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(LEI Nº 10.826/03) ESTATUTO DO DESARMAMENTO ESTATUTO DO DESARMAMENTO Lei nº 10.826, de 22 de dezembro de 2003. Dispõe sobre registro, posse e comercialização de armas de fogo e munição, sobre o Sistema Nacional de Armas (Sinarm), define crimes e dá outras providências. (Norma penal em branco heterogênea) A norma penal em branco - É a lei que depende de outro ato normativo para que tenha sentido, uma vez que seu conteúdo é incompleto, isso acontece para que o princípio da legalidade não seja violado. Pode ser classificada como homogênea (Sentido lato) ou heterogênea (Sentido estrito). a) Homogêneas: Quando o complemento é oriundo da mesma fonte legislativa que editou a norma em branco (Lei formal complementada por outra Lei também formal). Ex.: O art. 237 do CP assim prevê: “Art. 237 - Contrair casamento, conhecendo a existência de impedimento que lhe cause a nulidade absoluta”. No entanto, o CP não diz quais são as causas de impedimento, sendo necessário o complemento do art. 1.521 do CC. Como o CC e o CP são oriundos da mesma fonte legislativa – Lei em sentido estrito editadas pelo Congresso Nacional, dizemos que a o art. 237 é norma penal em branco homogênea. Há quem as divide, ainda, em homovitelinas e heretovitelinas. A norma penal em branco homogênea homovitelinas ocorre quando o complemento está dentro da própria lei da norma em branco. Ex.: No art. 312 do CP, está tipificado o peculato, crime praticado por funcionário público, e, no próprio CP, no art. 327, está o conceito de funcionário público. Já a heretovitelinas ocorre quando o complemento está em lei diversa, como no exemplo do art. 237, visto anteriormente. b) Heterogêneas: Há ainda a norma penal em branco heterogênea, hipótese em que o complemento é oriundo de fonte legislativa diversa da norma em branco. (Lei formal complementada por decreto, portaria ou resoluções) Ex.: A lei de drogas indica o crime, a resolução da ANVISA indica as substancias (Atualmente é a resolução nº178/2002) Norma Penal em Branco A Lei nº 10.826/2003 não definiu o conceito do que é: ˃˃ Arma de fogo, acessório e munição; ˃˃ De uso permitido, restrito e proibido; e ˃˃ Artefato explosivo ou incendiário. Tais definições são dadas pelo Decreto nº 5.123/2004 (Regulamento do Estatuto do Desarmamento) e pelo Anexo do Decreto nº 3.665/2000 (Produtos Fiscalizados pelo Comando do Exército). Adotam-se algumas definições do Art. 3º do Anexo do Decreto nº 3.665/2000, das quais: I – Acessório: Engenho primário ou secundário que suplementa um artigo principal para possibilitar ou melhorar o seu emprego; II – Acessório de arma: Artefato que, acoplado a uma arma, possibilita a melhoria do desempenho do atirador, a modificação de um efeito secundário do tiro ou a modificação do aspecto visual da arma; XI – Arma branca: Artefato cortante ou perfurante, normalmente constituído por peça em lâmina ou oblonga; o estatuto do desarmamento não dispõe sobre arma branca, exemplos de armas branca: facas, canivetes e demais objetos cortantes são considerados armas brancas, XIII – Arma de fogo: Arma que arremessa projéteis empregando a força expansiva dos gases gerados pela combustão de um propelente confinado em uma câmara que, normalmente, está solidária a um cano que tem a função de propiciar continuidade à combustão do propelente, além de direção e estabilidade ao projétil. LI – Explosivo: Tipo de matéria que, quando iniciada, sofre decomposição muito rápida em produtos mais estáveis, com grande liberação de calor e desenvolvimento súbito de pressão; https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10608348/artigo-237-do-decreto-lei-n-2848-de-07-de-dezembro-de-1940 https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/111984002/c%C3%B3digo-penal-decreto-lei-2848-40 https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10608348/artigo-237-do-decreto-lei-n-2848-de-07-de-dezembro-de-1940 https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/111984002/c%C3%B3digo-penal-decreto-lei-2848-40 https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/111984002/c%C3%B3digo-penal-decreto-lei-2848-40 https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10599181/artigo-312-do-decreto-lei-n-2848-de-07-de-dezembro-de-1940 https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/111984002/c%C3%B3digo-penal-decreto-lei-2848-40 https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/111984002/c%C3%B3digo-penal-decreto-lei-2848-40 https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10597902/artigo-327-do-decreto-lei-n-2848-de-07-de-dezembro-de-1940 LXIV – Munição: Artefato completo, pronto para carregamento e disparo de uma arma, cujo efeito desejado pode ser: destruição, iluminação ou ocultamento do alvo; efeito moral sobre pessoal; exercício; manejo; outros efeitos especiais; LXXIX – Uso permitido: A designação “de uso permitido” é dada aos produtos controlados pelo Exército, cuja utilização é permitida a pessoas físicas em geral, bem como a pessoas jurídicas, de acordo com a legislação normativa do Exército; LXXX – Uso proibido: A antiga designação “de uso proibido” é dada aos produtos controlados pelo Exército designados como “de uso restrito”; LXXXI – Uso restrito: A designação “de uso restrito” é dada aos produtos controlados pelo Exército que só podem ser utilizados pelas Forças Armadas ou, autorizadas pelo Exército, algumas Instituições de Segurança, pessoas jurídicas habilitadas e pessoas físicas habilitadas. Os termos de uso permitido e de uso restrito são replicados pelo Regulamento do Estatuto do Desarmamento: - Art. 10, Decreto nº 5.123/2004: “Arma de fogo de uso permitido é aquela cuja utilização é autorizada a pessoas físicas, bem como a pessoas jurídicas, de acordo com as normas do Comando do Exército e nas condições previstas na Lei nº 10.826, de 2003”. - Art. 11, Decreto nº 5.123/2004: “Arma de fogo de uso restrito é aquela de uso exclusivo das Forças Armadas, de instituições de segurança pública e de pessoas físicas e jurídicas habilitadas, devidamente autorizadas pelo Comando do Exército, de acordo com legislação específica.” Portanto, o Comando do Exército é responsável pela classificação e definição das armas de fogo de uso permitido, restrito ou proibido, além das obsoletas e de valor histórico, conforme expõe o caput do Art. 23 do Estatuto. - Art. 23, Lei nº 10.826/2003: “A classificação legal, técnica e geral bem como a definição das armas de fogo e demais produtos controlados, de usos proibidos, restritos, permitidos ou obsoletos e de valor histórico serão disciplinadas em ato do chefe do Poder Executivo Federal, mediante proposta do Comando do Exército”. Em muitos lugares na referida lei, haverá expressões que determinam a necessidade de complemento normativo, tais como: “na forma/condições/termos do regulamento desta Lei”; “sem autorização e/ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar”. Obs.: Não existe crime culposo no estatuto desarmamento, existe apenas um crime que admite a forma culposa, qual seja, artigo 13. Omissão de cautela Art. 13. Deixar de observar as cautelas necessárias para impedir que menor de 18 (dezoito) anos ou pessoa portadora de deficiência mental se apodere de arma de fogo que esteja sob sua posse ou que seja de sua propriedade: Pena - Detenção, de 1 a 2 anos, e multa. DO SISTEMA NACIONAL DE ARMAS Art. 1º - O Sistema Nacional de Armas – SINARM, instituído no Ministério da Justiça, no âmbito da Polícia Federal, tem circunscrição em todo o território nacional. O Sistema Nacional de Armas, SINARM, é um conjunto de órgãos vinculado a polícia federal e ligado ao Ministério de Justiça que tem como objetivo fiscalizar e controlar a produção e o comércio, o registro e o cadastramento das armas de fogo no Brasil, salvo as das Forças Armadas e Auxiliares, bem como as dos órgãos que constem em seus registros próprios (Art. 2º, Parágrafo único): estas serão cadastradas no SIGMA (Sistema de Gerenciamento Militar de Armas). Art. 2º - Ao Sinarm compete: I - Identificar as características e a propriedade de armas de fogo, mediante cadastro;II - Cadastrar as armas de fogo produzidas, importadas e vendidas no País; III - Cadastrar as autorizações de porte de arma de fogo e as renovações expedidas pela Polícia Federal; IV - Cadastrar as transferências de propriedade, extravio, furto, roubo e outras ocorrências suscetíveis de alterar os dados cadastrais, inclusive as decorrentes de fechamento de empresas de segurança privada e de transporte de valores; V - Identificar as modificações que alterem as características ou o funcionamento de arma de fogo; É ilegal: Acessório, mira a laser, silenciador e etc. VI - Integrar no cadastro os acervos policiais já existentes; As armas de instituições como forças auxiliares, Exército, Marinha e Aeronáutica são controladas pelo Comando do Exército, não pelo Sinarm. VII - Cadastrar as apreensões de armas de fogo, inclusive as vinculadas a Procedimentos policiais e judiciais; VIII – Cadastrar os armeiros em atividade no País, bem como conceder licença para exercer a atividade; IX – Cadastrar mediante registro os produtores, atacadistas, varejistas, exportadores e importadores autorizados de armas de fogo, acessórios e munições; X – Cadastrar a identificação do cano da arma, as características das impressões de raiamento e de micro estriamento de projétil disparado, conforme marcação e testes obrigatoriamente realizados pelo fabricante. Para possíveis exames se caso um projétil ser disparado por uma arma, fazendo isso eles descobrem através do exame balístico se tal munição saiu de uma respectiva arma, desde que tenha a arma para seu estudo, ou seja, cada arma tem seu próprio raiamento, é como se fosse a impressão digital da arma. XI – Informar às Secretarias de Segurança Pública dos Estados e do Distrito Federal os registros e autorizações de porte de armas de fogo nos respectivos