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AGROECOLOGIA 2

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Prévia do material em texto

AVICULTURA E SUINOCULTURA 
ORGÂNICAS 
 
 
 
 
 
ALEXANDRE PORTO DE ARAUJO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
AVICULTURA E SUINOCULTURA 
ORGÂNICAS 
 
 
 
 
 
 
1ª Edição 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2017 
 
 
 
Copyright©2017. Universidade de Taubaté. 
Todos os direitos dessa edição reservados à Universidade de Taubaté. Nenhuma parte desta publicação pode ser 
reproduzida por qualquer meio, sem a prévia autorização desta Universidade. 
Administração Superior 
Reitor Prof. Dr. José Rui Camargo 
Vice-reitor Prof. Dr. Isnard de Albuquerque Câmara Neto 
Pró-reitor de Administração Prof. Dr. Isnard de Albuquerque Câmara Neto (interino) 
Pró-reitor de Economia e Finanças Prof. Dr. Mario Celso Peloggia (interino) 
Pró-reitora Estudantil Profa. Ma. Angela Popovici Berbare 
Pró-reitor de Extensão e Relações Comunitárias Prof. Dr. Mario Celso Peloggia 
Pró-reitora de Graduação Profa. Dra. Nara Lucia Perondi Fortes 
Pró-reitor de Pesquisa e Pós-graduação Prof. Dr. Francisco José Grandinetti 
Coordenação Geral EaD Profa.Dra.Patrícia Ortiz Monteiro 
Coordenação Acadêmica Profa.Ma. Rosana Giovanni Pires 
Coordenação Pedagógica Profa.Dra.Ana Maria dos Reis Taino 
Coordenação de Tecnologias de Informação e Comunicação Wagner Barboza Bertini 
Coordenação de Mídias Impressas e Digitais Profa.Ma.Isabel Rosângela dos Santos Amaral 
Coord. de Área: Ciências da Nat. e Matemática Profa. Ma. Maria Cristina Prado Vasques 
Coord. de Área: Ciências Humanas Profa. Dra. Suzana Lopes Salgado Ribeiro 
Coord. de Área: Linguagens e Códigos Profa. Dra. Juliana Marcondes Bussolotti 
Coord. de Curso de Pedagogia 
Coord. de Cursos de Tecnol. Área de Gestão e Negócios 
Coord. de Cursos de Tecnol. Área de Recursos Naturais 
Revisão ortográfica-textual 
Projeto Gráfico 
Diagramação 
Autor 
 Profa. Ma. Ely Soares do Nascimento 
Profa. Ma. Márcia Regina de Oliveira 
Profa. Ma. Márcia Regina de Oliveira 
Profa. Ma. Isabel Rosângela dos Santos Amaral 
Me. Benedito Fulvio Manfredini 
Bruna Paula de Oliveira Silva 
Alexandre Porto de Araujo 
Unitau-Reitoria Rua Quatro de Março,432-Centro 
Taubaté – São Paulo CEP:12.020-270 
Central de Atendimento:0800557255 
Polo Taubaté 
 
 
 
Polo Ubatuba 
 
 
 
Polo São José dos Campos 
 
 
 
 
Polo São Bento do Sapucaí 
 Avenida Marechal Deodoro, 605–Jardim Santa Clara 
Taubaté–São Paulo CEP:12.080-000 
Telefones: Coordenação Geral: (12)3621-1530 
Secretaria: (12) 3622-6050 
Av. Castro Alves, 392 – Itaguá – CEP: 11680-000 
Tel.: 0800 883 0697 
e-mail: nead@unitau.br 
Horário de atendimento: 13h às 17h / 18h às 22h 
Av Alfredo Ignácio Nogueira Penido, 678 
Parque Residencial Jardim Aquarius 
Tel.: 0800 883 0697 
e-mail: nead@unitau.br 
Horário de atendimento: 8h às 22h 
EMEF Cel. Ribeiro da Luz. Av. Dr. Rubião Júnior, 416 – São Bento do 
Sapucaí – CEP: 12490-000 
Tel.:(12) 3971-1230 
e-mail: polosaobento@ead.unitau.com.br 
Horário de atendimento: das 18h às 21h (de segunda a sexta-feira) / das 8h 
às 12h (aos sábados). 
Sistema Integrado de Bibliotecas / UNITAU 
 
A663a Araújo, Alexandre Porto de 
 Avicultura e suinocultura orgânicas. / Alexandre Porto de Araújo. Taubaté: UNITAU, 
 2017.153f. : il. 
 
 ISBN 978-85-9561-063-7 
 Bibliografia 
 
 1. Agricultura. 2. Produção orgânica. 3. Criação. 
 I. Universidade de Taubaté. II. Título 
 
mailto:polosaobento@ead.unitau.com.br
 
 
 
1 
 
PALAVRA DO REITOR 
Palavra do Reitor 
 
 
Toda forma de estudo, para que possa dar 
certo, carece de relações saudáveis, tanto de 
ordem afetiva quanto produtiva. Também, de 
estímulos e valorização. Por essa razão, 
devemos tirar o máximo proveito das práticas 
educativas, visto se apresentarem como 
máxima referência frente às mais 
diversificadas atividades humanas. Afinal, a 
obtenção de conhecimentos é o nosso 
diferencial de conquista frente a universo tão 
competitivo. 
 
Pensando nisso, idealizamos o presente livro-
texto, que aborda conteúdo significativo e 
coerente à sua formação acadêmica e ao seu 
desenvolvimento social. Cuidadosamente 
redigido e ilustrado, sob a supervisão de 
doutores e mestres, o resultado aqui 
apresentado visa, essencialmente, a 
orientações de ordem prático-formativa. 
 
Cientes de que pretendemos construir 
conhecimentos que se intercalem na tríade 
Graduação, Pesquisa e Extensão, sempre de 
forma responsável, porque planejados com 
seriedade e pautados no respeito, temos a 
certeza de que o presente estudo lhe será de 
grande valia. 
 
Portanto, desejamos a você, aluno, proveitosa 
leitura. 
 
 
Bons estudos! 
 
 
 
Prof. Dr. José Rui Camargo 
Reitor 
 
 
 
 
2 
 
 
 
 
3 
 
Prefácio 
 
Prezados(as) alunos(as), 
 
Por meio deste livro-texto, apresentaremos o tema Avicultura e Suinocultura orgânicas, 
assunto de grande importância para os criadores de suínos e aves que buscam uma 
produção mais natural e saudável. Abordaremos alguns dos métodos que os produtores 
rurais podem utilizar para garantir o cumprimento dos requisitos necessários para 
receber a classificação de produto orgânico. 
Neste livro-texto, serão apresentadas as técnicas de criação orgânicas para produção 
orgânica de frango de corte e postura, codornas, patos, marrecos e perus, além de 
suínos. Serão estudados os seguintes temas, tanto para aves como para suínos: 
classificação e origem; sistemas de criação; alimentação; instalações; raças para 
produção orgânica e doenças; e, em relação aos suínos, também será abordado o tópico 
reprodução. 
Se você ficou curioso por que o tema reprodução não foi incluso no estudo da 
avicultura, seja mais paciente, pois, no capítulo sobre avicultura, isso será explicado. 
Que você mergulhe nos assuntos que discutiremos aqui, para aprender a como criar e 
produzir aves e suínos de matéria orgânica, e para participar de um mercado que, cada 
vez mais, tem ganhado adeptos no Brasil e no mundo em razão da busca por melhores 
condições de alimentação e de qualidade de vida. 
Bons estudos! 
 
 
 
 
4 
 
 
 
 
 
5 
 
Sobre o autor 
 
ALEXANDRE PORTO DE ARAUJO: Zootecnista pela Faculdade de Medicina 
Veterinária e Zootecnia da Universidade de São Paulo no ano de 1982, com Mestrado 
pela Faculdade de Zootecnia e Engenharia de Alimentos da Universidade de São Paulo, 
em 2001, na área de Qualidade e Produtividade. MBA em Gestão Estratégica de 
Negócios pelo Instituto Nacional de Pós-graduação, em 2005. Professor da Faculdade 
do Instituto Nacional de Pós-graduação desde 2005, lecionando as matérias de Técnicas 
de Negociação, Planejamento Estratégico, Microeconomia, Macroeconomia, Gestão de 
Projetos, Gestão da Inovação, dentre outras. Docente de Apoio na EAD da Unitau desde 
2013, lecionando entre outras, as matérias Planejamento Estratégico, Economia Política, 
Empreendedorismo, Administração de Sistemas de Informação. Autor de seis livros na 
área de Zootecnia e de Gestão. Sócio-diretor da Focus Soluções Corporativas, que atua 
nas áreas ambiental, estratégica, econômico-financeira, qualidade, inovação e custos, 
além de ministrar cursos e treinamentos. E-mail: alexandre.porto@focussc.com.br. 
 
