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Resumo crítico do livro “Úrsula” de Maria Firmina Dos Reis 
 
O livro Úrsula foi da escritora maranhense Maria Firmina dos Reis, o livro 
foi publicado em 1859 com o pseudônimo maranhense, teve uma segunda 
edição com a ajuda de Horácio de Almeida em 1975, o livro Úrsula não é só um 
livro abolicionista, mas também o primeiro livro da literatura afro-brasileira, mas 
não é conhecido assim pelos historiadores, e o primeiro a falar sobre como a 
sociedade trata o negro de um ponto de vista diferente do da época. 
A trama gira em torno do casal romântico Ursula e Tancredo, ambos são 
vítimas da autoridade patriarcal, o pai autoritário de Tancredo acabou matando 
a esposa por causa da tristeza e do desapontamento com a altura do marido. 
Úrsula é órfã de seu pai, sua mãe é doente e seu irmão Fernando tem sido 
implacável com sua irmã e o casal na história. Aqui podemos observar um ponto 
importante na qual envolve uma das características principais de um romance 
clássico, com um enredo entorno de um casal apaixonado e um vilão, de modo 
que autora não sai do escopo de um romance clássico. 
 A ambição e o egoísmo de Fernando levaram à morte de Úrsula e 
Tancredo porque ele era inescrupuloso com sua sobrinha, ele era um homem 
branco que possuía escravos e muitos objetos de valor, ele matou pessoas por 
egoísmo e malícia e trouxe verdadeiro sofrimento para seus escravos. Há 
também Tulio, escravo da mãe de Ursula, que resgatou da morte o romântico 
Tancredo que agradecimento, o jovem o presenteou com sua carta de alforria, 
Túlio ficou agradecido e optou por servir fielmente a Tancredo para sua 
satisfação. Segundo as observações, Túlio ainda ficava com o patrão mesmo 
que houvesse um documento que lhe desse liberdade. Nesse ponto da história 
podemos observar que a autora nos trás uma delimitação bem definida dos 
personagens da história, onde temos personagens de índole muito boa e índole 
má, um clássico dentro desse tipo literário. 
A formação política e econômica brasileira está elencada totalmente em 
cima de processos relacionados a escravidão dos povos indígenas e 
principalmente dos escravos africanos arrancados de sua terra para servir em 
território brasileiro, se fomos parar pensar que o Basil foi o ultimo país a abolir 
as práticas escravistas, estamos falando de 300 anos de um com 500 anos de 
história, ou seja, todos os tópicos relacionados a política, economia ou quaisquer 
pontos históricos estão influenciados ainda hoje sobre a dominação e poder do 
homem branco patriarcal nessa nossa sociedade assim como Maria Firmina dos 
Reis nos retrata em seu livro. 
Como podemos observar nas características supracitadas, a autora está 
dentro do que chamamos de romantismo brasileiro não fugindo muito nem 
inovando dentro desse gênero, uma vez que a narrativa é construída dentro dos 
pontos chave que envolvem esse gênero literário como por exemplo, as 
características mais marcantes são a valorização das emoções como na paixão 
da protagonista com Tancredo, bem como a produção literária em cima dos 
povos que edificaram o país, nesse caso os negros, também podemos citar que 
a autora constrói o romance em cima do pilar das lutas e desigualdades sociais, 
um dos traços mais marcantes que divergem o romantismo brasileiro com o 
romantismo português. 
Traçamos um paralelo como texto lido com a realidade, onde, no passado 
Maria Firmina tenta com seu texto, levar a consciência sobre a questão racial 
através de um romance e hoje é um assunto totalmente em pauta na sociedade 
em que vivemos justamente por não conseguirmos romper essa barreira 
histórica com a escravidão e o preconceito racial, os casos de chacina contra 
negros, onde pessoas brancas se acham no direito de acabar com a vida 
humana baseada na cor da sua pele, assim como no romance e no brasil do 
século XVIII, o caso de Jorge Floyd e de vários outros são apenas o reflexo que 
ainda falta muito para a reparação histórica a favor do povo negro. Os negros 
alforriados no Brasil em 1888 foram parar nos morros sem nenhuma assistência 
do estado que por muitas vezes lucraram em cima desse sistema nefasto, nos 
dias atuais são massacrados pelo mesmo estado que deveria protege-los e que 
por muitas vezes para levar a “paz” acaba subindo esse morro e os matando 
assim como no romance lido. 
 Ao exposto podemos concluir com todo aparato histórico que ainda no 
século XXI, 163 anos após a escrita de Úrsula os brancos ainda acham que são 
seres superiores, uma reflexão que deve ser feita acerca do privilégio e do 
preconceito branco, assim como best-seller eu e a supremacia branca, de Layla 
Saad, que nos convida a refletir sobre toda essa desigualdade, assim como no 
romance de Maria Firmina, ambas obras sobre o mesmo tema em tempos 
distintos

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