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Economia Monetária - 2ª Prova

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Equilíbrio Clássico de Pleno Emprego 
 
A teoria de preços clássica implica que o volume de emprego e de produção é determinado, não 
pelo nível, mas pela estrutura interna dos preços. As decisões quanto à produção e ao emprego de 
qualquer produtor particular dependem de uma relação entre os seus custos e os preços que os 
compradores pagarão pro sua produção. (Supondo que prevaleça a concorrência perfeita em todas as 
indústrias; e que cada indústria esteja integrada verticalmente, ou seja, ela contrata apenas trabalho e 
produz bens finais (empregando um estoque dado de bens de capital e de recursos naturais); que não haja 
bens intermediários). 
Em uma indústria em competição pura, a maximização dos lucros pode ser descrita pela igualdade 
entre preço e custo marginal. Supondo ser o trabalho o único insumo variável; Dizer que a produção é 
levada ao ponto em que o preço é igual ao custo marginal é assim equivalente, sob esta hipótese, a dizer 
que o insumo é levado ao ponto em que o salário é igual ao valor do produto marginal do trabalho. 
Uma formulação do princípio de maximização de lucros é simplesmente uma contrapartida 
algébrica da outra. Se: 
P= Cmg ; Cmg= W/MLP; W = P. MLP 
Onde P é o preço por unidade de produção, W o salário por unidade de insumo, Cmg o custo 
marginal da produção e MLP a produtividade física marginal por unidade de trabalho. O produto P. MLP é o 
valor do produto marginal. Podemos também colocar as expressões acima sob a forma: 
MLP= W/P 
Esta exprime que produção (ou insumo) é levada ao ponto em que o produto marginal iguala o 
“salário real” – o salário monetário deflacionado pelo nível de preços da produção. 
Como qualquer dessas formulações indica, é a relação entre salários e preços que determina a 
contratação de operários e a produção, não o nível absoluto de qualquer um deles. Assim, se tanto os 
salários quanto os preços crescerem ou diminuírem na mesma proporção não haverá incentivo para a firma 
contratar menos ou mais trabalhadores ou para produzir um volume diferente de produto. 
Se caíssem os preços na mesma proporção dos salários monetários não haveria incentivos para os 
empregadores aumentarem o emprego e a produção. Se não caíssem ou se caíssem em proporção menor 
do que a dos salários, os empregadores concluiriam que seria mais vantajoso aumentar a produção, 
absorvendo alguns dos desempregados. 
Considerando a teoria quantitativa da moeda, podemos dizer que – com uma quantidade e a 
velocidade da moeda dadas – devem cair os preços se uma produção maior deve ser vendida. Mas para 
propiciar incentivo a uma expansão da produção os salários devem cair mais que os preços – eles devem 
cair proporcionalmente mais que os preços. Se as taxas de salários forem flexíveis, os salários monetários 
cairão, quanto seja necessário, para garantir a margem necessária de lucro abaixo daquele nível de preços 
ao qual a produção máxima pode ser vendida. 
Pode se, grosseiramente, imaginar a “sequência” de acontecimentos nos seguintes termos: o 
desemprego causa uma redução do salário monetário. Com os preços dados, isto induz os produtores a 
aumentarem o emprego e a produção. Mas, uma produção maior pode ser vendida apenas a preços mais 
baixos - com M dado e velocidade constante (MV= Py). Assim, os preços são pressionados para baixo 
também, mais em sentido menor do que aquele que correspondeu à queda dos salários. Muito embora tal 
redução nos preços retire algum incentivo para aumentar a produção, não o fará completamente. Porque 
se os preços baixassem tanto quanto os salários não haveria incentivo para os empregadores propiciarem 
um aumento de produção e, portanto, nenhuma razão para qualquer queda de preços. Além disso, com 
preços mais baixos, mais sem acréscimo na produção, necessariamente haveria encaixes ociosos. Mas, se 
os preços caírem menos do que os salários, haverá tanto um incentivo para aumentar a produção quanto 
um mercado para maior produção. 
Se a queda inicial nos salários monetários (com a menor redução dos preços que a acompanha) 
fosse insuficiente para eliminar todo o desemprego, os salários monetários cairiam mais, caindo, por sua 
vez, os preços um pouco mais (mas, outra vez, menos do que os salários), até que o pleno emprego e a 
produção máxima fossem alcançados, e neste ponto estabilizar-se-iam salários, preços, emprego e 
produção em um nível que serão satisfeitas as exigências impostas pela maximização de lucro e pela TQM. 
Representação gráfica do Equilíbrio Clássico de Pleno Emprego: 
 