territórios, bem como manter o cadastro atualizado para consulta. Parágrafo único. As disposições deste artigo não alcançam as armas de fogo das Forças Armadas (Marinha, exército e aeronáutica) e Auxiliares (Bombeiro e polícia militar dos estados e DF), bem como as demais que constem dos seus registros próprios. SIGMA - Forças armadas, das Polícias Militares e Corpos de Bombeiros Militares, da Agência Brasileira de Inteligência e do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República. SINARM - Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal, Polícias Civis, órgãos policiais da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, integrantes do quadro efetivo dos agentes e guardas prisionais, integrantes das escolas de presos, das Guardas Portuárias, das Guardas Municipais e dos órgãos públicos cujos servidores tenham autorização legal para portar arma de fogo em serviço. COMPETÊNCIA O controle de armas pelo Brasil é feito pelo SINARM que é uma entidade da União. O TJRJ entendia que os crimes do Estatuto são de competência da Justiça Federal. O STJ decidiu: O que fixa a competência é o bem jurídico tutelado, a incolumidade pública, que pertence à coletividade e não a União, salvo se atingir interesse da desta (exceção: tráfico Internacional é competência da Justiça federal). O porte ilegal de arma de fogo praticado por militar em área sujeita a administração militar, não é crime militar, logo a competência não é da justiça militar, sendo da Justiça Estadual. A competência para determinar em qual local a arma apreendida, no processo, deve ser entregue é do juiz do processo e não do comando do Exército. O STJ, CAT.191-BA ao comando do Exército compete estabelecer quais as unidades militares que podem receber as armas apreendidas em processos judiciais, agora ao juiz criminal compete decidir em qual dessas unidades a arma deve ser entregue. BEM JURÍDICOS TUTELADOS NO ESTATUTO DESARMAMENTO - Bem jurídico imediato: No estatuto do desarmamento é a incolumidade pública (Segurança) - Bem jurídico mediato: A vida, a integridade física, patrimônio, liberdade, dentre os bens jurídicos fundamentais. - Natureza dos crimes: Para a 01º turma do STF e para 05º turma do STJ crimes de perigo abstrato – pacífico (STF HC 101994/SP). Crimes de perigo abstrato - São aqueles que não exigem a lesão de um bem jurídico ou a colocação deste bem em risco real e concreto. São tipos penais que descrevem apenas um comportamento, uma conduta, sem apontar um resultado específico como elemento expresso do injusto. Ex.: Portar arma sem porte/registro, podendo responder por porte ilegal de arma de fogo, nem precisa efetuar disparo nenhum, apenas a conduta já configura o crime. DO REGISTRO Art. 3º - É obrigatório o registro de arma de fogo no órgão competente. O órgão competente para registrar a arma de fogo é a Polícia Federal, através de suas unidades policiais instaladas em todos os Estados, Distrito federal e Territórios. É necessário registrar qualquer arma de fogo? Sim, é obrigatório o registro de arma de fogo com autorização do SINARM. Parágrafo único. As armas de fogo de uso restrito serão registradas no Comando do Exército, na forma do regulamento desta Lei. Antigamente vigorava a ideia de que as armas de uso permitido iam para o Sinarm, enquanto as armas de uso restrito iam para o Sigma. Contudo, os decretos de 2019 que regulamentaram o Estatuto diferenciaram a distribuição do cadastro e registro de armas por órgão: - Para o Sigma são dirigidas as Forças Armadas, os militares, PM, o Corpo de Bombeiros, o GSI, e a ABIN, sejam suas armas de uso permitido ou restrito. - Já as armas referentes aos demais órgãos (como Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal, Polícia Civil, Agentes Penitenciários, Guardas Municipais, Policiais Legislativos) serão dirigidas ao Sinarm. Atenção: As armas de fogo • De uso restrito são cadastradas no Sistema de Gerenciamento Militar de Armas do Comando do Exército (Sigma). • De uso permitido são cadastradas no Sinarm. Obs.: • Arma de uso restrito: Aquela em que o cidadão não pode movimentar, salvo autorização via comando do exército; Ex.: As armas de uso restrito são as pistolas automáticas de grosso calibre, metralhadoras, fuzis e as de operação de guerra, ou seja, considera-se arma de uso restrito aquela a partir de munição .40. Esta medida visa coibir o problema do contrabando, visto que mesmo sendo proibidas para uso comum há muitas contrabandeadas que estão em mãos de traficantes de drogas, e são usadas pelo crime organizado. Além disso, ao Comando do Exército, cabe a autorização para adquirir as armas de fogo de uso restrito (Art. 27). Art. 27, Lei nº 10.826/2003: Caberá ao Comando do Exército autorizar, excepcionalmente, a aquisição de armas de fogo de uso restrito. Parágrafo único. O disposto neste artigo não se aplica às aquisições dos Comandos Militares. • Arma de fogo de uso permitido: Quando a pessoa tiver autorização para a compra, ela pode registrá-la em seu nome e mantê-la em sua casa, caso atenda aos requisitos legais. DA POSSE A regra geral é a proibição da posse ou do porte de armas de fogo em território nacional, excepcionalmente um particular poderá obter a posse legal, desde que seja de uso permitido e preencha os requisitos necessários (Art. 4º): idade mínima, em regra, de 25 anos (Art. 28); curso técnico; avaliação Psicológica; pagamento de taxas etc. Assim, para se utilizar a arma, é necessário que haja autorização administrativa (ato precário) e certificado válido. Art. 4º - Para adquirir arma de fogo de uso permitido o interessado deverá, além de declarar a efetiva necessidade, atender aos seguintes requisitos: I - Comprovação de idoneidade, com a apresentação de certidões de antecedentes criminais fornecidas pela Justiça Federal, Estadual, Militar e Eleitoral e de não estar respondendo a inquérito policial ou a processo criminal; II - Apresentação de documento comprobatório de ocupação lícita e de residência certa; III - Comprovação de capacidade técnica (que eu sei usar uma arma) e de aptidão psicológica para o manuseiode arma de fogo, atestadas na forma disposta no regulamento desta Lei. OBS.: O Certificado de Registro de Arma de Fogo (CRAF) somente autoriza a posse e não o porte. OBS.: Para se adquirir arma de fogo, é necessário, ainda, ter mais de 25 anos de idade. § 1º - O SINARM expedirá autorização de compra de arma de fogo após atendidos os requisitos anteriormente estabelecidos, em nome do requerente e para a arma indicada, sendo intransferível esta autorização. Caso o portador da arma queira vender. OBS.: Se a arma for de objeto de herança, ela deverá passar pelo mesmo procedimento. § 2º - A aquisição de munição somente poderá ser feita no calibre correspondente à arma adquirida e na quantidade estabelecida no regulamento desta Lei. É necessário que a munição seja do mesmo calibre e a sua quantidade controlada, porque poderá ocorrer da pessoa que possui arma autorizada comparecer à casa de armas, munida da autorização de compra e comprar munição diferente para ser usada em outra arma não autorizada. Por exemplo, se a pessoa possuir um revólver calibre 38, não poderá comprar munição calibre 45. Na hora de vender a munição o vendedor deverá exigir do comprador a apresentação do documento de identidade, da autorização para a compra e o porte de arma, a fim de se cientificar da legalidade da compra da munição. Se ele notar que os documentos são falsos, além de não vender a munição deverá comunicar a polícia para que sejam tomadas as providencias cabíveis contra o falsário. Importante: A não comunicação à polícia implicará na sua responsabilidade penal. Decretos sobre armas Até 2018, o dispositivo legal que regulamentava as compras de munição era o decreto 5.123, de 2004. Esse dispositivo legal regulamentou o Estatuto do Desarmamento e previa que o limite de compra seria definido por portaria do Ministério da Defesa, ouvido o Ministério da Justiça. Com isso, em 2006, o Exército Brasileiro editou a portaria normativa 1.811 que fixou em 50 a quantidade de munições que poderiam ser compradas. A regra foi essa até que, em maio de 2019, o governo Bolsonaro editou o decreto 9.785. O decreto autorizava a compra de até mil munições para armas restritas e 5 mil para armas de uso permitido. Em junho do mesmo ano, foi editado um outro decreto que tratava da questão armamentista, de número 9.844. Esse texto manteve os mesmos números da norma anterior. Os decretos fazem parte de uma série de oito normas que tratam de armamento baixadas por Bolsonaro em 2019. Quatro estão válidos. Os demais foram revogados. O decreto 9.844 é uma das normas revogadas, em junho de 2019. Mas em setembro do mesmo ano, outra norma foi editada. O decreto 10.030 previu que uma nova portaria dos ministros da Defesa e da Justiça fixaria a quantidade de munições que poderiam ser compradas por civis. Governo publica portaria que aumenta limite de compra de munição para quem tem arma registrada, texto revoga portaria publicada em janeiro de 2020. Permissão para compra de munição por civis que têm direito ao porte e à posse de armas passa de 200 por ano para 550 por mês. A portaria em questão, revoga uma outra, de janeiro deste ano. A nova portaria, além de aumentar a quantidade de munição que pode ser comprada, especifica com mais detalhes que a anterior os limites a serem respeitados de acordo com a categoria profissional e o tipo de arma. https://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2019/06/28/veja-o-que-mudou-sobre-posse-e-porte-de-armas-apos-7-decretos-do-governo.ghtml https://g1.globo.com/politica/noticia/2020/01/30/governo-fixa-em-200-quantidade-de-municoes-que-podem-ser-compradas-anualmente-por-civis.ghtml Veja as regras Civis que tenham posse (Manter em casa) ou porte (Carregar na rua) de arma de fogo, poderão comprar, por mês: - Até 300 unidades de munição esportiva calibre 22. - Até 200 unidades de munição