital e ainda o superávit do orçamento corrente. Exemplo: alienação de bens, operações de crédito e amortização da dívida.
Tome nota: as receitas correntes, por fonte, classificam-se em: receita tributária, de contribuição, patrimonial, agropecuária, industrial, de serviços, transferências correntes e outras receitas correntes.
	
1 – Receitas correntes
	
1 – Receita tributária;
2 – Receita de contribuições;
3 – Receitas patrimoniais;
4 – Receita agropecuária;
5 – Receita industrial;
6 – Receita de serviços;
7 – Transferências correntes;
9 – Outras receitas correntes.
A Lei 4.320/64, no seu artigo 11, §4.º estabelece que a classificação da receita deva obedecer ao seguinte esquema: 
Importante: o superávit do orçamento corrente, resultante do balanceamento dos totais das receitas e despesas correntes, apurado no balanço orçamentário, não constituirá item de receita orçamentária.
Receita tributária: são os ingressos provenientes da arrecadação das receitas de impostos, taxas e contribuições de melhoria. É uma receita privativa das entidades competentes para tributar: União, estados, Distrito Federal e os municípios.
Receita de contribuições: são os ingressos provenientes de contribuições sociais de intervenção no domínio econômico e de interesse das categorias profissionais ou econômicas, como instrumento de intervenção nas respectivas áreas.
Receita patrimonial: é o ingresso proveniente de rendimentos sobre investimentos do ativo permanente, de aplicações de disponibilidades em opções de mercado e outros rendimentos oriundos de renda de ativos permanentes.
Receita agropecuária: é o ingresso proveniente da atividade ou da exploração agropecuária de origem vegetal ou animal.
Receita industrial: é o ingresso proveniente da atividade industrial de extração mineral, de transformação, de construção e outras, provenientes das atividades industriais definidas como tal pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Receita de serviços: é o ingresso proveniente da prestação de serviço de transporte, saúde, comunicação, portuário, armazenagem, de inspeção e fiscalização, judiciário, processamento de dados, vendas de mercadorias e produtos inerentes a atividades da entidade e outros serviços.
Transferências correntes: é o ingresso proveniente de outros órgãos ou entidades referentes a recursos pertencentes ao ente ou entidade recebedora ou ao ente ou entidade transferidora, efetivados mediante condições preestabelecidas ou mesmo em qualquer exigência, desde que o objetivo seja aplicação em despesas correntes.
Outras receitas correntes: são os ingressos provenientes de outras origens não classificáveis nas subcategorias econômicas anteriores.
As receitas de capital, por fonte, classificam-se em: operações de crédito, alienação de bens, amortização da dívida, transferências de capital e outras receitas de capital.
	
2 – Receitas capital
	1 – Operações de crédito;
2 – Alienação de bens;
3 – Amortização de empréstimos;
4 – Transferências de capital;
5 – Outras Receitas de capital.
Operações de crédito: são os ingressos provenientes da colocação de títulos públicos ou da contratação de empréstimos e financiamentos obtidos junto a entidades estatais, instituições financeiras, fundos etc.
Alienação de Bens: é o ingresso de recursos provenientes da alienação de componentes do ativo permanente, ou seja, é a conversão em espécie de bens e direitos.
Amortização de empréstimos: é o ingresso proveniente da amortização, ou seja, recebimento de valores referentes a parcelas de empréstimos ou financiamentos concedidos em títulos ou contratos.
Transferências de capital: é o ingresso proveniente de outros entes ou entidades referentes a recursos, pertencentes ao ente ou entidade recebedora ou ao ente ou entidade transferidora, efetivado mediante condições preestabelecidas ou mesmo sem qualquer exigência, desde que o objetivo seja a aplicação em despesas de capital.
Outras receitas de capital: são os ingressos provenientes de outras origens não classificáveis nas subcategorias econômicas anteriores.
O §3.º, do artigo 11, da Lei 4.320/64 estabelece que o superávit do orçamento corrente, resultante do balanceamento dos totais das receitas e despesas correntes, apurado no balanço orçamentário, não constituirá item da receita orçamentária.
Mas por que o superávit do orçamento corrente é receita de capital e ainda por cima receita extraorçamentária? 
Simples, o superávit é considerado receita de capital porque normalmente é utilizado para cobrir déficit de capital. Como essa receita já foi considerada como orçamentária no exercício em que houve o resultado positivo ela é contabilizada como extraorçamentária para que não haja duplicidade de receita.
Exercícios:
Defina Receita Corrente?
Defina Receita de Capital?
Até a próxima aula!
Aula 15_Receitas Públicas: Classificação Institucional
Nesta aula estudaremos sobre a classificação institucional da receita que objetiva identificar as entidades ou unidades orçamentárias que, respondendo pela arrecadação, são detentoras das receitas. O fundamento legal da classificação está na disposição constitucional, que estabelece que o orçamento fiscal e o da seguridade social se referem aos poderes da União, seus fundos, órgãos e entidades da administração direta e indireta.
Na União a classificação institucional da receita se divide em:
· receitas do Tesouro são as receitas arrecadadas e administradas pelo Tesouro;
· receitas diretamente arrecadadas por órgãos, unidades e fundos da administração direta, são os recursos próprios dos órgãos que podem ser arrecadados por eles mesmos ou pelo Tesouro;
· receitas de órgãos, unidades e fundos da administração indireta, são as receitas das autarquias, fundações públicas, empresas públicas e os fundos que integram os orçamento, mesmo dependentes de transferência de recursos do Tesouro.
Classificação por fontes de recursos
A classificação da receita por fontes de recursos não está prevista na Lei 4.320/64. Hoje essa classificação da receita é encontrada na 1.ª edição do Manual da Receita Pública. As fontes são divididas em cinco grupos:
· Recursos do Tesouro – exercício corrente;
· Recursos de outras fontes – exercício corrente;
· Recursos do Tesouro – exercícios anteriores;
· Recursos de outras fontes – exercícios anteriores;
· Recursos condicionados.
Os grupos das fontes de recursos 1 e 2 representam os recursos arrecadados no exercício, e os grupos 3 e 6 evidenciam as arrecadações de exercícios anteriores. O grupo 9 são os recursos que estão na dependência de aprovação legal. A classificação por fontes de recursos é formada por três dígitos, sendo o primeiro dígito