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- O membro pélvico se divide em quatro partes: o cíngulo pélvico, a coxa/estilopódio, a perna/canela/zeugopódio e o pé/autopódio. - Cada parte se divide, ainda, em ossos diferentes. - Consiste em dois ossos coxais que se encontram ventralmente na sínfise pélvica (articulação cartilaginosa firme, mas não rígida, que permite que as duas metades se separem sob influência hormonal para a dilatação do canal vaginal em preparação para o parto, separa-se em uma porção púbica cranial e uma porção isquiática caudal) e se articulam firmemente com o sacro na direção dorsal. - Juntamente com o sacro e as primeiras vértebras caudais, os ossos coxais formam a pelve óssea, a qual delimita a cavidade pélvica. A pelve contém e protege as vísceras pélvicas, incluindo os órgãos reprodutores, os quais, por sua vez, exercem influência fisiológica durante a gestação e o parto. Ela também tem um papel fundamental na postura e locomoção, no sentido de assegurar uma transmissão eficaz da força dos membros pélvicos para o tronco. - Cada osso coxal compõe-se de três partes com centros de ossificação distintos. Em animais jovens, cada osso é delimitado por margens cartilaginosas, as quais permitem o crescimento. No adulto, os ossos se encontram completamente fusionados e seus corpos formam a cavidade para a articulação com o fêmur, o acetábulo. Essas partes são ílio, púbis e ísquio. ➔ ÍLIO: Forma a parte dorsocranial do osso coxal e se prolonga em sentido oblíquo desde o acetábulo até o sacro. - É constituído por uma parte cranial que se estende por uma grande superfície, a asa, e uma caudal, mostrando uma coluna arredondada, o corpo. Esse último contribui para a formação do acetábulo, o qual é complementado pelos corpos do ísquio e do púbis. - Há a tuberosidade coxal no ângulo lateral do osso coxal, formando um ponto visível no equino e no bovino e palpável no cão. - O ângulo mediodorsal da asa ilíaca é mais espesso e forma a tuberosidade sacral. - A crista ilíaca conecta a tuberosidade coxal e a tuberosidade sacral. - O ílio exibe uma face lateral côncava (dorsolateral) ou glútea e uma face medial (medioventral). - A face medial se divide em duas partes: a parte latero- ventral da face medial faz emergir as inserções de vários músculos pélvicos e a parte mediodorsal da face medial é formada pela parte auricular rugosa e pela tuberosidade ilíaca, a qual se articula com o sacro. ➔ PÚBIS: Apresenta formato de “L”, estendendo-se do acetábulo em direção medial ao osso do lado oposto até a sínfise púbica e está situado na parte cranial (assoalho) da pelve. - Compõe-se do corpo, do ramo acetabular/cranial do púbis transverso e do ramo sinfisário/caudal do púbis. - No púbis, se encontra mais da metade da margem do forame obturado, uma ampla abertura no assoalho pélvico por onde atravessa o nervo obturatório. Ele é fechado pela musculatura e por tecido mole. - A borda cranial do ramo acetabular é denominada pécten do púbis e forma na face ventral a eminência iliopúbica para a fixação de músculos abdominais. - O púbis de cada lado se fusiona na sínfise púbica, a parte cranial da sínfise pélvica. Na face ventral da sínfise púbica se projeta o tubérculo púbico ventral. ➔ ÍSQUIO: Pode ser dividido em corpo, lâmina caudal/tábua do ísquio e ramo medial. - O corpo do ísquio forma parte do acetábulo, enquanto sua margem dorsal prossegue com a margem dorsal do ílio para formar a espinha isquiática, a qual se afunila em direção à incisura isquiática menor, a margem denteada entre a tuberosidade isquiática e a borda caudal do acetábulo. - A tábua se prolonga cranialmente e se divide em dois ramos, um sinfisiário e outro acetabular, os quais formam a circunferência caudal do forame obturado. - A parte caudolateral da tábua isquiática caudal se espessa para formar a tuberosidade isquiática. - As margens caudais das tábuas isquiáticas se encontram no arco isquiático côncavo. - Os ramos mediais dos ísquios formam a parte caudal da sínfise pélvica. - O acetábulo é uma cavidade cotílica profunda formada por todos os três ossos pélvicos. Consiste na face articular semilunar periférica e na fossa do acetábulo não articular no centro. A face semilunar tem formato semilunar e apresenta uma depressão medial causada pela incisura do acetábulo profunda. A face articular é aumentada pelo lábio do acetábulo fibrocartilaginoso. - A pelve óssea é um anel largo que circunda a cavidade pélvica. Ela propicia fixação a uma profusão de músculos, tendões e ligamentos. A abóbada é formada pelo sacro e pelas primeiras vértebras caudais, seu assoalho é formado pelo púbis e pelo ísquio, e suas paredes laterais pelos ílios e ísquios. O assoalho da pelve tem grande importância obstetrícia. Anatomia comparada do cíngulo pélvico OSSO-COXAL . - Em carnívoros, a tuberosidade coxal apresenta duas proeminências, as espinhas ilíacas ventrais cranial e caudal. - Em carnívoros e no bovino, a tuberosidade sacral também apresenta