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Livro Eletrônico Aula 03 Português p/ SEFAZ-DF (Auditor Fiscal) Com Videoaulas - Pós-Edital Décio Terror Filho curso comprado no site: www.nossorateiodeconcursos.com 1 Colocação pronominal. Sumário 1 – Pronomes pessoais ....................................................................................................... 3 1 – Pronomes pessoais do caso reto ................................................................................................. 3 2 – Pronomes pessoais do caso oblíquo ............................................................................................ 4 a) Pronomes pessoais oblíquos átonos ............................................................................................................................ 4 Colocação dos pronomes oblíquos átonos ....................................................................................................................... 8 Ênclise ............................................................................................................................................................................... 8 Próclise ............................................................................................................................................................................. 9 Mesóclise ........................................................................................................................................................................ 10 Valor do pronome oblíquo átono “se” ........................................................................................................................... 13 b) Pronomes pessoais oblíquos tônicos ......................................................................................................................... 20 2 – Demais pronomes ...................................................................................................... 22 1 – Pronomes indefinidos ................................................................................................................ 22 2 – Pronomes possessivos ............................................................................................................... 24 3 – Pronomes demonstrativos ......................................................................................................... 25 4 – Pronomes interrogativos ........................................................................................................... 27 5 – Pronomes de tratamento .......................................................................................................... 27 6 – Pronomes relativos .................................................................................................................... 29 3 – Lista de questões ........................................................................................................ 54 4 – Gabarito ..................................................................................................................... 67 Nesta aula, trabalharemos os pronomes! Nossa metodologia nesta aula será um pouquinho diferente. A cada parte da teoria, resolveremos uma ou outra questão do CESPE para ilustrarmos a cobrança em prova, e isso terá um efeito didático importante no ponto específico da aula. Tais questões não terão numeração, nem ano de aplicação da prova. Depois de vermos toda a teoria, teremos o treinamento e aprofundamento com mais questões da banca CESPE já com numeração e ano de aplicação da prova. Décio Terror Filho Aula 03 Português p/ SEFAZ-DF (Auditor Fiscal) Com Videoaulas - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1445523 curso comprado no site: www.nossorateiodeconcursos.com 2 Tais questões propositalmente não seguem a ordenação dos assuntos que vimos. Elas estão dispostas de forma aleatória, como um aprofundamento. Vamos à primeira parte da aula: Pronomes O pronome é a classe gramatical que é empregada para substituir ou acompanhar um nome. É considerado um elemento de coesão, pois retoma ou projeta nomes no texto. Veja: Ana Clara realizou uma prova ontem. Ela não havia levado seu material de estudo, então pediu a um amigo que morava perto de sua casa que o trouxesse à faculdade, pois todo o resumo se encontrava nele. Perceba que o pronome pessoal “Ela” retomou “Ana Clara”. O pronome possessivo “seu”, além de fazer subentender a preposição “de”, retoma “Ela” (=material dela). O pronome relativo “que” se refere ao vocábulo “amigo” (amigo morava...). O pronome “sua” novamente retoma “Ela” (casa dela). Os pronomes “o” e “nele” fazem referência à expressão “material de estudo”. Com isso, podemos perceber o papel crucial dos pronomes na retomada de palavras. Essa referência ao que foi dito anteriormente é chamada de recurso anafórico ─ recurso muito utilizado. Mas ele também pode projetar o sentido, isto é, fazer uma abertura para depois inserir o elemento. Veja: Ana já soube de sua nota: cinco. A nota de Ana foi esta: cinco. Preciso de algo: descanso. Chamamos isso de recurso catafórico. Não temos que decorar os nomes, mas saber identificar a quem o nome se refere, quem ele retoma e quem ele projeta. Para tal, basta lermos com calma o texto e confirmarmos os dados nele. Verifique essa coesão referencial em um texto da prova de Analista de Finanças e Controle (STN) 2008: Décio Terror Filho Aula 03 Português p/ SEFAZ-DF (Auditor Fiscal) Com Videoaulas - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1445523 curso comprado no site: www.nossorateiodeconcursos.com 3 (CESPE / Assembleia Legislativa ES nível superior) Fragmento de texto: Em milênios de filosofia, só dois filósofos quebraram as fronteiras da academia para que seus nomes gerassem adjetivos conhecidos de todos, até de quem não sabe quem eles foram: Platão e Maquiavel. Todos ouvimos falar em amor platônico ou em pessoas maquiavélicas. Não interessa que os especialistas se irritem porque Maquiavel não foi maquiavélico; o fato é que ele, como Platão, deixou uma marca no imaginário social. Na linha 7, o pronome “ele” refere-se a “Platão”, o referente mais próximo. Comentário: O pronome pessoal “ele” também trabalha a coesão referencial anafórica. Assim retoma palavra expressa anteriormente, e não posteriormente, como a questão faz subentender. Assim, o substantivo retomado foi “Maquiavel”, e não “Platão”. Gabarito: E Bom, vimos a aplicação do pronome como elemento anafórico ou catafórico. Agora, vamos estudar algumas nomenclaturas importantes do pronome e seu emprego. 1 – PRONOMES PESSOAIS Os pronomes pessoais são aqueles que indicam uma das três pessoas do discurso: quem fala (locutor), com quem se fala (interlocutor) e de quem se fala (referente). 1 – PRONOMES PESSOAIS DO CASO RETO São os que desempenham a função sintática de sujeito da oração, vocativo e predicativo. São os pronomes eu, tu, ele (ela), nós, vós, eles (elas). Eu sou professor. O professor sou eu. Tu és professor. O professor és tu. Tu, não deixes de estudar! Ele é professor. O professor é ele. Nós somos professores. Os professores somos nós. Vós sois professores. Os professores sois vós. Vós, aceitai a reprimenda. Eles são professores. Os professores são eles. sujeito predicativo vocativo Décio Terror Filho Aula 03 Português p/ SEFAZ-DF (Auditor Fiscal) Com Videoaulas - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1445523 curso comprado no site: www.nossorateiodeconcursos.com 4 2 – PRONOMES PESSOAIS DO CASO OBLÍQUO São os que desempenham a função sintática de complemento verbal (objeto direto ou indireto), complemento nominal, agente da passiva, adjunto adverbial, adjunto adnominal. Os pronomes pessoais do caso oblíquo se subdividem em dois tipos: os átonos, que não são antecedidos por preposição, e os tônicos, precedidospor preposição. a) Pronomes pessoais oblíquos átonos: são os seguintes: “me, te, se, o, a, lhe, nos, vos, os, as, lhes”. Eles podem exercer diversos valores morfossintáticos nas orações: Objeto direto: “me, te, se, o, a, nos, vos, os, as”. Ana Ana Ana Ana Ana Ana Ana informou-me informou-te informou-se informou-o (a) informou-nos informou-vos informou-os (as) do ocorrido. do ocorrido. do ocorrido. do ocorrido. do ocorrido. do ocorrido. do ocorrido. sujeito VTDI + OD + OI Se o verbo termina com as nasalizações “m”, ou “õe”; os pronomes o, a, os, as transformam- se em no, na, nos, nas. Quando encontrarem o material, tragam-no até mim. Os sapatos, põe-nos fora, para aliviar a dor. Se o verbo termina em “r”, “s” ou “z”; excluem-se essas terminações, e os pronomes o, a, os, as mudam para lo, la, los, las. Quando encontrarem as apostilas, deverão trazê-las até mim. As apostilas, perde-las toda semana. (sujeito oculto “tu”) As garotas ingênuas, o conquistador sedu-las com facilidade. Independentemente da predicação verbal, se o verbo termina em “-mos”, seguido de “nos” ou de “vos”, retira-se a terminação “-s”. Encontramo-nos ontem à noite. Solicitamo-vos a acolhida nesta noite. deverão trazer + as deverão trazê-las perdes + as perde-las seduz + as sedu-las Décio Terror Filho Aula 03 Português p/ SEFAZ-DF (Auditor Fiscal) Com Videoaulas - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1445523 curso comprado no site: www.nossorateiodeconcursos.com 5 Objeto Indireto: “me, te, se, lhe, nos, vos, lhes”. (valor sintático) Ana Ana Ana Ana Ana Ana Ana informou-me informou-te informou-lhe informou-nos informou-vos informou-lhes revoga-se o ocorrido. o ocorrido. o ocorrido. o ocorrido. o ocorrido. o ocorrido. o direito de ficar calada. sujeito VTDI + OI + OD + oração subordinada substantiva completiva nominal Se o verbo