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Resumo de Administrativo II - P1

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Aula 1 - 07.08.2019
Licitação
Conceito (Art 3º, Lei nº 8666/1993)
	Licitação é procedimento administrativo prévio que antecede contratações e atos unilaterais que envolvem a administração pública. É requisito de legalidade de futuro contrato administrativo ou ato administrativo que gerará benefícios a terceiros, a particulares. 
Promover disputa em relação a um objeto que desperte o interesse de particulares, para realizar um negócio jurídico com a Administração pública ou se tornar beneficiário de ato administrativo da Adm pública que interessava a determinado número de pessoas. 
	
Disciplina legal
Lei nº 8666/1993 (Lei Geral)
Lei nº 10520/2002 (pregão) - se aplica a bens e serviços comuns, que são aqueles que não exigem especificações muito elaboradas, técnicas. A lei introduziu novo procedimento para a aquisição de bens comuns e contratação de serviços comuns que se revelou modalidade licitatória mais eficiente em termos de tempo gasto e em termos de resultados.
Lei nº 8987/1995 (concessões e permissões de serviços públicos) - trata das licitações como procedimento prévio a contrato de concessão e permissão de serviços públicos, que tem especificidades que estudaremos de forma pontual.
Outras ( RDC, estatais (13303), etc.) - aplicações específicas. RDC = regime diferenciado de contratações, Lei 12462. 
Procedimento administrativo. Toda licitação é uma espécie do gênero procedimento administrativo. Nem todo procedimento administrativo é licitação. Um concurso público para admissão de servidores públicos, um processo administrativo disciplinar são procedimentos administrativos. 
Procedimento administrativo é sucessão no tempo logicamente encadeada de atos administrativos, com o objetivo de atender, alcançar, realizar finalidades públicas definidas em lei. 
Procedimento administrativo é diferente de ato administrativo simples (ato que depende de manifestação de vontade unilateral de um órgão público – constituído da vontade de um único agente público ou com um conjunto de agentes públicos) 
Procedimento administrativo é diferente de ato administrativo complexo (na sua formação, depende de manifestação de vontade de dois ou mais órgãos públicos. Ex. Portaria interministerial, que depende de manisfestação de vontade de dois ou mais ministros de Estado) 
Procedimento administrativo é diferente de ato administrativo composto (sucessão curta combinada de atos administrativos que precisam acontecer para se alcançar um objetivo final. Ex. Indicação pelo presidente da república de nomes para compor membros de diretoria de uma agência reguladora. São nomes que precisam ser sabatinados no Senado. Depois da aprovação no Senado, serão nomeados pelo Presidente da República. É assim também a nomeação de ministros do STF). 
O procedimento administrativo cria sucessão de atos no tempo, logicamente encadeada de atos administrativos que podem ser entremeados também por atos privados. 
No caso da licitação, os particulares interessados a dela participar são chamados para apresentar documentos e propostas para, naquela disputa, saiam vencedores para no futuro contratarem com a Administração. 
Plenamente vinculado. É diferente de atos parcialmente vinculados ou discricionariedade administrativa, de liberdade de escolhas, margem de liberdade decisória. Na fase interna ou preparatória da licitação essa discricionariedade se esgota. É quando a licitação é publica e se torna um procedimento externo. 
Na fase interna é que a administração pública definirá o objeto da licitação, suas necessidades, quais as especificações técnicas desse objeto, do que efetivamente precisa e onde deve dar prioridade.
O edital é a parte do regulamento publicada no DO dando conhecimento público de que haverá procedimento administrativo licitatório. Tornando-se público esse edital, o procedimento administrativo fica plenamente vinculado. Dessa ideia de vinculação plena, decorrem subprincípios, como: 
-procedimento formal: segue o estabelecido em lei, o que foi adotado no edital como regulamento daquela licitação.
-julgamento objetivo da proposta: critérios estão plenamente vinculados ao edital, como forma de garantia aos licitantes - particulares que participam da licitação. Esse julgamento objetivo é uma forma de assegurar igualdade entre todos os licitantes.
-ideia de que atende a finalidades públicas previstas no edital: princípio da vinculação ao instrumento convocatório.
O edital é um conjunto de regras cogentes. A comissão de licitação não tem liberdade decisória. No edital já foi decidido e suas regras devem ser aplicadas pela comissão.
3 principais finalidades gerais estão no artigo 3º da Lei 8666:
Promoção da isonomia entre possíveis interessado: Toda licitação tem a finalidade de promoção de princípios constitucionais da isonomia, da impessoalidade e da moralidade, como princípios constitucionais setoriais da administração pública.
O objetivo é assegurar igualdade de chances e igualdade de oportunidades entre os interessados em participar da licitação.
O procedimento de escolha deve ser impessoal e moral. A impessoalidade administrativa é a isonomia projetada no campo das relações jurídico-administrativas. 
Assegurando a isonomia, por meio de um procedimento transparente, universal e que busque maior universo possível desses potenciais investidores. Essas regras estão detalhadas na lei, no edital de participação para uma escolha imparcial e objetiva da Administração Pública. 
As cláusulas editalícias, isto é, que compõem o regulamento interno da licitação e que restrinjam desnecessariamente o universo de competidores podem ser anuladas por violação à impessoalidade, isonomia, e às normas da lei de licitações para verificar os competidores. É comum que se encontre cláusulas plantadas previamente para restringir o caráter competitivo e direcionar licitação para um competidor, mas são inconstitucionais e não são justificáveis no interesse público de uma licitação.
Marçal Justen Filho: “a licitação consiste em um instrumento jurídico para afastar a arbitrariedade na seleção do contratante. Não se admite a discriminação arbitrária, produto de preferências pessoais e subjetivas do ocupante do cargo público.”
Obtenção da proposta mais vantajosa para a Administração Pública. Tem a ver com o princípio da eficiência administrativa. Numa licitação, a administração busca promover competição em igualdade de condições e obter o melhor custo-benefício com o seu futuro contratado, que varia caso a caso.
Pode envolver a obtenção de menor preço, de melhor técnica ou melhor técnica e preço ou ainda, o maior lance. 
O menor preço pura e simplesmente significa a procura dentro de bens e serviços comuns no mercado.
Melhor lance é critério quantitativo, quando a administração aliena bem ou faz concessão de serviço ou obra pública. 
Melhor técnica decorre da escolha de serviços técnicos altamente especializados imprescindíveis. 
A melhor tradução para proposta mais vantajosa é: ideia de custo-benefício que varia caso a caso. Essa escolha se dá na fase interna de licitação, em que se faz prognóstico sobre a melhor estratégia de promover uma licitação para, ao final, alcançar o melhor custo-benefício possível.
Promoção do desenvolvimento nacional sustentável. Por meio de cláusulas nos editais, há o objetivo entorno de políticas públicas que gerem incentivos a tecnlogias mais limpas, ao uso de fontes de energia mais limpas, por exemplo. Políticas públicas que promovam coleta seletiva de lixo, tratamento de resíduos. 
Por que isso tem a ver com licitação?O legislador se vale da potência econômica que é o Estado e da alocação de recursos em compras, contratações, obras e serviços. 
 Envolve dois aspectos: Tratamento diferenciado mais favorável à indústria nacional (ex. Indústria brasileira de capital nacional com sede e funcionamento no país) e criar vantagens competitivas a empresas que promovam sustentabilidade e fomentem tecnologias voltadas a esse fim. Essa finalidade na licitação é fator econômico de promoção de finalidades públicas que opaís visa a alcançar. Esse desenvolvimento, porém, não pode ser danoso ao meio ambiente. 
As duas primeiras finalidades são microeconômicas. Já a promoção do desenvolvimento nacional sustentável e outras finalidades são macroeconômicas, já que se pensa em desenvolvimento sistêmico para a economia e a sociedade.
A ideia de promoção do desenvolvimento nacional sustentável está também atrelada ao aspecto de menores danos ambientais, bem como à preservação do ambiente. 
	
Outras finalidades (regulatórias e de fomento, além da promoção do desenvolvimento nacional sustentável): ligadas, por exemplo, ao desenvolvimento de pequenas empresas ou empresas de pequeno porte (isso é uma função de fomento). 
No Brasil há o Estatuto da pequena empresa e da empresa de pequeno porte, no qual dispõe sobre vantagens competitivas em termos de pontuação que são passíveis de serem obtidas por essas pequenas empresas para participação em licitações públicas. Isso não viola o princípio da isonomiae o fundamento constitucional está no art 170, CF, que trata de políticas públicas que apoiem pequenas empresas. Além disso, traz a ideia de alguém que dinamiza a economia, gera empregos e renda de uma forma que grandes empresas não são capazes de fazer, atendendo à promoção do pleno emprego. A pontuação a mais para as pequenas empresas é considerada dentro de uma equação aceitável de custo-benefício. 
	
