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1 Enzimas mais utilizadas no diagnóstico clínico Universidade Estadual do Ceará – UECE Faculdade de Veterinária – FAVET Bioquímica Veterinária I Prof. Dr. Genário Sobreira Santiago Discentes: Alec Dilan da Silva Souza; Fernando Sérgio Vasconcelos; Marcelo Custódio Lopes. Fortaleza/CE 2020 Introdução 2 Enzimas plasmáticas podem ser liberadas de modo ativo no sangue, por alguns tipos celulares ou liberadas pelas células durante a renovação celular normal. Muitas doenças que causam lesão tecidual resultam no aumento da liberação das enzimas intracelulares no plasma. As atividades destas enzimas são utilizadas no Laboratório clínico como ferramenta de diagnóstico em doenças do coração, fígado, pâncreas, do músculo esquelético e outros tecidos. Enzimas: o que são? são catalisadores proteicos responsáveis pela maioria das reações químicas do organismo, sendo encontradas em todos os tecidos; apresentam pequena concentração no soro, podendo aumentar de forma significativa após uma lesão celular orgânica. 3 Todas as enzimas são proteicas (com exceção de um grupo de moléculas de RNA catalítica); Formadas por uma ou mais cadeias de uma variedade de tipos de aminoácidos; Possuem conformação globular sendo uma estrutura 3D, que abrange as estruturas terciária e quaternária; A estrutura quaternária determinará a função catalítica da enzima; 4 Imagem da estrutura da enzima Amilase Estrutura das enzimas Fazem a catálise das reações químicas que ocorrem nos sistemas biológicos; Possuem enorme eficiência catalítica; Possuem um alto grau de especificidade por seus substratos; Funcionam em soluções aquosas e em condições de baixa temperatura e pH; 5 Função das enzimas Atuam diminuindo a energia de ativação devido a formação de um complexo com o substrato que causam mudanças conformacionais e facilita a passagem do estado transicional para a formação do produto; 6 Atividade enzimática Principais enzimas utilizadas no diagnóstico clínico 7 O uso de enzimas em diagnóstico clinico foi demonstrado em 1900, quando a atividade da lipase sérica foi usada no diagnóstico de doença pancreática. Desde então, a atividade de várias enzimas é determinada na rotina laboratorial com a finalidade diagnóstica, uma vez que inúmeros processos fisiopatológicos, sobretudo nos que há lesão celular, resultam em um aumento das atividades enzimáticas no plasma. Doenças hepáticas Alanina aminotransferase (ALT) 8 Catalisa especificamente a transferência do grupo amina da alanina para o cetoglutarato, formando glutamato e piruvato. É encontrada no citoplasma dos hepatócitos e é liberada no sangue durante alterações na permeabilidade da membrana celular ou necrose. Tem como principal característica funcional ser um bom indicador de doenças hepáticas agudas (doenças hepatocelulares, necrose hepática, obstrução biliar infecções parasitárias). Uso diagnóstico em animais de grande porte e produção, como cavalos, ruminantes e suínos tem pouca importância devido aos baixos níveis desta enzima no fígado destas espécies. Doenças hepáticas Aspartato aminotransferase (AST) catalisa a transaminação reversível de aspartato e 2-cetoglutarato em oxalacetato e glutamato; presente em muitos tecidos como duas isoformas, no citosol e na mitocôndria. em grandes animais é usada também para desvendar doenças hepáticas; intoxicação crônica por cobre em ovinos. 