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Engenharia e Desenvolvimento

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DESCRIÇÃO
Conceituar a Engenharia e a sua influência na construção e desenvolvimento da civilização
ocidental, analisar seus impactos na organização de países e impérios, formular seu possível
papel como agente estratégico de desenvolvimento de um país.
PROPÓSITO
Identificar a essência da profissão, através da sua importância histórica e futura, como elemento
motivador, para que o aluno tenha, ao longo do curso e da carreira, uma postura ativa diante das
oportunidades de construção das habilidades e competências inerentes ao exercício pleno da
Engenharia.
OBJETIVOS
MÓDULO 1
Identificar o papel da Engenharia na construção da civilização ocidental
MÓDULO 2
Reconhecer o papel da engenharia formal no processo evolutivo da industrialização
MÓDULO 3
Analisar as relações entre a Engenharia e o desenvolvimento
MÓDULO 1
 Identificar o papel da Engenharia na construção da civilização ocidental
CONSTRUÇÃO DE UM CONCEITO PARA A
ENGENHARIA
A etimologia nos fornece bases para compreender a adoção e manutenção da palavra
engenharia para denominar a profissão ao longo de tantos anos.
ETIMOLOGIA
Estudo da origem das palavras.
A PALAVRA LATINA INGENIUM, ASSOCIADA A
SIGNIFICADOS COMO TALENTO E INTELIGÊNCIA,
CARACTERÍSTICAS INATAS, ORIGINOU A
PALAVRA ENGENHOSIDADE. DESSA FORMA,
ENTENDE-SE QUE A ENGENHARIA SEJA UMA
PROFISSÃO QUE CARREGA EM SI UM FORTE
VIÉS DE CRIAÇÃO DIRECIONADA PARA A
INOVAÇÃO (ENGENHOSIDADE).
Ao se apresentar como engenheiro, o profissional gera uma expectativa de ser uma pessoa
engenhosa, criativa, com grande capacidade intelectual e prática, voltada para a solução de
problemas.
Agora, vamos listar algumas definições conhecidas para a engenharia:
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Fonte: Autor/Shutterstock
1920 
S. E. LINDSAY
Engenharia é a prática da aplicação segura e econômica das leis científicas que governam as
forças e materiais da natureza, através da organização, design e construção, para o benefício da
humanidade.
 
Fonte: Autor/Shutterstock
1939 
VANNEVAR BUSH
Engenharia, em um sentido amplo, é a aplicação da ciência de maneira econômica para as
necessidades da humanidade.
 
Fonte: Autor/Shutterstock
1941 
T. J. HOOVER E J. C. L. FISH
Engenharia é a aplicação profissional e sistemática da ciência para a utilização eficiente dos
recursos naturais a fim de produzir riqueza.
 
Fonte: Autor/Shutterstock
1963 
JOHN C. CALHOUN, JR.
É responsabilidade do engenheiro estar atento às necessidades sociais e decidir como as leis da
ciência podem ser mais bem adaptadas através da Engenharia a fim de cumprir essas
necessidades.
 
Fonte: Autor/Shutterstock
1982 
COMITÊ DE CERTIFICAÇÃO DE ENGENHARIA E
TECNOLOGIA DOS ESTADOS UNIDOS
Engenharia é a profissão na qual o conhecimento das ciências matemáticas e naturais, obtido
através do estudo, experiência e prática, é aplicado com julgamento no desenvolvimento de novos
meios de utilizar, economicamente, os materiais e forças da natureza para o benefício da
humanidade.
 SAIBA MAIS
Após tantas definições, convido você a um exercício de reflexão. Construa uma versão
inicial e pessoal do seu entendimento de Engenharia.
Se, ocasionalmente, você revisitar esse conceito, certamente ele haverá se transformado e
evoluído. Obter o real entendimento da profissão que escolheu, seguramente, fará de você um
profissional melhor.
ENGENHOSIDADE E HISTÓRIA
Como já é possível calcular a dimensão do significado da Engenharia, podemos pensar na sua
participação na história das civilizações. Proponho, como exercício inicial, que você pense no seu
dia a dia e que elimine, um por um, os recursos de que dispomos que sejam relacionados à
Engenharia.
Digamos que eliminássemos os celulares e, na sequência, os computadores pessoais de nossas
vidas. Seria um retrocesso de 40 anos. Agora, imagine o fim da aviação e dos automóveis; da
tecnologia associada à saúde e da energia elétrica. Nesse sentido, já teríamos retrocedido mais
de um século, e se pensarmos nas grandes edificações e no saneamento, rapidamente
chegaríamos à Idade Média.
 SAIBA MAIS
Formalmente, focada em ensinos técnicos, a primeira escola de Engenharia surgiu na França, em
1747, com o nome de École des Ponts et Chaussées. Em 1774, foi fundada a École Polytechnique
com forte fundamentação teórica e, em sequência, escolas de Engenharia foram surgindo em
vários países. Não é coincidência a Revolução Industrial ter se desenvolvido a partir de 1760, ao
longo de aproximadamente 80 anos.
Vamos finalmente iniciar nosso passeio pela história, destacando e analisando fatos relevantes da
civilização ocidental e suas relações com a Engenharia, ou com a engenhosidade, em uma linha
do tempo de início indefinido até a formalização universitária da profissão. É muito difícil dissociar
a história da humanidade da engenharia, visto que o ser humano busca soluções engenhosas
para resolver seus problemas desde sempre.
 
Imagem:Shutterstock.com
EGITO
Considera-se que o primeiro engenheiro foi Imhotep, responsável por projetar e construir a
primeira pirâmide do Egito, em degraus, para abrigar o túmulo do Faraó Djoser (2630 – 2611 a.C.).
No entanto, o uso da denominação engenheiro começou a ser utilizada somente no século XI
para definir alguém que atuava com criatividade para resolver problemas práticos com invenções
engenhosas.
 
Imagem:Shutterstock.com
 Sakkara.
A engenhosidade foi responsável por produzir diversos artefatos que modificaram
substancialmente a nossa história, bem como objetos cortantes de pedra lascada que permitiram a
caça e a introdução da proteína como alimentação, além do uso da pele como proteção.
 
Imagem:Shutterstock.com
 Faca com lâmina de sílex.
A RELEVÂNCIA DO ARADO
O arado é um dos artefatos mais revolucionários da história da humanidade, pois permitiu que os
grupos humanos deixassem de ser nômades e se fixassem à terra, o que impactou de forma
relevante a produtividade agrícola. Os excedentes de produção e a capacidade de armazenar
alimentos provocaram o surgimento de trabalhos especializados, como construtores, artesãos,
médicos, comerciantes, as comunidades, as primeiras vilas e as cidades.
 
Imagem:Shutterstock.com
 Arado com tração animal no antigo Egito.
Acredita-se que o arado tenha surgido ao sul da Mesopotâmia, em torno de 4500 a.C., a partir da
iniciativa de um homem arrastar uma vara pelo chão para abrir um sulco no solo, de modo a
facilitar o depósito das sementes. O aperfeiçoamento do artefato, de forma a permitir a adoção da
tração animal, trouxe evolução ao possibilitar um salto de produtividade, visto que os bois
conseguiam trabalhar todos os dias sem se cansarem, ao contrário do homem.
A utilização de animais também viabilizou a prática do arado em solos não arenosos e que
exigiam um esforço maior. Os chineses desenvolveram soluções típicas de engenharia para
aperfeiçoar o arado ao substituírem a madeira por ponteiras de rocha pontiagudas que, além de
facilitar o trabalho em qualquer tipo de solo, possibilitavam a abertura de sulcos mais profundos,
mesmo em solos não arenosos.
A capacidade de abertura de sulcos mais profundos deflagrou um novo problema, porque após a
passagem do arado, parte do solo escavado caía novamente no sulco aberto, exigindo a remoção
posterior. No entanto, o obstáculo foi solucionado através da criação da aiveca, uma placa que
impedia que o solo arado retornasse à fenda, forçando o depósito lateral.
A última inovação consistia em permitir que o arado pudesse ser ajustado para abrir diferentes
profundidades de sulcos para o uso em diferentes tipos de solo. Apesar disso, esses
aprimoramentos somente chegaram ao mundo ocidental no século XVII e apenas no fim do século
XVIII foram produzidos arados em ferro, com partes substituíveis, permitindo o uso da lâmina
adequada para cada tipo de solo.
O SURGIMENTO DOS METAIS
O uso dos metais propiciou o desenvolvimento e aperfeiçoamento de ferramentas e armas. A
chamada Idade dos Metais,última etapa do Período Neolítico, teve início com o uso do cobre e,
em seguida, do estanho. Por volta de 3000 a.C., a união desses dois metais deu origem ao
bronze. O uso do ferro, iniciado em torno de 1500 a.C. na Ásia Menor, por exigir técnicas de
manipulação mais sofisticadas, demorou a se difundir.
O COBRE
O cobre, material dúctil, pode ser trabalhado a frio e a quente, quando são necessários fornos
para liquefazer o metal e depositá-lo em moldes. O processo é relativamente simples, mas exige
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temperatura elevada conseguida através da injeção de ar pelo sopro. Como o cobre pode ser
refundido, surgiram os lingotes.
DÚCTIL
Capacidade de se deformar sem romper.
LINGOTES
São massas de metal ou de um material condutor, que após terem sido aquecidas a uma
temperatura superior ao seu ponto de fusão, são vertidas em um molde, tomando uma forma
que torna mais fácil o seu manuseamento, geralmente uma barra ou um bloco.
 
(Fonte: Wikimedia Commons)
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 Egyptian metal workers.
 
(Fonte: Wikimedia Commons)
 Pepita de cobre nativo.
 