Funções complementares ao art 3º:
Função regulatória: Posso excluir tecnologias muito poluentes e, na habilitação, essas empresas são eliminadas, não participam da licitação. É quando a norma do edital é impositiva, cogente, criando limites à participação de empresas que explorem trabalho infantil ilegal, por exemplo, que são eliminadas de cara. A licitação serve como instrumento de regulação do mercado.
Função de fomento: A licitação, por ser mecanismo de alocação de recursos, além de regular o mercado, pode criar mecanismos de mero incentivo, de estímulo a boas práticas, para promover objetivos socialmente desejáveis nos termos da Constituição e da lei. 
Há uma discussão sobre critérios sobre alocação de recursos: Promoção de valores culturais de minorias, agradar as maiorias, promoção de obras não comerciais, numa licitação pública de oferta de recursos pela ANCINE, por exemplo. O Estado participa de alguma forma na economia de modo a fomentar áreas específicas.
A licitação é, de alguma maneira, instrumento de regulação do mercado. Fomento à preservação do meio ambiente, fomento à inclusão social, fomento à economia na forma de pontos extras aos participantes da licitação na direção de objetivos socialmente desejáveis. 
Ex: Estatuto da Igualdade Racial sobre os pontos extras dados a empresas que atendam à diversidade étnico-racial.
Fundamentos constitucionais
Art 37, XXI, CF: é a cláusula geral. Para que a administração pública possa contratar, ela deve licitar antes, sendo este um requisito formal nesses contratos. Estabelece o dever geral de licitar como regra e as exceções legais ao dever geral de licitar previstas em lei. Essas exceções dividem-se em hipóteses de dispensa e de inexigibilidade de licitação.
As dispensas se dão no caso em que a licitação era possível, ou seja, era viável, mas o legislador, por razões de interesse público, conveniência e oportunidade, optou por afastar o dever de licitar. Ex: custo muito baixo da compra (abaixo de 10% do valor do convite). As hipóteses de dispensa são taxativas. , as de inexigibilidade são exemplificativas. 
Já a inexigibilidade, a licitação era inexigível, porque a competição era tecnicamente inviável no caso. Se a competição era inviável, se trata apenas de uma constatação fática de que a licitação era inexigível. As hipóteses de inexigibilidade são exemplificativas.
Ex: fornecedor exclusivo. Único laboratório com o medicamento que vai curar o câncer. Enquanto a patente estiver em vigor, o Estado terá de comprar daquele fornecedor para oferecer o tratamento nos hospitais públicos.
Ex: hipótese de especialização técnica notória de serviços. Quando, em Brasília, Oscar Niemeyer foi arquiteto de toda a estrutura, então por um interesse arquitetônico, a adm não pôde fazer um concurso para realizar a obra, mas fez uma contratação direta para um prédio que se inserisse naquela estrutura. Não é possível haver concorrência para se atender a esse objetivo da administração. Fora esses casos, a licitação pública é sempre exigível. 
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Art 22, XXVII, CF: trata de competência.
Duas regras importantes: o caput fala que compete a União legislar sobre licitações no âmbito de normas gerais. Os estados, municípios e DF criam normas específicas em matéria de licitação, mas devem estar compatíveis com a lei geral sobre a matéria (lei 8666). Essa norma cria competências concorrentes. Isso é muito complicado na prática e há um grau de insegurança jurídica muito grande. A segunda norma está na segunda parte do artigo (licitações aplicadas às empresas estatais). O art 173 a que faz referência foi regulado pela lei 13303/2016.
ADIn 927: Rel. Carlos Veloso. O art 22 se refere à competência do Senado Federal e o STF decidiu que a União legisla criando normas gerais para todos os entes federativos, como a lei federal 8666, mas ela não pode esgotar a matéria de licitações e contratos administrativos, mas deve deixar margem de criação de normas mais específicas em âmbito dos estados, municípios, df (entes subnacionais). Essa decisão foi pró-autonomia dos entes federativos, em prol do espaço legislativo deles.
Art 173 §1º, III, CF: licitações no âmbito das empresas estatais. Esse dispositivo diz que o legislador cuidará de normas próprias para licitações estatais. No estatuto das empresas estatais (lei 13303) existe um capítulo específico sobre licitações aplicadas às empresas estatais.
 
Art 175, CF: Existe a previsão da prestação de serviços públicos pelo Estado brasileiro. Licitação como procedimento administrativo prévio à concessão ou limitação de serviços públicos. 
AULA 2 - 12.08.2019
Fase interna da licitação
	Também chamada de fase preparatória da licitação. Acontece antes de o edital se tornar público, antes da sociedade ou de potenciais licitantes tomem conhecimento do que será a licitação, do que será seu objeto: adquirir bens, alugar imóveis, contratar serviços, vender bens.
	Essa fase se dá por sucessão de atos.
Requisição do objeto: é a primeira dessas etapas. É nessa etapa que se faz a descrição detalhada da obra, do bem ou do serviço a ser contratado com todas as suas especificações técnicas (vão dar identidade ao objeto da licitação).
Como a licitação é procedimento plenamente vinculado, o objeto deve ser especificado para não dar margem a decisões discricionárias (caso especificações forem vagas), favorecendo injustamente uns sobre outros. Mas se excessivamente detalhadas, alguns licitantes são excluídos desnecessariamente, comprometendo a maior abrangência possível da competição.
A administração faz exercício de proporcionalidade: exigências adequadas ao fim a que se destina. Por isso, a requisição do objeto envolve critérios adequados, necessários e proporcionais em sentido estrito àquilo que é a verdadeira necessidade da Administração Pública com aquela licitação. Isso está no art 3º, §1º, I da Lei 8666/93. 
Isso é um dispositivo na lei que determina que as especificações técnicas sejam precisas e não específicas a ponto de excluir arbitrariamente possíveis competidores.
Ex: Exigência acerca de canetas ou de papel pode reduzir os competidores na licitação, para que no final, não pague um preço muito alto. 
Estimativa de valor (ou consulta ao registro de preços, onde houver). Essa estimativa de valor situa a licitação dentro do universo de possíveis prioridades ou não da administração pública. Como regra, isso se faz num procedimento informal de levantamento de preços no mercado. No processo administrativo, na fase interna da licitação, ou a administração faz uma consulta informal a empresas ou, em outros casos, a adm tem registro interno de valores, em algunscasos, para servir de parâmetro. Essa etapa permite a adequação orçamentária daquela futura contratação, ou seja, quanto é necessário para tirar do orçamento para licitar, e a seleção da modalidade licitatória aplicável ao caso. 
6 modalidades diferentes existem (concorrência, tomada de preços, convite, concurso e leilão). A depender do valor estimado mais vultoso, se escolhe a modalidade de concorrência, que é a mais complexa. Se o valor é intermediário, vai para a tomada de preços. Se for valor mais baixo, se escolhe a carta-convite ou convite, que é a modalidade mais simples de licitar. 
Marçal Justen Filho: “A concorrência é obrigatória para obras e serviços de engenharia, cujo valor ultrapasse R$ 3.330.000,00, ou para compras e serviços acima de R$ 1.430.000,00. Essa modalidade pode ser utilizada para qualquer tipo de contrato administrativo, inclusive aqueles que tenham por objeto a alienação de bens e direitos”.
Aprovação da despesa: Feito a requisição do objeto e após a estimativa do valor desse objeto, o processo é submetido consideração da autoridade que tem a competência legal para aprovação e ordenação da despesa. 
Pode ser, no caso de grandes licitações, o próprio chefe do poder executivo, com o presidente da república, o governador do estado e o prefeito. Em licitações de valor intermediário, pode ser o próprio ministro de estado, os auxiliares diretos do chefe do executivo (secretário de estado, secretário municipal da pasta ou área competente). No caso de licitações de valores mais baixos, às vezes essa competência é delegada para autoridades de escalão um pouco inferior, como subsecretários, diretor financeiro da secretaria, dependendo, em cada unidade da federação.
Com a aprovação da despesa, a licitação pode passar às demais etapas para a efetiva realização da licitação.
Elaboração de minuta do edital: na linguagem técnico-jurídica, é um “rascunho” do edital que será publicado que servirá como regulamento interno da licitação. Isso se faz olhando para o objeto especificado, requisitado que diz o que se vai adquirir e, por outro lado, olhando para a lei, o que ela determina como modalidade adequada ou critério necessário para a licitação. Faz um regulamento sobre o critério daquele edital. 
Ex: contratação de serviço de informática. Tecnologia de informação pode usar o critério técnica e preço ou apenas melhor técnica. A lei vai determinar como aplicar na prática esses critérios. É nesse momento que a adm pública transforma em cláusula regulamentares tudo o que foi requisitado, bem como o valor estimado do objeto da licitação.
Análise jurídica do edital: É a última etapa da fase interna da licitação.
	- Art 38, par.único: estabelece como obrigatória essa análise jurídica do edital. Questiona-se se essa análise jurídica é obrigatória e se o conteúdo do parecer que vai ser emitido pelo órgão da acessoria jurídica é vinculante para a administração pública.
	- Parecer vinculante: tem que apontar quais cláusulas contrariam dispositivos legais, ou até mesmo a CF. Como o p.ú do art 38 fala que os editais têm que ser examinados e as minutas aprovadas por órgão da acessoria jurídica da adm pública, a doutrina majoritária e o STF entendem que esse parecer é vinculante.
OBS: Os pareceres da adm podem ser facultativos, obrigatórios ou vinculantes. Pareceres vinculantes são os que devem ser solicitados, cujas conclusões são vinculantes, têm que ser seguidas. 
	O parecer vai estar de acordo totalmente com a minuta de edital elaborada ou ele faz exigências ou aponta pendências no edital e vai ser devolvido ao órgão que fez a requisição para que seja corrigido e todas as etapas se percorrem novamente para que haja a aprovação jurídica do edital e a licitação possa finalmente ser levada à sua fase externa. 
Fase externa da licitação 
	A lei 8666 traz 5 modalidades diferentes de licitação e a essa modalidade foi acrescida a sexta, o pregão, instituído pela lei 10520/2002. 
Todas as etapas não acontecem em todas as modalidades, mas na verdade, acontecem na modalidade mais complexa, chamada de concorrência, para valores mais altos. 
Abaixo da concorrência, vem a tomada de preços e abaixo dela, vem a carta-convite ou convite. São 3 modalidades básicas da lei 8666, complementadas pelo concurso e pelo leilão. 
Audiência pública (art. 39): É instrumento de participação popular na tomada de decisão administrativa. Trata-se de reunião presencial convocada para discutir um tema, para que a administração ouça críticas e sugestões da sociedade para pautar uma decisão fundamentada, mas é claro que todas essas sugestões podem ser indeferidas. 
No art 39, a lei estabelece limite financeiro à estimativa de valor que na licitação é obrigatória a realização da audiência pública. A lei fala em 100 vezes o valor exigido para a realização de concorrência, quer dizer, 100 vezes o limite previsto no art 23, I, alínea C, que é o valor exigido que a modalidade aplicável seja concorrência, e a partir desse valor para cima, a audiência pública se torna obrigatória.
Publicação do edital 
	A publicação do edital, isto é, síntese do instrumento convocatório, deve ser feita em jornais de grande circulação. Nas grandes concorrências públicas, a publicação do edital se dá em grandes jornais as vezes regional, as vezes, nacional. Isso é importante, em razão do princípio da publicidade. Todos os atos da licitação tem que ser públicos, salvo essas hipóteses de sigilo. Uma razão econômica é que quanto mais público, mais são atraídos os competidores, com a consequente tendência à obtenção do melhor custo-benefício para a Adm tornar público é levar ao conhecimento da sociedade, garantir oportunidade de competir, a partir dessa publicidade.
	