 O gráfico A, mostra a função de produção usual sujeita a rendimentos decrescentes. A cada nível de 
insumo de mão de obra há uma produção correspondente. 
 O gráfico B indica a interseção das curvas de oferta e procura de mão de obra. A curva de procura, 
o produto marginal do trabalho é, naturalmente, apenas o coeficiente angular da função de produção no 
gráfico A. Qualquer variação no coeficiente angular da curva da função de produção alterará a curva de 
produto marginal. 
 A interseção das curvas, no gráfico B, define o ponto de pleno emprego, N0, e o salário real (W/P)0, 
necessário para garantir pleno emprego. Se o salário real fosse mantido mais alto do que o que 
corresponde a interseção das curvas, haveria excesso de oferta sobre a procura de mão de obra; se fosse 
mais baixo, a condição seria escassez de mão de obra. 
 No gráfico C, se obtém o nível de preços de equilíbrio. A reta pela origem kPy fornece a quantidade 
de moeda exigida a cada um dos níveis de renda monetária, ou com uma outra leitura, o nível de renda 
monetária que cada quantidade possível de moeda pode suportar. Se o estoque monetário efetivo é 
indicado pela linha vertical marca M0, então a renda monetária não pode exceder Py0. Como é conhecido 
y0(do gráfico A), pode se calcular o nível de preços de equilíbrio P0. 
 O gráfico D nos permite obter o nível necessário do salário monetário. No gráfico D, é traçado o 
salário real de equilíbrio encontrado no gráfico B, como uma reta pela origem. Qualquer salário real é uma 
relação entre salário monetário e preço; portanto, em correspondência a cada salário real, há numerosas 
combinações possíveis de P e W, todas as quais situam se em uma linha reta passando pela origem, cujo 
coeficiente angular mede o salário real. Dado o salário real de equilíbrio e o nível de preço de equilíbrio, há 
apenas um salário monetário que é consistente com ambos. Este é obtido no gráfico D como a ordenada da 
interseção de preço de equilíbrio, P0, e o ângulo que representa o salário real (do Gráfico B). 
 