de caça e esportiva nos calibres 12, 16, 20, 24, 28, 32, 36 e 9.1mm; - Até 50 unidades das demais munições de calibre permitido. Obs.: A portaria de janeiro previa 200 unidades de munição por ano para pessoas físicas e não especificava os calibres. Autoridades como policiais, bombeiros e integrantes das Forças Armadas poderão comprar, por mês: - Até 300 unidades de munição esportiva calibre 22. - Até 200 unidades de munição de caça e esportiva nos calibres 12, 16, 20, 24, 28, 32, 36 e 9.1mm; - Até 100 unidades das demais munições de calibre permitido. - Até 50 unidades de munições de calibre restrito. Obs.: No caso das autoridades, a portaria de janeiro punha o limite de 600 unidades por ano e não especificava os calibres. § 3º - A empresa que comercializar arma de fogo em território nacional é obrigada a comunicar a venda à autoridade competente, como também a manter banco de dados com todas as características da arma e cópia dos documentos previstos neste artigo. Cabe destacar que, para se comprar uma arma é necessário, em primeiro lugar, entrar com um pedido de autorização de compra na Polícia Federal. Desse modo, somente após conseguida a autorização é que o cidadão poderá adquirir o objeto em uma empresa autorizada. É importante observar, ainda, que após comprada a arma, é necessário entrar com o seu pedido de registro também na Polícia Federal. É através desse certificado de registro (CRAF) que se comprova a autorização de posse de arma. § 4º - A empresa que comercializa armas de fogo, acessórios e munições responde legalmente por essas mercadorias, ficando registradas como de sua propriedade enquanto não forem vendidas. § 5º - A comercialização de armas de fogo, acessórios e munições entre pessoas físicas somente será efetivada mediante autorização do SINARM. Como descrito pelo artigo 4º §5º, para que uma arma de fogo seja transferida de seu detentor titular – em nome de quem está registrada e é emitido o CRAF (Certificado de Registro de Arma de Fogo) –, para um terceiro, se faz necessário solicitar autorização anterior para a execução da transferência. § 6º - A expedição da autorização a que se refere o § 1º será concedida, ou recusada com a devida fundamentação, no prazo de 30 (trinta) dias úteis, a contar da data do requerimento do interessado. § 7º - O registro precário a que se refere o § 4º prescinde do cumprimento dos requisitos dos incisos I, II e III deste artigo. Obs.: Portanto, o proprietário da empresa que comercializa não precisará cumprir com os incisos. § 8º - Estará dispensado das exigências constantes do inciso III do caput deste artigo, na forma do regulamento, o interessado em adquirir arma de fogo de uso permitido que comprove estar autorizado a portar arma com as mesmas características daquela a ser adquirida. Diferencia-se posse de porte: A posse de arma de fogo restringe-se à circunscrição residencial ou empresarial (desde que proprietário ou responsável); já o porte é a autorização de levar a arma de fogo consigo além desses locais (proibido aos particulares em geral). Art. 5º - O Certificado de Registro de Arma de Fogo, com validade em todo o território nacional, autoriza o seu proprietário a manter a arma de fogo exclusivamente no interior de sua residência ou domicílio, ou dependência desses, desde que seja ele o titular ou o responsável legal do estabelecimento ou empresa. Em caso de necessidade de um indivíduo se deslocar com a arma de sua casa para o trabalho e do trabalho para sua casa, por exemplo, este deverá solicitar a chamada Guia de Tráfego ou Guia de Trânsito, que autoriza o deslocamento com a arma dentro dos limites especificados no documento. Caso não emita esta guia, o trânsito com a arma será considerado ilegal, logo estará praticando o crime de porte ilegal de arma. ATENÇÃO: Lembre-se que a posse de arma não autoriza seu titular responsável a andar com a mesma na rua, para tal é necessário, além de possuir o CRAF, solicitar o porte de arma. Nesse cenário, o porte será vinculado à arma, salvo em caso de porte institucional. Ressalta-seque a comercialização, produção, importação, exportação ou manutenção de armas de fogo em território nacional, em regra, são proibidas (Art. 35), devendo as pessoas jurídicas serem autorizadas, previamente, pelo Comando do Exército (Art. 24) e, posteriormente, cadastradas no Sinarm (Art. 2º, IX). De igual modo aos armeiros (Art. 2º, VIII). Art. 24, Lei nº 10.826/2003: “Excetuadas as atribuições a que se refere o art. 2º desta Lei, compete ao Comando do Exército autorizar e fiscalizar a produção, exportação, importação, desembaraço alfandegário e o comércio de armas de fogo e demais produtos controlados, inclusive o registro e o porte de trânsito de arma de fogo de colecionadores, atiradores e caçadores.” Art. 35, Lei nº 10.826/2003: “É proibida a comercialização de arma de fogo e munição em todo o território nacional, salvo para as entidades previstas no art. 6º desta Lei.” O comércio entre pessoas físicas também é proibido, devendo-se preceder de autorização no Sinarm (Art. 4º, §5º). Fique ligado! A proibição não se restringe apenas às armas de fogo, mas também às armas de brinquedo (Art. 26): Art. 26, Lei nº 10.826/2003: São vedadas a fabricação, a venda, a comercialização e a importação de brinquedos, réplicas e simulacros de armas de fogo, que com estas se possam confundir. Parágrafo único. Excetuam-se da proibição as réplicas e os simulacros destinados à instrução, ao adestramento, ou à coleção de usuário autorizado, nas condições fixadas pelo Comando do Exército. É possível manter em casa arma recebida como herança, há muito tempo? É possível, mas para manter em casa arma de fogo, mesmo antiga, é necessário possuir o registro fornecido pelo SINARM através da Polícia Federal. No caso de herança, se a arma já era registrada deve ser requerida a transferência da propriedade ao interessado e será providenciado o novo registro. Se a arma não possuía registro anterior o interessando fará uma declaração de bem de herança, sob as penas do art. 299 do CP, reconhecerá sua firma em cartório e a enviará à Polícia Federal requerendo o registro da arma. Esse procedimento evitará que o herdeiro da arma infrinja o art. 6º do Estatuto do Desarmamento, que proíbe o porte de arma em todo o território nacional. Mas atenção: Antes de enviar o processo ao SINARM, a Polícia Federal consultará sob a procedência da arma junto aos órgãos de segurança pública dos Estados e Distrito Federal e judiciais para saber se a arma está envolvida com a prática de crime. Nada constado sobre ela no registro será liberado em nome do herdeiro requerente. É importante ressaltar que o registro será pessoal e intransferível porque a arma adquirida por herança não poderá ser transacionada. O registro de arma, expedido em um Estado, tem validade em outro? O registro de arma de fogo tem validade em todo o território nacional, porém os registros expedidos pelos órgãos de segurança dos Estados terão validade no prazo de 90 dias após a data da publicação do Estatuto do Desarmamento (22/12/2003), porque os órgãos de segurança estaduais não mais têm competência para expedir registro de arma e nem o porte. § 1º - O certificado de registro de arma de fogo será expedido pela Polícia Federal e será precedido de autorização do SINARM. Após a data da publicação do Estatuto do Desarmamento (22/12/2003), somente a Polícia Federal passa a ter competência em todo o território nacional para expedir o certificado de registro de arma de fogo. As polícias civis dos Estados não têm mais competência para tal, e os registros emitidos nos estados, terão validade até 22/03/2004, devendo após esta data ser renovados junto a Polícia Federal, com autorização do SINARM. § 2º - Os requisitos de que tratam os incisos I, II e III do art. 4º deverão ser comprovados periodicamente, em período não inferior a 3 (Três) anos, na conformidade do estabelecido no regulamento desta Lei, para a renovação do Certificado de Registro de Arma de Fogo. § 3º - Os registros de propriedade, expedidos pelos órgãos estaduais, realizados até a data da publicação desta Lei, deverão ser renovados mediante o pertinente registro federal no prazo máximo de 3 (três) anos. § 4º - Para fins do cumprimento do disposto no § 3º deste artigo, o proprietário de arma de fogo poderá obter, no Departamento de Polícia Federal, certificado de registro provisório, expedido na rede mundial de computadores (internet), na forma do regulamento e obedecidos os procedimentos a seguir: I – Emissão de certificado de registro provisório pela internet, com validade inicial de 90 (noventa) dias; e II – Revalidação pela unidade do Departamento de Polícia Federal do certificado de registro provisório pelo prazo que estimar como necessário para a emissão definitiva do certificado de registro de propriedade. § 5º - Aos residentes em área rural, para os fins do disposto no caput deste artigo, considera-se residência ou domicílio toda a extensão do respectivo imóvel rural. (Incluído pela Lei nº 13.870, de 2019) DO PORTE O porte de arma de fogo, em regra, é proibido — principalmente aos particulares — porém, como a Lei n. 10.826/2003 não é um rol taxativo, mas exemplificativo, outras regulamentações determinam o porte, por exemplo, a membros como juízes e promotores. Ainda nessa perspectiva, integrantes de órgãos de fiscalização, como o Ibama, têm direito a porte de arma como disposto no Decreto n. 5.123/2004. As legislações próprias que trazem o porte de arma são a Lei Orgânica da Magistratura Nacional (LOMAN – Lei complementar n. 35/1979) e a Lei Orgânica do Ministério Público (LOMP – Lei n. 8.625/1993): • LOMAN: Art. 33 - São prerrogativas do magistrado: V – Portar arma de defesa pessoal. • LOMP: Art. 42 - Os membros do Ministério Público terão carteira funcional, expedida na forma da Lei Orgânica, valendo em todo o território nacional como cédula de identidade, e porte de arma, independentemente, neste