(Fonte: Wikimedia Commons)
 Lingote de cobre.
O bronze é resultado da adição do estanho ao cobre, em proporções que variam de 3% a 25% na
liga, resultando em um material com características mecânicas mais interessantes do que o cobre
em muitas situações, sendo menos maleável e mais resistente e com ponto de fusão mais baixo.
Os moldes, em geral, eram de cerâmica e se perdiam a cada moldagem.
Espada de dois fios em bronze:
 
Imagem: Wikimedia Commons
 Brozen sword.
O FERRO
Os primeiros a dominar a produção do ferro foram os hititas, os quais monopolizaram o processo
até serem derrotados pelos assírios, fato que dispersou os ferreiros, possibilitando que as técnicas
fossem difundidas.
A fabricação do ferro não é similar ao processo do cobre e do bronze, já que o material não se
liquefaz. Os fornos devem ter capacidade para altas temperaturas, obtidas através de grandes
quantidades de carvão e lenha e insuflados por oxigênio continuamente.
Após um preaquecimento em forno, o material deve receber muitos golpes, processo que elimina
uma série de impurezas. Em seguida, deve ser aquecido em um segundo forno até ficar
incandescente para, novamente, receber golpes. O processo repetitivo de martelagem a quente e
aquecimento leva a uma barra forjada bem pura e maleável.
A TÊMPERA É UM PROCESSO IMPORTANTE
PARA DETERMINADAS FUNÇÕES COMO ARMAS
E ALGUMAS FERRAMENTAS, SENDO OBTIDA
ATRAVÉS DO RÁPIDO RESFRIAMENTO COM USO
DE ÁGUA, QUE FAVORECIA A ABSORÇÃO DO
CARBONO, E ALGUMAS MODIFICAÇÕES NA
ESTRUTURA MOLECULAR, QUE PROVOCAVAM O
AUMENTO DA RESISTÊNCIA.
Como material, o ferro é superior ao bronze em algumas funções, principalmente para armas e
ferramentas. Apesar do processo de obtenção mais complexo, a abundância do material na
natureza e o melhor desempenho para as referidas funções fizeram do ferro uma importante e
relevante inovação da metalurgia.
 
Imagem: Wikimedia Commons
 Machado de ferro da Idade do Ferro sueca.
A INVENÇÃO DA RODA
A roda é uma das maiores invenções da história da humanidade, cujo registro mais antigo data de
3500 a.C., em uma placa de argila, que mostra a roda sendo utilizada para transporte humano. A
roda possibilitou o transporte de carga em longa distância, abrindo várias possibilidades, inclusive
para o comércio.
 
Imagem:
 Possível esquema de desenvolvimento da roda para deslocar cargas pesadas.
GRÉCIA ANTIGA
A capacidade de construir permitiu que surgissem as primeiras cidades mais complexas próximas
ao rio Nilo, no Egito, e na China, por volta de 2000 a.C. Por falar em cidades, vamos dar um salto
até a Grécia Antiga e conhecer um pouco de suas cidades-estados (poleis).
Vamos nos concentrar em Atenas, que representou um modelo em pleno século IV a.C. que, não
à toa, transformou-se no berço da democracia, da cidadania e da base filosófica de toda a
civilização ocidental, incluindo a concepção da escola, responsável pela transmissão do
conhecimento, na Academia de Platão e no Liceu de Aristóteles.
O projeto de Atenas favoreceu fortemente para tamanho sucesso, pois o urbanismo foi
fundamentado na participação ativa dos cidadãos na vida pública. As vias eram distribuídas em
uma malha ortogonal e a organização do espaço urbano se baseava em pequenos núcleos com
funções específicas. Uma elevação natural foi destinada às práticas religiosas (acrópole) com
vários templos, com destaque para o Partenon.
Na região onde se localizavam os prédios públicos, havia uma praça (ágora) reservada para se
desenvolver a vida política. Também havia os ginásios, as arenas e os teatros que ofereciam
entretenimento e reflexão. Os bairros residenciais, dos artesãos e dos comerciantes ficavam mais
afastados do centro.
As áreas de cultivo e o porto ficavam do lado externo da cidade, que era cercada por um grande
muro. Aliás, o porto de Pireu foi determinante para a expansão comercial marítima, fundamental
para a ampliação dos seus domínios e estabelecimento do poderio político e econômico. Registra-
se, aqui, outra grande contribuição da engenharia na área de transporte marítimo e instalações
portuárias.
 
Imagem:Shutterstock.com
A PREOCUPAÇÃO AMBIENTAL NA GRÉCIA
ANTIGA
Um aspecto muito interessante ocorrido na Grécia Antiga consistia no registro do que talvez tenha
sido a primeira preocupação com o impacto ambiental. Com a multiplicação das construções e o
uso intensivo da madeira, que também era utilizada nas embarcações e como carvão vegetal nas
fundições de bronze, chumbo, cobre, estanho e, principalmente, ferro, as florestas gregas
começaram a ficar escassas.
Em determinado momento, Atenas proibiu a exportação de madeira para construção e o uso de
madeira de oliveira para produzir carvão. Em outros locais, a madeira foi taxada, e o estado
passou a controlar a venda de carvão.
A engenharia reagiu aumentando o uso de alvenaria como alternativa construtiva para diminuir o
uso da madeira e começou o que podemos chamar de construções sustentáveis, já que os
projetistas desenvolveram uma técnica em que as paredes absorviam o calor do sol e liberavam
gradualmente o calor durante a noite, diminuindo a necessidade de calefação. O posicionamento
da edificação em relação ao sol também foi estudado de forma a aproveitar o sol do inverno.
Assim, segundo Aristóteles, nascia a edificação racional.
IMPÉRIO MACEDÔNICO
A sequência histórica nos leva ao rápido Império Macedônico, que atingiu seu ápice com
Alexandre, o Grande, tutelado por ninguém menos que Aristóteles, e tornando-se um dos
maiores gênios militares da história. Em apenas 13 anos (336 a 323 a.C.), Alexandre criou o maior
império do mundo, à época, dominando toda a Pérsia e chegando até o Egito.
ARISTÓTELES
Os principais trabalhos de Aristóteles, conhecidos até hoje, foram desenvolvidos durante o
período de Alexandre.
Alexandre, o Grande, foi o principal responsável por disseminar a cultura helênica pelo mundo,
através da filosofia, da matemática, do teatro e da literatura. A cidade egípcia de Alexandria
tornou-se, à época, o principal centro de ciências do mundo com a criação do Museu de
Alexandria que, na verdade, tratava-se de uma instituição com ênfase na investigação da natureza
com recursos inimagináveis até então, como laboratórios de pesquisa, jardim botânico, zoológico,
salas de dissecação, observatório astronômico e uma grande biblioteca.
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Imagem:Shutterstock.com
Euclides, matemático grego que fundou o estudo da Geometria consolidado no famoso tratado Os
Elementos, e Arquimedes, que inventou o chamado Parafuso de Arquimedes e formulou o
princípio da alavanca e do empuxo, bem como projetou várias armas de guerra, são figuras
proeminentes do Museu de Alexandria.
 
Imagem:Shutterstock.com
IMPÉRIO ROMANO
Com a morte de Alexandre, o império subdividiu-se e somente em 27 a.C. estabeleceu-se o
Império Romano, considerado o maior dahistória da civilização ocidental, conectando a Europa, a
Ásia e a África e que perdurou até 475 d.C., marcando o fim da Idade Antiga e o início da Idade
Média, período este muito fértil para a engenharia, com muitas inovações e aperfeiçoamentos.
AQUEDUTOS
Roma possuía um consumo de água per capita similar ao atual, sendo alimentada por 14
aquedutos a um volume diário de 10 mil metros cúbicos. Os aquedutos podiam medir até 100km,
captando a água e transportando-a até os reservatórios próximos da cidade.
 
Imagem:Shutterstock.com
 Segóvia, Espanha. Vista na Plaza del Azoguejo e o antigo aqueduto romano.
 
Imagem:Shutterstock.com
 Roda d´água.
Os romanos foram precursores na utilização da água como fonte de energia, que movimentava as
chamadas rodas d´água, principalmente para moer grãos, ideia muito difundida pela costa do
Mediterrâneo.>
Em Barbegal, França, os romanos construíram, no século IV, um inacreditável complexo de rodas
d´água alimentado por um único aqueduto de 2 metros de largura, com uma inclinação de 30
graus, que alimentava um conjunto de 8 pares de rodas d´água para moer.
O complexo tinha uma capacidade para produzir até 2,8 toneladas diárias de farinha que, em
grande parte, era embarcada no porto de Arles para Roma.
 
Imagem:Shutterstock.com
 Complexo de Barbegal, França.
A água também era conduzida e armazenada em reservatórios para a chamada mineração
hidráulica. Os romanos desenvolveram uma técnica denominada ruina montium que se mostrou
devastadora como o próprio nome sugere (destruição da montanha). A ideia baseava-se em
utilizar a força hidráulica de grandes volumes de água desviada, que forçavam a erosão e o
carreamento de grandes volumes de sedimentos que eram minuciosamente manipulados, para
procurar pepitas e resíduos de ouro.
Os romanos não pouparam esforços para que, ao longo de dois séculos, cerca de 60.000
trabalhadores retirassem mais de 1,5 toneladas de ouro das minas de Las Médulas, região da
Espanha que abrigava fabulosos veios de ouro. Para isso, foram utilizados complexos sistemas de
aquedutos e canais, incluindo o armazenamento em grandes tanques a uma cota de
aproximadamente 250 metros acima do nível das minas, gerando poderosa pressão hidráulica
para o desmonte das rochas.
 
Imagem:Shutterstock.com
 A mina de ouro romana de Las Médulas.
Com o andamento dos trabalhos, novos túneis eram cavados para direcionar o fluxo da água em
alta pressão em novas áreas de interesse, e o rastro de destruição se formava. Talvez esse
processo tenha sido o primeiro grande impacto ambiental localizado, causado pela ação humana.
Paisagem devastada das montanhas de Las Médulas, Espanha. A seta vermelha indica uma
galeria aberta durante a mineração.
PONTES
Os romanos construíram muitas pontes entre as maiores já construídas até então, sempre
utilizando o arco como recurso e, muitas vezes, um núcleo de concreto.
 
Imagem:Shutterstock.com
 Ponte de Alcântara.
REPRESAS
Os romanos construíram muitas represas para armazenar água para abastecimento e mineração.
A represa de Proserpina, na Espanha, já possui 2000 anos e ainda abastece a região para
irrigação.
 
