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Doutrina das Últimas Coisas (Escatologia) Livro adotado como Manual de Estudo no Curso Escatologia Bíblica do Canal EBD, que tem como professor o Pr. Agnaldo Betti (Bacharel em Teologia e Pós graduado em Docência na Educação Superior) Sumário I- A SEGUNDA VINDA DE CRISTO ............................. 3 II-O ARREBATAMENTO DA IGREJA ........................... 22 III-A GRANDE TRIBULAÇÃO .................................. 42 IV-O MILÊNIO ................................................... 56 V- OS JULGAMENTOS ........................................... 67 VI- AS RESSURREIÇÕES ......................................... 69 VII-A REALIDADE DA MORTE ..................................... 76 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .............................. 86 1 1 O Doutrina das Últimas Coisas (Escatologia) termo escatologia é formado de duas palavras gregas: “eschatos” que significa último, fim e “logos” que significa palavra, instrução, ensino, assunto, tema. Portanto, escatologia é o estudo do fim ou o estudo dos últimos acontecimentos, ou Weverton Realce Weverton Realce Weverton Realce 2 160 INTRODUÇÃO a Teologia Sistemática 7. DAVIS, John D., Dicionári da Bíblia. JUERP, 1984. a.7 ainda, o estudo dos últimos dias (Gr. “Eschatais” “hēmerais” [2 Tm 3.1]). A Escatologia é a doutrina mais complexa da Bíblia. A linguagem simbólica encontrada nas profecias bíblicas para os fins dos tempos e a complexidade de interpretação tem levado a sucessivos erros de aplicação. O estudo dessa doutrina tem gerado muita especulação, principalmente, quando se tenta ligar os fatos escatológicos e as profecias, aos eventos atuais. Torna-se importante ressaltar que, no estudo da escatologia e os eventos relacionados ao final dos tempos, deve se levar em consideração a diversidade dos povos que para Deus são: os gentios, os judeus e a Igreja (1 Co 10:32). Este estudo baseia-se, principalmente, no livro do Apocalipse. A palavra Apocalipse é derivada da língua grega “Apokalypsis”, que é traduzida por revelação. No idioma latim é “Revelatio”, que significa revelar, “expor à vista” “remover o véu”, e metaforicamente, descobrir uma verdade que se encontrava ocult No Apocalipse encontramos a revelação de Jesus Cristo a qual Deus lhe deu para mostrar aos seus servos. Nele, Cristo revela as coisas que brevemente devem acontecer e também revela-se a si mesmo. Weverton Realce Weverton Realce Weverton Realce Weverton Realce Weverton Realce Weverton Realce Weverton Realce Weverton Realce Weverton Realce Weverton Realce Weverton Realce Weverton Realce Weverton Realce 3 Doutrina das Últimas Coisas UNIDADE VII 161 Procuramos de forma sucinta, mostrar os principais temas desta tão admirada e complexa doutrina, começando com a segunda vinda de Cristo; o arrebatamento da igreja; a tribulação e as bodas do Cordeiro. Seguindo ao milênio e o julgamento do trono branco e as ressurreições. I - A SEGUNDA VINDA DE CRISTO A segunda vinda de Cristo se constitui em uma das mais importantes doutrinas das Escrituras Sagradas. Tanto o Antigo como o Novo Testamento fazem menção desse advento. A Igreja tem nesse ensino a sua maior esperança. Ela prega, ensina, propaga, ama e aguarda o retorno do seu amado Salvador. Esperança que para ela é viva (1 Pd 1.3), boa (2 Ts 2.16), bem-aventurada e gloriosa (Tt 2.13; Rm 5.2; Cl 1.27). Quanto à volta de Cristo, há unanimidade entre os teólogos que ela acontecerá. Porém, quanto aos aspectos que envolvem essa vinda, são várias correntes de interpretação, cada uma com sua opinião e sua teoria sobre a época em que se dará o arrebatamento da Igreja, em relação à Grande Tribulação. Weverton Realce Weverton Realce Weverton Realce Weverton Realce Weverton Realce Weverton Realce Weverton Realce Weverton Realce Weverton Realce 4 INTRODUÇÃO a Teologia Sistemática 162 1.1 – A realidade da Segunda Vinda de Cristo A Igreja tem consciência da realidade da segunda vinda de Jesus. E sua convicção repousa sobre bases sólidas. A promessa da segunda vinda de Cristo é visível nas páginas das Escrituras Sagradas, conforme: Dn 2.44-46; Zc 14.1-9; Dn 7.13,14; Is 11. 4-6; Nm 24.15-19; Jo 14. 1-3; I Ts 4. 13-18; I Pd 1.9; Jd 14.15 e Ap 3.11; 22.12. A promessa da segunda vinda de Cristo é mencionada no Novo Testamento, aproximadamente 318 vezes. Esse fato é mencionado 8 (oito) vezes a mais, que a primeira vinda. Todo o destaque que é dado a esse acontecimento previsto, torna-se base de convicção para Igreja. Vejamos as declarações que atestam que o Senhor Jesus virá novamente: • As declarações do Senhor Jesus Cristo: O Senhor Jesus declarou diversas vezes e de várias maneiras, que voltaria (João 14:3). Em seus sermões proféticos, ensinos, promessas e parábolas, encontramos essas declarações (Mt 24. 1-14, 24; 25. 14-30; Mc 13. 1-13; Lc 21. 5-36; 25; Ap 3.11; 22.12). Suas declarações são fiéis e verdadeiras e merecedoras de crédito. Weverton Realce Weverton Realce Weverton Realce 5 UNIDADE VII Doutrina das ÚltimasCoisas 163 • A afirmação dos anjos: No momento da ascensão de Jesus, enquanto os discípulos ainda olhavam para cima, apareceram dois seres celestiais afirmando que, o mesmo Jesus que havia sido elevado aos céus, haveria de voltar (At 1. 8,11). As Escrituras registram que os anjos de Deus, participarão de forma efetiva da segunda vinda de Cristo (1 Co 15). • Declaração dos apóstolos: Todos os apóstolos de Jesus escreveram sobre esse assunto. Paulo (1 Co 1.8; 6.14; 1 Ts 4. 15-18; 1 Co 15. 51-54; Fp 3.20,21); Tiago (Tg 5.7,8); Pedro (1 Pd 1.5,7; 2 Pd 3.8-14); João e Judas ( Jo 14.1-3; I Jo 2.28; 3.1-3; Jd 14,15). 1.2 - Os sinais da Segunda Vinda O momento da segunda vinda de Cristo é desconhecido. Ninguém é conhecedor do dia e hora, em que Ele virá. Tentar estabelecer uma data para aquilo que Deus não revelou, é precipitação. Isto é parte integrante dos segredos divinos (At 1.6,7; Dt 29.29). Jesus afirmou que a sua volta seria precedida de muitos e variados sinais e que, nem Ele nem os anjos, sabiam do momento estabelecido pelo seu próprio Pai (Mt 24.36, 42-44; 25.13; Mc 13.32,33; 1 Ts 5.2). Os sinais não Weverton Realce Weverton Realce Weverton Realce Weverton Realce Weverton Realce Weverton Realce Weverton Realce Weverton Realce Weverton Realce Weverton Realce 6 164 INTRODUÇÃO a Teologia Sistemática têm o propósito de revelar a data do retorno de Jesus. Eles se constituem de um solene aviso da parte de Deus, indicando a brevidade daquele glorioso dia para a Igreja. E o desejo do Senhor, é que todos estejam aptos a discerni-los, a fim de não serem apanhados de surpresa naquele dia (Mt 24.3-14). Neste estudo mencionaremos alguns. Sinais nos céus Na relação de sinais que precedem à volta de Jesus, estão os sinais no céu. Assim como Deus fez uso de um fenômeno astronômico para indicar a chegada de seu Filho amado a terra como Salvador, do mesmo modo usará para a segunda vinda. Jesus em seu sermão profético declarou que: “Haverá sinais no sol, na lua e nas estrelas. Corpos celestes serão abalados” (Lc 21.11, 25,26; Mt 24.29; Mc 13.24,25). As comprovações científicas: Com o progresso científico, tem sido possível, através de modernos e potentes instrumentos, como: telescópios, satélites, plataformas especiais etc., visualizar, entender e registrar vários fenômenos astronômicos ocorridos. Dentre eles destacamos: • Queda de um meteorito próximo a Ensishein, Alsácia, em 16 de novembro de 1942. Weverton Realce Weverton Realce Weverton Realce Weverton Realce 7 UNIDADE VII Doutrina das ÚltimasCoisas• Choque de um asteróide, ou um cometa com a terra em 30 de junho de 1908. Em Tunguska, na Sibéria. • Colisão de um cometa com o planeta Júpiter, batizado de Cometa Schoemaker-Levy 9, em 16 de julho de 1994. • A explosão de um corpo celeste que, chocou-se com a terra em 9 de dezembro de 1997, no sul da Groenlândia. Os efeitos na terra: Ricardo L.V. Mascarenhas, em seu livro “Os Últimos Dias” faz a seguinte declaração ao se referir aos efeitos desses sinais sobre a terra: Observe que Jesus não diz que os sinais do céu serão sentidos em toda a terra, muito menos que devastarão todo o planeta. Fala apenas do terror da expectativa. Isto pode significar, por exemplo, a queda dos fragmentos de um cometa ou de um asteróide, que por seus tamanhos, gerariam especulações de grande destruição, mas, por suas composições, ao entrarem na atmosfera terrestre, seriam reduzidos a dimensões que causariam apenas danos limitados, como os maremotos produzidos pelos maiores fragmentos caídos no mar e o escurecimento do sol e da lua pela nuvem de poeira Weverton Realce Weverton Realce Weverton Realce Weverton Realce 8 166 INTRODUÇÃO a Teologia Sistemática produzida pelos impactos dos maiores fragmentos caídos na terra. Estes fragmentos, que poderiam ser dezenas ou centenas, seriam vistos como estrelas cadentes, ou chuva de estrelas. E tudo isto ocorreria em uma área geográfica relativamente limitada. Mas não precisamos nos preocupar com a possibilidade de devastação do planeta, pois qualquer evento astronômico de grande ameaça para a terra não deverá destruí-la antes da vinda de Jesus, pois Ele mesmo nos diz: “Então verão vir o Filho do Homem vindo numa nuvem, com poder e grande glória” (Lc 21.27). E, em Apocalipse, isto fica bem claro: “Vede, ele vem com as nuvens e todo olho o verá... (Ap 