for transitivo indireto terminado em “s”, seguido de lhe, lhes, não se retira a terminação “-s”. Obedecemos-lhe cegamente. Complemento nominal: “me, te, lhe, nos, vos, lhes”. Vemos na aula de sintaxe da oração que o complemento nominal é o termo que é exigido pelo nome. Assim, note que o substantivo “respeito” exigiu os complementos nominais que estão em negrito abaixo: (você) Tenha-me respeito. Tenha respeito a mim. (eu) Tenho-te respeito. Tenho respeito a ti. (eu) Tenho-lhe respeito. Tenho respeito a ele. (você) Tenha-nos respeito. Tenha respeito a nós. (eu) Tenho-vos respeito. Tenho respeito a vós. (eu) Tenho-lhes respeito. Tenho respeito a eles. sujeito VTD + CN + OD VTD + OD + CN Valor de posse (algo de alguém): “me, te, lhe, nos, vos, lhes”. Algumas gramáticas determinam a esses pronomes a função de adjunto adnominal, outras, objeto indireto. Para concurso, basta entender o valor de posse. Doem-me as pernas. (As minhas pernas doem.) Doem-te as pernas. (As tuas pernas doem.) Doem-lhe as pernas. [As suas pernas doem. As pernas dele(dela) doem.] Doem-nos as pernas. (As nossas pernas doem.) Doem-vos as pernas. (As vossas pernas doem.) Doem-lhes as pernas. [As suas pernas doem. As pernas deles(delas) doem.] Sujeito acusativo: Os pronomes que funcionam como sujeito acusativo são “me, te, se, o, a, nos, vos, os, as”, quando estiverem em um período composto formado pelos verbos “fazer, mandar, ver, deixar, sentir ou ouvir”, e um verbo no infinitivo ou no gerúndio. Esses são os verbos causativos Décio Terror Filho Aula 03 Português p/ SEFAZ-DF (Auditor Fiscal) Com Videoaulas - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1445523 curso comprado no site: www.nossorateiodeconcursos.com 6 e sensitivos, os quais foram mencionados quando estudamos as peculiaridades das orações subordinadas substantivas objetivas diretas. Ex. Deixei-a entrar atrasada. Mandaram-me conversar com o diretor. (CESPE / Assistente de Chancelaria nível superior) Julgue a frase abaixo quanto à correção gramatical. Já que eu não posso amar ela, vou procurar outro amor. Comentário: O vocábulo “ela”, dependendo de seu valor sintático, poderá ser pronome pessoal do caso reto ou oblíquo tônico. Como este pronome está na função de objeto direto, deve ser substituído por “a”, com as devidas adaptações: “amá-la”. Porém, esta estrutura pode despertar um desprestígio linguístico, produzindo a pronúncia (a mala), em determinados contextos causando até ambiguidade. Por isso, é relevante posicionar esse pronome átono antes do verbo “posso”: “eu não a posso amar”. Gabarito: E (CESPE / Assistente de Chancelaria nível superior) Ao escrever um texto, determinado profissional produziu a frase: A inflação é a maior inimiga da Nação. É meta prioritária do governo eliminá-la. O profissional poderia substituir “eliminá-la” por eliminar-lhe, e, dessa forma, a frase estaria mais bem formulada e de acordo com a escrita padrão. Comentário: O verbo “eliminar” é transitivo direto e “-la” é o objeto direto, corretamente empregado. A referida substituição implicaria erro gramatical, pois o pronome “lhe” nunca ocupará a função de objeto direto. Gabarito: E (CESPE / TRE - ES Técnico) Fragmento de texto: No artigo 68 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, dispôs a Carta Magna de 1988: “Aos remanescentes das comunidades dos quilombos que estejam ocupando suas terras é reconhecida a propriedade definitiva, devendo o Estado emitir-lhes os títulos respectivos.” Era o reconhecimento de um direito. Em “emitir-lhes”, o pronome exerce a função de objeto direto. Décio Terror Filho Aula 03 Português p/ SEFAZ-DF (Auditor Fiscal) Com Videoaulas - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1445523 curso comprado no site: www.nossorateiodeconcursos.com 7 Comentário: O pronome “lhes” não pode ocupar a função sintática de objeto direto. Neste contexto, sua função é de objeto indireto. Gabarito: E (CESPE / FUB Técnico) Fragmento de texto: O Teach for America consegue atrair os mais talentosos alunos para a docência oferecendo-lhes algo bem concreto. Depois de dois anos no papel de professor de escola pública — tempo mínimo de estada no programa —, esses jovens ingressam quase que automaticamente em algumas das maiores empresas americanas, com as quais o Teach for America estabeleceu uma produtiva parceria. O pronome “lhes” poderia ser substituído por os, sem prejuízo da correção gramatical do texto, dada a possibilidade de dupla regência do verbo oferecer. Comentário: O verbo “oferecendo” é transitivo direto e indireto. Seu objeto direto é “algo” e o objeto indireto é “lhes”. Assim, este não pode ser substituído por “os”. Gabarito: E (CESPE / TRE - MA Analista) Fragmento do texto: Ser cidadão, perdoem-me os que cultuam o direito, é ser como o Estado, é ser um indivíduo dotado de direitos que lhe permitem não só se defrontar com o Estado, mas afrontar o Estado. O cidadão seria tão forte quanto o Estado. O indivíduo completo é aquele que tem a capacidade de entender o mundo, a sua situação no mundo e que, se ainda não é cidadão, sabe o que poderiam ser os seus direitos. Estaria garantida a obediência às regras de regência verbal, caso se substituísse a expressão “afrontar o Estado” por afrontar-lhe. Comentário: O verbo “afrontar” é transitivo direto, então só cabe objeto direto, por isso não se utiliza o pronome “-lhe” (objeto indireto), mas o pronome “lo” (objeto direto) (imposição do “L” pela retirada do “r” final do verbo). Verifique que esta troca pode ser feita porque a palavra “Estado” já havia sido expressa no texto. Gabarito: E (CESPE TRE - MA Analista) Fragmento do texto: Ser cidadão, perdoem-me os que cultuam o direito, é ser como o Estado, é ser um indivíduo dotado de direitos que lhe permitemnão só se defrontar com o Estado, mas afrontar o Estado. O cidadão seria tão forte quanto o Estado. O indivíduo completo é aquele que tem a capacidade de entender o mundo, a sua situação no mundo e que, se ainda não é cidadão, sabe o que poderiam ser os seus direitos. Décio Terror Filho Aula 03 Português p/ SEFAZ-DF (Auditor Fiscal) Com Videoaulas - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1445523 curso comprado no site: www.nossorateiodeconcursos.com 8 A substituição da expressão “capacidade de entender o mundo” por capacidade de entendê-lo mantém a coesão e a coerência do texto, além de conferir ao período maior concisão. Comentário: Observe que a expressão “o mundo” é objeto direto do verbo “entender”. É gramaticalmente correta a substituição; porém, textualmente, deve-se observar que o recurso de se substituir um substantivo por um pronome oblíquo ocorre quando esse substantivo está sendo repetido; no entanto, a palavra “mundo” não havia sido expressa no texto anteriormente, e sua substituição causaria uma incoerência no texto. Ficou com dúvida? Pense nesta frase iniciando um texto: Ela chegou tarde hoje. Ela quem? Para que esse pronome tenha coesão e coerência no texto, deve-se substituir um substantivo escrito anteriormente no texto: Margarida saiu às cinco horas da manhã. Ela chegou tarde hoje. Agora se sabe quem é ela: Margarida. Gabarito: E Colocação dos pronomes oblíquos átonos Numa relação frasal, muitas vezes há dúvida quanto ao posicionamento desses pronomes, que podem ficar antes do verbo (próclise), no meio dele (mesóclise) e depois dele (ênclise). a. Em relação a um só verbo: A estrutura básica da oração é o sujeito (S), verbo (V) e complemento (O). Essa é a sequência natural, pois é mais prático ao falante concordar o verbo com o sujeito que já foi dito. Os pronomes pessoais oblíquos átonos ocupam a função de complemento (representado adiante por “O”). Então, façamos a seguinte depreensão: S V O Ênclise: o pronome surge após o verbo. Pode ser considerada a colocação básica do pronome, pois obedece à sequência verbo-complemento. Na língua culta, é observada no início das frases ou quando não houver palavra que atraia esse pronome: Apresento-lhe meus cumprimentos. Contaram-te tudo? Joana cansou-se de tanto andar. oblíquo átono ênclise Décio Terror Filho Aula 03 Português p/ SEFAZ-DF (Auditor Fiscal) Com Videoaulas - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1445523 curso comprado no site: www.nossorateiodeconcursos.com 9 Observação: deve-se ter em mente que não se inicia oração com pronome oblíquo átono: estão erradas as construções “Me disseram assim.”, o ideal é “Disseram-me assim.” Próclise: o pronome surge antes do verbo, porque há uma palavra que o atrai, chamada palavra atrativa, ou se houver conveniência eufônica: S O V Não nos mostraram nada. Nada me disseram. a) São palavras atrativas: advérbios¹, pronomes relativos², interrogativos³, conjunções subordinativas4 e, normalmente, as negações5: Sempre¹ se encontram. É a pessoa que² nos orientou. Quem³ te disse isso? Nada foi feito, embora4 se conhecessem as consequências da omissão. Não5 me falaram nada a respeito disso. b) Se, após a palavra atrativa houver pausa (vírgula, ponto-e-vírgula, dois-pontos etc), a atração perde força e o pronome deve posicionar-se após o verbo: Não nos falaram a verdade. Não, falaram-nos a verdade. Agora nos fale a verdade. Agora, fale-nos a verdade. c) O pronome átono, não inicial, pode vir antes da palavra negativa: “...descia eu para Nápoles a busca de sol que o não havia nas terras do norte.” d) A colocação pronominal enclítica ocorre por força gramatical, porém os autores modernos têm optado pela próclise, mesmo não havendo palavra atrativa, haja vista o processo eufônico (soar melhor). Veja: O marceneiro feriu-se com a lâmina. O marceneiro se feriu com a lâmina. Observação: a tradição fixou a próclise ainda nos seguintes casos: 1) com o gerúndio precedido da preposição em: Em lhe chegando o turno, volte ao trabalho com eficiência. 