Imagem:Shutterstock.com
 Represa de Proserpina, Espanha.
ESTRADAS
Pode-se dizer que a rede de estradas romanas foi o maior legado do Império, visto que, além dos
exércitos e mercadorias, também passaram ideias e influências culturais, filosóficas e religiosas,
incluindo o cristianismo.
A gigantesca rede atingiu cerca de 80.000 km no auge do império (117 d.C.) e conectou a Europa,
o Oriente Médio e o Norte da África, numa área hoje ocupada por mais de 30 países. Inicialmente,
serviam para o transporte das tropas e suprimentos e se tornaram rotas de comércio e de
mensagens. Ao analisarmos, essa rede explica a gigantesca Igreja Católica Apostólica Romana e
expressões como “Todos os caminhos levam a Roma” e “Quem tem boca vai a Roma”.
Diversas vias importantes saíam de Roma. A Via Ápia, a mais importante, ia até Brindisi, cidade
portuária com saída para o leste. As Vias Salária e Flamínia seguiam na direção do mar Adriático,
dando acesso aos Bálcãs e para as regiões cruzadas pelos rios Reno e Danúbio. A Via Aurélia
dava acesso à Península Ibérica e a Via Ostiense, levava até Óstia, porto com acesso mais fácil
para viagens à África.
 
Imagem: alternatehistory.com
 Rede de estradas do Império Romano.
AS ESTRADAS ROMANAS ERAM
CUIDADOSAMENTE PROJETADAS E
CONSTRUÍDAS PARA SEREM DURADOURAS.
SEUS TRAÇADOS PRIVILEGIAVAM TRECHOS
RETILÍNEOS E, QUANDO TINHAM QUE
ACOMPANHAR OS CONTORNOS DO TERRENO,
PROCURAVAM MANTER A HORIZONTALIDADE.
O processo construtivo tinha início com a escavação de duas valas paralelas, geralmente com
distância de 4 metros. Na sequência, a região central era escavada até que se encontrasse solo
firme, como se fosse uma espécie de canal.
A região escavada era preenchida por camadas de diferentes materiais. A primeira era de
pedregulhos ou entulho, seguida por pedras pequenas ou achatadas, eventualmente ligadas por
argamassa. Por fim, uma camada de cascalho ou pedra britada.
A superfície variava entre o cascalho compactado e uma pavimentação com grandes placas lisas
de pedra, sempre mais altas no centro, com um leve caimento lateral para as bordas da via, para
que as águas provenientes da chuva escorressem lateralmente. Esse processo foi tão bem-
sucedido, que algumas estradas estão em uso até hoje.
Já falamos das pontes romanas, mas ainda não falamos dos túneis, um desafio para os recursos
da época. Um belo exemplo é o túnel do desfiladeiro Furlo, na Via Flamínia (78 d.C.). Com 5
metros de largura e também 5 de altura, o túnel se estende por 40 metros escavados em rocha
maciça. Desse modo, a rede de estradas romanas se constitui em um dos maiores
empreendimentos da humanidade.
 
Imagem:Shutterstock.com
 Trecho da Via Ápia próximo de Roma.
CONSTRUÇÕES
A arquitetura e as construções romanas formam um capítulo à parte, mas não há como não se
mencionar o Coliseu e o Pantheon. Construído em 8 anos, o Coliseu, com capacidade de até
80.000 pessoas, foi concluído em 80 d.C. Maior anfiteatro já arquitetado, era utilizado para
combates de gladiadores e para espetáculos públicos, como encenações, execuções, simulações
de batalhas famosas e dramas da mitologia clássica. Hoje, é considerado uma das 7 maravilhas
do mundo moderno.
 
Imagem:Shutterstock.com
 Interior do Coliseu.
 
Imagem:Shutterstock.com
 Fachada do Coliseu.
O Pantheon é um edifício muito especial, sendo uma das estruturas mais bem preservadas da
Roma Antiga. De planta circular, possui um grande pórtico na entrada, que conduz a um ambiente
coberto por uma cúpula de concreto, que por sua vez contém uma abertura central e que permite
a iluminação natural. Trata-se da maior cúpula de concreto não armado da história. O diâmetro, de
43,3 metros, tem a mesma dimensão da altura da abertura (óculo).
http://estacio.webaula.com.br/cursos/temas/engenharia_e_desenvolvimento/index.html
 
Imagem:Shutterstock.com
 Pantheon.
 
Imagem:Shutterstock.com
 Vista inferior da cúpula de concreto com a abertura central
 
Imagem: Wikimedia Commons
 Dicionário Enciclopédico Brockhaus e Efron.
IDADE MÉDIA
O FIM DO IMPÉRIO ROMANO MARCOU O
COMEÇO DA IDADE MÉDIA, PERÍODO QUE TEVE
INÍCIO EM 476 E FOI ATÉ 1453, COM A
CONQUISTA DE CONSTANTINOPLA PELOS
TURCOS-OTOMANOS.
A ruptura ocorrida na Europa alterou o ritmo do desenvolvimento local, mas a preservação do
Império Bizantino manteve a efervescência. Enquanto a Europa experimentava tempos de
estagnação, os árabes desenvolviam conhecimento até o século XII. Trata-se de um período
denominado Alta Idade Média.
 SAIBA MAIS
No mundo antigo, o grego era o idioma da ciência. Com o crescimento do Império Romano, o
conhecimento era extraído e traduzido para o Latim. No entanto, na transição para a Idade Média,
o conhecimento grego foi se tornando restrito, uma vez que a Igreja Católica passou areter o
conhecimento em um período entre os séculos V e XVII, constituindo o que poderia ser chamado
de monopólio do saber.
Nos séculos XI e XII, os dois mundos voltaram a interagir através dos mercadores árabes do
Mediterrâneo. Várias inovações foram incorporadas e impactaram a produção agrícola e artesanal.
Técnicas como plantação em curvas de nível, rodízio de culturas, técnicas hidráulicas, uso correto
do cavalo, moinhos de vento, aperfeiçoamento do tear, evolução nas embarcações, uso da
bússola, do papel, da pólvora e do canhão, bem como o posterior surgimento da imprensa
impactaram de forma significativa.
Tal fato ocasionou um crescimento sem precedentes na produção agrícola e no intercâmbio de
produtos, o que alterou as relações sociais e econômicas da Europa, que partiram da Península
Ibérica até o centro da Europa. Os entrepostos comerciais se fortaleceram e deram origem a uma
nova classe, os burgueses.
Surgiram as grandes catedrais e as primeiras universidades que necessitaram se alimentar dos
sábios do oriente como primeiros professores. Muitos vieram de Alexandria, local que preservou
os conhecimentos da Grécia Antiga.
Imagem:Shutterstock.com
 Catedral de Notre-Dame, Paris, 1163 a 1245.
O final da Idade Média é um período de profundas contradições. Quando a Peste Negra de 1347
desintegrou cidades política e economicamente, coube à Igreja o papel de coordenar os trabalhos
de restauração através da autoridade do Papa.
A Europa entra em um período de vazio intelectual até ter início a Renascença, centrada na Itália,
primeira região a se recuperar da Peste Negra. Conforme sua localização estratégica, a Itália
tornou-se o centro do tráfego entre Europa e o Oriente Médio.
 SAIBA MAIS
Nesse período, houve um rápido desenvolvimento de sistemas administrativos, práticas bancárias
e conhecimentos financeiros em geral. A Matemática (Álgebra, Geometria e Trigonometria)
começou a ser utilizada na construção, na navegação, na cartografia e no levantamento
topográfico. As artes começaram a florescer e as Instituições de ensino começaram a conquistar
autonomia em relação à Igreja.
Outro feito relevante da engenharia encontra-se na área naval, pois a evolução das embarcações
permitiu às grandes navegações a descoberta das Américas e a sua incorporação em forma de
colônia.
A ciência também se desenvolve com Copérnico, que conclui que a Terra gira em torno do sol, e
com Kepler, ao unir a Astronomia e a Física, excluindo o divino, e estabelecendo as leis do
movimento planetário. Por sua vez, Galileu deu continuidade à obra de Kepler e organizou o ramo
da Mecânica na Física, escrevendo a obra O Ensaiador, que trata do Método Científico.
No ano da morte de Galileu, nasce Isaac Newton, que após se formar, em apenas 18 meses de
reclusão por causa da peste bubônica, elaborou as chamadas Leis de Newton, as quais deram
início à ciência moderna. Assim, a grande revolução se deu através do desenvolvimento de
modelos matemáticos capazes de representar o comportamento físico e encontrar valores
experimentais.
Após retornar a Cambridge, publicou suas ideias somente 17 anos depois, em 1684, no livro
denominado Principia, considerada a mais influente obra escrita por uma única pessoa em toda a
história da humanidade. Foi a consolidação da ciência moderna com Newton e o método científico
que deram suporte à ideia de que não bastava entender o mundo: Era preciso modificá-lo.
A SEGUIR...
O método científico estabeleceu as bases da ciência moderna e proporcionou a formação
científica que dá sustentação à Engenharia.
Vimos que, ao longo de alguns milhares de anos, a Engenharia vem se desenvolvendo com muita
intuição e engenhosidade, mas sem muita organização e método, apesar das fantásticas
realizações.
O QUE ESPERAR DA ENGENHARIA SUSTENTADA
PELA CIÊNCIA MODERNA?
Vamos entrar na era da industrialização com o primeiro grande salto promovido pela Revolução
Industrial.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. A ENGENHOSIDADE HUMANA, QUE MAIS TARDE SE TRANSFORMOU
FORMALMENTE NA ENGENHARIA, SEMPRE ESTEVE PRESENTE DESDE A
PEDRA LASCADA. EM ALGUNS MOMENTOS DA HISTÓRIA, ESSA
ENGENHOSIDADE CRIOU CONDIÇÕES PARA QUE MODELOS E
CONCEITOS FUNDAMENTAIS PARA A CIVILIZAÇÃO OCIDENTAL, COMO A
DEMOCRACIA, SURGISSEM E FOSSEM ATÉ EFETIVAMENTE
IMPLEMENTADOS. QUAL DAS OPÇÕES ABAIXO PODE SER ASSOCIADA A
ESTA AFIRMAÇÃO?
A) A pirâmide de Djoser, no Egito, projetada por Imhotep, tido como o primeiro engenheiro.
B) A cidade de Roma, centro do Império Romano, responsável pelo período mais fértil da
engenhosidade humana.
C) A cidade de Atenas, com o projeto que associou arquitetura funcional e engenharia.
D) A cidade de Paris, que reuniu tantas condições relativas à engenhosidade, que sediou a
primeira Escola de Engenharia.
2. A ENGENHOSIDADE HUMANA SEMPRE SE PREOCUPOU COM A
PRODUTIVIDADE DO TRABALHO, CRIANDO INOVAÇÕES QUE
FACILITASSEM A EXECUÇÃO DAS ATIVIDADES ATRAVÉS DE
FERRAMENTAS ESPECÍFICAS OU PELA CRIAÇÃO DE MÁQUINAS QUE A
SUBSTITUÍSSE NO TRABALHO. 
 
