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- -1 PSICOLOGIA E EDUCAÇÃO EDUCAÇÃO, HISTÓRIA E SOCIEDADE Doriana Dias Barros - -2 Olá! Você está na unidade Educação, história e sociedade. Conheça aqui os principais aspectos do início do processo da educação, sua história no Brasil, assim como outras questões que ajudarão na construção de seu conhecimento e pensamento crítico sobre a evolução da estrutura educacional. Aprenda mais sobre as implicações da educação na sociedade em geral, seus desdobramentos e as estruturas do sistema educacional brasileiro. Compreenda a relação direta entre o momento histórico e as estruturas educacionais, sejam essas atuais ou remotas. Bons Estudos! - -3 1 Educação, história e sociedade Quando realizamos qualquer estudo de caráter humano e social, é muito importante compreender os fenômenos frente ao em que este se apresenta. A educação se encontra a partir desse olhar e paramomento histórico compreender sua trajetória com seus sucessos e fracassos, é imprescindível inserir cada passo no seu contexto histórico. - -4 1.1 História da educação no Brasil: da Colônia à República Mesmo antes do descobrimento do Brasil, a educação sempre esteve voltada para atender a elite e assim não foi diferente no nosso país. Desde quando os portugueses chegaram ao Brasil, nunca houve escolha por uma política de implantação de um sistema educacional. Somente em 1549 o primeiro grupo de padres jesuítas, a Companhia , chefiados por Manuel de Nóbrega, e o primeiro governador geral, Tomé de Souza, chegaram ao Brasil,de Jesus fundando a primeira escola no Brasil. A criação da escola teve como desígnio os índios e educar os filhos dos colonos portugueses, a elitecatequizar colonial, mas o real ideal era, acima de tudo, a propagação da fé. Esse interesse teve em sua essência uma tentativa de controle por conta da insubordinação dos indígenas para que estes servissem como mão de obra para a exploração do .pau-brasil A Companhia de Jesus utilizava o método de ensino já balizado na Europa, e a formação para osRatio Studioru, índios era o elementar à catequese. Já para os filhos de colonos e a elite colonial era no nível elementar e médio, que repete o perfil da educação para os mais abastados. Os jesuítas permaneceram como mentores da educação brasileira de 1549 até 1759, quando foram expulsos de todas as colônias portuguesas. Durante esse período, se destacou por sua quantidade de obras,José de Anchieta incluindo sua preocupação com uma gramática em Tupi, língua dos índios, e a fundação do colégio de São Paulo, em 1554. Tal expulsão foi consequência das mudanças que estavam acontecendo em Portugal e esse período é conhecido historicamente como .Era Pombalina Marquês de Pombal, ministro de D. José I, na época, tinha como foco a recuperação da economia portuguesa para fortalecer a realeza. Tal atuação não obteve bons resultados no Brasil, que vivenciou uma grande ruptura histórica numa ação já implantada e consolidada como um bom modelo educacional. A Companhia de Jesus já tinha instalado 17 colégios e “escola de primeiras letras” jesuíticas, e com essa expulsão, o Brasil ficou praticamente sem nenhuma educação elementar e média. Dessa feita, entramos no século XIX com o Brasil passando a ser a com a vindaSede do Vice-Reino de Portugal da família Real. Fique de olho Que tal assistir a um bom filme que pode nos transportar a esse momento de forma bem- humorada, mas que reflete vários aspectos da vinda de D. João VI e sua corte para o Brasil em 1808? A sugestão é o filme “Carlota Joaquina, Princesa do Brasil” de 1995, sob a direção de Carla Camurati. - -5 Ainda em 1808, para atender a elite que se encontrava no Brasil após a abertura dos portos, criaram-se os cursos de cirurgia, na Bahia, e o de cirurgia e anatomia, no Rio de Janeiro, assim como a .Academia Real de Marinha Outras construções para fomentar a educação da elite foram criadas, como a Biblioteca Pública (1810) e o Museu Nacional (1818) e inauguram-se os jornais “A Gazeta do Rio de Janeiro” (1808) e “A idade de Ouro no Brasil” (1811), da Bahia. Esses cursos equivaleriam ao início do Nível Superior no Brasil, mas, na verdade, eram apenas aulas com um nível mais alto do que havia anteriormente e com propósito profissionalizante, diferente da proposta jesuítica. Nesse período, o ensino imperial organizou-se em três segmentos: Primário Curso para ensinar a ler e a escrever. Secundário Mantinha as aulas régias (aulas de disciplinas isoladas). Superior Cursos com propósito profissionalizante. Enquanto o Brasil avançava, a metrópole – Portugal – iniciou um movimento de questionamento e descontentamento, visto que a nação se encontrava a serviço da Inglaterra. Esse movimento levou à Revolução e a Família Real então decidiu retornar e acelerar o processo de emancipação política doConstitucionalista Brasil. 1822 Com o enfraquecimento do colonialismo e as pressões, Dom Pedro I decide proclamar a independência do Brasil em sete de setembro de 1822. Após a independência, foi promulgada a primeira constituição, em 1824, surgindo a ideia de Sistema Nacional de Educação. No artigo 179 dessa Lei Magna, podia-se ler: “Instrução primária e gratuita para todos os cidadãos”. No entanto, apesar de serem propostas escolas e distribuídas por todo o território nacional, elas desapareceram. 1827 Ainda no império, em 1827, surge a primeira lei sobre educação, que permitia que mulheres frequentassem as escolas elementares, todavia, as instituições de ensino mais adiantadas ainda eram proibidas a elas. Contudo, o que houve mesmo foi apenas a distribuição racional do ensino elementar, que teve sua ampliação comprometida pela base escravocrata e que apenas a elite estudava. Devido à manutenção da mão de obra escrava, a escolaridade não era, de fato, uma prioridade. 