9 Doenças hepáticas É uma enzima de indução sintetizada no fígado, nos osteoblastos, nos epitélio intestinal, e na placenta. Podendo estar presente nos cães com hiperadrenocorticismo, cães em tratamento, ou secundário a doenças prolongadas pelo efeito do stress. O aumento da produção e de sua atividade sérica pode ser notado em casos de doenças crônicas, inclusive neoplasias 10 Fosfatase Alcalina- FA: 10 Doenças hepáticas Arginase (Arg) Apresenta aumento de sua atividade após 7 hepatites agudas, retornando a valores normais mais rapidamente que a ALT e AST; Hepatites necróticas crônicas podem manter níveis elevados desta enzima, sendo utilizado como indicativo de mal prognóstico para o animal. Tem valor de diagnóstico em equinos, bovinos, ovinos, caprinos e cães. 11 Doenças hepáticas Gama glutamil transferase (GGT) É conhecida como gama glutamil transpeptidade (GTP); Possui grande atividade nos rins e fígado, tendo maior importância neste último, pois a de origem renal é facilmente excretada pela urina; Tem maior sensibilidade e especificidade hepática em gatos do que cães; 12 Doenças hepáticas Glutamato desidrogenase (GLDH) catalisa a incorporação de amônia, como grupo amina, no alfacetoglutarato gerando glutamato. pode aumentar também no parto e associado à obstrução de ducto biliar. animais infestados com Fasciola hepatica têm níveis aumentados até cerca de 2 semanas após a infestação, enquanto a GGT aumenta só a partir da sexta semana. 13 Doenças pancreáticas Amilase: Pancreatite aguda 14 É uma enzima encontrada no pâncreas e na mucosa do intestino delgado. A elevação de amilase no plasma de cães pode ser indicativa de pancreatite aguda, obstrução intestinal, falha renal, obstrução urinária, neoplasias do pâncreas, hiperadrenocorticismo, obstrução das glândulas salivares e administração de drogas (cortisol, opiáceos). 14 Lipase: A Lipase é uma enzima secretada pelo pâncreas e tem por ação catalisar a hidrólise de triglicerídeos liberando ácidos graxos e glicerol onde a aplicação desta enzima normalmente ocorre em conjunto com a amilase para diagnosticar pancreatite. 15 Doenças pancreáticas A manipulação de vísceras (estômago, fígado e intestino) durante cirurgias e a administração de dexametasona podem acarretar no aumento sérico desta enzima Creatina quinase (CK) Tem por ação catalisar a fosforilação reversível da creatina pela adenosina trifosfato (ATP) com a formação de fosfocreatina; É também conhecida como creatina fosfoquinase (CPK); Possui quatro isoenzimas: CK-MM, CK-BB, CK-MB, CK-Mt Estas isoenzimas apesar de serem importantes para determinação do local afetado e de uso consagrado em medicina humana, na medicina veterinária ainda não há utilidade prática. 16 Doenças cardíacas Lactato desidrogenase (LDH) Pode ser utilizada para avaliar cardiomiopatias diversas Após o infarto agudo do miocárdio, em humanos, a LDH atinge valores acima da referência após 16 horas, atingindo valores máximos em 40 horas e mantendo a atividade elevado por até 8 dias. Em grandes animais o aumento do LDH pode ser um achado de problemas hepáticos como colelitíase, fasciolose e insuficiência hepática. 17 Doenças cardíacas Troponina As troponinas cardíacas aparecem no plasma dentro de 4 a 6 horas após o infarto do miocárdio, com pico de atividade plasmática entre 24 e 36 horas, permanecendo elevadas durante 3 a 10 dias. A elevação de troponinas específicas para o músculo cardíaco, juntamente, com as observações clínicas e alterações características no ECG, são atualmente consideradas o “padrão ouro” no diagnóstico de infarto agudo do miocárdio (em humanos). 18 Doenças cardíacas Conclui-se que o uso das enzimas na rotina clínica pode favorecer o diagnóstico e o controle de patologias. Porém, a falta de investimentos financeiros para a realização destes exames bioquímicos causa uma limitação em implementar em grande escala essas ferramentas de diagnóstico, tornando o diagnóstico e a tomada de decisão da clínica mais precária por não ser tão fácil utilizar essa complementação. 19 Conclusão
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