APONTE, DENTRE AS INOVAÇÕES LISTADAS, A RESPONSÁVEL POR UM
IMPACTO AMBIENTAL RELEVANTE:
A) O arado associado à tração animal.
B) A roda d´água associada em série para moer trigo.
C) A técnica romana para a construção de sua gigantesca rede de estradas.
D) A mineração hidráulica.
GABARITO
1. A engenhosidade humana, que mais tarde se transformou formalmente na Engenharia,
sempre esteve presente desde a pedra lascada. Em alguns momentos da história, essa
engenhosidade criou condições para que modelos e conceitos fundamentais para a
civilização ocidental, como a democracia, surgissem e fossem até efetivamente
implementados. Qual das opções abaixo pode ser associada a esta afirmação?
A alternativa "C " está correta.
 
O projeto da cidade de Atenas reservava áreas para funções específicas e favorecia a
participação ativa dos cidadãos na vida pública. Dessa forma, a cidade promoveu o
desenvolvimento do conhecimento, colaborando para que se tornasse a base da civilização
ocidental, nos campos da filosofia e da cidadania, transformando-a no berço da democracia.
2. A engenhosidade humana sempre se preocupou com a produtividade do trabalho,
criando inovações que facilitassem a execução das atividades através de ferramentas
específicas ou pela criação de máquinas que a substituísse no trabalho. 
 
Aponte, dentre as inovações listadas, a responsável por um impacto ambiental relevante:
A alternativa "D " está correta.
 
O direcionamento do fluxo da água sob pressão destruía os maciços de terra para viabilizar a
mineração e o rastro de destruição se transformou em um grande impacto ambiental causado pela
ação humana.
MÓDULO 2
 Reconhecer o papel da engenharia formal no processo evolutivo da industrialização
INTRODUÇÃO
Foi a partir da consolidação da ciência moderna que surgiram as escolas formais de Engenharia
no final do século XVIII e teve início a chamada Revolução Industrial, a partir da máquina a vapor
de James Watt.
 
Imagem: Wikipedia.
 Dampfmaschine.
O Brasil foi pioneiro, uma vez que a primeira Escola de Engenharia foi fundada na França em
1747 e, em 1792, foi fundada no Rio de Janeiro, onde hoje se encontra o Museu Histórico
Nacional, a Real Academia de Artilharia, Fortificação e Desenho, a primeira escola de formação de
engenheiros das Américas. A primeira escola americana foi a Academia Militar de West Point, em
1802.
Após sucessivas transformações na Real Academia, duas Escolas surgiram. Em 1839, surgiu a
Escola Militar, que deu origem ao IME, e em 1858, surgiu a Escola Central, para formação de
engenheiros civis, que deu origem à atual Escola Politécnica da UFRJ. Os cursos sempre
possuíram base científica na sua formação, assim permanecendo até hoje.
 
Imagem: Wikipedia
 Instituto Militar de Engenharia.
PRIMEIRA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL
PRIMEIRA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL
Toda essa evolução tecnológica só foi possível porque os processos de fabricação evoluíram com
a criação das chamadasmáquinas ferramentas, das quais muitas se beneficiaram do acoplamento
de uma máquina a vapor. Estamos falando de tornos mecânicos, da fresadora mecânica, do
esmeril, da plaina mecânica, processos de soldagem, furadeira, serra mecânica, laminadores,
trefiladora e extrusora.
As Ciências Econômicas e o sistema capitalista nasceram deste ciclo produtivo. A base conceitual
já havia sido descrita por Adam Smith em seu célebre livro denominado Uma Investigação da
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Natureza e as Causas da Riqueza das Nações, publicado em 1776. Esta obra ficou conhecida
como A Riqueza das Nações e ressaltava a importância do trabalho humano, embora defendesse
que a divisão social do trabalho seria a chave para a produtividade e, consequentemente, para a
geração de riqueza do país.
Em seu livro é desenvolvido um estudo de caso de fabricação de alfinetes. Se um operário tiver
que, sozinho, fabricar um alfinete, tendo que ele mesmo ir buscar a matéria-prima e produzi-lo,
teria uma produtividade baixíssima se comparada a um sistema industrial, em que cada operário é
responsável por uma etapa da fabricação. Em uma análise detalhada, são listadas 18 atividades
distintas que devem ser divididas por 10 funcionários.
 
Imagem:Infoescola
 Adam Smith.
ADAM SMITH
Foi o primeiro filósofo moral a reconhecer que as ações de mercado mereciam um estudo
cuidadoso e em tempo integral numa moderna disciplina das Ciências Sociais. Aos 14 anos,
Smith foi para a Universidade de Glasgow, onde se tornou mestre e fascinou-se pelas ideias
do professor Francis Hutcheson, aprendendo Liberalismo Clássico, Direito Natural e
Economia Política.
Adam Smith evidencia que a organização da divisão social do trabalho, limitada pelo tamanho
do mercado, passa a ser a chave da riqueza de uma nação e não mais a quantidade de ouro,
como pregava o mercantilismo. Nessa fase, o mercado entra como limitador da riqueza, já que de
nada adianta aumentar a produção se não houver para quem vender.
O mercado se baseia em forças opostas. De um lado, o produtor quer vender o máximo possível
pelo maior preço e, de outro, o consumidor, que busca o menor preço. Embora em um primeiro
momento possa parecer uma contradição caótica, na verdade representa a ordem natural do
sistema econômico, que se equilibra na concorrência e na livre iniciativa.
Smith era contra qualquer intervenção do governo, seja para garantir monopólio ou subsídios, e
considerou que o ideal seria uma atuação limitada do setor público, que deveria estimular o
comércio e a educação, incluindo saneamento, rodovias, ferrovias, portos, correios, escolas e
igrejas, e via a educação pública e gratuita como uma garantia de crescimento da produtividade do
trabalho e, consequentemente, da riqueza daquela nação. O Estado também deveria proteger a
sociedade de ataques externos, estabelecer e criar leis de justiça e utilizar as instituições públicas
como reguladores do excesso de lucro, estimulando a concorrência entre as empresas.
DIVISÃO SOCIAL DO TRABALHO
A divisão social do trabalho pode gerar benefícios, pois a destreza e habilidade do operário
aumentam à medida que ele se especializa, incrementando a produtividade e a qualidade. A
mudança de atividade gera perda de concentração e de tempo, logo, o foco nas etapas
facilita o aprimoramento das máquinas e até mesmo a invenção de outras mais eficientes.
Em vários casos, os próprios operários contribuíram e até mesmo desenvolveram máquinas.
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OS CIENTISTAS E ENGENHEIROS ERAM
CONSIDERADOS FUNDAMENTAIS PARA AS
INVENÇÕES, MAS A OBSERVAÇÃO DO SISTEMA
DE PRODUÇÃO ERA PRIMORDIAL PARA
IMPORTANTES MELHORIAS.
A industrialização gerou muitos impactos sociais. A busca por emprego provocou o êxodo rural e o
crescimento da vida urbana, transformando as cidades em centros de produção e consumo e
reposicionando o campo em uma situação economicamente secundária.
DE 17 MIL PARA 180 MIL
300 MIL
4 MILHÕES
A cidade de Manchester, por exemplo, experimentou um crescimento populacional de 17 mil
habitantes em 1760 para 180 mil em 1830.
Muitos locais chegaram a 300 mil habitantes na metade do século XIX, como Birmingham,
Bradford, Bristol, Leeds, Liverpool e Sheffield.
Em 1880, Londres chegou a 4 milhões de habitantes.
A distribuição foi alterada de tal forma que, em 1850, a Inglaterra possuía 52% de população rural,
percentual que caiu para 31% em 1880 e para 22% em 1910.
 
Imagem:
O início da industrialização trouxe tempos difíceis para a população, com altos custos sociais para
a classe trabalhadora, que era vista como um acessório das máquinas que representavam a
modernidade e o capital, pois eram os principais recursos do novo processo produtivo.
O EXCESSO DE TRABALHO TROUXE JORNADAS
DIÁRIAS DE ATÉ 16 HORAS EM 6 DIAS POR
SEMANA E O CRESCIMENTO ACELERADO DAS
CIDADES TORNOU PRECÁRIAS AS CONDIÇÕES
HABITACIONAIS, OCASIONANDO O SURGIMENTO
DE CORTIÇOS.
Como não poderia deixar de ser, cresceu o movimento sindical, por causa disso...
1833
1842
1847
A jornada de trabalho diminuiu para 12 horas nas indústrias têxteis.
Foi proibido o trabalho infantil e de mulheres nas minas de carvão.
A jornada de mulheres e crianças foi limitada a 10 horas.
 COMENTÁRIO
A sociedade se reorganizou e o poder absolutista do mercantilismo foi perdendo o controle frente
ao crescimento da classe burguesa e ao fortalecimento do liberalismo econômico como previu
Adam Smith. Mais uma vez, vemos a engenharia modificando substancialmente a forma de vida
das pessoas.
O mundo observou a transformação da Inglaterra em uma potência baseada em um fenômeno
tecnológico que trouxe a industrialização, ampliou mercados, alterou de forma significativa a
relação capital-trabalho e promoveu o capitalismo como forma de organização política e
econômica.
SEGUNDA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL
SEGUNDA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL
Muitas inovações foram atribuídas à Segunda Revolução Industrial, mas algumas não podem
deixar de serem citadas:
A siderurgia evoluiu com os novos processos para a produção do aço, viabilizando a
construção de pontes e edifícios, além de melhorar a produção de máquinas, trilhos e
ferramentas;
Os meios de transporte evoluíram de tal forma que, além da ampliação das ferrovias,
surgiram os automóveis e os aviões;
A Invenção da lâmpada incandescente;
O desenvolvimento e a infraestrutura para a geração, produção e distribuição da energia
elétrica e as bases da Engenharia Elétrica;
A invenção dos meios de comunicação (telégrafo, telefone, cinema, rádio e televisão);
A invenção da geladeira;
A evolução da química aplicada, com a descoberta de novos materiais e do múltiplo uso do
petróleo, e as bases da Engenharia Química;
A invenção de novos armamentos, como metralhadoras;
Avanço da Medicina, com a invenção de antibióticos, vacinas, conhecimentos sobre novas
doenças e técnicas cirúrgicas.
 