1.7). Sinais na terra Terremotos: O Senhor Jesus fez menção de sinais que acontecerão na terra, destacando os terremotos (Mt.24:7). As estatísticas têm comprovado que, o índice de frequência de terremotos, tem aumentado com o passar dos séculos. Os números trazem o seguinte registro: No século X - 32; no século XI - 53; no século XII - 84; no século XIII - 115; no século XIV - 137; no século XV - 174; no século XVI - 253; no século XVII - 378; no século XVIII Weverton Realce Weverton Realce 9 UNIDADE VII Doutrina das ÚltimasCoisas 167 A poluição generalizada, o desmatamento desenfreado e a caça predatória. O relatório da Comissão da ONU de 2007, alerta quanto à necessidade de mudança na postura humana em relação ao planeta. Ele incentiva a ação individual, mostrando que cada pessoa pode ajudar a reduzir as emissões de gases prejudiciais fazendo mudanças no estilo de vida. - 640; no século XIX - 2119; no século XX - 6500 e no século XXI 14127 (magnitude 5.0 a 9.9). Mudanças climáticas: Nestas ultimas décadas, o clima da terra tem sofrido grandes variações. As previsões climáticas quanto ao futuro não são as melhores. Uma pergunta é ouvida em todo o mundo: O que está acontecendo com o clima da terra? A ação visível e irresponsável do homem sobre o meio ambiente é a resposta para esse atual estado de coisas. Paulo, em sua carta aos Romanos afirmou que a criação geme e está juntamente com dores de parto. Isto por causa das agressões que tem sofrido pela ação do homem, dentre elas: Catástrofes naturais: O aquecimento global tem desencadeado uma série de cataclismo (Grande inundação, dilúvio, derrocada; grande desastre social). O desgelo das Weverton Realce Weverton Realce 10 168 INTRODUÇÃO a Teologia Sistemática calotas polares, o aumento do nível dos mares e a sua invasão na costa litorânea, furacões, tornados, enchentes e secas, são algunsdos efeitos catastróficos dessa realidade que está presente em nossos dias. Instabilidade dos Governos: Um fato incontestável, que se constitui de mais um sinal evidente da volta de Jesus, é a instabilidade em que vivem as nações. Ninguém tem certeza quanto à segurança futura. Reinos, impérios, democracias têm sido afetados pela insegurança. Poucos estão satisfeitos com os seus atuais governantes. O mundo clama por soluções urgentes para os seus mais graves problemas e busca uma saída em um líder que venha satisfazer suas expectativas. A instabilidade reinante abre caminho para a ascensão do futuro líder mundial, o Anticristo. Confederação das Nações: Pactos, alianças, acordos têm sido comuns nos dias atuais entre as nações. O alvo dessas nações em unir-se, é abrangente e aponta para vários sentidos, dentre eles os seguintes: • Paz e segurança em seus territórios • Fortalecer as suas economias • Construir um mercado comum entre os países aliados Weverton Realce Weverton Realce Weverton Realce Weverton Realce 169 UNIDADE VII Doutrina das ÚltimasCoisas • Harmonizar as tarifas alfandegárias para facilitar as suas importações e exportações • Abolir progressivamente as fronteiras entre os países membros • Criar entre os países integrantes uma só moeda visando à unidade de suas economias. Nos pactos entre as nações confederadas está à questão da sobrevivência, a adequação das novas realidades tecnológicas e as perspectivas da globalização da economia mundial. Progresso Científico: Em seus vaticínios proféticos, Daniel declarou que a ciência se multiplicaria nos últimos tempos (Dn 12:4; Na 2:4). A geração atual tem sido testemunha ocular do admirável avanço tecnológico. Nas últimas décadas a ciência tem se desenvolvido como nunca na historia da humanidade. Governos têm cada vez mais disponibilizados em seus orçamentos anuais recursos para investimento em pesquisa científica. Tudo isto indica que, estamos vivendo os últimos dias (do grego “Eschatais” “hēmerais”). 11 Weverton Realce Weverton Realce Weverton Realce 12 170 INTRODUÇÃO a Teologia Sistemática Sinais na área social e moral Pestes: Outro sinal previsto por Jesus para os dias que antecederão a sua volta é o das pestilências. Grandes têm sido os desafios da ciência médica para banir da terra esse mal. Equipamentos, vacinas, novos métodos de terapia têm sido criados nessa luta sem trégua contra a humanidade. Doenças infecto-contagiosas como a malária, varíola, febre amarela, hepatite, tuberculose, pestes e tantas outras, têm afligido e ceifado vidas, aos milhares. Guerras: As guerras fazem parte da história das nações e também do conjunto de sinais que antecedem o advento de Cristo. O resultado de um estudo minucioso das guerras determina que, o egoísmo tem sido a raiz de todas elas. O investimento usado com os modernos tipos de armas, usados nas guerras, daria para resolver graves problemas enfrentados pela humanidade. Mortes, mutilações, doenças, destruições e grandes prejuízos têm sido o saldo funesto das guerras (Mt 24.7). Fome: A humanidade, ao longo de sua história, tem sido vitimada pela fome. As mudanças climáticas, as guerras, as pragas na lavoura, a falta de recursos naturais e financeiros, o descasodas grandes potências, têm sido a causa dessa amarga Weverton Realce Weverton Realce Weverton Realce Weverton Nota que causa a morte fatal Weverton Realce 13 UNIDADE VII Doutrina das ÚltimasCoisas 171 experiência vivida pelo ser humano. O sermão profético de Jesus indica que, haverá fomes em vários lugares, precedendo a sua vinda (Mt 24). Tempos trabalhosos: Sabe, porém, isto: que nos últimos dias sobrevirão tempos trabalhosos. Porque haverá homens amantes de si mesmos, avarentos, presunçosos, soberbos, blasfemos, desobedientes a pais e mães, ingratos, profanos, sem afeto natural, irreconciliáveis, caluniadores, incontinentes,cruéis, sem amor para com os bons, traidores, obstinados, orgulhosos, mais amigos dos deleites do que amigos de Deus, tendo aparência de piedade, mas negando a eficácia dela... (2 Tm 3:1-9). Jesus afirmou que os dias antecederiam a sua vinda, seriam semelhantes aos dias de Noé e Ló, onde a indiferença pelas coisas divinas, a incredulidade, a violência, o sensualismo, a exploração dos atrativos femininos, a depravação moral eram característicos daqueles dias. O divórcio e novo casamento, nudismo, adultério, sexo pré- marital, sexo livre, perversões sexuais das mais diversas, aborto são coisas aceitáveis nessa Weverton Realce Weverton Realce Weverton Realce Weverton Realce Weverton Realce Weverton Realce Weverton Realce Weverton Realce Weverton Realce Weverton Realce Weverton Realce Weverton Realce Weverton Realce Weverton Realce Weverton Realce Weverton Realce INTRODUÇÃO a Teologia Sistemática 172 sociedade de hoje, desprovida do conhecimento de Deus e de sua vontade. Ataque a Família - Deus instituiu a família e estabeleceu princípios para o seu desenvolvimento. Cada integrante da família: marido, mulher e filhos têm seu papel bem definido na Palavra de Deus (Ef 5.22-33; 6.1-4). E quando os princípios do Criador não são aplicados, a família corre o risco de ser destruída. Satanás, de forma sistemática econstante tem atacado a família. Seu intento é destruí-la. As estatísticas registram que o número de casamento está diminuindo e o de divorcio está aumentando A família é a unidade básica da sociedade. Sua destruição é a desintegração da sociedade. A história testemunha em seus registros que civilizações sobreviveram ou desapareceram pela condição em quem viviam as famílias. A preservação moral é um dos propósitos do casamento à luz das Escrituras Sagradas. Em seu ataque a família, Satanás tem usado de todos os meios para disseminar conceitos antibíblicos e antifamiliares, visando à destruição dos padrões morais estabelecidos por Deus. 14 Weverton Realce Weverton Realce Weverton Realce Weverton Realce UNIDADE VII Doutrina das ÚltimasCoisas 173 Sinais na vida religiosa Apostasia: A palavra profética prevê apostasias para os últimos dias. Apostasia, grego “apostasia” e de “aphistemi”, que traduzido é “apartar”. Portanto, apostasia significa: retirada, abandono, renegação; afastar-se da religião ou daquilo a que antes se estava ligado. A apostasia é o abandono da fé cristã. Ela ocorre dentro da Igreja de Cristo, na vida daqueles que tiveram uma verdadeira experiência com Cristo e por falta de vigilância e conhecimento aprofundado da Palavra de Deus, foram levados por ensinos transmitidos por falsos mestres inspirados por demônios. A apostasia acontece quando rejeitamos os ensinamentos originais de Cristo. Somos exortados a crescer na graça e no conhecimento de Jesus Cristo, para que não sejamos enganados por qualquer vento de doutrina e cheguemos à apostasia. Maso Espírito expressamente diz que nos últimos tempos apostatarão alguns da fé, dando ouvidos a espíritos enganadores, e a doutrinas de demônios; pela hipocrisia de homens que falam mentiras, tendo cauterizada a sua própria consciência; proibindo o casamento, e ordenando aabstinência dos alimentos 15 Weverton Realce Weverton Realce Weverton Realce Weverton Realce Weverton Realce Weverton Realce Weverton Realce Weverton Realce Weverton Realce Weverton Realce Weverton Realce 174 INTRODUÇÃO a Teologia Sistemática que Deus criou para os fiéis, e para os que conhecem a verdade, afim de usarem deles com ações de graças. (1 Tm 4:1-4). Falsos Cristos: Outro sinal antecedente ao retorno de Cristo é a aparição de falsos