Prazo para esclarecimento ou impugnação do edital
	Qualquer cidadão potencial licitante ou não pode pedir esclarecimentos e eventualmente apresentar petição impugnando o edital no todo ou em parte. O pedido de esclarecimentos existe para evitar o comprometimento do princípio do julgamento objetivo do edital. 
	Quanto à impugnação do edital como um todo, um edital que tenha objeto impossível ou indeterminado gera a nulidade da licitação. Pelo princípio da vinculação ao edital, acaba ficando juridicamente inválido.
Recebimento dos envelopes
- Documentos
- Propostas
Na modalidade presencial das licitações se dá com entrega de envelopes. Na modalidade eletrônica, feito o pregão eletrônico que se faz pela internet. Esses envelopes são físicos. Um envelope conterá todos os documentos que tratem da habilitação da empresa e outro envelope conterá a proposta oferecida pela empresa que na sua participação na licitação. 
		
5) Habilitação dos licitantes
Essa etapa cronologicamente precede a etapa de julgamento das propostas. A habilitação é a etapa em que se verifica se os licitantes preenchem os requisitos jurídicos para participar do julgamento das propostas. Estar ou não habilitado é decisão da adm de acordo com o preenchimento dos requisitos legais: a capacidade jurídica, regularidade fiscal, capacidade técnica, capacidade financeira e o cumprimento do art 7º, XXXIII, CF, que é um atestado de que a empresa não se utiliza de trabalho infantil ou escravo (ou análogo à condição de escravo). 
São requisitos que impedem a continuidade do licitante no certame.
Capacidade jurídica: é a aptidão jurídica para atuar como sociedade empresária de acordo com a lei civil e comercial. 
Inexistência de tributos exigíveis e não quitados pelo licitante: significa dizer que em geral, a regularidade fiscal envolve a comprovação do pagamento dos tributos exigido pelo licitante. Normalmente, isso se comprova por uma certidão negativa de débito, constando que a empresa não tem nenhum tributo em aberto. Quando a empresa não quitou, mas se encontra em discussão e a exigibilidade do tributo está suspensa, ela recebe uma certidão positiva com efeitos negativos. É preciso haver uma decisão da adm púb ou do poder judiciário suspendendo a exigibilidade daquele tributo. Isso já é suficiente para caracterizar a regularidadefiscal da empresa.
Capacidade técnica: experiência no setor, profissionais técnicos habilitados. Isso tudo vem detalhado no edital.
Capacidade financeira: comprovação por balanços que a empresa não se encontra em situação de penúria financeira ou pré-falimentar, que possa comprometer o cumprimento regular do futuro contrato a ser celebrado.
Certidão negativa de uso irregular da mão de obra: comprova que a empresa ao ser fiscalizadas ou ao responder processos trabalhistas, jamais se utilizou de trabalho infantil ou de trabalho análogo ao de escravo.
Terminando essa etapa de análise dos documentos da habilitação, a adm púb profere uma decisão administrativa, que é a habilitação dos licitantes que preencheram requisitos e inabilitação dos licitantes que não os preencheram. 
6) Julgamento das propostas 
Abertura do segundo envelope contendo as propostas dos licitantes. O julgamento das propostas envolvem aspectos preliminares e aspectos de mérito. Há 3 aspectos preliminares. Para o direito administrativo, o conceito de preliminares ao julgamento do mérito são questões que impedem a apreciação do mérito ao serem resolvidas se não forem ultrapassadas.
	Preliminares: 
	- Adequação da proposta ao objeto da licitação: Não havendo a perfeita subsunção, que é o encaixe da proposta no objeto descrito no edital, há uma preliminar de inadequação da proposta, que leva à eliminação do licitante.
	- Abusividade: quando a proposta, embora adequada ao objeto do edital, tem um preço muito elevado, o edital estabelece critérios para a consideração dessa proposta abusiva e a desclassificação preliminar do licitante. 
	- Exequibilidade: Quando a proposta apresenta um preço baixo demais é considerada inexequível e o licitante é desclassificado sem que se aprecie o mérito de sua proposta em comparação com as demais. Esse critério tem que ter fundamentos econômicos sólidos.
	A ideia é que a adm não embarque numa aventura, excluindo empresas sérias e contratando uma empresa que apresente proposta irresponsável que leve a adm a fazer pagamentos, mas perderá tempo e dinheiro e terá de fazer outra licitação. 
	- Mérito: Há uma comparação entre as propostas que estejam adequadas, não abusivas nem inexequíveis. Quem profere a decisão e julga é a comissão de licitação.
7) Homologação: É o ato pelo qual a autoridade superior confirma ou não a validade de todos os atos praticados no curso da licitação. Nesse momento da homologação, a autoridade competente para homologar o certame pode adotar uma dentre 3 possíveis condutas:
	7.1. Praticar o ato de homologação na íntegra da licitação. É um ato formal pelo qual a administração pública por meio da autoridade superior que autorizou o início da licitação atesta a validade de todos os atos até então praticados. 
	7.2. Anular todo o certame: considera que desde o início houve vício formal ou material insanável na licitação. Caso haja um vício sanável, uma mera irregularidade, se anula tudo praticado até ali, se faz a correção e a partir daí segue a licitação em diante.
	7.3. Revogação da licitação: por razões de conveniência e oportunidade, havendo fato superveniente relevante, chegando ao final do certame, há a possibilidade de revogar a licitação. A adm púb tem a prerrogativa de motivadamente revogar a licitação e não celebrar contrato nenhum. 
8) Adjudicação: Ato final da licitação. É o ato pelo qual a adm pública convoca o vencedor da licitação e outorga a ele o direito à contratação. 
A adm convoca o primeiro colocado e, se decidir pela contratação, tem o dever de contratar nas condições propostas por esse primeiro colocado. 
O vencedor se vincula às condições por ele propostas que o levaram a vencer a licitação. Porém, no direito brasileiro, ninguém é obrigado a contratar. O licitante deve comparecer, mas ele pode se negar a assinar o contrato. Se a adm pública sofreu prejuízos, pode aplicar sanções previstas na lei ao licitante que ganhou a licitação e desistiu, mas não tem a adjudicação compulsória do contrato (atribuir ao licitante, por um ato da administração, uma assinatura ficta no contrato e considerar o licitante já contratado). No dir brasileiro isso não existe, pois a manifestação de vontade do licitante vencedor em contratar é condição de validade do contrato. A adm pode sancionar, mas não pode obrigar o licitante vencedor a celebrar o contrato.
Se o licitante manifesta desistência, se era o único classificado final, a adm perde aquela licitação. Mas se havia outros classificados, dentro do prazo de 60 dias (contados da homologação, não da desistência), a adm pode convocar esses licitantes, oferecendo a eles a contratação nas mesmas condições oferecidas pelo licitante vencedor. 
Após o prazo de espera de 60 dias, os licitantes estão liberados e não podem ser convocados pela adm pública.
Modalidade de licitação 
A lógica da lei de licitações é: para licitações mais complexas e de maior expressão econômica, procedimentos mais complexos; e para licitações mais simples e de menor expressão econômica, proccedimentos mais simples, menos complexos. Essa graduação existe para as 3 primeiras modalidades da lei 8666/93. 
Concorrência (Art 22, §1º) – própria para contratos de grande valor realizada com ampla publicidade para assegurar a participação universal de todos os possíveis interessados. A lei estabelece os valores acima dos quais a concorrência é obrigatória e estabelece também casos específicos, além dos valores, nos quais a concorrência é obrigatória. A concorrência é uma modalidade de licitação, é um procedimento mais complexo de licitação.
Tomada de preços (Art 22, §2º) – modalidade própria para contratos de valor intermediário e é menos complexa. Realizada entre licitantes previamente cadastrados pela adm pública.. 
Convite (Art 22, §3º) - modalidade de licitação própria para contratos de pequeno valor. Realizada mediante convocação de no mín 3 interessados que apresentam propostas para esse tipo de contratação de menor expressão econômica. Na lei, estão os valores até o limite em que a adm fará convite, a partir do qual fará concorrência e a partir do qual fará tomada de preços.
No concurso e no leilão, não têm a ver com valor estimado da licitação. Na fase interna há uma estimativa decisiva para dizer se será de concorrência, tomada de preços ou convite. 
Concurso e leilão se definem mais pela natureza do objeto da licitação.
Concurso (Art 22 §4º) - modalidade de licitação própria para a seleção de trabalho técnico, científico ou artístico mediante a atribuição de prêmio ou remuneração ao vencedor. Essa remuneração pode ser com valor fixo, estabelecido no edital do concurso ou numa remuneração que periodicamente sirva de retribuição ao uso da propriedade intelectual daquele trabalho.
Leilão (Art 22, §5º) – modalidade própria à alienação de bens inservíveis, apreendidos ou penhorados pela adm púb. Alienação é a transferência de bens a terceiros. 
São 5 as modalidades de licitação, conforme a lei 8.666. As três primeiras que se organizam do procedimento mais completo para o menos complexo, que são a concorrência, a tomada de preços e o convite, chamados de critérios para julgamento das licitações. O concurso e o leilão seguem lógica qualitativa. 
Tipos de licitação (critérios de julgamento) 
Menor preço (Art 45) – é o mais comum. É para objeto mais simples. A melhor proposta nem sempre se traduz no menor preço, mas sim numa noção de melhor custo-benefício. 
Melhor técnica (Art 46, §1º) - quando o objeto do contrato é muito sofisticado do ponto de vista tecnológico. 
Técnica e preço (Art 46, §2º) - média ponderada entre a classificação das propostas com melhor técnica e as com menor preço. 
Maior lance – só se aplica aos leilões. É a maior proposta oferecida num leilão progressivo em uma sessão aberta e que os licitantes oferecem proposta sucessivas e gradativamente maiores para vencer a licitação e adquirir o direito que está sendo alienado a terceiros.
Obs: No concurso, é melhor técnica ou melhor técnica e preço. Ocorre quando o tipo da licitaçãotem objeto muito sofisticado do ponto de vista tecnológico.
Exceções ao dever de licitar
	 “Ressalvados os casos especificados na legislação, as obras, serviços, compras e alienações da adm púb serão precedidas de licitação pública, voltadas a escolha da melhor proposta (etc)”. A licitação pode ser dispensada, com a inviabilidade de competição entorno de um serviço ou produto que atenda ao interesse público. Esse produto ou serviço não é comparável dentro do objeto da licitação (comparação de preço, técnica, técnica e preço). 
Procedimento: Justificativa + ratificação + publicação.
Obrigatoriamente observado em todos os casos em que a licitação é afastada. 
Contratação direta é a contratação celebrada pela adm púb sem a realização prévia de uma licitação. A adm, diante de hipótese de dispensa ou inexigibilidade, está autorizada a não realizar a licitação. Existe um procedimento prévio que é preparatório à contratação direta, que envolve uma justificativa, uma ratificação e uma publicação no DO tanto da justificativa, como da ratificação.
 
