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MONOGRAFINA VERSAO FINAL-HELIO

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Prévia do material em texto

Universidade Católica de Moçambique 
Faculdade de Gestão de recursos naturais e mineralogia 
 
 
 
Curso de Engenharia de Minas 
 
 
 
 
 
 AVALIAÇÃO DA DEPOSIÇÃO DO ESTÉRIL E REJEITO DA EMPRESA 
JSPL MOZAMBIQUE MINERAIS LDA, NA REGIÃO DE CHIRODZI, 
DISTRITO DE MARARA, PROVÍNCIA DE TETE 
 
 
 
 
 
 
 
Hélio Samuel Hoguane 
 
 
 
 
 
 
 
Tete 
Julho de 2020 
 
UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇAMBIQUE 
Faculdade de Gestão dos Recursos Naturais e Mineralogia 
 
 
 
Curso de Engenharia de Minas 
 
 
AVALIAÇÃO DA DEPOSIÇÃO DO ESTÉRIL E REJEITO DA EMPRESA JSPL 
MOZAMBIQUE MINERAIS LDA, NA REGIÃO DE CHIRODZI, DISTRITO DE 
MARARA, PROVÍNCIA DE TETE 
 
Hélio Samuel Hoguane 
 
 Monografia científica apresentada ao 
departamento de Mineralogia, da Faculdade de 
Gestão de Recursos Naturais e Mineralogia da 
Universidade Católica de Moçambique – 
FRAGNEM, departamento de mineralogia, para a 
obtenção do grau académico de licenciatura em 
Engenharia de Mina, sob supervisão do Msc. 
Lucas Simoco. 
 
Tete 
Julho de 2020 
 
3 
 
DECLARAÇÃO DE AUTENTICIDADE 
 
Eu, Hélio Samuel Hoguane declaro por minha honra, que a presente monografia é o 
resultado do trabalho por mim realizado, e fruto de investigação pessoal com a ajuda e a 
orientação do supervisor. Declaro ainda que este trabalho é original e obedece todas as 
regras metodológicas universais e específicas em vigor na Faculdade de Gestão de 
Recursos Naturais e Mineralogia da Universidade Católica de Moçambique. 
Declaro também que todas as fontes consultadas estão devidamente citadas no texto e 
mencionadas nas referências bibliográficas. Declaro, por fim, que este trabalho nunca foi 
apresentado em alguma outra instituição para obtenção de qualquer grau académico e, 
por isso, nenhuma parte deste trabalho pode ou poderá ser reproduzida sem a autorização 
do autor ou da Universidade Católica de Moçambique. 
 
 
 
_______________________________________________ 
(Hélio Samuel Hoguane) 
 
 
Supervisor 
______________________________________________ 
(Lucas Jordão Simoco) 
 
4 
 
DEDICATÓRIA 
Dedico este trabalho, Sr. Samuel Sebastião Hoguane Deus o tenha, e Minha Mãe 
Filomena Basilio Langa, eles que sempre lutaram para que nada falte a Família. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 
 
AGRADECIMENTOS 
À Deus, por ser tão abençoado e pela graça de estar vivo e com saúde para realização 
deste trabalho. 
A minha mãe Filomena Basílio Langa por ter me dado a oportunidade de estudar e me 
proporcionar uma boa educação (espero ter correspondido às expectativas), agradecer 
minha irmã Clésia Hoguane pelos ensinamentos e conselhos e a minha amada namorada 
Florentina Ricardo Chivambo pelo carinho, amor, paciência e pelo apoio nos momentos 
ruins, amizade e pela compreensão, minha tia Ana Cardoso Leitão pelo apoio; 
Agradecer ao meu supervisor pela paciência, força e dedicação para a realização deste 
trabalho; 
À JSPL Mozambique Minerals, Lda, por me oferecer a oportunidade de estágio, aos meus 
instrutores de campo: Técnico em Geologia Fernando Armando Tembo; Auxiliar de 
Topografia Richard Marcos Guídion; Técnico em Topografia Waisson Alberto Escova 
pelo apoio técnico e científico. 
À Universidade Católica de Moçambique (UCM), a todo o corpo de docentes da UCM, 
pelo acompanhamento e pela formação profissional especialmente ao Director da 
Faculdade Nelson Amade por todo ensinamento, amizade, conselhos e incentivos. 
Agradeço a vocês com a mais profunda admiração e respeito. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
6 
 
EPÍGRAFE 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
‟Eu não sou um produto de minhas circunstâncias. Eu sou um produto de minhas 
decisões” 
Stephen Covey 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
7 
 
RESUMO 
A presente pesquisa se propôs em avaliar a deposição do estéril e rejeito. Esta pesquisa 
foi realizada na pilha de estéril e o local de deposição do rejeito de carvão mineral da 
JSPL Mozambique Minerals na localidade de Chirodzi-província de Tete. Para 
elaboração desta pesquisa recorreu-se a recolha de dados feita na área de estudo, 
observação directa e pesquisas bibliográficas de forma a demostrar a situação real em que 
a empresa se encontra. A geração de resíduos de mineração de carvão especialmente o 
estéril e o rejeito durante a extração e processamento do carvão mineral, a deposição do 
estéril e rejeito constitui problema por serem constituídos por compostos tóxicos ao meio 
ambiente. O autor busca as causas de uma deposição inadequada ou que não segue 
procedimentos corretos para a deposição do estéril e rejeito avaliando os métodos usados 
para a deposição destes resíduos. Conclui-se que na tentativa de minimizar os custos, falta 
de profissionais qualificados para deposição de estéril e rejeito, fraco planeamento, esses 
factores influenciam directamente para que haja uma deposição não correcta. 
Palavras Chaves: Deposição, Estéril, Rejeito. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
8 
 
ABSTRACT 
This research aimed to assess the deposition of waste and tailings. This research was 
carried out on the waste dump and the site of deposition of coal waste from JSPL 
Mozambique Minerals in the Chirodzi-Tete province. For the elaboration of this research, 
analyzes of data collected in the research area, direct observation and bibliographic 
research were used in order to demonstrate the real situation in which the company finds 
itself. The generation of coal mining residues, especially the sterile and tailings during 
the extraction and processing of mineral coal, the deposition of the sterile and tailings is 
a problem because they are highly toxic to the environment. It is concluded that in an 
attempt to minimize costs, lack of qualified professionals for the disposal of waste and 
tailings, poor planning, these factors directly influence for there to be an incorrect 
deposition. 
Keywords: Deposition, Sterile, Waste. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
9 
 
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS 
g: gramas 
cm: centímetro 
m: metro 
m³: metro cúbico 
km²: Quilômetro quadrado 
UCM: Universidade Católica de Moçambique 
JSPL: Jindal and Power Limited 
DAM: Drenagem Ácida da Mina 
DMT: Distância Média de Transporte 
FAGRENM: Faculdade de Gestão de Recursos Naturais e Mineralogia 
m/s: metro por segundo 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
10 
 
ÍNDICE DE APÊNDICES 
Apêndice 1: Estéril depois do desmonte. .................................................................... 65 
Apêndice 2: Rejeito com granulometria média e grossa disposto na JSPL. ................. 65 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
11 
 
ÍNDICE DE FIGURAS 
Figura 1: Localização Geográfica da área da área de estudo. ...................................... 19 
Figura 2: Parâmetros geométricos de uma pilha de estéril. ......................................... 26 
Figura 3: Modos de ruptura em pilhas de estéril, onde a água é o principal................. 28 
Figura 4: Exemplo de sistema de drenagem superficial - descidas de água. ................ 30 
Figura 5: Modos de ruptura em pilhas de estéril. ........................................................ 32 
Figura 6: Método de disposição descendente. ............................................................. 34 
Figura 7: Representação do método ascendente de disposição do estéril. .................... 35 
Figura 8: Método de deposição de estéril por correia.................................................. 36 
Figura 9: Método Montante ....................................................................................... 42 
Figura 10: Método Jusante ......................................................................................... 43 
Figura 11: Método da linha de Centro ........................................................................44 
Figura 12: Perfuratriz instalada no Camião. ............................................................... 48 
Figura 13: Escavadeira Terex com 16m3 de capacidade da caçamba. ......................... 49 
Figura 14: Camiões basculantes usados. ..................................................................... 50 
Figura 15: Bacias Hidrográficas da área de estudo. .................................................... 51 
Figura 16: Pilha de estéril com materiais finos depositados topo e blocos maiores no pé
 ................................................................................................................................... 52 
Figura 17: Fissuras abertas por agentes de intemperismo na pilha. ............................. 53 
Figura 18: Espessador da planta de separação por meio denso.................................... 55 
Figura 19: Rejeito produzido e disposto na JSPL Mozambique Minerals.................... 56 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
12 
 
ÍNDICE DE TABELAS 
Tabela 1: Quantidade de estéril movimentada e depositada de agosto a outubro 2019. 50 
Tabela 2: Quantidades de rejeito produzido e depositado de agosto a outubro 2019. ... 55 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
13 
 