caso, de qualquer ato formal de licença ou autorização. O membro do Tribunal de Contas é equiparado a magistrado; desse modo, também possui o porte de arma. ATENÇÃO: É interessante que o candidato esteja atento para as disposições presentes nos artigos 4º, 6º e 10, a saber: • O artigo 4º trata dos requisitos para a posse de arma. É nele que é abordado o tema do CRAF. • O artigo 6º trata acerca do porte funcional de arma. • Por sua vez, o artigo 10º trata dos requisitos para o porte de arma. Os artigos 4º e 10º são aplicados ao cidadão comum; já o artigo 6º diz respeito ao porte funcional, ou seja, é aplicado àqueles que já têm garantido o porte de arma devido à função que exercem, dispensando, assim, o artigo 10. Art. 6º - É proibido o porte de arma de fogo em todo o território nacional, salvo para os casos previstos em legislação própria e para: I - Os integrantes das Forças Armadas; (Marinha, exército e aeronáutica – Dentro/Fora do serviço). A Lei nº 10.826 aborda o tema do porte de arma para integrantes das Forças Armadas de forma genérica. No entanto, no momento de aplicação, o Comando do Exército regulamenta esse porte. II - Os integrantes de órgãos referidos nos incisos do caput do art. 144 da Constituição Federal; e os da forca nacional de segurança pública. Diz o art. 144, da Constituição Federal: “A segurança pública, dever do Estado, direito e responsabilidade de todos, é exercida para a preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio, através dos seguintes órgãos”: I - Polícia federal; II - Policia rodoviária federal; III - Policia ferroviária federal; IV - Policias civis; V - Policiais militares e corpos de bombeiros militares; Importante: Esses policiais têm o livre porte de arma e independem de autorização prévia para portá- la. E ATENÇÃO! STJ decide: Policiais aposentados não têm direito a portar armas de fogo! STJ: O porte de arma de fogo a que têm direito os policiais da ativa não se estende aos policiaisaposentados. O Informativo de Jurisprudência é uma publicação periódica que divulga notas sobre teses de especial relevância firmadas nos julgamentos do STJ, selecionadas pela repercussão no meio jurídico e pela novidade no âmbito do tribunal. Nesta nova edição, dentre os temas relevantes, destaca-se ‘a vedação da manutenção do porte funcional de arma de fogo para o policial aposentado’. "Direito penal. porte de arma de fogo por policial aposentado. O porte de arma de fogo a que têm direito os policiais (arts. 6º da Lei nº 10.826/2003 e 33 do Decreto nº 5.123/2014) não se estende aos policiais aposentados. Isso porque, de acordo com o art. 33 do Decreto nº 5.123/2014, que regulamentou o art. 6º da Lei nº 10.826/2003, o porte de arma de fogo está condicionado ao efetivo exercício das funções institucionais por parte dos policiais, motivo pelo qual não se estende aos aposentados. Precedente citado: RMS 23.971 - MT, Primeira Turma, DJe 16/04/2008. HC 267.058 - SP, Relator Min. Jorge Mussi, julgado em 04/12/2014, DJe 15/12/2014." A decisão final sobre a demanda foi tomada pela Primeira turma do STJ ao julgar um Habeas Corpus oriundo de São Paulo. Julgada em 04/12/2014, publicada em 15/12/2014, tendo recentemente seu trânsito em julgado. Pela decisão, "o porte de arma de fogo está condicionado ao efetivo exercício das funções institucionais por parte dos policiais, motivo pelo qual não se estende aos aposentados". Os Ministros baseiam essa decisão no art. 33 do Decreto nº 5.123/2014, que regulamentou o art. 6º da Lei nº 10.826/2003 (a chamada lei do desarmamento). Analisemos então o fundamento jurídico utilizado pelos julgadores para negar a continuidade do porte de arma aos policiais aposentados. Depreende-se do parágrafo 2º do artigo 6º da Lei nº 10.826/2003, com redação dada pela Lei nº 11.706, de 2008, que os policiais terão direito de portar arma de fogo de propriedade particular ou fornecida pela respectiva corporação ou instituição, mesmo fora de serviço com validade em âmbito nacional. É o porte funcional de arma de fogo. O dispositivo informa ainda que esse porte funcional de arma de fogo deverá se dar “nos termos do regulamento desta Lei”. Este regulamento é o Decreto (presidencial) nº 5.123, de 1º de julho de 2004. Portanto, o porte funcional de arma de fogo para o policial deve obedecer aos termos desse decreto presidencial. Ocorre que, no artigo 33 desse regulamento, estabelece que o porte de arma de fogo é funcional, somente devendo ser deferido aos policiais em razão do desempenho de suas funções institucionais. Ou seja, aos Policiais da ativa, excetuando os já aposentados. Isso é uma vergonha... Você passa a vida se dedicando a combater o crime e quando se aposenta te tiram o direito ao porte de arma, como se sua história de combater bandidos fosse apagada, bem como a memória dos marginais! Obs.: Policial civil aposentado possui porte de arma. III - Os integrantes das guardas municipais, nas condições estabelecidas no regulamento desta Lei; IV - Os integrantes das guardas municipais dos Municípios com mais de 250.000 (duzentos e cinquenta mil) e menos de 500.000 (quinhentos mil) habitantes, quando em serviço; REVOGADO ATENÇÃO: Em junho de 2018, o ministro Alexandre de Morais, por meio de medida cautelar, solicitou a suspensão dos incisos III e IV sob o argumento de que, no momento da criação da lei, entendeu-se que um município grande seria mais violento que um pequeno; logo, a Guarda Municipal de um município grande deveria ter o porte full; enquanto aqueles atrelados a municípios com mais de cinquenta mil e menos de quinhentos mil habitantes deveriam possuir o porte apenas em serviço; e, finalmente, aqueles que estivessem em municípios com menos de cinquenta mil habitantes, que não sejam capital nem região metropolitana, não deveriam ter o porte. Nesse sentido, foi argumentado que existem cidades pequenas que são muito mais violentas que cidades grandes, não cabendo, dessa maneira, a diferenciação das guardas pelo número de habitantes. http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10988381/artigo-6-da-lei-n-10826-de-22-de-dezembro-de-2003 http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/111984041/estatuto-do-desarmamento-lei-10826-03 http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10988381/artigo-6-da-lei-n-10826-de-22-de-dezembro-de-2003 http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/111984041/estatuto-do-desarmamento-lei-10826-03 http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10988381/artigo-6-da-lei-n-10826-de-22-de-dezembro-de-2003 http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/111984041/estatuto-do-desarmamento-lei-10826-03 http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/111984041/estatuto-do-desarmamento-lei-10826-03 http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10987914/par%C3%A1grafo-2-artigo-6-da-lei-n-10826-de-22-de-dezembro-de-2003 http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10988381/artigo-6-da-lei-n-10826-de-22-de-dezembro-de-2003 http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/111984041/estatuto-do-desarmamento-lei-10826-03 http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/93534/lei-11706-08 http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/97624/decreto-5123-04 Cautelarmente, então, foi pedido que o porte fosse estendido a todas as cidades e que fosse full para todas elas. Vejamos, a seguir, a liminar referente ao assunto: - Liminar autoriza porte de arma para todas as guardas municipais: O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), concedeu medida cautelar na Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) 5948 para autorizar suspender os efeitos de trecho da Lei 10.826/2003 (Estatuto do Desarmamento) que proíbe o porte de arma para integrantes das guardas municipais de munícipios com menos de 50 mil habitantes e permite o porte nos municípios que têm entre 50 mil e 500 mil habitantes apenas quando em serviço. Com base nos princípios da isonomia e da razoabilidade, o relator disse que é preciso conceder idêntica possibilidade de porte de arma a todos os integrantes das guardas civis, em face da efetiva participação na segurança pública e na existência de similitude nos índices de mortes violentas nos diversos municípios. V - Os agentes operacionais da Agência Brasileira de Inteligência e os agentes do Departamento de Segurança do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República; A Agência Brasileira de Inteligência é o órgão integrante da estrutura do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República e atua junto ao Departamento de Segurança do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República. Seus agentes atuam com autonomia funcional e têm o livre porte de arma, quer em serviço quer de folga. Conforme disposto acima, os agentes operacionais da Abin e do GSI têm porte de arma funcional. Cabe lembrar, também, que suas armas são encaminhadas para o Sigma. VI - Os integrantes dos órgãos policiais referidos no art. 51, IV, e no art. 52, XIII, da Constituição Federal; O texto refere-se à polícia legislativa da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, cujos integrantes têm o direito de portar arma independente de autorização. CF/88 - Art. 51. Compete privativamente à Câmara dos Deputados: IV - Dispor sobre sua organização, funcionamento, polícia, criação, transformação ou extinção dos cargos, empregos e funções de seus serviços, e a iniciativa de lei para fixação da respectiva remuneração, observados os parâmetros estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias CF/88 - Art. 52. Compete privativamente Senado Federal: XIII - Dispor sobre sua organização, funcionamento, polícia, criação, transformação ou extinção dos cargos, empregos e funções de seus serviços, e a iniciativa de lei para fixação da respectiva remuneração, observados os parâmetros estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias. VII - Os integrantes do quadro efetivo dos agentes e guardas prisionais, os integrantes das escoltas de presos e as guardas portuárias; Obs.: Em 2014, houve o acréscimo de um parágrafo ao artigo 6º, que determinaexpressamente quais são as condições para toda e qualquer pessoa de guarda prisional ter porte de arma. Levando-se em consideração a liminar dada por Alexandre de Morais, pode-se entender, atualmente, que todos os integrantes e instituições tratados nos incisos I, II, III, IV, V e VI têm o porte de arma full. A única diferença compete ao inciso VII, no qual terão o porte de arma em serviço ou fora de serviço apenas os agentes e guardas prisionais e os integrantes das escoltas de presos, excluindo-se, desse modo, as guardas portuárias: Art. 6º - É proibido o porte de arma de fogo em todo o território nacional, salvo para os casos previstos em legislação própria e para: [...] § 1º-B. Os integrantes do quadro efetivo de agentes e guardas prisionais poderão portar arma de fogo de propriedade particular ou fornecida pela respectiva corporação ou instituição, mesmo fora de serviço, desde que estejam: (Incluído pela Lei n. 12.993, de 2014) I – Submetidos a regime de dedicação exclusiva; II – Sujeitos à formação funcional, nos termos do regulamento; e III – Subordinados a mecanismos de fiscalização e de controle interno. § 1º-C. (VETADO). ATENÇÃO: Do guarda portuário para frente, ou seja, a partir dos próximos incisos, o porte de arma não é full, mas somente em serviço ou na atividade. VIII - As empresas de segurança privada e de transporte de valores constituídas, nos termos desta Lei; Porte em nome da empresa e uso apenas em serviço: competência da Polícia Federal (Art. 7º). Obs.: Periodicamente, as empresas de segurança privada e de transporte de valores deverão encaminhar ao Sinarm uma lista de todos os funcionários aos quais foi acautelado o porte de armas de fogo para fins de serviço de segurança, como vigilantes, seguranças etc. Portanto, quem se responsabiliza pelo porte de arma propriamente dito é as empresas, não os funcionários. IX - Para os integrantes das entidades de desporto legalmente constituídas, cujas atividades esportivas demandem o uso de armas de fogo, na forma do regulamento desta Lei, observando-se, no que couber, a legislação ambiental. X - Integrantes das Carreiras de Auditoria da Receita Federal do Brasil e de Auditoria-Fiscal do Trabalho, cargos de Auditor-Fiscal e Analista Tributário. ATENÇÃO: O porte de Auditor da Receita Federal do Brasil e do Auditor fiscal do Trabalho é somente funcional, ou seja, somente em serviço. Lembre-se que desde o guarda portuário, em diante, o porte é somente em serviço. Cabe destacar que a mesma justificativa para o porte de arma dos auditores pode ser utilizada para os oficiais de Justiça, porém estes não têm porte funcional previsto na lei. Ele pode pedir o porte de arma como cidadão, conforme o art.10 do Estatuto do Desarmamento, que determina como requisitos a ameaça à integridade física e atividade profissional. No Distrito Federal, há uma celeuma muito grande em relação ao porte do agente de trânsito do Detran-DF. No rol do art.6º não existe o Detran, logo como o Supremo Tribunal Federal (STF) entende que uma legislação sobre arma é de competência federal. O problema é que no DF existia uma legislação antiga que dava porte de arma para os agentes de trânsito. Com isso, acontecia que o agente de trânsito ia multar alguém e esse alguém era um bombeiro ou policial militar, que, ao perceber que o agente de trânsito estava armado, prendia-o em flagrante. ATENÇÃO: Levando-se em consideração o Estatuto do Desarmamento, o agente de trânsito não possui porte de arma. XI - Os tribunais do Poder Judiciário descritos no art. 92 da Constituição Federal e os Ministérios Públicos da União e dos Estados, para uso exclusivo de servidores de seus quadros pessoais que efetivamente estejam no exercício de funções de segurança, na forma de regulamento a ser emitido pelo Conselho Nacional de Justiça - CNJ e pelo Conselho Nacional do Ministério Público - CNMP. Não confundir com o que está determinado no caput, em quem verifica-se que que o juiz e o promotor têm porte de acordo com a Lei Orgânica da Magistratura e a Lei Orgânica do Ministério Público confere porte ao membro de poder. Assim como, o conselheiro do Tribunal de Contas, que é equiparado a juiz, também tem porte. Destaca-se que no inciso XI, o porte diz respeito ao porte somente em serviço, conferido aos tribunais, mas quem vai utilizar a arma é o agente de segurança dos tribunais que estão começando a ser chamados de policiais judiciais, nomenclatura já admitida pelo Conselho Nacional de Justiça neste sentido. Art. 7º-A. As armas de fogo utilizadas pelos servidores das instituições descritas no inciso XI do art. 6º serão de propriedade, responsabilidade e guarda das respectivas instituições, somente podendo ser utilizadas quando em serviço, devendo estas observar as condições de uso e de armazenagem estabelecidas pelo órgão competente, sendo o certificado de registro e a autorização de porte expedidos pela Polícia Federal em nome da instituição. (Incluído pela Lei n. 12.694, de 2012) Observa-se que copiaram o modelo das empresas de segurança em que o porte é da empresa. A diferença é que na empresa, os vigilantes armados trocam de turno constantemente, enquanto o agente de segurança é um cargo efetivo. § 1º - A autorização para o porte de arma de fogo de que trata este artigo independe do pagamento de taxa. § 2º - O presidente do tribunal ou o chefe do Ministério Público designará os servidores de seus quadros pessoais no exercício de funções de segurança que poderão portar arma de fogo, respeitado o limite máximo de 50% (cinquenta por cento) do número de servidores que exerçam funções de segurança. § 3º - O porte de arma pelos servidores das instituições de que trata este artigo fica condicionado à apresentação de documentação comprobatória do preenchimento dos requisitos constantes do art. 4º desta Lei, bem como à formação funcional em estabelecimentos de ensino de atividade policial e à existência de mecanismos de fiscalização e de controle interno, nas condições estabelecidas no regulamento desta Lei. § 4º - A listagem dos servidores das instituições de que trata este artigo deverá ser atualizada semestralmente no Sinarm. § 5º - As instituições de que trata este artigo são obrigadas a registrar ocorrência policial e a comunicar à Polícia Federal eventual perda, furto, roubo ou outras formas de extravio de armas de fogo, acessórios e munições que estejam sob sua guarda, nas primeiras 24 (vinte e quatro) horas depois de ocorrido o fato. Porte em serviço ou fora dele É chamado de porte full em que o agente vai usar a arma em serviço e também fora de serviço. Fora de serviço é a utilização na rua; arma em casa, é o conhecido "andar armado". A arma é utilizada institucionalmente, mas também fora da instituição. Lembrando que o porte fora de serviço é um porte velado e em tese existe uma discussão sem fim a respeito do assunto. Existem regramentos no Estatuto que dizem que a arma não pode ser utilizada em local de grandes aglomerações, como por exemplo, entrar armado em uma boate ou igreja. Cabe destacar que o porte para defesa pessoal, que seria fora do serviço, não engloba apenas defesa pessoal, pois o policial é obrigado a agir em caso de flagrante em legitima defesa de terceiros. § 1º - As pessoas previstas nos incisos I, II, III, V e VI deste artigo terão direito de portar arma de fogo fornecida pela respectiva corporação ou instituição, mesmo fora de serviço, na forma do regulamento, aplicando-se nos casos de armas de fogo de propriedade particular os dispositivos do regulamento desta Lei. Possuem porte full: Art. 6º ... I - Os integrantes das Forças Armadas; II - Os integrantes de órgãos referidos no “caput” do art. 144 da CF/88 (Policiais Federais, Policiais Rodoviários Federais, Policiais Rodoviários Federais, Policiais Civis, Policiais Militares e Bombeiros) e a Força Nacional de Segurança Pública III - Os integrantes das guardas municipais V - Os agentesoperacionais da Agência Brasileira de Inteligência (ABIN) e os agentes do Departamento de Segurança do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República; (GSI). VI - Os integrantes dos órgãos policiais referidos no art. 51, IV, e no art. 52, XIII, da Constituição Federal; (Polícias legislativas federais - Senado e Câmara dos Deputados) ATENÇÃO No Estatuto de Desarmamento não está previsto o porte das polícias legislativas estaduais. Geralmente, os policiais legislativos estaduais conseguem o porte como particular. Na Câmara Legislativa do DF existe uma resolução de 2006 que dá o porte distrital aos policiais legislativos desta Casa Legislativa. Essa resolução foi contestada no STF, que proferiu liminarmente e o porte foi mantido, apesar de não estar no Estatuto. Existe em tramitação no Congresso Nacional um projeto do deputado Peninha conhecido como Estatuto das Armas, que seria um novo estatuto, em que prevê porte de arma para policial legislativo estadual. Cabe acrescentar o inciso VII, § 1º, b, do art. 6º em que prevê o porte para agentes penitenciários também tem o porte em serviço ou fora dele. Nos demais incisos o porte é somente em serviço ou somente na atividade. Também se incluem no porte full, o juiz e promotor. Quanto aos defensores públicos existe uma celeuma sobre o assunto. De acordo com o STF, os ministros dos tribunais de conta também possuem porte full. • Porte em serviço: –– Guarda portuário; –– Empresa de segurança privada ou escolta de valores; –– CACs (Caçador, atirador e colecionador) em que porte vinculado à atividade com certificado de registro dado pelo Exército. Neste caso, pode utilizar uma arma a pronto fogo durante deslocamento para a atividade. –– ARFB (Auditor da Receita Federal do Brasil); –– AFT (Auditor de Fiscal do