2) nas orações exclamativas e optativas, com o verbo no subjuntivo e sujeito anteposto ao verbo: Bons ventos o levem! Deus te ajude! Note a diferença com: “Benza-o Deus!”. Nesta frase, o sujeito ficou posposto ao verbo, porque o pronome teve de ser deslocado para não iniciar a frase. oblíquo átono próclise Décio Terror Filho Aula 03 Português p/ SEFAZ-DF (Auditor Fiscal) Com Videoaulas - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1445523 curso comprado no site: www.nossorateiodeconcursos.com 10 3) Com a preposição “para” seguida de infinitivo, a colocação pronominal é facultativa (próclise ou ênclise), inclusive com palavra negativa: Para se equilibrar, ele segurou um graveto. Para equilibrar-se, ele segurou um graveto. Para não se esquecer, escreveu o recado na mão. Para não esquecer-se, escreveu o recado na mão. Mesóclise: o pronome é intercalado ao verbo, que deve estar no futuro do presente do indicativo ou futuro do pretérito do indicativo. Mas, se houver palavra atrativa, mesmo com os verbos nestes tempos, a colocação é a próclise: Mostrar-lhe-ei meus escritos. Falar-vos-iam a verdade? Nunca lhe mostrarei meus escritos. Jamais vos falarei a verdade. Agora, veja essas regras com uma locução verbal: O pronome oblíquo átono pode posicionar-se em qualquer das três formas a seguir: infinitivo gerúndio particípio 1 Vou-lhe falar. Estou-lhe falando. Tenho-lhe falado. 2 Vou lhe falar. Estou lhe falando. Tenho lhe falado. 3 Vou falar-lhe. Estou falando-lhe. — Quando há hífen, sabe-se que ocorre ênclise. Assim, na estrutura 1, há ênclise ao verbo auxiliar; na 2 há próclise ao verbo principal e na 3 há ênclise ao verbo principal. Note que não pode haver ênclise com verbo no particípio. “Dica para memorizar: o particípio não participa da colocação pronominal.” Observe também que não se muda o sentido com a mudança de posição do pronome oblíquo átono. Outra importante observação: via de regra, com palavra atrativa, o pronome oblíquo átono ficará proclítico ao auxiliar¹ ou ao principal², e enclítico ao principal³: infinitivo gerúndio particípio 1 Não lhe vou falar. Não lhe estou falando. Não lhe tenho falado. 2 Não vou lhe falar. Não estou lhe falando. Não tenho lhe falado. 3 Não vou falar-lhe. Não estou falando-lhe. — Portanto, há de se concluir que as normas de colocação pronominal não devem ser vistas como preceitos intocáveis, ficando, em muitos casos, subordinados às exigências da ênfase, da harmonia e espontaneidade da expressão. Cabe relembrarmos aqui dois valores do pronome “se”: índice de indeterminação do sujeito e pronome apassivador. Além disso, veremos outros valores desse pronome que caem muito em prova. verbo auxiliar verbo principal verbo auxiliar verbo principal verbo auxiliar verbo principal verbo auxiliar verbo principal verbo auxiliar verbo principal verbo auxiliar verbo principal Décio Terror Filho Aula 03 Português p/ SEFAZ-DF (Auditor Fiscal) Com Videoaulas - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1445523 curso comprado no site: www.nossorateiodeconcursos.com 11 (CESPE / Sec Edu AM nível superior) Fragmento do texto: Não se trata, nessas condições, de querer liquidar a angústia, mas de saber se o homem deve procurar evitá-la, fugir dela por qualquer saída, ou se, em vez disso, deve aceitá-la e aventurar-se a viver longe da terra firme. Em “Não se trata” (linha 1), a partícula “se” poderia ser corretamente empregada após o verbo, escrevendo-se Não trata-se. Comentário: A palavra atrativa “Não” obriga o posicionamento do pronome átono “se” antes do verbo. Assim, a afirmativa está errada. Gabarito: E (CESPE / TCE TO Analista) No trecho “se ela não parava de brigar”,o pronome “se” está anteposto ao sujeito devido à presença do advérbio de negação. Comentário: O vocábulo “se”, na realidade, é uma conjunção condicional. Gabarito: E (CESPE / TCE TO Analista) O trecho “Ela não o viu ficar paralítico” admite, sem prejuízo para a correção gramatical e o sentido original do texto, a seguinte reescrita: Ela não viu ficá-lo paralítico. Comentário: O pronome “o” está entre dois verbos de duas orações diferentes. Nesta estrutura não há locução verbal, por isso, o pronome não pode se movimentar de um verbo a outro. Assim, o sentido muda e a estrutura fica incoerente. Esta estrutura ocorre porque o verbo “viu” é chamado de sensitivo, seguido de uma oração subordinada substantiva objetiva direta reduzida de infinitivo. Gabarito: E (CESPE / TRT - RJ Analista) Fragmento do texto: Em consequência, nas vilas próximas às fazendas, se concentra uma população detritária de velhos desgastados no trabalho e de crianças entregues a seus avós. Seria mantida a correção gramatical caso se empregasse o pronome posposto ao verbo: concentra-se. Décio Terror Filho Aula 03 Português p/ SEFAZ-DF (Auditor Fiscal) Com Videoaulas - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1445523 curso comprado no site: www.nossorateiodeconcursos.com 12 Comentário: O pronome oblíquo átono “se” está antecipado do verbo por motivo eufônico, numa liberdade expressiva. A banca, então, sugere a recolocação em ênclise, que seria o padrão natural, pois o termo atrativo (a locução adverbial “Em consequência”) está separado por outra locução adverbial intercalada de vírgulas. Perceba que a banca não diz que a colocação original em próclise está errada, mesmo não havendo palavra atrativa, pelo motivo anteriormente exposto. Gabarito: C (CESPE / Banco do Brasil Escriturário) Fragmento do texto: Some-se a isso o faturamento com as tarifas e chega-se aos resultados do ano passado, com os quais as instituições financeiras do país se elevaram à condição de instituições mais rentáveis do planeta. As regras gramaticais de emprego dos pronomes átonos permitem também a redação de elevaram-se à condição, em lugar de “se elevaram à condição”, sendo ambas as construções apropriadas a documentos oficiais. Comentário: O pronome átono “se” está proclítico ao verbo “elevaram”, mesmo não havendo palavra atrativa, o que é natural na linguagem atual por motivo de eufonia. Assim, esse pronome pode ser deslocado também para depois do verbo (ênclise). Gabarito: C (CESPE / TRE-TO Analista) Fragmento de texto: Amanhã serão definidos os nomes do presidente da República e dos governadores de alguns estados. A substituição da expressão “serão definidos” por definir-se-ão garante a correção gramatical do período. Comentário: Normalmente se poderia substituir “serão definidos os nomes” (voz passiva analítica) por “definir-se-ão os nomes” (voz passiva sintética). O problema é que o advérbio “Amanhã” é palavra atrativa e exige a próclise; por isso, o correto seria: “Amanhã se definirão os nomes”. Gabarito: E Décio Terror Filho Aula 03 Português p/ SEFAZ-DF (Auditor Fiscal) Com Videoaulas - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1445523 curso comprado no site: www.nossorateiodeconcursos.com 13 Valor do pronome oblíquo átono “se” Índice de indeterminação do sujeito (voz ativa): Vemos na aula de concordância que o pronome “se” pode ser índice de indeterminação do sujeito (IIS), o qual se junta a verbo transitivo indireto, intransitivo e de ligação, na intenção de indeterminar o agente (sujeito). Perceba que todas as orações em que ele aparece obrigatoriamente estão na voz ativa e o verbo obrigatoriamente fica na 3ª pessoa do singular. Trata-se de assuntos sigilosos. (verbo transitivo indireto + IIS + objeto indireto) Morre-se de fome em várias partes do mundo. (verbo intransitivo + IIS + adjunto adverbial de causa + adjunto adverbial de lugar) É-se feliz aqui. (verbo de ligação + IIS + predicativo + adjunto adverbial de lugar) Pronome apassivador (voz passiva sintética): Também vemos na mesma aula que o pronome “se” pode ser pronome apassivador (PAp), o qual se junta a verbo transitivo direto ou a verbo transitivo direto e indireto, na intenção de indeterminar o agente (agente da passiva). Perceba que todas as orações em que ele aparece obrigatoriamente estão na voz passiva sintética e o verbo concorda com o sujeito paciente: Consertam-se carrocerias. Carrocerias são consertadas. VTD + PAp + sujeito paciente sujeito paciente locução verbal voz passiva sintética voz passiva analítica Pronome reflexivo (voz reflexiva): Esse é um valor ainda não visto em nossas aulas. Diz-se que um pronome é reflexivo quando este “reflete” a ação ao mesmo elemento. Isto é, o sujeito age e o objeto direto sofre a ação, porém a mesma pessoa (ou coisa) sujeito será também o objeto direto. Veja: Ela olhou-se no espelho. (ela olhou e foi olhada) Porém, podemos ter dúvida se esse pronome é reflexivo ou apassivador. Por isso, vamos a suas diferenças: Feriu-se o atleta durante a partida. Há ambiguidade gerada a partir do se, pois não se sabe se o atleta agiu ou sofreu a ação. Por isso há necessidade de um contexto, e é isso que tem caído em prova. Décio Terror Filho Aula 03 Português p/ SEFAZ-DF (Auditor Fiscal) Com Videoaulas - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1445523 curso comprado no site: www.nossorateiodeconcursos.com ==160e93== 14 Supondo-se que o atleta agiu contra ele mesmo (caiu sozinho, por exemplo), o pronome se será entendido como pronome reflexivo: Feriu-se o atleta durante a partida. VTD + P Refl (OD) sujeito agente adjunto adverbial de tempo Desfar-se-á a ambiguidade, substituindo o pronome átono “se” pela expressão tônica “a si mesmo”, da seguinte maneira: O atleta feriu a si mesmo durante a partida. sujeito agente VTD + P Refl (OD prep) adjunto adverbial de tempo Supondo-se que o atleta