duas eminências, as espinhas ilíacas dorsais cranial e caudal. - Na sínfise púbica do garanhão, além do tubérculo púbico ventral, também há um tubérculo púbico dorsal. - No equino e no bovino, as asas do ílio se orientam verticalmente, enquanto em pequenos ruminantes elas giram dorsolateralmente e, no suíno e em carnívoros, elas são quase sagitais. - A crista ilíaca é convexa e espessa em carnívoros e no suíno, mas fina e côncava em animais de grande porte. - A face lateral côncava do ílio é cruzada por três linhas glúteas em carnívoros e uma linha glútea nos outros mamíferos domésticos. - A tuberosidade isquiática consiste em um espessamento linear no cão e no equino, e uma eminência triangular no bovino e no suíno. Essa incisura costuma ser ampla e profunda, exceto no equino, no qual é rasa e irregular. ACETÁBULO . - Nos carnívoros, existe um quarto osso adicional no centro da cavidade do acetábulo, o osso do acetábulo. - É maior no equino do que no bovino. PELVE . - Em ruminantes, o assoalho pélvico é acentuadamente côncavo, especialmente na direção transversal, e inclinado dorsalmente na parte caudal; em carnívoros, o assoalho também é côncavo, mas raso, e no equino ele é plano e vertical. - No cão, a abertura pélvica cranial é bastante oblíqua, sendo que o pécten do púbis se posiciona na altura do sacro ou atrás dele; No suíno, o sacro é ligeiramente curvado e o assoalho pélvico é achatado e apresenta uma inclinação ventral caudalmente; No bovino, o teto pélvico se estreita no sentido cranial a caudal. O sacro, que forma a maior parte do teto pélvico, é côncavo em toda a sua extensão; - O fêmur é o mais forte dos ossos longos. Pode-se encontrar até quatro ossos sesamoides nos tecidos femorais moles. O maior osso sesamoide é a patela, ou rótula do joelho. - É essencial para postura e locomoção. Assim como ocorre com o úmero, sua superfície é caracterizada pela origem e pela fixação de músculos fortes e seus tendões, protuberâncias ósseas proeminentes e sulcos. - A extremidade proximal é larga e consiste da cabeça, colo e trocanter maior. - A cabeça está colocada no lado medial, um pouco cranialmente. É aproximadamente esférica, articula-se com o acetábulo e é escavada medialmente por uma fóvea. - Lateralmente à cabeça se projeta um processo grande, o trocanter maior. Ele propicia fixação para os músculos glúteos, atuando como uma alavanca para esses extensores. Um processo menor, o trocanter menor, está presente na face medial. - A cabeça do fêmur se separa do corpo do fêmur por um colo. O trocanter maior e o colo do fêmur são separados pela fossa trocantérica. - A diáfise é formada pelo corpo. Sua face caudal é marcada por uma área rugosa proximalmente, a qual é circundada pelos lábios laterais e mediais, aos quais se fixam os músculos adutores.Esses lábios prosseguem distalmente e envolvem a face poplítea. - A extremidade distal é larga em ambas as direções e compreendem a tróclea cranialmente e dois côndilos caudalmente. A tróclea consiste em duas cristas separadas por um sulco e forma uma extensa área para a articulação com a patela. - Os côndilos medial e lateral são separados por uma fossa intercondilar profunda, que se separa da face poplítea por meio da linha intercondilar horizontal. Se articulam com os côndilos da tíbia e os meniscos da articulação do joelho. O côndilo lateral exibe duas depressões: a depressão cranial (fossa extensora) e a depressão caudal. Na face caudal de cada côndilo se encontram pequenas fóveas para a articulação com as fabelas, os dois ossos sesamoides fixados em tendões. - Há, ainda, as tuberosidades supracondilares medial e lateral. - A patela é um grande osso sesamoide situado no tendão de inserção do músculo quadríceps femoral. Sua face articular se volta caudalmente em direção à tróclea do fêmur; a face livre se volta cranialmente e é palpável sob a pele. A base da patela se direciona proximalmente e é rugosa para a fixação muscular; a ponta está voltada para a direção distal. Anatomia comparada do fêmur - A fóvea da cabeça do fêmur, no equino, é uma chanfradura profunda; no bovino, é pequena e rasa. - A cabeça do fêmur, é menor no bovino que no equino, e é acentuadamente curva no suíno. - O trocanter maior é muito maciço e não dividido no bovino; está situado lateralmente e apresenta três aspectos (parte cranial, caudal e chanfradura) no equino; embora maciço, não se estende acima do nível da cabeça no suíno e nos carnívoros. - No equino, um outro processo, o terceiro trocanter, posiciona-se na face lateral do terço proximal do corpo e propicia inserção para o músculo glúteo superficial. - O osso da patela é prismático no equino e bovino; é prolongado medial e lateralmente por cartilagens. No suíno, é muito comprimida transversalmente. - A fossa trocantérica é divida em porção cranial e porção caudal no equino. - A face caudodistal do fêmur recebe a fossa supracondilar, que aumenta a área de origem do músculo flexor superficial dos dedos. - As cristas da