Imagem:
Quando falamos das ideias de Adam Smith sobre o capitalismo, vimos que a livre iniciativa e a
livre concorrência são condições fundamentais para regular e equilibrar o mercado, de forma que
produtores e consumidores possam conviver em um ponto de equilíbrio que seja bom para os dois
lados. Não pode ser o mais caro possível como é desejo do produtor, tampouco o mais barato
possível, como é desejo do consumidor.
Existem ações que podem burlar esse equilíbrio, aumentando o preço dos produtos através da
diminuição da concorrência. Como empresas e indústrias podem concentrar capital, é possível
que as grandes consigam comprar as menores, ficando sozinhas no mercado e eliminando a
concorrência, o que chamamos de monopólio.
HOLDINGS, TRUSTES E CARTÉIS SÃO FORMAS
DISTINTAS DE UNIÃO DE EMPRESÁRIOS COM
INTERESSES COMUNS PARA, CONTRA OS
CONSUMIDORES, AUMENTAREM SEUS LUCROS.
HOLDINGS
As holdings podem ser entendidas como empresas distintas com o mesmo dono. 
 
Na prática, podem se estabelecer através de empresários poderosos que compram ações e
controlam empresas do mesmo ramo, transformando a livreconcorrência em uma farsa.
TRUSTE
Os trustes são formados por empresas que surgem a partir da fusão de empresas do mesmo
ramo. 
 
Ao invés das empresas A e B competirem, elas se fundem e seus donos viram sócios, diminuindo
a concorrência. Dependendo da parcela de mercado de cada uma, a fusão pode aproximá-las do
domínio do mercado, ou até mesmo do monopólio.
CARTEL
No que diz respeito ao cartel, trata-se de uma união secreta de empresas do mesmo ramo, que
combinam e praticam o mesmo preço final ao consumidor, eliminando a livre concorrência.
 SAIBA MAIS
Atualmente, o Brasil possui leis que proíbem trustes e cartéis, sendo o controle feito pelo Conselho
Administrativo de Defesa Econômica (CADE). No entanto, as holdings são difíceis de serem
combatidas, pois são operações de compras de ações nas Bolsas de Valores.
Como já vimos, a evolução da Engenharia é constante e, gradativamente vai aumentando de
complexidade e especificidade. Esta evolução também ocorre na formação do engenheiro que
começa a ter que atender a estas questões e refleti-las. Repare que, aqui nesse texto, já
mencionamos as Engenharias Civil, Mecânica, Elétrica, Química e de Produção.
TERCEIRA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL
TERCEIRA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL
O trabalho na indústria mais uma vez é reestruturado com a adoção de um método polivalente,
flexível, menos hierarquizado e integrado em equipes, em um sistema em que a criatividade
individual dos trabalhadores é valorizada. A relação entre produção e consumo é refletida no
modelo Just-in-Time da Toyota, que preconiza o estoque mínimo e o máximo de racionalização
para evitar desperdícios. Dessa forma, a mão de obra não qualificada vai sendo marginalizada do
mercado de trabalho na indústria.
Nesse período, também vimos a exploração espacial, o crescimento da informática, Internet,
telefonia celular, biotecnologia, nanotecnologia, sensoriamento remoto, GPS e tantas outras
tecnologias que fazem parte do nosso dia a dia. Atualmente, temos um mundo globalizado em que
novas regiões industriais de alta tecnologia unem centros produtores de tecnologias e centros de
pesquisa, formando tecnopolos, como o Vale do Silício (Califórnia, EUA), a Route 128 (Boston,
EUA), Tóquio-Yokohama (Japão), o corredor M4 (Londres), entre tantos outros. No Brasil, temos o
eixo São Paulo–Campinas–São Carlos, que reúne a USP e a UNICAMP.
 