Índice 
1 INTRODUÇAO ................................................................................................... 16 
1.1 Enquadramento do Tema .............................................................................. 16 
1.2 Delimitação do Tema .................................................................................... 16 
1.3 Contextualização........................................................................................... 17 
1.4 Justificativa ................................................................................................... 17 
1.5 Formulação do Problema .............................................................................. 17 
1.6 Hipóteses ...................................................................................................... 18 
1.7 Objetivos ...................................................................................................... 18 
1.7.1 Geral ...................................................................................................... 18 
1.7.2 Específicos ............................................................................................ 18 
1.8 Caracterização Físico – geográfica da área de estudo. ................................... 19 
1.8.1 Localização Geográfica da área de estudo .............................................. 19 
1.8.2 O Clima e Temperatura .......................................................................... 19 
1.8.3 Relevo ................................................................................................... 19 
1.8.4 Solos ...................................................................................................... 20 
1.9 Hidrografia ................................................................................................... 20 
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA........................................................................ 21 
2.1 Deposição do estéril ...................................................................................... 22 
2.1.1 Estudos de alternativas locacionais de pilhas de estéril ........................... 23 
2.1.2 Investigação geotécnica ......................................................................... 24 
2.1.3 Hidrologia e hidrogeologia da área......................................................... 24 
2.1.4 Projecto executivo de depósito de estéril ................................................ 25 
2.1.5 Geometria da pilha de estéril .................................................................. 25 
2.1.6 Características Hidráulicas ..................................................................... 26 
2.1.7 Instabilidade Geotécnica Relacionadas às Condições de Fluxo ............... 27 
2.1.8 Vulnerabilidade à Contaminação............................................................ 28 
 
14 
 
2.1.9 Sistemas de drenagem interna ................................................................ 29 
2.1.10 Sistemas de drenagem superficial........................................................... 30 
2.1.11 Análise da estabilidade de Pilha de Estéril ............................................. 31 
2.1.12 Monitoramento de Pilhas de Estéril ........................................................ 33 
2.1.13 Metodologias para Deposição de Estéril ................................................. 34 
2.1.14 Método descendente .............................................................................. 34 
2.1.15 Método Ascendente ............................................................................... 35 
2.1.16 Método de deposição por correia............................................................ 36 
2.1.17 Operação das Pilhas de Estéril ............................................................... 36 
2.2 Deposição de rejeitos .................................................................................... 37 
2.2.1 Características do Rejeito ....................................................................... 37 
2.2.2 Transporte de rejeitos ............................................................................. 38 
2.2.3 Planeamento e construção de uma barragem de rejeito ........................... 38 
2.2.4 Propriedades geotécnicas dos rejeitos ..................................................... 38 
2.2.5 Formas de deposição dos rejeitos ........................................................... 38 
2.2.6 Barragem de rejeito ................................................................................ 38 
2.2.7 Vida útil de uma barragem de rejeito...................................................... 39 
2.2.8 Seleção do local ..................................................................................... 39 
2.2.9 Projeto de instalação .............................................................................. 39 
2.2.10 Construção da barragem de rejeito ......................................................... 40 
2.2.11 Método Montante .................................................................................. 41 
2.2.12 Método de jusante .................................................................................. 42 
2.2.13 Método de linha de centro ...................................................................... 43 
2.2.14 Causas de ruptura de barragens de rejeito ............................................... 44 
2.2.15 Inspeções e manutenções de Barragem................................................... 45 
3 METODOLOGIA DE INVESTIGAÇÃO ............................................................ 47 
3.1 Instrumentos e técnicas de recolha de dados .................................................. 47 
 
15 
 
3.2 Limitações de Estudo .................................................................................... 47 
4 APRESENTAÇÃO, ANALISE E DISCUSSÃO DE RESULTADOS .................. 48 
4.1 Apresentação de dados .................................................................................. 48 
4.1.1 Perfuração.............................................................................................. 48 
4.1.2 Desmonte............................................................................................... 49 
4.1.3 Carregamento ........................................................................................ 49 
4.1.4 Transporte ............................................................................................. 49 
4.1.5 Gestão de Estéril na JSPL ...................................................................... 50 
4.1.6 Hidrologia e hidrogeologia da área de deposição do esteril .................... 51 
4.1.7 Projecto executivo de depósito de estéril................................................ 52 
4.1.8 Planta de Processamento mineral ........................................................... 53 
4.1.9 Secção de Salas ...................................................................................... 54 
4.1.10 Planta Primária ...................................................................................... 54 
4.1.11 Planta Secundária .................................................................................. 54 
4.1.12 Planta de espirais ................................................................................... 54 
4.1.13 Espessador (DMS thickener) .................................................................. 54 
4.1.14 Planta da flotação ................................................................................... 55 
4.1.15 Filtros de pressão ................................................................................... 55 
4.1.16 Rejeito da planta de processamento da JSPL .......................................... 55 
4.2 Ensaios Laboratoriais .................................................................................... 56 
4.3 Análise de dados ........................................................................................... 57 
4.4 Discussão de resultados ................................................................................ 58 
5 CONCLUSÃO E RECOMENDAÇÕES .............................................................. 59 
5.1 Conclusão ..................................................................................................... 59 
5.2 Recomendações ............................................................................................ 61 
6 Referências bibliográficas .................................................................................... 62 
7 Apêndice ............................................................................................................. 65 
 
16 
 
 
1 INTRODUÇAO 
Como é de conhecimento geral, o foco principal dos empreendedores do sector mineral é 
a redução de custos de transporte e deposição dos resíduos porque a deposição de resíduos 
da mineração (estéril e rejeito) são actividades com muitos gastos enquanto que não dão 
retorno economicamente a empresa. Desta forma, o desenvolvimento e aplicação de 
novas metodologias em projectos de engenharia mais aplicados às propriedades dos 
rejeitos e estéreis implicam melhorias nos métodos de disposição e pode representar uma 
redução nos custos da disposição. 
As atividades mineradoras geram uma grande quantidade de resíduos sólidos, dos quais 
os mais importantes em termos de volume são os gerados pelas atividades de extração de 
minério (estéreis) e pelas usinas de beneficiamento (rejeitos). 
Na mineração, as técnicas adotadas para contenção de estéreis e rejeitos de mineração 
consistem na disposição do estéril em pilhas e na implantação de grandes estruturas na 
forma de barragens ou diques para disposição do rejeito. 
O desenvolvimento de uma estratégia de gestão de resíduos é de extrema importância, 
apesar de ser um processo complexo. Na empresa JSPL Mozambique Minerals Lda, os 
métodos de disposição do estéril e rejeito ainda carecem de muito estudo e melhoramento 
na gestão ou gestão dos resíduos da mineração especialmente provenientes da mina e 
planta de processamento. 
1.1 Enquadramento do Tema 
O tema enquadra-se na área da mina, analisando a forma em que é feita a gestão e manejo 
do estéril e rejeito que tem sido um grande problema para mineradoras de todas as 
dimensões tendo em vista, os potenciais danos socioambientais e econômicos causados 
por uma falha na gestão desses resíduos. 
1.2 Delimitação do Tema 
O tema corresponde a um estudo feito nas pilhas de estéril e de rejeito da JSPL 
Mozambique Minerals Lda no período compreendido entre os meses de Agosto e Outubro 
de 2019 como forma de avaliar o sistema de disposição e identificar os factores que 
influenciam para danos ambientais 
 
17 
 
1.3 Contextualização 
A disposição dos resíduos da mineração em Moçambique tem sido de maneira dependente 
da própria empresa. 
As problemáticas da disposição do estéril e rejeito trás evidências claras no que tange o 
método de disposição destes resíduos actualmente. O Regulamento Sobre a Gestão de 
Resíduos (Decreto 13/2006, de 15 de junho), este regulamento estabelece regras relativas 
à produção, emissão ou deposição de qualquer substância tóxica ou poluidora de modo a 
prevenir ou minimizar os seus impactos negativos sobre a saúde e o ambiente. 
1.4 Justificativa 
O aumento da demanda pelo carvão mineral requer extração de grandes volumes do 
minério em pouco tempo, o que acarreta também a retirada de grandes volumes de estéril 
e do rejeito na empresa JSPL. Assim, é necessário que se estabeleça uma área adequada 
para a disposição deste material e, para isso, torna-se essencial considerar diversos 
factores para sua locação, tais como: A geotécnica para avaliar a mecânica dos solos e 
das rochas, geologia para avaliar a composição das rochas e suas estratificações, aspectos 
hidrológicos para avaliar a qualidade da água subterrânea, sua distribuição e seus 
movimentos. 
O interesse em estudar este tema partiu do facto de que os métodos de deposição 
descendente de estéril e a deposição de rejeito em uma área aberta como fazem na JSPL, 
não correspondem a uma deposição correcta de estéril e rejeito, criando assim situações 
que comprometem a estrutura das pilhas e criam situações visíveis que perigam o meio 
ambiente. 
1.5 Formulação do Problema 
Na mineração, a disposição de estéril e rejeito, se tornaram um problema para 
mineradoras, tendo em vista, os potenciais danos socioambientais causados por uma falha 
na gestão desses resíduos. 
Com o aumento de empresas direcionadas a extração e processamento de minerais em 
Moçambique, aumentou também a geração de rejeito e estéril, com isto surgiu a 
necessidade de removê-los das áreas de produção para outros locais, geralmente próximos 
a cursos de água. 
 
