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SUSTENTABILIDADE E A SEXTA ONDA DE INOVAÇÃO Autora: Julianna Antunes (adaptado) (Fonte: http://www.sustentabilidadecorporativa.com/2017/04/sustentabilidade-e-sexta-onda-de.html) De tempos em tempos o planeta passa por uma onda de inovação que chacoalha as bases. Um dos primeiros a tratar desse fenômeno foi Joseph Schumpeter, um dos principais economistas da primeira metade do século XX. Sua teoria procurou explicar os ciclos de expansão e retração que o mundo passava em períodos de, mais ou menos, 60 anos. Os chamados Kondratieff waves, ou super ciclos, consideravam as inovações tecnológicas como motor de desenvolvimento do sistema capitalista. Por meio dessas ondas, Schumpeter procurava explicar como uma inovação era capaz de tirar a economia do seu estado de equilíbrio e fazê-la passar por um processo de expansão, estagnação e retração. Até que vinha outra onda e repetia o processo. A primeira onda identificada tem como marco o século XVIII, impulsionada, obviamente, pela revolução industrial. A segunda onda, no século XIX, foi marcada pela energia a vapor e as estradas de ferro. A terceira onda teve como marco a eletricidade e combustão interna, a quarta onda a produção de massa e a quinta onda as TIC, as redes digitais e biotecnologia. Se pensarmos na história econômica do século XIX e XX, principalmente a do século XX, vamos perceber que esses super ciclos estão ficando cada vez menores. Os 60 anos projetados por Schumpeter se tornaram 50 da terceira para a quarta onda, que se tornaram 40 da quarta para a quinta onda. É claro que quando passamos de uma onda para outra não deixamos para trás os marcos anteriores. Ninguém deixou de comer porque a partir do século XVIII o mundo se industrializou, assim como ninguém abriu mão do ferro quando a segunda onda passou, e a indústria não vai acabar porque a economia do século XXI é baseada na sociedade do conhecimento. Digo isso porque apesar de agora estar um boom de inteligência artificial, deep learning, realidade virtual, redes digitais e afins, isso diz respeito à quinta onda da inovação. Que, acredita-se, esteja chegando ao fim. É claro que não existe uma data certa para começar a sexta onda de inovação. Na verdade, creio eu, ela vai dividir protagonismo com a quinta onda por muito anos. Sexta onda. Inovação. Mas, afinal, que onda é essa? É com muita alegria no coração que vos digo que a sexta onda da inovação é a sustentabilidade. Mas como assim, Julianna? Sustentabilidade já está aí há um tempão. No que ela ficou diferente para ter uma onda só dela? Sim, a sustentabilidade corporativa existe há muito tempo. E há muito tempo ela vem sendo tratada como periférica. O modelo econômico do século XX nunca permitiu que a sustentabilidade fosse protagonista de uma empresa. E por que, então, em questão de algumas décadas, a sustentabilidade está saindo da área periférica para brilhar linda e dadivosa no mundo dos negócios? Tecnologia e necessidade. Aquecimento global, escassez de matéria prima e recursos naturais, 2050 com 10 bilhões de pessoas, urbanização frenética. Basicamente. O que chamam de a sexta onda tem a ver com aumento radical na produtividade de recursos, biomimetismo, química sustentável, design de ciclo fechado, ecologia industrial, nanotecnologia sustentável e o xodó da atualidade, energia renovável. Quando se fala de produtividade radical de recursos, não é ficar medindo indicadores ambientais para não detonar com nenhuma das licenças da empresa. Quando se fala em energia renovável, não é pensar em grandes obras civis para construir gigantescos parques eólicos ou solares. É utilizar o smart grid para descentralizar a rede. Parece loucura? É assim que funciona uma onda de inovação. Muito antes de chacoalhar o mercado, ela chacoalha a nossa cabeça. Ela gera desconfiança, ela gera desconforto e, não raro, ela gera medo. Mas ela chega. Doa a quem doer. Queira ou não. O marco para a sexta onda da inovação é 2020. Ou seja, agora.
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