sofreu a ação de alguém (agente da passiva) que não foi identificado, o pronome se será entendido como pronome apassivador: Feriu-se o atleta durante a partida. (* O agente da passiva está indeterminado) VTD + P Ap sujeito paciente adjunto adverbial de tempo Desfar-se-á a ambiguidade da seguinte maneira: O atleta foi ferido durante a partida. (* O agente da passiva continua indeterminado) sujeito paciente locução verbal adjunto adverbial de tempo Pronome reflexivo recíproco (voz reflexiva recíproca): Esse pronome transmite uma reação dos objetos direto ou indireto à ação do sujeito, por isso é chamado de pronome reflexivo recíproco (P Rec) e compõe a voz recíproca, que é apenas uma variação da reflexiva, com o detalhe de que se necessita de no mínimo dois indivíduos para se efetivar a reciprocidade. Uma forma prática de visualizar o pronome reflexivo recíproco é subentender os advérbios de modo “reciprocamente”, “mutuamente”: Os deputados cumprimentaram-se após a sessão plenária. sujeito VTD + P Rec (OD) adjunto adverbial de tempo voz reflexiva recíproca Com base no que foi visto anteriormente sobre o pronome apassivador, reflexivo recíproco e o puramente reflexivo, entendamos a diferença entre eles, dependendo do contexto. Usamos para isso o sujeito iniciado com a expressão “mais de um”: Décio Terror Filho Aula 03 Português p/ SEFAZ-DF (Auditor Fiscal) Com Videoaulas - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1445523 curso comprado no site: www.nossorateiodeconcursos.com 15 Feriu-se mais de um atleta durante a partida. VTD + P Refl sujeito agente adjunto adverbial de tempo Mais de um atleta feriu a si mesmo durante a partida. sujeito agente VTD + P Refl adjunto adverbial de tempo Feriu-se mais de um atleta durante a partida. VTD + P Ap sujeito pacienteadjunto adverbial de tempo Mais de um atleta foi ferido durante a partida. sujeito paciente locução verbal adjunto adverbial de tempo Feriram-se mais de um atleta durante a partida. VTD + P Rec sujeito agente adjunto adverbial de tempo Mais de um atleta feriram-se mutuamente durante a partida. sujeito agente VTD + P Rec + adj adv modo adjunto adverbial de tempo sujeito agente VTD + P Rec + adj adv modo adjunto adverbial de tempo (CESPE / SEDU-ES Agente educacional) Fragmento do texto: Trata-se da chamada poluição urbana, observada, sobretudo, nas grandes regiões metropolitanas de acelerado crescimento demográfico. Caso a expressão “da chamada poluição urbana” estivesse no plural, a forma verbal “Trata- se” deveria também ser flexionada no plural. Pronome reflexivo: cada atleta a seu tempo se machucou durante a partida; portanto, verbo no singular. Pronome apassivador: cada atleta a seu tempo foi machucado por um agente (agente da passiva) que não foi identificado, isto é, está indeterminado. Verbo concorda no singular. Pronome recíproco: os atletas se chocaram. Um contra o outro. Esta é a exceção à regra da concordância com o sujeito “mais de um”. Verbo no plural. Décio Terror Filho Aula 03 Português p/ SEFAZ-DF (Auditor Fiscal) Com Videoaulas - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1445523 curso comprado no site: www.nossorateiodeconcursos.com 16 Comentário: O verbo “Trata” é transitivo indireto, com isso, o pronome “se” é índice de indeterminação do sujeito. Esse verbo ficará no singular independentemente da flexão do objeto indireto. Gabarito: E (CESPE / PMDF CHOAEM) Fragmento do texto: O medo tem raízes profundas na alma dos seres. Radica-se no inconsciente e é objeto constante da pesquisa científica, com destaque para a psicanálise. Em “Radica-se”, o pronome indica que o sujeito é indeterminado. Comentário: Afirmou-se que o “se” é índice de indeterminação do sujeito. Isso não é verdade, pois o verbo radicar é transitivo direto. Com isso o “se” é pronome apassivador e seu sujeito paciente está subentendido como “O medo”. Para a confirmação de ser pronome apassivador, temos sempre que passar esta voz passiva sintética para a voz passiva analítica: O medo é radicado no inconsciente...” Gabarito: E (CESPE / Polícia Federal Auxiliar Administrativo) Fragmento do texto: Não se pode negar que o advento dos regimes liberais em 1989-90, em todos os grandes Estados da América do Sul, criou uma ilusão de modernidade. (...) A partir de 1995, a ilusão começou a desfazer-se e a dura vida real transformou sonhos em pesadelos. O emprego do pronome “se” marca a formalidade da linguagem utilizada e indica, nas duas ocorrências, que o sujeito da oração é indeterminado, impessoal. Comentário: O pronome “se” é uma forma de tornar o texto objetivo, flexionando o verbo em terceira pessoa, isso o leva mais próximo à formalidade (não que isso seja o determinante na formalidade). O erro está em afirmar que o “se” é uma forma de indeterminação do sujeito. O “se” nas duas ocorrências não é índice de indeterminação do sujeito, mas pronome apassivador. Para se ter certeza, deve-se transpor as duas construções em voz passiva analítica e notar que o termo sublinhado é o sujeito paciente. Assim: Não pode ser negado que o advento dos regimes liberais... (sujeito oracional) A ilusão começou a ser desfeita... (sujeito determinado simples) Gabarito: E Décio Terror Filho Aula 03 Português p/ SEFAZ-DF (Auditor Fiscal) Com Videoaulas - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1445523 curso comprado no site: www.nossorateiodeconcursos.com 17 (CESPE / TCE RN Inspetor de Controle Externo) Fragmento do texto: Em todos os povos ou períodos da história, a sensação de pertencimento a uma comunidade sempre foi construída com base nas diferenças em relação aos que estão de fora, “os outros”. Muitas tribos indígenas brasileiras, por exemplo, chamam a si próprias de “homens” ou “gente” e denominam pejorativamente integrantes de outros grupamentos — esses são “seres inferiores” ou “narizes chatos”. Na linha 4, seriam preservadas a coerência da argumentação e a correção gramatical do texto se a opção fosse por não enfatizar o objeto de chamar, conferida pelo pronome “próprias”, e se substituísse “a si” por se, escrevendo-se chamam-se. Comentário: Fazendo-se as trocas necessárias na questão, percebemos que há coerência com os argumentos do texto, bem como há correção gramatical. Compare: Muitas tribos indígenas brasileiras, por exemplo, chamam a si próprias de “homens” ou “gente” e denominam pejorativamente integrantes de outros grupamentos — esses são “seres inferiores” ou “narizes chatos”. Muitas tribos indígenas brasileiras, por exemplo, chamam-se de “homens” ou “gente” e denominam pejorativamente integrantes de outros grupamentos — esses são “seres inferiores” ou “narizes chatos”. No primeiro caso, o pronome oblíquo tônico “si” foi seguido do pronome demonstrativo de reforço “próprias”, para enfatizar o valor reflexivo. No segundo caso, não há ênfase no valor reflexivo, mas o contexto nos mantém com este sentido. Quando usamos a expressão “a si próprias” temos certeza do valor reflexivo; mas, quando usamos apenas o “se”, em determinados contextos, como este, pode-se confundir o “se” reflexivo com o pronome apassivador. Veja: Pronome reflexivo “se”: Muitas tribos indígenas brasileiras, por exemplo, chamam-se de “homens” ou “gente” (chamam a si próprias de). Pronome apassivador “se”: Muitas tribos indígenas brasileiras, por exemplo, chamam-se de “homens” ou “gente” (são chamadas de). Como pode haver ambiguidade na construção apenas com o “se”, a banca perguntou simplesmente se conserva a coerência com os argumentos e com a correção gramatical. Ela não mencionou sentido original, pois isso poderia ser contestado pela possibilidade de se entender voz passiva nesta última construção. Gabarito: C (CESPE / PM - ES nível médio) Fragmento de texto: O currículo não é mais um fim em si, mas um meio bem estruturado para que o indivíduo, na relação entre teoria e prática, se torne capaz de incorporar determinadas habilidades. Em “se torne”, o pronome “se” indica sujeito indeterminado. Décio Terror Filho Aula 03 Português p/ SEFAZ-DF (Auditor Fiscal) Com Videoaulas - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1445523 curso comprado no site: www.nossorateiodeconcursos.com 18 Comentário: A questão afirma que o “se” é o índice de indeterminação do sujeito. Mas note que o sujeito está expresso na oração: o indivíduo. Na realidade esse vocábulo “se” é parte integrante do verbo, fazendo com que “torne” seja um verbo de ligação. Gabarito: E (CESPE / TRE - TO Analista) Fragmento de texto: Em um continente em que países e economias estão interligados não apenas por fronteiras comuns ou por interesses convergentes, mas especialmente por laços comerciais e culturais, é imperioso que se dê atenção ao que está ocorrendo na Venezuela. A substituição de “que se dê atenção” por que atenção seja dada mantém a correção gramatical do período. Comentário: O verbo “dê” é transitivo direto e indireto, seu objeto indireto é “ao”. Note que ocorre a preposição “a” e em seguida o pronome demonstrativo “o” (=aquele). Como o verbo é transitivo direto, o pronome “se” é apassivador e “atenção” é o sujeito paciente. A banca apenas pediu para transpor para a voz passiva analítica: atenção seja dada. Gabarito: C (CESPE / FUB Superior) Fragmento de texto: Essas conexões seriam os nossos hiperlinks cerebrais, e a Internet seria uma das formas de comunicação que mais se assemelha a nós próprios. Criador e criatura se influenciam de forma parecida. O vocábulo “se” é empregado com a mesma função nas duas ocorrências: a de marcarreciprocidade de ação. Comentário: Para ocorrer a reciprocidade, necessita-se de que haja uma ação provocada por um indivíduo e uma resposta a essa ação por