18 
 
Os principais problemas identificados na área de estudo e que merecem especial atenção 
para a eliminação dos mesmos são: Falta de planeamento na disposição de estéril e rejeito; 
falta de controlo e gestão na pilha de estéril; contaminação dos solos pela descarga de 
resíduos da mineração; Falta de sistema de tratamento das águas da chuva que se 
acumulam nos locais de disposição do rejeito e estéril; Contaminação das águas 
superficiais e subterrâneas. 
Visto que existem várias situações indesejadas que influenciam negativamente na 
disposição do estéril e rejeito processado na planta. 
Neste contexto, a presente pesquisa visa responder a seguinte questão: ‟Quais são os 
factores que influenciam na má disposição do estéril e do rejeito na empresa JSPL 
Mozambique Minerals Lda?” 
1.6 Hipóteses 
a) O fraco planeamento influencia negativamente na gestão e disposição do estéril e 
rejeito; 
b) Falta de profissionais especializados na matéria de disposição de resíduos de 
mineração; 
c) Necessidade de criar de metodologias da disposição de estéril e rejeito que ofereçam 
maior segurança e que sigam leis ambientais. 
1.7 Objetivos 
1.7.1 Geral 
 Avaliar o método de disposição e gestão das pilhas de estéril e de rejeito da 
empresa JSPL Mozambique Minerals Lda. 
1.7.2 Específicos 
 Descrever os métodos da disposição dos resíduos da mineração (estéril e rejeito); 
 Indicar as consequências geradas pela falta de gestão das pilhas de estéril e rejeito 
a fim de reduzir problemas gerados; 
 Propor métodos de disposição para reduzir e solucionar impactos negativos que o 
estéril e rejeito causam. 
 
19 
 
1.8 Caracterização Físico – geográfica da área de estudo. 
1.8.1. Localização Geográfica da área de estudo 
A área de estudo localiza-se entre os Distritos de Marara e Cahora Bassa, no povoado de 
Chirodzi, ao longo da EstradaNacional, que dà acesso a Vila de Songo a sul do rio 
Zambeze. Limitando-se a Norte com o distrito de Cahora-Bassa, a Sul com a Província 
de Manica através do rio Luenha. A área se situa à 98 Km da cidade de Tete e à 45 Km 
até ao Distrito de Songo, limitado por seguintes coordenadas: 15°17'00'' a 17°36'00' 
latitude Sul e 32°45'00'' a 36°18'00'' longitude Este. 
 
Figura 1: Localização Geográfica da área da área de estudo. 
Fonte: JSPL, 2018. 
1.8.2. O Clima e Temperatura 
Na área de estudo predomina o clima tropical seco, com precipitação máxima de 180 mm 
e a Temperatura média mensal nos meses mais quentes: Outubro, Novembro, Dezembro, 
Janeiro e Fevereiro é cerca de 28 a 32°C e nos meses mais frios, Junho e Julho de 22°C. 
1.8.3. Relevo 
O Relevo da área de estudo subdivide-se em duas partes bem distintas, sendo a Norte de 
Chirhodzi á formação dos Planaltos e a Sul, Planície do Vale do Zambeze, que apresenta 
algumas formações montanhosas. 
 
20 
 
1.8.4. Solos 
A zona Sul de área de estudo possui solos Argilosos-Arenosos Acastanhados, com 
fertilidade intermédia a boa, em partes delgadas; algumas manchas dos Solos muito 
pesados, Cor Cinzenta e Negra, mal drenados e difícil lavoura; Solos fluviais-mal 
drenados. 
A norte, algumas manchas dos solos Argilosos-Arenosos Acastanhados e férteis 
favoráveis a agricultura. 
1.8.5. Vegetação e fauna 
A vegetação da área de estudo, é tipicamente de Savana arbustiva com crescimento de 
pequenas árvores e aparentemente uma mata um pouco densa, embondeiro é muito 
abundante nesta área de estudo, o tronco pode atingir um diâmetro de 8m e de acordo 
com a idade, 6 a 15m de altura. 
Para a fauna na área de estudo abundam os seguintes animais: Cabritos cinzentos, suinos, 
macacos de cara preta, gado bovino, pois estes são animais que mais predominam na área 
de estudo. 
1.9 Hidrografia 
A rede hidrográfica da área de estudo é predominante pelo Rio Zambeze e seus afluentes 
que atravessam na região, com numerosos rios e riachos que nascem nas montanhas. A 
área de estudo é atravessada pelo Rio Luenha e seus afluentes e atravessam-na em direção 
às zonas mais baixas. A maior parte dos rios gerados pelas fontes naturais na área, são de 
regime periódico, possuindo água somente nas épocas chuvosas 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
21 
 
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 
De acordo com Barreto (2001), os estéreis são os materiais escavados, gerados pelas 
actividades de extração (ou lavra) no decapeamento da mina, não têm valor econômico e 
ficam geralmente dispostos em pilhas. 
Segundo Aragão (2008) estéril é qualquer material não aproveitável economicamente, 
cuja remoção se torna necessária para a lavra do minério. 
SOARES (2010) conceituou rejeitos como “resíduos resultantes de processos de 
beneficiamento, a que são submetidos os minérios visando extrair os elementos de 
interesse econômico (produto final)”. 
Para Sobreira e Ferreira (2016), o rejeito são materiais oriundos do processo de 
beneficiamento do minério que são rejeitados economicamente. 
Portanto, rejeito é o material resultante de processos de beneficiamento que não possui 
nenhum valor comercial. 
Segundo Aragão (2008) a deposição de rejeito e estéril é feita em geral de forma separada 
e aproveitando locais onde não será realizado nenhuma extração do minério, ou em local 
onde já se explorou o minério. 
O projeto de construção de uma pilha de estéril e barragem de rejeito deve ser feito de 
modo a cumprir todos procedimentos necessários para uma boa deposição e deve ser tão 
detalhado quanto o projeto de lavra e a escolha de um local para deposição de estéril e 
rejeito estão em função de seguintes factores: económicos, técnicos, ambiental e social. 
Procedimentos adoptados na escolha de locais para construção de depósitos de estéril e 
rejeito: 
 Localização de uma barragem de rejeitos deve ser tal, que os custos para 
construção da mesma, transporte dos rejeitos (bombeamento ou gravidade), 
sejam mínimos, respeitando-se as condições de segurança e ambientais. 
 Do ponto de vista ambiental dois procedimentos precisam ser tomados: Um 
estudo prévio das áreas disponíveis; Levantamento e classificação dos possíveis 
impactos ambientais. 
 Estudos Geotécnicos: Avaliação superficial do local; Colecta de dados 
disponíveis da área; mapas topográficos; fotografias aéreas; geologia regional; 
mapas geológicos; hidrogeologia; rede hidrográfica, etc. 
 
22 
 
Após a construção dos locais de deposição de estéril e rejeitos deve se observar os 
seguintes critérios: 
 Devem ser adotadas medidas para se evitar o arraste de sólidos para o interior de 
rios, lagos ou outros cursos de água conforme normas vigentes; 
 Dentro dos limites de segurança das pilhas não é permitido o estabelecimento de 
quaisquer edificações, exceto edificações operacionais, enquanto as áreas não 
forem recuperadas, a menos que as pilhas tenham estabilidade comprovada; 
 Na deposição de estéril ou rejeitos sobre drenagens, cursos de água e nascentes, 
deve ser realizado estudo técnico que avalie o impacto sobre os recursos 
hídricos, tanto em quantidade quanto na qualidade da água; 
 Devem ser tomadas medidas técnicas e de segurança que permitam prever 
situações de risco. 
 Na deposição de estéril e rejeitos em terrenos inclinados devem ser adotadas 
medidas de segurança para assegurar sua estabilidade. 
 Deve ser feito o monitoramento constante dos sistemas de deposição de forma 
que permita prever o nível de qualidade dos efluentes e as situações de riscos. 
 
2.1 Deposição do estéril 
Segundo Aragão (2008), é necessário o conhecimento prévio dos possíveis locais para a 
construção da pilha de estéril para verificar se esses locais não são destinados a parques, 
se constituem uma reserva ecológica ou se são nascentes de uma bacia hidrográfica. 
Deve ser considerada também, a importância de se fazer uma classificação dos possíveis 
impactos ambientais causados pelo depósito de estéril, dos quais pode-se citar o 
desmatamento, a modificação física e estética do meio ambiente, a poluição das águas 
superficiais e subterrâneas, a evasão forçada de animais existentes na área, entre outros. 
Uma parte do planeamento de um depósito de estéril compreende a elaboração do projeto 
preliminar, o qual deve conter informações detalhadas dos planos preliminares, avaliação 
dos parâmetros ambientais, os possíveis impactos e as medidas mitigatórias para 
minimizá-los, e os critérios do projeto para que este possa ser avaliado pelos órgãos 
competentes (Aragão, 2008). 
A viabilidade da deposição, na qual são realizados estudos acerca das condições do local 
e de sua exequibilidade e são determinadas também as características do material de 
fundação (como a resistência ao cisalhamento, durabilidade, composição química, etc.), 
 
23 
 
bem como as características dos materiais que irão compor a pilha, para verificar o 
comportamento geotécnico dos mesmos sob empilhamento, (Teixeira, 2011). 
Segundo Teixeira (2011), dentre os possíveis locais para deposição do estéril, aquele que 
apresentar a menor distância de transporte será, em geral, priorizado na escolha, pois 
implica menores gastos com o transporte do material. 
Como exposto por Pires (2015), os factores que devem ser considerados na seleção do 
local para construção de um depósito de estéril são: 
Topografia do local, a qual influencia na capacidade e na área da pilha, assim como na 
distância de transporte; 
Hidrologia e condições climáticas, tais como: precipitação, velocidade e direção do vento, 
regime hidrológico, drenagem ácida, escoamento superficial; 
Hidrogeologia, relacionada à qualidade da água subterrânea e ao lençol freático; 
Geologia e Geotecnia, como condição da fundação, porosidade, infiltração, resistência do 
material a ser disposto e ângulo de repouso do mesmo, sísmica e falhas ativas; 
Aspectos ambientais, como os efeitos da infiltraçãode águas superficiais e subterrâneas, 
impactos que podem ser gerados na área; 
Portanto, a escolha do local deve se basear na alternativa que promova um melhor 
equilíbrio entre todos os factores citados. Assim, vale ressaltar que a área escolhida deve 
ser tal que, atenda aos objetivos técnicos e econômicos do empreendimento, bem como 
às regulamentações ambientais, mas também, onde os impactos causados pela deposição 
do estéril sejam mínimos. 
2.1.1 Estudos de alternativas locacionais de pilhas de estéril 
A escolha da área para o alteamento do depósito de estéril deve respeitar os requisitos 
definidos pelo planeamento de lavra e as determinações contidas no plano de manejo de 
estéril, o qual define a viabilidade de construção em termos econômicos, técnicos e 
ambientais, definindo também o custo com o transporte do material (Teixeira, 2011). 
Em tempos remotos, a escolha do melhor local para a construção de uma pilha de estéril 
considerava somente a alternativa de menor custo, sendo assim, um procedimento 
relativamente simples. No entanto, nos dias atuais, os estudos de alternativas locacionais 
 