Trabalho); –– Tribunais do Poder Judiciário e Ministérios Públicos para o cargo de agente de segurança. § 1ºA - (VETADO). § 1ºB - Os integrantes do quadro efetivo de agentes e guardas prisionais poderão portar arma de fogo de propriedade particular ou fornecida pela respectiva corporação ou instituição, mesmo fora de serviço, desde que estejam: I - Submetidos a regime de dedicação exclusiva; II - Sujeitos à formação funcional, nos termos do regulamento; e III - Subordinados a mecanismos de fiscalização e de controle interno. § 1ºC - (VETADO). § 2º - A autorização para o porte de arma de fogo dos integrantes das instituições descritas nos incisos V, VI e VII está condicionada à comprovação do requisito a que se refere o inciso III do art. 4º, nas condições estabelecidas no regulamento desta Lei. O inciso V refere-se aos agentes operacionais, o VI, aos agentes dos órgãos policiais do legislativo federal (Câmara dos Deputados e Senado Federal) e o VII aos agentes das guardas prisionais que atuam em presídio e Casas de Detenção. § 3º - A autorização para o porte de arma de fogo das guardas municipais estão condicionada à formação funcional de seus integrantes em estabelecimentos de ensino de atividade policial, à existência de mecanismos de fiscalização e de controle interno, nas condições estabelecidas no regulamento desta Lei. § 4º - Os integrantes das Forças Armadas, das polícias federais e estaduais e do Distrito Federal, bem como os militares dos Estados e do Distrito Federal, ao exercerem o direito descrito no art. 4º, ficam dispensados do cumprimento do disposto nos incisos I, II e III do mesmo artigo, na forma do regulamento desta Lei. § 5º - Aos residentes em áreas rurais, maiores de 25 anos que comprovem depender do emprego de arma de fogo para prover sua subsistência alimentar familiar será concedido pela Polícia Federal o porte de arma de fogo, na categoria caçador para subsistência, de uma arma de uso permitido, de tiro simples, com 1 (um) ou 2 (dois) canos, de alma lisa (Sem micro estriamento de projétil) e de calibre igual ou inferior a 16 (dezesseis), desde que o interessado comprove a efetiva necessidade em requerimento ao qual deverão ser anexados os seguintes documentos: Ex.: Teotônio é proprietário rural, atuando em área de pequeno porte onde habita com sua família e colhe para subsistência. E com pequeno excesso de produção, atua vendendo os produtos nas feiras próximas. Tendo em vista que não existem órgãos de segurança pública no distrito onde exerce a agricultura, requer autorização para portar arma. Nos termos do estatuto do desarmamento, aos residentes em áreas rurais, maiores de vinte e cinco anos, que comprovem depender do emprego de arma de fogo para prover sua subsistência alimentar familiar será concedido pela Polícia Federal o porte de arma de fogo, comprovados os requisitos legais, na categoria: caçador para subsistência. O caçador primeiro deverá ser cadastrado e registrado no IBAMA para obter a licença e poder caçar o necessário para sua subsistência e de sua família. Ao requerer a licença para a compra da arma e o porte na modalidade “caçador” deverá apresentar o certificado de registro e a licença do IBAMA, além das demais documentações exigidas pelo SINARM. A arma de caça é a espingarda, não podendo o caçador se utilizar de outro tipo de armamento, e não pode ser portada publicamente e em locais incompatíveis sob pena de ser apreendida, bem como a licença e o porte serem caçados e o infrator responder criminalmente. RELEMBRANDO - O porte para subsistência: O seu uso é apenas para essa finalidade. Logo, a arma dele (posse de área rural) será utilizada apenas para a caça (ficará em casa). - O Estatuto foi alterado em 2019 para dizer que a posse em área rural abrange toda a “fazenda”, e não apenas a “casa grande”. Alguns dizem que essa alteração que teve em 2019, foi para que o fazendeiro pudesse se proteger dos externos. I - Documento de identificação pessoal; II - Comprovante de residência em área rural; e III - Atestado de bons antecedentes. § 6o - O caçador para subsistência que der outro uso à sua arma de fogo, independentemente de outras tipificações penais, responderá, conforme o caso, por porte ilegal ou por disparo de arma de fogo de uso permitido. § 7o - Aos integrantes das guardas municipais dos Municípios que integram regiões metropolitanas será autorizado porte de arma de fogo, quando em serviço Art. 7º - As armas de fogo utilizadas pelos empregados das empresas de segurança privada e de transporte de valores, constituídas na forma da lei, serão de propriedade, responsabilidade e guarda das respectivas empresas, somente podendo ser utilizadas quando em serviço, devendo essas observar as condições de uso e de armazenagem estabelecidas pelo órgão competente, sendo o certificado de registro e a autorização de porte expedido pela Polícia Federal em nome da empresa. § 1º - O proprietário ou diretor responsável de empresa de segurança privada e de transporte de valores responderá pelo crime previsto no parágrafo único do art. 13 desta Lei, sem prejuízo das demais sanções administrativas e civis, se deixar de registrar ocorrência policial e de comunicar à Polícia Federal perda, furto, roubo ou outras formas de extravio de armas de fogo, acessórios e munições que estejam sob sua guarda, nas primeiras 24 (vinte e quatro) horas depois de ocorrido o fato. § 2º - A empresa de segurança e de transporte de valores deverá apresentar documentação comprobatória do preenchimento dos requisitos constantes do art. 4º desta Lei quanto aos empregados que portarão arma de fogo. Os documentos exigidos são: - Relação contendo o nome e qualificação completa dos empregados; - Comprovação de idoneidade, com a apresentação de certidões de antecedentes criminais fornecidas pela Justiça Federal, Estadual, Militar e Eleitoral e de não estar respondendo a inquérito policial ou processo criminal; e - Certificados de aptidão psicológica e de técnica de manuseio de arma de fogo, expedido por cursos especializados. § 3º - A listagem dos empregados das empresas referidas nesteartigo deverá ser atualizada semestralmente junto ao SINARM. A listagem dos empregados, aqui exigida, visa informar ao SINARM se houve alteração no quadro de pessoal e se o empregado ali cadastrado com autorização para portar arma foi despedido o que redundaria na cassação da autorização de porte de arma em relação a ele. Sempre que o empregado for despedido ou sair da empresa por qualquer motivo, o DRH (Departamento de Recursos Humanos) da empresa deverá comunicar o fato imediatamente ao SINARM, através da Polícia Federal para que ele seja descadastrado e sua autorização para portar arma seja cancelada. A omissão dos diretores, gerentes ou proprietários das empresas neste sentido acarretará responsabilidade criminal. Art. 7o-A. As armas de fogo utilizadas pelos servidores das instituições descritas no inciso XI do art. 6o serão de propriedade, responsabilidade e guarda das respectivas instituições, somente podendo ser utilizadas quando em serviço, devendo estas observar as condições de uso e de armazenagem estabelecidas pelo órgão competente, sendo o certificado de registro e a autorização de porte expedidos pela Polícia Federal em nome da instituição. § 1o - A autorização para o porte de arma de fogo de que trata este artigo independe do pagamento de taxa. § 2o - O presidente do tribunal ou o chefe do Ministério Público designará os servidores de seus quadros pessoais no exercício de funções de segurança que poderão portar arma de fogo, respeitado o limite máximo de 50% (cinquenta por cento) do número de servidores que exerçam funções de segurança. § 3o - O porte de arma pelos servidores das instituições de que trata este artigo fica condicionado à apresentação de documentação comprobatória do preenchimento dos requisitos constantes do art. 4o desta Lei, bem como à formação funcional em estabelecimentos de ensino de atividade policial e à existência de mecanismos de fiscalização e de controle interno, nas condições estabelecidas no regulamento desta Lei. § 4o - A listagem dos servidores das instituições de que trata este artigo deverá ser atualizada semestralmente no Sinarm. § 5o - As instituições de que trata este artigo são obrigadas a registrar ocorrência policial e a comunicar à Polícia Federal eventual perda, furto, roubo ou outras formas de extravio de armas de fogo, acessórios e munições que estejam sob sua guarda, nas primeiras 24 (vinte e quatro) horas depois de ocorrido o fato. Art. 8º - As armas de fogo utilizadas em entidades desportivas legalmente constituídas devem obedecer às condições de uso e de armazenagem estabelecidas pelo órgão competente, respondendo o possuidor ou o autorizado a portar a arma pela sua guarda na forma do regulamento desta Lei. Art. 9º - Compete ao Ministério da Justiça (Não ao ministro) a autorização do porte de arma para os responsáveis pela segurança de cidadãos estrangeiros em visita ou sediados no Brasil e, ao Comando do Exército, nos termos do regulamento desta Lei, o registro e a concessão de porte de trânsito de arma de fogo para colecionadores, atiradores e caçadores e de representantes estrangeiros em competição internacional oficial de tiro realizada no território nacional. No primeiro caso o interessado deverá requerer o porte diretamente ao Ministério da Justiça e no segundo, ao Comando do Exército e entendemos que o requerimento deverá ser endereçado ao Ministério do Exército, uma vez que a Lei não está explicita neste sentido. PORTE CIVIL Art. 10º - A autorização para o porte de arma de fogo de uso permitido, em todo o território nacional, é de competência da Polícia Federal e somente será concedida após autorização do SINARM. Antes do Estatuto do Desarmamento a competência para autorizar a compra de arma de fogo e expedir o porte de arma era tanto da Polícia Federal, quando se tratasse de porte com validade no