	A justificativa tem como elementos:
Caracterização da situação excepcional. É descrever a situação de fato no caso concreto que leva a adm púb a excepcionar o seu dever geral de licitar. Tenho que demostrar os fatos e por quê na situação concreta não haverá licitação.
Subsunção. É o encaixe de uma situação de fato na moldura legal à qual ela se aplica. Descrevo a situação de fato.
Razão da escolha do contratado: só a empresa y detém aquele serviço.
Explicação sobre o preço. Falar que é o preço de mercado praticado pela adm de outros estados da federação, ou o preço de mercado equivalente aos preços praticados no mercado brasileiro, comparando preços e justificando o preço como aquele razoável de mercado para contratações de serviços de mesmo preço e qualidade.
	 
	A ratificação é decisão da autoridade superior responsável pela autorização da despesa para que a adm siga adiante e publique a justificativa e a ratificação no DO. Com isso, será possível realizar a contratação direta. Com a publicidade, o objetivo é dar a possibilidade de recurso administrativo ou ação judicial. 
Hipóteses: 
Dispensa (Art 17, I e II; Art 24): Há possibilidade de competição, mas o legislador a dispensa por razões de conveniência e oportunidade, avaliando o tempo, o custo e o interesse da administração. 
Ex. Licitações de valor muito baixo. 10% ou menos do valor que a lei exige para fazer um convite. Pelas circunstâncias concretas, opta-se pela contratação direta. 
Obs: Casos taxativamente previstos em lei. Numerus clausus.
OBS. “Carona”: é uma contratação direta que pega carona em outro contrato que foi objeto de prévia licitação. Ex. Na situação emergencial do inciso I, art 24, você se utiliza de um contrato que foi licitado e que obteve um preço considerado o menor possível para aquela contratação, mas como não há tempo de realizar a licitação, justifico o preço da contratação direta por dispensa por ser um preço obtido pela adm pública em um outro contrato que foi objeto de prévia licitação.
- Inexigibilidade (Art. 25 c/c Art 13): Hipóteses decorrem da inviabilidade de competição. Hipóteses mencionadas no art 25.
Ex. Contratação do Lima Duarte pelo TSE para a campanha de digitalização dos eleitores nas juntas eleitorais. Há uma ausência de critérios objetivos para comparar possíveis artistas consagrados pela crítica. 
Elenco legal é exemplificativo, Numerus apertus, porque nos incisos I a III no art 25, há as situações mais comuns em que ocorre a inviabilidade de competição. O art 13 só define o que é notória especialização técnica. 
6) Pregão - Lei nº 10520/2002 (continuação das modalidades de licitação)
	O pregão surgiu com uma medida provisória instituída pelo Governo Federal, posteriormente convertida na lei 10520. O pregão tem características diferenciadas. 
	De 2002 até hoje, o pregão acabou se tornando a modalidade licitatória mais utilizada na prática no Brasil. Os resultados do pregão na licitação comparativamente às demais modalidades, foram melhores em razão do tempo menor de licitação e custos mais baixos ao final da licitação. Hoje a lei 10520 se aplica a todos os entes federativos, com as características específicas:
- É uma lei curta, com modalidade mais simples, direta e com efeito prático muito grande.
Art 1º trata das situações fáticas a que o pregão é aplicável. 
“Especificações usuais do mercado”: definem produtos e serviços cujos padrões de desempenho e qualidade já foram previamente testados e são comumente praticados no mercado. Ex. Aquisição de resmas de papel.
Não leva em consideração o valor da contratação, se o bem ou serviço for comum.
Sempre critério do menor preço: leva à proposta mais vantajosa, já que os bens e serviços são considerados comuns, de acordo com especificações usuais do mercado. Entra na equação do tempo que leva para licitar, para que menos recursos sejam gastos com isso. 
Inversão de fases: julgamento antes, habilitação depois. O pregão é mais rápido, porque julgo antes as propostas e se os requisitos de habilitação foram atendidos, declaro o vencedor.
Possibilidade do uso de tecnologia da informação (“pregão eletrônico”): Existem o pregão presencial, que os licitantes comparecem com propostas e documentos físicos e o pregão eletrônico, em que o procedimento é todo online, até que haja a vitória daquele que ofereceu a menor proposta.
	
Funcionamento do Pregão:
Abertura dos envelopes. Se presencial. Se eletrônico, a abertura é do arquivo enviado pelo licitante criptografado e sigiloso para julgamento das propostas. Esse arquivo contém a proposta e vai ser objeto de comparação ao longo do certame.
Não há o julgamento conforme o critério fixado no edital.
Seleção da menor proposta e das propostas até 10% superiores (que se eu não tiver, seleciono as três mais baixas).
Lances sucessivos em sessão aberta. Crio uma etapa subsequente à abertura das propostas. Ex. Tenho propostas de valor 10, 12, 15. Alguém cobre a proposta de 10? Em geral, cobrem. Com 9, 8. Faz um leilão regressivo, com a ideia de que no pregão é possível haver a desestabilização de eventuais combinações entre os próprios licitantes. 
Habilitação do vencedor: Sendo vencedor o licitante A, ele terá que apresentar seus documentos de habilitação que se estiverem ok, o contrato será imediatamente adjudicado a esse licitante vencedor. Se o licitante A não tiver preenchido requisitos de habilitação, o pregoeiro chamará o licitante B, segundo colocado, pedirá a ele seus documentos e oferecerá que a proposta do licitante A seja coberta. Se B aceitar, o contrato será adjudicado a B, não mais a A. Se ninguém aceitar, revoga-se a licitação e se faz novamente em momento posterior.
Adjudicação do contrato. Se os documentos de habilitação estiverem ok, o contrato será imediatamente adjudicado ao licitante vencedor.
Contratos da Administração Pública
	Os contratos da administração pública são gênero maior, envolvendo os negócios jurídicos bilaterais, que tem como uma das partes a adm pública. Ou seja, quando um negócio jurídico bilateral, envolve portanto um acordo de vontade entre as partes, estabelecendo obrigações recíprocas como forma de compor, pactuar interesses contrários das partes, vocês estarão diante de um contrato da administração pública. 
Esse gênero mais amplo se subdivide em duas espécies: contratos administrativos e contratos privados da administração pública. 
-Contrato da administração pública : negócio jurídico bilateral baseado num acordo de vontades que estabelece obrigações recíprocas para as partes, como forma de compor interesses contrários dessas mesmas partes. 
Existe uma dualidade de regimes jurídicos envolvendo os contratos da administração pública no Brasil. Começa no art 54 e vai até o art 90. 
Contratos administrativos
	