Imagem:Shutterstock.com
QUARTA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL
QUARTA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL
Veja a seguir mais detalhes sobre as tecnologias citadas nos vídeos:
MANUFATURA ADITIVA (IMPRESSÃO 3D)
O termo manufatura aditiva se dá em contraponto ao processo tradicional de usinagem que se
inicia com um bloco maciço, que atinge a forma final com a retirada parcial de material, que é
perdido em um processo subtrativo.
O uso das impressoras 3D tem aumentado de forma contundente. A ideia do processo também
conhecido como fabricação digital é a criação de um objeto real a partir de um modelo digital 3D
criado em um tipo de software denominado modelador de sólidos. A técnica utilizada consiste no
depósito de camadas de material, de forma repetitiva, até que o objeto se forme. Pensar em uma
impressora doméstica nos leva a uma situação de criação de protótipos plásticos, muitas vezes
em escala reduzida.
A manufatura aditiva impõe algumas vantagens, como a prototipagem rápida, baixo custo para
pequenas quantidades, liberdade de formas e de complexidade, customização e sustentabilidade,
pois minimiza resíduos, consumo de material e energia.
Existem algumas tecnologias diferentes de manufatura aditiva, sendo as principais FDM, a mais
difundida, SLA e SLS. A modelagem por fusão e deposição (Fused Deposition Modeling) é a
tecnologia mais acessível e, por isso, popularizou-se. Trata-se do uso de insumo plástico em
forma de fio, que alimenta a impressora que o derrete (fusão) e cuidadosamente acrescenta
camada por camada, em alta precisão, até imprimir o objeto por completo.
A técnica conhecida como estereografia (SLA) utiliza resina como insumo. O processo também
consiste no depósito repetitivo de camadas, mas a resina é solidificada pela ação de um feixe de
laser ultravioleta. A SLA é muito precisa e possui acabamento superior mesmo em peças
pequenas, sendo muito utilizada na criação de moldes.
Por fim, a sinterização seletiva a laser, que utiliza insumo em forma de pó, normalmente
polímeros. Este processo se dá através de laser de alta potência, que aglutina as camadas do
material na impressão do objeto. Já existem processos de manufatura aditiva em metal, como a
Sinterização Direta de Metal a Laser (DMLS), um processo bem semelhante ao SLS, mas que
utiliza como insumos titânio e aço em pó. Outras tecnologias como a Selective Laser Melting e
Binder Jetting ainda possuem custo muito elevado, a ponto de só empresas de alto investimento
em Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) utilizarem.
A manufatura aditiva é considerada um dos pilares da Quarta Revolução Industrial, porque, no
futuro, será possível uma grande revolução logística a partir do momento em que seja possível
realizar a compra pela internet de um modelo digital customizado, em qualquer lugar do mundo,
que será rapidamente enviado a um centro de fabricação próximo ao endereço de entrega para
impressão e envio. A implantação dessa dinâmica altera toda a lógica do sistema comercial e de
cobrança de impostos, além de simplificar a fabricação e valorizar o modelo digital, mais próximo
do trabalho humano.
INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL (IA)
Grande estrela da Quarta Revolução Industrial, a Inteligência Artificial não é um recurso recente. O
computador sempre foi visto como um possível substituto da nossa inteligência, o cérebro
eletrônico. Como ciência, pode-se dizer que a IA teve início na década de 1950 do século XX, com
Alan Turing, e desde então vem evoluindo lado a lado com os computadores.
O marco zero oficial aconteceu em 1956, na conferência de Dartmouth, em que todos os
pensadores do tema estavam presentes e o campo da pesquisa foi batizado de Inteligência
Artificial. As possibilidades eram tão animadoras, que imediatamente conseguiram financiamentos
de órgãos privados e governamentais.
Em 1957, Frank Rosenblatt apresenta uma máquina chamada Mark 1, que utilizava um algoritmo
denominado perceptron, baseado em uma rede neural de uma camada que classificava
resultados. No ano seguinte, surge a linguagem de programação LISP, que virou padrão em IA.
Em 1959, surge pela primeira vez o termo Machine Learning, que descrevia um sistema que
daria aos computadores a capacidade de aprender algumas funções sem terem sido programados
diretamente para isso.
Em 1964 nasceu ELIZA, o primeiro chatbot do mundo. Tratava-se de uma psicanalista virtual que
conversava automaticamente, utilizando respostas baseadas em palavras-chave em estruturas
sintáticas. Em 1969, nos foi apresentado o robô Shakey, que possuía mobilidade com alguma
autonomia de ação e fala e que, apesar das falhas, teve a sua funcionalidade. Após uma década
de estagnação, em meados de 1980, surgiram os sistemas especialistas, que realizavam
atividades complexas específicas de um campo do conhecimento, superando os humanos em
velocidade de raciocínio e base de conhecimento. A IA voltava à evidência, mas logo viveu novo
período de estagnação, talvez por desencontro entre ideias e capacidade de processamento.
A explosão da internet comercial na segunda metade dos anos 1990 trouxe a necessidade da IA
para aperfeiçoar os buscadores que vasculhavam a rede automaticamente em busca das
informações adequadas. Em 1997, a derrota do campeão mundial de xadrez, Garry Kasparov para
o Deep Blue, da IBM, representou o marco da IA.
Em 2005, a Boston Dynamics apresentou o Big Dog, um robô com formas inspiradas nos
cachorros e especializado em se movimentar em terrenos de difícil acesso para humanos. Outra
evolução relevante, neste mesmo período, foram os veículos autônomos, caso bastante complexo
de gerenciamento devários sensores e, com certeza, um dos destaques da Quarta Revolução
Industrial.
http://estacio.webaula.com.br/cursos/temas/engenharia_e_desenvolvimento/index.html
http://estacio.webaula.com.br/cursos/temas/engenharia_e_desenvolvimento/index.html
http://estacio.webaula.com.br/cursos/temas/engenharia_e_desenvolvimento/index.html
Na sequência, foi a vez do processamento da linguagem natural com o reconhecimento de voz e o
surgimento das assistentes virtuais como a Siri da Apple, a Alexa da Amazon, a Cortana da
Microsoft e o Google Assistente. O Watson da IBM começou a ganhar fama e ser aplicado em
vários campos, como Direito e Saúde.
Em 2011, um projeto despretensioso na Universidade de Stanford de um curso online gratuito de
Inteligência Artificial do professor Sebastian Thrun e de Peter Norvig ocasionou grande sucesso
com mais de 160 mil alunos de 190 países. E o resultado foi melhor ainda, pois quatrocentos
destes superaram o desempenho dos alunos de Stanford. A partir daí, surgiu a Udacity, uma
universidade focada em tecnologia que fosse prática, barata, acessível e eficaz para o mundo.
Em 2012, a Google deu mais um salto em pesquisa em vídeos utilizando o Deep Learning, que
pode ser aplicado em visão computacional, permitindo que o sistema lide com a compreensão das
imagens obtidas através de câmeras. Este conjunto de recursos canalizados e com investimentos
maciços vão cada vez mais fazer parte de nossas vidas.
BIG DATA
O termo Big Data se consolidou como denominação para a área que trata de grandes conjuntos
de dados que devem ser armazenados e processados.
O volume de dados produzidos cresceu vertiginosamente. Para termos mais noção da grandeza,
um levantamento de 2019 mostra que temos metade da população mundial conectada. Com toda
essa gente, o que acontece em 1 minuto?
3,8 milhões de buscas no Google;
Mais de 40 milhões de mensagens (Facebook + WhatsApp);
4,5 milhões de vídeos sendo visualizados no YouTube;
390 mil aplicativos baixados na Google Play e Apple Store.
A quantidade de dados é absurda, mas essa não é a única variável relevante. São 3 os pilares do
Big Data:
Volume: A quantidade é tão grande que é difícil ter a noção da ordem de grandeza;
http://estacio.webaula.com.br/cursos/temas/engenharia_e_desenvolvimento/index.html
Velocidade: A importância da velocidade é associada ao tempo de resposta, mas quanto
maior for a extensão da pesquisa, mais demorada será a resposta. Na prática, quanto mais
próximo do tempo real, melhor;
Variedade: Os dados não estão organizados e estruturados. São textos, sensores, áudios,
vídeos, sensores, buscas, catracas etc.
INTERNET DAS COISAS (IOT)
A IoT (Internet of Things) ou Internet das Coisas pode ser vista como uma forma de comunicação
entre objetos ou entre objetos e pessoas.
Situações simples podem esclarecer a utilidade. Imagine uma situação corriqueira em um
mercado onde as pessoas vão pegando um determinado produto na prateleira e ela vai se
esvaziando. Essa prateleira pode ser inteligente e avisar que está na hora de repor. Para isso,
basta instalar um sensor que tenha essa percepção e que envie um determinado tipo de sinal para
o sistema interpretar a necessidade de reposição. Dessa forma, podemos ter uma rede tão
complexa quanto quisermos, atuando em casa, em um carro, em um edifício, em um hospital, em
uma indústria, em toda uma cidade.
Ao pensarmos em nosso corpo, o que acontece quando damos uma topada, por exemplo? Ou
quando sofremos um corte? E quando ouvimos ou vemos? Nossos sensores avisam ao cérebro,
que processa a informação. Percebeu a potencialidade da união da Inteligência Artificial com a
Internet das Coisas?
COMPUTAÇÃO EM NUVEM
No início da computação, os chamados computadores de grande porte eram acessados por
terminais utilizados por usuários que compartilhavam os recursos de armazenamento e
processamento do computador. Com o passar do tempo, surgiram os computadores pessoais
(PCs) e as pessoas passaram a administrar seus próprios recursos, tanto de espaço de
armazenamento, como de processamento, bem como os programas instalados.
Com a internet, em um primeiro momento, os sites ficavam armazenados em algum servidor,
assim como os bancos de dados e nossos e-mails. De uma maneira geral, os dados fluíam muito
mais da web para nossa máquina do que o contrário. Em geral, carregávamos informações para a
internet para enviar por e-mail. Passados mais alguns anos, já tínhamos espaço de
armazenamento na chamada nuvem, local onde guardamos fotos, mensagens, agenda de
telefone do celular etc.
O barateamento dos recursos e o aumento de velocidade e estabilidade da rede viabilizam o uso
de software que esteja instalado em algum servidor e não na minha máquina. Isso permite que
não sejam precisos recursos relevantes no meu computador, que passa a ser uma espécie de
terminal conectado em serviços com capacidades quase infinitas. Estamos falando de computação
em nuvem.
SISTEMAS CIBER-FÍSICOS (CPS)
Os dispositivos inteligentes estão se sofisticando e tendo suas capacidades ampliadas a baixo
custo. Eles atuam no ambiente em que estão instalados, coletando informações através de
sensores ou operando modificações através dos chamados atuadores.
As redes sem fio de alta velocidade e de sinal 4G em conjunto com a Internet das Coisas
permitem a atuação colaborativa entre dispositivos, que podem operar de forma individual ou em
conjunto, estabelecendo um sistema.
A conjugação destes recursos torna possível que um ambiente seja virtualizado a partir da criação
de um tipo de computação em nuvem que gerencie a comunicação entre os dispositivos instalados
no ambiente físico de interesse e dispositivos externos.
Os chamados sistemas Ciber-Físicos (CPS) atuam promovendo a sinergia entre os mundos virtual
e físico em um tipo de colaboração que permite tanto o monitoramento quanto a modificação
remota do ambiente físico. Quanto maior a inteligência distribuída, mais profundo será o
conhecimento do sistema, possibilitando ações mais precisas.
Em princípio, não há limitações para a aplicação dos CPS, já tendo sido utilizados nos sistemas
produtivos industriais, em hospitais, na gestão de eficiência energética, em edifícios inteligentes,
na agricultura e em sistemas de transportes, entre outras tantas possibilidades. Em um nível mais
complexo, os CPS atuarão na gestão das cidades inteligentes.
MACHINE LEARNING
Aprendizagem de máquina.
A SEGUIR...
Vimos que a engenharia vem modificando e moldando a civilização com suas conquistas e
realizações. Da Idade da Pedra até a Quarta Revolução Industrial foram conquistas incríveis em
todas as áreas, mas ela também causou muitos problemas, principalmente ambientais.
No final do século XX, a preocupação com o meio ambiente atingiu níveis alarmantes e a palavra
sustentabilidade passou a fazer parte do vocabulário comum. Recuperar o meio ambiente passou
a ser um problema global.
O mundo segue dividido entre países desenvolvidos, em desenvolvimento e subdesenvolvidos,
mas até que ponto é possível dissociar o social do ambiental? Surge a responsabilidade
socioambiental, a engenharia se humaniza e, se a engenharia sempre foi vetor de
desenvolvimento, agora podemos imaginar que o desenvolvimento seja um desafio dela.
Mas, afinal, o que pode ser considerado desenvolvimento? Para se desenvolver um país,
certamente precisa-se de crescimento econômico e geração de riqueza, mas, a medida do
desenvolvimento inclui indicadores sociais, uma vez que miséria e desenvolvimento não se
misturam.
No próximo módulo, vamos analisar as relações entre a engenharia e o desenvolvimento.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. A HISTÓRIA NOS MOSTRA QUE, DESDE SEMPRE, O SER HUMANO
PROCURA FORMAS DE FACILITAR SEU TRABALHO E INCREMENTAR SUA
PRODUTIVIDADE. SÃO AS CHAMADAS INOVAÇÕES TECNOLÓGICAS QUE
MODIFICAM A FORMA DE VIVER COM SUAS NOVAS FERRAMENTAS,
EQUIPAMENTOS E PROCESSOS. A ENGENHARIA CIVIL SE DESENVOLVEU
ANTES DA FORMALIZAÇÃO DA PROFISSÃO E A ENGENHARIAMECÂNICA,
ATRAVÉS DA MÁQUINA A VAPOR, TORNOU-SE A BASE DA PRIMEIRA
REVOLUÇÃO INDUSTRIAL. VIMOS TAMBÉM QUE PODEMOS ASSOCIAR A
ENGENHARIA ELÉTRICA À SEGUNDA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL E A
ENGENHARIA DE CONTROLE E AUTOMAÇÃO À TERCEIRA. ESSA BUSCA
PELA PRODUTIVIDADE LANÇOU AS BASES DA ENGENHARIA DE
PRODUÇÃO. QUAL DAS OPÇÕES PODE SER DADA COMO REFERENCIAL
PARA O SURGIMENTO DA ENGENHARIA DE PRODUÇÃO?
A) Como na Engenharia Civil, não houve um fato marcante, já que, desde a Idade da Pedra
Lascada, o homem busca produtividade nas suas atividades.
B) Surgiu de forma espontânea e natural, com as indústrias iniciais da Primeira Revolução
Industrial.
C) A base conceitual foi a publicação de Frederick Taylor, Princípios da Administração Científica
(The Principles of Scientific Management).
C)
D) Surgiu conceitualmente com as ideias de Adam Smith, que pregava a livre concorrência e a
competitividade como base para a riqueza das nações.
2. APÓS A FORMALIZAÇÃO DA PROFISSÃO DE ENGENHEIRO E COM A
PROLIFERAÇÃO DAS ESCOLAS DE ENGENHARIA, ENTRAMOS EM UM
PERÍODO CONTÍNUO DE DESENVOLVIMENTO TECNOLÓGICO, QUE FOI
MARCADO POR ALGUMAS INOVAÇÕES DISRUPTIVAS E QUE, POR ISSO,
FOI IDENTIFICADO COMO SENDO COMPOSTO POR QUATRO
REVOLUÇÕES INDUSTRIAIS. DENTRE AS OPÇÕES ABAIXO, ESCOLHA
QUAL A QUE MELHOR SE ENCAIXA COMO O PERÍODO EM QUE AS
DIVERSAS HABILITAÇÕES DE ENGENHARIA COMEÇARAM A SURGIR:
A) Movimento natural a partir da propagação das Escolas de Engenharia.
B) O capitalismo e o livre mercado a partir das ideias de Adam Smith.
C) A máquina a vapor.
D) A energia elétrica, marco da Segunda Revolução Industrial.
GABARITO
1. A história nos mostra que, desde sempre, o ser humano procura formas de facilitar seu
trabalho e incrementar sua produtividade. São as chamadas inovações tecnológicas que
modificam a forma de viver com suas novas ferramentas, equipamentos e processos. A
Engenharia Civil se desenvolveu antes da formalização da profissão e a Engenharia
Mecânica, através da máquina a vapor, tornou-se a base da Primeira Revolução Industrial.
Vimos também que podemos associar a Engenharia Elétrica à Segunda Revolução
Industrial e a Engenharia de Controle e Automação à Terceira. Essa busca pela
produtividade lançou as bases da Engenharia de Produção. Qual das opções pode ser dada
como referencial para o surgimento da Engenharia de Produção?
A alternativa "C " está correta.
 