 
 
 
 
 
6 
 
 
 
 
7 
 
Caros(as) alunos(as), 
Caros(as) alunos(as) 
O Programa de Educação a Distância (EAD) da Universidade de Taubaté apresenta-se 
como espaço acadêmico de encontros virtuais e presenciais direcionados aos mais 
diversos saberes. Além de avançada tecnologia de informação e comunicação, conta 
com profissionais capacitados e se apoia em base sólida, que advém da grande 
experiência adquirida no campo acadêmico, tanto na graduação como na pós-graduação, 
ao longo de mais de 35 anos de História e Tradição. 
Nossa proposta se pauta na fusão do ensino a distância e do contato humano-presencial. 
Para tanto, apresenta-se em três momentos de formação: presenciais, livros-textoe Web 
interativa. Conduzem esta proposta professores/orientadores qualificados em educação a 
distância, apoiados por livros-texto produzidos por uma equipe de profissionais 
preparada especificamente para este fim, e por conteúdo presente em salas virtuais. 
A estrutura interna dos livros-texto é formada por unidades que desenvolvem os temas e 
subtemas definidos nas ementas disciplinares aprovadas para os diversos cursos. Como 
subsídio ao aluno, durante todo o processo ensino-aprendizagem, além de textos e 
atividades aplicadas, cada livro-texto apresenta sínteses das Unidades, dicas de leituras 
e indicação de filmes, programas televisivos e sites, todos complementares ao conteúdo 
estudado. 
Os momentos virtuais ocorrem sob a orientação de professores específicos da Web. Para 
a resolução dos exercícios, como para as comunicações diversas, os alunos dispõem de 
blog, fórum, diários e outras ferramentas tecnológicas. Em curso, poderão ser criados 
ainda outros recursos que facilitem a comunicação e a aprendizagem. 
Esperamos, caros alunos, que o presente material e outros recursos colocados à sua 
disposição possam conduzi-los a novos conhecimentos, porque vocês são os principais 
atores desta formação. 
Para todos, os nossos desejos de sucesso! 
Equipe EAD-UNITAU 
 
 
 
8 
 
 
 
 
9 
 
Sumário 
 
Palavra do Reitor .............................................................................................................. 1 
Prefácio ............................................................................................................................. 3 
Sobre o autor ..................................................................................................................... 5 
Caros(as) alunos(as) ......................................................................................................... 7 
Ementa ............................................................................................................................ 11 
Unidade 1 Certificações............................................................................................... 19 
1.1 Apresentação ............................................................................................................ 20 
1.2 Evolução da agricultura no mundo ........................................................................... 21 
1.3 Criação de produtos orgânicos no mundo ................................................................ 26 
1.4 Criação de produtos orgânicos no Brasil .................................................................. 29 
1.5 Síntese da Unidade ................................................................................................... 43 
1.6 Para saber mais ......................................................................................................... 44 
1.7 Atividades ................................................................................................................. 45 
Unidade 2 Produção Orgânica de Frango de Corte e Postura ................................ 47 
2.1 Classificação e origem das aves ............................................................................... 47 
2.2 Exigências de procedimentos para avicultura orgânica ............................................ 50 
2.3 Frangos para corte .................................................................................................... 59 
2.4 Linhages de frango para postura ............................................................................... 72 
2.5 Síntese da Unidade ................................................................................................... 81 
2.6 Para saber mais ......................................................................................................... 82 
2.7 Atividades ................................................................................................................. 82 
 
 
 
10 
 
Unidade 3 Criação de Codornas, Marrecos, Patos e Perus ..................................... 84 
3.1 Produção de codornas ............................................................................................... 85 
3.2 Produção de marrecos ............................................................................................... 91 
3.3 Produção de patos ..................................................................................................... 99 
3.4 Produção de perus ................................................................................................... 102 
3.5 Síntese da Unidade ................................................................................................. 108 
3.6 Para saber mais ....................................................................................................... 108 
3.6 Atividades ............................................................................................................... 110 
Unidade 4 Criação de Suínos .................................................................................... 112 
4.1 Classificação e origem dos suínos .......................................................................... 112 
4.2 Legislação sobre criação orgânica .......................................................................... 122 
4.3 Sistemas de criação ................................................................................................. 125 
4.4 Fases da criação de suínos ...................................................................................... 134 
4.5 Profilaxia e tratamento dos suínos .......................................................................... 145 
4.6 Síntese da Unidade ................................................................................................. 149 
4.7 Para saber mais ....................................................................................................... 149 
4.8 Atividades ............................................................................................................... 150 
Referências ................................................................................................................... 149 
 
 
 
 
 
 
 
11 
 
 
ORGANIZE-SE!!! 
Você deverá dispor 
de 3 a 4 horas para 
realizar cada 
Unidade. 
 
AVICULTURA E 
SUINOCULTURA 
ORGÂNICAS 
 
 
 
 
Ementa 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
EMENTA 
 
 
 
Produção orgânica de frango de corte e postura, codornas, patos, marrecos e 
perus. 
Classificação e origem; sistemas de criação; alimentação; instalações; raças 
para produção orgânica; doenças. 
Produção orgânica de suínos. 
Classificação e origem; sistemas de criação; alimentação; instalações; raças 
para produção orgânica; reprodução. 
 
 
 
12 
 
 
 
 
 
 
13 
 
Objetivo Geral 
 
Apresentar a ampla cadeia produtiva das pequenas criações, as noções gerais 
de manejo, tornando-as aptas à aplicação prática de corte e/ou postura, e 
esclarecer as etapas dos processos envolvidos. 
 
 
 
Objetivos 
 
Objetivos Específicos 
 
 Introdução ao estudo da avicultura e suinocultura. Espécies comerciais, 
instalação de unidade produtiva, tratos e cuidados com a criação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
14 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
15 
 
Introdução 
 
 
Para que uma criação seja considerada orgânica, é essencial, além do cumprimento de 
todos os requisitos legais constantes em legislação específica, existir o contato direto 
dos animais com a natureza; eles não podem e nem devem ficar totalmente presos ou 
confinados em galpões, como acontece nas criações modernas, realizadas de maneira 
intensiva. A Figura 1.1 mostra representativamente aves e suínos sendo criados em 
contato com a natureza. 
O entendimento sobre como criar aves e suínos de maneira orgânica se torna importante 
como fonte alternativa de alimentação humanade produtos de origem animal, por ser 
considerada mais natural e saudável. A criação orgânica de animais está longe de 
significar a criação dos animais de maneira desleixada, sem cuidados básicos e sem 
pensar em produtividade, muito pelo contrário, emprega técnicas zootécnicas que visam 
elevar satisfatoriamente a produção animal e que proporcionem lucro ao produtor rural. 
Figura 1: Aves e suínos criados em contato com a natureza. 
 
Fonte: <https://pixabay.com/pt/a-galinha-frango-vila-p%C3%A1ssaro-2277755/>; 
<https://pixabay.com/pt/su%C3%ADnos-lama-semear-sujeira-2083564/>. Acesso em: 13 
jul. 2017. 
 
 
 
16 
 
Pretendemos, no decorrer deste livro-texto, apresentar a você, aluno(a), como as aves e 
os suínos são criados para obter a certificação de produtos orgânicos, o que é uma 
grande diferenciação desses produtos em relação àqueles que normalmente se vendem 
em açougues, supermercados e outros estabelecimentos. 
Com esse diferencial, pode-se ganhar mais dinheiro com essa atividade profissional, 
mostrando aos clientes a superioridade dos produtos orgânicos em relação aos de 
criações intensivas, tais como sabor da carne e/ou ovos, a cor da gema do ovo, entre 
outras vantagens. 
Os produtos orgânicos têm no mercado um valor superior aos dos produtos oriundos de 
criações intensivas, em razão do maior tempo para se obter o produto, como também 
devido aos maiores cuidados com alimentação e manejo. 
Não se esqueça de que é importante o cálculo correto e acompanhamento adequado dos 
custos de aves e suínos criados de maneira orgânica, para que a precificação dos 
produtos permita ao produtor a continuidade da atividade. Esse lembrete sempre é 
importante, mesmo que não seja o objetivo específico deste livro-texto. 
Sugiro que você aproveite cada linha, cada palavra contida neste livro-texto, para que 
amplie seu conhecimento sobre a criação de suínos e aves como produtos orgânicos, e, 
caso seja essa a sua área de atuação, melhore sua produção e tenha mais rentabilidade. 
As aves abordadas neste livro-texto serão: frango de corte e postura, codornas, patos, 
marrecos e perus. 
Na primeira Unidade, trabalharemos a conceituação de produtos orgânicos: o que são, 
algumas das certificações, suas exigências e vantagens, e sua importância como criação 
alternativa para a produção animal. Na segunda Unidade, estudaremos a criação de 
frangos de corte e de postura, algumas das raças utilizadas e como produzir de maneira 
orgânica, sendo explorados os seguintes tópicos: classificação e origem, sistemas de 
criação, alimentação, instalações, raças para produção orgânica, doenças. Na terceira 
Unidade, exploraremos a criação orgânica de codornas, patos, marrecos e perus, e 
discutiremos também os seguintes temas relativos a esses animais: classificação e 
 
 
17 
 
origem, sistemas de criação, alimentação, instalações, raças para produção orgânica, 
doenças. Finalmente, na quarta Unidade, como fechamento deste livro-texto, trataremos 
dos seguintes temas relativamente à criação de suínos: classificação e origem, sistemas 
de criação, alimentação, instalações, raças para produção orgânica, reprodução. 
Você que está estudando o tema produção orgânica de animais, especificamente a 
produção de aves e suínos, é meu convidado para aprender mais e se envolver na leitura 
deste livro. Espero que aproveite essa oportunidade para ampliar seus conhecimentos. 
 
 
 
 
18 
 
 
 
 
19 
 
Unidade 1 
 
Unidade 1. Certificações 
 
 
 
 
 
 
 
 
Nesta primeira Unidade, apresentaremos a conceituação de produtos orgânicos, o que 
são, algumas das certificações, suas exigências e vantagens, mostrando sua importância 
como alternativa para a produção animal. Esses conceitos são importantes para o 
entendimento do que será apresentado no decorrer desse livro-texto, isto é, quais as 
especificações para que uma produção de aves ou de suínos possa ser considerada 
orgânica. É importante que você estude atentamente esses procedimentos e se lembre 
deles quando estiver analisando as outras Unidades, apresentadas posteriormente. 
 
Figura 1.1: Certificação Orgânica. 
 
Fonte:<http://www.organicsnet.com.br/certificacao/manua
l-certificacao/>. Acesso em: 21 jul. 2017. 
 