1834 - -6 Como se pode notar, as questões históricas influenciam diretamente na criação dos sistemas educacionais desde aquela época. Mais tarde, com o Ato Adicional à Constituição, em 1834, a educação foi descentralizada, ficando a cargo das províncias a responsabilidade de organizar seus próprios sistemas de ensino primário e secundário e somente as que tinham recursos implementariam essa instrução. Somente ficaria a cargo do poder central o Ensino Superior. Essa diversidade de províncias trazia ao país graves deficiências quantitativas e qualitativas no sistema educacional. 1835 Como a educação era limitada, haviam pouquíssimas pessoas preparadas para o magistério e nenhum amparo para a carreira docente. Os funcionários das poucas instituições de ensino não tinham formação pedagógica e daí iniciou-se a discussão sobre a necessidade de criação das Escolas Normais para a formação de professores qualificados. Somente em 1835 surge a primeira Escola Normal Brasileira em Niteroi, com duração de dois anos e a nível secundário. As outras categorias de nível secundário continuavam com as aulas avulsas, particulares e para meninos. 1879 Em 1879 houve a reforma de Leôncio de Carvalho, que ampliou o acesso à escolaridade, entretanto continuava seguindo princípios adotados pelo regime: centralização, formalização e autoritarismo. 1889 Muitas intempéries ocorreram no país, como a Guerra do Paraguai (1865-1870), a Lei do Ventre Livre (1871), Lei Áurea (1888) etc., ocasionando a desarticulação entre o apoio político da oligarquia escravista à monarquia. O movimento crescente por uma ideologia liberal e adepta às ideias positivistas determinou a Proclamação da República (1889). Nesse momento, temos o que chamamos de Primeira República ou República Velha. Por fim, a sociedade brasileira ainda permanecia sem nenhuma organização educacional de fato e a maioria da sua população sem escolaridade. - -7 1.1 Da República Velha aos dias atuais A primeira constituição republicana brasileira chegou em 1891 e seguiu o sistema federativo de governo. Já no campo educacional, tivemos um processo que permanece até hoje de alguma forma, em que houve umadescentralização de responsabilidades, cabendo à União a incumbência do e aosEnsino Superior e Secundário Estados o . Tal estrutura demonstrava a separação clara que existia entre aEnsino Elementar e Profissional educação dos formados para o trabalho intelectual e o comando daqueles que eram formados para o trabalho manual. De acordo com Romanelli (1982, p. 41), essa política educacional gerou o seguinte sistema: À União cabia criar e controlar a instrução superior em toda a Nação, bem como criar e controlar o ensino secundário acadêmico e a instrução em todos os níveis do Distrito Federal, e aos Estados cabia criar e controlar o ensino primário e o ensino profissional, que, na época, compreendia escolas técnicas para rapazes. Durante a Primeira República, de 1889 a 1930 foram feitas cinco reformas: a Reforma Benjamim Constant, Reforma Epitácio Pessoa, Reforma Rivadávia, Reforma Carlos Maximiliano e Reforma João Luiz Alves. Todas de âmbito nacional do ensino secundário, com o intuito de implantar um currículo unificado para todo o país. Entre 1911 e 1915, surgiu o conceito de (reunião de escolas isoladas de uma região comum) e asGrupo Escolar classes passaram a distribuir os alunos em séries, o chamado .Ensino Seriado Com a Primeira Guerra Mundial (1914-1918) e a industrialização, o perfil demográfico da sociedade brasileira mudou e a imigração tornou-se a opção, face ao cenário pós abolição da escravatura. Muitos imigrantes, já letrados, vieram para o Brasil e conheciam seus direitos, apresentando engajamento político, o que trouxe vários movimentos de contestação, como o . De acordo com algunsMovimento Tenentista autores, esse movimento representava, na verdade, os interesses da classe média urbana. Fique de olho Com um curto espaço de tempo, muitas reformas foram feitas e todas com sua importância peculiar. Para a compreensão plena de tantas mudanças, a sugestão é pesquisar o que cada uma delas apresentou como proposta para a educação. Vamos aprender mais, assim poderemos fortalecer nosso papel de agente transformador com excelência. - -8 1920 No cenário da década de 1920, reformas educacionais foram realizadas e, assim, fundada a Associação Brasileira de Educação (ABE), em 1924. Também com muita representatividade nasce um dos movimentos mais importantes da época, conhecido como Escola Nova. Isso porque defendia uma escola pública, universal e gratuita. 1930 E em 1930 (início da Era Vargas), com mais uma grande revolução, temos a entrada definitiva do Brasil no mundo capitalista de produção, surgindo uma geração de grandes educadores: Anísio Teixeira, Fernando de Azevedo, entre outros. Esse segmento de intelectuais, com base nas ideias da Escola Nova, tinha como alvo a melhoria das condições didáticas e pedagógicas da rede escolar, e com o Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova, no ano de 1930, a universalização do acesso de todos à escola ganhou força. Esse documento versava sobre a desorganização do ensino brasileiro e a defesa por uma escola laica, pública, obrigatória e gratuita para atender toda a população. 1931 Na Reforma Francisco Campos de 1931, o governo procurou atender alguns anseios dos escolanovistas, mas, principalmente, atendeu a proposta dos educadores católicos com a volta do ensino religioso às escolas públicas. Ainda criou o Conselho Nacional de Educação e, mais uma vez, buscou organizar o Ensino Superior, Ensino Secundário e Ensino Comercial. 