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Economia Monetária - 3ª Prova-1

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A principal distinção entre Keynes e os Clássicos seria que os últimos considerariam ajustes 
imediatos a choques de demanda agregada, preservando à economia a posição de pleno emprego, 
enquanto Keynes se preocuparia em apontar razões pelas quais tal ajuste poderia ser demorado, exigindo a 
ajuda da política econômica. 
 Para os clássicos o equilíbrio e de longo prazo podendo estar desequilibrado no curto prazo, então 
para os clássicos não há problema nisso, pois a economia sempre se ajustará pós-choques para levar a 
economia ao longo prazo. Para Keynes esses ajustes podem demorar e por isso são necessárias políticas 
econômicas. 
 A TG rompe Keynes com a escola clássica – é como estas forças financeiras interagem com a 
produção e com o consumo para determinar o emprego, produto e preços. 
 O tratado sobre a moeda, anterior a TG, ainda possui traços da economia clássica, mas Keynes já vê 
a moeda, não apenas como um intermediário de trocas, vê também como uma reserva de valor. 
 A visão clássica afirma que basicamente isto ocorre por dois motivos. O primeiro deles é devido ao 
fato de que os fluxos de recebimentos e pagamentos são diferentes. Em outras palavras, a entrada dos 
rendimentos de um agente não coincide com os pagamentos que o mesmo tem que efetuar. Desta forma 
este precisa reter moeda para as transações. 
Alguns autores dizem que neste caso, há incerteza no sistema econômico (sempre válido lembrar 
esta incerteza não é keynesiana). Portanto, os agentes demandam moeda para motivos de transação. Se os 
fluxos de recebimento e pagamento fossem idênticos, segundo estes autores, este tipo de motivo não 
existiria. 
O segundo motivo se deve a imprevisibilidade das despesas dos agentes, sejam eles empresas ou 
famílias. Não é seguro que todos os valores das despesas futuras dos agentes. Desta forma, os agentes 
demandam moeda por motivo de precaução. 
É oportuno dizer que os economistas clássicos tratavam a moeda como a mercadoria padrão, 
dizendo de outro modo, aquele bem que poderia ser utilizado como referência para que fosse possível 
realizar trocas indiretas. Mas esse é um exemplo de finalidade da moeda e não utilidade dessa. 
 
 
 
Axioma da Produção 
O processo produtivo implica em demoras e defasagens. Deve se levar em conta que a decisão de 
produzir antecede, necessariamente, a colocação do produto no mercado. A firma produz sob comando ou 
sob a expectativa de demanda. Isto conferia um caráter inevitavelmente especulativo à atividade 
produtiva, segundo Keynes. 
Os objetivos que levam as firmas a produzir, são os de multiplicação da riqueza, ou seja, a firma não 
produz para obter satisfação ou utilidade, mas para multiplicar a riqueza. Como seu objetivo não é o 
consumo, a riqueza gerada deve assumir uma forma geral, isto é, um poder de compra genérico, existente 
na forma monetária. A firma aplica dinheiro para obter mais dinheiro. (Numa eco monetária os agentes 
possuem objetivos definidos em termos monetários – Por sua liquidez a riqueza monetária está defendida 
contra flutuações de demanda que afetam mercadorias ou ativos específicos – O poder de comando sobre 
trabalho, conferido pela moeda, é o indicador mais significativo do volume de riqueza acumulado por uma 
firma). 
O objetivo da firma para Keynes é a acumulação e não a utilidade como para os clássicos. Para 
Keynes a firma produz para ter lucro (acumulação de riqueza/moeda). Para os clássicos a firma produz para 
ter mais mercadorias. 
 
Axioma da Decisão 
 O poder de decisão não é distribuído de forma igualitária, ou seja, a decisão não é tomada de forma 
igualitária entre os agentes que participam do processo produtivo: trabalhadores e capitalistas. No 
capitalismo, o capital é “escasso”, comparativamente ao trabalho (não é). As firmas são os mais 
importantes agentes para determinar as leis de movimento da economia. Em economias monetárias o 
dinheiro compra mercadorias e dinheiro pode ser obtido por geração de renda ou pela obtenção de crédito 
(discricionariamente). As firmas tem preferência ao acesso ao crédito pela natureza dos ativos que tem. 
 Para os clássicos o poder de decisão dos capitalistas e dos trabalhadores é o mesmo. Para Keynes 
isso não ocorre e, as firmas possuem muito mais acesso ao crédito, logo é a firma quem decide o quanto 
ganhar/ lucrar, basta que elas gastem. O que determina esse poder de gastar é o acesso ao crédito. 
 