Regidos, predominantemente, pelo direito público (art. 54)
§ 2o  Os contratos decorrentes de dispensa ou de inexigibilidade*¹ de licitação devem atender aos termos do ato que os autorizou e da respectiva proposta*².*¹Dispensa ou de inexigibilidade são as hipóteses de exceções ao dever de licitar.
*²daquele quem foi convidado a celebrar diretamente o contrato, sem prévia licitação. 
	A definição de contrato administrativo se dá no art 54 pela ideia de que esses contratos administrativos são regidos, predominantemente, por normas de direito público.
Apenas SUPLETIVAMENTE, por normas da teoria geral dos contratos e normas de direito privado. Essas normas podem ser do CC, de uma lei que não consta formalmente no CC, podem ser normas do CCom, ou até mesmo normas de direito internacional, que por definição das partes se apliquem supletivamente ao contrato administrativo.
Por que a Adm não prefere sempre contratar por normas de direito público, que dariam mais garantias, tornam os contratos mais formais e revestem a adm em posição de superioridade jurídica? Os contratos administrativos são regidos por direito público (critério identitário) porque são submetidos de formalidades especiais e porque a adm púb exerce prerrogativas especiais, as chamadas cláusulas exorbitantes.
	Por que existem contratos em que a adm púb está em posição de superioridade jurídica (tem essas prerrogativas que particulares não têm) e outros em que há horizontalidade, com igualdade de direitos e obrigações?	Ambos envolvem riscos. Contratações envolvem alocação de riscos. 
Por que a diferença de regime jurídico? Por que não optar somente por um?	As empresas estatais brasileiras celebram contratos de direito privado. Art 173, CF fala que as empresa estatais são regidas pelo regime próprio das empresas privadas sobre obrigações civis, comerciais, trabalhistas e tributárias. Na lei das estatais, há a previsão de que as estatais sempre farão contratos privados, embora tenham dever de licitar.
	Mas também a administração direta e as pessoas jurídicas da administração indireta (autarquias, fundações estatais de direito público) realizam contratos privados, também. Ex. A UERJ, fundação autárquica, personalidade jurídica de direito público, maneja seus recursos financeiros, paga servidores através de contratos bancários. A UERJ faz contratos de seguros privados, regulados pela agência reguladora SUSEP. 
	- Formalidades essenciais (arts. 60 a 62)
		• Precedência de licitação: De modo geral, existe a precedência de procedimento licitatório, salvo casos em que se apliquem dispensa e inexigibilidade de licitação. 
		• Aderência ao edital: a lei de licitações exige que o edital venha acompanhado em um dos seus anexos de uma minuta do contrato a ser celebrado com o licitante vencedor. Isso é exigido para que não se celebre uma licitação no começo e, depois, por sucessivos aditivos (alterações contratuais supervenientes) se desfigure completamente o objeto contratual da licitação, considerado fraude. Ex. Valor inicial (500 milhões) na licitação da reforma do Maracanã comparado ao valor final (1 bilhão).
		• Forma escrita, salvo exceção legal (art 60, L. 8666): o contrato é por escrito, registrado na sede da administração pública competente, salvo contratos sobre direitos reais sobre imóveis, que nos termos do CC, serão celebrados por instrumento público (escritura pública, instrumentos celebrados em cartórios de notas).
P.ú: exceção legal: salvo o de pequenas compras de pronto pagamento, assim entendidas aquelas cujo valor não ultrapassa 5% do valor necessário para celebrar o convite. Feitas em regime de adiantamento (o administrador compra, guarda a nota fiscal e depois é reembolsado pela administração pública).
	- Prerrogativas especiais (cláusulas exorbitantes) - art. 58 c/c art. 78, XV
Colocam a administração em posição de superioridade jurídica em relação aos particulares contratados. Se traduzem nos contratos nas cláusulas exorbitantes: são cláusulas que só existem porque dão prerrogativas a administração pública , conferindo direitos especiais. Só existem no direito público, portanto exorbitam o direito privado.
		• Alteração unilateral do contrato: É manifestação unilateral de vontade da administração pública que altera o objeto do contrato por critérios quantitativos ou qualitativos, dentro dos limites da lei, respeitados os direitos do contratado. É o respeito ao equilíbrio econômico-financeiro do contrato. 
Se a alteração resultar no aumento das obrigações do particular, dentro dos limites que a lei permite, o particular receberá mais. Se resultar na redução das obrigações, ele receberá menos. Os direitos do contratado envolvem a preservação do sinalágma contratual, que no direito administrativo, é a equação econômico-financeira do contrato. Essa equação é a relação de equivalência entre direitos e deveres, entre obrigações e encargos. 
		• Extinção unilateral do contrato (anulação e rescisão): A extinção pode ocorrer por razões de ilegalidade (anulação do contrato) ou por rescisão (inexecução do contrato). É uma prerrogativa que o particular não tem. Se a adm descumprir o contrato, o particular tem que ajuizar ação e pedir ao juiz declarar a rescisão do contrato. 
		• Fiscalização do contratado: A adm pode entrar na obra, na sede da empresa contratada, exigir documentos, exigir habilitação técnica dos profissionais, exigir contratos de seguros de equipamentos, exigir os contratos de proteção individual dos trabalhadores. 
		• Aplicação de sanções ao contratado: A lei 8666 estabelece sanções que vão desde advertências verbais ou escritas até a aplicação de multas e até a suspensão do direito de participar de licitações ou a declaração de inidoneidade para celebrar contratos com a administração pública como sanções mais graves. 
Obs. Inciso V aplica-se apenas a contratos de concessão (lei de 1995).. Assumir a concessão no lugar de empresa concessionária, tomar posse de equipamentos, entrar no imóvel até a realização de uma nova licitação.
	
		• Relativização da exceção do contrato não cumprido (inciso XV, art 78): Nos contratos adm a Exceptio non adimpleti contratus é relativizada, pois em leis anteriores sobre licitações, se dizia que a exceção de contrato não cumprido não se aplicava à adm pública, era prerrogativa intangível da administração, no qual o princípio da continuidade do serviço público e o princípio da supremacia do interesse público sobre o particular eram a base desse argumento. 	
	A lei 8666 mitigou essa regra. O art 78 trata de hipóteses de rescisão do contrato. Dá opção ao particular entre rescindir o contrato (inadimplemento contratual simples) ou optar a paralisar suas atividades, após o atraso (mora) superior a 90 dias nos pagamentos da adm pública, até que seja normalizada a situação. É relativização, porque dura apenas 3 meses. 
O legislador buscou conciliar o interesse público da sociedade e o interesse no cumprimento dos contratos. Purgar a mora é cumprir a obrigação contratual, que no caso seria feita pela adm, para que o particular volte a cumprir o contrato. 
Dúvida: O particular recebe pelo que executou, mesmo com a exceção de contrato não cumprido? De acordo com o art 59, mesmos nos contratos nulos, se o contrato for rescindido por inadimplemento da adm, o particular tem direito a receber por tudo que realizou até o momento, salvo se o particular deu causa à nulidade. É uma regra de vedação do enriquecimento sem causa. 
Contratos privados da administração - art. 62, §3º,I 
	- Regidos, predominantemente, pelo direito privado. São aqueles em que a adm púb figura como uma das partes e a outra parte é o particular. 
	Exs. Seguro, contrato bancário, financiamento, locação (adm como locatária, inquilina), e aos demais cujo conteúdo seja regido predominantemente por normas de direito privado. 
	A dúvida suscitada pelo dispositivo é que o art 58 é o que traz o elenco de prerrogativas da adm pública. Se os contratos privados são aqueles em que tais prerrogativas não se aplicam, por que o §3º faz menção a esse dispositivo? Nos casos de contratos privados da adm, desde o momento da elaboração do edital da licitação, a adm púb deve definir se e quais cláusulas exorbitantes constarão no futuro contrato. 
A admpode definir que nenhuma cláusula exorbitante entrará, se considerar que o contrato regido puramente pelo regime privado atenderá melhor ao interesse público. 
Quando as cláusulas são fixadas no contrato, evidentemente que será um contrato administrativo típico. Quando nenhuma dessas cláusulas constar no futuro contrato, haverá um contrato privado da administração.
Equilíbrio econômico-financeiro dos contratos administrativos
	A ideia central do equilíbrio econômico-financeiro é extraída diretamente da constituição federal. 
Fundamento normativo: Art 37, XXI, CRFB/88
	A CF traz o dever geral de licitar. A doutrina majoritária extrai desse dispositivo da Constituição que se qualquer circunstância ao longo da execução do contrato altera essa equação, tem-se o direito a reequilibrar o contrato. A ideia principal dessa equação econômico-financeira que deve ser mantida e preservada é de que as condições efetivas da proposta no momento em que o contrato foi celebrado devem ser mantidas ao longo de toda a relação contratual. O sinalágma contratual deve ser mantido ao longo de todo o contrato.
	Nos contratos privados, há o princípio pacta sunt servanda, ou seja, a força obrigatória dos contratos. 
O princípio ou regra chamada cláusula Rebus sic stantibus, vale essa regra para os contratos administrativos, ou seja, se as circunstâncias da celebração do contrato forem alteradas ao longo do contrato, em tese esse contrato terá que ser reequilibrado. É uma proteção constitucional garantidas àqueles que contratam com a adm púb de que seus contratos serão reequilibrados em caso de alguma circunstância que altere o sinalágma contratual.
	A legislação prevê de forma geral dois mecanismos de regime contratual.
Mecanismos:
	- Reajuste: vem estipulado no contrato e se dá de forma ex ante, previsto anteriormente no contrato e é pré-determinado. O reajuste geralmente se dá para contratos que tenham mais de 1 ano e tem por função precípua evitar que o contratado tenha perdas econômicas em razão da inflação. É uma cláusula obrigatória, acompanhada de um índice já previsto no mercado para conferir correção monetária aos contratos administrativos ao longo dos anos. Essa cláusula busca evitar perdas inflacionárias. 
As partes do contrato administrativo não negociam o índice de correção. Quando o particular oferta um preço, já sabe qual vai ser o índice de correção antes de assinar o contrato. 
Todo contrato adm (art 55) tem que ter previsão sobre formas de reajuste no contrato. 
 