24 
 
de um depósito de estéril analisam, além da questão econômica, os aspectos ambientais, 
visando a diminuição dos possíveis impactos decorrentes desta atividade. 
2.1.2 Investigação geotécnica 
Com o objetivo de enriquecer as informações coletadas na fase de planeamento, é feito 
um levantamento geológico-geotécnico da área escolhida para a deposição do estéril. 
Tal levantamento é executado tendo em vista caracterizar as feições presentes, como 
afloramentos, presença de matacões, nascentes, entre outras (Petronilho, 2010). 
São executadas assim, uma série de campanhas de sondagens e, a partir das amostras 
coletadas e de suas respectivas análises, pode-se determinar a resistência e a 
condutividade hidráulica do material que constituirá a fundação da pilha. De acordo com 
Pereira (2009), a condutividade hidráulica representa a capacidade que o material possui 
de permitir a percolação de água através dele e corresponde a um fator crítico, uma vez 
que pode ser responsável por graves problemas relacionados à estabilidade de um 
depósito de estéril. 
Além de ser possível determinar as propriedades do material, as sondagens permitem 
também, inferir o nível de água (NA) na área destinada à deposição do estéril. Este 
parâmetro é de grande significância pelo fato de também exercer influência sobre as 
condições de segurança de uma pilha, pois a água no interior da estrutura pode provocar 
a saturação do maciço e reduzir, desta forma, os parâmetros de resistência do depósito de 
estéril, ficando este mais susceptível a rupturas. 
Com os resultados obtidos a partir das análises das amostras, pode-se obter todo o perfil 
geológico-geotécnico do local escolhido para a disposição do estéril, sendo possível 
compará-lo com o perfil geológico-geotécnico regional. 
2.1.3 Hidrologia e hidrogeologia da área 
Além da investigação geotécnica dos materiais de fundação e dos materiais que irão 
compor a pilha, estudos hidrológicos e hidrogeológicos são necessários para se 
determinar as vazões afluentes e efluentes, tomando como embasamento, as propriedades 
da bacia hidrográfica, as quais podem ser obtidas a partir de mapas topográficos, bem 
como a intensidade das precipitações na região. Estes estudos são cruciais para o correto 
dimensionamento dos dispositivos de drenagem, tanto interna quanto superficial 
(Petronilho, 2010). 
 
25 
 
O estudo acerca desses fatores é indispensável, pois, uma vez que ocorre a elevação do 
nível de água interno a uma pilha de estéril, a segurança da estrutura fica seriamente 
comprometida, visto que a presença de água em seu interior diminui o fator de segurança 
necessário para garantir a sua estabilidade (Orman et al., 2011). 
2.1.4 Projecto executivo de depósito de estéril 
Após serem executadas todas as etapas de planeamento, é elaborado o projecto executivo, 
o qual conterá informações detalhadas acerca do dimensionamento final da pilha de estéril 
e de sua construção. Assim, estão presentes neste relatório, análises relacionadas à 
geometria, visando a otimização da capacidade da área; ao dimensionamento dos sistemas 
de drenagem; à sua estabilidade e monitoramento (Carvalho, 2009). 
2.1.5 Geometria da pilha de estéril 
De acordo com Orman et al (2011), alguns parâmetros são essenciais quanto à geometria 
interna e externa do depósito de estéril. Segundo Orman et al (2011) os seguintes critérios 
devem ser respeitados: 
 A altura dos bancos deve ser, no máximo, de 10 metros; 
 A largura mínima de bermas deve ser de 6 metros, a altura máxima da pilha de 
200 metros; 
 Devem existir acessos para manutenção; 
 O ângulo entre os bancos deve ser inferior ao ângulo de repouso natural do estéril; 
 As bermas devem possuir declividade longitudinal e transversal de no mínimo, 
1% e 5%, respectivamente; 
 Devem ser implantadas leiras na crista dos bancos. 
A definição da geometria da pilha de estéril leva em consideração os estudos geológico-
geotécnicos da área e também, do material a ser depositado; os estudos hidrológicos e 
hidrogeológicos e as exigências por parte dos órgãos ambientais. A geometria do depósito 
deve ser tal que assegure a maior capacidade de armazenamento possível. 
Segundo Petronilho, (2010), a geometria do depósito de estéril deve ser projetada 
conforme a topografia do local de construção e consoante às características geotécnicas 
do material que irá compor a pilha. A figura abaixo mostra uma seção típica de uma pilha 
de estéril. 
 
26 
 
Uma das regras gerais de uma pilha de estéril afirma que o factor de segurança mínimo 
permitido (tanto o global da pilha quanto o individual para cada bancada) deve ser de 
1,5m sendo este o factor determinante da altura máxima do depósito (Carvalho, 2009). 
 
Figura 2: Parâmetros geométricos de uma pilha de estéril. 
Fonte: Fonte: Teixeira, 2011. 
2.1.6 Características Hidráulicas 
Pilhas de estéril são formadas pela deposição de materiais distintos e, na maioria dos 
casos, sem valor comercial agregado. Podem ser compostas por solos e/ou rochas 
provenientes, ou não, de uma mesma matriz litológica. Estas características hidráulicas 
são propriedades difíceis de ser estimadas, todavia, são de suma importância para o 
entendimento dos sistemas de fluxo no interior de seus aterros, sendo em muitas situações 
as principais responsáveis por problemas de estabilidade e transporte de contaminantes. 
Dentre os factores que influenciam as características hidráulicas das pilhas de estéril 
pode-se citar como os de maior relevância: a litologia do estéril; métodos de remoção e 
deposição; tráfego de máquinas e caminhões sobre a pilha; superfície topográfica; direção 
e mergulho das camadas sotopostas à pilha; idade do estéril e as propriedades físicas e 
químicas do material estéril, (Petronilho 2010). 
Nota-se em diversas minas a céu aberto que o método mais utilizado para a formação das 
pilhas é o do tipo descendente, o que significa que o material estéril proveniente do 
avanço da lavra é despejado em “ponta de aterro”. Nessas condições, blocos maiores 
tendem a rolar para a base do talude, enquanto fragmentos médios e pequenos do estéril 
 
27 
 
tendem a permanecer próximos ao topo, formando regiões mal graduadas quanto à 
classificação granulométrica. 
2.1.7 Instabilidade Geotécnica Relacionadas às Condições de Fluxo 
No passado, a pouca importância atribuída ao entendimento das condições de fluxo 
superficial e subterrâneo em pilhas de estéril trouxe consequências graves, a exemplo da 
ruptura de uma pilha de carvão em Aberfan (South Wales). 
Segundo Teixeira (2011) as possíveis causas dessa ruptura estão relacionadas, 
principalmente, à saturação do maciço da pilha e da redução dos parâmetros de resistência 
dos materiais dispostos. 
Saturações dessa natureza ocorrem devidoao acúmulo de água no interior da pilha (locais 
mal drenados), associado às mudanças nas propriedades hidráulicas do estéril 
(permeabilidade), visto que, a longo prazo, a ação do intemperismo e o carreamento de 
materiais mais finos do estéril propiciam a formação de regiões de baixa permeabilidade 
e difíceis para percolação de água. 
Outra causa também mencionada por Teixeira (2011) foi a diminuição nos valores dos 
parâmetros de resistência do estéril. Dependendo das condições climáticas em que o 
estéril estiver exposto, mais uma vez, a ação do intemperismo será responsável pela 
diminuição da resistência ao longo do tempo, podendo causar eventuais instabilidades 
geotécnicas. Modos de ruptura essencialmente causados por influência da água em pilhas 
de estéril são descritos por Texeira (2011), conforme apresentado na Figura abaixo. Dois 
processos podem ser enumerados como possíveis agentes causadores da ruptura: (i) 
elevação da superfície freática no maciço das pilhas e (ii) saturação do talude e fluxo 
superficial paralelo a sua face. 
 