 
 
20 
 
1.1 Apresentação 
 
Antes do empresário produzir e vender algum produto certificado como orgânico, é 
necessário, entre outras exigências, que conheça o máximo possível dos requisitos 
relativos à certificação de “produto orgânico”, ou então que saiba dos procedimentos 
para realizar a venda direta dos seus produtos sem certificação. 
Não é suficiente que o produtor crie os seus animais da maneira o mais “natural 
possível”, não basta que os animais vivam soltos na natureza. É essencial a observância 
dos requisitos legais e normativos para a obtenção do certificado que atesta que o 
produto é orgânico. 
Mas, professor, você poderá perguntar, se os animais são criados soltos em minha 
propriedade, com alimentos que eu mesmo produzo, ou que compro do meu vizinho, 
não posso dizer que meu produto é orgânico? Eu não uso venenos, nem hormônio na 
criação. 
Sinto muito, mas esses procedimentos, apesar de serem importante, não permitem dizer 
que o seu produto é orgânico. 
Para que um produto seja autenticado como orgânico, é necessário que a propriedade 
obtenha uma certificação por meio de um Organismo da Avaliação da Conformidade 
Orgânica, denominado OAC, que, por sua vez, tem que ser credenciado junto ao 
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), ou então o produtor 
pode se organizar em um grupo e cadastrar-se junto ao MAPA para realizar a venda 
direta ao consumidor sem a certificação. Essa exigência é do próprio Ministério da 
Agricultura, Pecuária e Abastecimento. 
A certificação faz a diferença porque permite que um produto seja vendido a 
supermercados, lojas, feiras, hotéis, restaurantes, indústrias, atacadistas, pela internet, 
etc.; mas se não há certificação, a comercialização fica, segundo as regras do MAPA, 
restrita a feiras, ao consumidor final ou ao governo, no caso de alimentos empregados 
 
 
21 
 
na merenda escolar ou fornecidos à CONAB (Companhia Nacional de Abastecimento). 
Importante salientar que, mesmo que o produtor não tenha certificação, ele deve se 
cadastrar junto ao MAPA e fazer parte de um grupo que se responsabilize por ele. Além 
disso, os seus produtos só poderão ser comercializados por alguém de sua família ou do 
próprio grupo do qual faz parte. Ele poderá ter autorização para vender diretamente ao 
consumidor por meio de uma Organização de Controle Social (OCS), mas seus produtos 
não serão certificados e, caso tenham rótulo, deverão apresentar a seguinte expressão: 
PRODUTO ORGÂNICO PARA VENDA DIRETA POR AGRICULTORES 
FAMILIARES ORGANIZADOS, NÃO SUJEITO À CERTIFICAÇÃO, DE ACORDO 
COM A LEI N. 10.831, DE 23 DE SETEMBRO DE 2003 (BRASIL, 2008). 
Puxa, professor, não é muita burocracia? Muita exigência para o pequeno produtor? Não 
é não, prezado aluno, e lhe direi o porquê. 
Esses requisitos são essenciais para que se possa manter a confiabilidade do sistema 
relativo aos produtos orgânicos; caso contrário, o produtor pode ganhar o descrédito da 
população e dos consumidores. 
A seguir, mostrarei a você algumas das empresas credenciadas junto ao MAPA para 
fornecerem ao produtor rural a certificação de produtos orgânicos. 
Antes, porém, apresentarei um pequeno histórico da evolução da agricultura no mundo e 
o que levou ao crescimento, por parte da população, da busca de alimentos mais 
saudáveis e naturais, com menos agrotóxicos, fertilizantes sintéticos e isentos de 
transgênicos. 
 
1.2 Evolução da Agricultura no mundo 
 
No início da vida humana, praticamente todo homem produzia o que precisava para seu 
consumo, trocando com seus vizinhos o excedente quando queria algo que não tinha ou 
não produzia, realizando a denominada economiade escambo. Nessa época, segundo o 
 
 
 
22 
 
Portal Economia, o homem vivia em sua maioria no campo, constituindo uma 
população rural, enquanto a população urbana (a que morava nas cidades) era bem 
menor. 
Durante o século XVIII, ocorreu na Europa o que se chama Primeira Revolução 
Agrícola dos tempos modernos, que foi uma resposta aos anos de monocultura, ao 
desgaste excessivo do solo e à consequente queda na produtividade e escassez de 
alimentos. 
Somado a isso, houve também um aumento da população, que passou a demandar maior 
quantidade de alimentos, e a necessidade de elevação 
dos ganhos e lucros dos produtores e comerciantes 
agrícolas. 
Essa Revolução Agrícola incentivou a melhora dos 
sistemas de cultivo até então existentes para elevar a 
produção. Como decorrência disso, houve a 
integração da pecuária com a lavoura e teve início a 
realização da rotação de gramíneas com leguminosas, 
além de outras práticas agrícolas. 
Começaram a surgir novos equipamentos de tração animal para utilização em todo o 
ciclo produtivo, acarretando a elevação da produtividade e a diminuição do pisoteio 
antes existente nos campos agrícolas. 
Essa Revolução Agrícola ocorreu em paralelo, ou mesmo como resposta, à Revolução 
Industrial iniciada na Inglaterra. A Revolução Industrial acarretou uma modificação no 
cenário mundial, quando a grande maioria da população mundial vivia no campo e 
sobrevivia principalmente da cultura de subsistência. 
A partir da Revolução Industrial, muito da população que morava no campo começou a 
migrar para as cidades em busca de melhores oportunidades de trabalho e emprego, 
condições de vida e de serviços de saúde. Isso provocou o aumento da demanda de 
alimentos na cidade. 
Monocultura: forma de 
exploração do solo para 
cultivo, em que uma única 
espécie é plantada em uma 
grande área. A monocultura 
causa grande problema para a 
terra, pois provoca desgaste e 
empobrecimento do solo. 
 
 
23 
 
A produção agrícola, naquela época, conseguiu atender à população, embora houvesse 
autores dizendo que a exigência de alimentos em alguns anos superaria a produção 
agrícola, causando caos, muita fome e miséria à 
população mundial. 
Entre tais autores, destaca-se Thomas Robert 
Malthus (1766-1834), economista britânico que 
dizia que as populações humanas cresciam em 
progressão geométrica, enquanto a produção de 
alimentos crescia em progressão aritmética 
(BRUE & GRANT, 2016). Esse fato, explicado 
por ele em seus trabalhos, gerava uma conta que 
não fechava. 
A ideia central de Malthus é decorrente de um 
raciocínio lógico, pois ele percebia que a 
população aumentava de maneira superior à 
produção de alimentos, tanto na Inglaterra como 
no restante do mundo. 
Figura 1.2: Thomas Robert Malthus. 
 
Fonte: //rusplt.ru/world/po-sledam-
maltusa-12540.html. Acesso em: 15 
julho 2017. 
 
 
 
24 
 
Mas calma, caro(a) aluno(a), felizmente, essa teoria 
não se mostrou verdadeira, pois a produção de 
alimentos teve um grande salto no total produzido 
no transcorrer do tempo, devido a um fator não 
considerado por Malthus, em sua célebre obra An 
essay on the principle of population. Esse fator 
determinante para a elevação da produção de 
alimentos é a tecnologia, que passou a ter grande 
papel na agricultura principalmente após a II Guerra 
Mundial, em meados da década de 1940. No entanto resultados mais significativos do 
emprego da tecnologia na área agrícola só apareceram entre os anos de anos de 1960 e 
1970, quando houve elevação na produtividade em razão destes aspectos: utilização 
mais intensiva de agrotóxicos, tais como herbicidas, inseticidas, fungicidas; 
desenvolvimento de máquinas e implementos agrícolas mais eficientes; uso intensivo de 
fertilizantes sintéticos; pesquisas para desenvolvimento de sementes mais adaptadas às 
condições de solo e clima pouco propícios; desenvolvimento de pesquisas para o 
emprego da biotecnologia na produção vegetal. 
Tudo isso deu origem ao que se denominou Revolução Verde. 
A Revolução Verde, segundo o Portal da Educação do Universo On-Line (UOL), foi 
uma resposta natural do setor produtivo da época, em 
contrapartida às mudanças das condições sociais 
originadas pela Revolução Industrial. Um dos ideais 
por trás da Revolução Verde era o incremento da 
produção, pela busca de uma solução baseada em 
técnicas de resultados mais imediatos, sem pensar 
muito em possíveis danos ao meio ambiente ou ao ser 
humano. 
A ideia da Revolução Verde era justamente realizar o 
combate à fome e à miséria que persistiam nos países 
Progressão aritmética: é 
quando ocorre uma sequência 
numérica em que cada termo, a 
partir do segundo, é igual à 
soma do termo anterior com 
uma constante “r” chamada 
razão ou diferença comum da 
progressão aritmética. É 
simbolizada por P.A. 
Progressão geométrica: 
quando ocorre uma sequência 
numérica em que cada termo, a 
partir do segundo, é igual ao 
produto do termo anterior por 
uma constante chamada razão 
da progressão geométrica. É 
simbolizada por P.G. 
 
 
25 
 
mais pobres, o que seria feito pela introdução de técnicas mais modernas de cultivo, em 
oposição às técnicas tradicionais existentes. 
Grandes empresas, tais como o grupo Rockfeller e a Ford, ambas norte-americanas, 
começaram a investir em pesquisas buscando o melhoramento genético de sementes, 
principalmente de trigo, milho e arroz, consideradas Variedades de Alta Produtividade, 
ou VAP, em pesquisas realizadas no México e nas Filipinas. A ideia era investir em 
pesquisas de sementes essenciais para a alimentação da população humana na maior 
parte do mundo, como citado por Serra et al. (2016). 
Obviamente também era uma forma das grandes corporações americanas expandirem 
seu mercado consumidor, segundo Serra et al. (2016), para grandes países em 
desenvolvimento como Índia, Brasil e México, que precisavam aumentar sua produção 
de alimentos. 
A elevação da produção de alimentos oriundos dessas melhorias tecnológicas veio dos 
seguintes motivos: as sementes melhoradas traziam maior capacidade genética para 
resistir a secas, ou ao excesso de água, e floresciam em solos menos ricos em nutrientes; 
havia menos competição entre as raízes das plantas da cultura semeada e as raízes das 
ervas daninhas pelos nutrientes do solo devido ao uso de agrotóxicos; adubos químicos 
usados em concentrações diferentes dos minerais conforme o solo, a semente e a idade 
da planta; pragas que poderiam atacar as culturas eram mortas ou tinham seus efeitos 
minimizados pelos agrotóxicos lançados durante a fase de crescimento da planta. 
Uma importante observação, caro(a) aluno(a): nossa intenção é falar sobre a criação de 
animais pelo sistema orgânico, por isso, não vamos entrar em nenhum mérito ideológico 
ou político. Nosso objetivo até aqui foi mostrar de que maneira ocorreu a expansão do 
mercado de agrotóxicos, fertilizantes sintéticos e sementes preparadas como alternativas 
para a expansão da produção de alimentos no mundo, principalmente por meio da 
Revolução Verde no século XX. 
Em contrapartida à produção de alimentos com agrotóxicos, começaram a surgir 
pesquisas mostrando a contaminação provocada por eles nos alimentos e o quão 
prejudicial isso é à saúde. Também apareceram pesquisas, embora conflitantes, 
 
 
 
26 
 
mostrando que o material geneticamente 
modificado pode causar problemas à saúde 
dos consumidores. Isso tudo fortaleceu os 
movimentos contrários à infestação de 
produtos químicos e/ou sintéticos nas 
lavouras, levando a uma busca por 
alimentos mais saudáveis, obtidos de 
maneira mais natural ou de forma orgânica 
pelos produtores. 
 