território nacional, quanto das Polícias Civis dos Estados e do Distrito Federal e dos Territórios, quando de validade regional. A partir da entrada em vigor desta Lei, os portes de arma de fogo expedidos por autoridades policiais dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios perderão a validade dentro em 90 (noventa) dias. Vencendo esse prazo a pessoa que for surpreendida, portanto arma de fogo fora de seu domicílio mesmo em posse do porte de arma expedido por autoridade policial civil poderá ser presa e autuada em flagrante porque o porte estadual não mais estará valendo. § 1º - A autorização prevista neste artigo poderá ser concedida com eficácia temporária e territorial limitada, nos termos de atos regulamentares, e dependerá de o requerente: I - Demonstrar a sua efetiva necessidade por exercício de atividade profissional de risco ou de ameaça à sua integridade física; Podemos dar como exemplo o viajante que trabalha com valores e em virtude de sua profissão venha a sofrer um assalto. Ou qualquer pessoa que esteja sofrendo ameaça de morte plenamente justificável. No caso de ameaça de morte o interessado deverá registrar ocorrência policial e ao requerer o porte deverá juntar cópia da ocorrência ou certidão do inquérito ou de qualquer outro procedimento policial. II - Atender às exigências previstas no art. 4º desta Lei; As exigências do art. 4º são as seguintes: - Comprovação de idoneidade, com a apresentação de certidões de antecedentes criminais fornecidas pela Justiça Federal, Estadual, Militar e Eleitoral e o requerente não estar respondendo a inquérito policial ou processo criminal; - Apresentação de documento comprobatório de ocupação lícita, isto é, o requerente deve estar trabalhando ou estabelecido com comércio próprio, declaração ou atestado de residência. - A comprovação de capacidade técnica e de aptidão psicológica para o manuseio de arma de fogo devem ser atestados por profissionais que ministram cursos de armamento e tiro devidamente regularizados junto a Policia Federal. O SINARM somente expedirá a autorização de compra de arma de fogo depois de atendidos os requisitos anteriormente estabelecidos, em nome do requerente e para a arma indicada, sendo intransferível esta autorização. III - Apresentar documentação de propriedade de arma de fogo, bem como o seu devido registro no órgão competente. § 2º - A autorização de porte de arma de fogo, prevista neste artigo, perderá automaticamente sua eficácia caso o portador dela seja detido ou abordado em estado de embriaguez ou sob efeito de substâncias químicas ou alucinógenas. Perderá de forma automática por uso de drogas e bebida alcoólica. Embriaguez é infração contravencional, citada na Lei das Contravenções Penais, cuja pena a ser aplicada ao infrator é a de prisão simples, de 15 (quinze) dias a 3 (três) meses, ou multa. A pena de detenção e a de multa poderá ser aplicada isoladamente por serem alternativas. O uso de substancias tóxicas está prescrito na Lei nº 6.368/76, (Lei de Tóxico) cuja pena é de detenção de 06 (seis) meses a 2 (dois) anos e pagamento de 29 (vinte) a 50 (cinquenta) dias - multa. A detenção e a multa são aplicadas juntas porque são cumulativas. Fique ligado! O uso ostensivo de arma de fogo para aqueles que possuem o porte é proibido, isto é, trata-se do sujeito que leva a arma consigo e a deixa aparecer. O resultado é o mesmo para quem seja detido embriagado portando a arma de fogo: cassação do Porte e apreensão da arma. Tal informação está prevista no art. 26 do Regulamento do Estatuto do Desarmamento (Decreto nº 5.123/2004): Art. 26, Decreto nº 5.123/2004: O titular de porte de arma de fogo para defesa pessoal concedido nos termos do art. 10 da Lei nº 10.826, de 2003, não poderá conduzi-la ostensivamente ou com ela adentrar ou permanecer em locais públicos, tais como igrejas, escolas, estádios desportivos, clubes, agências bancárias ou outros locais onde haja aglomeração de pessoas em virtude de eventos de qualquer natureza. §1º. A inobservância do disposto neste artigo implicará na cassaçãodo Porte de Arma de Fogo e na apreensão da arma, pela autoridade competente, que adotará as medidas legais pertinentes. §2º. Aplica-se o disposto no §1º deste artigo, quando o titular do Porte de Arma de Fogo esteja portando o armamento em estado de embriaguez ou sob o efeito de drogas ou medicamentos que provoquem alteração do desempenho intelectual ou motor. Art. 11. Fica instituída a cobrança de taxas, nos valores constantes do Anexo desta Lei, pela prestação de serviços relativos: I - Ao registro de arma de fogo; II - À renovação de registro de arma de fogo; III - À expedição de segunda via de registro de arma de fogo; IV - À expedição de porte federal de arma de fogo; V - À renovação de porte de arma de fogo; VI - À expedição de segunda via de porte federal de arma de fogo. São os seguintes valores das taxas a serem recolhidos através de guia própria: I - Ao registro de arma de fogo: R$ 300,00 (trezentos reais); II - À renovação de registro de arma de fogo: R$ 300,00 (trezentos reais); III - À expedição de segunda via de registro de arma de fogo: R$ 300,00 (trezentos reais); IV - À expedição de porte federal de arma de fogo: R$ 1.000,00 (mil reais); V - À renovação de porte de arma de fogo: R$ 1.000,00 (mil reais); VI - À expedição de segunda via de porte federal de arma de fogo: R$ 1.000,00 (mil reais); OBS.: Valores podem sofrer alterações constantemente. § 1º - Os valores arrecadados destinam-se ao custeio e à manutenção das atividades do SINARM, da Polícia Federal e do Comando do Exército, no âmbito de suas respectivas responsabilidades. § 2º - As taxas previstas neste artigo serão isentas para os proprietários de que trata o § 5º do art. 6º e para os integrantes dos incisos I, II, III, IV, V, VI e VII do art. 6º, nos limites do regulamento desta Lei. A isenção aqui citada beneficia os residentes em áreas rurais e que estão autorizadas a ter o porte de arma exclusivamente para caça a fim de prover a sua subsistência e de seus familiares. Estão isentos também do recolhimento das taxas: (I) Os integrantes das Forças Armadas; (II) Os integrantes das polícias civis e militares dos Estados e Distrito Federal e Territórios; (III) Os integrantes das Guardas Municipais, cuja população demográfica do município seja mais de 500.000 (quinhentos mil) habitantes; (IV) Os integrantes das Guardas Municipais, cuja população demográfica seja mais de 500.00 (quinhentos mil) e menos de 500.000 (quinhentos mil) habitantes; (V) Os agentes operacionais da Agência Brasileira de Inteligência e os do Departamento de Segurança do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República; (VI) Os integrantes dos órgãos policiais do Legislativo Federal: Câmara dos Deputados e Senado Federal; (VII) Os integrantes do quadro efetivo dos agentes e guardas prisionais e das escoltas de preso, bem como as guardas portuárias. Art. 11-A. O Ministério da Justiça disciplinará a forma e as condições do credenciamento de profissionais pela Polícia Federal para comprovação da aptidão psicológica e da capacidade técnica para o manuseio de arma de fogo. § 1o - Na comprovação da aptidão psicológica, o valor cobrado pelo psicólogo não poderá exceder ao valor médio dos honorários profissionais para realização de avaliação psicológica constante do item 1.16 da tabela do Conselho Federal de Psicologia. § 2o - Na comprovação da capacidade técnica, o valor cobrado pelo instrutor de armamento e tiro não poderá exceder R$ 80,00 acrescido do custo da munição. § 3o - A cobrança de valores superiores aos previstos nos § 1o e 2o deste artigo implicará o descredenciamento do profissional pela Polícia Federal. DOS CRIMES E DAS PENAS ATENÇÃO: Somente os artigos 12 (Posse irregular) e 13 (Omissão de cautela) são punidos com a pena de detenção. Os demais: 14 (Porte ilegal), 15 (Disparo), 16 (Posse ou porte), 17 (Comércio ilegal), 18 (Tráfico internacional) são punidos com pena de reclusão. POSSE IRREGULAR DE ARMA DE FOGO DE USO PERMITIDO Art. 12. Possuir ou manter sob sua guarda arma de fogo, acessório ou munição, de uso permitido, em desacordo com determinação legal ou regulamentar, no interior de sua residência ou dependência desta, ou, ainda no seu local de trabalho, desde que seja o titular ou o responsável legal do estabelecimento ou empresa: (POSSE / CASA = DETENÇÃO/ De uso permitido). Pena - Detenção, de 1 a 3 anos, e multa. (Cabível a suspensão condicional do processo). Posse é quando a pessoa mantém sob sua guarda uma arma de fogo. Pode ser na casa em que vive, numa casa de campo ou na empresa em que trabalha, por exemplo. Isso se aplica também a acessórios ou munições. Se a posse for ilegal (Sem permissão), o responsável pode ser preso e ser condenado a prisão, podendo cumprir de 1 e 3 anos. Também está previsto o pagamento de multa. - Arma de uso permitido: Arma cuja utilização é permitida a pessoas físicas em geral, bem como a pessoas jurídicas, de acordo com a legislação normativa do Exército. - Arma de uso restrito: Arma que só pode ser utilizada pelas Forças Armadas, por algumas instituições de segurança, e por pessoas físicas e jurídicas habilitadas, devidamente autorizadas pelo Exército, de acordo com legislação específica. STJ: - Arma de fogo de uso PERMITIDO + arma de fogo de uso RESTRITO = CONCURSO FORMAL. - Arma de fogo de uso PERMITIDO + arma de fogo de uso PERMITIDO = CRIME ÚNICO. Em 2014, o STJ entendeu que se o sujeito estiver com o CRAF vencido não é crime de posse. O crime de posse é ter a arma sem o CRAF (O CRAF nunca foi tirado). Então o elemento espacial do crime de posse é no local da residência ou no local do trabalho, se for o proprietário ou o responsável legal. Direito penal. Guarda de arma de fogo de uso permitido com registro vencido. Manter sob guarda, no interior de sua residência, arma de fogo de uso permitido com registro vencido não configura o crime do art. 12 da Lei