	- Revisão: Nem tudo é possível prever antes da celebração do contrato. A revisão se dá ao longo da execução do contrato. Não é pré-definida no contrato. Ocorre concomitante à situação de desequilíbrio ou posteriormente a uma situação de desequilíbrio. 
Situações de desequilíbrio (Art 65, II, alínea d) – 4 grandes blocos identificados pela doutrina e pela legislação.
Alterações contratuais(unilateral ou bilateral): 
	Qual a diferença entre uma alteração unilateral e uma alteração bilateral? 
	Uma alteração unilateral se distingue da alteração bilateral. 
Alteração Unilateral: Art. 65, § 1o : Unilateralmente, a adm pode impor o adicional de 25% no valor do contrato. Geralmente o que verifica o limite de 25% é o valor do contrato. Se ofereço 1 ano de prestação de serviço por 3 milhões, 25% de 3 milhões dá um acréscimo de até 750 mil reais nesse contrato. 
Se a Uerj comprar 100 canetas de mim, ela pode exigir no máximo mais 25 canetas. De forma unilateral, ela não pode exigir nada além disso.
	
Alteração bilateral: O §2º do art 65 traz exceção à regra do limite de 25%. O §2º fala que alterações consensuais podem ir até o limite de 25%, salvo nos casos de supressão de obrigações.
Ex.: se adm pede a mim 100 canetas, ela pode impor que eu forneça a mais até 25 canetas. Eu posso concordar com isso. Eu naõ posso bilateralmente fazer que de 100 canetas, eu venda 150 a mais à adm. Mesmo soluções consensuais não podem superar o limite de 25%. 
	Essas alterações não podem ser tão abruptas, pelo motivo de igualdade nas condições da licitação.
		Então, no caso de alterações bilaterais, a supressão do contrato pode ultrapassar o limite de 25%. Ou seja, se for bilateral a alteração, a diminuição em até 50% é possível, mas o aumento não, pois frustra a concorrência.
Fato da administração: é outra forma clássica que gera situação de desequilíbrio. Seria uma conduta imputável à adm púb que está celebrando o contrato (parte pública do contrato), que gera uma situação de desequilíbrio contratual. 
	Ex.: Faremos obra pública, como nas obras do porto, e o município do rj tem que desapropriar x áreas no período de 1 ano para após isso, começar as obras. O município demora 3 anos, que impacta o cronograma de cumprimento das obrigações das obras. Essas situações são fato da administração e alteram o sinalágma contratual.
 
· Art 65, II, alínea d: Dá todas as circunstâncias de situações de desequilíbrio contratual.
Fato do príncipe: são circunstâncias imputáveis à adm pública ou ao Estado como um todo que embora não estejam diretamente direcionadas ao contrato administrativo, afetam a equação econômico-financeira prevista no momento da assinatura do contrato. 
Ex. Contrato com o município. O município de SP delegou à iniciativa privada mediante contrato a administração de praças. Supondo que a adm cobre IPTU desse particular pela área da praça. Se o iptu aumentar de forma abrupta, ou que a jurisprudência mude e se entenda o IPTU nesses casos como exigível, quando antes não era. Essas medidas não foram tomadas durante a execução do contrato. São medidas de caráter geral e abstrato, afetam todos e mudam o sinalágma contratual, muda a equação econômico-financeira. Mesmo que seja imposta pelo mesmo ente que celebrou o contrato. 
No fato de adm é diferente, pois sempre a parte que celebrou o contrato e adotou conduta que o desequilibrou, dentro da lógica do contrato.
Teoria da imprevisão: “fatos imprevisíveis, ou previsíveis porém de conseqüências incalculáveis, retardadores ou impeditivos da execução do ajustado, ou, ainda, em caso de força maior, caso fortuito.”
São circunstâncias imprevisíveis que alteram diretamente a execução do contrato e pode levar à alteração dele para reajustar circunstâncias de como será executado o contrato e qual será seu preço ou podem levar até mesmo à extinção do contrato, caso se perceba que sua execução é impossível. 
	Apenas as extraordinárias justificam a revisão do contrato. 
	Essa revisão contratual não necessariamente vai se dar no preço do contrato.
Extinção dos contratos administrativos
-Pode acabar com o cumprimento.
 
- Hipóteses que não ocorrem com a execução natural do contrato:
Anulação (Art 59, Lei nº 8666/93): A nulidade dos contratos administrativos pode ser declarada, mas se o contrato já estava sendo executado, a adm deve remunerar o particular por aquilo que já foi executado. O p.único do art 59 é uma concretização legislativa do princípio da proteção da confiança legítima. 
 
	Qual a extensão da interpretação? 2 grandes discussões sobre o art 59.
Quanto ao caput do artigo: O caput nada diz que a adm pode declarar ela mesma a nulidade do contrato. Pela autotutela, a adm tem o poder-dever de anular seus próprios atos, quando verifica alguma circunstância ilegal. A doutrina majoritária diz que esse poder geral de autotutela também se aplica aos contratos administrativos. 
O autor, prof Carlo Ari Sundfeld, que defende que não é possível a declaração unilateral de nulidade do contrato administrativo, pois são contratos bilaterais. É uma posição extremamente minoritária. 
Obs:Supondo que a nulidade esteja no momento da licitação. A licitação está com vício muito grave, mas o contrato já está assinado. O art 49 §2º diz que, se a nulidade está na licitação, a adm pode declarar essa nulidade e também anular o próprio contrato, já que o vício está na origem da celebração desse contrato, que foi no procedimento licitatório. Se algum serviço ou bem já tiver sido fornecido à adm púb, o particular é remunerado poraquilo que foi executado.
Grande discussão na Lava Jato: E quando o particular deu causa à nulidade do contrato ou da licitação? Corrompeu a licitação? Deve ser remunerado pelos serviços e bens fornecidos à adm? Quando o particular está de má-fé, há duas grandes correntes na doutrina. 
Marçal Justen Filho, doutrina mais aceita: nos casos em que o particular concorre para a ocorrência de nulidade, não estando de boa-fé, ele só pode ser remunerado pelos custos daquilo que executou, nunca o lucro. Nos casos de má-fé somente o custo será remunerado. Não se pode lucrar com a ilicitude. 
Binenbojm já defendeu: se você ainda não recebeu da adm, e se verificou alguma ilegalidade imputável ao contratado, ele não teria direito a receber nada da adm. A declaração de nulidade se operaria retroativamente, inclusive sobre a remuneração. Isso seria uma forma de sancionar essas condutas ilegais.
	Quanto há anulação, de modo geral, a declaração de nulidade pode ser feita unilateralmente pela adm e embora os efeitos dessa declaração de nulidade se operem retroativamente, o que foi executado de boa-fé pelo particular é remunerado. 
Rescisão contratual (Art. 79): Pode ser que o contrato seja válido e ainda assim, alguma circunstância imputável ou não às partes leve à sua rescisão. Ou seja, que seja extinto unilateralmente pela adm, de forma amigável pelas partes ou que seja extinto judicialmente. 
Quando vocês lerem o art 78, do inciso I ao XI, são as circunstâncias imputáveis ao contratado (inadimplemento), a adm pode unilateralmente rescindir o contrato. 
- Unilateral(inciso I): extinto pela Adm. É uma das cláusulas exorbitantes. Inciso I-II (circunstâncias imputáveis ao contratado).  Inciso XII (imputável à adm). Inciso XV (exceção de contrato não cumprido). A discussão era sobre se a suspensão do contrato se aplica ao inciso XV. Se interpreta que como essa suspensão não está condicionada por lei a uma decisão judicial, segue a regra da exceção do contrato não cumprido. Se a adm voltar a pagar, não há necessidade de decisão judicial. 
	- Amigável/consensual (inciso II): as partes optam pela rescisão.
	- Judicial (inciso III): quando o contratado quer rescindir o contrato, necessariamente deve ajuizar uma ação para que essa rescisão seja operada. 
Obs: A suspensão do contrato, também precisa ir ao judiciário para parar de executar o contrato? Inciso XV diz que o particular tem a opção de simplesmente suspender. Como essa suspensão não está condicionada por lei, há decisão judicial, segue a regra geral de exceção do contrato não cumprido, ou seja, não é necessário a decisão judicial, que se aplica ao contrato administrativo, quando o inadimplemento é superior a 90 dias. A rescisão é sempre necessariamente judicial quando o inadimplemento é da adm e o particular quer rescindir o contrato. Mas a suspensão do contrato depois do inadimplemento superior a 90 dias é opção do contratado que pode querer esperar receber da adm para depois voltar a cumprir o contrato. Esse é o entendimento majoritário. 
O STJ já reconheceu que a suspensão não depende de decisão judicial, que pode ser operada na via extrajudicial. 
	