outro indivíduo. Assim, no mínimo dois agentes devem estar presentes na ação. O primeiro “se” é reflexivo. Note que a comunicação assemelha alguma coisa a outra, mas alguém pode assemelhar “ele mesmo” a algo. Isso confirma a ideia reflexiva. A segunda ocorrência do “se” realmente é de reciprocidade. Criador influencia a criatura e vice-versa. Gabarito: E (CESPE / ANVISA Superior) Fragmento de texto: O biólogo norte-americano Craig Venter acredita que o código genético de microrganismos pode se transformar num excelente negócio no futuro. Décio Terror Filho Aula 03 Português p/ SEFAZ-DF (Auditor Fiscal) Com Videoaulas - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1445523 curso comprado no site: www.nossorateiodeconcursos.com 19 De acordo com os sentidos do texto, a troca da expressão verbal “pode se transformar” por pode vir a ser transformado mantém a correção gramatical e a voz passiva verbal. Comentário: Cuidado com esta questão, pois houve a passagem da voz passiva sintética para a analítica, porém esta transposição não foi exatamente a mesma, mas de expressões semelhantes semanticamente. Veja: 1. O código... pode se transformar (voz passiva sintética) 2. O código... pode ser transformado (voz passiva analítica) 3. O código... pode vir a se transformar (voz passiva sintética) 4. O código... pode vir a ser transformado (voz passiva analítica) Sabendo-se que as frases 1 e 3 estão na voz passiva sintética e possuem mesmo sentido, suas transposições para a voz passiva analítica (2 e 4) também possuem mesmo sentido. Por isso a troca é possível. Gabarito: C (CESPE / TRE–AP Analista) Fragmento de texto: “Quando a gente não sabe resolver um problema, não é preciso lutar, nem insistir, cansar-se bobamente. Basta entregá-lo à alma, ela cuida de tudo”. Fiquei devendo à Vicentina Correias essa pérola. Foi o Soledade que me ensinou, ela disse. Engraçado, foi exatamente o que fiz, não por virtude, mas por fraqueza, quando parei de falar e pensar no dente. Ainda assim deu certo. Não fui ao Clemente e tenho levado uma vida normal com meu molar de parede derruída, faz uns catorze meses já. Até o esqueço. Vicentina disse que quando respondeu ao Soledade já haver perdoado a mãe, ele insistiu: não perdoou, não. Mas, se eu mesma não sei disso, como vou perdoar de novo, se acho que já perdoei, ela falou. “Entregue para sua alma, ela resolve para você”. Como ele disse, aconteceu. No trecho ‘cansar-se bobamente’ (linha 2), o pronome ‘se’ indica reciprocidade. Comentário: Na realidade, o pronome “se”, neste contexto, é reflexivo. Veja que podemos entender que podemos cansar alguém, porém esse “alguém” poderia ser “nós mesmos”. Além disso, podemos substituir o “se” pelo pronome oblíquo tônico “si” e o reforço reflexivo “mesmo”: cansar a si mesmo bobamente. Gabarito: E Décio Terror Filho Aula 03 Português p/ SEFAZ-DF (Auditor Fiscal) Com Videoaulas - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1445523 curso comprado no site: www.nossorateiodeconcursos.com 20 (CESPE / MPOG Analista) Fragmento de texto: Se, atualmente, em raras empresas, já é aceitável que uma mulher reivindique tempo parcial de trabalho para dedicar-se à família, sem que isso a desqualifique aos olhos do empregador, o mesmo não acontece com um homem. A supressão do pronome “se” em “dedicar-se” acarretaria mudança de sentido do período. Comentário: Podemos entender, na frase, que a mulher pode dedicar seu tempo, sua atenção à família. Com a retirada desse pronome reflexivo, ela iria dedicar o tempo parcial de trabalho à família. Assim, teríamos mudança de sentido. Gabarito: C (CESPE / TRE - TO Técnico) Fragmento de texto: Nas décadas de 70 e 80 do século passado, foram denunciados incêndios propositais na região, provocados por proprietários rurais, com o objetivo de aproveitar os espaços para a pecuária. A substituição de “foram denunciados” por denunciaram-se mantém a correção gramatical do período. Comentário: Houve apenas a transformação da voz passiva analítica em voz passiva sintética: ... denunciaram-se incêndios propositais... VTD + Pron Ap + sujeito paciente. Gabarito: C (CESPE / TRE – TO Analista) Fragmento do texto: Geralmente, as oposições não gostam dos governos. Partido vencido contesta a eleição do vencedor, e partido vencedor é simultaneamente vencido, e vice-versa. Tentam-se acordos, dividindo os deputados; mas ninguém aceita minorias. A substituição de “Tentam-se” (linha 3) por São tentados prejudica a correção gramatical do período. Comentário: O erro foi afirmar que essa substituição prejudicaria a correção gramatical, pois, em “Tentam-se”, há verbo transitivo direto, seguido de pronome apassivador, e o sujeito paciente é “acordos”. Logo, a substituição desta voz passiva sintética para a voz passiva analítica realmente é “São tentados acordos”. Gabarito: E b) Pronomes pessoais oblíquos tônicos: Os pronomes oblíquos tônicos são precedidos de preposição e são os seguintes: mim, comigo, ti, contigo, ele, ela, si, consigo, nós, conosco, vós, convosco, eles, elas. Décio Terror Filho Aula 03 Português p/ SEFAZ-DF (Auditor Fiscal) Com Videoaulas - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1445523 curso comprado no site: www.nossorateiodeconcursos.com 21 Abaixo segue a diferença entre os tipos de pronomes pessoais: Eu, tu / Mim, ti Eu e tu exercem a função sintática de sujeito (então são pronomes pessoais do caso reto). Mim e ti exercem a função sintática de complemento verbal ou nominal, agente da passiva ou adjunto adverbial e sempre são precedidos de preposição (então são pronomes pessoais do caso oblíquo tônico). Ex. Trouxeram aquela encomenda para mim. Era para eu conversar com o diretor, mas não houve condições. Si, consigo São pronomes reflexivos ou recíprocos, portanto só poderão ser usados na voz reflexiva ou na voz reflexiva recíproca. Ex. Quem só pensa em si, acaba ficando sozinho. Gilberto trouxe consigo os três irmãos. Assim, é considerada errada a construção de “consigo” com o valor de “com você”: Gostaria de falar consigo. (vício de linguagem) Deve-se trocar para: Gostaria de falar com você. Com nós, com vós / conosco, convosco Usa-se com nós ou com vós, quando os pronomes pessoais são reforçados por palavras como outros, mesmos, próprios, todos, ambos ou algum numeral. Ex. Ele conversou com nós todos a respeito de seus problemas. Ele disse que sairia com nós dois. Dele (do) + substantivo / De ele (de o) + substantivo. Quando os pronomes pessoais ele(s), ela(s), ou qualquer substantivo, funcionarem como sujeito, não devem ser contraídos com a preposição de. Ex. É chegada a hora de ele assumir a responsabilidade. No momento de o orador discursar, faltou-lhe a palavra. Décio Terror Filho Aula 03 Português p/ SEFAZ-DF (Auditor Fiscal) Com Videoaulas - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1445523 curso comprado no site: www.nossorateiodeconcursos.com 22 (CESPE / TSE Analista) Fragmento de texto: Às vezes quebravam só as cabeças e metiam nas urnas maços de cédulas. Estas cédulas eram depois apuradas com as outras, pela razão especiosa de que mais valia atribuir a um candidato algum pequeno saldo de votos que tirar-lhe os que deveras lhe foram dados pela vontade soberana do país. A expressão “lhe foram dados” pode, sem prejuízo para a correção gramatical do período, ser substituída por foram dados a ele. Comentário: O pronome “lhe” é átono e se refere a “candidato”. A substituição deste pronome por um tônico (a ele) preserva a correção gramatical. Gabarito: C 2 – DEMAISPRONOMES 1 – PRONOMES INDEFINIDOS Os pronomes indefinidos referem-se à terceira pessoa do discurso de uma maneira vaga, imprecisa, genérica. São eles: Invariáveis Variáveis alguém, ninguém, tudo, nada, algo, cada, outrem, , alhures, mais, menos, demais. algum, alguns, alguma, algumas, nenhum, nenhuns, nenhuma, nenhumas, todo, todos, toda, todas, muito, muitos, muita, muitas, bastante, bastantes, pouco, poucos, pouca, poucas, certo, certos, certa, certas, tanto, tantos, tanta, tantas, quanto, quantos, quanta, quantas, um, uns, uma, umas, qualquer, quaisquer, vário, vária, vários, várias, etc Acrescentam-se, ainda, as locuções pronominais indefinidas: cada um, cada qual, quem quer que, todo aquele que, tudo o mais... Usos de alguns pronomes indefinidos Todo: Deve ser usado com artigo, se significar inteiro e o substantivo à sua frente o exigir; caso signifique cada ou todos, não terá artigo, mesmo que o substantivo exija. Todo dia telefono a ela. (Todos os dias) Fiquei todo o dia em casa. (O dia inteiro) Décio Terror Filho Aula 03 Português p/ SEFAZ-DF (Auditor Fiscal) Com Videoaulas - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1445523 curso comprado no site: www.nossorateiodeconcursos.com 23 Todo ele ficou machucado. (Ele inteiro, mas a palavra ele não admite artigo.) Todos, todas: Devem ser usados com artigo, se o substantivo à sua frente o exigir. Todos os colegas o desprezam. Todas as meninas foram à festa. Todos vocês merecem respeito. Algum: Tem sentido afirmativo, quando usado antes do substantivo; passa a ter sentido negativo, quando está depois do substantivo. Amigo algum o ajudou. (Nenhum amigo) Algum amigo o ajudará. (Alguém) Certo: Será pronome indefinido, quando anteceder substantivo e será adjetivo, quando estiver posposto a substantivo. Certas pessoas não se preocupam com os demais. As pessoas certas sempre nos ajudam. Qualquer: Designa coisa, lugar ou indivíduo indeterminado: Veio duma cidade qualquer. Dependendo do contexto, a troca de posição faz mudar o sentido Qualquer pessoa pode entrar naquela empresa!! (sentido de “toda”) Ele não é uma pessoa qualquer! (sentido pejorativo) (CESPE / PGM RR Superior) Fragmento de texto: A cidadania exige modelos econômicos que incluam a todos e existe uma demanda ativa e crescente em muitos países nesse sentido. Mantêm-se a coerência e a correção gramatical do texto ao se retirar a preposição do termo “a todos”. Comentário: É natural ocorrer a preposição “a” antes do pronome indefinido “todos”, mesmo com verbo transitivo direto. Isso acontece por estilo do autor, não porque o verbo exija. Gabarito: C Décio Terror Filho Aula 03 Português p/ SEFAZ-DF (Auditor Fiscal) Com Videoaulas - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1445523 curso comprado no site: www.nossorateiodeconcursos.com 24 2 – PRONOMES POSSESSIVOS São aqueles que indicam posse, em relação às três pessoas do discurso. São eles: meu(s), minha(s), teu(s), tua(s), seu(s), sua(s), nosso(s), nossa(s), vosso(s), vossa(s). Empregos dos pronomes possessivos: O emprego dos possessivos de terceira pessoa seu, sua, seus, suas pode dar duplo sentido à frase (ambiguidade). Para evitar isso, coloca-se à frente do substantivo dele, dela, deles, delas, ou troca-se o possessivo por esses elementos. Joaquim contou-me que Sandra desaparecera com seus documentos. De quem eram os documentos? Não há como saber. Então a frase está ambígua. Para evitar a ambiguidade, coloca-se, após o substantivo, o elemento referente ao dono dos documentos: se for Joaquim: Joaquim contou-me que Sandra desaparecera com seus documentos dele; se for Sandra: Joaquim contou-me que Sandra desaparecera com seus documentos dela. Pode-se, ainda, eliminar o pronome possessivo: Joaquim contou-me que Sandra desaparecera com os documentos dele (ou dela). É facultativo o uso de artigo diante dos possessivos. Trate bem seus amigos. ou Trate bem os seus amigos. (CESPE / MPOG Analista) Fragmento de texto: As empresas se transformaram profundamente. Modernizaram sua tecnologia e seus métodos de gestão para tornarem-se competitivas e ajustarem-se às exigências da globalização. Mexeram em seus horários em razão dos interesses da produção, mas mantiveram-se, em sua esmagadora maioria, cegas e alheias à existência da vida privada de seus empregados. Parques industriais de última geração não rimam com o impressionante atraso no tratamento do que chamam de capital humano. No trecho “Mexeram em seus horários”, o pronome “seus” refere-se a “empregados”. Comentário: O pronome “seus” retoma “empresas” (horários das empresas). Gabarito: E Décio Terror Filho Aula 03 Português p/ SEFAZ-DF (Auditor Fiscal) Com Videoaulas - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1445523 curso comprado no site: www.nossorateiodeconcursos.com 25 3 – PRONOMES DEMONSTRATIVOS Esses pronomes situam os seres no tempo, no espaço e no discurso (posição dentro do próprio texto). O posicionamento no discurso é dividido em anafórico e catafórico, os quais trabalham a coesão referencial, por retomar palavra ou expressão dita anteriormente ou referenciar-se a termo posterior, respectivamente. Os pronomes demonstrativos são este, esta, isto; esse, essa, isso; aquele, aquela, aquilo; tal; semelhante; próprio; mesmo; o; a. Os pronomes isto, isso, aquilo são invariáveis. a. Uso de este, esta, isto; esse, essa, isso; aquele, aquela, aquilo: I - Posicionamento referente a lugar e tempo: Este, esta, isto: são usados para o que está próximo da pessoa que fala e para o tempo presente. Este chapéu que estou usando é de couro. Este ano está sendo cheio de surpresas. Esse, essa, isso: são usados para o que está próximo da pessoa com quem se fala, para o tempo passado recente e para o futuro. Esse chapéu que você está usando é de couro? Dezembro. Esse mês será marcado pelo meu casamento. Em novembro de 2007, inauguramos a loja. Até esse mês, nada sabíamos sobre comércio. Aquele, aquela, aquilo: são usados para o que está distante da pessoa que fala e da pessoa com quem se fala e para o tempo passado remoto. Aquele chapéu que ele está usando é de couro? Em 1980, eu tinha 15 anos. Naquela época, Campinas ainda era considerada uma cidade pequena. II - Posicionamento no discurso (no próprio texto): Em uma citação oral ou escrita, usa-se “este, esta, isto” para o que ainda vai ser dito ou escrito (recurso catafórico), e “esse, essa, isso” (recurso anafórico) para o que já foi dito ou escrito. A verdade é esta: o Brasil será campeão. O Brasil será campeão. A verdade é essa. Décio Terror Filho Aula 03 Português p/ SEFAZ-DF (Auditor Fiscal) Com Videoaulas - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1445523 curso comprado no site: www.nossorateiodeconcursos.com 26 Para estabelecer-se a distinção entre dois elementos anteriormente citados, usa-se “este, esta, isto” em relação ao que foi mencionado por último e “aquele, aquela, aquilo”, em relação ao que foi nomeado em primeiro lugar. (A, B. Este, aquele) Sabemos que a relação entre o Brasil e os Estados Unidos é de domínio destes sobre aquele. Os filmes brasileiros não são tão respeitados quanto as novelas, mas eu prefiro aqueles a estas. b. O, a, os, as são pronomes demonstrativos, quando equivalem a isto, isso, aquilo ou aquele(s), aquela(s). Não concordo com o que ele falou. (aquilo que ele falou) Tudo o que aconteceu foi um equívoco. (aquilo que aconteceu) A que apresentar o melhor texto será aprovada. (aquela que apresentar) c. Tal, tais podem ter sentido próximo ao dos pronomes demonstrativos ou de semelhante, semelhantes: Os dois estão casados há 50 anos. Tal amor não se encontra facilmente. Embora tenha sido omentor do plano, ele nunca admitiu tal fato. d. Da mesma forma, semelhante, semelhantes são demonstrativos quando equivalem a tal, tais: O Brasil ficou em choque com a tragédia na Região Serrana do Rio de janeiro. Não se veriam semelhantes catástrofes se os projetos urbanísticos municipais fossem eficazes ou, pelo menos, existissem. Para o romano, o mundo dos prodígios ficava a Ocidente. Semelhante tradição vinha de longe, através dos escritores gregos, sobretudo de Platão” (Aquilino Ribeiro). e. Mesmo, mesmos, mesma, mesmas; próprio, próprios, própria, próprias são demonstrativos quando têm o sentido de "idêntico", "em pessoa": Não é possível continuar insistindo nos mesmos erros. Ela própria deve fiscalizar a mercadoria que lhe é entregue. Os recursos anafóricos e catafóricos não são exclusividades do pronome demonstrativo, a retomada, por exemplo, já foi vista com outros pronomes substantivos, como o relativo, o pessoal, e também cabe a substantivos e a outras classes gramaticais: Algo me incomoda: a fome no mundo. (recurso catafórico: algo→fome) Há dois detalhes não previstos: comida e água. (recurso catafórico: detalhes→comida, água) Décio Terror Filho Aula 03 Português p/ SEFAZ-DF (Auditor Fiscal) Com Videoaulas - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1445523 curso comprado no site: www.nossorateiodeconcursos.com 27 4 – PRONOMES INTERROGATIVOS Os pronomes indefinidos quem, que, qual e quanto tomam o valor interrogativo em frases interrogativas diretas e indiretas. A frase interrogativa direta é aquela que é finalizada com ponto de interrogação: Quem é você? Que você quer? Qual a sua profissão? Quantos anos você tem? A frase interrogativa indireta é vista em nossa de sintaxe do período composto por subordinação substantiva, momento em que falamos das peculiaridades da oração subordinada substantiva objetiva direta, quando esta é iniciada por “quem”, “que”, “qual”, “quanto” e se liga à oração principal com verbos que transmitem dúvida, questionamento, incerteza, como “perguntar”, “indagar”, “(não) saber”, “ignorar”: Não sei quem é você. Indaguei que você quer, mas você não me respondeu. Perguntei qual é a sua profissão, mas você não me respondeu. Eles ignoraram quantos anos você tem. 5 – PRONOMES DE TRATAMENTO Esses pronomes são empregados no trato com as pessoas, familiarmente ou respeitosamente. Vejamos um quadro com os principais tratamentos: Pronome de tratamento Abreviatura Usado para se dirigir a Vossa Alteza V. A. príncipes e duques Vossa Eminência V. Emª. cardeais Vossa Excelência V. Exª. altas autoridades * Vossa Magnificência V. Magª. reitores de universidades Vossa Majestade V. M. reis, imperadores Vossa Santidade V. S. papa Vossa Senhoria V. Sª. tratamento cerimonioso * Segundo o Manual de Redação da Presidência da República, o pronome de tratamento Vossa Excelência é empregado para as seguintes autoridades: Décio Terror Filho Aula 03 Português p/ SEFAZ-DF (Auditor Fiscal) Com Videoaulas - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1445523 curso comprado no site: www.nossorateiodeconcursos.com 28 • do Poder Executivo: Presidente da República, Vice-Presidente da República, Ministros de Estado1, Governadores e Vice-Governadores de Estado e do Distrito Federal, Oficiais-Generais das Forças Armadas, Embaixadores, Secretários-Executivos de Ministérios e demais ocupantes de cargos de natureza especial, Secretários de Estado dos Governos Estaduais, Prefeitos Municipais. Obs.: Algumas gramáticas entendem o tratamento a prefeito como Vossa Senhoria. Então, tome cuidado e, por eliminação das alternativas, resolva a questão que envolva este cargo. • do Poder Legislativo: Deputados Federais e Senadores, Ministros do Tribunal de Contas da União, Deputados Estaduais e Distritais, Conselheiros dos Tribunais de Contas Estaduais, Presidentes das Câmaras Legislativas Municipais. • do Poder Judiciário: Ministros dos Tribunais Superiores, Membros de Tribunais, Juízes, Auditores da Justiça Militar. a. Quando esses pronomes de tratamento se encontram na função de sujeito, o verbo e pronomes adjetivos flexionam-se na terceira pessoa do singular e os adjetivos podem concordar literalmente (com a palavra feminina Excelência, Alteza, etc) ou por silepse (concordância com a pessoa do sexo masculino ou feminino) : Vossa Excelência está cansado, deputado! Vossa Senhoria remeteu seu documento ao endereço errado. b. Quando esses pronomes estão na função de objeto indireto ou complemento nominal, antecedidos da preposição “a”, não recebem crase, pois não admitem artigo: Refiro-me a Vossa Senhoria. c. Também são pronomes de tratamento o senhor, a senhora e você, vocês. O senhor e a senhora são empregados num tratamento formal; você e vocês, no tratamento familiar e amigável. Dentre os pronomes de tratamento, somente senhora admite artigo “a”, por isso, se esse pronome for precedido de preposição “a”, haverá crase: Refiro-me à senhora Gioconda. d. Usa-se “Vossa”, quando conversamos com a pessoa, e “Sua”, quando falamos da pessoa. Vossa Senhoria deveria preocupar-se com suas responsabilidades e não com as de Sua Excelência, o Prefeito, que se encontra ausente. 