n. 10.826/2003 (Estatuto do Desarmamento). O art. 12 do Estatuto do Desarmamento afirma que é objetivamente típico possuir ou manter sob guarda arma de fogo de uso permitido, em desacordo com determinação legal ou regulamentar, no interior de residência. Entretanto, relativamente ao elemento subjetivo, não há dolo do agente que procede ao registro e, depois de expirado prazo, é apanhado com a arma nessa circunstância. Trata-se de uma irregularidade administrativa; do contrário, todos aqueles que porventura tiverem deixado expirar prazo semelhante terão necessariamente de responder pelo crime, o que é absolutamente desproporcional. Avulta aqui o caráter subsidiário e de ultima ratio do direito penal. Na hipótese, além de se afastar da teleologia do objeto jurídico protegido, a saber, a administração e, reflexamente, a segurança e a paz pública (Crime de perigo abstrato), banaliza-se a criminalização de uma conduta em que o agente já fez o mais importante, que é apor seu nome em um registro de armamento, possibilitando o controle de sua circulação. Precedente citado: HC 294.078-SP, Quinta Turma, DJe 4/9/2014. APn 686-AP, Rel. Min. João Otávio de Noronha, julgado em 21/10/2015, DJe 29/10/2015. Bem jurídico tutelado É a segurança pública e a paz social (Incolumidade pública). Preserva-se a coletividade e não apenas uma única pessoa, ou seja, NÃO é a incolumidade física — mas a incolumidade pública. A segurança pública, de acordo com a Constituição Federal (Art. 144, caput), é dever do Estado, porém de responsabilidade de todos, assim, aqueles que atentem contra a preservação da ordem social e da incolumidade pública serão punidos de acordo com a lei. Ação penal pública incondicionada Haja vista o bem jurídico tutelado ser a incolumidade pública. O sujeito passivo imediato é a coletividade, ou seja, trata-se de crimes vagos e, em regra, de perigo abstrato e de mera conduta. Quase todos os delitos são dolosos e comissivos — a maioria —, contudo haverá um ou outro que será culposo ouomissivo, como é o caso da omissão de cautela prevista no art. 13. Fiança e liberdade provisória Via de regra, os crimes previstos na Lei nº 10.826/2003 são afiançáveis — salvo a posse ou porte de arma de fogo de uso restrito (Art. 16) — e suscetíveis de liberdade provisória — com ou sem pagamento de fiança. Arma tanto pode ser a própria ou imprópria - Arma própria é a que cumpre a função de ataque ou de defesa (Arma de fogo, espada, punhal e etc.). - Arma imprópria quando a sua finalidade precípua não se consubstancia em um ataque ou em uma defesa, mas com outra finalidade qualquer. (Uma barra de ferro ou uma faca de cozinha). As peças componentes da arma de fogo Oriundas da fábrica (Cano, punho, carregador, percussor, ferrolho, gatilho, alça e maça de mira etc.) não são consideradas acessórios da mesma, e sim, sua parte integrante, ou melhor dizendo, a arma em seu original. Logo, se um agente for surpreendido pela polícia em seu escritório com um ferrolho de uma arma de fogo de uso permitido, o fato será atípico, por falta de previsão legal, devendo ser respeitado o princípio da reserva legal. O acessório: Por si só, não apresenta lesividade jurídica, porém, a legislação visou coibir qualquer objeto que desenvolvesse uma facilidade para a utilização da arma de fogo, desestimulando, dessa forma, o seu uso. (Ex.: Mira a laser, silenciador). Cartucho: É formado pelo estojo, espoleta, pólvora e projétil, unidos em um único objeto. Se esses componentes forem apreendidos separadamente, o fato será atípico, por falta de previsão legal. Sujeito ativo (Quem pratica a conduta descrita no tipo) – Qualquer pessoa (Crime comum). Sujeito passivo (Quem sofre a conduta descrita no tipo) – É a coletividade (Crime vago). Tipo objetivo: 1) Condutas – Possuir significa ter a pronta disponibilidade da arma, não é necessário ter contato físico. (Ex.: Se a arma estiver na gaveta do armário é possuir) 2) Objeto material: Armas, acessórios e munições. - Arma de fogo: Arma que arremessa projéteis empregando a força expansiva dos gases gerados pela combustão de um propelente confinado em uma câmara que, normalmente, está solidária a um cano que tem a função de propiciar continuidade à combustão do propelente, além de direção e estabilidade ao projétil. Quando a arma estiver quebrada, não é crime do Estatuto (Porque será impossível atirar). Se estiver apenas com o cano da arma, não é crime (Porque o cano não atira). Agora, se estiver com munição, será crime (Armamento, munição ou acessório é crime). Se estiver com todas as partes da arma é crime (Porque ela pode ser montada), agora se for apenas uma parte dela, não é crime. - Fundamento para ser fato atípico: É crime impossível por ineficácia absoluta do meio de execução. - Arma desmuniciada (Sem munição): É crime previsto no Estatuto (Não é aumento do crime de roubo). - Acessórios: Artefato que acoplado a uma arma possibilita a melhoria do desempenho do atirador ou a modificação de um efeito secundário do tiro ou modificação do aspecto individual da arma, art.3, II, do dec.3665/2000. 1 – A melhoria do desempenho do atirador. 2 – A modificação de um efeito secundário do tiro; ou 3 – A modificação do aspecto visual da arma; Ex.: Mira laser, silenciador, tripé etc. Obs.: As partes da arma de fogo desmontada não são acessórias; o coldre também não é acessório, porque não melhora o desempenho do tiro. - Munição: Artefato completo, pronto para carregamento e disparo de uma arma, cujo efeito desejado pode ser: destruição, iluminação ou ocultamento do alvo; efeito moral sobre pessoal; exercício; manejo; outros efeitos especiais. Para ser munição deve-se ter 4 elementos: Projétil (ponta), cápsula (estojo), pólvora (que fica dentro da cápsula) e a espoleta (que fica na parte de baixo). Não é crime munição de manejo: Munição sem pólvora (utilizada para treinamentos). Furto é crime, mas é possível a aplicação da insignificância. Descaminho é crime, mas em casos de até 20 mil reais pode-se aplicar a insignificância. A insignificância não é aplicada em abstrato. Requisitos para aplicação da insignificância (Supremo Tribunal Federal): MARI – mínima ofensividade da conduta; ausência de periculosidade social da ação; reduzido grau de reprovabilidade; inexpressiva lesão ao bem jurídico tutelado. Posse de munição sem arma: Entende o STF que a posse de munição sem arma configura o delito previsto no Estatuto do Desarmamento. ATENÇÃO: O colete já foi considerado acessório da arma de fogo, mas não é. Colete é um protetor da vítima e não é um armamento de fogo. MUITA ATENCAO: Posse ou porte só de munição é crime, mas a depender do caso concreto é possível a aplicação da insignificância. Uso de munição como pingente e aplicação do princípio da insignificância: É atípica a conduta daquele que porta, na forma de pingente, munição desacompanhada de arma. STF. 2ª Turma. HC 133984/MG, Rel. Min. Carmen Lúcia, julgado em 17/5/2016 (Info 826). Para configurar crime, o uso tem que ser da munição, comumente chamada de bala. Para que se tenha uma munição, são necessários todos os seguintes elementos: • Cápsula ou estojo (Revestimento); • Pólvora; • Projétil ou ponta; e • Espoleta. É muito comum as pessoas portarem como pingente apenas a cápsula, logo não se configura crime, pois não é considerada munição. O porte de arma de pressão não é crime. Obs.: Vale ressaltar que, em regra, a jurisprudência não aplica o princípio da insignificância aos crimes de posse ou porte de arma ou munição, apesar do julgado do STF. 3) Elemento espacial do tipo: No interior de sua residência ou dependência desta, ou, ainda no seu local de trabalho, desde que seja o titular ou o responsável legal do estabelecimento ou empresa. DIFERENÇA ENTRE POSSE E PORTE A posse ocorre no interior da residência do infrator ou no local de trabalho do infrator, desde que ele seja o proprietário ou responsável do estabelecimento. (Posse = casa = detenção) O porte em qualquer outro local que não seja este. (Porte = rua = reclusão) 4) Elemento normativo do tipo: Em desacordo com determinação legal ou regulamentar. - Posse legal - Posse de Arma com registro pela Polícia federal após autorização do SINARM Fato atípico - Posse ilegal - Posse de arma sem registro expedido pela PF 23/12/2003 ATÉ 31/12/2009 HOUVE ABOLITIO CRIMINIS *descriminalização indireta; vacatio legis indireta ou especial. Obs.: Sucessivas leis conferiram prazos para a regularização da posse ilegal de arma e munições Obs.: Passou a ser crime a partir do 01/01/2010 desse período aplica-se o art.32 do estatuto. - Obs1: A abolitio temporária não se aplica ao porte ilegal de arma. - Obs2: Para quinta turma do STJ a abolitio temporária aplica-se a posse de armas permitidas e proibidas até 31/12/2008; após esse prazo a abolitio somente se aplica a posse de armas permitidas. Não se aplica para posse de armas proibidas. - Obs3: Para o STF a abolitio não retroage aos fatos praticados na vigência na lei 9437/97; já o STJ entende que a abolitio retroage aos fatos praticados na vigência da lei 9437/97 (AgRg 1321490 julgados em 06/10/2011). - Obs4: Prevalece o entendimento que a abolitio não se aplica a arma com a numeração raspada. Informativo STJ nº 496: Apreensão de arma em caminhão. Tipificação (12/05/2012). O veículo utilizado profissionalmente não pode ser considerado “Local de trabalho” para tipificar a conduta como posse de arma de fogo de uso permitido (art. 12 da Lei n. 10.826/2003). No caso, um motorista de caminhão profissional foi parado durante fiscalização da Polícia Rodoviária Federal, quando foram encontrados dentro do veículo um revólver e munições intactas. Denunciado por porte ilegal de arma de fogo de uso permitido (art. 14 do Estatuto do Desarmamento), a conduta foi desclassificada para posse irregular de arma de fogo de uso permitido (art. 12 do mesmo diploma), reconhecendo-se, ainda, a abolitio
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