§único do art 78: mesmo quando a adm decide rescindir unilateralmente o contrato, isso somente pode ser operado após a realização de um processo adm em que é assegurada a participação do particular para exercer o seu contraditório e a sua ampla defesa. 
Seria necessário no caso da rescisão amigável?
Art. 79, §2º c/c art. 20, LINDB: Mesmo sendo amigável a rescisão, é importante para saber as consequências dessa medida. E ainda deve se considerar o art 20 da LINDB. Necessariamente esse processo adm é necessário para saber as consequências que a adm está assumindo com a decisão de rescindir o contrato, e que podem ser danosas a ela, em termos de quanto gastará com o particular, com a licitação, quais as consequências sociais.
CONTRATOS DE CONCESSÃO
→ Concessões comuns (Lei nº 8.987/95)
	Os serviços públicos podem ser prestados pelo Estado de forma direta ou mediante contratos de delegação. Art. 175, § único, CF.
	Os contratos de concessão são estudados a partir da CF. Ela diz que esses contratos de concessão têm um caráter especial. Por que? Se vocês estudarem a origem dos contratos administrativos, verão sobre a ideia de um contrato com regime jurídico especial, sobre o qual incide o direito público e que tem prerrogativas e sujeições próprias à adm púb, toda essa ideia pensada a partir dos contratos de concessão. 
Definições (art 2º)
	Prevê 3 tipos de contratos de concessão. O inciso II é o contrato clássico de concessão, que é o contrato de concessão de serviço público. 
Partes do contrato: poder concedente, concessionário e usuários. Estrutura triangular do contrato de concessão. Essa estrutura é básica. Dessa relação contratual, são geradas outras relações contratuais. 
Prazo e mutabilidade. Todo contrato de concessão tem um prazo específico. Não existe contrato de concessão por prazo indeterminado. 
Qual a diferença de contrato de permissão para o contrato de concessão de serviço público? De acordo com a lei, o contrato de permissão é feito a título precário. A qualquer momento a adm pode decidir por rescindir esse contrato sem que o permissionário daquele serviço tenha direito a alguma indenização pelo fim do contrato. 
	Nas concessões comuns, esse prazo não tem nenhum limite legal. Pode ser que tenhamos contrato de concessão de 100 anos, 200 ou 300 anos. Isso é possível, mas não recomendável, pois são contratos incompletos, de acordo com a teoria econômica. Tais contratos, necessariamente, vão se modificando ao longo do tempo, pois são contratos que levam décadas. 
Estrutura remuneratória: política tarifária. Contratos de concessão são precedidos de licitação que pode ter diferentes critérios. Nos contratos de concessão, a estrutura remuneratória é bem diferente. Nessa estrutura triangular, geralmente o concessionário paga ao poder concedente um valor por ano, chamado de outorga. 
O concessionário paga um valor x e o poder concedente nas concessões comuns não paga nada ao concessionário. Com isso o concessionário cobra uma tarifa dos usuários, um valor y. 
Para garantir que y não prejudique usuários e remunere o concessionário, a adm prevê mecanismos que integram a estrutura remuneratória dos contratos de concessão. O Art 15 da lei 8987 traz formas com que a adm pública pode escolher o melhor concessionário. 
Matriz de risco e equilíbrio econômico-financeiro: Quando o poder concedente, no caso a adm, faz alteração unilateral do contrato, por exemplo incluindo um serviço que não era previsto originalmente, esse contrato tem que ser reequilibrado. Para reequilibrar esse contrato, ela pode pagar indenização ao particular, aumentar prazo do contrato ou permitir mecanismo de revisão do contrato a partir da tarifa. 
A outorga é definida pelo poder concedente. Costuma ser feita anualmente. Pode ser mensal. 
O art. 11 da lei 8987 permite especificamente que o poder concedente possa autorizar que o concessionário tenha o que se chama de receitas alternativas ou receitas acessórias: são previsões específicas para que o concessionário, além de cobrar as tarifas dos usuários, tenha outras fontes de receitas. 
Teve dois casos discutíveis:
Ex.: No Maracanã (PPP) e no metrô do RJ que queria explorar os naming rights (direitos de nome) das estações do metrô. As empresas poderiam comprar os nomes das estações. O metrô queria a receita adicional sem mudar o valor da tarifa. Por isso na época, no caso do metrô, o estado do RJ - poder concedente - não permitiu a exploração de naming rights. 
Nos contratos de concessão, a lei prevê a matriz de risco, ou seja, o próprio contrato de concessão, no momento em que é feito o edital, prevê quais riscos serão assumidos por cada uma das partes. Ex.: O contrato prevê que o poder concedente assume o risco de desapropriação e isso diminui o custo do particular. 
Quando estudamos equilíbrio econômico-financeiro, falamos de revisão, quando circunstâncias imprevisíveisalteram as bases do contrato. O reajuste, são os índices pré-determinados que fazem a correção monetária dos valores dos contratos a partir de um índice pré-definido, o que ocorre também em contratos de concessão. Quando a tarifa do ônibus aumenta de 3,50 para 3,70, todos os anos em contrato normal bem executado é circunstância natural, pois é mecanismo de reajuste. 
O contrato prevê mecanismos de reajuste para garantir que as tarifas sejam inicialmente módicas e que esse valor seja atualizado ao longo dos anos. É natural dentro desses contratos de concessão que essas tarifas sejam aumentadas todos os anos.
Extinção da concessão (art 35, lei 8987)
	
Quando falamos de extinção dos contratos administrativos em geral, eles podem ser anulados, rescindidos ou terminarem sua execução com o advento do termo contratual. A lei 8987 prevê duas novas figuras.
Advento do termo contratual
Anulação
Encampação: é a rescisão promovida pelo poder concedente, ou seja pela adm pub, por motivos de interesse público, não tendo mais interesse que aquele serviço seja prestado na forma daquele contrato. A encampação é muito similar ao que prevê o art. 78, XII da lei 8666. Na encampação, o poder concedente necessariamente tem que indenizar o concessionário pelos investimentos que ele fez
Caducidade: é uma hipótese específica de rescisão baseada no inadimplemento do concessionário, ou seja, quando o concessionário não está cumprindo o contrato de concessão, o poder concedente pode extingui-lo por meio de uma declaração de caducidade do contrato. Na caducidade, o contrato não foi cumprido, por isso não se tem direito à indenização para o concessionário. 
Rescisão(Art 39 da lei 8987):, é a forma de extinção do contrato feita pelo concessionário, parte privada do contrato de concessão. 
OBS: Art. 39 Parágrafo único: Por circunstâncias do princípio da continuidade dos serviços públicos, não é possível pela lei 8987 que o concessionário suspenda a execução dos serviços mesmo quando o poder concedente está inadimplente. 
Nas concessões de serviço público, essa rescisão só acontece depois da decisão que reconhece o inadimplemento da adm pública transitado em julgado. Essa decisão pode durar anos. 
Alguns autores sustentam que o §único do art. 39 deve ser interpretado conforme a CF, no sentido de que em circunstâncias específicas, se o particular demonstrar que o inadimplemento do poder concedente inviabiliza a execução do contrato, não é necessário aguardar o trânsito em julgado para que ele possa suspender a execução do contrato. 
O §único do art. 39 deve ser lido à luz do princípio da razoabilidade. Se a manutenção da prestação do serviço causar prejuízos muito grandes ao concessionário, pode ser que o poder judiciário, por uma decisão de caráter provisório, permita que esse serviço seja suspenso mesmo antes do trânsito em julgado.
Reversibilidade dos bens: todos os bens da concessão que são necessários para prestação do serviço público são reversíveis, ou seja, ao final da concessão, quando a concessão for extinta, esses bens são transferidos para a adm púb. 
A lógica dos bens reversíveis é de que tudo volta à adm pub. O grande problema é que a lei 8987 diz no art 36 que todos os investimentos do particular feitos ao longo do contrato especificamente em relação aos bens necessários para a execução dos serviços, que não tiverem sido remunerados pela estrutura remuneratória dos contratos, a administração pública tem que pagar uma indenização a esse particular, como se ela estivesse pagando pelos bens que está adquirindo.
Há direito pela indenização de bens reversíveis mesmo nos casos de caducidade? Geralmente se entende que sim, mas há o posicionamento em contrário. Quando o particular inadimple, se sujeita a sanções do poder público, a execução de multas previstas no contrato, etc. Então, quando há o inadimplemento do contrato e a declaração de caducidade, a multa será aplicada pelo poder concedente e ao lado disso, terá que indenizar pelos investimentos em relação aos bens reversíveis. 
→ Parcerias público-privadas (Lei nº 11.079/04)
	O concessionário paga ao poder concedente uma outorga (x) e realizar investimentos (w). Ao lado, cobra tarifa (y) dos usuários e receitas alternativas (z). 	
Pode ser que nessas equações, ou poder concedente cobre valor tão alto que não vai atrair nenhum membro da iniciativa privada para prestar esse serviço ou pode ser que dentro dessa operação econômica, só faça sentido prestar o serviço com tarifa muito alta. 
Pensando que nem todos os serviços púbs serão autossustentáveis por essa estrutura remuneratória, que criou-se a lei 11.079 de 2004 que previu a figura das parcerias público-privadas. Surgiram dois tipos de concessões: Concessão patrocinada e concessão administrativa.
 
Concessões patrocinadas: Para garantir que as tarifas cobradas dos usuários sejam módicas, ao lado da cobrança de tarifas e eventualmente, das receitas acessórias em favor do poder concedente, o poder público pagará contraprestação pública adicional em favor do concessionário e isso vai compor a estrutura remuneratória da concessão. Nas concessões patrocinadas, ao lado da cobrança de tarifa aos usuários, também é prevista uma contraprestação pública em favor do concessionário. Nas concessões patrocinadas, a contraprestação complementa o valor cobrado das tarifas
O art 6º fala em diversas formas. 
Formas de contraprestação pública (Art 6º da lei 11079): 
É artigo bem amplo e dá flexibilidade grande para a adm inovar em formas de contraprestação pública. 
 
