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1. INTRODUÇÃO ➔ Existem duas condições essenciais para que os organismos mantenham a vida: a) Capacidade de autorreplicação; b) Capacidade de catalisar as reações químicas com eficiência e efetividade; ➔ Sem a catálise, as reações químicas não ocorrem no intervalo de tempo adequado, logo o organismo não é capaz de sustentar a vida. 1.1 CONCEITO DE ENZIMAS ❖ Catalisadores proteicos, que aumentam a velocidade de uma reação química, sem interferir no processo (alto poder catalítico); ❖ Geralmente, estão associadas às biomoléculas, devido a sua especificidade e poder catalítico; ❖ Todas as enzimas são proteínas, com exceção das RIBOZIMAS (RNA com atividade enzimática). 1.2 CARACTERÍSTICAS DAS ENZIMAS ❖ São altamente específicas para os seus respectivos substratos; ❖ Constituídas por longas cadeias de aminoácidos. 1.3 FUNÇÕES DAS ENZIMAS ❖ Servem para viabilizar a atividade das células, seja quebrando moléculas ou juntando-as para formar novos compostos; ❖ Aceleram as reações químicas e atuam em soluções aquosas sob condições suaves de temperatura de PH. 1.4 IMPORTÂNCIA DAS ENZIMAS ❖ Autorreplicação do material genético só é possível pela participação de enzimas específicas; ❖ Catálise de reações químicas com eficiência e seletividade: a reação não pode apresentar erros, sendo a mais específica possível, para que tenha o desempenho máximo, logo a enzima precisa ser seletiva, para que ela não ative outros processos metabólicos desnecessários naquele processo; ❖ Liberam energia em segundos dentro do corpo humano, o que, sem sua existência, demoraria um tempo muito maior para ocorrer; ❖ Estão no centro de todos os processos bioquímicos; ❖ Diagnóstico de doenças, engenharia química, tecnologia de alimentos e agricultura. 1.5 OBTENÇÃO DE ENERGIA: NECESSIDADE DE ENZIMAS ❖ Processamento (metabolismo) até chegar numa unidade de energia (ATP); ❖ Para que todo esse processo ocorra, é necessária a presença de enzimas; Conceito de catálise Aumento da velocidade da reação química devido a adição de uma substância (catalisador); Esse catalisador pode ser recuperado ao final da reação, pois não é consumido; Enzimas são catalisadores biológicos. ❖ As enzimas aceleram o processo de obtenção de energia ao organismo; ❖ Enzimas fundamentais para que toda a cadeia do metabolismo energético ocorra; ❖ Necessita de algumas condições para fazer uma boa execução e haja uma efetividade na sua função. 2. NOMENCLATURA DAS ENZIMAS 2.1 HISTORICAMENTE ❖ No século XIX, poucas enzimas eram conhecidas, então eram nomeadas de forma mais arbitrária; ❖ Critérios utilizados para nomenclatura: a) Percebia-se a adição do sufixo “ase” para se referir ao substrato de determinada enzima; b) Outras enzimas foram nomeadas em razão de uma função ampla, antes que fosse conhecida a reação específica catalisada por elas; c) Algumas foram denominadas a partir da sua fonte. 2.2 AVANÇOS NOS ESTUDOS ❖ Com o aumento da quantidade de enzimas descobertas, foi necessário fazer um sistema de nomenclatura universal; ❖ Sistema de classificação mais específico e mais complexo, sem ambiguidades, baseando-se no mecanismo de reação da enzima; ❖ Essas enzimas são divididas em seis classes, cada uma com subclasse, com base nos tipos de ração que catalisam; ❖ Cada enzima tem um número de código com 4 dígitos que caracterizam o tipo de reação a) 1° dígito → classe; b) 2° dígito → subclasse; c) 3° dígito → sub-subclasse; d) 4° dígito → indica a enzima propriamente dita. ❖ Essa convenção foi adotada em razão da descoberta de diversas enzimas, de modo a diferenciá-las sem existir ambiguidade, já que são catalisadores extremamente específicos. 3. PROPRIEDADES DAS ENZIMAS ➔ As reações sem atuação de catalisadores são extremamente lentas; ➔ As enzimas atuam a fim de acelerar esses processos metabólicos. 3.1 INTERAÇÃO ENTRE A ENZIMA E O SUBSTRATO ❖ As enzimas possibilitam a velocidade dessas reações ao proporcionarem um ambiente específico adequado; ❖ A propriedade característica das reações catalisadas por enzimas é que a reação ocorre confinada em um bolsão da enzima denominada sítio ativo. ❖ A molécula que se liga no sítio ativo sobre a qual a enzima age é denominada de substrato; ❖ O sítio ativo também pode ser chamado de bolsão ou fenda especial, onde é possível ver a ligação do substrato à enzima num encaixe perfeito. ❖ Quando a enzima se liga ao substrato, ela ativa e tem a capacidade de modificar o substrato e produzir um produto; ❖ Alto grau de especificidade para que ela tenha o melhor desempenho na reação. ❖ Associação com cofatores não proteicos (geralmente, íons e derivados de vitaminas), que auxiliam na atuação das enzimas; ❖ Papel de regulação, fazendo a ativação e inibição, mas respeitando sempre a necessidade celular. 