1934 As mudanças econômicas e demográficas do período provocaram a necessidade de uma nova constituição federal que aconteceu em 1934, sendo a primeira a incluir um capítulo especial sobre a educação. Teve pouca duração e foi substituída pela de 1937, imposta por Getúlio Vargas. No discurso, em 1937, o Ministro da Educação da época, Gustavo Capanema, expressa claramente o papel da Educação: Ela era um dos instrumentos do Estado, seu papel será ficar a serviço da Nação (...). Assim, a Educação (...) longe de ser neutra, deve adotar uma filosofia e seguir uma tábua de valores, deve reger-se pelo sistema de diretrizes morais, políticas e econômicas que formam a base ideológica da nação e que, por isto, estão sob a guarda, o controle ou a defesa do Estado. (CAPANEMA, 1937, p. 21) Em 1942, ainda ministro, Gustavo Capanema incentivou novas leis de reforma do Ensino, que ficaram conhecidas como “Reforma Capanema”. Nesse ano surgiram a Lei Orgânica do Ensino Industrial e a Lei Orgânica - -9 do Ensino Secundário, além de ter sido fundado o . ComServiço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) a lei orgânica, o Ensino Secundário foi dividido em três modalidades: Clássico, Científico e Normal (ensino profissionalizante, porém considerado dentro do ensino secundário). Com o fim do Estado Novo, surgiu a nossa terceira Constituição Federal, em 1946, que trouxe normas dirigidas à educação, como a gratuidade para o Ensino Primário. Muitas ideias surgiram e a discussão versava sobre o que seria uma educação popular. Com tantos questionamentos, surgem novos movimentos, como a União Nacional dos Estudantes (UNE), o Teatro de Arena, a Teoria Educacional de Paulo Freire e outros. Assista aí https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/746b3e163a5a5f89a10a96408c5d22c2 /2d9862948e9db404a8d231d992821f99 Campanhas para a alfabetização e o uso da Teoria de Paulo Freire, a política educacional brasileira, na década de 1950, apresentou outro aspecto importante, as discussões sobre a nossa primeira Lei de Diretrizes e Bases de Educação (LDB). Foi quando houve a implementação da – Lei 4.024/1961 peloLei de Diretrizes e Bases de Educação (LDB) governo João Goulart. Novos debates surgiram, como a defesa dos interesses dos proprietários de escolas privadas. Nesse período, o movimento estudantil cresceu e as agremiações, como da União Nacional dos estavam presentes como fieis participantes em busca de transformações.Estudantes (UNE) Na lei, preponderava o modelo de política educacional já em vigência, em que o Estado custeava parte das despesas das escolas particulares e, paralelamente, não criava novas oportunidades escolares fora dos grandes centros urbanos. 1 Após o golpe, em , e a implantação da Ditadura Militar, o aumento do autoritarismo deixa sua marca na1964 educação com a eliminação da UNE e outras, sendo consideradas “subversivas”. 2 Em , torna-se mandatório o ensino da disciplina de Moral e Cívica em todos os graus de ensino e em 1971 o 1969 foi criado, o qual garantia a vaga nas universidades, porém apenas até o“Vestibular Classificatório” preenchimento das vagas disponíveis. 3 Continuando na trajetória histórica, no governo Médici, com a Lei nº 5.692/1971 aconteceu a reforma da estrutura dos ensinos fundamental e médio e, em , foi retirada a obrigatoriedade do Ensino1982 Profissionalizante nas Escolas de Ensino Médio. O que marca nessa época são as lutas contra a censura por parte dos estudantes e intelectuais, que atuavam de forma clandestina e sutil contra o processo da Ditadura Militar. https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/746b3e163a5a5f89a10a96408c5d22c2/2d9862948e9db404a8d231d992821f99 https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/746b3e163a5a5f89a10a96408c5d22c2/2d9862948e9db404a8d231d992821f99 - -10 4 No final da década de 80, na retomada da democracia, mais uma vez exigia-se uma nova constituição que assistisse as novas necessidades do país. Assim, foi promulgada a , que dentroConstituição Brasileira de 1988 de seu teor transitório previa o prazo de dez anos para a universalização do ensino e a erradicação do analfabetismo. 5 Em surgiu a nova LDB, que instituiu a estrutura da Política Educacional Brasileira e a criação do 1996 Conselho . Nesse mesmo ano foi instituído o Fundeb (Fundo de Manutenção do EnsinoNacional de Educação Fundamental), que após dez anos foi substituído pelo Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério (Fundef), que obriga os Estados e Municípiosa aplicarem anualmente um percentual mínimo de suas receitas. Com todas as mudanças sofridas durante a história, vivemos uma grande era da educação. Nunca no país foi feito tanto como hoje em dia. No entanto, é visível a falta de gestão desses financiamentos. Atualmente, temos mais vagas nas escolas públicas e essas cada vez mais próxima dos alunos, o que nos leva a menos crianças fora da escola. Com essa iniciativa, muitos jovens e adultos estão retornando à escola e conseguindo ampliar suas capacidades intelectuais e profissionais. Sendo assim, cabe a reflexão baseada nas palavras de Paschoal Lemme: Há sempre uma forma de educação que poderemos chamar de fundamental: é aquela que faz com que o indivíduo passe a compreender a própria estrutura da sociedade em que vive o sentido das transformações que estão se processando nela e, assim, de mero protagonista inconsciente do processo social, passe a ser um membro atuante da sociedade, no sentido de favorecer sua transformação ou, ao contrário, a ela se opor, porque ela se dará em detrimento de seus interesses. (LEMME, 1988, p. 73) - -11 2 Relação escola-sociedade Dentro de um pensamento da Sociologia, as relações entre o processo educacional acadêmico e a sociedade de classes é estudada por várias perspectivas. - -12 2.1 Abordagem teórica de alguns pensadores Começando por , é através da educação que a vida humana se perpetua por meio da comunicaçãoJohn Dewey permanente das experiências adquiridas pelo grupo social às novas gerações para que esta se desenvolva incessantemente. Dewey aborda a importância de uma , ajustando o crescimento natural do ser humano comeducação integral uma eficiência social. Tal ajuste chegaria ao alcance de uma sociedade ideal, uma sociedade verdadeiramente democrática. Esse pensamento de Dewey percebe a educação