1.3 Criação de produtos orgânicos no mundo 
O desejo de produzir de maneira mais saudável carnes e outros alimentos de origem 
animal teve início no começo do século XX, em um movimento denominado 
Agricultura Biodinâmica.Conforme indica o Portal da Agricultura Biodinâmica, tal 
movimento, criado por Rudolf Steiner (1861-1925) na década de 1920, e lançado 
oficialmente em 1924, na Polônia, estabelecia uma proposta fundamentada na 
sustentabilidade segundo uma perspectiva espiritual, mística e inter-relacionada tanto 
com a fertilidade do solo quanto com o crescimento das plantas e os cuidados da 
pecuária. 
 
Outros movimentos preocupados com a sustentabilidade surgiram em vários lugares do 
mundo a partir do movimento biodinâmico, como, por exemplo, segundo citação de 
Fonseca (2002), a Soil Association na Grã-Bretanha, em 1946; a Nature et Progrès na 
França, em 1972; a Bioland na Alemanha, em 1978. 
Com a propagação desses movimentos, percebeu-se a importância de haver uma 
certificação da origem natural ou orgânica dos produtos, para que o consumidor pudesse 
ter certeza da origem daquilo que estava consumindo. 
Carne orgânica: a carne orgânica 
certificada é a produzida a partir de um 
sistema ambientalmente correto, 
socialmente justo e economicamente 
viável. 
Esse sistema passa por auditoria e 
certificação, garantindo que a carne seja 
produzida da maneira mais natural 
possível, isenta de resíduos químicos e 
com cuidado socioambiental (WWF). 
 
 
27 
 
Os países começaram, então, a se organizar para criar um processo de certificação que 
atestasse a origem orgânica dos produtos. 
O primeiro país europeu a instituir um rótulo oficial (AB) foi a França, com Lei 80-502 
de junho de 1980, aplicada em frutas, vegetais e cereais orgânicos. Após a França; a 
Grã-Bretanha, em 1987. 
Já, nos EUA, os movimentos em prol da agricultura orgânica tiveram início no final dos 
anos 1970 e início dos anos 1980, sendo que a primeira certificação, segundo Fonseca 
(2002), iniciou em 1988 e foi finalizada para ser posta em prática em 1990, por meio do 
Organic Foods Productiona Act – OFPA. 
Para a produção orgânica de itens de origem animal, o grande impulso ocorreu na 
década de 1990, quando a União Europeia (EU) fez sua primeira regulamentação para 
produtos orgânicos. 
 
 
 
28 
 
A seguir, na Figura 1.3, apresentamos um breve histórico das normas para a produção 
orgânica de produtos de origem animal no mundo até o ano 2000. Pode-se notar a 
grande evolução que o conceito de bem-estar teve no decorrer dos anos. Tal evolução 
originou o conceito de produção orgânica, que hoje abrange tanto os produtos vegetais 
como os de origem animal. 
Figura 1.3: Análise histórica do desenvolvimento de normas para a produção 
orgânica de origem animal. 
 
Fonte: Fonseca (2002) apud Schmid, 2000. 
 
 
29 
 
1.4 Criação de produtos orgânicos no Brasil 
 
Caro(a) aluno(a), creio que esse breve histórico foi suficiente para você entender o que 
acontecia com a agricultura e pecuária no mundo antes de ter início o movimento pela 
produção de alimentos orgânicos. Agora falarei de alguns fatos da origem desse 
movimento no Brasil. 
Segundo Fonseca (2002), no Brasil eram seguidas, até meados da década de 1990, as 
normas estabelecidas por algumas das organizações internacionais, tais como as da 
International Forum of the Organic Agriculture Movements (Ifoam), promovidas por 
associações de agricultores, técnicos atuantes na área agrícola, ongs, cooperativas e 
outros. Mas, entre 1988 e 1989, as exportações de cacau e açúcar para a Alemanha 
começaram a ter problemas devido à falta de uma certificadora brasileira que atestasse 
que o produto era orgânico, o que era exigido 
pelas certificadoras europeias. Essa pressão 
aumentou em 1992 devido à promulgação da 
UE2092/91 pela União Europeia a respeito da 
comercialização, nos países membros da UE, dos 
alimentos orgânicos. 
Como resposta à pressão internacional e pensando 
em atender às demandas interna e externa, o Brasil 
começou a se preocupar com a falta de 
certificação para orgânicos e passou a construir 
uma legislação própria que atendesse à 
necessidade do mercado consumidor, por meio da 
proposta de normas e certificações de produtos 
orgânicos. 
O primeiro movimento oficial no Brasil se deu, 
segundo Fonseca (2012), com a Portaria MA n. 
Permacultura: sistema de 
planejamento para a criação de 
ambientes humanos sustentáveis e 
produtivos em equilíbrio e 
harmonia com a natureza. Surgiu 
da expressão em inglês 
“Permanent Agriculture”, criada 
por Bill Mollison e David 
Holmgren, na década de 1970. 
Hoje propõe uma “cultura 
permanente”, ou seja, uma cultura 
que visa à nossa permanência no 
planeta em harmonia com a 
natureza. 
(http://permacultura.ufsc.br/o-
que-e-permacultura/). Acesso em: 
15 jul. 2017. 
http://permacultura.ufsc.br/o-que-e-permacultura/
http://permacultura.ufsc.br/o-que-e-permacultura/
 
 
 
30 
 
178 de agosto de 1994, estabelecida por uma Comissão Especial incumbida de propor 
normas e certificação de produtos orgânicos, que ocorreu pela primeira vez com a 
Instrução Normativa MA n. 007 de maio de 1999, que “trata da produção, 
processamento, acondicionamento e transporte de produtos orgânicos. Abrange os 
produtos orgânicos, ecológicos, biodinâmicos, naturais, sustentáveis, regenerativos, 
biológicos, agroecológicos e da permacultura”. 
Desde então, várias outras legislações vieram para dar mais clareza e definição ao tema 
“orgânico” no Brasil. Segundo o Portal do Ministério da Agricultura, Pecuária e 
Abastecimento, as principais leis e instruções normativas a serem consultadas a esse 
respeito são as seguintes: 
 Lei N. 10.831/03: que dispõe sobre a agricultura orgânica e dá outras 
providências; 
 Decreto N. 6.323/07: que regulamenta a Lei n. 10.831, de 23 de dezembro 
de 2003, dispõe sobre a agricultura orgânica, e dá outras providências. 
 Instruções Normativas (MAPA): 
o N. 64/08 (produção vegetal e animal orgânica); 
o N. 17/09 (extrativismo sustentável orgânico); 
o N. 18/09, alterada pela IN 24/11 (processamento); 
o N. 19/09 (mecanismos de controle e formas de organização); 
o N. 50/09 (selo federal do SisOrg); 
o N. 46/11 (produção vegetal e animal); 
o N. 37/11 (cogumelos comestíveis); 
o N. 38/11 (sementes e mudas orgânicas); 
o N. 28/11 (produção de organismos aquáticos); 
 
 
31 
 
o N. 17/14 (alterou redação de alguns artigos da IN. 45/2011). 
Neste livro-texto, não vamos detalhar essas normas, pois nossa intenção é apresentar a 
você, caro(a) aluno(a), somente uma introdução, para que possa entender um pouco o 
arcabouço histórico e legal desse tema. 
Atualmente no Brasil existem oito certificadoras credenciadas que fiscalizam as 
propriedades produtoras de orgânicos, e assumem total responsabilidade pelo uso do 
selo brasileiro. O Ministério da Agricultura fiscaliza o trabalho e a atuação dessas 
certificadoras. 
Para a certificação de produtos de origem animal, segundo o MAPA, são credenciadas 
as seguintes certificadoras: Instituto de Tecnologia do Paraná (TECPAR), IBD 
Certificações, Ecocert Brasil Certificadora, Instituto Nacional de Tecnologia (INT), 
Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA), Instituto Chão Vivo de Avaliação da 
Conformidade, Agricontrol (OIA) e IMO Control do Brasil. 
Nesse ponto, você deve estar pensando: como um produtor inicia a produção de 
produtos orgânicos? Para a certificação, ele precisa ter uma produção sempre orgânica? 
Se ele adquirir uma propriedade que utilizava técnicas tradicionais de produção, nunca 
será orgânico? Essas são questões muito boas! Vamos discuti-las a seguir. 
Segundo o que estabelece a Legislação Brasileira, para que uma criação seja 
considerada orgânica é necessário que haja inicialmente um período de conversão da 
pastagem, que deve ter manejo orgânico, de pelo 
menos 12 a 18 meses, conforme a situação e a 
designação da Lei n. 10.831 de 2003. Esse prazo 
pode variar de país para país, pois algumas 
organizações internacionais exigem o período 
mínimo de 24 a 36 meses para conversão de 
pastejo tradicionalem orgânico. 
Após esse período, os animais criados e 
alimentados na pastagem, seus produtos e 
Período de conversão: tempo 
decorrido entre o início do 
manejo orgânico, de extrativismo, 
culturas vegetais ou criações 
animais, e seu reconhecimento 
como sistema de produção 
orgânica (Lei n. 10.831 de 2003, 
no seu parágrafo 2º, artigo IX). 
 
