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TEORIA GERAL DOS CONTRATOS ELEMENTOS CONTRATUAIS As definições de negócio jurídico são muitas, sendo a mais importante delas aquela que o define como ato de vontade que resulta em efeitos jurídicos (Eduardo Luiz Bussata). Segundo Manuel Antônio Domingues de Andrade, Negócio jurídico é definido como um fato voluntário lícito cujo núcleo essencial é constituído por uma ou várias declarações de vontade privada, tendo em vista a produção de certos efeitos práticos ou empíricos, predominantemente de natureza patrimonial com ânimo que tais efeitos sejam tutelados pelo direito- isto é, obtenham a sanção da ordem jurídica, e a que a lei lhe atribui efeitos jurídicos correspondentes, determinados, grosso modo, em conformidade com a intenção do declarante ou dos declarantes. - Manuel Antônio Domingues de Andrade O contrato constitui um negócio jurídico bilateral ou plurilateral. Assim sendo, os elementos constitutivos dos contratos são os mesmos que constituem os negócios jurídicos em geral. Entretanto, existem alguns elementos próprios dos contratos que os diferenciam dos demais negócios jurídicos (Tartuce). Segundo Pontes de Miranda, o contrato, como negócio jurídico, deve ser analisado sob três perspectivas: a) Plano da existência: Aqui, se afere justamente a presença dos elementos contratuais essenciais definidos em lei, sem os quais não é possível que o contrato exista. Estão aqui os pressupostos básicos para um negócio jurídico: seus pressupostos fáticos enquadrados dentro dos elementos essenciais do negócio jurídico. Há, aqui, apenas substantivos sem qualificação, sendo eles o agente, o objeto e a forma. O ato, antes de ser encarado como ato jurídico, deve ser, existir como realidade material, isto é, como conjunto de dados fáticos que corresponda ao tipo jurídico. Se, nem ao menos, esses dados mínimos de natureza material ocorreram, o caso é de inexistência do ato jurídico e não apenas de nulidade. - Emilio Betti AGENTE É necessária a presença de ao menos duas pessoas manifestando suas vontades. (Exceção: art. 117 do CC) Cotratante Qualquer pessoa pode ser agente (física ou jurídica ou entes despersonalizados) Vontade OBJETO O contrato, como principal fonte de obrigações, gera um dever de prestar. Esse é seu objeto. Toda contratação tem em vista um fim perseguido pelas partes. Obrigação de dar, obrigação de fazer, obrigação de não fazer. Prestação. Conteúdo patrimonial FORMA Elemento externo destinado a tornar possível o reconhecimento da manifestação da vontade. Segurança jurídica. Somente exigível diante de expressa disposição de lei. b) Plano da validade: Aqui, as palavras ganham adjetivos, qualificações, como: agente capaz, vontade livre, sem vícios, etc. Estes contam do art. 104 do CC/2002. Se o contrato possui esses requisitos, ele é válido e pode passar a produzir efeitos. Caso contrário, ele não é válido, e pode ser nulo ou anulável. ❖ Requisitos de ordem geral: Capacidade do agente; Objeto lícito, possível, determinado ou determinável; Forma prescrita ou não defesa em lei. ❖ Requisitos de ordem especial: Consentimento recíproco ou acordo de vontades. Os requisitos de validade do contrato podem, assim, ser distribuídos em três grupos: subjetivos, objetivos e formais. Requisitos Subjetivos • Manifestação de duas ou mais vontades e capacidade genérica dos contraentes • Aptidão específica para contratar • Consentimento Requisitos Objetivos •Licitude do objeto •Possibilidade do objeto •Determinação de seu objeto Requisitos Formais •A forma deve ser prescrita. •A forma não deve ser defesa. Requisitos Subjetivos Consentimento Acordo de vontades Capacidade Genérica Os contratos serão nulos caso sejam firmados com pessoas incapazes. Aptidão para contratar Capacidade especial paa celebrar determinados tipos de contratos. O consentimento no momento de contratar deve ser livre e espontâneo, sob pena de ter a sua validade afetada. Nos contratos, a manifestação da vontade pode ser tácita, quando a lei não exigir que seja expressa (CC, art. 111). A manifestação tácita é inferida da conduta do agente. Algumas vezes, a lei exige o consentimento escrito como requisito de validade da avença. Os requisitos objetivos se referem ao objeto do contrato. A doutrina, por sua vez, ainda exige que o objeto do contrato deva ter algum valor econômico. O terceiro requisito de validade do negócio jurídico é a forma, que é o meio de revelação da vontade. No direito brasileiro, a forma é livre, em regra. O consensualismo é a regra, e o formalismo é a exceção. Requisitos Objetivos Licitude do Objeto Não é válido o contrato firmado sobre um objeto que viole a lei, a moral ou os bons costumes de alguma forma. Possibilidade do objeto Quando impossível, o negócio é nulo (art. 166, II, CC). Ocorre impossibilidade jurídica do objeto quando o ordenamento o proíbe. Determinação de seu objeto O objeto do negócio jurídico deve ser, igualmente, determinado ou determinável no momento da execução. As formas podem ser classificadas como: ❖ Livre: é qualquer meio de manifestação da vontade, não imposto obrigatoriamente pela lei. CC, art. 107. ARTIGO 107, CC: A validade da declaração de vontade não dependerá de forma especial, senão quando a lei expressamente a exigir. ❖ Solene: é a forma exigida pela lei, como requisito de validade de determinados negócios jurídicos. Em regra, a exigência de que o ato seja praticado com observância de determinada solenidade tem por finalidade assegurar a autenticidade dos negócios, garantir a livre manifestação da vontade, demonstrar a seriedade do ato e facilitar a sua prova. Pode ser única ou múltipla. ❖ Contratual: A forma contratual é a convencionada pelas partes. c) Plano da eficácia: Estão, aqui, os elementos relacionados com as consequênciaS dos negócios jurídicos, ou seja, com a suspensão e a resolução de direitos e deveres relativos ao contrato, caso da condição, do termo, do encargos, das regras relacionadas com o Requisitos Formais A forma deve ser prescrita. A forma não deve ser defesa em lei. inadimplemento, dos juros, da multa ou cláusula penal, das perdas e danos, etc. Escada Ponteana Plano da existência Plano da validade Plano da eficácia
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