1 Nos termos do Decreto no 4.118, de 7 de fevereiro de 2002, art. 28, parágrafo único, são Ministros de Estado, além dos titulares dos Ministérios: o Chefe da Casa Civil da Presidência da República, o Chefe do Gabinete de Segurança Institucional, o Chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República, o Advogado-Geral da União e o Chefe da Corregedoria-Geral da União. Décio Terror Filho Aula 03 Português p/ SEFAZ-DF (Auditor Fiscal) Com Videoaulas - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1445523 curso comprado no site: www.nossorateiodeconcursos.com 29 6 – PRONOMES RELATIVOS Vimos na aula de orações subordinadas adjetivas que o pronome relativo é um conectivo que retoma palavra anterior. Além disso, ele ocupa função sintática nesta oração. (CESPE / PM - ES nível médio) Fragmento de texto: No entanto, a partir das revoluções burguesas, principalmente da inglesa e francesa, a cidadania voltou a fazer parte dos discursos e das práticas dos que defendiam um novo modelo de sociedade. Mantém-se a correção gramatical do período ao se substituir “dos”, em “dos que defendiam”, por daqueles. Comentário: Note que o vocábulo “dos” é a contração da preposição “de” mais o pronome demonstrativo “os”, o qual obrigatoriamente subentende “aqueles”. Assim, “de” + “aqueles = “daqueles” Gabarito: C (CESPE / IBRAM Superior) Fragmento de texto: As áreas urbanas são as que mais expressam intervenções humanas no meio natural. O desmatamento, as edificações, a canalização, a mudança do curso dos rios, a poluição da atmosfera, dos cursos de água e a produção de calor geram diversos efeitos sobre o ambiente. As alterações ambientais causadas pelas atividades urbanas são sentidas pela população, tais como o aumento da temperatura nas áreas centrais, o aumento da precipitação e as enchentes. Esta última consequência do processo de urbanização teve como causa principal a construção de casas, indústrias, vias marginais implantadas nas áreas dos rios e proximidades e é, atualmente, um problema constante nos períodos chuvosos nos principais centros urbanos. A partir do último parágrafo do texto, infere-se que o termo “Esta” (linha 7) reporta-se a “enchentes” (linha 6). Comentário: O pronome que retoma o último termo em relação a vários outros é o “este, esta, isto”. Note que a própria oração frisou isso: “Esta última consequência”. Gabarito: C Décio Terror Filho Aula 03 Português p/ SEFAZ-DF (Auditor Fiscal) Com Videoaulas - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1445523 curso comprado no site: www.nossorateiodeconcursos.com 30 (CESPE / SEDU-ES Agente educacional) Fragmentodo texto: Passados os tremores do sismo, a dor da perda de 230 mil mortos, enterrados muitos em valas comuns, a vida no Haiti precisa continuar. E o que o governo brasileiro escolheu para mostrar aos haitianos como se pode construir um país? A educação. Um dos convênios assinados pelo Haiti com o Brasil dá o suporte na reordenação e reconstrução de todo o sistema educacional haitiano. Dadas as condições, será uma tarefa hercúlea, mas vale lembrar que temos competência nesse assunto; afinal, foram os professores que partiram das cidades brasileiras que transformaram a realidade dos habitantes de Timor Leste depois da independência e reduziram a influência que anos de ditadura da Indonésia haviam deixado. No caso haitiano, esse elemento não existe, e a população não só está interessada como apoia qualquer medida nesse sentido. A expressão “esse elemento” (linha 9) refere-se ao antecedente “influência que anos de ditadura da Indonésia haviam deixado” (linhas 8 e 9). Comentário: Uma leitura atenta nos remete a entender que o elemento não existente é mesmo “a influência que anos de ditadura da Indonésia haviam deixado”. Gabarito: C Pelos sentidos do texto, é correto inferir que a expressão “Dadas as condições” (linha 5) faz alusão à realidade de destruição em que se encontra o Haiti após o terremoto. Comentário: Perceba que a retomada agora foi realizada pelo substantivo “condições”. Entende-se, portanto, que, por causa das condições da realidade da destruição após o terremoto no Haiti, a tarefa será hercúlea, de grande dimensão. Gabarito: C A expressão “nesse sentido” (linha 10) retoma a ideia antecedente de “reordenação e reconstrução de todo o sistema educacional haitiano” (linhas 4 e 5). Comentário: Primeiro, perceba o recurso anafórico em “esse elemento não existe”, mostrando que não há no Haiti a barreira de problemas deixados por uma ditadura, como ocorreu no Timor Leste em experiência anterior dos professores brasileiros. E o que a população haitiana está interessada e apoia é a reordenação e a reconstrução de todo o sistema educacional haitiano, expressão que foi retomada pelo recurso anafórico “nesse sentido”. Gabarito: C Agora, é hora de treinarmos! Anteriormente, as questões eram bem localizadas a cada tema. A seguir, você vai se deparar com várias questões do CESPE distribuídas de forma aleatória, para você treinar o assunto estudado! Isso é muito importante para seu treinamento! Décio Terror Filho Aula 03 Português p/ SEFAZ-DF (Auditor Fiscal) Com Videoaulas - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1445523 curso comprado no site: www.nossorateiodeconcursos.com 31 1. (CESPE / PRF Policial Rodoviário Federal 2019) Fragmento do texto: Mas e antes dos sensores, como é que se fazia? Imagino que algum funcionário trepava na antena mais alta no topo do maior arranha-céu e, ao constatar a falência da luz solar, acionava um interruptor, e a cidade toda se iluminava. A substituição da locução “a cidade toda” (ℓ.3) por toda cidade preservaria os sentidos e a correção gramatical do período. Comentário: Nesta questão podemos observar que o destaque está no pronome “toda”. O pronome indefinido “todo” (no singular e sem artigo) corresponde a “qualquer”. Já a expressão “todo o” corresponde a “por inteiro”. Assim, o trecho “a cidade toda” poderia ser substituído por “toda a cidade”, preservando o sentido e correção gramatical. No entanto, a banca pede que a locução “a cidade toda” seja substituída por “toda cidade”, o que mudaria o sentido, pois deixaria de ser a cidade por inteiro e passaria a se referir a uma cidade qualquer ou a todas as cidades. Portanto, a afirmação está errada. Gabarito: E 2. (CESPE / STJ Técnico Judiciário – 2018) Fragmento do texto: O debate se enquadra em torno de três principais ideias: bem-estar; liberdade e desenvolvimento; e promoção de formas democráticas de participação. Autores importantes do campo da ciência política e da filosofia política e moral se debruçaram intensamente em torno dessa questão ao longo do século XX, e chegaram a conclusões diversas uns dos outros. Embora a perspectiva analítica de cada um desses autores divirja entre si, eles estão preocupados em desenvolver formas de promoção de situações de justiça social e têm hipóteses concretas para se chegar a esse estado de coisas. Nos trechos “se debruçaram” (linha 3) e “se chegar” (linha 7), a partícula “se” recebe classificações distintas. Comentário: A afirmação está correta, pois realmente as classificações são distintas. O verbo “debruçaram” é transitivo direto e entendemos que os autores agiram, eles se debruçaram intensamente. Assim, o pronome é o objeto direto, ele é reflexivo. Já o verbo “chegar” é transitivo indireto e “a esse estado de coisas” é o objeto indireto. Como não conseguimos identificar o sujeito, percebemos que o pronome “se” é o índice de indeterminação sujeito. Gabarito: C Décio Terror Filho Aula 03 Português p/ SEFAZ-DF (Auditor Fiscal) Com Videoaulas - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1445523 curso comprado no site: www.nossorateiodeconcursos.com 32 3. (CESPE / STJ Técnico Judiciário – 2018) Fragmento do texto: No pensamento filosófico da Antiguidade, a dignidade (dignitas) da pessoa humana era alcançada pela posição social ocupada pelo indivíduo, bem como pelo grau de reconhecimento dos demais membros da comunidade. A partir disso, poder-se-ia falar em uma quantificação (hierarquia) da dignidade, o que permitia admitir a existência de pessoas mais dignas ou menos dignas. A correção do texto seria mantida caso o pronome “se”, em “poder-se-ia falar” (linhas 3 e 4), fosse deslocado para imediatamente após a forma verbal “falar”, escrevendo-se poderia falar- se. Comentário: A afirmação está correta, pois, dentro de uma locução verbal, o pronome átono pode se posicionar após o verbo principal, ou até mesmo antes. Veja as formas possíveis: poder-se-ia falar poderia falar-se poderia se falar Assim, você percebeu que a forma que não cabe é a ênclise ao verbo auxiliar, só porque ele está