 
 
32 
 
subprodutos são considerados orgânicos, desde que eles mesmos também obedeçam ao 
período de conversão que, para os animais considerados neste livro-texto (aves e suínos) 
são os seguintes, segundo a IN n. 46 de 2011, alterada posteriormente em algumas de 
suas redações pela IN n. 17 de 2014: 
I - para aves de corte: pelo menos 3/4 (três quartos) do período de vida em sistema de 
manejo orgânico; 
II - para aves de postura: no mínimo 75 (setenta e cinco) dias em sistema de manejo 
orgânico, com exceção de codornas que será de 45 (quarenta e cinco) dias; 
V - para ovinos, caprinos e suínos para corte: pelo menos 3/4 (três quartos) do período 
de vida do animal em sistema de manejo orgânico, sendo esse período de no mínimo 6 
(seis) meses. 
Antes de entrarmos propriamente no assunto raças e manejo de criação, é importante 
enumerar algumas das exigências legais para a criação de frango caipira. Tais 
exigências se referem ao período de vida sob manejo orgânico e, se for o caso, às 
punições legais cabíveis pelo não cumprimento da legislação existente. 
Assim, para que uma criação animal seja considerada orgânica, é necessário 
inicialmente que a propriedade cumpra todas as exigências referentes aos períodos de 
conversão, anteriormente citados. O cumprimento de prazos deve fazer parte de um 
plano de manejo, anualmente atualizado e apresentado à denominada “Verificação da 
Conformidade Orgânica”, que é parte do processo de certificação de uma unidade 
produtiva. 
Nesse plano, deve haver um Plano de Manejo Orgânico conforme a Instrução 
Normativa n. 64/2008 elaborada pelo MAPA. Esse plano é muito abrangente, e é 
exigido para todas as propriedades orgânicas. Zibetti & Feiden (2011) citam, em seu 
trabalho, alguns dos tópicos que ele deve apresentar: 
 Como ocorre o manejo dos resíduos produzidos na propriedade e qual a 
destinação para eles; 
 
 
33 
 
 Quais as técnicas empregadas para a 
conservação do solo e da água da 
propriedade, e quais são as práticas 
conservacionistas e de proteção 
ambiental; 
 Quais são as práticas do manejo 
vegetal e animal ocorridas na 
propriedade, incluindo as 
instalações, a nutrição, a reprodução 
e o material de multiplicação e bem-
estar animal; 
 Quais são os procedimentos de pós-
colheita, processamento, 
comercialização e as relações trabalhistas existentes na propriedade. 
Zibetti & Feiden (2011) também explicam que não é suficiente apenas iniciar o período 
de conversão para se adequar às exigências de uma produção orgânica, não basta a 
substituição dos insumos químicos sintéticos por insumos considerados adequados; faz-
se necessária também a implantação de um 
enfoque sistêmico, uma total reformulação na 
maneira de pensar e agir, fechando ciclo de 
nutrientes, otimizando o fluxo energético na 
propriedade e promovendo um equilíbrio 
ambiental que abranja todas as espécies existentes 
no ambiente. 
Deverão inclusive, segundo a IN n. 46/2011, 
alterada em algumas redações pela IN n. 17/2014, 
no Art. 8o parágrafo 2 e no Art. 9o, especificamente 
sobre a produção animal: 
OAC: Organismo de Avaliação 
da Conformidade Orgânica 
(OAC): instituição que avalia, 
verifica e atesta que produtos ou 
estabelecimentos produtores ou 
comerciais atendem ao disposto 
no regulamento da produção 
orgânica, podendo ser uma 
certificadora ou Organismo 
Participativo de Avaliação da 
Conformidade Orgânica - 
OPAC. Deve ser devidamente 
cadastrado no MAPA. 
OPAC: Organismo Participativo de 
Avaliação da Conformidade 
Orgânica: organização que assume a 
responsabilidade formal pelo 
conjunto de atividades 
desenvolvidas num Sistema 
Participativo de Garantia - SPG, 
constituindo, na sua estrutura 
organizacional, uma Comissão de 
Avaliação e um Conselho de 
Recursos, ambos compostos por 
representantes dos membros de cada 
SPG. Deve também ser devidamente 
cadastrado no MAPA. 
 
 
 
34 
 
 Elaborar procedimentos para pós-
produção, envase, armazenamento, 
processamento, transporte e 
comercialização; 
 Tomar medidas para prevenção e 
mitigação de riscos de contaminação 
externa, inclusive OGM e derivados; 
 Elaborar procedimentos que 
contemplem a aplicação das boas 
práticas de produção; 
 Cuidar das inter-relações ambientais, 
econômicas e sociais; 
 Realizar croqui e descrição da 
ocupação, da localização e do acesso 
da unidade de produção, considerando os aspectos produtivos e ambientais; 
 Tomar ações periódicas de controle da qualidade da água, para uso na 
unidade de produção, por meio de: a) medidas de proteção em relação às 
fontes de contaminantes para áreas limítrofes com unidades de produção 
não orgânicas; e b) controle da qualidade da água, dentro da unidade de 
produção, por meio de análises para verificação da contaminação química e 
microbiológica, que deverá ocorrer a critério do Organismo de Avaliação da 
Conformidade (OAC) ou da Organização de Controle Social (OCS) em que 
se insere o agricultor familiar em venda direta. 
 Art. 8º O produtor deverá comunicar ao OAC ou a OCS, no caso de 
potencial contaminação ambiental não prevista no plano de manejo para 
definição das medidas mitigadoras. 
 O Capítulo IV da IN n. 46/2011, alterada em algumas redações pela IN n. 
OCS: Organização de Controle 
social: grupo, associação, 
cooperativa, consórcio com ou 
sem personalidade jurídica, 
previamente cadastrado no 
Ministério da Agricultura, 
Pecuária e Abastecimento -
MAPA, a que está vinculado o 
agricultor familiar em venda 
direta, com processo organizado 
de geração de credibilidade a 
partir da interação de pessoas ou 
organizações, sustentado na 
participação, comprometimento, 
transparência e confiança, 
reconhecido pela sociedade. 
 
 
35 
 
17/2014, em seus capítulos 10º e 11º explica claramente os objetivos do 
período de conversão: 
 Art. 10. O período de conversão para que as unidades de produção possam 
ser consideradas orgânicas tem por objetivo: 
 I - assegurar que as unidades de produção estejam aptas a produzir em 
conformidade com os regulamentos técnicos da produção orgânica, 
incluindo a capacitação dos produtores e trabalhadores; 
 II - garantir a implantação de um sistema de manejo orgânico por meio: a) 
da manutenção ou construção ecológica da vida e da fertilidade do solo; b) 
do estabelecimento do equilíbrio do agroecossistema; c) da preservação da 
diversidade biológica dos ecossistemas naturais e modificados. 
 Art. 11. Para que um produto receba a denominação de orgânico, deverá ser 
proveniente de um sistema de produção onde tenham sido aplicados os 
princípios e normas estabelecidos na regulamentação da produção orgânica, 
por um período variável de acordo com: 
 I - a espécie cultivada ou manejada; 
 II - a utilização anterior da unidade de produção; 
 III - a situação ecológica atual; 
 IV - a capacitação em produção orgânica dos agentes envolvidos no 
processo produtivo; 
 V - as análises e as avaliações das unidades de produção pelos respectivos 
OACs ou OCSs. 
Para início do período de conversão, a legislação possibilita a escolha de alguns 
elementos comprobatórios que devem coincidir com as informações levantadas nas 
inspeções ou visitas de controle interno. 
 
 
 
36 
 
A IN n. 46/2011, alterada em algumas redações pela IN n. 17/2014 exige, como duração 
mínima do Período de Conversão, as seguintes possibilidades, no seu Art. 12, parágrafo 
1: 
 I - 12 (doze) meses de manejo orgânico na produção vegetal de culturas 
anuais, para que a produção do ciclosubsequente seja considerada orgânica; 
 II - 18 (dezoito) meses de manejo orgânico na produção vegetal de culturas 
perenes, para que a colheita subsequente seja considerada orgânica; 
 III - 12 (doze) meses de manejo orgânico ou pousio na produção vegetal de 
pastagens perenes. 
Existe também a possibilidade da conversão parcial da propriedade e da produção 
paralela de produtos orgânicos com produtos convencionais. Mas, para não alongar 
muito esse trabalho, sugiro que você tenha sempre em mãos a IN para consulta, que é 
muito extensa e abrangente. Neste livro-texto, o foco são os aspectos de importância 
geral, por isso não falaremos de particularidades e exceções. 
Como requisitos gerais para a produção de animais sob o sistema orgânico, outros 
critérios são: 
 Art. 20. Os sistemas orgânicos de produção animal devem: 
 I - promover prioritariamente a saúde e o bem-estar animal em todas as 
fases do processo produtivo; 
 II - adotar técnicas sanitárias e práticas de manejo preventivas; 
 III - manter a higiene em todo o processo criatório, compatível com a 
legislação sanitária vigente e com o emprego de produtos permitidos para 
uso na produção orgânica; 
 IV - oferecer alimentação nutritiva, saudável, de qualidade e em quantidade 
adequada de acordo com as exigências nutricionais de cada espécie; 
 
 
37 
 
 V - ofertar água de qualidade e em quantidade adequada, isenta de produtos 
químicos e agentes biológicos que possam comprometer a saúde e vigor dos 
animais, a qualidade dos produtos e dos recursos naturais, de acordo com os 
parâmetros especificados pela legislação vigente; 
 VI - utilizar instalações higiênicas, funcionais e adequadas a cada espécie 
animal e local de criação; 
 VII - destinar os resíduos da produção respeitando a legislação ambiental 
aplicável; 
 VIII - utilizar apenas animais não geneticamente modificados. 
Quando for necessária a aquisição de animais de terceiros, deve-se obedecer também às 
exigências a esse respeito, conforme citado a seguir: 
 Da aquisição de animais: 
 Art. 22. Deverá ser comunicada ao OAC ou a OCS a aquisição de animais 
para início, reposição ou ampliação da produção animal. 
 Art. 23. Quando for necessário introduzir animais no sistema de produção, 
estes deverão ser provenientes de sistemas orgânicos. 
 Parágrafo único. Na indisponibilidade de animais de sistemas orgânicos, 
poderão ser adquiridos animais de unidades de produção não orgânicas, 
preferencialmente em conversão para o sistema orgânico, desde que 
previamente aprovado pelo OAC ou pela OCS, e respeitado o período de 
conversão previsto neste Regulamento Técnico. 
 Art. 24. Todos os animais introduzidos na unidade de produção orgânica 
devem ter idade mínima em que possam ser recriados sem a presença 
materna, observando-se que a idade máxima para ingresso de frangos de 
corte é de dois dias de vida, e para outras aves é de até duas semanas. 
 