Axioma da Não Pré – Conciliação de Planos 
 A estratégia dos agentes é especulativa. Como existe um tempo entre a decisão de produzir e a 
efetivação da venda (compra por parte dos consumidores) e não existe uma instituição que informe sobre 
o que produzir, as decisões da firma (sobre o que e quando produzir) vão depender de expectativas e não 
de informações. (Para Keynes o risco não é calculável, a decisão é tomada sobre expectativas) 
 Uma economia monetária é caracterizada pela existência de agentes cujos objetivos são definidos 
em termos monetários, sendo esses agentes os mais importantes da determinação das “leis de 
movimento” desta economia e cujas estratégias são de natureza inevitavelmente especulativas. 
 
Axioma da Irreversibilidade do Tempo 
 Existem decisões que são consideradas cruciais nos processos econômicos. Estas decisões 
caracterizam processos irreversíveis, cujo desenrolar, uma vez iniciado, só pode ser detido à custa de 
grandes perdas e cujas condições iniciais não podem ser repostas. São decisões de investimento. Para 
processos que envolvam decisões cruciais (decisões de investimento), a repetição é impossível, e, portanto, 
para estas, o aprendizado é impossível. O cálculo e o aprendizado serão possíveis em decisões repetitivas 
como, por exemplo, as de produção ou consumo. 
 Decisões de produção: são decisões reversíveis. Podem ser tomadas com base em cálculos precisos 
de vantagens e desvantagens porque são baseadas em expectativas de curto termo com base em 
comportamentos adaptativos (curto prazo). 
 Decisões de investimento: são decisões consideradas irreversíveis porque são baseadas em 
expectativas de longo termo com base em comportamentos criativos – Animal Spirits (a criatividade do 
investidor tomará o lugar do impossível cálculo previsto de vantagens e desvantagens – Longo Prazo). 
 São processos que envolvem incerteza porque se referem a fatos futuros distantes. Quanto maior 
for o horizonte desses processos, mais irrelevante se torna a informação que deu suporte a tomada de 
decisão. 
 Para diminuir tais incertezas são criadas estratégias e instituições para os agentes se defenderem 
como: o desenvolvimento de contratos futuros denominados em dinheiro, a preferência pela liquidez, e o 
comportamento convencional. 
 
Axioma das propriedades da Moeda 
 Numa economia monetária a moeda tem elasticidade negligíveis de produção e substituição. Isto 
significa que a disponibilidade de moeda deve ser relativamente insensível à demanda e que suas funções 
não podem ser exercidas por substitutos. 
A assinatura de contratos que garantam o fornecimento de serviços produtivos e meios de 
produção no futuro imediato, que cubra o período de produção, torna se um dos pilares sobre os quais se 
assenta a produção capitalista. Ser a unidade de medida e meio de liquidação para estes contratos é a 
função principal da moeda, ou seja, a moeda é aquilo por cuja entrega contratos são liquidados. 
Os agentes aceitam contratos em moeda porque o meio pelo qual eles serão liquidados tem (ou 
espera se que tenha) poder de compra estável. É para garantir o atributo de liquidez da moeda que Keynes 
preconiza serem negligíveis as duas elasticidades, de produção e substituição. Um obejeto cuja quantidade 
esteja sujeita a variações bruscas não estaria a salvo de excessos de oferta ou demanda que afetam outros 
ativos. A percepção de que os riscos de perda de poder de compra da moeda pudessem ser elevados 
destruiriam sua função de unidade de contratos, forçando os agentes a buscar alternativas menos eficazes 
para a coordenação das atividades.Criação de Moeda 
 O principal atributo da moeda é o da liquidez. O grau de outros ativos que não a moeda depende 
das facilidades existentes para sua conversibilidade em moeda. 
A liquidez é um conceito bidimensional (Poder de conservação em dinheiro; Conservação de valor). 
Um ativo é tanto mais líquido quanto mais rapidamente puder seu detentor convertê lo em dinheiro. Um 
ativo é tanto mais líquido coeteris paribus, quanto maior for sua capacidade de conservação de valor. 
Um ativo é considerado líquido quando existe um mercado permanente e organizado para itens 
existentes, o que se requer market maker – instituição cuja função é ordenar os mercados ao servir do 
comprador ou vendedor residual com o objetivo de estabilizar cotações. 
Quando se compra um título há um mercado de revenda isso transforma o ativo em mais líquido 
(market maker). Se não há mercado, as pessoas são obrigadas a se manter presas naquele título, por 
exemplo, por dois anos, então esses ativos são ilíquidos. 
A moeda é representada pelo conjunto de ativos que compreende a moeda legal e seus substitutos 
perfeitos (depósito à vista – cheques). 
Pode se agrupar os ativos em três grupos segundo seu grau de liquidez (e, portanto, de seu grau de 
substituição com a moeda). Ativos plenamente líquidos são os substitutos perfeitos da moeda, de 
conversibilidade imediata e valor pré-fixados. Ativos líquidos são imperfeitos (que devem oferecer outras 
formas de retorno que não apenas a liquidez para compensar esta imperfeição) porque seu valor não pode 
ser garantido a priori. Ativos ilíquidos, cuja revenda é muito difícil e que, assim, são demandados por seus 
rendimentos e não como reserva de valor. 
 