cristos. Essa previsão, tem tido um fiel cumprimento nesta época, em que estamos vivendo. Em várias partes do mundo desde o inicio da era cristã, têm surgido homens intitulando-se Cristo, conforme a previsão feita por nosso Senhor Jesus Cristo. Falsos Profetas (Líderes, Mestres): O surgimento dos falsos profetas e mestres para os últimos tempos (do grego “Hysterois” “Kairois”) é uma realidade em nossos dias. Esses falsos líderes têm aparência de piedade, negando a eficácia dela em suas vidas com as más obras. À luz dos registros bíblicos eles são cruéis, hipócritas, mentirosos, gananciosos e buscam seus próprios interesses. E introduzindo no meio do povo de Deus suas heresias, tem desviado a muitos da verdade genuína do Evangelho. A recomendação de Jesus, é que se tenha cuidado com os tais. 16 Weverton Realce Weverton Realce Weverton Realce Weverton Realce UNIDADE VII Doutrina das ÚltimasCoisas 175 Despertamento religioso: E nos últimos dias acontecerá, diz Deus, que do meu Espírito derramarei sobre toda a carne. Esta é a promessa divina para os dias que antecedem o retorno de Jesus, para levar os seus escolhidos que aqui na terra vivem nesta esperança. Enquanto Satanás tem atacado a Igreja de diversas maneiras, levando a muitos a uma vida de religiosidade conformada, indiferença quanto às coisas de Deus, mornidão espiritual, negação da fé, Deus está levantando um exército poderoso de pessoas em toda a terra, revestida de seu Espírito para a realização da grande e final colheita de almas que precederá ao arrebatamento da Igreja. O Espírito Santo, de um modo glorioso, tem atuado na igreja nestes últimos dias, promovendo despertamento quanto a uma vida de compromisso com Deus e a sua Palavra. Manifestando com a concessão e a operação de dons sobrenaturais, separando, preparando e enviado obreiros, dispostos aos grandes desafios da evangelização mundial. Sinais na história de Israel: Todos os sinais mencionados neste trabalho, previsto para os dias antecedentes à segunda volta de Jesus, de alguma forma ou maneira já se cumpriram em alguma época da história. Baseados neles, alguns, até chegaram à precipitação de determinarem data da vinda de Jesus. Porem, o sinal da historia de Israel é inconfundível, 17 Weverton Realce Weverton Realce Weverton Realce INTRODUÇÃO a Teologia Sistemática 176 preciso e determinante. Israel é o grande sinal de Deus para toda humanidade. Os olhos de Deus estão voltados para a vida deste povo. O plano divino para com a humanidade está, diretamente, ligado a essa gente. A dispersão: A nação de Israel é descendente de Abraão. Estando ele em Ur dos Caldeus, na Mesopotânia, Deus lhe apareceu e o chamou para a mais sublime das missões de trazer ao mundo o Messias, o redentor dos povos, através de sua descendência. A chamada divina incluía várias promessas e obrigações. Dentre elas de uma terra e a formação de uma grande nação. Na terra prometida, a descendência de Abraão como nação, se observasse atentamente os mandamentos do Senhor e aos seus preceitos, seria abençoada, próspera, vitoriosa e cabeça entre as nações. Caso contrário, seria amaldiçoada e desterrada entre as nações do mundo. Por não cumprir na sua totalidade, mas em parte, com o propósito pela qual foi criada como nação, a descendência de Abraão foi, por diversas vezes, ao longo de sua história, dispersa. A pior delas se deu no ano 70 da nossa era, quando o general Tito invadiu Jerusalém, destruindo a cidade, inclusive o Templo, conforme Jesus predisse em seu sermão escatológico no monte das Oliveiras. 18 Weverton Realce Weverton Realce Weverton Realce Weverton Realce Weverton Realce Weverton Realce 19 UNIDADE VII Doutrina das ÚltimasCoisas 177 O retorno: A história desse povo registra o quanto ele tem sofrido durante a sua existência, por sua desobediência e rejeição ao Messias, o seu descendente. O castigo que os judeus pediram diantede Pilatos no julgamento de Jesus, dizendo: “O seu sangue caia sobre nós e os nossos filhos” (Mt 27.25), tem se cumprido em sua caminhada histórica. Nenhum povo tem vivenciado em sua história, tantas perseguições e atrocidades como o Judeu. Exílios, torturas, martírios, maus tratos, tentativas de extermínio em massa e tantas outras coisas; são marcas que este povo traz em sua história. Só um milagre justifica a sobrevivência dos descendentes do patriarca Abraão, quando muitos chegaram a acreditar em sua extinção. Da forma como Deus afirmou que, este povo seria disperso entre as nações, garantiu também sob aliança que ele voltaria a ocupar o seu território e seria restaurado como nação. Em meados do século XVIII, começaram os primeiros indícios do cumprimento dessa profecia, por intermédio de um rabino ortodoxo de uma pequena comunidade próxima a Belgrado, na atual Iugoslávia,defendendo o retorno dos Judeus a sua terra. Em 1896, o jornalista Theodor Hergl, em uma de suas publicações, defendeu a criação de um estado judeu na Palestina. Em 1917, a Grã-Bretanha emitiu uma declaração em favor da criação de uma nação judia na Palestina, conhecida como a “Declaração de Belfour”. Em 14 de maio de 1948, Weverton Realce Weverton Realce Weverton Realce 20 178 INTRODUÇÃO a Teologia Sistemática o sonho dos judeus se tornou uma realidade. O Congresso Provisório do Estado Judeu proclamou o estabelecimento do Estado Judeu, com a participação do brasileiro Osvaldo Aranha, com o seu voto decisivo em favor de Israel. A palavra profética é fiel e verdadeira. A restauração: O retorno de Israel ao seu território é na atualidade o grande sinal da brevidade da vinda de Jesus. A rejeição divina para com os descendentes de Abraão foi temporária e parcial. A existência desse povo é motivada pelos propósitos divinos, que existem para com ele na terra. Deus prometeu restaurar a sorte dessa gente, que Ele na sua soberania, elegeu. A restauração de acordo com a palavra profética ocorreria em etapas: restauração nacional, moral e espiritual. A restauração do povo Judeu teve o seu início, a nacional já aconteceu e prosseguirá até a sua totalidade no reino de Cristo na terra. 1.3 - As fases da Segunda Vinda de Cristo A segunda vinda de Cristo é mencionada como um só evento; porém, o mesmo se manifestará em duas fases. Uma leitura superficial das passagens bíblicas alusivas à segunda vinda de Cristo sem um estudo aprofundado, traz a Weverton Realce Weverton Realce Weverton Realce Weverton Realce Weverton Realce Weverton Realce 21 UNIDADE VII Doutrina das ÚltimasCoisas 179 impressão que há contradições nos escritos. Um texto afirma que Jesus descerá do céu e a sua igreja encontrará com Elenos ares (1 Tessalonicenses 4:15-17). Outro assegura que, quando Ele vier, os seus pés estarão sobre o monte das Oliveiras. Em outra passagem é afirmado que Ele virá num abrir e fechar de olhos. Noutra é dito que quando Ele voltar todo olho verá ( Zc 14:9; Ap 19:11; 20:1-5). Como entender estas e outras aparentes discrepâncias nos textos correlatos? Não existe, nos textos bíblicos relacionados à segunda vinda de Cristo, nenhuma contradição. A harmonia entre eles é encontrada, quando se visualiza duas etapas desse grandioso evento. A análise aprofundada sobre os registros bíblicos da segunda vinda de Jesus, indica não somente a existência das duas fases, mas a distinção clara entre elas. O quadro abaixo traz essas diferenças. 1ª FASE 2ª FASE É o arrebatamento ou rapto - fim da dispensação da graça (ICo15 e I Ts 4) É a volta triunfal, a revelação ou manifestação pessoal; em grego, a “parousia” (Zc.12:9,10; Ap.1:7;19:11-21). Virá para os seus Virá com os seus Será invisível Será visível Weverton Realce Weverton Realce Weverton Realce Weverton Realce Weverton Realce Weverton Realce Weverton Realce 22 INTRODUÇÃO a Teologia Sistemática Virá até as nuvens Virá e pisará na terra Será antes da Grande Tribulação Será o evento que porá um fim na “Grande Tribulação e ao reinado do Anticristo, na conhecida batalha do Armagedom”. Os incrédulos serão deixados Os incrédulos serão destruídos Virá com surpreendente alegria Virá com profunda lamentação II - O ARREBATAMENTO DA IGREJA 2.1- O significado do arrebatamento O arrebatamento se constitui no maior anelo da Igreja de Jesus. Momento em que ela aguarda em santidade e vigilância, sabendo que será transladada a estar para sempre com o seu Senhor e Salvador; onde não haverá mais morte, nem pranto, nem clamor, nem dor, porque tudo será novo. A palavra “arrebatamento” vem do latim “raptus” e significa“levado rapidamente e com força” (“retirada repentina”,“rápido”, “de improviso”) traduzido do grego “harpazō”(“agarrar”, “apanhar”). Na LXX (septuaginta) tem o significado de Weverton Realce Weverton Realce Weverton Realce Weverton Realce Weverton Realce Weverton Realce Weverton Realce Weverton Realce Weverton Realce 23 UNIDADE VII Doutrina das ÚltimasCoisas 181 8. DAVIS, John D., Dicionári da Bíblia. JUERP, 1984. 8 “arrebatamento”, ser levado embora. Em 1 Tessalonicenses 4.17, o apóstolo Paulo diz que, os crentes serão “arrebatados” e se encontrarão com o Senhor nos ares. Este acontecimento será marcado pela retirada da igreja da face da terra, instante em que terminará também a dispensação da graça. 