Concessões administrativas: Nas concessões administrativas, os particulares que executam o serviço pub são remunerados apenas pela contraprestação pub e com a possibilidade de exploração de receitas alternativas. Nas concessões adm, a contraprestação é a remuneração principal.
A lei de ppp criou a possibilidade de que haja contraprestações públicas aos concessionários.
Requisitos de tempo e valor. Como no caso das concessões de parcerias público-privadas envolve dispêndio de recursos públicos ou uso desses recursos, há requisitos de tempo e valor para permitir a utilização de concessões patrocinadas ou de concessões administrativas. (§4º, art 2º lei 11079). 
Garantias públicas (Art 8º). É outro aspecto que dá segurança jurídica na celebração de contratos de ppp. Garantia de que o poder concedente dê garantia de pagamento de modo que sempre que essa parcela de contraprestação pública não for concedida ao concessionário, se tenha garantia que possa ser executada pelo concessionário para reaver esses valores. 
Art. 8º: I – vinculação de receitas, observado o disposto no inciso IV do art. 167 da Constituição Federal; Há tributos que podem ser vinculados. A lógica é que tudo que o poder público recebe de iptu, caso não pague ao particular, o particular pode pegar de receita corrente do poder público.
II – instituição ou utilização de fundos especiais previstos em lei; O particular pode ir direto nesse fundo buscar o dinheiro caso o poder público não lhe pague.
IV – garantia prestada por organismos internacionais ou instituições financeiras que não sejam controladas pelo Poder Público; Não necessariamente é o poder público que concede essa garantia.
V – garantias prestadas por fundo garantidor ou empresa estatal criada para essa finalidade; Ou seja, cria-se fundo só para dar garantia que no caso da União, o art 17 prevê fundo específico.
BENS PÚBLICOS
	
Definição Legal: CCB, art.98: São públicos os bens do domínio nacional pertencentes às pessoas jurídicas de direito público interno; todos os outros são particulares, seja qual for a pessoa a que pertencerem.
Bens pertencentes a pessoas jurídicas de direito público - Significa que no Brasil os bens públicos são aqueles que integram o patrimônio de pessoas políticas ou federativas, isto é, da União, dos estados, dos municípios e do distrito federal, como administrações diretas (pjs de direito público). E também são bens públicos os que integram patrimônio de autarquias e fundações estatais de direito público(autarquias com base fundacional).
Todos os demais bens são particulares, seja a quem for as pessoas a que pertencerem.
Bens pertencentes às estatais e fundações estatais de direito privado: Todos esses bens, de acordo com a segunda parte do art. 98, são bens privados. O conjunto desses bens se chama domínio privado da administração pública. 
Domínio público x Domínio privado da administração pública (classificação):
Domínio público é o conjunto de todos os bens públicos pertencentes ao domínio nacional, isto é, pertencentes a ao patrimônio da União, dos Estados, dos Municípios e DF e autarquias, e fundações de direito público.
Domínio privado são todos os outros bens, bens pertencentes pessoas jurídicas de direito privado, tais como empresas estatais e fundações estatais de direito privado, que pertençam a pessoas jurídicas da adm pub, mas são pjs de direito privado. 
Isso é relevante para os operadores do direito, porque os bens públicos, isto é, os que no seu conjunto formam o domínio público, se sujeitam a um regime jurídico administrativo peculiar, diferenciado, que é um regime publicístico, delineado pelo legislador e pela Constituição, para proteção do patrimônio público. 
Os bens privados da administração se regem predominantemente pelo direito privado – Direito civil e Direito empresarial - que atendem a outras finalidades, diferentes das finalidades a que atende o regime jurídico dos bens públicos. 
Domínio eminente: tem a ver com a ideia de superioridade, de poder do Estado. Deriva da ideia de soberania e designa o poder do Estado decorrente de sua soberania de submeter à sua vontade todos os bens situados em seu território. 
O poder do Estado no que se refere a bens, todos os direitos com alguma expressão econômica, se reflete sobretudo na desapropriação. O art 5º, XX (direito de propriedade) diz que o Brasil opta por um regime de propriedade pessoal de bens e por um regime econômico de propriedade privada. A CF no art. 170 fala que nosso regime é o da livre iniciativa, que pressupõe acumulação de bens, de riqueza e a propriedade privada da riqueza. Mas esse regime é temperado pela CF, que no art. 5, XXII garante o direito de propriedade, no inciso XXIII prevê a função social da propriedade, e no inciso XXIV prevê a possibilidade de desapropriação de bens pelo Estado em casos de necessidade, utilidade pública e interesse social, mediante pagamento de prévia e justa indenização em dinheiro. 
Mas a CF vai mais longe: há situações de desapropriação sancionatória, quando a função social da propriedade não é cumprida
São 3 hipóteses que a CF permite o confisco legal, a perda do direito de propriedade por previsão constitucional: duas sobre desapropriação sem pagamento de indenização, o confisco constitucionalmente autorizado, que são dos imóveis rurais utilizados para cultivo de plantas psicotrópicas ilegais da área cultivada ou propriedade rural que se utilize de trabalho análogo ao de escravo. E a terceira hipótese é o perdimento de bens utilizados como produto de crime. A sentença penal condenatória determina que esses bens sejam apropriados pelo Estado e alienados e transformados em patrimônio público.
Outra manifestação de domínio eminente “constitucionalizado” é a tributação sobre a propriedade de bens imóveis. 
Classificações dos bens públicos (mais usuais no direito brasileiro)
Quanto à titularidade (eminentemente constitucional) – Arts 20, 26 e ss da CF: No que se refere aos bens públicos, a técnica constitucional foi diferente:
União: CF, art 20. 
Estados: CF, art 26. 
Municípios: São todos os bens públicos remanescentes que se situem no território da municipalidade que não sejam pertencentes à união e aos estados membros da federação. 
DF: se definem como bens que tipicamente se situam no território do distrito federal e que pertenceriam aos estados e municípios. Ou seja, tudo que no art. 26 da CF é definido como bem público estadual, se estiver situado no território do DF será o bem distrital. Assim como os remanescentes, que pertenceriam eventualmente aos municípios, mas como o DF não pode se subdividir em municípios, os bens típicos dos estados e dos municípios constituem um domínio público do Distrito Federal brasileiro.
Quanto à destinação (eminentemente legal) - art 99 CCB: Aqui é um critério que tem a ver com à destinação dos bens. Esse critério se aplica a bens públicos federais, estaduais, municipais e distritais. O corte na classificação feita pelo CC diz respeito ao critério da destinação.
Bens de uso comum do povo (CCB, art 99, I). São aqueles utilizados por todos de maneira anônima e não individualizada como praças, ruas, mares, estradas, rios, embora a adm pública seja autorizada eventual e pontualmente a limitar o tempo de utilização e eventualmente até o livre acesso em determinados horários e em determinadas circunstâncias, de acordo com o poder de polícia exercido pelo Estado.
Bens de uso especial (CCB, art 99, II). São aqueles utilizados pela administração pública para prestação de seus serviços (como prédios de escolas públicas, de universidades públicas, de hospitais, de postos de saúde) e das repartições públicas de maneira geral. A sua utilização é feita em regra por servidores públicos que lá trabalham e pelos cidadãos usuários dos serviços públicos respectivos.
Bens dominicais (CCB, art 99, III). Dominicais, também chamados pela doutrina de dominiais. A doutrina esclarece são aqueles bens não destinados imediatamente ao atendimento de uma finalidade pública específica, embora integrem o patrimônio público de uma pessoa jurídica de direito público. São terras devolutas, terrenos de Marinha, imóveis em geral sem destinação específica, ações, títulos públicos, direitos de crédito que não estejam ainda destinados à realização de uma finalidade pública específica.
→ Afetação e desafetação de bens públicos:
Afetação é o termo técnico-jurídico que designa a atribuição a um bem público de uma destinação pública específica. Os bens de uso comum do povo e os bens de uso especial são bens afetados a finalidades públicas específicas.
A afetação pode ocorrer de modo explícito por determinação da lei ou de um ato administrativo ou de modo implícito, a partir de um momento em que a adm passa a utilizar o bem para certa finalidade sem que haja uma manifestação formal. 
Afetação informal ou não expressa é a utilização reiterada, contínua, consistente de um determinado bem para um fim público específico. 
Os bens dominicais são bens não afetados, ou seja, são bens aos quais o Estado ainda não atribuiu uma finalidade pública específica. 
Desafetar é retirar de um bem público que tem uma finalidade pública essa mesma finalidade. 
Regime jurídico dos bens públicos
Inalienabilidade/Alienabilidade condicionada
No caso da inalienabilidade, temos uma proibição total de que bens públicos sejam transferidos a terceiros.
No caso da alienabilidade condicionada, temos um conjunto de exigências legais para que o bem possa ser transferido a terceiros. Tratam disso os arts 100 e 101 do CC. 
CCB, art. 100: Se o bem estiver afetado, seja como bem de uso comum do povo, seja como bem de uso especial, enquanto ele mantiver essa qualidade, a afetação atrai para o bem a característica da inalienabilidade. 
CCB, art 101: Os bens públicos dominicais podem ser alienados, observadas as exigências da lei. 
1º distinção: se o bem for dominical de origem ou se ele for um antigo bem afetado, mas que tiver sido desafetado dessa finalidade pública, ele se tornou um bem dominical. A partir desse momento, nos termos do art. 101, ele pode ser alienado, observadas as exigências da lei. Quais são as exigências da lei?
Para bens imóveis: Art 17, I, L 8666/93 - São exigidas as formalidades legais: Autorização legislativa seguida de uma avaliação e concluída por uma licitação (em determinados casos na modalidade de leilão e, em casos excepcionais, na modalidade de concorrência).
Para bens móveis: Art. 17, II, L. 8666/93) - Apenas duas exigências: avaliação prévia e licitação, nesse

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