28 
 
 
Figura 3: Modos de ruptura em pilhas de estéril, onde a água é o principal 
Fonte: Teixeira (2011) 
 
Grande parte dos problemas de instabilidade geotécnica de taludes de pilhas de estéril, 
vivenciados por muitas mineradoras, são oriundos do desaguamento inadequado da água 
superficial e de subsuperfície. Contudo, devido principalmente à ampla diversidade das 
características físicas do estéril, existem poucas diretrizes funcionais para avaliar o 
escoamento subterrâneo da água. 
2.1.8 Vulnerabilidade à Contaminação 
O processo de operação e manutenção de pilhas de estéril vai muito além da estabilidade 
geotécnica, uma vez que o material estéril se encontra vulnerável às condições de 
oxidação, percolação, lixiviação e erosão (Robertson et al., 1985). 
O gerenciamento adequado das águas nas pilhas de estéril é fator essencial para minimizar 
o risco de ocorrência de impactos negativos gerados por estas estruturas. Não raro é a 
existência de erosões nos taludes das pilhas devido à ação intensa do vento e da água, 
porém os processos erosivos são considerados os principais mecanismos de dispersão de 
contaminantes. (Petronilho 2010). 
Pilhas de estéril contendo principalmente pirita podem sofrer a oxidação natural dos 
minerais sulfetados quando expostas à ação combinada da água e oxigênio dando início 
 
29 
 
a geração de drenagem ácida, ou melhor dizendo DAM (drenagem ácida de mina). 
(PIRES 2015). 
A qualidade dos solos e dos recursos hídricos de regiões próximas a minerações nestes 
casos acaba sendo comprometida seriamente se nenhuma medida mitigadora for 
efetivamente realizada. E, mesmo existindo materiais de fundação (terreno natural) nas 
pilhas de estéril que funcionem como uma camada protetora dos agentes contaminadores 
do solo e da água subterrânea tais como estes, a oxidação dos sulfetos e consequente 
geração de DAM será inevitável e fatalmente acabará por escoar até um meio permeável 
ou curso de água localizado a jusante do depósito, (Pires 2015). 
Cada vez mais, novas tecnologias de tratamento de DAM têm surgido no âmbito mundial, 
seja por neutralização empregando aditivos químicos alcalinos (sistemas ativos) ou por 
descontaminação da DAM em banhados ou sistemas de terras úmidas (sistemas passivos). 
Entretanto, estes processos ainda ficam a desejar devendo, no futuro, enfrentar os desafios 
derivados dos grandes volumes envolvidos em pilhas de estéreis associados às condições 
climáticas específicas de cada região. 
2.1.9 Sistemas de drenagem interna 
As condições de drenagem em um depósito de estéril dependem das características do 
material que o compõe, do meio físico local e do fluido percolante (Petronilho, 2010). 
Neste âmbito, a condutividade hidráulica da pilha de estéril é um parâmetro que merece 
especial atenção, pois se esta condutividade é alta, significa que há muitos espaços vazios 
entre as partículas do material que compõe o depósito e isso pode comprometer a sua 
segurança. Assim, é de extrema importância adotar um sistema de drenagem eficiente. 
Desta forma, os sistemas de drenagem interna são fundamentais para garantir a 
estabilidade dos depósitos de estéril, uma vez que permitem aliviar os níveis de 
poropressão, direcionar o fluxo de água e evitar o carreamento de materiais finos, o que 
pode provocar problemas de erosão interna na pilha (Azevedo, 2005). 
Os dispositivos de drenagem interna possuem como função drenar a água no interior da 
pilha de estéril, ou seja, seu objetivo é canalizar os cursos de água e nascentes existentes 
no local, evitando assim, o acúmulo de fluido na estrutura e como consequência, 
auxiliando na preservação de sua estabilidade geotécnica. 
 
 
30 
 
2.1.10 Sistemas de drenagem superficial 
Os dispositivos de drenagem externa ou superficial são instalados na pilha de estéril com 
a finalidade de captar as águas incidentes sobre a mesma - provenientes de precipitações 
ou de outras áreas adjacentes e impedir, desta maneira, o acúmulo de água sobre a sua 
superfície e a infiltração. 
Tais dispositivos captam a água e a direcionam para fora do depósito, de forma que não 
haja comprometimento da estrutura. Os mais comuns são as canaletas, descidas de água 
e dissipadores de energia. 
A ausência desses sistemas acarreta sérias consequências na segurança da pilha, uma vez 
que, a água infiltrada pode provocar erosão superficial nos taludes e até mesmo o 
desmoronamento da estrutura. Devido a isso, deve ser feito o correto dimensionamento 
dos sistemas de drenagem superficial, sendo necessário considerar alguns requisitos 
básicos, como por exemplo, o caimento transversal e longitudinal das bermas que 
proporcione a maior eficiência desses sistemas, (Petronilho 2010). 
Segundo Carvalho (2009): “A garantia para a eficiência do sistema de drenagem 
superficial é a criação de canaletas nas praças que dirijam as águas para os pontos de 
descida”. 
Podem ser construídas também, leiras trapezoidais na crista e ao longo dos bancos do 
depósito de estéril, de forma a preservar os taludes e, além disso, podem ser instalados 
canais periféricos, cuja função é captar e conduzir as águas pluviais que incidem sobre a 
crista da pilha (Petronilho, 2010). 
 
Figura 4: Exemplo de sistema de drenagem superficial - descidas de água. 
Fonte: Petronilho, 2010. 
 
31 
 
As águas provenientes das canaletas são então, direcionadas às descidas de água, 
constituídas por canais em degraus. Estes dispositivos são construídos no entorno da pilha 
ao longo do contato desta com o terreno natural e são dotados de dissipadores de energia, 
os quais representam estruturas responsáveis por diminuir a velocidade do fluxo e 
controlar a erosão. 
Por fim, os canais periféricos captam as águas oriundas das descidas d’água e lança-as na 
drenagem natural, visando o menor impacto possível. Esse tipo de drenagem é 
denominado drenagem periférica (Carvalho, 2009). 
Vale considerar também, que as pilhas de estéril devem possuir pontos providos de 
sistemas de contenção de finos ou diques de contenção de finos, responsáveis por reter as 
partículas sólidas que são carregadas juntamente com a água, de modo que esta chegue 
limpa aos cursos de água naturais. 
2.1.11 Análise da estabilidade de Pilha de Estéril 
A instabilidade de taludes e a possibilidade de ruptura em uma pilha de estéril 
representam fatores críticos que devem ser cuidadosamente analisados, de forma a 
garantir a segurança do depósito e das áreas adjacentes, as quais podem ser 
profundamente afetadas quando da ocorrência de movimentos de massa ao longo da 
estrutura. 
À medida que aumenta a taxa de disposição de estéril e a pilha se torna maior, aumenta a 
possibilidade de rupturas, devido ao aumento das tensões impostas (Kent, 1992). 
 Quando essas tensões superam a resistência do material constituinte da pilha, inicia-se o 
processode ruptura no maciço. 
Assim, são necessárias análises constantes da estabilidade do depósito, pois uma eventual 
ruptura pode causar, além de grande impacto ambiental, a interrupção das operações de 
mina, prejudicando desse modo, todo o planejamento econômico do empreendimento, 
além da possibilidade de perdas de vidas humanas. 
De acordo com Caldwell et al. (1985), durante a atividade de mineração, uma pilha de 
estéril não é completamente estável. Em virtude disso, o monitoramento da estabilidade 
da estrutura é realizado para que seja possível adotar medidas mitigatórias para evitar as 
consequências indesejáveis de uma potencial ruptura. 
 
32 
 
Segundo Kent (1992), a escolha do método de análise de estabilidade de um depósito de 
estéril deve considerar os possíveis modos de ruptura, além dos parâmetros relacionados 
à resistência do material e às poropressões exercidas pela água no interior da pilha. O 
principal objetivo dessa análise é a determinação da possibilidade de mobilização de 
massa ao longo dos taludes. 
Diversos parâmetros interferem na segurança de uma pilha de estéril, dos quais pode-se 
citar: a topografia do local, a geometria do depósito, a taxa de disposição e a altura dos 
bancos, as propriedades geotécnicas, o método de construção, hidrologia e hidrogeologia 
e as forças sísmicas (Orman et al., 2011). 
Para Orman et al. (2011), os principais modos de ruptura são: escorregamento superficial, 
escorregamento por fluxo superficial, ruptura rotacional circular, ruptura basal e 
translação de bloco. 
 
Figura 5: Modos de ruptura em pilhas de estéril. 
Fonte: Adaptado de Orman et al., 2011. 
O modo de ruptura do tipo escorregamento superficial é o mais comum de ocorrer em 
pilhas de estéril, onde acontece o deslizamento de uma fina camada de material paralela 
à face do talude. É tipicamente originada nas cristas dos bancos e geralmente decorre 
após uma forte precipitação, o que contribui para aumentar as poropressões em um 
depósito com baixa permeabilidade. 
 
33 
 
O escorregamento por fluxo superficial é explicado em virtude da entrada de grande 
quantidade de água na estrutura, provocando assim, a saturação do material, o qual 
desliza ao longo das encostas da pilha de estéril. Já a ruptura rotacional circular pode 
ocorrer em consequência do peso excessivo de material no depósito, assim como devido 
às características do estéril que o constitui (material frágil ou muito fino) e às altas 
poropressões. Pode se estender à fundação se o solo possuir baixa resistência. 
Se uma pilha de estéril é colocada em terreno plano de solo competente, há menores 
probabilidades de ocorrer rupturas. No entanto, se o terreno plano é coberto por uma 
fina camada de material frágil, pode ocorrer ruptura basal. As chances de ocorrência 
desse tipo de ruptura são ainda mais acentuadas se o terreno é inclinado, ocorrendo, 
neste caso, a translação de bloco (Roberston et al., 1985). 
Diante do exposto, vale considerar que os estudos de estabilidade de depósitos de 
estéril, sempre enfatizam as situações mais desfavoráveis, adotando o fator de segurança 
mínimo para cada uma dessas condições. 
2.1.12 Monitoramento de Pilhas de Estéril 
Adicionalmente às análises de estabilidade das pilhas de estéril, é feito o monitoramento 
das mesmas a fim de se controlar o comportamento geotécnico dessas estruturas. 
De acordo com Robertson et al. (1985), o processo de monitoramento das pilhas de estéril 
não envolve apenas os factores relacionados à estabilidade geotécnica, deve-se considerar 
também, a vulnerabilidade do estéril frente às condições de oxidação, percolação, 
lixiviação e erosão. 
É importante fazer o monitoramento principalmente do perfil geotécnico da pilha pelo 
facto de exercer influência sobre as condições de segurança de uma pilha e é importante 
salientar que é necessário a realização de análises das características do material que irá 
compor a pilha devido ao facto deste material ser constituído por partículas heterogêneas, 
ou seja, de diferentes granulometrias, pode haver uma interferência negativa na 
sustentação da pilha. Isso justifica a necessidade de se fazer amostragens do estéril antes 
de sua remoção na jazida, tornando possível a determinação dos parâmetros físicos, da 
permeabilidade e da resistência do mesmo. As amostras devem, portanto, ser 
representativas da composição final do material do empilhamento. 
 