flexionado no futuro do pretérito do indicativo: poderia-se. Gabarito: C 4. (CESPE / SEDUC AL Professor – 2018) Fragmento do texto: Inicialmente me parece interessante reafirmar que sempre vi a alfabetização de adultos como um ato político e um ato de conhecimento, por isso mesmo, como um ato criador. A correção gramatical do texto seria prejudicada caso o pronome “me”, em “me parece” (linha 1), fosse deslocado para logo após “parece”, da seguinte forma: parece-me. Comentário: Na linha 1, o advérbio “Inicialmente” é palavra atrativa e força a próclise. Como a questão afirmou haver prejuízo à correção gramatical com o deslocamento do pronome, está correta. Gabarito: C 5. (CESPE / SEDUC AL Professor – 2018) Fragmento do texto 11A3CCC: Parece-me, pois, que primeiro a literatura nos faz sentir o que a língua é e pode, e, só depois, a gramática e a linguística nos possibilitam saber o que é e como a língua é e o que ela pode. (...) Fragmento do texto 11A3BBB: Tenho estado pensando todos estes dias em você e Dolores. Como vai ela agora? Não tenho direito de exigir contínuas porque imagino as preocupações de você porém assim que ela melhorar me mande apenas uma nota avisando que ela melhorou. Meu pensamento está aí com vocês e meus desejos nem se fala! Me lembre a Dolores e tenha a certeza deste abraço de companhia. (...) Décio Terror Filho Aula 03 Português p/ SEFAZ-DF (Auditor Fiscal) Com Videoaulas - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1445523 curso comprado no site: www.nossorateiodeconcursos.com 33 Considerando-se os gêneros dos textos e as variedades da língua portuguesa, estaria adequado o emprego da próclise em “Parece-me” (ℓ.1 do texto 11A3CCC), assim como está adequado seu emprego em “Me lembre” (ℓ.4 do texto 11A3BBB). Comentário:Na linha 1, a ênclise está correta, pois o verbo inicia a frase. Porém, como sabemos que o pronome átono não deve iniciar frase, a construção “Me lembre” não está de acordo com a norma culta. Assim, a afirmação está errada. Gabarito: E 6. (CESPE / TCE BA Auditor – 2018) Fragmento do texto: Temendo-se a naturalização da moral, moraliza-se a natureza; finge-se confundir a ordem política e a ordem natural, e decreta-se imoral tudo o que conteste as leis estruturais da sociedade que se quer defender. Para os prefeitos de Carlos X, assim como para os leitores do Figaro de hoje, a greve constitui, em primeiro lugar, um desafio às prescrições da razão moralizada: “fazer greve é zombar de todos nós”, isto é, mais do que infringir uma legalidade cívica, é infringir uma legalidade “natural”, atentar contra o bom senso, misto de moral e lógica, fundamento filosófico da sociedade burguesa. Nesse caso, o escândalo provém de uma ausência de lógica: a greve é escandalosa porque incomoda precisamente aqueles a quem ela não diz respeito. É a razão que sofre e se revolta: a causalidade direta, mecânica, essa causalidade é perturbada; o efeito se dispersa incompreensivelmente longe da causa, escapa- lhe, o que é intolerável e chocante. Ao contrário do que se poderia pensar sobre os sonhos da burguesia, essa classe tem uma concepção tirânica, infinitamente suscetível, da causalidade: o fundamento da moral que professa não é de modo algum mágico, mas, sim, racional. Seriam mantidos os sentidos e a correção gramatical do texto caso se substituísse o trecho A) “Temendo-se” (linha 1) por Se temendo. B) “finge-se confundir” (linhas 1 e 2) por finge confundir-se. C) “decreta-se” (linha 2) por se decreta. D) “que se quer defender” (linha 3) por que quer defender-se. E) “se poderia pensar” (linha 13) por poderia-se pensar. Comentário: A alternativa (A) está errada, pois não se pode iniciar frase com pronome pessoal oblíquo átono. A alternativa (B) está errada, pois o verbo “finge” não forma locução verbal com “confundir”. Assim, não cabe o deslocamento do pronome átono para o outro verbo sem mudança de sentido. A alternativa (C) é a correta, pois, mesmo não havendo palavra atrativa, cabe próclise por eufonia, quando tal pronome átono não inicia frase. A alternativa (D) está errada, pelo mesmo motivo visto na alternativa (B). Note que o deslocamento do pronome átono do verbo “quer” para após o verbo “defender” implica mudança de sentido, pois tais verbos não formam locução verbal, eles fazem parte de orações diferentes. Décio Terror Filho Aula 03 Português p/ SEFAZ-DF (Auditor Fiscal) Com Videoaulas - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1445523 curso comprado no site: www.nossorateiodeconcursos.com 34 A alternativa (E) está errada, pois não cabe ênclise em verbo no futuro do pretérito. O ideal seria a mesóclise: “poder-se-ia”. Gabarito: C 7. (CESPE / ABIN Oficial de Inteligência – 2018) Fragmento do texto: Atualmente, como em nenhum outro período da história, crescem e se multiplicam as agências governamentais em uma complexa rede internacional à procura de ameaças veladas ou qualquer tipo de informação considerada sensível, em um jogo estratégico de poder e influência globais. E é esse processo de identificação de ameaças, a busca por informações e dados, que pretende detectar intenções dissimuladas que ocultem os mais diversos interesses, o que chamo de guerra secreta. Essa modalidade de guerra se desenvolve entre agências ou serviços secretos, em uma corrida para ver quem chega primeiro. A próclise observada em “se multiplicam” (linhas 1 e 2) e “se desenvolve” (linhas 6 e7) é opcional, de modo que o emprego da ênclise nesses dois casos também seria correto — multiplicam-se e desenvolve-se, respectivamente. Comentário: Tanto na linha 1 quanto na linha 6, o pronome “se” encontra-se antes do verbo. Note que, mesmo não havendo palavra atrativa, permite-se o pronome átono antes do verbo por eufonia. Assim, cabe o pronome átono “se” após os verbos “multiplicam” e “desenvolve”. Gabarito: C 8. (CESPE / STM Revisor de Texto – 2018) Fragmento do texto: Seja como for, enquanto não chega esse dia, os livros estão aqui, como uma galáxia pulsante, e as palavras, dentro deles, são outra poeira cósmica flutuando, à espera do olhar que as irá fixar num sentido ou nelas procurará o sentido novo, porque assim como vão variando as explicações do universo, também a sentença que antes parecera imutável para todo o sempre oferece subitamente outra interpretação, a possibilidade duma contradição latente, a evidência do seu erro próprio. Aqui, neste escritório onde a verdade não pode ser mais do que uma cara sobreposta às infinitas máscaras variantes, estão os costumados dicionários da língua e vocabulários, os Morais e Aurélios, os Morenos e Torrinhas, algumas gramáticas, o Manual do Perfeito Revisor, vademeco de ofício [...]. Na linha 6, o emprego de “neste” decorre da presença do vocábulo “Aqui”, de modo que sua substituição por nesse resultaria em incorreção gramatical. Comentário: O pronome demonstrativo “neste” está sendo empregado com o recurso dêitico de lugar próximo ao locutor, isto é, o escritório onde se encontra o locutor da mensagem. Isso é reforçado pelo emprego do advérbio “Aqui”. Assim, não cabe o pronome “nesse”, o qual mencionaria o local próximo ao interlocutor. Assim, a afirmação está correta. Gabarito: C Décio Terror Filho Aula 03 Português p/ SEFAZ-DF (Auditor Fiscal) Com Videoaulas - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1445523 curso comprado no site: www.nossorateiodeconcursos.com 35 9. (CESPE / STM Revisor de Texto – 2018) Fragmento do texto: Todos os seus cuidados, todos os seus bens, todos os frutos de suas laboriosas vigílias, tudo deixam quando se vão. Não pensaram em adquirir alguma coisa, durante a vida, que possam levar com a morte. Na linha 2, se a forma pronominal “alguma”, em vez de anteposta, estivesse posposta a “coisa”, a correção gramatical do texto seria mantida. Comentário: Note que a questão não fez menção a sentido do texto, pois isso poderia confundir o candidato. Houve referência apenas à correção gramatical e naturalmente tal correção se mantém quando o pronome indefinido “alguma” se encontra após ou antes do substantivo “coisa”. Assim, a afirmação está correta. Gabarito: C 10. (CESPE / STM Revisor de Texto – 2018) Fragmento do texto: Para Maquiavel, o que importa, na política, é o poder real. Não é uma questão de justiça ou de princípios, mas de capacidade de impor-se aos outros. Na linha 2, a expressão “aos outros” poderia ser substituída por a outrem, sem prejuízo para a coerência e coesão do texto, preservando-se seu sentido original. Comentário: O pronome indefinido “outrem” significa “outras pessoas”, “outros”. Assim, cabe a substituição de “aos outros” por “outrem”. Gabarito: C 11. (CESPE / STM Revisor de Texto – 2018) 2 Informo, ainda, que a pauta e os documentos da reunião serão enviados oportunamente. 3 Por fim, solicito, encarecidamente, que seja feito contato com a equipe de apoio deste Ministério para confirmação de sua presença na reunião, por meio do endereço eletrônico ministerio@mp.gov.br. Atenciosamente, O pronome demonstrativo contido na contração deste refere-se ao órgão ao qual se destina o expediente em questão. Comentário: O pronome demonstrativo “deste” está sendo empregado com o recurso dêitico de lugar próximo ao locutor, isto é, a resposta deve ser enviada ao órgão que enviou o documento, e não ao órgão ao qual se destina o expediente em questão. Assim, a afirmação está errada. Gabarito: E Décio Terror Filho Aula 03 Português p/ SEFAZ-DF (Auditor Fiscal) Com Videoaulas - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1445523 curso comprado no site: www.nossorateiodeconcursos.com 36 12. (CESPE / IHBDF Analista – 2018) Fragmento
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