tróclea do fêmur são acentuadamente assimétricas em animais de grande porte, sendo que a crista troclear medial é a maior. No equino, há uma protuberância na crista medial que se projeta proximalmente. - A tíbia é um osso longo, grande e prismático que suporta e articula-se proximalmente com o fêmur, distalmente com o talus e lateralmente com a fíbula. - A extremidade proximal possui três faces e concentra dois côndilos, os quais são separados caudalmente pela incisura poplítea. Cada côndilo apresenta uma face articular para a articulação com o côndilo femoral. Entre as faces articulares dos côndilos se projeta a eminência intercondilar ou espinha, a qual se subdivide em uma parte medial mais alta e uma parte lateral mais baixa. - Uma incisura profunda na face craniolateral, o sulco extensor, dá passagem para o músculo extensor longo dos dedos. - O corpo da tíbia é comprimido craniocaudalmente e exibe duas estruturas ósseas proeminentes. A tuberosidade da tíbia é um processo grande que se projeta da face cranial da parte proximal do corpo da tíbia. Distalmente da tuberosidade da tíbia projeta-se a margem cranial da tíbia. Ela é palpável no animal vivo e divide a superfície do corpo em uma parte lateral, que é coberta por músculos, e uma parte medial, subcutânea. - Na extremidade distal, encontra-se a cóclea, que consiste em uma crista intermediária margeada por dois sulcos. O lado medial da cóclea é aumentado por uma protuberância óssea, o maléolo medial. - A fíbula está situada ao longo da borda lateral da tíbia, é mais delgada que a tíbia e não se articula com o fêmur. Pode ser dividida em uma cabeça proximal, um colo, um corpo e uma extremidade distal ou maléolo lateral. -A fíbula separa-se da tíbia por meio de um longo espaço interósseo, conectado por tecido mole. A cabeça da fíbula se articula com o côndilo lateral da tíbia. Anatomia comparada da tíbia e da fíbula - No suíno, a tíbia é ligeiramente curva e convexa medialmente. A tíbia do bovino parece com a do cavalo, porém é um pouco mais curta. - Em ruminantes, os vestígios da fíbula estão fusionados à face articular da tíbia. - No equino, a face caudal do corpo é marcada por vários sulcos para fixação de músculos. - A face lateral da cóclea exibe variações conforme a espécie. Em carnívoros e no suíno, a cóclea apresenta uma incisura lateral para a articulação com a extremidade distal da fíbula. No bovino, a face lateral da cóclea possui uma fóvea articular para a articulação com o restante da fíbula distal, o osso maleolar isolado. No equino, o maléolo lateral é formado pela fusão da extremidade distal da fíbula com a tíbia. - O espaço interósseo se prolonga por todo o comprimento da perna no suíno, mas se limita à parte proximal em carnívoros e equinos. - Em ruminantes, o corpo da fíbula é totalmente reduzido. A extremidade proximal se fusiona à tíbia, e a parte distal continua como um osso isolado, o qual se articula com a extremidade distal da tíbia. - O esqueleto do pé forma a parte óssea do autopódio e compõe-se de três segmentos (de proximal a distal): basipódio (ossos do tarso), metapódio (ossos do metatarso) e acropódio (falanges). - Os ossos do tarso, nos mamíferos domésticos, estão dispostos em três fileiras: a fileira proximal, a fileira média e a fileira distal - A fileira proximal se articula com a tíbia e a fileira distal se articula com os ossos do metatarso. - A fileira proximal, em sequência mediolateral, é composta por: osso tarsotibial/talus e osso tarsofibular/calcâneo. A fileira média apresenta o osso central do tarso. A fileira distal, também em sequência mediolateral, compreende os ossos tarsais I, II, III e IV. - O talus pode ser dividido em um corpo compacto, uma tróclea com cristas sagitais proeminentes dorsoproximalmente, e uma cabeça cilíndrica como base do osso, que forma uma tróclea distal menor para a articulação com o osso central do tarso em todas as espécies domésticas, com exceção do equino, o qual exibe uma face articular relativamente plana em direção ao osso central do tarso. - O calcâneo se situa lateral e plantarmente em relação ao tálus e fornece a base óssea da ponta do jarrete, formada pela tuberosidade calcânea. Ela funciona como uma alavanca para os músculos que realizam a extensão da articulação tibiotarsal. - Os ossos do metatarso e as falanges apresentam grande semelhança com seus correspondentes no membro torácico, mas tendem a ser mais longos e delgados. Anatomia comparada do pé - Nos carnívoros e no suíno, a quantidade original de sete ossos tarsais se mantém. O tarso dos ruminantes compõe-se de cinco ossos tarsais, sendo que o osso central do tarso e o tarsal IV e os ossos tarsais I e II estão fusionados. No equino, os ossos tarsais I e II se fusionam, de forma que a quantidade total de ossos tarsais se reduz para seis. - No bovino, pode-se encontrar um osso sesamoide adicional imediatamente proximal ao osso metatarsal III. Pé do bovino.
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