2.2 - Correntes teóricas de interpretação do arrebatamento Existem algumas correntes teóricas de interpretação quanto à época em que se dará o arrebatamento da Igreja, em relação à Grande Tribulação, que ocorrerá na terra, prevista na palavra profética. Vejamos: Os Pós-tribulacionistas: Os teóricos desta doutrina afirmam que, a Igreja passará pela Grande Tribulação, e só será arrebatada após esse período, por ocasião da segunda vinda de Cristo. Uma das razões em que os defensores desta doutrina baseiam sua afirmativa é a de que em Apocalipse, nos capítulos 4 ao18, que descrevem o período da tribulação, em nenhum lugar é mencionado que a igreja está no céu. Mas, cremos que a igreja não passará pela Grande Tribulação. Ela será arrebatada antes da aflição que se abaterá sobre a terra (conforme: Ap.3:10; Weverton Realce Weverton Realce Weverton Realce Weverton Realce Weverton Realce Weverton Realce Weverton Realce Weverton Realce Weverton Realce Weverton Realce Weverton Realce Weverton Realce 24 182 INTRODUÇÃO a Teologia Sistemática 9. PENTECOST J.Dwight, Manualde Escatologia, p231. São Paulo: Editora Vida (1998) Rm.5:9; 1Ts.1:10;5:9). E em Apocalipse 21, João descreve a Igreja como a esposa do Cordeiro, indicando que ela foi levada para encontrar-se com Cristo, antes da Grande Tribulação. Os Midi-tribulacionistas ou Mesotribulacionistas: Baseados em Daniel 9.27 e em Mateus 24.1-14, os defensores desta doutrina asseguram que o arrebatamento da Igreja acontecerá na metade da Grande Tribulação. De acordo com essa linha de entendimento o evento ocorrerá na metade da semana, a Grande Tribulação, quando o pacto com o príncipe que há de vir, o Anticristo, for quebrado. E que essa primeira metade da semana corresponde ao principio das dores previsto por Jesus no seu sermão profético de Mateus. O Dr. Pentecost comenta: De acordo com essa interpretação, a igreja será arrebatada ao final da primeira metade (três anos e meio) da septuagésima semana de Daniel. A igreja suportará os acontecimentos da primeira metade da tribulação, que, segundo os mesotribulacionistas, não são manifestações da ira de Deus. Ela será Weverton Realce Weverton Realce Weverton Realce Weverton Realce Weverton Realce Weverton Realce Weverton Realce25 UNIDADE VII Doutrina das ÚltimasCoisas 183 transladada, todavia, antes que comece a segunda metade da semana, que, segundo essa teoria, contém todo o derramamento da ira de Deus. Afirma-se que o arrebatamento ocorrerá junto com o soar da última trombeta e a ascensão das duas testemunhas de Apocalipse 11. Os Pré-tribulacionistas: Na interpretação desta escola, a igreja não passará pela Grande Tribulação. Ela será arrebatada antes da aflição que se abaterá sobre a terra (Ap.3:10; Rm.5:9; ITs.1:10;5:9). Essa corrente de interpretação é que a mais se harmoniza com os relatos bíblicos existentes sobre o assunto. Este trabalho versa sobre o ensino desses intérpretes. Algumas razões pelas quais acreditamos que a igreja não passará pela Grande Tribulação: As revelações do Apocalipse: Ao falar sobre a Grande Tribulação, o livro de Apocalipse, não faz menção da participação da igreja. Ela está presente nos capítulos 1 a 3. Do capítulo 4 em diante, que trata das coisas que vão acontecer, inclusive a Grande Tribulação citada nos capítulos 6 ao 18, ela não é mencionada, reaparecendo somente no capítulo 19 e nos versículos 7 a 9 e 14, participando das Bodas do Cordeiro, para Weverton Realce Weverton Realce Weverton Realce Weverton Realce Weverton Realce Weverton Realce Weverton Realce Weverton Realce Weverton Realce Weverton Realce Weverton Realce Weverton Realce Weverton Realce 26 184 INTRODUÇÃO a Teologia Sistemática logo após, descer para reinar com Cristo. As declarações e analogias de Jesus: As declarações, promessas e analogias de Jesus, deixam claro que a Igreja será livre da Grande Tribulação. O missionário N. Lawrence Olson, comentando sobre o assunto, escreveu em seu livro, “O Plano Divino Através dos Séculos” o seguinte: O ensino de Jesus em Lucas 21.25-36, deixa bem claro que o destino de sua Igreja é escapar do castigo que o mundo sofrerá. No versículo 28 diz: “Ora, quando estas coisas (os sinais no sol, na lua, e nas estrelas, a angústia entre as nações, a perplexidade, o terror etc.) começarem a acontecer, levantai a vossa cabeça, porque a vossa redenção está próxima” Esta “redenção” refere- se à “redenção do corpo” mencionada em Romanos 8.22,23, que é a transladação do crente no momento do arrebatamento. Em Lucas 17.26-30, Jesus fez a analogia entre os dias de Noé no tempo do Dilúvio e os dias de Ló, quando Deus subverteu as cidades de Sodoma e Gomorra. Esses juízos não aconteceram enquanto os servos de Deus não estivessem em lugar seguro. A Promessa a Igreja em Filadélfia Weverton Realce Weverton Realce 27 185 “Como guardaste a palavra da minha paciência, também te guardarei da hora da tentação que há de vir sobre todo o mundo, para tentar os que habitam na terra” (Ap 3.10). A expressão “ hora da provação”, da qual a igreja será guardada, a nosso ver, só pode ser a Grande Tribulação, pois tratar-se de algo de âmbito internacional. O ensino de Paulo: A Grande Tribulação compreende um tempo de aflição como nunca antes registrado. A ira de Deus será derramada sobre a terra, sem medida. Jesus afirmou que se aqueles dias não fossem limitados, haveria uma extinção da raça humana. Nos ensinos de Paulo a Igreja não é destinada para os juízos descritos no Apocalipse. O Alvo da Tribulação: De acordo com a palavra profética, a Grande Tribulação atingirá todo o mundo; porém, o alvo principal é a nação de Israel. Nesse período Deus estará tratando com o seu povo, para depois restaurá-lo para sempre. 2.3 - As características do arrebatamento Os relatos bíblicos sobre o arrebatamento apresentam várias características que marcarão esse momento: 1. O Weverton Realce Weverton Realce Weverton Realce Weverton Realce Weverton Realce Weverton Realce 28 INTRODUÇÃO a Teologia Sistemática 186 arrebatamento da Igreja ocorrerá de forma inesperada. Jesus afirmou que será de surpresa como a ação do ladrão. Numa hora em que ninguém estiver esperando. 2. Ocorrerá de uma forma muito rápida. O relato bíblico sobre o evento compara a rapidez do momento a um abrir e fechar de olhos e ao reluzir do relâmpago (1Co 15.53; Mt 24.27). 3. Não será visível aos olhos humanos. A rapidez com que ele se dará não permitirá a sua visibilidade, na Revelação Pessoal, isto é, na segunda fase, todo o olho verá o Senhor descendo sobre o monte das Oliveiras de onde ascendeu ao céu. 4. Causará uma separação entre os que serão e os que não serão arrebatados. Só aqueles que estiverem em legítima comunhão com o Senhor Jesus serão arrebatados. O desaparecimento das pessoas e a separação que o arrebatamento causará na terra; levará muitos ao desespero e anunciará a realidade deste grandioso acontecimento (Mt 24.40,41). Os participantes do arrebatamento: Os relatos de Paulo indicam que o arrebatamento da Igreja envolverá o céu, a terra e os ares, e descreve aqueles que tomarão parte do momento desse evento: 1. O Próprio Jesus é o principal personagem do arrebatamento. O mesmo Senhor que morreu, Weverton Realce Weverton Realce Weverton Realce Weverton Realce Weverton Realce Weverton Realce Weverton Realce Weverton Realce Weverton Realce Weverton Realce 29 UNIDADE VII Doutrina das ÚltimasCoisas 187 ressuscitou e que subiu ao céu, cumprindo as suas promessas, voltará para os seus. 2. Os anjos que tiveram participação ativa na primeira vinda de Cristo, no segundo advento também tomarão parte. O arrebatamento se dará sob a voz do chamamento e do comando do arcanjo. 3. Todos aqueles que morreram em Cristo serão ressuscitados. Num momento, num abrir e fechar de olhos, aos ressoar da última trombeta. Esta é a primeira ressurreição e conforme o Apocalipse, feliz aquele que faz parte dela. O arrebatamento ocorrerá para aqueles que estão aguardando esse momento e estão vivendo em conformidade com a verdade do Evangelho. Nos escritos de Paulo sobre o arrebatamento, ele declarou que os vivos não precederão aos mortos. Em Cristo, os mortos ressuscitarão primeiro e depois os que estiverem vivos serão transformados e juntamente com eles encontrarão com o Senhor nos ares. Os propósitos do arrebatamento: Em cada uma das etapas da segunda vinda de Cristo haverá propósitos específicos. No arrebatamento são encontrados os seguintes: Weverton Realce Weverton Realce Weverton Realce Weverton Realce Weverton Realce 30 188 INTRODUÇÃO a Teologia Sistemática • Levar a igreja para junto de si: (1 Co 6.20; Ap 5.9; Jo 17.14-16; 14.1-3; Jo 3.1-3; I Ts 4.17). • Consumar a salvação do crente: (Rm 8.23; 13.11; 2 Pd 1.5). • Julgar e recompensar a todos: (Mt 13.30, 40-43; 16.27; 2 Co 5.10; 2 Ts 1.7-10). • Introduzir a Igreja nas Bodas do Cordeiro: A união eterna de Cristo com a Igreja é comparada a um casamento. E essa união se dará com o arrebatamento. A Igreja, a noiva, após seu encontro nos ares com Cristo, o noivo, será julgada e em seguida introduzida nas Bodas do Cordeiro, para depois, retornar à terra, juntamente com Ele, para reinar. • Livrar seus escolhidos da Grande Tribulação: (Mt 24.21, 22; 1 Ts 1.10; 5.9,10; Ap 3.10). 