como algo positivo para o progresso da sociedade como um todo. Por outro lado, alguns teóricos compreendem a educação como ferramenta de transmissão de ideologias que comprometem as ideias sociais, contaminando os pensamentos dos educandos, pois estariam a serviço do monopólio do poder econômico, social, político e cultural. A base desses entendimentos tão antagônicos pode ser amparada pelas ideias de dois grandes representantes do pensamento sociológico: Durkheim Com seu princípio de .integração Marx Com seu princípio da .contradição Durkheim compreende que caberia à educação a função de constituir um ser social solidário em cada novo indivíduo. Por outro lado, a heterogeneidade educacional permite a formação de indivíduos diferentes para o exercício de funções diferentes. No seu pensamento, que apresenta um modelo orgânico, Durkheim expõe que a escolha por esta ou aquela educação seria suas aptidões individuais, e não sua origem social. Abrangendo o liberalismo junto às ideias de Durkheim, é então viável fazer brotar uma sociedade que permite a livre escolha dos indivíduos rumo à sua posição social desejada, o que promoveria a .democracia Esse movimento vem a partir da educação que, por meio de projetos de instrução pública, podemos chegar à igualdade de oportunidades. A educação, desse modo, teria o grande ensejo de mesmas possibilidades aos homens, ou melhor, seria o fator neutralizador das desigualdades sociais e com a viabilização do Estado. Quanto à ascensão social, esta dependeria única e exclusivamente das capacidades singulares do indivíduo e para os liberalistas as desigualdades têm origem nas desigualdades individuais naturais. O desejo de igualdade por meio da educação encontra-se impregnada em vários discursos e doutrinas que se perpetuam até hoje. - -13 Já para Marx, a sociedade se fundamenta na contradição: Proletariado Capitalistas, os que produzem versus os que consomem. Por esse motivo, não haveria como conciliar interesses tão diferentes.versus Marx apresenta um pensamento materialista em que a consciência é o produto da existência e da infraestrutura econômica, determinando a dimensão cultural. Nesse pensamento, e caminham juntas. O homemideias ação produz os objetos e, ao mesmo tempo, ele também cria relações sociais, produzindo conceitos que justificam essas relações. A classe que dispõe dos meios de produção de objetos, dispõe igualmente dos meios de produção intelectual. Por Marx, não há como chegar à democracia devido às próprias condições estruturais do sistema capitalista. Nesse contexto, qualquer atitude de “desobediência” e de conflitos são expressões da contradição inerente ao sistema, e não sintomas de anomia. O Aparelho do Estado é, conforme análise de Althusser (1983), constituído pelo (governo, polícia, exército etc.) e pelos (igreja, escola, aAparelho Repressivo Aparelhos Ideológicos família etc.), mas apesar da diversidade, ambos funcionam por uma ideologia dominante e que cumpre a função de assegurar as relações de produção. A transmissão da ideologia dominante como uma verdade divide e classifica os indivíduos: Fracasso/Sucesso, Normal/Anormal etc. e a escola acaba reproduzindo esse modelo sob disfarces sutis de transmitir semelhanças e união. - -14 2.2 Escola: instrumento do pensamento dominante A escola é um instrumento de muita importância na formação dos . SuaAparelhos Ideológicos de Estado característica de poder atuar cotidianamente nos indivíduos, em especial as crianças, proporciona a elas um lugar de extrema importância e responsabilidade. Ao mesmo tempo que instrui com técnicas e conhecimentos com base na doutrina dominante, ensina também as regras do bom relacionamento social ou, conforme Althusser (1983), transmite a ideologia dominante em seu estado puro. Em cumprimento à formação profissionalizante, a escola prepara, a partir de , e , osatitudes crenças valores autores da mão de obra para respeitar a divisão social-técnica do trabalho e as regras estabelecidas pela dominação de classe. Esses resultados são alcançados por dissimulações e estratégias de uma ideologia dominante, como se fosse uma instituição neutra e desprovida de qualquer ideologia. Aspectos sutis, como alguns rituais escolares: avaliação, “dar notas”, são .mecanismos de inclusão ideológica Encontramo-nos frente à ruptura da teoria com a prática, do trabalho manual com o intelectual. Seja qual for o conteúdo transmitido, pois não são os conteúdos que são contaminados pela ideologia, e sim a própria forma de ensino que fortalece a sua natureza ideologizante. Após analisar a escola sob o ponto de vista ideológico, torna-se fatal chegar à conclusão de que o sistema educacional, a escola, é um lugar de contradição. - -15 3 Sistema educacional brasileiro: noções de estrutura e funcionamento Após apresentarmos o Sistema Educacional propriamente dito, cabe mais um espaço para que nós, educadores, sejamos instigados à construção de seu olhar crítico sobre as leis e sua aplicabilidade de cada segmento escolar, seja este privado ou público. - -16 3.1 Estrutura do sistema educacional brasileiro Antes de iniciar, vamos lembrar um pouco sobre nossa história para realçar que a atual Constituição Federal não foi a primeira e que uma constituição sempre será a carta magna para garantir a soberaniaBrasileira (CFB) do país. Nossa CFB atual é de 1988, com novas ementas posteriores, daremos início por ela para apresentar o embrião para posteriores projetos de lei que abordem o sistema de ensino nacional, visto que nada pode ser divergente dela. Figura 1 - Constituição Federal do Brasil Fonte: estudio Maia, Shutterstock, 2020. A imagem mostra a capa da Constituição Federal do Brasil.