A energia elétrica (segunda RI) trouxe diversas possiblidades e a sua geração se deu a partir de
motores a gasolina, de hidrelétricas e, mais tarde, de motores nucleares, por exemplo, trazendo a
indústria do petróleo, a nuclear, as telecomunicações, a eletrônica etc. Dessa forma, as
engenharias começaram a se multiplicar no período da Segunda Revolução Industrial.
2. Após a formalização da profissão de engenheiro e com a proliferação das Escolas de
Engenharia, entramos em um período contínuo de desenvolvimento tecnológico, que foi
marcado por algumas inovações disruptivas e que, por isso, foi identificado como sendo
composto por quatro revoluções industriais. Dentre as opções abaixo, escolha qual a que
melhor se encaixa como o período em que as diversas habilitações de Engenharia
começaram a surgir:
A alternativa "D " está correta.
 
A energia elétrica (segunda RI) trouxe diversas possiblidades e a sua geração se deu a partir de
motores a gasolina, de hidrelétricas e, mais tarde, de motores nucleares, por exemplo, trazendo a
indústria do petróleo, a nuclear, as telecomunicações, a eletrônica etc. Dessa forma, as
engenharias começaram a se multiplicar no período da Segunda Revolução Industrial.
MÓDULO 3
 Analisar as relações entre a Engenharia e o desenvolvimento
DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO X
CRESCIMENTO ECONÔMICO
A complexidade do tema desenvolvimento tem início no seu próprio escopo. No contexto da
Engenharia, a abordagem mais óbvia é a do desenvolvimento tecnológico, que mesmo se não for
mencionado explicitamente, é plenamente percebido.
De uma forma mais genérica, podemos pensar nos países desenvolvidos e nos chamados países
em desenvolvimento. A primeira coisa que vem na cabeça da maioria das pessoas, ao pensar em
um país desenvolvido, é se tratar de um país rico. Em sequência, temos que pensar em
desenvolvimento econômico e em crescimento econômico, que seriam formas de entrar no clube
dos desenvolvidos.
DE QUE FORMA O CRESCIMENTO
ECONÔMICO PODE LEVAR AO
DESENVOLVIMENTO ECONÔNOMICO?
VOCÊ ACREDITA QUE AS INOVAÇÕES
TECNOLÓGICAS IMPLANTADAS PELA
ENGENHARIA PROMOVEM O CRESCIMENTO
ECONÔMICO?
PARA COMEÇAR, O QUE PODE SER
CONSIDERADO COMO UMA INOVAÇÃO
TECNOLÓGICA?
Vamos construir este conceito:
 
Pode-se classificar a inovação em 3 dimensões:
01
Quanto ao objeto (produto ou processo).
02
Quanto ao impacto causado no mercado.
03
Quanto ao modelo de negócios.
Vamos imaginar inicialmente a inovação no âmbito de uma empresa. Parece muito claro que uma
inovação bem-sucedida possa trazer crescimento econômico para uma empresa, uma vez que
pode alavancar suas vendas e aumentar sua participação no mercado.
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E SE PENSARMOS EM TERMOS DE PAÍS?
Ao pensarmos somente no mercado interno, o reposicionamento de uma empresa no mercado
pode apenas redistribuir as participações dos concorrentes. Eventualmente, o mercado pode até
se ampliar, mas o que é fundamental para o país é criar uma efervescência capaz de trazer
investimentos externos e aumentar as exportações, alavancando o crescimento econômico.
Agora, podemos responder positivamente.
AS INOVAÇÕES TECNOLÓGICAS SÃO
FUNDAMENTAIS PARA SE PROMOVER O
CRESCIMENTO ECONÔMICO. E O
DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO?
Já vimos que o crescimento econômico é fundamental para o desenvolvimento econômico, mas o
salto do crescimento para o desenvolvimento é complexo, uma vez que não é natural e
normalmente depende de políticas de Estado para que seja acelerado.
 COMENTÁRIO
Obviamente, existe uma série de acontecimentos que podem ser desencadeados naturalmente a
partir do crescimento econômico que favorecem o desenvolvimento. O crescimento econômico
gera empregos e renda, o que aumenta o consumo, o bem-estar, eleva a arrecadação de impostos
e todos os índices que medem o desenvolvimento podem melhorar, gerando uma tendência ao
progresso.
AO PENSARMOS NO COMPLEXO CONTEXTO
BRASILEIRO, QUE ENVOLVE DIMENSÕES
CONTINENTAIS E DISPARIDADES SOCIAIS
GIGANTESCAS, SERIA NECESSÁRIO UM
PERÍODO DE CRESCIMENTO ECONÔMICO DE
QUANTO TEMPO PARA NATURALMENTE
EQUILIBRARMOS SOCIALMENTE O PAÍS?
Muito difícil responder a essa pergunta, mas apesar da lógica desse raciocínio, fica claro que,
havendo o crescimento econômico, é preciso política de Estado que promova o desenvolvimento,
com investimentos em infraestrutura que favoreçam tanto a população diretamente quanto gerem
condições de sustentação para o crescimento econômico. Por infraestrutura, entende-se
saneamento, escolas, hospitais, estradas, portos, aeroportos, habitação etc.
Já podemos responder à pergunta positivamente, mas com ressalvas:
 RESPOSTA
As inovações tecnológicas implantadas pela Engenharia promovem o crescimento econômico,
criando todas as condições para o desenvolvimento do país, desde que haja política de Estado
adequada a este propósito.
COMO PODEMOS RELACIONAR A ENGENHARIA
AO DESENVOLVIMENTO?
Vimos que o mundo evoluiu ao longo da história e os países foram se desenvolvendo com mais ou
menos sucesso, de acordo com as inovações tecnológicas que implantavam. Vamos pensar em
uma missão hipotética de desenvolver o Brasil.
Segundo o nosso raciocínio, precisamos criar condições que favoreçam o surgimento das
inovações tecnológicas.
QUAIS SÃO OS NOSSOS PONTOS FRACOS?
Precisamos muito de engenheiros, de profissionais de informática, de pesquisa científica nas
áreas de Física, Química e Biologia e de pesquisa aplicada em Engenharia e TI;
Precisamos de políticas que favoreçam a inovação;
Precisamos de cultura empreendedora e de políticas de incentivo. SAIBA MAIS
Muitos profissionais só pensam em emprego ou concurso. Os dois estão escassos e não possuem
o potencial transformador da inovação. Quem emprega um engenheiro? Essa resposta é fácil:
Outro engenheiro. Se inundarmos o mercado de engenheiros, precisaremos de muitas pequenas
empresas de sucesso.
COMO PODEMOS INICIAR ESSE PROCESSO?
O começo e a sustentação certamente passam por uma revolução na educação que deve ser
iniciada no ensino fundamental. E quem não é criança? Nós que não somos mais crianças temos
que nos adaptar para sobreviver. Lembre-se de que em um mundo dinâmico e de grandes
mudanças, o sucesso está bem mais próximo da capacidade de adaptação do que da força.
Diante de uma visão macro, a Engenharia nos dá 3 grandes áreas de atuação dentro de cada
habilitação (ambiental, civil, computação, controle e automação, elétrica, mecânica, petróleo,
produção, química, telecomunicações etc.):
01
02
03
Projeto de produtos, sistemas e processos produtivos.
Atuação no ciclo de vida do empreendimento, inclusive em sua gestão e manutenção.
Atuação na formação de novos engenheiros.
POR ENQUANTO, AINDA NÃO PODEMOS
FORMULAR A RESPOSTA, MAS JÁ SABEMOS
QUE PRECISAMOS REUNIR CONDIÇÕES QUE
FAVOREÇAM A FORMAÇÃO MACIÇA DE
PROFISSIONAIS LIGADOS À TECNOLOGIA PARA
QUE POSSAMOS PROMOVER CONHECIMENTO E
INOVAÇÃO.
 SAIBA MAIS
Algum país já fez isso com sucesso?
Sim, a Coreia do Sul investiu massivamente na formação e teve um retorno espetacular em tempo
reduzido.
Talvez você já esteja até pensando em inovar, mas logo vem à cabeça a figura do inventor,
daquela pessoa genial que cria algo que vai revolucionar o mundo. No entanto, não é por aí.
Em primeiro lugar, somos ou seremos engenheiros. Enquanto as pessoas fogem dos problemas,
eles são a nossa razão de ser, e caso não tenhamos nenhum problema a ser resolvido, estaremos
perigosamente sem serviço, principalmente nesses tempos de inteligência artificial.
É NECESSÁRIO TER EM MENTE QUE CADA
PROBLEMA REPRESENTA UMA OPORTUNIDADE,
E QUE UM MESMO PROBLEMA PODE SER
ATACADO DE FORMA DIFERENCIADA,
DEPENDENDO DE CARACTERÍSTICAS
REGIONAIS, SEJA POR SOLUÇÕES INÉDITAS OU
POR APERFEIÇOAMENTOS OU ADAPTAÇÕES.
Acho que agora já conseguimos formular uma resposta.
 RESPOSTA
Devemos inundar o país de profissionais competentes, criativos, inovadores e empreendedores
para que, a partir de uma atmosfera propícia à inovação tecnológica, seja possível de fato gerar e
operar o desenvolvimento do país. Como não poderia deixar de ser, trata-se de uma parceria entre
a população e o Estado com um objetivo comum. De qualquer forma, antes dessa parceria
acontecer, temos que fazer nossa parte e atuar com esse espírito. Além de ser um bom caminho
para o sucesso individual ou de um pequeno grupo de pessoas, será mais uma contribuição para
que a transformação global aconteça.
Vamos continuar nossa conversa com outra visão a respeito da evolução e das inovações
históricas que já vimos.
ENGENHARIA SUSTENTÁVEL
ATÉ AQUI SÓ FALAMOS COISAS BOAS DA
ENGENHARIA?
Quase sempre, em mais de uma oportunidade, foi comentado o impacto ambiental gerado pelo
processo de mineração adotado pelo Império Romano. De forma simplória, podemos dizer que,
em uma história linda de mais de 2000 anos, maltratamos tanto o planeta em aproximadamente
um século, que nos assustamos e reagimos.
 ATENÇÃO
As soluções de engenharia muitas vezes trouxeram problemas novos, principalmente os
relacionados aos impactos ambientais, antes desprezados. Normalmente, os insumos são
recursos naturais que foram consumidos de forma quase compulsiva, incluindo o desmatamento
pela exploração da madeira.
A poluição atmosférica causada pela industrialização, pelos transportes e pela geração de
energia, e a poluição dos corpos hídricos causada pela falta de saneamento, pelos resíduos
sólidos e efluentes, a contaminação do solo e do lençol freático, todas essas modificações impõem
um reposicionamento do equilíbrio dos sistemas do planeta, trazendo consequências indesejáveis
a todos e que também impactam negativamente no desenvolvimento.
Os processos antigos devem ser revistos com o olhar do impacto ambiental, transformando-se em
novas oportunidades de inovação. Os processos novos devem ter como variável relevante o
impacto ambiental. Aspectos como consumo de energia para produzir um material passam a ser
um atributo de valor. As questões ambientais são tratadas pela Engenharia cada vez com maior
naturalidade pelas mudanças na formação acadêmica do profissional engenheiro, mas também
pela atualização da legislação.
 SAIBA MAIS
A engenharia consegue trabalhar com novos materiais, consumir menos energia em seus
processos, reduzir os desperdícios racionalizando processos, gerar energia cada vez mais limpa,
mas não impede a ação de pessoas mal-intencionadas. Para isso, é preciso a ação fiscalizadora
do Estado. No entanto, algumas vezes o próprio Estado pode estar no lado errado da história,
assim como nos casos em que as próprias empresas estatais levam esgoto in natura aos corpos
hídricos.
Falamos muito até aqui de Desenvolvimento e Engenharia. Quando acrescentamos a temática
ambiental e as questões de sustentabilidade, surgem o Desenvolvimento Sustentável e a
Engenharia Sustentável, que merecem reflexões mais aprofundadas.
QUALIDADE DE VIDA
PARA FECHARMOS NOSSA REFLEXÃO, VAMOS
FALAR DO QUE MAIS NOS INTERESSA: A
QUALIDADE DE VIDA. AFINAL, O QUE PODEMOS
ESPERAR MAIS DA VIDA DO QUE VIVER BEM?
É claro que viver bem é um conceito muito relativo e individual. Todavia, a qualidade de vida é um
parâmetro que deve ser medido para que possamos lutar para promover ações que possam
melhorar os indicadores, sejam eles quais forem.
A intenção de se medir é ter a possibilidade de comparação e de se implantar melhorias. Existe
um padrão internacional que define um indicador denominado IDH (Índice de Desenvolvimento
Humano) que permite que se chegue a um número que tem significado associado ao grau de
desenvolvimento humano e que permite a comparação e a classificação dos países em 3
categorias: Desenvolvidos, em desenvolvimento e subdesenvolvidos.
O IDH é calculado a partir de 3 dimensões:
01
02
03
Expectativa de vida ao nascer.
PPC (PIB per capita).
Educação (relação entre anos médios de estudo e anos esperados de escolaridade).
O IDH é uma composição normalizada das 3 dimensões, o que faz com que seja um número entre
0 e 1. O processo é muito criticado por gerar distorções.
Em 2019, o IDH do Brasil foi 0,761, considerado alto, que coloca o Brasil em 79º lugar em
uma lista de 189 países.
Em um mundo cada vez mais globalizado e competitivo, a tecnologia é o maior recurso que um
país pode ter para se reposicionar no cenário. Não há receita pronta e cada país deve encontrar
seu caminho. Como certeza, apenas que é um processo que demora pelo menos de uma a duas
gerações e que passa pela educação e pela engenharia.
Imagem:Shutterstock.com
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. A FORMA ADOTADA PARA SE MEDIR A QUALIDADE DE VIDA DA
POPULAÇÃO É O IDH. TENDO COMO META AUMENTAR O IDH, QUAL DAS
AÇÕES ABAIXO É MENOS EFETIVA?
A) Investir em saneamento.
B) Ações para que todas as crianças tenham acesso à escola.
C) Ações para reduzir a evasão escolar.
D) Oferta de crédito para aumento do consumo.
2. PARA QUE O BRASIL EXPERIMENTE UM PERÍODO DE
DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO RELEVANTE E SUSTENTÁVEL,
PRECISAMOS, ENTRE OUTRAS COISAS, INVESTIR EM INOVAÇÃO
TECNOLÓGICA PARA NOS TORNARMOS MAIS COMPETITIVOS NO MUNDO
GLOBALIZADO. DAS OPÇÕES ABAIXO, EM QUAL DELAS HÁ MENOS
NECESSIDADE DE INVESTIMENTO?
A) Oportunidades para inovação (temas).
B) Cultura empreendedora.
C) Educação.
D) Legislação.
GABARITO
1. A forma adotada para se medir a qualidade de vida da população é o IDH. Tendo como
meta aumentar o IDH, qual das ações abaixo é menos efetiva?
A alternativa "D " está correta.
 