Demanda por Moeda 
O primeiro motivo para demandar moeda seria o de realizar transações. Keynes associa a esta 
demanda por moeda a ideia de gastos rotineiros para girar a renda corrente; estariam compreendidos 
tantos os saldos mantidos pelas famílias para a realização dos seus gastos quanto o das firmas para a 
cobertura dos seus gastos de produção. 
O segundo motivo para demandar moeda seria precaução. Em outras palavras, o motivo 
precaucionário é o que corresponde mais à ideia de que a moeda é um ativo seguro, com o qual se pode 
atravessar um futuro incerto e nebuloso até que as perspectivas e escolhas se tornem mais definidas. 
A demanda especulativa por moeda se dá, porém, não quando não se tem pistas sobre o futuro, 
mas ao contrário, quando se tem expectativas definidas (mas não necessariamente corretas, o que é 
impossível saber a priori) sobre o futuro. Esta é uma demanda por moeda para “espera”: se as expectativas 
são de uma alta futura das taxas de juros torna se melhor esperar que isso ocorra para só então se fazer 
aplicações. O agente que entretiver expectativas opostas, em contraste, tentará comprar títulos no 
presente, tendo demanda especulativa nula. 
O motivo financeiro refere se à demanda por moeda em avanço de alguma despesa discricionária 
(um investimento, por exemplo) planejada. O motivo financeiro é um meio termo entre a demanda 
transacional por moeda, já que está relacionada a um plano definido de dispêndido, a 
precaucionária/especulativa, já que representa a formação de saldos inativos de moeda por algum tempo. 
 
A Não-Neutralidade da Moeda 
 É atributo de liquidez que permite à moeda não ser neutra no longo período. 
 A existência de ativos líquidos, que em uma situação de incerteza oferecem como retorno a 
segurança, faz com que seja possível ao indivíduo abster se do consumo sem investir. 
 É incerteza que cerca decisões cruciais, como as de investimento em ativos de capital real, que abre 
o espaço da não-neutralidade da moeda no longo período. 
 