3.2 COMO FUNCIONA O SÍTIO ATIVO ❖ O sítio ativo é o lugar de ligação da enzima ao substrato; ❖ É nesse sítio ativo que ocorre as reações enzimáticas; ❖ Quando ocorre a ligação do substrato com a enzima, há uma cadeia de sinalização ativada na enzima; ❖ Quando essa cadeia é ativada, a enzima entra em ação e modifica o substrato para que seja produzido um produto; ❖ ES e EP são complexos transitórios da enzima com o substrato e com o produto; ENZIMA + SUBSTRATO → COMPLEXO ENZIMA SUBSTRATO ESTADO DE TRANSIÇÃO (há ativação da enzima) Eficiência catalítica As reações ocorrem muito mais rápidas do que se elas funcionassem sem os catalisadores. Complementaridade geométrica Um sítio de ligação de um substrato consiste em uma reentrância ou fenda na superfície da molécula de enzima que é, na sua estrutura, complementar ao substrato. Complementaridade eletrônica Os aminoácidos que formam o sítio ativo estão organizados de tal modo que interagem especificamente com o substrato de uma maneira que envolve atração. Turnover (número de renovação) Uma enzima se liga a um substrato, converte esse substrato a moléculas de produto, depois ela se desliga e faz a mesma coisa com outra molécula do substrato. Logo, a quantidade de produtos é aumentada em grande número; A função do catalisador é aumentar a velocidade da reação, ele não vai afetar o equilíbrio da reação; COMPLEXO ENZIMA-PRODUTO (pós estado de transição) → COMPLEXO ENZIMA PRODUTO COMPLEXO ENZIMA PRODUTO (é desfeito) → ENZIMA + PRODUTO (o produto é liberado pronto para agir e a enzima está pronta para interagir com um novo substrato) ❖ Reversibilidade das reações; ❖ Não são consumidas na reação (conserva a propriedade de Turnover, para que, após produzir um produto, ela possa fazer o mesmo processo com uma outra molécula do substrato), ou seja, a enzima não se altera, ela permanece da mesma forma no início e no fim da reação; ❖ Atuam em pequenas concentrações (extremamente econômica, que também tem a ver com o turnover); a) 1 molécula de catalase → decompõe 5 milhões de moléculas de H2O2. 3.3 ATUAÇÃO DAS ENZIMAS NA CINÉTICA DAS REAÇÕES ❖ Qualquer reação, como S → P, pode ser descrita na forma de diagrama de coordenadas de reação; ❖ Esse diagrama representa a variação de energia durante a reação; ❖ A energia é descrita em termos de energia livre (G): ❖ A energia livre é colocada em função do progresso da reação; ❖ O eixo horizontal reflete as mudanças químicas progressivas à medida que S é convertido em P; ❖ O ponto de partida, tanto da reação direta, quanto da reação inversa, é chamado de estado fundamental. ❖ A posição e a direção do equilíbrio não são afetadas pelos catalisadores;❖ Há uma barreira energética entre S e P, então as moléculas precisam superar essas barreiras e atingir um nível energético mais alto, atingindo o topo da curva de energia (estado de transição); a) Energia de ativação maior → reação mais lenta; b) Energia de ativação menor → reação mais rápida. ❖ A adição do catalisador proporciona o aumento da velocidade da reação, logo a diminuição na energia de ativação; ❖ Qualquer enzima que catalise a reação S→P, também catalisa P→S (não afetam o equilíbrio da reação). 3.4 ESPECIFICIDADE ENZIMÁTICA ❖ As enzimas são altamente específicas, interagindo com um ou alguns substratos específicos e catalisando somente um tipo de reação; ❖ Existem dois modelos: Estado fundamental O estado fundamental é a contribuição que uma molécula (S ou P) fornece para a energia livre do sistema. a) Hipótese chave-fechadura ▪ Prevê o encaixe perfeito do substrato no sítio de ligação que seria rígido como uma fechadura. b) Modelo encaixe induzido ▪ Um sítio de ligação não é totalmente pré- formado, mas moldável; ▪ A enzima tem um encaixe parecido, mas que precisa apenas se moldar para abraçar o substrato; ▪ As figuras são complementares, mas sofrem um pequeno ajuste / molde apenas; ▪ Grau de ajuste induzido ao se ligar ao substrato. 