2.4 - O Tribunal de Cristo O Tribunal de Cristo é um dos sete julgamentos registrados nas Escrituras Sagradas. O apóstolo Paulo ao fazer menção dele empregou a palavra grega “BEMA”, vocábulo utilizado para descrever o tribunal em que os atletas da antiga Grécia eram submetidos a um julgamento, perante o juiz da arena, após a participação dos jogos, corridas e outras provas 31 UNIDADE VII Doutrina das ÚltimasCoisas 189desportivas, para serem recompensados pelas suas conquistas. Esse julgamento não é condenatório, mas de recompensas pelo bem ou mal que tiver sido feito por meio do corpo (2 Co 5.10) A Convocação ao Tribunal Porque todos devemos comparecer ante o Tribunal de Cristo. Quem são os envolvidos nesse julgamento? Onde e quando se dará? O Tribunal de Cristo é um julgamento exclusivo aos salvos em Cristo. Não se trata de julgar os pecados cometidos, eles já foram perdoados no ato da conversão. Para quem está em Cristo não há mais nenhuma condenação. Os salvos serão convocados para serem recompensados. O juiz designado é o próprio Cristo. Por isso o julgamento é denominado de Tribunal de Cristo. O Senhor Jesus recebeu do Pai todo o juízo e nessa autoridade ele avaliará e manifestará a obra de cada um (Jo 5.22). Diante dele todas as coisas estarão a descoberto. Está evidenciado no estudo da segunda vinda de Cristo que, o julgamento do Tribunal de Cristo, se dará em algum momento após o arrebatamento da Igreja, quando ocorrerá a primeira ressurreição (Ap 22.12; Lc 14.14; I Co 4.5). INTRODUÇÃO a Teologia Sistemática 190 Os intérpretes da escatologia bíblica são unânimes em afirmar, que o Tribunal de Cristo ocorrerá após o arrebatamento da Igreja. Quanto ao lugar, as opiniões se dividem. Uns afirmam que acontecerá nos ares, outros no céu. Neste estudo, admitir-se-á como lugar do julgamento, os ares. O pastor Mario Sergio Pompeu, em seu artigo, O Arrebatamento da Igreja e a Cronologia do Fim, declarou: Existem muitas divergências entre os comentaristas quanto ao local exato do Tribunal de Cristo. Acredito que será na porta e nos ares. Onde me baseio na Bíblia? Na antiguidade os juízes e anciãos de uma nação costumavam julgar seus súditos e suas causas na“porta da cidade” (Gn 19.1,9; 1 Sm 4. 13,18; 2Sm 15.2). Boaz, chamado o remidor, e mais dez testemunhas da cidade de Belém, julgaram a causa de Rute, a moabita, na “porta da cidade” de Belém (Rt 4.1,2) E ali, diante desse tribunal, ela recebeu “... o galardão do Senhor Deus de Israel” (Rt 2.12). 32 191 33 UNIDADE VII Doutrina das ÚltimasCoisas A Avaliação No Tribunal Obras Praticadas: A obra decada um será avaliada naquele dia. O fogo será o elemento usado para provar a qualidade de cada obra praticada. Essas obras são, figuradamente, comparadas pelo apostolo Paulo por seis tipos de materiais: ouro, prata, pedras preciosas, madeira, feno e palha. Os três primeiros são resistentes ao fogo, os demais são perecíveis. As obras resistentes ao fogo e simbolizadas ao ouro, prata e pedras preciosas são aquelas que são realizadas de boa vontade, qualidade e para glória de Deus. As perecíveis representadas por madeira, feno e palha são aquelas praticadas para benefício próprio, autopromoção e de maneira relaxada. À luz da revelação Paulina, só as obras que resistirem ao fogo, serão galardoadas. Tratamento Mútuo: A forma de tratamento usado por cada um em relação ao seu próximo será também alvo de avaliação, principalmente para com os irmãos na fé. Tudo o que for feito ao próximo, seja por ação, palavra e até omissão, será julgado. O mandamento de Jesus é que tudo quanto queremos que os outros nos façam, façamos a eles também (Mt 7.12; 10.42; 22.37-39; Gl 6.9,10) 34 INTRODUÇÃO a Teologia Sistemática 192 Mordomia: Como administradores de bens que não lhes pertence, o cristão será julgado pela maneira como exerceu a sua função. O que fez de seu tempo, do seu potencial, dosseus talentos, das oportunidades recebidas, das responsabilidades confiadas e de tantas outras coisas pertinentes a sua mordomia? A fidelidade do crente como mordomo do Senhor será o grande diferencial naquele dia. Diante dessa realidade cada um deve analisar como está sendo o seu viver, diante daquele com quem vai tratar. Perseverança Frente à Tribulação e Perseguição Tribulação e perseguição fazem parte da vida daqueles que procuram viver de acordo com os preceitos divinos. Enganam-se aqueles, que imaginam que a vida cristã, é apenas de vitória e descanso. A revelação bíblica aponta para uma outra realidade, afirmando que haverá tais experiências na carreira dos seguidores de Jesus. Porem, todos que forem fiéis e perseverantes até mesmo a morte, receberão galardão. 35 UNIDADE VII Doutrina das ÚltimasCoisas 193 10 10. Autor das Notas e Estudos da Bíblia de Estudo Pentecostal, CPAD, 2002). O Veredicto Do Tribunal Ninguém será condenado nesse Tribunal, todos serão absolvidos. O julgamento diz respeito à qualidade das obras e não ao praticante das obras. O texto bíblico mais completo sobre o Tribunal de Cristo assegura que o fogo divino vai provar a obra de cada um. Se a obra de alguém se queimar, sofrerá detrimento, mas o tal será salvo. O alvo maior desse Tribunal é recompensar aqueles que foram fiéis, diligentes, responsáveis e perseverantes até o fim, no exercício de sua mordomia. O galardão a ser recebido é possibilitado por um ato de soberania, bondade, justiça e fidelidade divina e não por méritos pessoais alcançados. O Tribunal de Cristo é um julgamento exclusivo daqueles que foram arrebatados. Porém, nem todos serão galardoados, apesar de pertencerem ao número dos salvos. O teólogo Donald C. Stamps , escreveu: “Nesse juízo, há possibilidade do crente, embora salvo, sofrer uma grande perda” (grego “zemioō”, que significa “sofrer perda ou dano”). O crente negligente corre o perigo de sofrer perda, a saber: 36 INTRODUÇÃO a Teologia Sistemática 194 1. sentimento de vergonha na vinda de Cristo (2 Tm 2.15; I Jo 2.28); 2. perda do trabalho que fez para Deus na sua vida (1 Co 3.12-15); 3. perda de glória e de honra diante de Deus (Rm 2.70; 4. perda de oportunidade de servir e de autoridade no céu (Mt 25.14-30); 5. posição inferior no céu (Mt 5.19; 19.30); 6. perda de galardão (I Co 3.14,15); e 7. retribuição por injustiça cometida contra o próximo (Cl 3.24,25). Esses textos bíblicos devem gravar em nossa mente a necessidade de uma dedicação total, inclusive fidelidade e abnegação no serviço de nosso Senhor (conforme, Rm 12.1,2; Fp 2.12; 4.3). Variedades De Recompensas São mencionadas nas Escrituras, recompensas variadas para aqueles que forem aprovados no julgamento do Tribunal de Cristo. Dentre essas recompensas está destacado neste estudo as seguintes: 37 UNIDADE VII Doutrina das ÚltimasCoisas 195 • Privilégios e responsabilidades (Mt 25. 14-30) • Posição de destaque (Mt 5.19; 19.30) • Recompensas • Recebimento de coroas 1. Coroa Incorruptível: (1 Cor. 9:25-27) - para quem vence a carne; 2. Coroa de Justiça: (2 Tim. 4:8) - para aqueles que amam a Sua vinda; 3. Coroa da Vida: (Tiago 1:12) - para aqueles que suportam as provações por amor do Senhor; 4. Coroa da Glória: (1 Ped. 5:4) - para aqueles que cuidarem fielmente do rebanho (vs. 1-3). 2.5 - As Bodas do Cordeiro A figura do casamento é usada várias vezes nas Escrituras Sagradas para expressar a relação de Deus com o seu povo. Deus no antigo Testamento é apresentado como marido e o Seu povo como mulher (Is 54.5,6; Ez 16; Os 2 e 3). No Novo Testamento Cristo é identificado como noivo e a sua Igreja como a noiva (Mt 9.15; 25.1-13; 2 Co 11.21) 196 INTRODUÇÃO a Teologia Sistemática O vocábulo “bodas” vem do latim “vota” e significa “votos”, em alusão aos votos matrimoniais por ocasião do casamento. O termo Bodas aqui é usado no plural porque, conforme a celebração da festa de casamento judaico durava de sete a quatorze dias (Jz 14.12) As Bodas do Cordeiro é a celebração da união eterna de Cristo com a sua amada Igreja. E também,o cumprimento de suas palavras, na instituição da Ceia, quando afirmou que cearia com eles na casa do Pai (Mt 26.29). O Anúncio das Bodas: O apostolo João ouviu no céu o anuncio da chegada das Bodas do Cordeiro. Quem é este Cordeiro e quem será a sua noiva? O Cordeiro é o nosso amado e Salvador Jesus Cristo. Ele é apresentado no Novo Testamento e em especial no livro do apocalipse como o Cordeiro. Profetizado e prefigurado na Páscoa dos Judeus no Antigo Testamento. O Cordeiro imaculado (1 Pd 1.19), que foi morto (Ap 5.6,12), que tira o pecado do mundo (Jo 1.29), e é vitorioso (Ap 17.14). A noiva do Cordeiro é a Igreja, a sua amada, pela qual pagou um alto preço; a fim de tê-la, para sempre ao seu lado (2 Co 11.2; Rm 7.4; Ef 5.24-27,31,32) 38 UNIDADE VII Doutrina das ÚltimasCoisas 197 Os Atavios da Noiva: Gloriosa, pura, perfeita é a noiva do Cordeiro e foi vista na perspectiva celestial pronta e preparada para o momento nupcial. Suas vestes eram de linho fino, pura e resplandecente (Ef 5.25-27; Ap 19.8). O linho é o símbolo dos atos de justiça. As vestes da noiva, que antes estavam manchadas pelo pecado, agora embranquecidas mediante o precioso sangue de Cristo (1 Pd 1.19; I Jo 1.9; Ap 7.14). O Lugar das Bodas: Quanto ao lugar em que acontecerá as Bodas, a visão de João é clara e não deixa dúvidas, ela acontecerá no céu. A análise do capitulo 19 do Apocalipse, revela que a noiva do Cordeiro, isto é, a Igreja, está no céu já preparada para as Bodas, antes da segunda vinda de Cristo (Ap 19.1,7,8,11-15). A Ocasião das Bodas: Se dará após o Julgamento do Tribunal (2 Co 5.10; Rm 14.10). Durante a Grande Tribulação: As Bodas do Cordeiro terá lugar entre o Arrebatamento da Igreja e a Revelação Pessoal de Jesus, período correspondente a Grande Tribulação. Enquanto ela estiver no céu ao lado de Jesus desfrutando das benesses preparadas, o mundo estará sofrendo os horrores da Tribulação. O fato de as Bodas ocorrerem nesse espaço de 39 198 INTRODUÇÃO a Teologia Sistemática tempo, não significa que ela durará três anos e meio ou sete anos. Isto não significa que as Bodas do Cordeiro durarão três anos e meio ou sete anos, pois o mundo espiritual é atemporal, ou seja, não está sujeito ao tempo do mundo físico. No âmbito espiritual, o tempo é sempre presente. Não existe, portanto, seqüência de passado, presente e futuro (Ec 3.14-15). As ações são consumadas em uma dimensão eterna ou infinita. Por isso, para todos os que forem arrebatados, jamais haverá a sensação de que se passaram apenas alguns meses entre o arrebatamento e a ceia das Bodas do Cordeiro. Antes da Vinda Pessoal de Jesus para por fim a Grande Tribulação e implantar na terra o seu reino milenar (Ap 19.8,14). 