a) O investimento em saneamento melhora em muito a questão da saúde e, consequentemente, a
expectativade vida.
b) Crianças em idade escolar fora da escola impactam fortemente o indicador relação entre anos
médios de estudo e anos esperados de escolaridade.
c) Diminuir a evasão eleva a relação entre anos médios de estudo e anos esperados de
escolaridade, pois aproxima os números.
d) O incentivo ao consumo pela facilidade do crédito estimula a produção porque as vendas
aumentam, mas o efeito é localizado e provoca o endividamento das famílias, tornando esta opção
a menos efetiva dentre as fornecidas.
2. Para que o Brasil experimente um período de desenvolvimento econômico relevante e
sustentável, precisamos, entre outras coisas, investir em inovação tecnológica para nos
tornarmos mais competitivos no mundo globalizado. Das opções abaixo, em qual delas há
menos necessidade de investimento?
A alternativa "A " está correta.
 
Como foi visto, a Engenharia é a solucionadora de problemas, de forma que cada obstáculo pode
ser visto como uma oportunidade de inovação. Se o engenheiro possuir o olhar crítico para os
problemas da sua região, oportunidades não faltarão. A Universidade deve ser o elo entre as
novas tecnologias e os problemas da sociedade.
Todas as outras alternativas exigem investimentos e tempo de retorno, pois:
Mudar a cultura empreendedora pode custar mais de uma geração;
Melhorar a educação exige mais tempo ainda;
Mudar a legislação tributária e com possibilidades de incentivo a novas empresas também
exige tempo e recursos.
CONCLUSÃO
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Vimos o papel da Engenharia na construção da civilização ocidental até o processo evolutivo da
industrialização atual e sua importância como agente estratégico de desenvolvimento de um país.
Assim, podemos concluir que a Engenharia e o desenvolvimento são indissociáveis e que os
desafios são infinitos.
Que isso sirva como elemento motivador e de orgulho para que, ao longo de toda a formação e
atuação profissional, todos tenham uma postura ativa diante das oportunidades de aprendizagem
e de transformação da sociedade.
AVALIAÇÃO DO TEMA:
REFERÊNCIAS
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ABMES, Brasília, 2019.
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atômica– O drama da raça humana. Rio de Janeiro: Globo, 1975.
FIRJAN. Indústria 4.0. In: Firjan. Rio de Janeiro, 2016.
HOLTZAPPLE, Mark T.; REECE, W. Dan. Introdução à Engenharia. Rio de Janeiro: LTC, 2006.
INDÚSTRIA40. Agenda brasileira para a Indústria 4.0. In: Indústria40, Brasília (s.d.).
INSTITUTO DE ENGENHARIA. Indústria 4.0 pede engenheiro empreendedor e comunicativo.
In: Instituto de Engenharia, São Paulo, 2018.
MOTA, R.; FLORES, R. Z.; SEPEL, L.; LORETO, E. Método Científico & Fronteiras do
Conhecimento. Santa Maria: Cesma, 2003.
MOTA, R.; MACHADO, L.; DE PAULA, S. M. Bases Físicas para Engenharia. Rio de Janeiro:
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SACOMANO, J. B. et al. Indústria 4.0: Conceitos e fundamentos. São Paulo: Blucher, 2018.
VOLPATO, Neri (org.). Manufatura aditiva: Tecnologias e aplicações da impressão 3D. São
Paulo: Blucher, 2018.
VERASZTO, E. V. et al. A Engenharia e os Engenheiros ao Longo da História. Brasília:
Cobenge, 2003.
ZANINI, A. Sistemas cyber-físicos e cidades inteligentes. New York: Developer Works- IBM,
2015.
EXPLORE+
Para saber mais sobre os assuntos explorados neste tema, assista:
Inteligência Artificial – IBM, Discovery Brasil.
Para saber mais sobre os assuntos explorados neste tema, leia:
História dos engenheiros e da Engenharia ‒ VERASZTO, E. V. et al. A Engenharia e os
Engenheiros ao Longo da História. Brasília: Cobenge, 2003.
Indústria 4.0 ‒ FIRJAN. Indústria 4.0. In: Firjan. Rio de Janeiro, 2016, INDÚSTRIA40.
Agenda brasileira para a Indústria 4.0. In: Indústria40, Brasília (s.d.), INSTITUTO DE
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Sistemas Ciber-Físicos ‒ ZANINI, A. Sistemas cyber-físicos e cidades inteligentes. New
York: Developer Works- IBM, 2015.
CONTEUDISTA
Luiz Gil Solon Guimarães
 CURRÍCULO LATTES
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