 
 
38 
 
Outros itens considerados de maior importância são os Art. de 25 a 28 IN, que tratam 
“Do bem-estar animal”, relativamente, mas não de modo específico, às aves e aos 
suínos. 
 Art. 25. Os sistemas orgânicos de produção animal devem ser planejados de 
forma que sejam produtivos e respeitem as necessidades e o bem-estar dos 
animais. 
 Art. 26. Deve-se dar preferência aos animais de raças adaptadas às 
condições climáticas e ao tipo do manejo empregado. 
 Art. 27. Devem ser respeitadas: 
 I - a liberdade nutricional: os animais devem estar livres de sede, fome e 
desnutrição; 
 II - a liberdade sanitária: os animais devem estar livres de feridas e 
enfermidades; 
 III - a liberdade de comportamento: os animais devem ter liberdade para 
expressar os comportamentos naturais da espécie; 
 IV - a liberdade psicológica: os animais devem estar livres de sensação de 
medo e de ansiedade; 
 V - a liberdade ambiental: os animais devem ter liberdade de movimentos 
em instalações que sejam adequadas a sua espécie. 
 Art. 28. As instalações devem ser projetadas e todo manejo deve ser 
realizado de forma a não gerar estresse aos animais, sendo que qualquer 
desvio de comportamento detectado deverá ser objeto de avaliação e 
possível redefinição pelo OAC e OCS de procedimentos de manejo e 
densidades animais utilizadas. 
 
 
39 
 
Outros artigos de grande importância a você que está ingressando ou aprofundando seu 
conhecimento a respeito da criação de animais orgânicos estão citados a seguir: 
 Art. 47. Será permitido o uso de inseminação artificial, cujo sêmen 
preferencialmente advenha de animais de sistemas orgânicos de produção. 
 Art. 48. Serão proibidas as técnicas de transferência de embrião, fertilização 
in vitro, sincronização de cio e outras técnicas que utilizem indução 
hormonal artificial. 
 Art. 49. O corte de ponta de chifres, a castração, o mochamento e as 
marcações, quando realmente necessários, deverão ser efetuados na idade 
apropriada, visando reduzir processos dolorosos e acelerar o tempo de 
recuperação. 
 § 1º As práticas citadas no caput deste artigo, bem como o uso de 
anestésicos nos casos em que sejam necessários para executá-las, deverá ser 
aprovado previamente pelo OAC ou OCS, da forma por eles estabelecida e 
de acordo com legislação vigente sobre o tema. 
 § 2º Não será permitido o corte de dentes dos leitões, a debicagem das aves, 
o corte da cauda de suínos, assim como a inserção de "anel" no focinho, a 
descorna de animais e outras mutilações não mencionadas no caput deste 
artigo. 
 § 3º Não serão permitidos sistemas de marcação que impliquem mutilações 
nos animais. 
 Art. 50. Não será permitida a prática da muda forçada em aves de postura. 
 Art. 51. A iluminação artificial será permitida desde que se garanta um 
período mínimo de 8 (oito) horas por dia no escuro. 
 
 
 
40 
 
 Parágrafo único. O período mínimo no escuro, previsto no caput deste 
artigo, não se aplica na fase inicial de criação de pintos, quando a 
iluminação artificial for a melhor opção como fonte de calor. 
 Art. 52. Não será permitido o uso de estímulos elétricos ou tranquilizantes 
quimiossintéticos no manejo de animais. 
 Art. 25. Não será permitido o sistema intensivo e a retenção permanente em 
gaiolas, correntes, cordas ou qualquer outro método restritivo aos animais. 
 Parágrafo único. O sistema semi-intensivo será permitido desde que 
respeitados os princípios de bem-estar animal e em acordo com o 
estabelecido pelo OAC ou pela OCS. 
 Art. 55. O transporte, o pré-abate e o abate dos animais, inclusive animais 
doentes ou descartados, deverão atender ao seguinte: 
 I - princípios de respeito ao bem-estar animal; 
 II - redução de processos dolorosos; 
 III - procedimentos de abate humanitário; 
 IV - a legislação específica. 
 § 1º No caso de animais que necessitem ser sacrificados, o uso de anestésico 
poderá ser utilizado. 
 § 2º Não será permitido manter ou conduzir animais, por qualquer meio de 
locomoção, de cabeça para baixo, de membros atados ou de qualquer outro 
modo que lhes produza sofrimento. 
 § 3º Não será permitido manter animais embarcados sem água e alimento 
por um período superior a 12 (doze) horas. 
 
 
41 
 
 Art. 56. Nas exposições e aglomerações, nos mercados e outros locais de 
venda deverão ser atendidos os princípios de bem-estar e necessidades 
fisiológicas de cada espécie animal, atendendo legislação específica. 
 Art. 57. Para obtenção e manutenção da saúde dos animais, deve-se utilizar 
o princípio da prevenção: alimentação adequada, exercícios regulares e 
acesso à pastagem, os quais têm o efeito de promover as defesas 
imunológicas dos animais. 
 Parágrafo único. O sistema de pastejo deve ser preferencialmente rotativo 
para controle de parasitoses. 
 Art. 58. O plano para promoção da saúde animal, a que se refere o inciso VI 
do § 2º do art. 8º, deverá identificar os riscos e asestratégias para promoção 
e manutenção da saúde animal. 
 Parágrafo único. O plano para promoção da saúde animal deve prever o 
registro e a prospecção de indicadores de morbidade, mortalidade e 
incidências das principais 
afecções na criação, bem 
como conter as medidas 
preventivas adotadas para o 
controle das enfermidades 
regionais e comuns a espécie, 
assim como medidas de 
biossegurança para a 
propriedade. 
 Os produtos permitidos para 
sanitização das instalações e 
equipamentos utilizados na 
produção animal orgânica são 
Tabela 1.1: Substâncias utilizadas para 
sanitização das instalações e equipamentos 
utilizados na produção animal orgânica. 
Substâncias 
Hipoclorito de Sódio 
Peróxido de Hidrogênio 
Cal e cal virgem 
Ácido Fosfórico 
Ácido Nítrico 
Álcool Etílico 
Ácido Peracético 
Soda Cáustica 
Extratos Vegetais 
Microrganismos (Biorremediadores) 
Sabões e Detergentes Neutros e Biodegradáveis 
Sais Minerais Solúveis 
Oxidantes Minerais 
Iodo 
Fonte: Brasil, 2014. 
 
 
 
 
42 
 
os contidos na Tabela 1.1, ao lado. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Para tratamento e prevenção 
das enfermidades dos animais 
orgânicos, as seguintes 
substâncias constantes na 
Tabela 1.2 podem ser 
utilizadas: 
 
 
 
 
Tabela 1.2: Substâncias permitidas para 
tratamento e prevenção das enfermidades dos 
animais orgânicos. 
Substâncias 
Enzimas 
Vitaminas 
Aminoácidos 
Própolis 
Microrganismos 
Preparados homeopáticos e biodinâmicos 
Fitoterápicos 
Florais 
Minerais 
Veículos inertes 
Sabões e detergentes neutros e biodegradáveis 
Peróxido de hidrogênio 
Tintura de iodo 
Permanganato de potássio 
Fonte: Brasil, 2014. 
 
 
43 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Quando o produtor utilizar o controle biológico para o combate de pragas e doenças nas 
propriedades de produção orgânica, a legislação faz a seguinte exigência: 
 O uso de preparados viróticos, fúngicos ou bacteriológicos deverá ser autorizado 
pelo OAC ou pela OCS; é proibida a utilização de organismos geneticamente 
modificados. 
 
 
1.5 Síntese da Unidade 
 
Nessa Unidade, foi apresentado um pequeno histórico sobre a agricultura no mundo e o 
início do movimento em prol de alimentos mais naturais e orgânicos, em contrapartida 
aos alimentos produzidos à base de agrotóxicos, fertilizantes sintéticos e sementes 
melhoradas geneticamente. Foi também apresentado o início da certificação de produtos 
 
 
 
44 
 
orgânicos no Brasil e quais as certificadoras credenciadas para certificação desses 
produtos. 
 
1.6 Para saber mais 
 
 
Livros 
 STRINGHETA, P. C., MUNIZ, J. N. Alimentos Orgânicos – Produção, 
Tecnologia e Certificação. Viçosa, MG: UFV, 2003. 
 PENTEADO, S. R. Certificação Agrícola. Campinas, SP: Via Orgânica, 2010. 
 
Sites 
 www.agricultura.gov.br 
 http://www.wwf.org.br/natureza_brasileira/questoes_ambientais/o_que_e_carne
_organica/ 
 http://www.tecparcert.com.br/organicos/ 
 http://ibd.com.br/pt/Default.aspx 
 http://brazil.ecocert.com/regulamentos-organicos 
 http://www.int.gov.br/certificacao 
 http://www.ima.mg.gov.br/produtos-de-origem-animal2/registro-de-
estabelecimentos-link 
 http://www.institutochaovivo.com.br/icv/Home.asp 
 http://www.oiabrasil.com.br/?s=convers%C3%A3o&submit=Search 
 
 
45 
 
 http://ambientes.ambientebrasil.com.br/agropecuario/produto_organico/selo_de_
certificacao_de_produtos_organicos.html 
 http://planetaorganico.com.br/site/index.php/certificadora?id_certificadora=14 
 http://www.organicsnet.com.br/certificacao/manual-certificacao/ 
 http://www.agricultura.gov.br/assuntos/sustentabilidade/organicos/perguntas-e-
respostas 
 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2003/L10.831.htm 
 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2007/Decreto/D6323.htm 
 http://www.viaorganica.com.br/normascriacao.htm 
 http://portaleconomia.com.br/moedas/dinheironomundo.shtml 
 https://educacao.uol.com.br/disciplinas/geografia/agricultura-revolucoes-
agricola-e-verde-e-transgenicos.htm 
 http://www.sab.org.br/portal/agricultura-biodinamica/45-o-que-e-a-agricultura-
biodinamica 
 http://www.suapesquisa.com/historia/revolucao_agricola.htm 
 
1.7 Atividades 
 
1. (IBGE – 2013) A debicagem é um processo cirúrgico que consiste no corte e 
cauterização do bico de galinhas poedeiras comerciais. Um dos objetivos da debicagem 
é: 
 
 
A) aumentar a taxa de produção de ovos. 
 
 
 
46 
 
B) aumentar o consumo de água no verão. 
C) reduzir o tempo de abate das aves. 
D) reduzir o desperdício de ração. 
E) reduzir o risco de lesões durante o acasalamento. 
 
 
 
 
47 
 
Unidade 2 
Produção Orgânica de Frango de Corte 
e Postura 
 
 
Nesta segunda Unidade, abordaremos a criação de frangos de corte e de postura, as 
raças empregadas e como produzir de maneira orgânica, por isso exploraremos os 
seguintes temas: classificação e origem; sistemas de criação; alimentação; instalações; 
raças para produção orgânica; doenças. 
 