#PraCegoVer: No início, no Capítulo II da Constituição Federal de 1988, temos a questão dos Direitos Sociais e já encontramos a educação fazendo parte desse bloco: Art. 6São direitos sociais a , a saúde, o trabalho, o lazer, a “ EDUCAÇÃO segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição” (grifo nosso). - -17 Dando continuidade,o Capítulo III da CF (1988) é dedicado à educação, à cultura e aos desportos. A primeira seção é destinada apenas à educação e inicia afirmando que a educação é um direto de todos, mas compartilha com a família o dever de educar e com a sociedade (Art. 205). Analisando vários artigos da CFB referentes à educação, pode-se notar um registro de assistência à toda população, independente de classe social, raça ou sexo. A proposta é de uma educação igualitária, de qualidade e democrática. Ainda no artigo 207 e 208, a CFB molda a estrutura educacional e, para garantia da qualidade do sistema educacional, define quais são os segmentos para a assistência educativa do cidadão através do poder público: creche e pré-escolar, ensino fundamental, ensino médio, universidade e atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência. Mesmo apresentando a obrigatoriedade do governo em promover as políticas educacionais com gratuidade a todos, a CFB também aborda a permissão de iniciativa privada para realizar os , desdeprocessos educacionais que sejam autorizadas pelo poder público e atendam todas as diretrizes da educação, sempre com qualidade. Acompanhando esse passo a passo, fica mais compreensível a razão de ser para normas, como a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), o Plano Nacional de Educação (PNE), os referenciais Curriculares Nacionais da Educação Infantil (RECNEI) e outros, pois a sua existência vem para atender as exigências da CFB. Assista aí https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/746b3e163a5a5f89a10a96408c5d22c2 /e9972da124f89bc20c030744410dae43 A CFB exige conteúdos mínimos para o ensino fundamental para garantir uma formação básica comum a todos os brasileiros, daí identificarmos a existência do . Ainda determina que osPrograma Nacional da Educação municípios sejam responsáveis pelo ensino fundamental e pré-escola e os Estados e o Distrito Federal atuarão no ensino fundamental e médio (Capítulo III, Artigo 211, § 2º e §3º). Dentro desse capítulo referente à educação, a CFB engloba a organização, o financiamento e os recursos para que o sistema educacional, com essas exigências, seja alcançado, sendo a União a responsável por esses processos. Fique de olho A Constituição Federal Brasileira foi promulgada em 1988, mas aconteceram muitas ementas. Que tal conhecer melhor seus direitos e deveres como cidadãos? Então, pesquise por ela na internet. https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/746b3e163a5a5f89a10a96408c5d22c2/e9972da124f89bc20c030744410dae43 https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/746b3e163a5a5f89a10a96408c5d22c2/e9972da124f89bc20c030744410dae43 - -18 Dando prosseguimento aos nossos estudos e já compreendendo que toda e qualquer legislação deve seguir a constituição do país, vamos conhecer pilares importantes da - Lei de Diretrizes e Bases daLei nº 9.393/1996 Educação Nacional (LDB). Assim como a CFB, a LDB também sofreu ajustes após sua homologação e para estarmos sempre atualizados, é importante buscar as leis atualizadas, sejam quais forem. A criação da LDB vem para atender a uma normatização das instituições de ensino, oferecendo condições de igualdade para todos os cidadãos desde cedo e garantindo que onde o estudante esteja, respeitando cada cultura regional, todos terão as grades curriculares em comum. Com a criação dessa lei, a educação se torna mais , pois alavanca mudanças bastante significativasempoderada que determinarão uma formação igualitária e com a cidadania em plena atividade. A LDB distribui os segmentos, tal qual previsto na CFB, entre Município, Estado e União e, juntamente, quais suportes deverão ser proporcionados para a escolarização efetiva dos seus estudantes, como: e transporte .material A lei não vincula apenas o governo público no processo. A família, os docentes, as instituições de ensino em si e a sociedade precisam cumprir suas partes elucidadas pela legislação. Como padronização da Estrutura do Sistema de Ensino, a LDB assim define os segmentos da educação acadêmica sistematizada em Educação básica e Ensino Superior. • Educação básica Etapas infantil, fundamental e médio e tem como intuito proporcionar ao educando : sua formação para o pleno exercício enquanto cidadão e a progressão para o trabalho e estudos futuros: • Educação infantil A educação infantil é a primeira etapa da educação básica ofertada às crianças de 0 a 3 anos de idade em creches e as de 4 a 5 anos nas pré-escolas. Essa etapa representa o alicerce da educação, visto que objetiva o desenvolvimento nos aspectos físico, intelectual e social da criança, complementando as ações da família e da comunidade (Art. 29 da LDB). • Ensino fundamental A segunda etapa é o ensino fundamental, que se subdivide em duas etapas: anos iniciais, do 1º ao 5º ano, e anos finais, do 6º ao 9º Ano. Com duração de nove anos. No ciclo normal, essa fase busca a formação essencial do cidadão, a partir do pleno domínio da leitura, da escrita e do cálculo. • Ensino médio • • • • - -19 O ensino médio é a terceira e última etapa da Educação Básica, finalizando o ciclo com a consolidação e o aprofundamento dos conhecimentos adquiridos no ensino fundamental. Além de possibilitar a preparação básica para o trabalho, para o exercício da cidadania e o aperfeiçoamento na formação ética, no desenvolvimento intelectual e principalmente no posicionamento crítico diante a realidade. • Ensino superior: Sua finalidade é formar o estudante em áreas diferentes de conhecimento e, inclusive, estimular para o aprimoramento da cultura, do espírito científico e do pensamento crítico e reflexivo. Como mais uma estratégia de garantia de excelência, a LDB formaliza a carga horária anual mínima para a Educação Básica, , distribuídas por . Seu cumprimento é800 horas 200 