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Fundação Centro de Ciências e Educação a Distância do Estado do Rio de Janeiro Centro de Educação Superior a Distância do Estado do Rio de Janeiro Universidade Federal Fluminense 
Curso de Licenciatura em Letras- UFF / CEDERJ
Disciplina: Literatura Portuguesa II 
Coordenador: Coordenador: Prof.Luis Maffei
APX2 – 2021.1
Questão 1: Escolha um heterônimo de Pessoa (pode ser Pessoa “ele mesmo”) e escreva qual seria, de acordo com o que você pode imaginar, a opinião dele acerca da poesia de Cesário Verde. Na resposta, explique a razão da sua escolha. 
 Álvaro de Campos, era o poeta de influência futurista, um heterônimo modernista de excelência, e sua escrita aborda questões da vida na cidade moderna, e ainda foi o mentor da doutrina estética, em que poeticamente sentia-se tudo de todas as maneiras possíveis, dessa forma foi escolhido como um dos autores que descreveu e descreveria sobre Cesário Verde. 
Por possui seu estilo dividido em três fases, e visto que Fernando Pessoa já considerava o mesmo como “mestre” e o admirava, o autor referia a obras e visões de Cesário, em termos que bem evidenciam a complexidade e a diversidade temática próprias deste grande poeta num excerto de ode “ó Cesário Verde, ó Mestre, /Ó do ‘Sentimento de um Ocidental’, Campos aludiu ao novo modo de escrever poesia plástica, caracterizado por uma vontade de conquista, por um amor à civilização e ao progresso, por uma linguagem de tom irreverente. Essa modernidade tem ligações claras com o cosmopolita Cesário Verde, aproxima-se dos impressionistas que captam a realidade, mas que a retratam já filtrada pelas percepções, o que, definitivamente, o inscreve no quadro dos poetas fundadores da modernidade. Em obras de Pessoa e Alvaro de Campos podemos sentir textos escritos como se fossem o poeta Cesário, pela forte influência que exerceu.
Questão 2: Qual heterônimo pessoano você entende que mais agudamente se relaciona com a herança do romantismo português? Por quê? 
Ricardo Reis é o heterônimo clássico, cuja escrita de pendor epicurista propunha uma estética de desapego à razão e de afirmação da imanência.
Em toda sua obra a influência dos clássicos gregos e latinos baseada na ideologia do “Carpe Diem”, da necessidade de aproveitar o momento. Sua personalidade se identifica com os clássicos da Antiguidade, herdando o romantismo português. Seu espírito reflete a doutrina de Epicuro, caracterizada pela identificação do bem soberano com o prazer, o qual há de ser encontrado na prática da virtude e na cultura do espírito. A obra desse heterônimo é a ode clássica, cheia de formalismo e princípios aristocráticos. A ideia desenvolvida em sua obra faz parte do pensamento Greco-romano: clareza, equilíbrio, as boas formas de viver, o prazer, a serenidade. Além do epicurismo, o autor possuía o estoicismo também como influência, que propõe a aceitação do acontecimento das coisas e a rejeição às emoções e sentimentos exacerbados, adotava um neoclassicismo neopagão para si considerando a fugacidade, e a transitoriedade da vida considerando que o tempo passa, Ricardo era indiferente ao poder e ao destino imutável, seu estilo poético era de verso branco, predomínio da subordinação, linguagem erudita, uso frequente de aliterações, de gerúndios, de latinismos e de imperativos, sintaxe alatinada, imagens, eufemismos, apóstrofes, hipérbatos, comparações e metáforas, valorizava os momentos da vida, que vive na atualidade de forma intensa, porém sem cometer excessos. Expressa em seus poemas o ideal da vida calma e serena. Através do equilíbrio e da paz, busca uma vida sem sofrimentos. Ricardo Reis busca ficar atento a todas as coisas boas e aos prazeres simples da vida. Escreve seus poemas, utilizando uma linguagem precisa e culta.
Questão 3: Comente, o mais profundamente que conseguir, acerca da presença da(s) poética(s) pessoana(s) em algum nome, ou tendência, da poesia portuguesa pós-Pessoa.
A presença de Fernando Pessoa, é inquestionável e inseparável da instauração do Modernismo português.
A modernidade fortaleceu-se na poesia dos grandes poetas idealizadores dos Cadernos de Poesia, publicados em 1940. Neles, a autora Sophia de Mello Breyner Andresen faz a sua estreia e foi uma das mais importantes poetisas portuguesas pós-Pessoa. A geração de 40 encontrava-se repercutindo ainda a geração de Pessoa e a de presença e com ela manterá um diálogo poético intenso. Nos livros publicados por Sophia até a década de 60, o diálogo com a esfinge Pessoana não é exatamente explícito, mas antes está presente em sua dicção e no versilibrismo, em alguns casos próximos às odes do heterônimo Álvaro de Campos. Depois, com Livro Sexto, de 1962, o diálogo intertextual torna-se mais evidente e até mais visível, com vários poemas evocando Pessoa. Mas se neste a consciência da modernidade instaura uma negatividade e uma epopeia da noite, os poemas de Sophia trazem a luz, a unidade, o encontro pleno com o real, uma plenitude, contudo, que não deixa ausente o sentimento trágico de um “tempo dividido”
 Sua obra soa muitas vezes como uma voz de liberdade. Denota também uma sólida cultura clássica, onde se observa sua paixão pela cultura grega. Alguns temas são constantes em suas obras, como a “natureza”, “a cidade”, “o tempo” e “o mar”. Sua importante obra para crianças tornou-se um clássico da literatura infantil em Portugal, marcando várias gerações.
 Sophia dedica uma de seus poemas “Livro Sexto” a homenagear Fernando Pessoa, e as demais obras erguem-se sobre a presença ausente daquele que ousou “não ser ninguém”, conforme observamos no trecho abaixo: 
Teu canto justo que desdenha as sombras
 Limpo de vida viúvo de pessoa 
Teu corajoso ousar não ser ninguém
 Tua navegação com bússola e sem astros .

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