34 
 
2.1.13 Metodologias para Deposição de Estéril 
A forma pela qual o estéril retirado da mina será disposto em um determinado local deve 
ser planejada e controlada de modo a proporcionar a máxima estabilidade e segurança da 
pilha de estéril, além de causar o mínimo impacto ao meio ambiente. 
É importante considerar que, as atividades que demandam maior gasto econômico na 
disposição de estéril são, conforme Petronilho (2010): “drenagem, proteção vegetal, 
retenção de finos gerados por carreamento de sólidos durante e após a formação da pilha, 
manutenção ao longo dos anos e transporte do estéril”. Dentre estas, a última possui maior 
influência e depende da disponibilidade dos equipamentos e dos perfis de tráfego. 
Para construção de um depósito de estéril, usualmente são empregados os seguintes 
métodos: 
 Método descendente; 
 Método ascendente; 
 Método por correia. 
2.1.14 Método descendente 
Neste método, as pilhas são construídas sem nenhum controle geotécnico, ou seja, o 
estéril é simplesmente basculado a partir do ponto mais elevado da pilha, não sendo feita 
a sua compactação e a preparação da base para a disposição do material. 
Assim, a pilha construída por este método não apresenta um sistema de drenagem 
adequado e não possui proteção superficial dos taludes contra a erosão, o que a torna uma 
estrutura bastante instável e altamente susceptível a rupturas. 
 
Figura 6: Método de disposição descendente. 
Fonte: Carvalho, 2009. 
 
35 
 
Segundo Carvalho (2009), apesar do método ser ilusoriamente mais econômico, por 
reduzir a distância de transporte, o mesmo não atende às condições mínimas de segurança. 
Devido a isto, este tipo de depósito somente deve ser construído onde o terreno de 
fundação apresenta alta resistência e o material a ser disposto é bastante granulado, pois 
se o estéril for constituído de grande quantidade de finos, estes por estarem soltos, podem 
ser carreados para os cursos de água situados próximos à pilha. 
2.1.15 Método Ascendente 
O método ascendente é o mais indicado para construção de uma pilha de estéril, em 
virtude de proporcionar maior segurança e estabilidade à mesma. 
De acordo com Petronilho (2010), a deposição do estéril é realizada de jusante para 
montante, isto é, do fundo do vale em direção às cabeceiras. O estéril é basculado por 
caminhões, gerando pilhas com altura de 2,0 a 3,0 metros. Em seguida, o material das 
pilhas é nivelado com o auxílio de um trator de esteira, formando camadas de 1,0 e 1,5 
metros de espessura, as quais são compactadas pelo próprio tráfego dos equipamentos, o 
que é suficiente para estabilizar a pilha. 
 
Figura 7: Representação do método ascendente de disposição do estéril. 
Fonte: Carvalho, 2009. 
As bancadas formadas devem possuir 10 metros de altura e a largura mínima das 
bermas deve ser de 6 metros. Após a formação das mesmas, é executado o 
retaludamento com o trator de esteira, o que é feito com o objetivo de suavizar o ângulo 
de repouso e aumentar assim, a estabilidade da pilha por meio da compactação da 
camada superficial (Carvalho, 2009). 
 
36 
 
Cabe ressaltar que neste método são adotados sistemas de drenagem adequados, bem 
como é realizada a proteção superficial dos taludes, o que também contribui para a 
maior segurança da pilha. 
2.1.16 Método de deposição por correia 
Além dos métodos ascendente e descendente, convencionalmente adotados na mineração 
para deposição de estéril, a construção da pilha pode se dar tambémpelo método de 
correias, também chamado de ‘empilhamento por stacker’. Neste caso, são utilizados 
sistemas de correias transportadoras, as quais, além de transportar o material, realizam a 
sua deposição (Nunes 2014). 
Para Nunes (2014) as elevadas velocidades na deposição do estéril apresentam como 
consequência os elevados índices de vazios no material depositado. Além disso, não há 
compactação dos taludes, visto que não há tráfego de equipamentos sobre os mesmos. As 
pilhas formadas por este método, podem apresentar problemas de estabilidade geotécnica. 
 
Figura 8: Método de deposição de estéril por correia. 
Fonte: Petronilho, 2010. 
2.1.17 Operação das Pilhas de Estéril 
De acordo com Aragão (2008), durante a construção de um depósito de estéril, o material 
deve ser disposto, preferivelmente, ao longo do comprimento da crista, tornando esta a 
mais longa possível e minimizando assim, a elevação da pilha. Dessa forma, a 
estabilidade da estrutura é favorecida. Ademais, o desenvolvimento da pilha deve ser feito 
em vários setores, não sendo a deposição do estéril concentrada em um único local. 
Cabe ressaltar que o projeto de uma pilha de estéril deve sempre considerar os objetivos 
a longo prazo que podem ser exigidos para reabilitação da área utilizada para deposição 
 
37 
 
do material. Tais objetivos compreendem assegurar a estabilidade e o controle de erosões 
a longo prazo e garantir que a água proveniente da pilha seja desaguada com qualidade 
ao meio ambiente local e que seja possibilitado o uso futuro das áreas afetadas. 
2.2 Deposição de rejeitos 
De acordo com Texeira (2017), barragens de rejeito são as estruturas responsáveis por 
reter os resíduos sólidos e a água provenientes dos processos de beneficiamento mineral. 
Seu planejamento tem início com a procura de um lugar para sua implementação, etapa 
que conta com parâmetros geológicos, hidrológicos, topográficos, geotécnicos, 
ambientais, sociais, entre outros. 
Na sua composição, o rejeito apresenta partículas de rocha, água e as substâncias químicas 
envolvidas no processo de beneficiamento e dependendo do tipo de minério e das 
operações de extração e beneficiamento utilizadas, estes materiais exibem características 
mineralógicas, geotécnicas e físico-químicas variáveis, podendo se apresentar como 
rejeitos granulares (com granulometria de areias médias e finas), ou lamas (partículas com 
a granulometria a baixo de 0.074mm) . 
Entre os métodos de deposição, as barragens de contenção de rejeitos ainda são as mais 
usadas. Essas barragens, como dito anteriormente, podem ser construídas utilizando-se 
solos, estéreis ou mesmo o próprio rejeito. 
De acordo com Sobreira e Ferreira (2016) o grande volume de rejeitos gerados, 
condicionados aos custos da deposição, faz com que seja atrativa a utilização destes 
materiais na construção das próprias barragens de contenção, desde que sejam obedecidas 
algumas premissas, tais como: 
 Separação da fração grossa e fina (as propriedades geotécnicas são diferentes 
entre as frações), 
 Controle dos processos de separação (granulometria), 
 Utilização de sistemas de drenagens eficientes, compactação dos rejeitos 
(aumento da densidade e da resistência), e proteção superficial da barragem, 
dentre outras. 
2.2.1 Características do Rejeito 
As características geotécnicas, físico-químicas e mineralógicas dos rejeitos dependem 
fundamentalmente do tipo de minério e do processo de beneficiamento a que foi 
submetido. São estas características associadas à topografia regional, que irão determinar 
 
38 
 
quais as melhores formas de armazenamento, ou seja, que tipo de reservatório será o mais 
conveniente para aquela polpa (Botelho 1994). 
2.2.2 Transporte de rejeitos 
A forma de transportar os rejeitos das usinas de beneficiamento até os locais de 
deposição depende das suas características geotécnicas. 
Uma mistura com maior teor de sólidos, como uma pasta, é transportada para a estrutura 
de contenção por caminhões ou correias transportadoras. 
Uma mistura mais fluida é transportada por tubulações, por gravidade ou bombeamento, 
o que é uma alternativa de menor custo operacional. 
2.2.3 Planeamento e construção de uma barragem de rejeito 
2.2.4 Propriedades geotécnicas dos rejeitos 
As propriedades geotécnicas da massa de rejeitos (resistência, deformabilidade e 
permeabilidade) dependem da natureza do minério e de como se processa a deposição. 
 Fases de formação de um depósito de rejeitos lançados a montante de uma barragem de 
rejeitos: floculação, sedimentação e adensamento. Na floculação as partículas aumentam 
de tamanho, na sedimentação as partículas se depositam no fundo do reservatório sob a 
ação da gravidade, e no adensamento, as partículas depositadas interagem, transmitindo 
as tensões devidas ao peso próprio (Brito, 1986). 
2.2.5 Formas de deposição dos rejeitos 
Os rejeitos produzidos pelo processo de beneficiamento podem ser descartados de duas 
formas: 
 LIQUIDOS (polpas), sendo o seu transporte feito em tubulações através de 
bombas ou por gravidade. 
 REJEITOS SÓLIDA (pasta), são descartados usando camiões ou correias 
transportadoras. A sua deposição pode ser feita: em superfície, em escavações 
subterrâneas. 
2.2.6 Barragem de rejeito 
É entendida como uma estrutura de terra construída para armazenar resíduos de 
mineração, os quais são definidos como a fração estéril produzida pelo beneficiamento 
de minérios, em um processo mecânico e químico (Brito, 1986). 
 