dias de efetivo trabalho escolar essencial para a evolução do indivíduo e para a aquisição dos conhecimentos básicos necessários ao avanço. De tudo, o que é necessário compreender é que desde a colonização várias leis foram promulgadas para a melhoria da Educação e a LDB vem cumprir este papel. Seu cumprimento de forma virtuosa tende a reduzir a alienação política dos brasileiros, desmascarando a intenção manipuladora de qualquer consciência dominante. Quanto à outra legislação de porte a ser seguida para a garantia da educação para todos, em vários momentos citada, existe o , como um planejamento para dez anos e quePrograma Nacional de Educação de 2014 (PNE) chega para agregar mais possibilidades de melhorias no sistema educacional. Existem metas a serem atingidas durante essa década e os relatórios de acompanhamento sempre envolvem diagnóstico, diretrizes, objetivos e o andamento das metas: • Expansão do ensino básico, garantindo uma expansão do ensino obrigatório e de qualidade; • Valorização da diversidade presente no país, além da diminuição da disparidade da educação, visando sempre aumentar a equidade educacional; • Melhor preparação e valorização dos profissionais da educação; • Expansão do ensino superior. Como pudemos identificar, vários mecanismos têm sido criados para a melhoria da nossa educação. O cumprimento de cada um destes, identificando a parte que cabe a cada cidadão e o nosso compromisso com a aplicação deles, favorecerá o alcance com mais magnitude para a formação de uma sociedade mais igualitária e democrática. • • • • • - -20 3.2 Reflexões acerca da evolução da legislação educacional As leis sempre estiveram presentes para a consolidação do processo educativo no Brasil e todas com a intenção de trazer um conjunto de medidas que trouxessem para atender a população em todo o territóriomelhorias nacional ou para uma .ideologia do governo É fato que, a cada período histórico, muitas conquistas foram alcançadas com transformações educacionais expressivas. Por outro lado, ainda nos deparamos com grandes problemas da educação, como o índice de . Ao pensarmos nessa deficiência, fica claro que aindatemos muito a caminhar.analfabetismo Para Saviani (1987), “a compreensão do sistema educacional brasileiro exige que não se perca de vista a totalidade social da qual ela faz parte”. Esse pensamento traz em sua essência que a educação avance além de uma Pedagogia e que seus passos se dirijam para a .verdadeira cidadania Essa construção se concretizará no momento em que os projetos de educação saiam do papel, da teoria e sejam aplicados na prática, sem economia de nenhum esforço de natureza física, intelectual ou econômica. Aí teremos a real intenção de ascensão do incremento cultural do seu povo. Igualmente, apostar na democratização e na universalização de uma educação qualitativa que esteja alerta não só para o desenvolvimento intelectual, mas também emocional, físico, social e moral. Atualmente, vivemos uma era da educação de forma nunca vista anteriormente. Começa pelos investimentos financeiros estruturados por programas como o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e (Fundeb), o Programa Universidade para todos (Prouni) e outros.de Valorização dos Profissionais da Educação Contudo, temos um antagonismo entre as metas e a falta de efetivação delas. Apesar dos recursos injetados na educação, falta uma desses gastos e de fiscalização das instituições escolares empolítica de monitoramento todos os segmentos. O cenário que tínhamos antigamente, por exemplo, era a grande por parte dedificuldade de acesso à educação famílias menos privilegiadas, que dependiam do sistema público de ensino. Filas enormes existiam para realizar a matrícula de seus filhos. Já, nos dias atuais, o número de vagas para o ensino básico aumentou consideravelmente e as escolas também estão mais próximas dos alunos em geral. Outra questão a ser analisada é a desvalorização dos profissionais de educação, que nos remete a falhas que não garantem uma educação qualitativa e nem a oferta de um desenvolvimento real, seja intelectual, moral, emocional ou social ao sujeito. - -21 Uma polêmica bastante atual e que compromete a qualidade da educação, é a chamada “Mercantilização da com a abertura de novas faculdades particulares que facilitam a entrada no nível superior, a aberturaEducação” de escolas particulares de ensino básico sem a devida fiscalização que transformam a educação num produto e não um serviço como deve ser. Ainda abordando os projetos governamentais de acesso à educação, temos a Lei nº 12.711, de 29 de agosto de 2012. É a chamada , que reserva 50% das vagas das universidades públicas aos estudantes deLei das Cotas escola pública, que por um lado traz em si um dinamismo no acesso ao nível superior, por outro revela a falta de qualidade do ensino público. Com tantos avanços, mas sem a efetivação total, o que fica evidente é uma preocupação com as estatísticas para apresentação no exterior (para a Unesco, por exemplo), que apresenta um quantitativo substancial dentro de instituições de ensino, mas com uma qualidade duvidosa. À parte, incluímos a grande desigualdade de que desfavorece uma boa estrutura social para um melhor desempenho dos discentes.distribuição de renda Cabe incluir na nossa ponderação o momento atual de globalização em que as trocas de informações ocorrem cada vez mais rápidas, além da incursão de dentro das salas de aula.novas tecnologias Apesar das dificuldades, a sociedade, em geral, está mais exigente por uma educação de qualidade e para Moran (2000, p. 14) esse aprimoramento é viável a partir do cumprimento de três instâncias: Instância 1 Uma organização inovadora, aberta, dinâmica, com um projeto pedagógico coerente, alerto, participativo. Instância 2 Uma infraestrutura adequada, atualizada, confortável; com tecnologias acessíveis, rápidas e renovadas. Instância 3 Uma organização que