2.1 Classificação e origem das aves 
 
Caro(a) aluno(a), antes de começar o estudo desse tema, é importante explicar que não 
será aqui que a reposta à pergunta: “quem veio antes, o ovo ou a galinha?”, será 
encontrada. Você ainda continuará sem essa resposta! 
Figura 2.1: Frango de corte e postura. 
 
Fonte:pixabay.com/pt/photos/?q=galinha&image_type=&cat=&min_height=&min_wi
dth=&pagi=1>. Acesso em: 01 jul. 2017. 
 
 
 
48 
 
Brincadeiras à parte, como introdução ao assunto, faremos uma explicação sobre a 
classificação e a origem das aves. 
Murad & Silva (2014), na Figura 2.2.; apresentam uma classificação zoológica da 
galinha doméstica. O nome científico da galinha é Gallus domesticus. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A avicultura no Brasil teve um maior desenvolvimento principalmente após o início do 
século XX. Murad & Silva (2014) classificam esses períodos como: 
 Período romântico: entre 1900 e 1930: 
Nesse período, a atividade era mais um passatempo que uma atividade para gerar lucro; 
as instalações eram simples; faltavam conhecimentos técnicos na área de produção; 
muitos produtores realizavam cruzamentos, buscando descobrir diferentes espécies de 
lindas plumagens; ocorreu a importação da raça Minora, a primeira raça pura importada 
pelo Brasil. 
 
Figura 2.2: Classificação zoológica da galinha doméstica. 
 
Fonte: Murad & Silva, 2014. 
 
 
 
49 
 
 Período comercial: entre 1930 e 1960: 
Houve o abandono do romantismo e o início de criações avícolas com cunho comercial; 
criação do Instituto Biológico, que desenvolveu vacinas contra a bouba aviária e a 
cólera; abertura, em 1941, da primeira fábrica de rações balanceadas no Brasil; 
liberação pelo governo da importação de equipamentos avícolas; abertura das primeiras 
associações avícola e cooperativas. 
 Período industrial: entre 1960 e nossos dias: 
Importação de avós de várias linhagens com alta qualidade genética; proibição da 
importação de matrizes e pintos comerciais; visitas internacionais para conhecimento 
técnico de manejo e nutrição pelos técnicos brasileiros; implantação de grandes 
complexos avícolas; profissionalização do setor como entendimento de atividade 
econômica pelos avicultores; desenvolvimento da tecnologia avícola nacional; início 
dos sistemas de integração; forte elevação da exportação de frangos de corte, inteiro ou 
em partes; consolidação da avicultura como atividade econômica industrial. 
A avicultura orgânica é uma atividade muito recente no Brasil, principalmente em 
comparação com os Estados Unidos ou com os países da Europa. Em relação à sua 
trajetória, há duas datas que se destacam: 
 Década de 1970: início da agricultura orgânica no Brasil; pecuária orgânica 
ainda incipiente; 
 Década de 1980: crescimento no país de maior conscientização da preservação 
ecológica. 
 
 
 
 
 
 
50 
 
2.2 Exigências de procedimentos para avicultura orgânicaAntes de iniciar o tema propriamente dito, é 
importante esclarecer que frango orgânico 
não é a mesma coisa que frango caipira. 
Cada um deles tem as suas exigências e 
especificações. 
As diferenças existentes entre a criação de 
frango caipira e a criação de frango 
orgânico se originam principalmente do 
manejo diferente entre eles. Enquanto a 
criação de frango caipira é basicamente de animais criados soltos, sem limitação de 
área, de alimentos e sem o emprego de medicamentos, a criação de frangos orgânicos 
tem que obedecer a uma legislação muito mais rigorosa e definida. No decorrer deste 
livro-texto, você conhecerá essas exigências de manejo. 
Portanto um frango ou galinha de postura, se forem criados conforme legislação 
orgânica, serão transformados em frango ou galinha orgânica. 
Relembro aqui, que as especificações da agricultura orgânica foram estabelecidas pelo 
Ministério da Agricultura em 2003, por meio da Lei n. 10.831. Na mesma lei, foram 
estabelecidos os sinônimos que podem ser usados no lugar da palavra orgânico: 
ecológico, biológico, biodinâmico, natural, sustentável, regenerativo e agroecológico. 
A Instrução Normativa n. 46 de 2011, com as alterações posteriores ocorridas pela 
Instrução Normativa n. 17 de 2014, então, respeitando o que diz a Lei n. 10.831 de 
2003, determina as condições para que uma avicultura de corte e/ou de postura possa ser 
considerada orgânica. 
A avicultura orgânica de corte busca oferecer aos consumidores uma alimentação mais 
saudável, isenta de resíduos de antibióticos, de produtos sintéticos e de outros que sejam 
Frango caipira: os frangos caipiras são 
também denominados “frango caipira ou 
colonial”, “frango tipo ou estilo caipira”, 
ou “tipo ou estilo colonial”. As aves 
utilizadas para a criação caipira devem ser 
exclusivamente de raças próprias para esse 
fim; são, portanto, vetadas linhagens 
comerciais específicas para frango de corte 
(MAPA, 1999). 
 
 
51 
 
prejudiciais à saúde, sem contaminantes, respeitando a biodiversidade e o meio 
ambiente. 
Ela também se preocupa com o bem-estar dos animais e das pessoas envolvidas em sua 
criação e manejo. 
Importante entender que a criação de frangos de corte orgânico demanda mais tempo 
para abate que a de frango convencional, pois os animais não são selecionados para 
precocidade. Também ocorre maior desgaste de energia, causando uma diminuição na 
eficiência energética dos alimentos, pois eles são criados soltos, pelo menos parte, em 
piquetes, onde se exercitam e andam muito. 
A criação deve ser ao ar livre, e o confinamento total não é aceitável para esse tipo de 
criação. As aves ficam presas nas primeiras semanas, para que se mantenham aquecidas 
e para evitar predadores, conforme Azevedo et al. (2016). 
À medida que vão crescendo, passam a viver de maneira livre durante o dia, em 
piquetes, e, à noite, são presas em galpões amplos, com acesso a poleiros, para proteção 
contra predadores. Piquetes com acesso a capim são essenciais para os animais 
explorarem o meio ambiente, repousarem e terem o estresse minimizados 
Para a alimentação dos frangos orgânicos, é necessário obediência a alguns requisitos na 
elaboração de rações balanceadas, tais como: 
 Ingredientes de origem orgânica; 
 Ração balanceada para atender à necessidade nutricional dos animais em suas 
diferentes fases da vida; 
 No caso da não disponibilidade total de ingredientes orgânicos, utilizar não 
orgânicos até o limite máximo de 20% da matéria seca (MS); 
 Os aditivos e os auxiliares tecnológicos utilizados devem ser provenientes de 
fontes naturais e não poderão apresentar moléculas de ADN/ARN recombinante 
ou proteína resultante de modificação genética em seu produto final; 
 
 
 
52 
 
 O fornecimento de alimentos de origem animal deverá estar em conformidade 
com a legislação sanitária vigente; 
 Não poderão ser utilizados compostos nitrogenados não proteicos e nitrogênio 
sintético na alimentação de animais em sistemas orgânicos de produção; 
 É permitido o uso de suplementos minerais e vitamínicos, desde que os seus 
componentes não contenham resíduos contaminantes acima dos limites 
permitidos e que atendam à legislação específica; 
 A água deve ser de qualidade e em quantidade adequada, isenta de produtos 
químicos e agentes biológicos que possam comprometer a saúde e o vigor dos 
animais, a qualidade dos produtos e dos recursos naturais, conforme os 
parâmetros especificados pela legislação vigente. 
Concernente aos procedimentos de combate e prevenção de doenças que atingem as 
aves, os seguintes procedimentos são necessários: 
 Sempre que houver a retirada de um lote, o galpão ou as gaiolas, como tudo que 
estiver dentro, deve ser devidamente lavado e desinfetado, com produtos 
autorizados para utilização em animais criados no sistema orgânico, evitando 
assim problemas posteriores; 
 Os produtos permitidos para sanitização das instalações e dos equipamentos 
utilizados na produção animal orgânica são os contidos na Tabela 2.1 a seguir: 
 
 
 
53 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Todas as vacinas e os exames determinados pela legislação de sanidade animal 
serão obrigatórios. 
A respeito da aquisição de animais e do ingresso destes na propriedade produtiva, os 
Art. de 22 a 24, pertencentes à IN 46/11, com alterações na redação pela IN17/14, 
dizem o seguinte: 
 Seção II 
 Da Aquisição de Animais 
 Art. 22. Deverá ser comunicada ao OAC ou a OCS a aquisição de animais para 
início, reposição ou ampliação da produção animal. 
Tabela 2.1: Substâncias utilizadas para 
sanitização das instalações e equipamentos 
utilizados na produção animal orgânica. 
Substâncias 
Hipoclorito de Sódio 
Peróxido de Hidrogênio 
Cal e cal virgem 
Ácido Fosfórico 
Ácido Nítrico 
Álcool Etílico 
Ácido Peracético 
Soda Cáustica 
Extratos Vegetais 
Microrganismos (Biorremediadores) 
Sabões e Detergentes Neutros e Biodegradáveis 
Sais Minerais Solúveis 
Oxidantes Minerais 
Iodo 
Fonte: Brasil, 2014. 
 