39 
 
2.2.7 Vida útil de uma barragem de rejeito 
As etapas da vida útil de uma barragem de rejeito compreendem a procura do local da 
implantação, projeto da instalação, construção, operação, reaproveitamento e o 
fechamento definitivo. 
2.2.8 Seleção do local 
Segundo Busch (1982), o processo de seleção do local apto visa a classificação preliminar 
de zonas aceitáveis fundando se em avaliadores geológicos de propensão como a 
geoquímica ou a geofísica para identificar áreas potencialmente exploráveis para extração 
de mineiro. Para as empresas mineiras a variável considerada para a melhor opção de 
local se limita na econômica, já que a deposição dos rejeitos é um investimento sem 
retorno a curto, médio ou até longo prazo. 
No entanto é necessário na seleção de local vincular todo tipo que direita ou indiretamente 
influencia na obra: características geológicas, hidrológicos, geotécnicos, ambiental, 
social, avaliação de riscos entre outros sem subestimar o que pode suceder na construção, 
operação ou fechamento de barragem de rejeito e fazer uma lista de chocagem 
considerando tudo quanto se possa imaginar como admissível sem ignorar nada que afete 
a vida útil da barragem como o vazamento do mesmo por falta de atenção dos técnicos 
na construção. 
2.2.9 Projeto de instalação 
Após a escolha do local ou mesmo antes, deve ser elaborado o projecto da barragem para 
guiar o responsável do empreendimento na tomada de decisões sobre o local da 
implantação da barragem em funções das áreas concedidas para explorar. 
 De acordo com Soares (2010), o projecto de construção da barragem deve ser concebido 
desde o momento que vincula o desenho de todas as infraestruturas da mina sobre tudo 
no momento em que se concebe a planta de processamento de modo a adequar o projeto 
em função dos acidentes e as condições do local sobre tudo a economia do mesmo 
empreendimento. Caso exista descontinuidades, fraturas, falhas ou mesmo juntas no local 
é necessário se cimentar para que não haja infiltração das águas da barragem e uma 
possível contaminação do lençol freático. O desenho do projeto deve conter: 
 O Estudo hidrogeológico 
 Estudo geotécnico 
 Secções de alteamento 
 
40 
 
 Análise da estabilidade do rejeito 
2.2.10 Construção da barragem de rejeito 
A estrutura de contenção é construída levantando-se inicialmente um dique de partida 
com solo de empréstimo,o qual deve ter uma capacidade de retenção de rejeitos para pelo 
menos 3 anos de operação de lavra. Os estágios posteriores (alteamentos) podem ser 
construídos também com material de empréstimo, com estéreis, por deposição hidráulica 
de rejeito ou por ciclonagem dos mesmos rejeitos. Os alteamentos podem assumir 
diferentes configurações, cada uma com suas características, especificações, vantagens e 
desvantagens (Duarte 2008). 
Os métodos de alteamento são geralmente classificados em três classes: método de 
montante, método de jusante e o método de linha de centro sendo nomes referentes a 
direção destes em relação ao dique inicial. Para os três casos, inicialmente é feito um 
dique de partida com material de empréstimo e ao longo do tempo são construídos os 
alteamentos. Os rejeitos são lançados ao longo da crista do dique por ciclones ou por 
series de pequenas tubulações, para que haja uma formação uniforme da praia. A 
sedimentação das partículas dá-se em função do seu tamanho e densidade, isto é, as 
partículas mais finas e leves ficam em suspensão e transportam-se para o centro da 
barragem, e as partículas mais grossas e pesadas sedimentam-se rapidamente mais 
próximo do dique. A diferença entre estes métodos está na direção do alteamento em 
relação ao dique inicial (Duarte 2008)). 
2.2.1. Métodos de construção de barragem de rejeito 
A seleção de um método ou outro para a deposição dos rejeitos depende: 
 Da natureza do processo de mineração; 
 Das condições geológicas e topográficas da região; 
 Das propriedades mecânicas dos materiais; 
 Do poder de impacto ambiental de contaminantes dos rejeitos; 
 Das condições climáticas da região. 
Os métodos da deposição do rejeito são: 
 Método Montante; 
 Método Jusante 
 Método linha de Centro 
 
41 
 
2.2.11 Método Montante 
Segundo Araújo (2006), método montado, o material da fundação e nos alteamentos o 
eixo da barragem se desloca para o montante. A polpa é descarregada ao longo do 
perímetro da crista do dique, formando uma praia feitos por ciclones, ou com uma 
sequência de tubulações menores perpendiculares à tubulação principal, chamados de 
“spigots”, que permitem uma melhor uniformidade na formação da praia. Como os 
rejeitos têm uma distribuição granulométrica ampla, as partículas mais grossas e mais 
pesadas sedimentam mais rapidamente, ficando nas zonas próximo ao dique, e as 
partículas menores e menos densas ficam em suspensão e são transportadas para as zonas 
internas da bacia de sedimentação. Nas etapas posteriores, são construídos diques em todo 
o perímetro da bacia. O tamanho dos diques nos alteamentos é uma variável que depende 
das necessidades operacionais do processo. Importa frisar que o dique inicial geralmente 
é sempre maior que os diques das etapas seguintes. 
 Vantagens do método 
 O volume de material (de rejeitos ou de empréstimos) dos alteamentos é menor 
 Menor custo de construção; 
 Maior velocidade de alteamento; 
 Facilidade de operação; 
 Pode ser construída em topografias muito íngremes. 
 Desvantagens 
 Baixa segurança (a linha freática muito próxima ao talude de jusante); 
 Suscetibilidade à liquefação por sismos naturais ou por vibrações decorrentes do 
movimento de equipamentos, quando os alteamentos são realizados com os 
rejeitos, isto devido à fundação dos alteamentos ser constituída de areias saturadas 
fofas não compactadas ou não classificadas (rejeitos descarregados por “spigots”); 
 Quando os rejeitos não são compactados ou ligeiramente compactados, a 
superfície crítica de deslizamento passa pelos rejeitos sedimentados; 
 
42 
 
 
Figura 9: Método Montante 
Fonte: Araújo 2006 
2.2.12 Método de jusante 
De acordo com Araújo (2006), é construído um dique inicial impermeável, o qual deve 
ter uma drenagem interna, composta por filtro inclinado e tapete drenante.O talude interno 
da barragem ou talude de montante, nos alteamentos, é impermeabilizado. 
Neste método os rejeitos são ciclonados e o “underflow” é lançado no talude da jusante. 
Somente são utilizados os rejeitos grossos no alteamento, os quais são compactados 
quando as características de umidade da zona o permitam; também se pode utilizar 
material de empréstimo, ou estéril proveniente da lavra. figura a baixo ilustra o processo 
de ateamento das paredes usando o método. 
Vantagens 
 O método é eficiente para o controle das superfícies freáticas, pela construção de 
sistemas contínuos de drenagem; 
 Suscetibilidade de liquefação é muito menor; 
 Operação bastante simples; 
 Possibilita a compactação de todo o corpo da barragem; 
 Maior segurança devido aos alteamentos controlados (disposição da fração grossa 
dos rejeitos a jusante, sistemas de drenagem e compactação). 
 
 
 
43 
 
Desvantagens do método 
 Necessidade de grandes quantidades de rejeitos nas primeiras etapas da 
construção 
 É necessário o emprego de ciclones para garantir uma ótima separação dos 
rejeitos. 
 
Figura 10: Método Jusante 
Fonte: Azam e Li, (2010) 
2.2.13 Método de linha de centro 
O método da linha de centro é assim chamado devido ao eixo da barragem ser mantido 
na mesma posição enquanto ela é elevada, é uma solução intermediaria entre o método 
de montante e a jusante (inclusive em termos de custo), embora seu comportamento 
estrutural se aproxime do método da jusante. 
Segundo AZEVEDO (2016), inicialmente é construído um dique de partida e o rejeito é 
lançado perifericamente da crista do dique até formar uma praia. O alteamento 
subsequente é formado lançando materiais de empréstimo, estéril da mina ou “underflow” 
de ciclones, sobre o limite da praia anterior e no talude de jusante do maciço de partida, 
mantendo o eixo coincidente com o eixo do dique de partida. Exemplo ilustrado na figura 
abaixo. 
Vantagens 
 Facilidade na construção 
 Eixo dos alteamentos constante` 
 
 
44 
 
Desvantagens 
 Necessidade de sistemas de drenagem eficientes e sistemas de contenção a jusante 
(se o material de rejeito fica saturado a jusante, pode comprometer a estabilidade 
do maciço; 
 Operação complexa; é necessário equipamento para deposição mecânica a 
jusante. 
 