congregue docentes bem preparados intelectual, emocional, comunicacional e eticamente bem remunerados, motivados e com boas condições profissionais, em que haja circunstâncias favoráveis a uma relação efetiva com alunos, que facilite conhecê-los, acompanhá-los e orientá-los. Como conclusão, é perceptível que o nosso sistema de ensino não funciona plenamente para atender as expectativas da sociedade, visto que se trata a educação a partir de e .ideais políticos capitalistas - -22 Os recursos são mal geridos, a formação dos professores é deficitária e estes não são valorizados como deveriam, além da falta de adequação dos currículos às necessidades dos alunos. Toda essa desvalia reforça a esquiva dos pais quanto às suas obrigações para a escolarização dos seus filhos, refletindo o pensamento dominante de que educação não é uma prioridade. Como consequência, por meio das estatísticas, percebe-se a defasagem escolar, crianças fora da escola, estudantes com idades não compatíveis ao ano escolar, analfabetismo etc. Esses são vestígios de um histórico de falta de planejamento com compromisso para os avanços educacionais. Nosso país tem muito pela frente para alcançar o desenvolvimento científico, cultural e social, mas, para que isso ocorra, a confiança no sistema educacional como o verdadeiro trampolim do incremento da sociedade precisa estar sempre presente. O Estado precisa ponderar e perceber que o progresso de um país depende de uma , qualificada e capaz de contribuir para o crescimento do país. sociedade culta - -23 4 Educação, política e sociedade Veremos agora a educação atrelada a quadros econômicos e políticos. Isso para que tenhamos elementos para um olhar e pensamento crítico para avaliar o que nos chega como informação acerca do trabalho pedagógico. 4.1 Conceito de política e seus desdobramentos Muito se ouve falar de política, mas que tal saber seu real significado? O significado de política é muito amplo, mas encontra-se atrelado com aquilo que diz respeito ao espaço público e ao bem dos cidadãos. Por definição, tem sua origem na Grécia Antiga, a palavra política politiká é uma derivação de (aquilo que épolis público) e (bem comum de todas as pessoas). A necessidade veio da tikós concepçãode regras de funcionamento e de organização das cidades gregas, e o primeiro registro desse tipo de organização política ocorreu em Atenas – .“Democracia Ateniense” Dentro da proposta política da Grécia, foram abordados o direito ao voto, garantido aos homens a partir dos 18 anos, e o direito de participação nas decisões ligadas às cidades. De acordo com Aristóteles, um dos pensadores da Grécia Antiga, a função essencial da política era atender aos interesses dos cidadãos, fazendo com que estes fossem a prioridade nas decisões tomadas pelo governo. Trazendo para a atualidade, podemos afirmar que a política é a ciência da de um ou uma governança Estado e uma arte de negociação para ajustar interesses, e o sistema político é a forma de governo – Monarquia eNação República, sendo os mais clássicos. Seu objeto de estudo é a relação entre os dirigentes que estão no poder (governo) e os cidadãos em várias instâncias sociais e econômicas de interesse público. No início da construção de uma , suas abordagens partiam de perspectivas da Filosofia por meiociência política de pensadores como Maquiavel, Montesquieu e outros. No entanto, na atualidade, a pesquisa e os estudos nessa área são ampliados dando espaço a outras áreas, como História, Economia e Direito. Dessa forma, todos os governos, para atender as necessidades de sua nação, promovem políticas públicas destinadas aos diversos segmentos das relações com a sociedade. - -24 4.2 Política e educação Durante toda a trajetória histórica do Brasil, as formas de governo influenciaram diretamente no avanço ou atraso do sistema educacional brasileiro. Adotamos várias formas de governo e independente de qualquer uma, a influência sempre foi determinante na direção que a educação seguiria. Nos dias de hoje, em função de muita luta em busca da redução da alienação da sociedade, o governo apresenta várias políticas públicas para o sistema de ensino, sejam, ou .distributivas redistributivas regulatórias As atuais de educação são projetos criados pelo poder público para que garantam o acesso àpolíticas públicas educação para todos os cidadãos por meio da aplicação de suas normas. Para completar esse processo, existem dispositivos para a avaliação e fiscalização para transformar “a teoria na prática”. É de responsabilidade do poder público criar leis para amparar as políticas públicas que têm sua apresentação e votação no Poder Legislativo de todas as esferas do executivo: deputados federais e estaduais, senadores e vereadores. Acrescentando, outras instâncias podem apresentar projetos para a aprovação no legislativo, como os representantes do Poder Executivo, também das três esferas: federal, estadual e municipal. Após tanto tempo, nos dias atuais, a população também pode participar da formação das políticas públicas de educação fazendo parte dos Conselhos de Políticas Públicas, por exemplo. Esses conselhos são constituídos por representantes do e por e são organizados pelos municípios. Sendo este um direito previstogoverno cidadãos pela Constituição Federal do Brasil, a sociedade como um todo deve exigir a instalação dessas políticas para a melhoria permanente das condições do ensino. Será que você saberia dizer algumas das políticas públicas em vigência em nosso país? Assista aí https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/746b3e163a5a5f89a10a96408c5d22c2 /dacf42089dc6bea3284e8f76e2282963 Fique de olho Ficou curioso acerca das características dessas políticas públicas? Então, pesquise e leia o artigo “Políticas Públicas”, de Einstein Paniago. https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/746b3e163a5a5f89a10a96408c5d22c2/dacf42089dc6bea3284e8f76e2282963 