 
 
54 
 
 Art. 23. Quando for necessário introduzir animais no sistema de produção, estes 
deverão ser provenientes de sistemas orgânicos. 
 Parágrafo único. Na indisponibilidade de animais de sistemas orgânicos, 
poderão ser adquiridos animais de unidades de produção não orgânicas, 
preferencialmente em conversão para o sistema orgânico, desde que previamente 
aprovado pelo OAC ou pela OCS, e respeitado o período de conversão previsto 
neste. 
 Regulamento Técnico. 
 Art. 24. Todos os animais introduzidos na unidade de produção orgânica devem 
ter idade mínima em que possam ser recriados sem a presença materna, 
observando-se que a idade máxima para ingresso de frangos de corte é de dois 
dias de vida, e para outras aves de até duas semanas. 
Quanto à densidade dos animais, a IN n. 46/11, com alterações na redação pela IN 
17/14, no seu Art. 38 traz as seguintes condições: 
 Art. 38. As densidades máximas dos animais em área externa deverão obedecer 
ao disposto abaixo: 
 I - para aves de postura: 
 3 m² por galinha em sistema extensivo ou 1 m² disponível por ave, no piquete, 
em sistema rotacionado; 
 0,5 m² por codorna, em sistema extensivo, ou 0,2 m² por codorna poedeira, no 
piquete, em sistema rotacionado. 
 II - para aves de corte: 
 2,5 m² por frango em sistema extensivo ou 0,5 m² disponível por ave, no 
piquete, em sistema rotacionado; 
 
 
55 
 
 0,3 m² por codorna, em sistema extensivo, ou 0,1 m² por codorna de corte, no 
piquete, em sistema rotacionado. 
 Art. 39. Quando necessárias, as instalações para os animais deverão dispor de 
condições de temperatura, umidade, iluminação e ventilação que garantam o 
bem-estar animal, respeitando-se as densidades máximas abaixo: 
 I - para aves poedeiras: 
 6 galinhas por m²; 
 18 codornas por m²; 
 II - para aves de corte: 
 10 frangos por m²; 
 18 codornas porm²; 
Antes de iniciar a criação, é importante saber que, para a produção de qualquer animal 
no sistema orgânico, não é permitida a alimentação com rações comerciais, portanto 
todo alimento necessita ter origem orgânica. O melhor é que ele seja preparado na 
própria propriedade, pois assim o produtor terá certeza da origem dos alimentos, poderá 
produzi-los a um custo mais baixo e atender às exigências quanto à procedência 
orgânica de seus alimentos. Além do mais, o produtor pode utilizar frutas, vegetais, 
verduras e raízes, como bem assinala Azevedo et al. (2016). 
Não se esquecer de que, se o produtor resolver preparar a ração em sua propriedade, 
todos os componentes, tanto os produzidos por ele como os adquiridos de terceiros, 
necessitam, obrigatoriamente, ter acreditação de sejam orgânicos. 
A água utilizada na propriedade, principalmente para os animais beberem, deve ser de 
boa qualidade, sem contaminação na fonte e fornecida de maneira abundante e de livre 
acesso aos animais. 
 
 
 
56 
 
A seguir, algumas das linhagens direcionadas à criação de frango de corte orgânico. 
Importante salientar que não é adequado pegar qualquer pintinho e criar de maneira 
orgânica, pois o resultado será decepcionante ao produtor. Normalmente as linhagens de 
animais são direcionadas a um propósito mais específico, embora algumas tenham mais 
de uma aptidão; mesmo assim, apesar de terem mais de uma possiblidade produtiva, 
produzem menos que uma linhagem direcionada a uma produção só. 
Se um pintinho de um dia, de uma linhagem direcionada à produção em sistema 
confinado, precoce, for criado em condições de frango orgânico, não terá como 
aproveitar todo seu potencial genético, pois o fenótipo não corresponde ao potencial 
genético do animal, portanto, é necessário que os pintinhos de um dia adquiridos sejam 
direcionados ao sistema de produção denominado por Azevedo et al. (2106) de 
“produção colonial/orgânica/agroecológica de aves para corte e postura”. 
No auxílio ao combate de diversas doenças ou outros problemas sanitários que possam 
atingir as aves, visto que muitos produtos à disposição no comércio são proibidos para 
administração em aves criadas no sistema orgânico, Vieira (2012) dá a seguinte 
sugestão, conforme Tabela 2.2 a seguir: 
 
 
 
57 
 
Tabela 2.2: Exigências nutricionais sugeridas para frangos coloniais Embrapa 041, por fase de 
criação. 
Planta Indicações Partes utilizadas Formas de preparo 
Alho 
Allium sativum 
Verminose, antibiótico, 
expectorante, controle e 
repelência de carrapatos e 
piolhos 
Bulbilhos Inteiros, maceração na 
água, extrato alcoólico, 
em pó associado ao 
enxofre, no sal ou na 
ração. 
Babosa Cicatrização, inflamações Folhas Suco fresco puro ou na 
forma de unguentos, 
pomadas, gel, associada 
com mel. 
Bananeira Verminoses e diarreias Folhas e troncos In natura 
Citronela Repelente Folhas Cama, ninho, pasto, ao 
redor das instalações. 
Erva-de-santa-
maria 
Verminoses e diarreias Folhas e 
sementes 
Maceração, pó das 
folhas secas na ração ou 
misturadas a outros 
verdes, espalhada na 
cama. 
Eucalipto Infecções respiratórias, 
desinfetante, verminoses 
Folhas Pó 
Goiabeira Diarreias, adstringente Brotos, caule e 
casca 
Decocção dos brotos, pó 
das folhas secas na 
ração, associados com 
pó de carvão e soro 
caseiro. 
Hortelã miúda Antiparasitária, sedativa, 
digestiva, analgésica 
tônica, anestésica 
Folhas Infusão, extrato 
misturado ao verde. 
Hortelã 
pimenta 
Expectorante, infecção 
inflamatória 
Folhas Xarope, decocção, 
associadas com saião. 
Limão Infecção respiratória, 
resfriados, “gogo” das 
galinhas 
Fruto Suco obtido da 
trituração do fruto no 
liquidificador com água 
e alho. 
Melão-de-são-
caetano 
Febres, diarreias, “gogo” 
das galinhas, verminoses 
Planta inteira, 
sementes 
Maceração ou decocção 
associada com erva 
macaé. 
Mentrasto 
Ageratum 
conyisoides 
Verminoses, digestivo Folhas e flores, 
parte aérea 
Decocção, infusão. 
Nim Verminoses, infecção por 
piolhos 
Folhas, 
sementes 
Maceração, infusão, pó, 
óleo. 
 
 
 
58 
 
Tansagem Infecções respiratórias Folhas Infusão, tintura. 
Pimenta Anti-inflamatório, 
verminoses 
Folhas, frutos No piquete para pastejo. 
Pitangueira Febres Folhas Decocção. 
Poejo Bronco dilatador, 
digestivo 
Folhas Infusão. 
Fonte: Modificado de Vieira (2012). 
A respeito das principais doenças que podem atingir as aves, Vieira (2012) mostra na 
Tabela 2.3 a seguir: 
Tabela 2.3: Principais doenças que atingem as aves, seus sinais clínicos, prevenção e 
tratamento. 
Doenças Sinais clínicos Prevenção Tratamento 
Doença de 
Marek 
Asas caídas, torcicolo, 
diarreia e dificuldade de 
locomoção. 
Vacinação logo 
após o 
nascimento. 
Não existe. 
Doença de New 
Castle 
Tosse, espirros, respiração 
com o bico aberto, torcicolo, 
cambalhotas para trás, 
caminhamento em círculo, 
diarreia de cor esverdeada. 
Higiene e 
vacinação. 
Não existe. Pode-se 
fornecer vitamina A para 
ajudar na recuperação. 
Doença de 
Gumboro 
Diarreia branca. Vacinação Não existe. 
Bronquite 
infecciosa 
Tosse, roncado, corrimento 
nasal, cara inchada, olhos 
lacrimejando, respiração 
difícil. 
Higiene e 
vacinação. 
Fornecer antibiótico e 
vitamina A para ajudar na 
recuperação. 
Bouba aviária Nódulos na crista, cabeça, 
barbela, pernas e pés e/ ou 
lesões de cor amarelada na 
boca, secreção nasal e 
ocular. 
Vacinação Não existe. Pode-se 
fornecer vitamina A para 
ajudar na recuperação. 
Coriza Espirros, corrimento nasal e 
ocular, cabeça inchada, etc. 
Vacinação. Antibióticos. 
Fonte: Modificado de Vieira (2012). 
Vieira (2012) também propõe um calendário de vacinação a ser seguido tanto para as 
galinhas de postura como para os frangos de corte. Esse calendário de vacinação é 
mostrado na Tabela 2.4 a seguir: 
 
 
 
59 
 
Tabela 2.4: Principais doenças que atingem as aves, seus sinais clínicos, prevenção e 
tratamento. 
 
Idade (dias) Vacina Forma de aplicação 
1 Marek e Bouba Suave Uma gota no olho. 
7-10 New Castle B1 Gumboro e 
Bronquite H120 
Uma gota no olho. 
20 Bouba Forte Mergulhar o estilete na vacina e perfurar 
a membrana da asa. 
35 z (Lasota) Gumboro e Bronquite 
H120 
Uma gota no olho ou na água de beber. 
45-60 Bouba Forte* Mergulhar o estilete na vacina e perfurar 
a membrana da asa. 
45-60 Coriza* Aplicar 0,5 ml no músculo do peito. 
* Só para as aves de postura. 
Fonte: Modificado de Vieira (2012). 
 
2.3 Frangos para corte 
 
Os pintinhos de um dia devem ficar protegidos em campânulas ligadas pelo menos três 
horas antes de receber os pintinhos para aquecer o local. A Figura 2.3 é uma 
representação de como devem ficar espalhados os comedouros e bebedouros ao redor do 
círculo de proteção, com a campânula ligada. 
Quando receber os pintinhos, o ideal é que sejam entregues logo cedo, antes das 8 h da 
manhã, dando a eles condições de descanso, alimentação, hidratação a fim de que 
estejam prontos para a primeira noite de suas vidas. 
A distribuição dos pintinhos dentro dos círculos de proteção deve ser de 60 a 80 por 
metro quadrado de área do círculo. O ideal é que fiquem alojados no máximo 1000 aves 
dentro de cada círculo. Caro(a) aluno(a), não fique preocupado se não se lembrar da 
fórmula matemática para cálculo da área (A). A fórmula é A = π x R2; sendo π (pi), uma 
constante que pode ser representada por 3,1416 e R = ao raio do círculo. Como 
exemplo, podemos citar um círculo de proteção de 1,5 m. 
 
 
 
60 
 
A = π x R2; ⸫ A = π x 1,52 
A = 3,1416 x 2,25 = 7,07 
Como a capacidade ideal é entre 60 a 80 
pintos por m2, faremos agora o cálculo da 
densidade populacional do círulo (Dc), 
isto é, quantos caberão dentro do círculo: 
Dc = 7,07 x 80 = 565 pintos 
 
 
 
A distribuição dos pintinhos dentro do círculo de proteção deve ser uniforme,

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