2.6 - Os Participantes das Bodas Há nos Evangelhos registro da realização de uma festa de bodas (Mt 22.1-14; Lc 14. 16-24; Mt 25.1-13). As aqui mencionadas não são as mesmas do Apocalipse (Ap 19.6,70. A dos Evangelhos está relacionada a nação de Israel, enquanto que a de Apocalipse, a Igreja. As bodas de Israel acontece na terra e a da Igreja no céu. 40 199 UNIDADE VII Doutrina das ÚltimasCoisas Os participantes serão: Jesus e a Igreja, os anjos, os santos do Antigo Testamento (Jo 3.23). Para alguns autores os mártires da Grande Tribulação também serão participantes das Bodas - Aqueles que morrerão durante a Grande Tribulação por não aceitarem a besta nem o seu sinal e não adoraram a sua imagem; estarão, também, fazendo parte dos convidados para a Ceia das Bodas do Cordeiro, os quais serão apascentados pelo Cordeiro e nunca mais terão fome, nem sede, nem sol, nem calma alguma cairá sobre eles (Ap 7.14-17; 14.13-16; 15.2; 20.4). Sobre este assunto, o pastor Sergio Ap. Guimarães, autor do Livro Pentateuco da Coleção Teologia, LDEL, 2008, comenta: Penso que os mártires da Grande Tribulação não tomarão parte nas Bodas do Cordeiro, pois haverá morte de pessoas durante todo o período da Grande Tribulação, e neste tempo se realizara o Tribunal de Cristo e as Bodas do Cordeiro; as Bodas é reservada somente para a Igreja (compreendendo os santos do Novo e Antigo Testamento). 41 42 INTRODUÇÃO a Teologia Sistemática 200 III - A GRANDE TRIBULAÇÃO O estudo da Palavra Profética indica que haverá um tempo de grande aflição que se abaterá sobre a terra. Aflição como nunca houve desde a fundação do mundo. O registro desse período é encontrado tanto nas páginas do Antigo como no Novo Testamento. O livro do Apocalipse é o que mais informação traz, sobre o acontecimento. 3.1 - A Predição da Tribulação A Grande Tribulação é descrita nas Escrituras com vários nomes. Esses nomes aplicados a Tribulação expressam o caráter desse tempo. Eis alguns desses nomes: • Grande Tribulação (Mt 24.210) • Grande angustia (Dn 12.1) • Angustia de Jacó (Jr 30.7) • Dia de vingança (Is 63.4) • Dia da Provação (Ap 3.10) • Dia de Deus (I Ts 1.10; 5.9) • Dia do Senhor (Is 2.10-22; Jl 1.15;2.1;3.14; Am 5.18-20) • Dia do Furor (Sf 1.15-18; I Ts 1.10;5.9). 43 UNIDADE VII Doutrina das ÚltimasCoisas 201 As Visões Proféticas Esse período de aflição que envolverá o mundo foi revelado a vários profetas do Senhor no passado. A Visão de Jeremias: O profeta viu a nação Israelita sendo liberta do jugo das nações, mas antes que isso acontecesse, passou por um período de angustia (Jr 30. 4-9) A Visão de Ezequiel: Ezequiel teve a mesma visão que Jeremias. Israel retorna do cativeiro, depois de ter passado pelo cajado do Senhor e ser refinado pelo fogo. Um remanescente fiel voltará à sua terra e não mais profanará o nome de Deus por desobediência ou idolatria. Esse grupo de fieis desfrutará das bênçãos do novo conserto. (Ez 20. 34-44) A Visão de Daniel: Em sua visão, o profeta Daniel, viu Miguel, o grande príncipe do Senhor, pelejando a favor de Israel; libertando os fiéis de um tempo de angústia, qual nunca houve, desde que houve nação, até aquele tempo (Dn 12.1). As Descrições Proféticas de Jesus O Senhor Jesus foi quem mais trouxe luz sobre o assunto. Em seu sermão escatológico do capítulo 24 de Mateus, trouxe 44 INTRODUÇÃO a Teologia Sistemática 202 uma síntese dos acontecimentos que envolverão esse tempo de ira e vingança divina. Porém, no livro de Apocalipse, Ele revelou em detalhes tudo aquilo que ocorrerá nesse período. Dos vinte e dois capítulos que contem o livro, doze estão destinados ao assunto do sexto ao décimo oitavo. 3.2 - As Características Da Tribulação Será Grande: O mundo tem sido cenário de grandes aflições. Ao longo dos séculos, a humanidade tem sido afligida por guerras, fomes, epidemias, doenças, inundações, terremotos, pragas, juízos divinos, etc. Mas nenhuma dessas experiências vividas pelos habitantes da terra se compara com o que está previsto (Mt 24. 21; Dn 12.1). Nesse período, Deus derramará os seus juízos sobre os homens pelo tratamento dispensado ao Seu Filho Jesus e aos seus santos servos. Será Universal: Uma análise da Palavra Profética revela que a tribulação atingirá toda a terra (Ap 3.10; 7.9,14,15;13.7,8; Dn 7.23; 12.1). Só a Igreja de Cristo já arrebatada, conforme já estudado, estará livre da ira divina (I Ts 5.9; 3.10). Será Abreviada: Os dias da Tribulação foram abreviados, caso contrario haveria uma extinção de toda espécie de vida 45 UNIDADE VII Doutrina das ÚltimasCoisas 203 no planeta (Mt 24. 21). Ela terá a duração de sete anos. Este tempo está baseado no estudo das setenta semanas de Daniel (Dn 9.24-27) Deus revelou a Daniel, através do anjo Gabriel, que havia determinado setentasemanas sobre o povo de Israel, com os seguintes propósitos: • 1º Extinguir a transgressão • 2º Dar fim aos pecados • 3º Expiar a iniqüidade • 4º Trazer a justiça eterna • 5º Selar a visão e a profecia • 6º Ungir o Santo dos santos Estas semanas proféticas, seriam de anos e não de dias. Linguagem já conhecida pelos judeus desde muito tempo (Gn 29.20,27; Lv 25.8). Não haveria condições do cumprimento do programa estabelecido por Deus em semanas de dias. Como reconstruir e destruir a cidade de Jerusalém em 490 dias? E de se firmar uma aliança por uma semana? As semanas foram dividas em três grupos: • 1º Grupo - 7 semanas = 49 anos 46 INTRODUÇÃO a Teologia Sistemática 204 • 2º Grupo - 62 semanas = 434 anos • 3º Grupo - 1 semana = 7 anos De acordo com a revelação divina, o inicio do primeiro grupo de semanas se daria com a saída do decreto para restaurar e edificar Jerusalém. A Bíblia menciona quatro decretos: • 1º O de Ciro 536 a.C. ( 2 Cr 36.22,23; Ed 1.1-3). • 2º O de Dário entre 521 - 486 a.C. (Ed 6.6-8). • 3º O de Artaxerxes no ano 7º ano de seu reinado 458 a.C. (Ed 7.12,21) • 4º Do mesmo Artaxerxes no 20º ano do seu reinado O quarto decreto, o de Artaxerxes, é o que marcou o início das primeiras sete semanas (Ne 2.1-6). O segundo grupo de semanas teve o seu início logo após o término do primeiro e terminou com a crucificação do Messias (Dn 9.26). O estudo das setenta semanas mostra que houve uma quebra na sucessão das semanas. O terceiro e último grupo ainda não teve o seu inicio. Israel rejeitou o Messias e Deus de forma parcial e temporária, suspendeu suas relações com o seu povo, parando assim, com a contagem das semanas. Essa 47 UNIDADE VII Doutrina das ÚltimasCoisas 205 11. THIESSEN Henry Clarence, Palestras em Teologia Sistemática, Imprensa Batista Regular do Brasil. 11 posição divina trouxe salvação para os gentios e o surgimento da igreja de Cristo, desvendando assim, um mistério que esteve oculto desde a eternidade (Rm 11.11; Ef 2.13,14; 3.2- 6). A Igreja vive no intervalo entre a sexagésima nona e à septuagésima semana. Este período é chamado de: • Intervalo profético • Era dos Gentios • Dispensação da Igreja • Plenitude do tempo (Gl 4.4) De acordo com os comentaristas defensores da linha de interpretação adotada neste trabalho, a última semana é o período da Grande Tribulação, sendo o seu início, determinado pelo arrebatamento da Igreja. O Dr. Henry Clarence Thienssen, comenta: Se portanto, a septuagésima semana representar o período da Grande Tribulação, então temos aqui a informação de que durará sete anos. Harmonizando-se 48 INTRODUÇÃO a Teologia Sistemática com isto, a segunda metade do período é mencionada em outros lugares como“um tempo, tempos, e metade de um tempo” (Dn 7.25; 12.7; Ap 12.14), como “quarenta e dois meses”(Ap 11.2; 13.5) e como 1.260 dias (Ap 11.3; 12.6; cf. Dn 12.11,12). Isto é talvez tudo que pode ser dito a respeito da duração do período. 