Buscar

PROPOSTA : Por que ler os clássicos na escola?

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

"Abrir a cabeça"
"Há duas maneiras de abrir a cabeça de uma pessoa: ler um bom livro ou usar um
machado. Recomendo o de Assis.". Em tal citação, o autor Dilson de Oliveira Nunes sugere
que a única forma de se expandir o conhecimento e adquirir novas ideias seja pela leitura
de "bons livros", logo especificados como as grandes obras literárias que a maioria dos
brasileiros entra em contato durante o ensino médio, como, por exemplo, as do realista
Machado de Assis ou do romântico Álvares de Azevedo. Desse modo, o trocadilho de
Dilson destaca a importância da leitura dos clássicos na escola como objeto cultural
contrário à alienação e a favor da criação de adultos conscientes e com opiniões próprias,
além do bônus de se aprender de um modo mais divertido.
Dessarte, o estudo de composições literárias enquanto nas instituições educacionais
é imprescindível para a formação de indivíduos críticos, únicos e atentos, referências na luta
social contra a alienação e monotonicidade da população. Segundo Aline Carvalho,
bibliotecária, especialista em leitura e formação de leitores e diretora da Biblioteca Pública
Benedito Leite, e o escritor Silen Ribeiro, "a deficiência de leitura causa ao brasileiro
inúmeros danos, tais como a falta de criticidade e a alienação política e social". Por
exemplo, a importância do contato com obras clássicas evidencia-se na censura imposta
por regimes autoritários sobre uma população durante uma ditadura, que pretende impedir
que o povo desenvolva ideias próprias e revolucionárias a partir da leitura de obras, como,
por exemplo, o poema "Áporo", de Carlos Drummond, que, a partir de um jogo com
palavras, denuncia a ditadura da Era Vargas durante o Estado Novo, no século XX, e incita
seus leitores a protestarem. Assim, a leitura de bons livros é necessária para que o corpo
social "abra sua cabeça", crie diversos pontos de vista e não tenha as características
apresentadas por Aline.
À vista disso, a importância da leitura de composições clássicas também se dá na
aprendizagem através de diversos tipos literários que abordam assuntos da grade curricular
escolar de modos mais divertidos e atraentes. Por exemplo, a famosa obra do autor
britânico George Orwell, "Revolução dos Bichos", retrata a Revolução Russa a partir de
uma fábula que se passa na Granja dos Bichos, na qual personagens, como, por exemplo,
Stalin e Trotsky, são representadas por porcos, o que faz do romance mais interessante.
Desse jeito, a leitura de clássicos é um meio de conquistar e despertar o interesse de
leitores por outras áreas do conhecimento, tal como história.
Dessa forma, o contato de estudantes com composições literárias clássicas durante
a escolarização é de suma importância para a formação de cidadãos críticos, atentos e
pouco alienados, como disseram Aline Carvalho e Silen Ribeiro, e para diversificar a
aprendizagem e despertar novos interesses. Assim sendo, a partir da fala de Dilson Nunes,
pode-se dizer que ganha-se muito mais abrindo-se a cabeça com um bom livro do que com
uma machadada dos opressores que detêm todo o conhecimento.

Continue navegando