Figura 11: Método da linha de Centro 
Fonte: Araújo, 2006. 
Segundo Araújo (2006), a escolha de um ou outro método de execução irá depender de 
uma série de fatores, tais como: tipo de processo industrial, características geotécnicas e 
nível de produção de rejeitos, necessidade de reservar água, necessidade de controle de 
água percolada, sismicidade, topografia, hidrologia, hidrogeologia e custos envolvidos. 
No entanto, como as barragens alteadas pelo método de montante têm se mostrado de 
maior facilidade de execução e mais economicamente viáveis, essas têm sido as 
preferencialmente adotadas pelas empresas mineradoras. 
2.2.14 Causas de ruptura de barragens de rejeito 
As barragens de rejeito estão constantemente sujeitas a deslocamentos e deformações, em 
virtude da sua própria natureza e dimensões, além da ação de agentes internos e externos. 
Duarte (2008), identificou quinze causas de falhas diferentes de rupturas de barragens de 
rejeitos. Em muitos casos (39%), as rupturas nas barragens resultaram de uma 
combinação de diferentes fatores, por exemplo, ocorrência de falhas devido a factores 
meteorológicos (chuvas intensas, furacões, derretimento de gelo, acumulação de gelo na 
barragem de rejeitos, etc), infiltração, falha de fundação ou ma gestão das estruturas. 
 
45 
 
De acordo com Duarte (2008), as mudanças geométricas de uma estrutura podem ocorrer 
na geometria externa, caracterizando um deslocamento da estrutura no seu todo, ou na 
geometria interna, caracterizando uma fundação. As deformações podem ser identificadas 
por recalques excessivos, aumento da taxa de recalques localizados ou trincas na crista 
ou nos taludes. 
Azam e Li (2010) apontaram os factores climáticose o mal gerenciamento como 
principais factores inerentes as falhas das barragens. As falhas causadas pelas chuvas 
incomuns aumentaram de 25% (antes do ano 2000) a 40% (apos 2000). Isso pode ser 
atribuído as mudanças recentes nas condições climáticas. 
As falhas ocasionadas devido à má gestão aumentaram de 10% a 30% para os mesmos 
períodos. Este aumento nos índices de falhas pode ser atribuído à grande exploração de 
recursos sendo depositados nos reservatórios sem o devido monitoramento e controle. 
A deformação das barragens constitui-se no principal problema que pode surgir durante 
a vida útil do empreendimento. 
Vários factores influenciam nas deformações, dentre eles: 
 Formato, dimensões e propriedades mecânicas do material matriz; 
 Baixa resistência ao cisalhamento das matérias da barragem; 
 Espessura da camada compactada; 
 Natureza da fundação devendo possuir permeabilidade compatível com o 
objectivo de minimizar a percolação; 
 Variação do nível da água do reservatório; 
 Atividade sísmica da região ou efeitos de detonação pela mineradora. 
2.2.15 Inspeções e manutenções de Barragem 
Para evitar quaisquer imprevistos, as barragens devem passar por manutenções 
periódicas, seguindo normas e legislações que são de extrema importância para a vida útil 
e a segurança desta. 
Segundo Araújo (2006), há três tipos de inspeção: de rotina, inspeção regular e inspeção 
especial. A primeira deve ser frequente, sendo que se recomenda sua realização mensal, 
e objetiva detectar a ocorrência de novas anomalias e acompanhar a evolução de 
anomalias anteriormente registradas. A segunda deve ser realizada a cada semestre e 
possui um grau de detalhamento superior. Deve ser requerido uma descrição dos aspectos 
a inspecionar, como as medições das dimensões de uma anomalia, sua classificação em 
termos históricos (nova, sem ou com evolução) e sua prioridade de intervenção (situação 
 
46 
 
de alerta ou de emergência, de atenção, potencialmente grave e sem gravidade). Nessa 
inspeção também se realizam outras ações como verificação das condições do sistema de 
drenagem superficial, avaliação do estado da barragem (ocorrência de erosões 
superficiais, trincas ou deslizamentos) e a verificação das condições de operação do(s) 
vertedouro(s). Já a inspeção especial é realizada em caráter excepcional, como em casos 
de grandes cheias. 
Além das inspeções, também é necessário um adequado programa de manutenção das 
barragens. A manutenção é o conjunto de tarefas destinadas a manter a barragem em 
adequadas condições de segurança e de funcionalidade, sendo que quando devidamente 
realizadas, as manutenções protegem a barragem contra a deterioração, prolonga a sua 
vida e reduz grandemente a probabilidade de ruptura. 
Segundo Duarte (2008) cita dois tipos de manutenção: a preventiva e a corretiva. A 
primeira é efetuada frequentemente, visando evitar a ocorrência de uma anomalia, 
enquanto a manutenção corretiva é o conjunto de ações realizadas para reparação de 
anomalias já detectadas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
47 
 
3 METODOLOGIA DE INVESTIGAÇÃO 
a) Quanto a abordagem o tipo de pesquisa é quantitativo porque envolve manipulação de 
resultados quantificáveis a fim de obter conclusões possíveis de expressar 
numericamente; 
b) Quanto a natureza o tipo de pesquisa é aplicado porque tem como objectivo gerar 
conhecimentos para aplicação prática, dirigidos à solução de problemas específicos; 
c) Quanto aos objectivos o tipo de pesquisa é exploratório porque objectiva criar 
familiaridade com o problema a fim de torna-lo explícito e criar hipóteses; 
d) Quanto aos procedimentos o tipo de pesquisa é bibliográfico porque irá basear-se no 
levantamento de referências teóricas já analisadas e publicadas, e será ao mesmo tempo 
quanto aos procedimentos pesquisa de campo porque além da pesquisa bibliográfica 
envolve a colecta e análise de dados de campo. 
3.1 Instrumentos e técnicas de recolha de dados 
Para o desenvolvimento do trabalho as técnicas usadas foram consultas bibliográficas, 
trabalho de campo (observação directa), consultas ao supervisor e outras entidades da 
empresa. 
Os instrumentos usados para a recolha de dados são: GPS (Sistema de Posicionamento 
Global) que foi usado para localização dos pontos de deposição do estéril e rejeito; 
medição da inclinação das rampas e obter as distâncias entre a mina e local de deposição 
da pilha de estéril e rejeito. Foi usada a estação total para fazer levantamento topográfico 
altimétrico; cálculo de volume do carvão e estéril desmontado e delimitação das áreas a 
serem desmontadas. 
3.2 Limitações de Estudo 
Durante o desenvolvimento da pesquisa, houve algumas dificuldades tais como: Falta de 
equipamentos para a medição de alguns dados tais como: Factor de segurança das pilhas, 
condutividade hídrica, nível freático, ângulo de repouso do estéril, permeabilidade das 
rochas no local. As dificuldades ora referidas, foram agravadas pela falta de registos de 
alguns dados e pela confidencialidade dos documentos na empresa. 
 
 
 
48 
 
4 APRESENTAÇÃO, ANALISE E DISCUSSÃO DE RESULTADOS 
4.1 Apresentação de dados 
JSPL Mozambique Minerals, Lda, é subsidiária da Empresa Steel and Power (Mauritius), 
Ltd, parte da Jindal and Power, Limited, uma das maiores Companhias de fabrico de Ferro 
na Índia. Em Moçambique, dedica se a extração do carvão tanto térmico como coque. 
O carvão metalúrgico que é extraído, é exportado para o mercado na Índia, e, o carvão 
térmico igualmente produzido, é vendido no mercado aberto. 
No Bloco 3605C, ocorrem várias camadas de Carvão com profundidades que variam entre 
2 a 300 metros. Estas camadas ocorrerem como horizontes contínuos nos quais a extração 
ocorre em duas cavas designadas Pit D e Pit D extension. A camada de carvão extraido, 
está subjacente a camada de arenito, que constitui o estéril. 
As operações unitárias de lavra na mina da JSPL são: Perfuração; Desmonte; 
Carregamento e Transporte. 
4.1.1 Perfuração 
Na JSPL a perfuração é feita por duas perfuratrizes rotativas instaladas em camiões como 
ilustra a figura 12. 
 
Figura 12: Perfuratriz instalada no Camião. 
Fonte: Autor, 2019. 
 
49 
 
4.1.2 Desmonte 
A JSPL faz o desmonte com recurso a explosivos do tipo emulsão a granel, transportados 
em um camião com capacidade de armazenar 18000kg. Os tempos de retardo usados 
correspondem a 25m/s e 17m/s entre os furos e entre linhas respectivamente. 
4.1.3 Carregamento 
O carregamento do material é feito usando uma escavadeira Terex com16 m3 de 
capacidade (figura 13) e três (3) retroescavadoras dentre as quais uma fabricada pela 
Volvo, a outra pela Caterpilar e a última pela Komatsu com uma capacidade das caçambas 
de 3,5 m3. 
 
 
 
Figura 13: Escavadeira Terex com 16m3 de capacidade da caçamba. 
Fonte: Autor 2019 
4.1.4 Transporte 
 O transporte do material na frente de desmonte, está subdividido em: Transporte do 
estéril e transporte do minério (carvão). Tanto o transporte do estéril como do minério, é 
feito por vários camiões basculantes (figura 14) cujas capacidades variam de 17,5 a 100 
toneladas. 
 
50 
 
 
 
Figura 14: Camiões basculantes usados. 
Fonte: Autor, 2019. 
 
4.1.5 Gestão de Estéril na JSPL 
Da cava, o estéril é transportado e depositado num local que dista cerca de 1260 m cujas 
coordenadas são 15° 48’ 15’’ Sul e 32° 57’ 00’’ Este e uma cota de 1000 m. 
Foi escolhido este local por não possuir nenhum minério de valor e estar localizado perto 
da cava da mina. Na área escolhida para a deposição de estéril, não foi feita uma 
investigação geotécnica aprofundado para se conhecer as propriedades do material 
rochoso (resistência, porosidade, fracturação), grau de alteração das rochas, etc. A 
quantidade de estéril movimentada e depositada no período de agosto a outubro, está 
representada na tabela 1. 
Tabela 1:

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