3.3 - Os Principais Acontecimentos do período da Grande Tribulação O Surgimento das Bestas: Em sua revelação apocalíptica, João viu surgir duas bestas. Uma que subiu do mar e outra da terra. Quem serão estas bestas que farão parte dos acontecimentos da Grande Tribulação. A Besta que subiu do mar é um homem procedente de entre os povos e nações (Ap 17.15). Na Palavra Profética ela é identificada com vários nomes: • Príncipe que há de vir • Anticristo • Besta • Homem do pecado • Iníquo • UNIDADE VII Doutrina das ÚltimasCoisas 207 Será um líder mundial dotado de poder e de sabedoria de Satanás para governar o mundo. O seu espírito já opera no mundo, mas ele só se manifestará após o arrebatamento da Igreja e da saída do Espírito Santo da terra que é o poder que detém a sua manifestação total sobre a terra. Ao assumir a terra como governante mundial, fará uma aliança com a nação de Israel por uma semana, isto é, sete anos. Estabelecerá uma fictícia e transitória paz a terra que se encontra mergulhada em crises e impactada com o arrebatamento da Igreja. Quebrará a aliança feita com Israel na metade da semana ao declarar-se Deus, apoderando-se do templo em Jerusalém, profanando e impedindo a adoração ao Senhor. Com a quebra da aliança, será desencadeado o período final e mais critico da Grande Tribulação, o dilúvio da ira divina através dos selos, trombetas e taças registrados no Apocalipse. Surge então da terra e dentre os homens a segunda besta. Ela será um líder religioso e chamado de Falso profeta (Ap 13). Exercerá todo o poder da primeira besta. E mediante grandes sinais enganará os que habitam sobre a face da terra. Ordenará queseja feita uma imagem da besta quepossa falar e seja adorada sob pena de morte aos que não a adorarem. Providenciará uma marca para a testa e mão, para que ninguém possa comprar ou vender sem o tal sinal e identificação (Ap 13). 49 50 INTRODUÇÃO a Teologia Sistemática 208 O surgimento das bestas revela a existência de uma trindade satânica, operando no período da Grande Tribulação: O Dragão (Anti-deus), a Besta (Anticristo) e o Falso Profeta (Anti-espírito). O. S. Boyer, em seu comentário sobre o Apocalipse, escreveu: “como o Pai ungiu e enviou seu Filho, assim o Dragão ungirá e enviará seu representante, o Anticristo”. A outra besta que João viu sair, chama-se o Falso Profeta (Ap 16.12,13; 19.20; 20.10). É um mestre e líder religioso. Faz diversas coisas para imitar ao Espírito Santo: (1) Opera falsos milagres para enganar a todos, levando assim o mundo a adorar a primeira besta (Ap 13.12); (2) Tenta imitar o poder que só Cristo tem para dar vida (Ap 13.15); (3) Sela os seus seguidores para o dia da perdição (Ap 13.16; 14.9-11), imitando o Espírito Santo que sela os crentes para o dia da redenção (Ef 1.13,14). O Dilúvio Dos Juízos Divinos: Os sete anos da Tribulação estão divididos em duas partes de três anos e meio. Na primeira etapa haverá a falsa paz promovida pelo Anticristo até que seja quebrada sua aliança com a nação de Israel. A segunda etapa será o momento em que haverá o dilúvio da ira divina sobre a terra através dos selos, trombetas e taças. 209 51 UNIDADE VII Doutrina das ÚltimasCoisas OS SETE SELOS 1º Selo Cavaleiro Branco (Falsa paz) 2º Selo Cavaleiro Vermelho (Guerra generalizada) 3º Selo Cavaleiro Preto (Escassez de alimento) 4º Selo Cavaleiro Amarelo (Mortalidade mundial) 5º Selo Santos martirizados 6º Selo Cataclismos no céu e na terra 7º Selo O Soar das trombetas AS SETE TROMBETAS 1ª Trombeta A terça parte da terra consumida pelo fogo 2ª Trombeta A terça parte do mar é destruído 3ª Trombeta A terça parte da água potável setorna imprópria 4ª Trombeta O sol perde um terço da sua luminosidade 5ª Trombeta Primeiro ai (Gafanhotos do abismo) 6ª Trombeta Segundo ai (A terça parte dos homens morrem) 7ª Trombeta Terceiro ai (A abertura das Taças) 52 INTRODUÇÃO a Teologia Sistemática 210 sðð AS SETE TAÇAS 1ª Taça Tumores e pestes generalizadas 2ª Taça Morte de toda a vida marinha 3ª Taça Total perda das águas potáveis 4ª Taça Irradiação solar grave, provocando a morte dos homens 5ª Taça Dores insuportáveis 6ª Taça Início da Batalha do Armagedom 7ª Taça Destruição da Babilônia A Batalha Do Armagedom: No final da Grande Tribulação entre a sexta e a sétima taça, no lugar chamado Armagedom, ocorrerá essa batalha. Armagedom ou reunião de tropas, do grego “Armageddon” (“αρµαγεδδωv”) e em hebraico “Har Meghíddon”: Monte de Megido é o nome de um vale localizado no centro-norte da Palestina,onde já aconteceram diversas guerras. Nessa zona de conflitos a trindade satânica reunirá todos os exércitos da terra para pelejarem contra Deus, contra Israel e destruírem a cidade de Jerusalém. Nesta hora de aflição e de angustia para os filhos de Jacó, eles clamarão a Deus por socorro e Deus intervirá por 53 UNIDADE VII Doutrina das ÚltimasCoisas 211 eles. Cristo acompanhado de seus exércitos virá em socorro de Israel, salvando a todos os sobreviventes dos juízos divinos. Prendendo a Satanás e enviando para o Lago de Fogo as duas bestas e destruindo a todos os inimigos, pondo fim à Grande Tribulação e implantando o seu reino Milenar (Ap 16.6). 3.4 -A vinda de Jesus em glória (Vinda pessoal -“parousia”) A segunda vinda de Cristo se constitui de um só evento e se dará em duas fases, conforme já vimos no decorrer desse estudo. Em cada uma das fases, o tempo, a manifestação e os propósitos são diferenciados. Não haverá harmonia de entendimento no estudo da segunda vinda de Cristo se não for visualizada acontecendo em etapas distintas. Os Propósitos da Vinda Pessoal Revelar a Sua Glória da Igreja: (Ap 1.7; Mt 24) Salvar a Israel: Israel é o povo escolhido de Deus. O propósito estabelecido para esse povo não foi cumprido de acordo como planejado. Israel falhou com a missão divina, porém não foi por Deus rejeitado. Entrará na Tribulação para ser tratado e restaurado por Deus. Em sua angústia e será vencido por seus opressores, buscará em Deus o socorro, sendo 54 INTRODUÇÃO a Teologia Sistemática 212 salvo com a Manifestação Pessoal de Jesus descendo no Monte das Oliveiras de onde foi assunto aos céus. Julgar a Besta, o Falso Profeta e Seus Exércitos: A Besta e o Falso Profeta que enganaram o mundo com as suas maravilhas e prodígios de mentira; com a vinda de Jesus a terra terá o seu julgamento e condenação. Nunca mais atormentará os homens, a sua parte será o Lago de Fogo, onde o fogo nunca se apaga e o bicho não morre. Prender a Satanás: O Dragão, a Antiga Serpente, responsável por toda a miséria no planeta, com a sua tríplice missão de matar, roubar e destruir; que descerá a terra no período da Grande Tribulação será preso durante mil anos, por Cristo. Após o tempo de sua prisão será solto por um pouco de tempo para que de forma definitiva, seja lançado também como a Besta e o Falso Profeta, no Lago que arde com fogo e enxofre. Cristo mais uma vez e para sempre mostrará que é o vencedor sobre Satanás. Julgar as Nações: No seu sermão profético, Jesus declarou que com a sua vinda em glória no final da Grande Tribulação, julgará as nações da terra. Muitos intérpretes das profecias bíblicas identificam esse julgamento de Mateus com o Juízo 55 UNIDADE VII Doutrina das ÚltimasCoisas 213 Final do Apocalipse; porém, uma análise aprofundada dos julgamentos mencionados, mostram que são distintos. O Dr. Scofield apresentou as seguintes diferenças: OS JULGAMENTOS MATEUS APOCALÍPSE Trono de sua glória Trono Branco Não há ressurreição Há ressurreição Nações vivas Os mortos Não há livros Abrem-se os livros Na terra Fogem céus e terra Três classes: ovelhas, bodes e irmãos Uma só classe: os mortos Na vinda de Cristo, antes do Milênio Depois de terminados os mil anos Estabelecer o Reino Eterno: Jesus é apresentado e identificado como Rei. Os discípulos, no momento de sua ascensão, o interrogaram querendo quando assumiria o trono e restauraria o reino a Israel. Ele foi enfático em sua resposta, afirmando que não competia a eles saber os tempos e épocas em que o Pai estabeleceu pelo seu próprio poder (At 1.7). A vinda 214 INTRODUÇÃO a Teologia Sistemática pessoal de Jesus após a Tribulação, determina o momento do inicio desse reino, que será eterno (Dn 7.14; Lc 1; Ap 20). IV - O MILÊNIO 4.1 - Origem da palavra Milênio O termo milênio tem sua origem nas duas palavras latinas “Mille”, significando “mil” e “annus”, significando “anos” (Millennium). A palavra milênio não é encontrada nas Escrituras Sagradas. No entanto, a expressão “mil anos” é encontrada no texto sagrado dez vezes, sendo duas vezes no Antigo Testamento (Sl 90.4 e Ec 6:6), e oito vezes no Novo Testamento (2 Pd 3.8; Ap 20. 2-7). Das oito menções registradas no Novo Testamento, seis são encontradas no livro do Apocalipse e se referem ao reinado de Cristo, na terra. Esse período designado como milênio, tem sido alvo de varias interpretações pelos estudiosos da escatologia bíblica. Torna-se necessário um estudo equilibrado para não incorrer num erro interpretativo. 56 57 UNIDADE VII Doutrina das ÚltimasCoisas 215 4.2 - O que é o Milênio? O Milênio é um período de mil anos, predito pelos profetas como sendo o reinado Messiânico; ou seja, o reinado do céu estabelecido na terra, inaugurando uma nova era espiritual. A sétima dispensação, um tempo probatório, especialmente para os que nascerem na época dourada, em que Satanás estiver preso (João de Oliveira - O Milênio, 1983). 4.3 - As alusões ao Milênio As Bênçãos Proféticas De Jacó: Jacó ao proferir aos seus filhos antes de sua morte suas bênçãos proféticas, declarou a Judá: O cetro não se arredará de Judá, nem o legislador dentre seus pés (Gn 49.10). Apesar de não ser encontrado na referencia em apreço, a palavra milênio é uma indicação direta ao Messias que haveria de vir da tribo de Judá e que reinaria sobre todos os povos (Ap 5.5,9,10; 19.15). A Aliança Davídica: Deus estabeleceu com Davi um pacto que a sua descendência reinaria para sempre (II Sm 7.13,14; Sl 89.4). Este pacto estabelece uma relação de Davi com o reino Messiânico. 