 No caso de acréscimo na Quantidade de Moeda: Um acréscimo na quantidade de moeda permite 
um aumento de Py, como demonstra o gráfico C. A produção anterior y0 poderia ser vendida agora a um 
preço mais elevado, P1. Se os salários monetários não aumentassem, isto induziria os empregadores a 
aumentar a produção, competindo entre si por trabalhadores. Desde que não se pode conseguir mais 
trabalhadores (só menos, na verdade), o salário monetário deve subir o suficiente para eliminar a procura 
excedente (O intervalo entre procura e oferta ao novo preço e ao salário antigo encontra se no gráfico B). 
Haverá uma procura excedente até que o salário real antigo seja restaurado por um crescimento 
proporcional dos salários monetários. Pode se ver no gráfico D qual deve ser o nível deste novo salário 
monetário. 
O resultado do acréscimo monetário consiste, então, em aumentar salários e preços em proporções 
iguais, mantendo a produção, os salários reais e o emprego sem modificações. 
 No caso da alteração na função de Produção (sobe PmgN – sobe w/p): A nova função de 
produção, (y’- gráfico A), fornece uma nova curva de produto marginal (Nd’ – gráfico B). O salário real de 
equilíbrio é aumentado de (w/p)0 para (w/p)’ – gráfico B, como é o volume de equilíbrio de emprego, de 
N0 para N’ – gráfico B. A produção é aumentada para y’, tanto devido à função de produção mais elevada, 
quanto por causa do maior emprego. Se MV(dado MV) permanecerem inalterados, a maior produção pode 
apenas ser vendida a um preço mais baixo, P’ – gráfico D. A despeito da baixa dos preços, o salário 
monetário pode, no entanto, subir para W’. (O novo salário monetário poderia ser mais baixo ao invés de 
mais alto; contudo o salário real será certamente mais elevado – os preços cairão mais do que os salários). 
No caso do aumento da oferta de trabalho: Supondo que os trabalhadores mudaram sua 
concepção do trabalho e aumentam à procura por ele, estes trabalhadores vão aceitar trabalhar com 
salários reais (w/p) menores. Esse aumento na oferta de Mao de obra (N0 para N1 – gráfico B) 
acompanhado da redução do salário real (w/p – gráfico B) leva ao aumento da produção (y0 para y1 – 
gráfico A). Dado MV constantes, um aumento da produção tem que ser acompanhado de uma queda nos 
preços. Como o salário real (w1/p1) é menor que o de equilíbrio (w0/p0) – gráfico B, os salários nominais 
vão ter que reduzir mais que os preços, encontrando o novo salário real. 
No caso do aumento artificial do salário monetário: Com um aumento artificial dos salários 
monetários (w), que pode ter sido causado, por exemplo, pelos sindicatos, mantendo os preços constantes 
vai haver um aumento do salário real (w/p); Com esse aumento do salário real, haverá muitas pessoas 
querendo ofertar mão de obra, mas poucas querendo demandar. O novo nível de emprego causado pelo 
aumento do salário real (N0 para N1) levará a uma redução do nível de produção (Y0 para Y1). Dado MV, 
uma redução do nível de produção terá que ser acompanhada por um aumento de preços. Os preços 
subiram, mas os salários cresceram mais que os preços alcançando o novo salário real da economia. 
 