3.5 CONSTANTE DE MICHAELIS (KM) ❖ Medida da eficácia com que uma enzima converte um substrato em produto; ❖ Cinética → comportamento de primeira ordem (efeito de curvatura) + comportamento de ordem zero (efeito platô); ❖ A velocidade máxima da reação deve ser dividida pela velocidade inicial e o resultado deve ser subtraído da concentração do substrato. O resultado dá a medida da eficácia da enzima: ❖ Influencia na concentração do substrato em relação a atividade da enzima; a) A formação de produto é proporcional a concentração de substrato → reação de primeira ordem (quanto maior a concentração de substrato, maior a quantidade de produto) – levemente curvado no gráfico; b) A velocidade da reação independe da concentração do substrato, não adiantando fornecer mais substrato → reação de ordem zero (efeito platô, retilíneo); ❖ Quanto menor a constante, maior a afinidade da enzima pelo substrato; ❖ Quanto maior a constante, menor a afinidade da enzima pelo substrato. ❖ A constante de Michaelis é numericamente igual à concentração de substrato que determina a metade da velocidade máxima. 3.6 FATORES QUE AFETAM A VELOCIDADE DAS REAÇÕES DA ENZIMA ❖ Quando um fator está alterado, os outros precisam estar constantes (fixos) a) Concentração do substrato ▪ A velocidade de uma reação catalisada por enzima aumenta conforme a concentração de um substrato, até uma velocidade máxima ser atingida. b) Temperatura ▪ A velocidade da reação aumenta com a temperatura até chegar a uma temperatura ótima; ▪ Ao ultrapassar a temperatura ótima, pode haver uma desnaturação proteica, diminuindo novamente a velocidade da reação; ▪ Temperatura ótima → melhor aproveitamento da enzima sem favorecer riscos à reação; ▪ Desnaturação proteica → a enzima perde a sua função / estado febril (elevação da temperatura corporal). c) PH ▪ Altera a distribuição das cargas elétricas, podendo modificar as ligações químicas que mantêm a estrutura tridimensional das enzimas; ▪ Cada enzima tem um PH ótimo de ação (PH normal no qual a atividade máxima da enzima é atingida); ▪ Valores extremos de PH → desnaturação proteica (a enzima perde a sua função, inativando-a); 4. ESTRUTURA DAS ENZIMAS 4.1 RIBOZIMA ❖ Natureza com base em ácido nucleico, RNA 4.2 DEMAIS ENZIMAS ❖ Natureza proteica; ❖ Podem ser simples ou conjugadas; 5. ONDE ESTÃO LOCALIZADAS AS ENZIMAS? ➔ Locais relacionados aos mecanismos de reação de cada enzima; ➔ Lisossomos: vesículas repletas de enzimas. Organela citoplasmática envolvida no processo de digestão celular. A partir daí, surgem as enzimas. Essas enzimas vão favorecer a degradação de macromoléculas e vão participar de processos de fagocitose ➔ Na célula, pode estar presente em: a) Citosol (como enzimas relacionada a síntese de ácido graxo, glicólise etc.); b) Mitocôndrias (também existem enzimas, para a oxidação de ácidos graxos e ciclo do TCA); c) Núcleo (no processo de síntese de DNA e RNA) 6. ENZIMAS ALOSTÉRICAS ➔ Enzimas que possuem um sítio de modulação ou alostérico onde se liga de forma não covalente a um efetor alostérico (modificador ou modulador); ➔ Enzimas que possuem mais de um sítio ativo ➔ Depois que o substrato é modificado, a enzima é desligada; ➔ São enzimas que recebem ativadores pra modificar o sítio ativo pra receber o substrato; ➔ Ela favorece uma curva no formato sigmoide (desempenho inicial da enzima e, após sofrer modulação, muda o desempenho; Proteínas simples → apoenzimas; Proteínas conjugadas → holoenzimas (associação de uma porção proteica a apoenzima – associada a uma porção não proteica, chamada de cofator, coenzima ou grupo prostético). ➔ Efetor homotrópico → o substrato é o efetor (o mesmo substrato que se liga no sítio de ação, pode ter afinidade pelo sítio alostérico, promovendo a modificação da enzima) ➔ Efetor heterotrópico → substância diferente do substrato. 7. INIBIÇÃO ENZIMÁTICA ➔ Inibidor enzimático: agentes moleculares que interferem cm a catálise, diminuindo ou parando as reações enzimáticas; ➔ Pode ser específico (diminui a atividade de uma única enzima ou de um grupo restrito de enzimas) ou inespecífico (diminui a atividade de todas as enzimas – inibidor desnaturante) ➔ Pode de ligar de modo reversível (que pode se desligar e pode ser de forma competitiva ou não competitiva) ou irreversível (não vai se desligar) a uma enzima a) Inibidor reversível competitivo ▪ Inibidor semelhante ao substrato; ▪ Liga-se ao sítio ativo da enzima; ▪ Em sua presença, diminui-se a afinidade da enzima pelo substrato; ▪ Efeito revertido com o aumento da concentração do substrato para que a enzima funcione normalmente. b) Inibidor reversível não competitivo ▪ Não se liga ao sítio ativo da enzima, mas em outro local; ▪ Aumento da concentração de substrato não diminui a inibição; ▪ Constante de Michaelis não se altera; ▪ A velocidade máxima diminui na presença do inibidor. 8. ENZIMAS E A CLÍNICA MÉDICA ➔ Alteração primária; ➔ Erros inatos do metabolismo (muito comuns em crianças e recém-nascidos). 9. ENZIMAS E COENZIMAS
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