 
A abordagem de Escolha de Carteira de Ativos de Tobin 
 A abordagem de escolha de carteira de ativos de Tobin procura remover as limitações do modelo 
de Keynes, onde em um mundo com apenas dois ativos, cada indivíduo detém exclusivamente títulos ou 
ativos monetários; nunca uma combinação de ambos – mostrando que, se os rendimentos dos títulos 
envolverem riscos, então o investidor, ao se defrontar com o trade-off risco e rendimento, deverá agir 
compondo sua carteira detendo simultaneamente títulos e moeda. Consequentemente, as carteiras de 
ativos dos indivíduos não serão constituídas por um único tipo de ativo, mas, em geral, por uma 
combinação de diferentes tipos, sendo, portanto, diversificadas. 
 No modelo de Tobin, o indivíduo ao compor sua carteira, tem à sua disposição dos tipos de ativo – 
títulos e moeda -, o que lhe permite escolher entre diversas combinações destes ativos. Dado que o 
principal atributo da moeda é ser segura, e a dos títulos é ser rentável, é razoável supor que um misto de 
ativos monetário e não monetário é o que maximiza a satisfação individual do agente econômico. 
 Em geral, quando maior a proporção de títulos que o indivíduo mantém em sua carteira, maior o 
risco que o investidor assume e, ao mesmo tempo, maior o rendimento esperado. Normalmente, os 
indivíduos só estarão dispostos a aceitar maiores riscos se, em troca, receberem um rendimento maior. Em 
outras palavras, o normal é que os indivíduos sejam avessos ao risco. Assim os ganhos esperados serão 
proporcionais ao montante de títulos na carteira do agente, sendo o rendimento total de uma carteira 
resultado da soma de rendimento do título sob a forma de juros, mais os ganhos de capital esperados. 
 Os indivíduos atribuem probabilidades aos ganhos de capitais esperados na aplicação de sua 
riqueza líquida em títulos, cuja média é assumida como o ganho mais provável. Dada à distribuição de 
probabilidade dos rendimentos de cada um destes ativos, a tarefa do indivíduo otimizador de uma função 
de utilidade consiste em selecionar a combinação de moeda e títulos que proporcione uma posição ótima 
do ponto de vista do desejo de obter maiores rendimentos aos menores riscos. 
 A conclusão que se obtém no modelo de Tobin é que, dado que uma expansão da taxa de juros 
induz a liberação de maiores parcelas de ativos monetários para a aplicação em títulos, e, por conseguinte, 
em maiores riscos e retornos esperados, a função demanda por moeda para especulação reage 
inversamente à taxa de juros. Deste modo, o modelo de carteira de ativos de Tobin permite a constituição 
de uma teoria de demanda por moeda para especulação, ao analisar a repartição do montante de riqueza 
líquida existente entre títulos e moeda, em função das taxas de juros e das expectativas com relação à 
remuneração e ao risco associado aos ganhos de capital. 
 
A abordagem de estoques de Baumol - Tobin 
 A abordagem de Baumol-Tobin da demanda transacional procura mostrar que esta demanda é 
função não somente da renda, mas também da taxa de juros. 
 O indivíduo maximizador da uma função de utilidade, durante um período de renda, terá um desejo 
de aplicar para de sua renda em títulos (que rendem juros), deixando apenas uma parcela sob a forma de 
moeda para fazer frente às necessidades imediatas de transação, já que ele pode vender títulos quando 
necessário para efetuar seus pagamentos correntes. No limite, o indivíduo poderia colocar toda a sua 
riqueza em títulos e ir vendendo-os quando fosse necessário fazer pagamentos. 
 A resposta de Baumol a essa possibilidade limite é que um indivíduo maximizador de utilidade 
deverá manter uma quantia de saldos monetários para transação não só porque os pagamentos podem ser 
oscilantes com também, e principalmente, porque a existência de uma comissão de corretagem – que inclui 
não somente custos administrativos, mas ainda os custos incorridos pelas perdas de oportunidade que 
resultam de se precisar negociar ativos exatamente no momento em que a moeda é necessária e que deve 
ser paga quando se investe e desinveste em títulos – pode induzir a guardar parte dos recebimentos em 
moeda até que vençam os pagamentos. A existência de um custo de corretagem fornece a justificativa para 
o indivíduo reter certa soma de dinheiro na forma desaldos para transações. Deste modo, a maior ou 
menor retenção de moeda pra transações dependerá de uma comparação entre as receitas derivadas das 
aplicações da riqueza líquida em títulos com os custos que resultam destas aplicações, ou seja, o ponto que 
irá maximizar a carteira dos agentes será aquele em que a receita marginal das aplicações em títulos se 
igualar ao custo marginal. 
 Como as aplicações em títulos proporcionam um rendimento ao seu detentor, quanto maior for ao 
taxa de juros que os títulos rendem, mais os indivíduos reduzirão os seus saldos monetários retidos para 
atender o motivo transação, de modo a poderem aumentar as suas aplicações em títulos, já que isto 
permitirá um rendimento maior vis-à-vis os custos da carteira. Consequentemente, a demanda por moeda 
pra transcoes é sensível, em alguma medida, à taxa de juros, pois a elevação desta provoca uma redução da 
demanda por moeda para fins transacionais. 
 A principal conclusão da abordagem de Baumol-Tobin para a demanda pra transações é que as 
elevações da taxa de juros resultam numa ampliação do número de transações e consequentemente 
aumento do montante de moeda aplicado em títulos. Logo, a demanda por moeda para fins transacionais 
reage às mudanças nas taxas de juros, provocando um movimento inverso na demanda por moeda para 
transação.

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