 
Processo Cumulativo de Wicksell 
 
Para Wicksell, a teoria quantitativa clássica, aplicável às economias de moeda pura, parecia estreita 
e antiquada, pois omitia a existência de bancos e de depósitos criados como contrapartida de empréstimos. 
Assim, ele procurou suplementar a teoria quantitativa com a descrição do mecanismo através do qual o 
equilíbrio monetário é inicialmente perturbado e depois restaurado em uma economia mista de moeda-
crédito, ou economias de moeda-depósito, através de sua análise do processo de desequilíbrio cumulativo. 
Tratava-se, portanto, de adotar uma premissa mais realista do que a de uma economia hipotética de 
moeda pura. 
Esta análise atribui os movimentos no nível de preços às discrepâncias entre duas taxas de juros: 
Uma taxa de juros de empréstimos ou de mercado, cobrada pelos bancos pelos créditos que 
oferecem que é determinada no mercado de crédito pelo sistema bancário; 
Uma taxa natural de juros, que é a taxa de equilíbrio que iguala ex-ante a poupança desejada com o 
investimento planejado a pleno emprego – sendo, portanto, determinada pela demanda existente de 
capital pelo volume de poupança – e que corresponde à produtividade marginal ou taxa interna de retorno 
sobre unidades novas criadas de capital físico. Como à taxa natural de juros a poupança será igual ao 
investimento, a oferta agregada da economia será igual à demanda agregada, e o nível de preços será 
estável. 
O processo cumulativo é um mecanismo de ajustamento que surge quando a taxa de juros de 
mercado, isto é, a taxa nominal, utilizada pelos bancos na captação/ aplicação de recursos financeiros, 
diverge da real de equilíbrio, a taxa natural, que determina a poupança e o investimento em equilíbrio. 
O equilíbrio entre poupança e investimento ocorre somente quando a taxa de mercado é igual à 
taxa natural (i=rn); Contudo, a taxa de juros natural não é fixada por um leiloeiro walrasiano, mas pelo 
sistema bancário, e, por isso, só por acaso será igual à taxa natural. Se a taxa de mercado for menor (i<rn), 
o custo do capital é menor que a taxa de retorno esperada do capital, ou seja, o custo de investir é menor 
que os juros cobrados por esse capital. O investimento planejado excederá a poupança (I<S), e os 
empresários procurarão obter empréstimos superiores aos fundos disponíveis (S), induzindo os bancos a 
criar novos depósitos, sem aumentar a taxa de juros. Isso causará o aumento da demanda, elevando do 
nível de preços (Enquanto os bancos tiverem reservas para continuar ofertando a essa taxa de mercado 
menor que a taxa natural, os preços vão continuar subindo levando a uma espiral inflacionária). Quando a 
taxa de mercado (i>rn) for maior que taxa natural, o custo do capital é maior que taxa de retorno esperada 
do capital, a poupança excederá o investimento planejado; o resultado final será uma demanda agregada 
menor, e consequentemente, um nível de preços menor, já que haveria mais estímulo a poupar do que 
investir. Esse processo cumulativo de expansão bancária persistirá enquanto permanecer o diferencial de 
taxas. 
Wicksell afirmou que o processo cumulativo não seria explosivo, pois a elevação no nível de preços 
aumentaria a demanda de moeda, produzindo uma queda das reservas bancárias e induzindo os bancos a 
aumentar sua taxa de juros de mercado. 
Choque monetário: mudança no comportamento dos bancos induz uma mudança na taxa de juros 
de mercado (atuação ativa dos bancos; Hipótese: bancos têm reservas ociosas). 
Os bancos apresentam um comportamento ativo induzindo uma mudando da taxa de juros de 
mercado. Considerando a hipótese de que os bancos estejam com reservas ociosas. Se os bancos têm 
reservas ociosas, eles podem entrar no mercado emprestando dinheiro novo às empresas. Isto significa que 
os preços das ações (títulos) serão aumentados artificialmente acima do nível de equilíbrio, ou a taxa de 
mercado estará abaixo da taxa natural de juros. A taxa de juros menor torna mais rentável a contratação de 
empréstimos para o empresário investidor comprar bens de capital. Durante esse período, ou seja, 
enquanto os bancos continuarem a ofertar recursos, a procura agregada de bens e serviços excederá 
oferta, e salários e preços serão pressionados para cima. Quando os bancos cessarem de aumentar a 
procura de títulos e a suprir fundos para financiamento inflacionário do investimento (o ponto em que as 
reservas dos bancos cheguem ao seu limite (fiquem críticas)); a taxa de juros retornará a seu nível de 
equilíbrio e os preços deixarão de crescer (a economia volta ao pleno emprego com preços mais altos). 
Choque Real: Deslocamento da curva de poupança (S) e investimento (I) provoca variação na taxa 
de juros natural (Rn); Atuação passiva dos bancos; Hipótese: melhora técnica provocada por inovação 
tecnológica – deslocamento da curva de investimento (I). 
Considerando a hipótese de inovações tecnológicas provocarem melhoras técnicas, vai haver um 
deslocamento da curva de investimento (I) para direita (I’), ou seja, ocorrerá um aumento do investimento 
que será acompanhado pelo deslocamento da taxa de juros natural, visto que os investidores não 
conseguiriam mais poupadores a antiga taxa. A taxa natural de juros subiu, mas os bancos não perceberam 
e continuam a ofertar fundos a taxa natural antiga. Isto faz com se eleve a demanda por bens de capital (I) 
sem antes ter reduzido a demanda por bens de consumo (aumento da S). Como a economia está em pleno 
emprego haverá um excesso de demando por bens acima da oferta. Logo os preços subirão. Enquanto os 
bancos ofertarem fundos a taxa antiga haverá excesso de bens (Espiral Inflacionária). 
A taxa de juros de mercado não convergirá para a taxa natural até que os bancos tenham reservas 
suficientes para manter os empréstimos. 
Bancos com escassez de reservas: Se os bancos querem mais recursos eles vão ter que ofertar taxa 
maiores para estimular o poupador a poupar (Rm>RN). A oferta dos títulos vai aumentar e os preços dos 
mesmos vão cair. 
Vai haver um aumento da poupança, devido as maiores taxas de juros ofertadas pelos bancos, logo o 
consumo vai cair, mas sem ocorrer um aumento correspondente do investimento. Com o excesso da oferta 
de bens os preços cairão (Espiral Deflacionária).

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