58 INTRODUÇÃO a Teologia Sistemática 216 As Mensagens Proféticas: Varias são as alusões encontradas nas Escrituras sobre o Milênio, na Palavra Profética. Ela fala de um reino que será estabelecido na terra. Reino eterno, de paz, justiça e prosperidade como nenhum outro. E que brotaria do tronco de Jessé, da casa de Davi. Reino aguardado, ansiosamente, pelos filhos de Israel. Dos descendentes de Davi, Jesus foi o único a assumir a identidade do Messias: • O anjo Gabriel, em sua aparição a Maria afirmou que, Jesus seu filho, ocuparia o trono de Davi seu pai e sobre ele reinaria, eternamente (Lc 1.30-33) • Nasceu em Belém, na terra de Judá, da linhagem de Davi, conforme o previsto (Mq 5.2; Mt 2.6; Jo 7.42). • Por muitos identificado; proclamado e adorado como rei (Mt 2.11; 20.20,21; Mc 11.9,10; Lc 23.42) • Declarou em resposta a Pilatos, que havia nascido para ser rei, afirmando que o seu reino não procederia do mundo (Jo 18. 36,37; I Tm 6.15; Ap 20.4,6). 4.4 - As interpretações do Milênio Existem várias linhas de interpretação relacionadas ao Milênio. Apresentaremos abaixo as principais: 59 UNIDADE VII Doutrina das ÚltimasCoisas 217 (A Bíblia Anotada, 2008). Amilenarista (ou amilenista): Esta linha de interpretação não tem o milênio como um reino futuro e literal, mas espiritual e corresponde ao tempo existente entre a ascensão de Cristo e a sua volta. Os seus defensores afirmam que o reino de Cristo, os mil anos de sua duração, a prisão de Satanás e o que diz respeito a esse período, é espiritual e simbólico. Para alguns amilenaristas, o milênio é a era atual, visto que o reino de Deus está instaurado no mundo, desde a primeira vinda de Cristo, até o fim do mundo. A ordem dos acontecimentos nesta visão se dará da seguinte forma: “A Era da Igreja terminará num tempo de convulsão, Cristo voltará, haverá ressurreição e juízo gerais e, depois, a eternidade” Pós-milenarista (ou pós-milenista): Diferente dos amilenaristas,esta linha interpretativa tem o milênio como um reino literal e representa a conquista do mundo pela Igreja através do Evangelho, trazendo sobre a terra a sonhada paz mundial. De acordo com esse entendimento a segunda vinda de Cristo ocorrerá após o milênio, para derrotar Satanás, julgar os vivos e os mortos e reinar para sempre. A ordem dos acontecimentos será: “A parte final da Era da Igreja (isto é, os seus últimos mil anos) é o Milênio, que será uma época de paz e abundância promovida pelos esforços da igreja. Depois disso, Cristo virá. Seguir-se-á então uma ressurreição generalizada, e 218 INTRODUÇÃO a Teologia Sistemática (A Bíblia Anotada, 2008). depois desta, um juízo geral e a eternidade” Pré-milenarista (ou pré-milenista): Os intérpretes desta linha entendem que o milênio é futuro, literal e precederá a vinda de Cristo, ou seja, a segunda vinda de Cristo acontecerá antes do Milênio. Ele voltará e estabelecerá o reino prometido a Israel cumprindo assim o pacto com a casa de Davi e os demais pactos de Deus e profecias do fim dos tempos. Nesta visão a ordem dos acontecimentos é a seguinte: “A Era da Igreja termina no tempo da Tribulação, Cristo volta à Terra, estabelece e dirige seu reino por 1.000 anos, ocorrem a ressurreição e o juízo dos não-salvos, e depois disso vem a eternidade”. A escola Pré-milenarista divide-se em dois grupos: Históricos e Dispensacionalistas. 60 UNIDADE VII Doutrina das ÚltimasCoisas 219 Os pré-milenaristas históricos Os pré-milenaristas Dispensacionalistas. A segunda vinda de Cristo e o arrebatamento Acontecerá simultaneamente Acontecerá em duas fases: a) na primeira, Jesus se encontrará com a igreja nos ares e a levará para participar das bodas do Cordeiro; b) A segunda, ocorrerá após sete anos de tribulação na terra sem a presença dos salvos, quando Jesus regressará com a Igreja Gloriosa para reinar neste mundo por mil anos. A Ressurreição Acontecerá em duas etapas: A) A primeira ressurreição: será a dos salvos no início do milênio B) A segunda ressurreição: a ressurreição dos incrédulos no final do milênio. Acontecerá em três etapas: A) ressurreição para a igreja, na ocasião do arrebatamento; B) ressurreição para aqueles que virão a crer durante a tribulação de sete anos(esta ocorrerá na segunda vinda de Cristo, no final da tribulação); C) ressurreição dos incrédulos no final do milênio. 61 220 INTRODUÇÃO a Teologia Sistemática 4.5 - Particularidades do Milênio O milênio é um reino literal e será estabelecido na terra após a destruição do império dos dez reis representados pelos dedos da estátua do sonho de Nabucodonozor (Dn 2. 44; Is 65.21; Ap 5.9-10). A cidade de Jerusalém será a sede do reino milenar (Sl 48.1-3). De lá sairão as diretrizes do governo do grande Rei e se tornará o centro de adoração para todos os povos (Is 2.2,3). O reinado de Cristo será universal. Todos os reinos do mundo passarão a ser de Cristo e Ele reinará para todo o sempre (Ap 11.15; Mt 25.31,2; Zc 14.9; Sl 72.1-29). No reinado de Cristo haverá uma administração “Teocrática”, isto é, o próprio Deus governando o mundo na pessoa de Jesus Cristo. Neste reino participará Davi, como um príncipe ou co-regente, cumprindo assim o pacto Davídico e outros conforme declarações de Cristo. Todos sob a hierarquia que será estabelecida no reino (Os 3.5; Ez 37.24,25; 34.23,24; Is 55.3,4; Jr 30.9; 33.15-21). 62 UNIDADE VII Doutrina das ÚltimasCoisas 221 4.6 - Participantes do milênio Os salvos de todas as épocas: (I Ts 4.16,17; Ap 20.4,6); Os Mártires da Grande Tribulação: (Ap 20.4); Os Sobreviventes da Grande Tribulação: Durante a Grande Tribulação a população da terra será dizimada. Os judeus e os gentios sobreviventes aos juízos divinos, participarão com seus corpos naturais do reinado de Cristo. Os gentios participantes são aqueles que serão poupados no julgamento das nações pela maneira como trataram os judeus, considerados os irmãos de Jesus, durante o período da grande aflição do povo Judeu (Mt 25.37-40; Is 26.2; 60.21). Os Nascidos Durante O Milênio: A vida na terra durante o milênio para aqueles que estarão em corpo natural, terá o seu curso normal. Eles irão crescer e multiplicar e encher a terra. A Palavra Profética afirma que, os homens serão multiplicados como rebanho e que as praças de Jerusalém se encherão de meninos e meninas durante o reino do Messias (Ez 36.37,38; Zc 8.4,5). 63 64 INTRODUÇÃO a Teologia Sistemática 222 4.7 - Características gerais do Milênio Paz: O reino messiânico será pacifico. A paz tão sonhada pelos homens dominará a terra. As estatísticas de guerra entre as nações não existirá, pois elas aprenderão a não guerrear e transformarão suas armas de guerra em instrumentos de trabalho (Is 9.6; 2.4; Mq 4.3,4; Lucas 2.13,14). Justiça: A injustiça predominante na terra não terá lugar no governo de Cristo (Os 4.1,2; Am 5.12-14; Tg 5.1-6). Ele regerá as nações à luz da justiça divina (Is 32.1; Sl 67.4; 72.4). Todo e qualquer ato que se opor aos princípios do reino, será anulado pelo Rei dos reis. Prosperidade: Um período de prosperidade é indicado pela Palavra profética para o Milênio. As condições espiritual, material, climáticas, sociais e outras, favorecerão a esse estado de abundância desejada (Is 32.15; 35.1; 41.18; 65.21,23; Jr31.5; Ez 47.12; 34.26; Am 9.13; Jl 2.23; Zc 14.8). Longevidade: Os habitantes da terra voltarão a ter vida longa como antes do dilúvio. Aquele que morrer aos cem anos de idade, será considerado jovem (Gn 5.1-32; 9.29; Is 65.20). A morte existirá, pois ela é o ultimo inimigo a ser aniquilado (I Co 15.26), porém, com uma ação limitada. 65 UNIDADE VII Doutrina das ÚltimasCoisas 223 Conhecimento Divino: Durante o reino milenar de Cristo o conhecimento do Senhor será universal (Is 11.9). Este conhecimento resultará no derramamento do Espírito Santo sobre toda a carne, na manifestação da glória de Deus e da obediência dos povos aos preceitos divinos (Jl 2.28,29; Is 2.3; 24.23). Mudanças Na Natureza: Varias mudanças ocorrerão na época do reino de Cristo na natureza. A criação que agora geme por causa da ação do homem, será liberta: A maldição resultante da desobediência do primeiro casal, será removida (Gn 3.14,17,18; Is 55.12,13); A topografia sofrerá alterações visíveis (Zc 14.4; Is 11.15; 41.18; Ez 47.1-12); Os animais terão a sua ferocidade removida. Não mais se atacarão e não atacarão aos homens (Is 11.6-8; 65.25); As freqüentes mudanças climáticas deixarão de existir, permitindo assim, a estabilidade das estações anuais e consequentemente a restauração da fertilidade do solo e de abundantes colheitas. Ausência Da Influencia Do Mal: A prisão de Satanás antes da implantação do milênio fará com que, os participantes do reinado de Cristo, não sofram as influências maléficas que predominam no mundo atual. Isto não significa que as pessoas não cometerão pecado durante o período milenar. Elas 66 224 INTRODUÇÃO a Teologia Sistemática continuam com a natureza pecaminosa herdada de Adão, mas a ausência da influência de Satanás e de seus agentes diminuirá o índice de pecaminosidade entre os homens e aqueles que pecarem terão a merecida punição pelo delito cometido (Ap 20.1,2; I Jo 5.19; Ap 2.27; 12.5). 4.8 - O final do Milênio A Soltura De Satanás: Após se completarem os mil anos, Satanás será solto. A razão de sua soltura pela revelação do Apocalipse é para enganar as nações (Ap 20.7,8). Mais uma vez, Deus põe à
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