https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/746b3e163a5a5f89a10a96408c5d22c2/dacf42089dc6bea3284e8f76e2282963 - -25 Vamos conhecer algumas: • Educação de Jovens e Adultos (EJA) Programa destinado à educação de jovens e adultos que não terminaram os estudos e encontram-se fora da idade indicada, atende desde o ensino fundamental até o ensino médio. • Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec) O Pronatec vem contribuir para o aumento da oferta de cursos de educação tecnológica e profissionalizante. Nesse caso, os participantes destinados para este programa são estudantes da rede pública, trabalhadores e beneficiários de outros programas sociais do governo. • Programa Universidade para Todos (Prouni) Este programa foi instituído para ofertar bolsas de estudo em instituições privadas de ensino superior e são reservadas aos estudantes de baixa renda que ainda não possuem ensino universitário. • Programa Escola Acessível Como o próprio nome diz, é um programa criado para aumentar a acessibilidade no ambiente escolar da rede pública de ensino. Contribui disseminando informações e recursos de ensino necessários para melhorar o aprendizado de estudantes com necessidades especiais. • Apoio à Formação Superior e Licenciaturas Interculturais Indígenas (Prolind) Programa criado para apoiar financeiramente os cursos de licenciaturas indígenas ou interculturais que formam os professores de escolas indígenas. • Programa Caminho da Escola Foca na melhoria e no aumento da frota de veículos que faz o transporte escolar nas redes de ensino estaduais e municipais. • Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb) Visando o aumento do investimento financeiro em projetos de educação nos Estados, o governo federal reserva um fundo destinado à educação. • • • • • • • - -26 E aí? Conhecia essas políticas públicas? Temos várias dessas para a melhoria do nosso sistema educacional. A criação desses projetos caminha junto com as propostas da nossa LDB, para que ela não seja mais uma lei que “ficou no papel”. é isso Aí! Nesta unidade, você teve a oportunidade de: • compreender a evolução histórica da educação no Brasil; • identificar a grande relação entre os momentos econômicos e o perfil educacional de cada época; • avaliar o papel social da educação na coletividade; • conhecer as leis básicas que amparam o sistema de ensino brasileiro; • observar as lacunas educacionais que ainda se mantêm, apesar dos avanços alcançados; • perceber as relações políticas no âmbito educacional. Referências ALTHUSSER, L. . Ed. Graal, 1983.Aparelhos Ideológicos do Estado ARANHA, M. L. de A. : Geral e Brasil. São Paulo: Moderna, 2006.História da Educação e da Pedagogia ARANHA, M. L. de A. São Paulo: Editora Moderna Ltda. 1992.História da Educação ARCE, A. Os vinte e um anos de ditadura militar no Brasil e a educação. , Campinas, v. 28. set.Caderno CEDES /dez. 2008. Disponível em: . Acesso em: 12 maio 2020.http://www.cedes.unicamp.br ARCE, A. em defesa doO mobral e a educação de crianças menores de seis anos durante o regime militar: trabalho voluntário. , Campinas, v. 28. Disponível em: . Acesso em:Caderno CEDES http://www.cedes.unicamp.br 12 maio 2020. AZEVEDO, F. Manifesto dos Pioneiros da educação nova. , Brasília,Revista Brasileira de Estudos Pedagógicos v. 65, n. 150, p. 407-25, maio/ago. 1984. CAMPOS, F. . Diário Oficial, 15 de abril de 1931, p. 5.830.Reforma do Ensino Superior, Exposição de Motivos BRASIL. . . Estabelece asMinistério da Educação e do Desporto Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996 Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Brasília: Imprensa Nacional, 1996. BRASIL. , 05 de outubro de 1988 – Brasília, 2015.Constituição da República Federativa do Brasil BRASIL. . Aprova o Plano Nacional de Educação – PNE. Brasília, 2014.Lei nº 13.005, de 25 de junho de 2014 DEMO, P. . 6. ed. São Paulo: Papirus, 2001.Educação e qualidade • • • • • • http://www.cedes.unicamp.br http://www.cedes.unicamp.br - -27 FERREIRA, N. (org.). : atuais tendências, novos desafios. 2. ed. São Paulo:Gestão democrática da educação Cortez, 2000. FREITAG, B. . São Paulo: Moraes, 1986.Escola, Estado e Sociedade FREIRE, P. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1977, p. 59. Educação como prática de liberdade. GHIRALDELLI JÚNIOR, P. . São Paulo: Ed. Cortez, 1994.História da Educação LEMME, P. . São Paulo: Cortez, v. 3, p. 73, 1988.Memórias LIBÂNEO, J. C. : Teoria e Prática. Goiânia: Editora Alternativa, 2001.Organização e Gestão da Escola MARANHÃO, M. de A. : resgate, universalização e revolução. Brasília, Plano: 2004.Educação brasileira MOVIMENTO DE EDUCAÇÃO DE BASE 1ª Parte, Rio de Janeiro, 1966. pp. 12. MEB em cinco anos (1961-1965). e 20. NERY, T. M. de O. O embate político-educacional nos anos 90 – tramitação da Lei de Diretrizes e Bases da NEVES, L. M. W. (coord.). Política educacional dos anos 90: determinantes e propostas.Educação Nacional. In: Recife: Ed. Universitária da UFPE, 1995. NEVES, L. M. W. . São Paulo: Cortez, 1994.Educação e política no Brasil de hoje NEVES, L. M. W. (coord.) : determinantes e propostas. Recife: Ed. UniversitáriaPolítica educacional nos anos 90 da UFPE, 1995. PARO, V. H. . São Paulo: Ática, 1997.Gestão Democrática da Escola Pública PILETTI, N. . 6. ed. São Paulo: Ática, 1996.História da Educação no Brasil REIS, R. P. Relação família e escola: uma parceria que dá certo. : um jornal de ideias. p. 06. AnoMundo Jovem XLV, n° 373, fevereiro de 2007. RIBEIRO, M. L. S. : a organização escolar. 13. ed. São Paulo: Autores Associados,História da educação brasileira 1993. ROMANELLI, O. O. . 13. ed. Petrópolis: Vozes, 1991.História da Educação no Brasil SAVIANI, D. . Col. Polêmicas do Nosso Tempo, São Paulo: Ed. Cortez e Ed. AutoresEscola e Democracia Associados, 1986. v. 5. 10. ed., 96 p. SILVA, F. de A. . 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Referências